Intervenção Neuropsicopedagogia em Crianças Com TDH
Intervenção Neuropsicopedagogia em Crianças Com TDH
Intervenção Neuropsicopedagogia em Crianças Com TDH
ABSTRACT
Gradativamente tem se tornado mais constante tanto na mídia quanto nas redes sociais
a preocupação dos pais, dos professores e profissionais de saúde com relação a grande
quantidade de dados sobre os desafios de ensino e sua ligação com o Transtorno de Déficit de
Atenção e Hiperatividade (TDAH). O TDAH é um distúrbio neuropsicobiológico de vários
motivos e de terminologia plurivariada, que diversos pesquisadores têm se dedicado em
estudos que esclareçam melhor os aspectos etiológicos e incumbidos por este, mas também,
seus efeitos e danos para a vida da pessoa, seu espaço ao redor e seus familiares.
Desse modo, diante da enorme necessidade de encontrar serviços que facilitem o
aprendizado, que pode ser deficiente por várias razões, independentemente de ser TDAH ou
não, surgiu a psicopedagogia, campo do saber que se concentra principalmente nas
características do ensino humano.
O trabalho dos psicoeducadores baseia-se na priorização de capacidades escolares para
ajudar nos problemas de aprendizado que estão intimamente relacionados a uma variedade de
distúrbios, síndromes, problemas existentes que atingem direta e substancialmente o ensino,
como TDAH, transtornos depressivos, transtornos de ansiedade, fobias e dificuldades de
aprendizado, entre outros.
Segundo o autor Fonseca (2014), a neuropsicopedagogia junta e engloba:
“os estudos do desenvolvimento, das estruturas, das funções e das disfunções do
cérebro, ao mesmo tempo que estuda os processos psicocognitivos responsáveis pela
aprendizagem e os processos psicopedagógicos responsáveis pelo ensino”
(FONSECA, 2014, p.236).
1. TDAH: O QUE É?
Além do mais, o cérebro hiperativo produz novos incentivos que mantêm a pessoa em
estado de alerta constante.
De acordo com a autora Ferreira (2008), o TDAH é um distúrbio comportamental que
se manifesta mais notadamente no avanço do autocontrole, na habilidade de conter os
impulsos e na capacidade de se organizar como todo mundo consegue fazer, de acordo com o
tempo, os prazos e o futuro no geral.
O transtorno engloba crianças de inteligência normal ou perto do normal que têm
dificuldade em ajustar sua conduta e/ou aprendizado aos padrões esperados para sua faixa
etária.
Os principais sinais desse distúrbio são uma mistura de falta de atenção, impulsividade
e hiperatividade, que desde cedo já existe na vida da criança, porém torna-se mais perceptível
na fase escolar.
Esses sinais atingem o aprendizado, o comportamento, a autoestima, as capacidades
sociais e o desempenho familiar. Esse distúrbio também ocasiona uma vulnerabilidade
psicológica elevada do paciente e é motivado por retardos no desenvolvimento ou alterações
permanecentes que mudam o controle do cérebro superior da conduta.
O TDAH não é apenas visto como sendo um dos transtornos neuropsiquiátricos
normais na infância e adolescência (MATOS, 2004), como também porque envolve sinais
que são habituais em pessoas portadoras e não portadoras, como por exemplo: problema de
atenção, lapso no encerramento de atividades ou até mesmo na inconsistência na execução de
um intuito determinado (BARKLEY, 2002).
De acordo com o autor Goldstein (1994), o tratamento de crianças que possuem esse
tipo de transtorno requer um empenho organizado entre profissionais dos campos medico,
saude psicológico e pedagógico juntamente com os pais.
Em alguns casos, esses sinais acabam refletindo no processamento de aprendizado,
independentemente de o déficit de atenção ser ou não relacionado com a hiperatividade, visto
que “constantemente podem comprometer o desempenho escolar, dado que a atenção
exclusiva a incentivos importantes é contexto para o fato dos ensinos em geral, em particular
as escolas” (ROTTA et al., 2006, p. 365).
