1º W de Psicolínguistica. Agira. UCM. 2023
1º W de Psicolínguistica. Agira. UCM. 2023
1º W de Psicolínguistica. Agira. UCM. 2023
Código: 708203219
Nampula
2023
Folha de Feedback
Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do Subtotal
máxima tutor
• Capa 0.5
• Índice 0.5
Aspectos • Introdução 0.5
Estrutura organizacionais • Discussão 0.5
• Conclusão 0.5
• Bibliografia 0.5
• Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
• Descrição dos 1.0
Introdução objectivos
• Metodologia adequada
ao objectivo do 2.0
trabalho
• Articulação e domínio
Conteúdo do discurso académico
(expressão escrita 2.0
cuidada, coerência /
Análise e discussão coesão textual)
• Revisão bibliográfica
nacional e
internacional relevante 2.0
na área de estudo
• Exploração dos dados 2.0
Conclusão • Contributos teóricos
práticos 2.0
• Paginação, tipo e
Aspectos Formatação tamanho de letra, 1.0
gerais parágrafo,
espaçamento entre
linhas
Referências Normas APA 6ª • Rigor e coerência das
Bibliográficas edição em citações citações/referências 4.0
e bibliografia bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
Índice
Introdução .............................................................................................................................................. 6
Conclusão ............................................................................................................................................ 17
O presente trabalho cingir-se-á sobre: Aquisição e Desenvolvimento da Linguagem. Com este tema,
a autora pautou os seguintes objectivos:
Objectivo Geral:
Objectivos Específicos:
Para a concretização deste objectivo, a autora recorreu a revisão bibliográfica de artigos que versam
sobre a matéria, neste caso o manual de Psicolinguística, que constituiu na leitura, analise e
interpretação das mesmas obras. No que concerne à estrutura do trabalho, este apresenta: uma
introdução, onde se fez uma breve visão dos conteúdos abordados no trabalho, objectivos da
pesquisa, desenvolvimento onde estão detalhados os principais conteúdo do trabalho propostos
pelo docente da cadeira, conclusão onde se fez a síntese do que se percebeu relativamente ao longo
do desenvolvimento do trabalho e finalmente termina com a sua respectiva bibliografia onde estão
listadas as obras consultadas e citadas no acto da elaboração do trabalho de pesquisa.
6
1. Aquisição e Desenvolvimento da Linguagem
A aquisição da linguagem é o processo pelo qual a criança aprende sua língua materna. A respeito
desse processo, há boas razões para afirmar que a aquisição da primeira língua é a maior façanha,
de um processo individual, que podemos realizar durante toda a vida. (Zanini, 1986).
A aquisição da linguagem é um processo que ocorre natural e espontaneamente, contudo, para que
esta capacidade se desenvolva a criança necessita de oportunidades de interação e meios
estimulantes para aprender a falar. Como refere Sim-Sim (2001) “A capacidade natural para
adquirir a linguagem não significa que o desenvolvimento da mesma não seja influenciado pelas
experiências de comunicação a que o aprendiz de falante é exposto. Meios mais estimulantes
proporcionam experiências de interacção mais ricas.” (p. 19).
O desenvolvimento da linguagem não depende somente das condições biológicas inatas de cada
indivíduo. A influência do meio no desenvolvimento da linguagem é um factor determinante para
o enriquecimento linguístico das crianças, porque sem tal influência, as aptidões genéticas para a
linguagem não seriam desenvolvidas.
7
O ambiente no qual a criança se desenvolve é fundamental pela quantidade de experiências e
contactos que proporcionam. De acordo com Gaspar (2004) “A criança é um ser social que se
desenvolve na interacção com os outros, nos seus diferentes contextos de desenvolvimento, e a
qualidade desses contextos é determinante para o seu desenvolvimento.” (p. 259).
Castro e Gomes (2000) referem que “Todas as crianças começam por balbuciar antes de falar,
produzem palavras isoladas antes de as combinar, usam a fala telegráfica antes de fazeres frases
gramaticais; mas umas crianças começam mais cedo do que outras, ou mais tarde, ou progridem
mais lentamente, ou mais rapidamente, ou avançam melhor num domínio e pior num outro…” (p.
60). Entre as fontes de variação temos as mais ligadas ao sujeito como o sexo, inteligência ou o
estilo de aprendizagem e as mais ligadas ao meio envolvente como a relação adulto-criança ou o
meio sociocultural. (Viana, 1996).
