Produção Do Leite A2 e Melhoramento Genético Do Rebanho
Produção Do Leite A2 e Melhoramento Genético Do Rebanho
Produção Do Leite A2 e Melhoramento Genético Do Rebanho
Abstract: Bovine milk is an important food and product of the Brazilian Agribusiness,
however, to please consumer demands, the market needs to constantly reinvent itself.
As a result, products such as milk with the A2 seal gain prominence for being
considered easier to digest, since it does not have bioactive peptides in its
composition, related to the development of allergies and other human diseases. The
objective of this project was to demonstrate the possibility of exclusive production of A2
milk on farms in Brazil, addressing it is production process, it is characteristics and
advantages. Therefore, it was observed that to obtain milk with these characteristics, it
is necessary to invest in biotechnologies, such as animal selection and the association
of artificial insemination with in vitro fertilization and embryo transfer, enabling high
production rates of calves/cow/year with the A2A2 gene and still prove the reliability of
the production system using efficient traceability methods, which provided for obtaining
the A2 seal. However, due to the benefits of A2 milk presented in this work, it is
believed that the investment made will bring an excellent financial return, as this project
aims to make people who stopped drinking milk due to discomfort to consume it again.
Recebimento: 10/11/2020
Aprovação: 14/12/2020
INTRODUÇÃO
DESENVOLVIMENTO
Constituintes do leite
lactoglobulinas, e proteínas caseínas, como a alfa s1, alfa s2, kappa e beta-
caseína (CSN2). Dentro da CSN2 existem ainda 13 variantes, como A1 e A2
que são as mais comuns, e A3, A4, B, C, D, E, F, H1, H2, I e G, pouco comuns
(CORBUCCI, 2017).
Em relação à variante A1, estudos a relacionaram com a produção de
peptídeos bioativos, como a beta-casomorfina-7 (BCM-7) que são liberados
após hidrólise enzimática pelas enzimas gastrointestinais (CORBUCCI, 2017).
A BCM-7 está relacionada ao desenvolvimento de diversas doenças
humanas, como por exemplo a doença cardíaca isquêmica humana
(McLACHLAN, 2001), diabetes mellitus tipo-1 e desenvolvimento de alergias à
proteína do leite (CORBUCCI, 2017), arteriosclerose (TAILFORD et al., 2003),
síndrome da morte súbita infantil (SUN et al., 2003) e autismo (SOKOLOV et
al., 2014).
Já o leite que apresenta a variante A2 é indicado como um leite de
digestão mais fácil e menor produção de BCM-7, não estando, assim,
relacionado às doenças humanas citadas acima.
A diferenciação dessas duas variantes se dá pela substituição de
apenas um aminoácido na cadeia proteica (Figura 4). Enquanto a variante A1
apresenta um resíduo de histidina na posição 67 da cadeia, a variante A2
possui um resíduo de prolina nesta mesma posição da cadeia (BARBOSA et
al., 2019).
Angus 0,05%
Ayrshire 0,28-0,52%
Brahman 0,01%
Guzerá 0,97%
Hereford 0,20%
Shorthorn 0,51%
Digestibilidade do leite A2
Figura 5: Amostra de pêlo (A) coletada da cauda dos animais para avaliação
genômica pelo Clarifide® (B).
parte sólida é utilizada como adubo orgânico e a parte líquida é usada para a
fertirrigação da lavoura, sem a necessidade de utilização de adubo químico.
Em 2019, a Agrindus ganhou o prêmio de "Melhor Iniciativa no Setor
Agropecuário" pelo pioneirismo na produção do leite A2 no Brasil e pelo
cuidado com a utilização de resíduos e dejetos, disputando com mais 681
projetos realizados no mundo. A premiação foi promovida pela “Fundación
MAPFRE”, na Espanha.
É feito um intenso projeto de divulgação, como a utilização do slogan “O
leite como sempre foi” pela marca Letti® e a participação do projeto “Beba mais
leite”. E, também, orientação em relação ao leite A2, visando trazer
conhecimento a população e evitar a disseminação de informações erradas,
com o intuito de fazer com que pessoas que haviam deixado de beber leite por
sentirem desconforto possam voltar a consumir o produto de forma segura,
sempre com a orientação de médicos e nutricionistas.
Segundo Neiva (2017), o consumo de leite A2 pode evitar transtornos
digestivos, pois quando digerido não forma o BCM-7, responsável por
desencadear processos alérgicos e que pode, além de provocar a APLV,
intensificar sinais neurológicos de pessoas que apresentem problemas como
autismo e esquizofrenia. Pode, ainda, influenciar no sistema cardiovascular,
pois a BCM-7 é também um oxidante do LDL, estando relacionado à formação
de placas arteriais (NEIVA, 2017).
Segundo Corozolla e Rodrigues (2018), o leite contém características
semelhantes a antígenos, sendo as proteínas as principais relacionadas às
alergias. Levando-se em conta que o leite é composto por 87% de água e
cerca de 12 a 13% de elementos sólidos (EMBRAPA, 2019), onde de 3 a 4%
desses sólidos são proteínas (CORBUCCI, 2017), conclui-se que as proteínas
compõem uma grande parcela dos sólidos do leite, podendo influenciar de
maneira significativa no processo digestivo, assim como em outros sistemas,
como o cardiovascular por exemplo. No caso de leites que possuem a variante
A1, a liberação de BCM-7 terá uma grande influência nos processos
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Revista Interdisciplinar de Saúde e Educação
Pacchiarotti et al. | ISSN 2675-4827 | 2020
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Marina Gomes et al. Leites A1 e A2: revisão sobre seus potenciais
efeitos no trato digestório. Segurança Alimentar e Nutricional, Campinas, v.
26, n. 0, p.1-11, 18 fev. 2019. Universidade Estadual de Campinas. Disponível
em: <http://dx.doi.org/10.20396/san.v26i0.8652981>. Acesso em: 08 set. 2019.
MCLACHLAN, C.N.S. β-casein A1, ischaemic heart disease mortality, and other
illnesses. Medical Hypotheses, Auckland, v. 56, n. 2, p.262-272, fev. 2001.
SOKOLOV, Oleg et al. Autistic children display elevated urine levels of bovine
casomorphin-7 immunoreactivity. Peptides, v. 56, p. 68-71, jun. 2014.