Linguistica Descritiva

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 14

Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Tema: Coesão Textual

Nome: Nádia Domingos Goodlaife Moisés


Código do Estudante: 708202600

Curso: Licenciatura em Ensino de Língua Portuguesa


Disciplina: Linguística Descritiva do Português III
Ano de Frequência: 4º Ano
Docente: Joaquim Maningue

Tete, Abril, 2023

i
Folha de Feedback
Classificação
Categorias Indicadores Padrões Pontuação Nota do
Subtotal
máxima tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao objecto 2.0
do trabalho
 Articulação e
domínio do discurso
Conteúdo académico
2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e
internacionais 2.
relevantes na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.0
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª
 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

ii
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________

iii
Indice
1 Introdução ........................................................................................................................... 5

1.1 Objectivo Geral............................................................................................................. 5

1.1.1 Objectivos Específicos ........................................................................................... 5

1.2 Metodologia .................................................................................................................. 5

2 Coesão textual ..................................................................................................................... 6

2.1 Conceito ....................................................................................................................... 6

2.2 Tipos de coesão ............................................................................................................ 6

2.2.1 Coesão frásica ........................................................................................................ 6

2.2.2 Coesão interfrásica ................................................................................................. 8

2.3 Tipos de conexões paratáticas ....................................................................................... 8

2.3.1 Tipos de listagem ................................................................................................... 9

2.3.2 Coesão temporal .................................................................................................. 11

2.3.3 Coesão referencial ............................................................................................... 11

2.3.4 Tipos de coesão referencial .................................................................................. 11

3 Conclusão ......................................................................................................................... 13

4 Referências bibliográficas ................................................................................................. 14

iv
1 Introdução

O presente trabalho pertence à cadeira de Linguística Descritiva do Português III e versa em torno
da coesão textual, focalizando-se em coesão frásica, coesão interfrásica, coesão temporal e coesão
referencial. Todos os processos de sequencialização que asseguram uma ligação linguística
significativa entre os elementos que ocorrem na superfície textual podem ser concebidos como
instrumentos de coesão textual.

Coesão textual é uma costura que liga as ideias de um texto por meio de preposições, conjunções,
advérbios e locuções adverbiais. Ela visa garantir a harmonia e a conexão lógica entre as frases, de
modo a estabelecer uma melhor compreensão por parte do leitor.

1.1 Objectivo Geral

 Compreender os conceitos de coesão frásica, coesão interfrásica, coesão temporal e coesão


referencial.

1.1.1 Objectivos Específicos


 Definir coesão textual;
 Mencionar os tipos de coesão textual;
 Relacionar os conceitos de coesão frásica, coesão interfrásica, coesão temporal e coesão
referencial com a textualidade.

1.2 Metodologia

Para que este estudo fosse factível, o presente trabalho assenta particularmente no método de
pesquisa bibliográfica, assim como a consulta a informação electrónica, e também alguns artigos
ligados a Didáctica Descritiva do Português III, e finalmente o dialogo com alguns professores que
de alguma forma são possuidores de algum conhecimento credível do tema em estudo.

5
2 Coesão textual

2.1 Conceito de coesão textual

Segundo Koch (2005), a coesão textual “diz respeito a todos processos de sequencializaçao que
asseguram (ou tornam recuperável) uma ligação linguística significativa entre os elementos que
ocorrem na superfície textual” (p. 18, 19).

“Textualida é um conjunto de propriedades que fazem com que um texto seja texto” (Favero, sd,
p. 101).

Assim sendo, coesão textual é uma costura que liga as ideias de um texto por meio de preposições,
conjunções, advérbios e locuções adverbiais. Ela visa garantir a harmonia e a conexão lógica entre
as frases, de modo a estabelecer uma melhor compreensão por parte do leitor.

Haliday e Hansan (1976), afirmam que a coesão textual “ocorre quando a interpretação de algum
elemento no discurso é dependente da de outro, um pressupõe o outro, no sentido de que não se
pode ser efectivamente decodificado a não ser por recurso ao outro” (p. 4).

A coesão textual se utiliza de certos mecanismos para realizar suas relações de sentido, as quais
podem ser anáfora, catáfora, oposição ou contraste, finalidade ou meta, consequência, localização
temporal, explicação ou justificativa, adição de argumentos ou ideias. Dai que se pode entender,
portanto, que a coesão se dá tanto no nível lexical quanto no gramatical sendo o nível que mais
importa para esta pesquisa.