Relativamente às diferenças no uso e domínio da linguagem podem ser avançadas algumas causas:
“a valorização dada pela família às trocas verbais, a presença ou ausência de meios culturais mais
favorecidos, a maior ou menor proximidade entre a linguagem utilizada na escola e a utilizada no
meio familiar, a introdução precoce ou não da criança em determinadas condutas linguísticas.”
(Viana, 1993, p. 6).
O contexto familiar é visto como o principal fator socializador, uma vez que prepara e adapta a
criança às características e aos padrões que são aceitáveis na sociedade onde está integrada. Como
refere Schaffer (1996), as famílias “são grupos restritos e íntimos que facilitam às crianças a
aquisição de regras de comportamento consistentes; estão associadas a vários outros dispositivos
exteriores (outras famílias, o trabalho, o lazer, etc.) aos quais as crianças são gradualmente
apresentadas.” (p. 242).
Assim, é neste contexto que se iniciam diversos processos dos quais se destacam a interação com
o mundo, o desenvolvimento dos processos de comunicação e a aquisição linguística. Andrade
(2008) salienta que não devemos deixar de considerar o importante papel da família no
desenvolvimento da linguagem “sendo lícito depreender que há contextos familiares mais propícios
do que outros ao desenvolvimento linguístico, designadamente aqueles que criam mais situações
facilitadoras dessa aprendizagem.” (p. 38).
De acordo com a mesma autora, as crianças podem alcançar códigos linguísticos mais ou menos
elaborados, mais ou menos restritos devido a diversos fatores (clima familiar, relações conjugais,
idade, saúde, entre outros), do qual se destacam fundamentalmente o nível sociocultural e
académico dos adultos com quem está envolvida.
Portugal (1998) diz também que “as famílias diferem em várias dimensões, algumas das quais
particularmente significativas para o desenvolvimento da criança: atitudes parentais de
aceitação/rejeição, modo como o controlo e disciplina são exercidos, qualidade e quantidade de
estimulação cognitiva.” (p. 123).
a) Balbuciando
O estágio dos balbucios é marcado por uma variedade de sons que muitas vezes são usados em
alguma das línguas do mundo, embora muitas vezes não sejam a língua que a criança irá,
posteriormente, falar. O significado dessa observação não é claro. Alguns, como Allport (1924 in
Stillings, 1987), afirmam que os balbucios sinalizam o começo da habilidade de comunicação
linguística da criança.
Nesse estágio, os sons oferecem o repertório no qual a criança irá identificar os fonemas da sua
língua. Por outro lado, McNeil (1970 in Stilings, 1987) ressalta que a ordem que os sons aparecem
durante o período de balbucio é, geralmente, contrária àquela que eles aparecem nas primeiras
palavras da criança. Por exemplo, consoantes posteriores e vogais anteriores, como [k], [g] e [i],
aparecem cedo nos balbucios das crianças, mas tarde no seu desenvolvimento fonológico.
b) Primeiras palavras
Segundo Stillings (1987), o primeiro estágio verdadeiramente linguístico da criança parece ser o
estágio de uma palavra. Nesse estágio, que aparece a poucos meses delas completarem um ano, as
crianças produzem suas primeiras palavras. Durante esse estágio, as suas falas se limitam a uma
palavra, que são pronunciadas de maneira um pouco diferente da dos adultos.
Muitos factores contribuem para essa pronúncia não usual: alguns sons parecem estar fora da escala
auditiva das crianças, por dependerem da maturação de alguns nervos. Sons que são difíceis para
a criança detectar, tornam-se difíceis para elas aprenderem. Além disso, alguns sons parecem ter
uma articulação difícil para as crianças. Por exemplo, é comum ver crianças que possuem
desenvolvimento linguístico adiantado mas não conseguem pronunciar o [r]. Algumas vezes, sons
fáceis podem se tornar difíceis na presença de outros sons. Por exemplo, crianças no estágio de
uma palavra frequentemente omitem o som das consoantes finais.