O autor Goldstein (2006, p. 1) salienta a importância do conceito de TDAH, além de
uma diagnose prematura e um tratamento apropriado.
Há ainda uma outra definição que engloba diversos pontos de vista teóricos, para que
dessa forma possa compreender e descrever o distúrbio no campo neurológico, psicológico,
psicopedagógico e escolar.
É possível notar que os motivos mencionados, colaboram para que a pessoa possa
desenvolver este distúrbio, demonstrando-se também por meio de momentos de inquietação,
falta de equilíbrio familiar e crises de ansiedade (GOLDSTEIN, 2006).
Desse modo, o TDAH não exibe um motivo próprio, visto que ainda não foi
encontrado o método certo. Assim, é preciso que o âmbito familiar e escolar estejam
relacionados no tentamento de reduzir os sinais provocados, reforçando-os por atendimentos
próprios, ou seja, psicólogos, neurologistas, psicopedagogos, dentre outros (GOLDSTEIN,
2006).
A análise clinica com um médico adequado precisa levantar dados não somente do
olhar atento da criança na consulta, como também efetuar uma entrevista com os pais e os
professores da criança, pedir dados escolares no qual a criança comparece, acerca de sua
conduta, socialização e ensino, além do uso de escalas de análise da existência e graveza dos
sinais (BENCZIK, 2006)
Além desta análise clínica com um médico, a criança ou até o adolescente precisa
transpassar por uma análise psicopedagógica, que se inicia com uma conversa com os pais, no
qual já levam consigo a razão da consulta e a principal “reclamação”, como também
mencionam brevemente o histórico familiar do paciente (BENCZIK, 2006)
No decorrer dessa conversa de análise com o paciente, pode ser que aconteça algumas
interferências, a começar de que já haja uma conexão entre o psicólogo e o paciente
(BENCZIK, 2006)
Essas interferências podem ser realizadas por meio de brincadeiras lúdicas ou por
meio de tarefas relacionadas à arte terapia, sendo essas tarefas: desenhos, materiais diferentes
como argila, velas, dentre outros (BENCZIK, 2006)
“O diagnóstico de TDAH pede uma avaliação ampla. [...] O aspecto mais importante
do processo de diagnóstico é um cuidadoso histórico clínico e desenvolvi mental. A
avaliação do TDAH inclui, frequentemente, um levantamento do funcionamento
intelectual, acadêmico, social e emocional. O exame médico também é importante
para esclarecer possíveis causas de sintomas semelhantes aos do TDAH (por
exemplo, reação adversa à medicação, problemas de tiroide, etc.) O processo de
diagnóstico deve incluir dados recolhidos com professores e outros adultos que, de
alguma maneira, interagem de maneira rotineira com a pessoa sendo avaliada.
Embora se tenha tornado prática popular testar algumas habilidades como resolução
de problemas, trabalhos de computação e outras, a validade dessa prática bem como
sua contribuição adicional a um diagnóstico correto continuam a ser analisadas pelos
pesquisadores” (GOLDSTEIN, 2006, p. 3).
1.3 Tratamento
Depois que se confirma a diagnose de TDAH, já deve começar a pensar no tratamento que
será feito com o paciente. É relevante para a interferência corresponder as indispensabilidades
particulares de cada criança. Devendo assim, ser um tratamento multidimensional, podendo até ser
efetuado o tratamento com medicamentos e o tratamento terapêutico, ou ainda o tratamento
combinado, no qual engloba os outros dois.
[...] vários estudos cuidadosos demonstram claramente que mais de 70% das
crianças e adolescentes com o Transtorno apresentam melhoras significativas dos
sintomas de desatenção, de hiperatividade e/ou de impulsividade na escola e em
casa com o uso correto de remédios. (ROHDE; BENCZIK, 1999, p. 66).
