Seer,+3372 9815 1 CE
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CONTÍNUAS EM UM SISTEMA DE
COORDENADAS DISCRETAS*
E
ste trabalho surgiu durante a construção de um software voltado para
o estudo de Cálculo Numérico. Na implementação do algoritmo,
para construção de gráficos, sugiram algumas dificuldades que de-
ram origem a alguns questionamentos, dentre eles, destaco: como eu poderia
plotar uma curva contínua na tela do computador, visto que, o computador
possui uma quantidade finitas de pontos? quais os pontos discretos eu poderia
escolher, em um conjunto contínuo, de forma que, na tela do computador, a
curva ainda continuasse contínua? para responder estas e outras perguntas, foi
necessário um estudo matemático mais aprofundado e, até mesmo, demon-
strar alguns resultados.
Inicialmente, será apresentado a definição clássica de curvas em 2 e
em seguida uma definição de plano discreto, juntamente com alguns concei-
tos envolvidos. E, será apresentado também, um sistema de coordenadas para 128
uma definição de plano discreto, juntamente com alguns conceitos envolvidos. E,
será apresentado também, um sistema de coordenadas para
ponto discreto, ilustrado através de alguns exemplos; finalmente, será dada uma
definição de curva e alguns resultados, necessários para a representação dessas
curvas, como sua continuidade em um plano discreto. Nenhum algoritmo será
apresentado, porém, será mostrado três métodos que podem auxiliar na geração de
pontos, parte importante, para a criação de algoritmos capazes de construir curvas
de forma eficiente.
CURVAS EM IR2
Definição 1
Uma curva plana é qualquer função C :[a,b] → !2 , isto é, uma lei que associa cada
Exemplo 1
a) c(t) = (t,t2 ), − 1 ≤ t ≤ 1
estudos, Goiânia, v. 41, n. 1, p. 128-139, jan./mar. 2014.
b) k(s) = (sen(s),cos(s)), 0 ≤ s ≤ 2π
c) s(t) = (t,ln(t)), 0 < t ≤ 5,13
129
Figura 1
PLANO DISCRETO
Definição 2
Observação 1: O plano discreto também pode ser definido como o conjunto de pares
de qualquer conjunto que possui uma bijeção com ℕ! .
Definição 3
Uma curva no plano discreto é qualquer função C: [a, b] →ℕ! , isto é, qualquer lei
estudos, Goiânia, v. 41, n. 1, p. 128-139, jan./mar. 2014.
que associa cada 𝑡𝑡 ∈ 𝑎𝑎, 𝑏𝑏 a um único ponto C(t) = (x(t), y(t)) do plano discreto.
Definição 4
Seja C: [a, b] →ℕ! uma curva no espaço discreto ℕ! . Dizemos que C é uma curva
contínua em [a, b] se, para cada 𝑡𝑡! ∈ 𝑎𝑎, 𝑏𝑏 existir 𝑡𝑡 ∈ 𝑎𝑎, 𝑏𝑏 tal que C(t) = (x(𝑡𝑡! ) + i,
y(𝑡𝑡! ) + j ), tal que | i + j | ≤ 2, com i e j, ambos, não nulos.
Definição 5
Teorema 1
Sejam a,b ∈! , com b > a , o intervalo [a,b] possui exatamente N números inteiros,
onde:
𝑏𝑏 − 𝑎𝑎 , 𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑎𝑎 ∉ ℤ
𝑁𝑁 =
𝑏𝑏 − 𝑎𝑎 + 1, 𝑠𝑠𝑠𝑠 𝑎𝑎 ∈ ℤ
Demonstração
Teorema 2
t1 ,t2 ,...,tN ∈[a,b] , tal que A = {⎢⎣ f (t1 ) ⎥⎦ , ⎢⎣ f (t2 ) ⎥⎦ ,..., ⎢⎣ f (tn ) ⎥⎦} com n ≤ N .
Demonstração
(0,m)
(n,m)
Figura 3
2
i) Cada (x, y) ∈! 2 , que pode ser representado em ! m×n , deve pertencer ao retângulo
⎡ n n ⎤ ⎡ m m⎤
⎢ − 2k , 2k ⎥ × ⎢ − 2k , 2k ⎥ ;
⎣ ⎦ ⎣ ⎦
⎛ ⎢ m ⎥⎞
H = ⎜ n, ⎢ ⎥⎟ ;
⎝ ⎣ 2 ⎦⎠ 133
⎢ n⎥
2
iii) Cada (x, y) ∈! 2 corresponderá ao ponto (r,s) ∈! m×n , onde: r = ⎢ k ⋅ x + ⎥ e
⎣ 2⎦
⎢ m⎥
s = ⎢ −k ⋅ y + ⎥ . Note que essa correspondência não é injetora, ou seja, cada ponto
⎣ 2⎦
2
(r,s) ∈! m×n está associado a infinitos pontos (x, y) ∈! 2 .