Crianças nessa fase, além de pronunciar as palavras de maneira diferente também querem dizer
coisas diferentes com elas. Muitos pesquisadores perceberam que as crianças parecem expressar
significados complexos com suas expressões curtas. É como se suas sentenças de uma palavra
10
representassem um pensamento completo. Esse uso da linguagem indica que o desenvolvimento
conceitual da criança tende a ultrapassar seu desenvolvimento linguístico nos primeiros estágios
da aquisição. Nós devemos traçar essa conclusão com cuidado, no entanto, já que julgamentos
sobre o que as crianças querem disser nos seus primeiros estágios de desenvolvimento são difíceis
de fazer.
Acessando essa e outras propriedades do sistema semântico da criança, nós temos que considerar
a questão da natureza do significado. Em particular, é importante esclarecer que tipo de
conhecimento a criança deve dominar durante o processo de aquisição de linguagem.
A distinção de Frege (Stillings, 1987) entre sentido e referência é relevante; nós podemos explorar
como as crianças formam e organizam conceitos e como elas aprendem a referenciá-los. Clark
(1973 in Stillings, 1987) e Anglin (1977 in Stillings, 1987) mostraram que as primeiras referências
das crianças partem sistematicamente em duas direções particularmente opostas daquelas da
comunidade falante dos adultos.
A explicação de Clark (1973 in Stillings, 1987) para a aquisição semântica envolve, crucialmente,
a hipótese de que as crianças aprendem o significado de uma palavra através da união de várias
características semânticas que coletivamente constituem o conceito expresso pelo termo. De fato,
essa hipótese sobre o desenvolvimento léxico vê a criança reunindo um banco de dados onde as
características semânticas primitivas são associadas em grupo a um item lexical. Se uma criança,
erradamente, associa muitas ou poucas características a um termo, o conceito resultante estará
excessivamente generalizado ou excessivamente restrito, respectivamente, a superextensão e
subextensão.
Dessa forma, mesmo que a primeira hipótese sobre aquisição de linguagem seja de que a criança
simplesmente adquire sons e significados, a investigação das primeiras palavras da criança indica
11
que o conhecimento adquirido por aquelas de um ano de idade toma a forma de um sistema rico de
regras e representações. Como esses sistemas abstratos foram deduzidas, principalmente, através
das experiências das crianças na comunidade linguística, as diferenças entre a gramática da criança
e a do adulto são compreensíveis.
A aquisição da linguagem é uma das realizações mais notáveis dos primeiros anos de vida. Aos
cinco anos de idade, as crianças têm o domínio essencial do sistema de sons e da gramática de seu
idioma e adquiriram um vocabulário de milhares de palavras. (Zanini, 1986).
Os primeiros sons que os bebês produzem são gritinhos e ruídos que não se assemelham à fala. Os
principais marcos do desenvolvimento vocal anterior à fala são a produção de sílabas canônicas
(combinações adequadas de consoantes e vogais), que aparecem entre os seis e os 10 meses de
idade, rapidamente sucedidas por balbucios duplicados (repetições de sílabas).
Quando aparecem as primeiras palavras, são utilizados os mesmos sons, e as palavras contêm o
mesmo número de sons e de sílabas, que as sequências precedentes do balbucio.8 Um dos processos
que contribuem para o desenvolvimento fonológico inicial parece ser o esforço ativo dos bebês de
reproduzir os sons que escutam.
12
No balbucio, os bebês podem descobrir a correspondência entre o que fazem com seu aparelho
vocal e os sons resultantes. Por volta dos 18 meses de idade, as crianças parecem ter construído um
sistema mental para representar os sons de seu idioma e para produzi-los dentro das limitações de
suas capacidades de articulação. A esta altura, a produção de sons da fala pelas crianças torna-se
consistente nas diferentes palavras– em contraste com o período anterior, em que a forma de som
para cada palavra era uma entidade mental separada. Os processos subjacentes a este
desenvolvimento ainda não são suficientemente compreendidos.
Desenvolvimento léxico. Os bebês entendem as primeiras palavras já aos cinco meses de idade,
produzem as primeiras palavras entre 10 e 15 meses, atingem o marco de 50 palavras de
vocabulário produtivo por volta dos 18 meses, e o de 100 palavras entre 20 e 21 meses. Depois
disso, o desenvolvimento do vocabulário é tão rápido que se torna praticamente inviável rastrear
quantas palavras as crianças conhecem. O vocabulário de uma criança de aproximadamente seis
anos de idade foi estimado em 14 mil palavras. (Sim-Sim, 2001).