O tratamento não pode ser efetuado apenas com medicações, é preciso que haja uma
assistência de uma equipe interdisciplinar para que se efetuem considerações à escola e a
família, a fim de que todos consigam colaborar na reabilitação do paciente. A medicação atua
ao mesmo tempo ao indicio básico do problema, possibilitando condições muito melhores na
reabilitação do paciente (GOLDSTEIN, 2006).
No momento em que discorremos sobre como lidar com pessoas portadoras de TDAH,
dissertamos também sobre multidisciplinaridade, isto é, são indispensáveis outros tipos de
interferências, dentre elas a psicopedagógica, focando na formação de circunstâncias para que
a pessoa consiga situar-se apropriadamente, e a conduta patológica situar-se em segundo
plano (BENCZIK, 2000).
O psicopedagogo em seu desempenho organizacional ou clínico pode realizar um
trabalho reflexivo e predisposição familiar, permitindo uma preparação sobre as direções
comportamentais que beneficiam a adaptação e incorporação da pessoa com TDAH, levando
pontos de vista sob orientações de vida e progresso (BENCZIK, 2000).
Crianças e adolescentes que são portadores de TDAH necessitam ser incentivados
corretamente em período integral, para que sua concentração seja mantida ao que se está
sendo feito no momento (BENCZIK, 2000).
Diante desse processamento, o profissional psicopedagogo possui um papel muito
importante, cabendo-lhe interferir na metodologia cognitiva, juntamente à formação do
conhecimento, fazendo com que o paciente possa se sentir com capacidade de se desenvolver
intelectualmente, profissionalmente e pessoalmente. Quando a criança ou o adolescente
encontrar-se no processamento de análise diagnóstica ou até mesmo se já estiver realizando o
tratamento de intervenção: (BENCZIK, 2000).
3. INTERVENÇÃO NEUROPSICOPEDAGÓGICA
Embora seja visto como o distúrbio que mais acomete crianças e adolescentes
atualmente, a maior parte dessas pessoas não são adequadamente tratadas devido à resistência
dos pais no que diz respeito a utilização de medicações.
Apesar de essas medicações serem recomendadas em alguns casos e sejam eficientes a
curto prazo, eles podem exibir vários efeitos colaterais como dores de cabeça, palpitações
cardíacas e até retarde de crescimento (CANTIERE, 2014).
Ainda de acordo com a autora Cantiere (2014), os déficits cognitivos e
comportamentais tendem a se repetir após a descontinuação da droga. Além de desenvolver
um plano de análise e colaborar para a diagnose e prognóstico de um paciente, um
neuropsicopedagogo pode desempenhar um papel na interferência neuropsicopedagógica de
uma pessoa, atuando com ele para usar diversas estratagemas de aprendizado e definir tarefas
que podem tornar fácil e melhorar seu processamento de ensino.
Já conforme o autor Russo (2015), como as estratégias de ensino são conscientes e
propositais, significam desenvolver um plano de ação (interferência) que será baseado em
metas a serem atingidos durante as etapas inicial, intermediária e finalização da orientação
com o paciente.
De acordo com os autores Portilho e Küster (2006), as táticas de ensino são operações
mentais passíveis, isto é, sujeitos de modificação, e são classificadas em cognitivas e
metacognitivas.
As táticas de ensino cognitivo realizarão uma ação através de uma serie de tarefas ou
métodos que a servem; já as táticas de ensino metacognitivo regularão tudo associado ao
saber para determinar quais estratégias usar (quando e como) e até mesmo conter a própria
ação. Eles são categorizados como: saber (indivíduos, atividades e estratégia) e controle
(planeamento, regulagem e análise) (PORTILHO; KÜSTER, 2006; RUSSO, 2015).
Denominada a categorização dos modos estratégicos de ensino que são listados, torna-
se necessário falar acerca das etapas graduais dessas aplicabilidades estratégicas. Em uma
etapa inicial, serão conservadas as funcionalidades pouco afetadas da pessoa para incentivá-lo
e contar com o suporte para os objetivos da etapa intermediária (RUSSO, 2015).