Exemplo 2
Considere a tela !205×105 com escala k = 10. Como n = 205 e m = 105, os pontos de
⎡ 41 41 ⎤ ⎡ 21 21 ⎤
correspondente ao ponto (x, y) ∈ ⎢ − , ⎥ × ⎢ − , ⎥ .
⎣ 4 4⎦ ⎣ 4 4⎦
⎢ 205 ⎥ ⎢ 105 ⎥
r = ⎢10 ⋅1+ ⎥ = 112 e s = ⎢ −10 ⋅1+ = 42 ∴ (r, s) = (112, 42)
⎣ 2 ⎦ ⎣ 2 ⎥⎦
estudos, Goiânia, v. 41, n. 1, p. 128-139, jan./mar. 2014.
1
b) para (x, y) = (−2, )
3
⎢ 205 ⎥ ⎢ 1 105 ⎥
r = ⎢10 ⋅(−2) + ⎥ = 82 e s = ⎢ −10 ⋅ + = 49 ∴ (r, s) = (82, 49)
⎣ 2 ⎦ ⎣ 3 2 ⎥⎦
c) para (x, y) = (− 3, π )
⎢ 205 ⎥ ⎢ 105 ⎥
r = ⎢10 ⋅(− 3) + ⎥ = 85 e s = ⎢ −10 ⋅ π + = 21 ∴ (r, s) = (85, 21)
⎣ 2 ⎦ ⎣ 2 ⎥⎦ 134
Representação geométrica de cada ponto apresentado no Exemplo 2:
a)
1
42
(1,1) ≡ (112,42)
(102,52) 1
112
b)
49
1/3 1
(−2, ) ≡ (82,49)
–2
3
c)
estudos, Goiânia, v. 41, n. 1, p. 128-139, jan./mar. 2014.
21 π
(− 3, π ) ≡ (85,21)
− 3
85
Considere C(t) = (r(t), s(t)), i = 1,2,..., p uma curva na tela ! n×m determinada por
n
uma curva C(t) = (x(t), y(t)) . Se x(t) e y(t) são contínuas em [a,b], então k ⋅ x(t) +
2
m
e −k ⋅ y(t) + também são, para qualquer inteiro k. Logo, pelo Teorema 2, existem
2
outras palavras, podemos gerar a curva C(t) através de uma variação finita para t,
mesmo ponto de tela, logo seria interessante escolher, adequadamente, seus valores
que não produza pontos repetidos, diminuindo, o que é chamado de tempo de
máquina ou custo computacional. O interessante seria, poder determinar os valores
de ti e ti , que produzem únicos pontos de tela de forma contínua, porém, isso não é
possível para toda função pelo fato da quantidade de ti e ti serem a mesma e, ainda, 136
seria necessário resolver equações envolvendo menor inteiro. Uma forma de produzir
1
vi e v j é, acrescentar uma fração do tipo , com λ inteiro e positivo. Ou seja,
λ
1
v1 = a e vi+1 = vi + com i = 1,2,..., λ (b − a) . De maneira análoga temos v1 = a e
λ
1
vi+1 = vi + com i = 1, 2,..., λ (b − a) .
λ
dispositivo com tela gráfica, a escolha de λ (e claro, de forma análoga, λ ) poderá ser
feita por:
de máximos e mínimos das funções x e y – observe que tmax e tmin podem ser
Essa escolha diminui o tempo computacional, mas as curvas que têm crescimento
muito rápido, poderá ficar comprometida na representação da sua continuidade,
principalmente, para valores pequenos de k. 137
iii) comprimento de curva
2 2
⎛ dx ⎞ ⎛ dy ⎞
comprimento de arco, ou seja, ds = ⎜ ⎟ + ⎜ ⎟ dt . Esse tipo de integral pode ser
⎝ dt ⎠ ⎝ dt ⎠
∫ ds
visto em (Stewart, 2011) e (Thomas, 2009). Assim, λ ⎢⎣ b − a ⎥⎦ = ∫ ds ⇒ λ = C .
C
⎢⎣ b − a ⎥⎦
Essa escolha, apesar de ter um custo computacional menor que os anteriores, tem boa
eficiência, apesar de não ser ideal, isto é, também poderá ter problema, dependendo
do comportamento das funções x(t) e y(t). Um outro fator ponderante é a exigência
da diferenciabilidade das curvas x(t) e y(t), e isso poderá limitar seu uso.
CONCLUSÃO