Desenvolvimento morfossintático. Por volta dos 24 meses de idade, a criança começa a reunir duas,
três ou mais palavras em frases curtas. As primeiras frases são combinações de palavras de
conteúdo, e frequentemente não incluem palavras com função gramatical, por exemplo, artigos e
preposições – nem terminações de palavras, por exemplo, marcadores de plural e de tempo. (Sim-
Sim, 2001).
Gradualmente, à medida que domina a gramática de seu idioma, a criança se torna capaz de
produzir enunciados cada vez mais extensos e gramaticais. De maneira geral, o desenvolvimento
de períodos complexos, isto é, com várias orações começa um pouco antes do segundo aniversário,
e está praticamente completo aos quatro anos de idade. Em geral, a compreensão precede a
produção.
13
1.4. Aprendizagem da Comunicação
Para Peaget (1990), uma boa comunicação gera confiança, fortalece vínculos, divulga a marca para
atingir novos públicos e agrega valor ao nome e à reputação da instituição. A comunicação escolar é
essencial para a troca de conhecimentos, promoção de melhorias e mudanças e desenvolvimento
social e pedagógico.
Essa linguagem possibilita ao homem representar a realidade física e social e, desde o momento
em que é aprendida, conserva um vínculo muito estreito com o pensamento. Possibilita não só a
representação e regulação do pensamento e da ação, próprios e alheios, mas também comunicar
idéias, pensamentos e intenções de diversas naturezas e, desse modo, influenciar o outro e
estabelecer relações interpessoais, anteriormente, inexistentes. Essas diversas dimensões da
linguagem não se excluem. Não é possível dizer algo a alguém sem ter o que dizer. E ter o que
dizer, por sua vez, só é possível a partir das representações construídas sobre o mundo.
O contexto é parte da representação mental que envolve uma gama muito grande de conhecimentos
e informações. São a nossa visão de mundo e a organização mental como situações estereotipadas
e sem ordenação que decidem se as condições necessárias à adequação dos atos de fala foram,
realmente, preenchidas ou não. Esses atos de fala referem-se a atitudes passadas ou futuras do
falante/ouvinte, pois funcionam como princípios através dos quais as atitudes são controladas e
comentadas ou podem até ser usados com o objetivo de fornecer informações sobre essas atitudes.
A linguagem humaniza o homem. Por meio dela, os seres humanos expressam sentimentos,
constroem pensamentos, interagem com o ambiente e com outros indivíduos. Dominar o código
linguístico é fundamental para a execução de tarefas rotineiras e para ter um bom aproveitamento
no mundo acadêmico e profissional. (Viana, 1996).
15
Por meio da linguagem depois que desenvolvemos esta habilidade. A memória, a
atenção e a percepção podem ter ganhos qualitativos com ela. Por exemplo,
memorizamos melhor quando fazemos associações de idéias. Ela também ajuda
na regulação do comportamento. Na infância, podemos observar o
desenvolvimento da linguagem como apoio à cognição a partir dos dois anos, em
média, principalmente por meio da forma como a criança brinca. (Sim-Sim, 1998).
16
Conclusão
Concluímos que, na realidade, a aquisição da linguagem é possível apesar das deficiências físicas
e psicológicas. Nem a incapacidade de ouvir, nem a de emitir sons vocais impedirão uma criança
de dominar um sistema linguístico.
17
Referências Bibliográficas
Castro, S. L., & Gomes, I., (2000). Dificuldades de aprendizagem da língua materna. Lisboa:
Universidade Aberta.
Gaspar, M., (2004). Educação parental e educação pré-escolar: Uma parceria a construir, um
projecto sócio-educativo a investir. Revista Portuguesa de Pedagogia, 38, 255-268.
Koch, I. G. V. (2009). Desvendando os segredos do texto. 6ª ed. São Paulo: Cortez, 2009.
Piaget, J., (1990). Seis estudos de Psicologia (10ª. ed.). Lisboa: Publicações Dom Quixote.
Portugal, G., (1998). Crianças, Famílias e Creches – uma abordagem ecológica da adaptação do
bebé à creche. Porto: Porto Editora.
Sim-Sim, I., (1995). Desenvolver a linguagem, aprender a língua. In A. Dias de Carvalho (Org.).
Novas Metodologias em Educação. Porto: Porto Editora.
Viana, F. L., (1996). Aquisição da Linguagem, sucesso escolar e formação de professores. Braga:
Universidade do Minho.
18