Nesta etapa inicial é fundamental se aprofundar na pesquisa patológica, lesões ou
problemas próprios exposto, listando quais os materiais indispensáveis, métodos e estratégias
de interferência (PORTILHO; KÜSTER, 2006).
É muito importante que suas capacidades e aptidões possam ser respeitadas, debatendo
os objetivos pretendidos e quais as submetas devem ser determinadas para se alcançar o
intuito final. O problema das atividades irá depender do grau de entendimento da pessoa
(PORTILHO; KÜSTER, 2006).
Na etapa intermediária, como esclarecido pelo autor Russo (2015), usam-se
estratagemas associados aos processamentos de entendimento-conservação e reabilitação-uso.
Nessa etapa, é possível usar jogos de competição e não competição, softwares didáticos,
métodos que englobem linguajar oral, escrita, estudo estruturado, dentre outros.
Finalmente, na etapa de finalização de interferência, são reexaminados o panorama
encontrado e o atingimento dos objetivos; se por ventura for positivo, deverá ser dada à alta.
Se por acaso ainda haja circunstancias que devem ser trabalhadas, um novo diagnóstico
indicando os ganhos do paciente terá de ser preparado (PORTILHO; KÜSTER, 2006;
RUSSO, 2015).
Posteriormente, revela-se um novo planejamento de ação que detalha as fases
decorrentes do trabalho, e decorrente formação de táticas. Assim sendo, interferências de
caráter neuropsicológico relacionados à concentração em crianças portadoras de TDAH
possuem resultâncias importantes no que diz respeito à prudência, concentração segmentada e
flexibilidade cognitiva (CANTIERE, 2014).
De acordo com o autor Tucha et al. (2011), programas de capacitação com o período
de aproximadamente oito horas exibiram resultados positivos no tópico da concentração,
sendo uma probabilidade eficiente, propícia e econômica de tratamento não farmacológico
que deve ser efetuado em conjunto com a utilização de medicações.
Os autores Gualtieri e Johson (2008) reiteraram as pesquisas dos autores Tucha et al.
(2011) ao mostrarem que as medicações para o distúrbio são eficazes, porém não retiram a
indispensabilidade de uma orientação/interferência pedagógica, por mais que esteja perante
um tratamento com medicamentos bem-sucedido.
4. A NEUROPSICOPEDAGOGIA
5. O TDAH E A NEUROPSICOPEDAGOGIA
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DO DÉFICIT DE ATENÇÃO. Sobre TDAH.
2020. Disponível em:<https://tdah.org.br/sobre-tdah/o-que-e-tdah/>.
BRIDI FILHO, César Augusto; BRIDI, Fabiane Romano de Souza. Sobre o aprender e suas
relações: interfaces entre neurologia, psicologia e psicopedagogia. In: ROTTA, Newra
Tellechea; BRIDI FILHO, César Augusto; BRIDI, Fabiane Romano de Souza (Orgs).
Neurologia e aprendizagem: abordagem multidisciplinar. São Paulo, Artmed: 2016. p. 17-28.
FONSECA, Vitor da. Papel das funções cognitivas, conativas e executivas na aprendizagem:
uma abordagem neuropsicopedagógica. Rev. psicopedag., São Paulo, v. 31, n. 96, p. 236-253,
2014. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-
84862014000300002&lng=pt&nrm=iso
TUCHA, O.; TUCHA, L.; KAUMANN, G.; KONIG, S., LANGE, K. M., STASIK, D.;
STREATHER, Z.; ENGELSCHALK, T.; LANGE, K.W. Training of attention functions in
children with attention deficit hyperactivity disorder, Attention Deficit and Hiperactivity
Disorder. Atten Defic Hyperact Disord. v.3, p.271-283, 2011. Disponível em:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3158847/.