2.2 Tipos de coesão

Mira (1983), “apresenta a coesão como podendo ser gramatical e lexical. A gramatical pode ser
frásica, interfrásica (junção), temporal e referencial” (p. 45).
Dai pode-se perceber que existem os seguintes tipos de coesão: Coesão frásica, Coesão interfrásica,
Coesão temporal e Coesão referencial.
2.2.1 Coesão frásica
Refere-se aos processos que servem para ligar as frases/orações, os períodos e os parágrafos de um
texto.

6
A coesão frásica designa os mecanismos linguísticos que conferem unidade aos vários elementos
que constituem a frase. Esses mecanismos são os seguintes:

 Ordem das palavras na frase (ordem directa: Sujeito+Verbo+Complento/Modificadores).

Por exemplo: A Jovita irritou os pais.

 Concordância em género e número (entre o núcleo nominal e adjectivos, determinantes,


quantificadores, modificadores).

Por exemplo: A Nina é uma menina simpática.

A Júlia e a Luísa são simpáticas.

 Interligação entre o predicado verbal e o sujeito e seus complementos; princípio de regência


verbal.

Por exemplo: O homem de quem eu preciso se chama João. (o verbo precisar rege preposição de.

Segundo Mateus (sd), a coesão frásica:

 Assegura uma ligação significativa entre sos elementos linguísticos a nível sintagmático e
oracional;
 Concordâncias nominais e verbais, ordem de palavras interna dos sintagmas, colocação dos
determinantes, quantificadores, adjectivos, pronomes, advérbios, preposições, etc (p. 98).

Para que se torne possível a sequenciação frástica, são necessários mecanismos que possibilitem a
manutenção do tema e o estabelecimento do semântico e pragmático.

Charolles (1986) destaca que o uso dos mecanismos coesivos tem por função facilitar a
interpretação do texto e a construção da coerência pelos usuários.

Por essa razão, seu uso inadequado pode dificultar a compreensão do texto: visto possuírem, por
convenção, funções bem específicas, eles não podem ser usados sem respeito a tais convenções
(KOCH, 2005, p. 77).

Esses mecanismos, segundo a listagem de Koch (2005) seriam, por exemplo:

7
a) Procedimento de manutenção temática, ou seja, para estimular a memória do enunciatário,
mantém o tema a partir do uso de um termo pertencente a um mesmo campo lexical em
dois momentos. Assim, fica possível continuar um tema.
b) Progressão temática, ou seja, a possibilidade de conectar o tema ao rema. Essa progressão
pode acontecer de várias formas, por exemplo, em progressão temática linear, progressão
temática com um tema constante, progressão com tema derivado, progressão pó
desenvolvimento de um rema subdividido e progressão com salto temático.
c) Encadeamento, responsável por estabelecer as relações semânticas entre orações,
enunciados e até mesmo sequências maiores do texto. Ela pode ocorrer por justaposição ou
conexão. No caso da conexão, são usados sinais de articulação que estabelecem, entre as
partes do texto, relações semânticas. Esses sinais de articulação seriam responsáveis por:
Relações lógico-semânticas (Tempo simultâneo, tempo contínuo ou progressivo); Relações
discursivas ou argumentativas (conjunção, disjunção argumentativa, explicação ou
justificativa, comprovação, conclusão, comparação, generalização/ extensão,
especificação/ exemplificação, contraste, e correção/ redefinição).

2.2.2 Coesão interfrásica


A coesão interfrásica é feita por meio de palavras que asseguram as conexões entre segmentos de
texto (constituintes, orações, frases, …) atribuindo-lhes um valor (aditivo, de condição, contrastivo,
entre outros).

 Os mecanismos da coesão interfrásica asseguram a organização das frases na superfície


textual.
 Dois tipos básicos de coesão interfrásica: parataxe e hipotaxe;
 As unidades podem ser conectadas em períodos simples ou períodos compostos;
 As unidades também podem ser unidas sindética ou assindeticamente.

2.3 Tipos de conexões paratáticas

A. Listagem, sequencialização e contraste

Listagem, confirmação, sequência temporal e contraste conexões com a conjunção copulativa


prototípica “e” listagem confirmação sequência temporal.

8
2.3.1 Tipos de listagem
As frases conectadas assindeticamente ou pela conjunção prototípica aditiva “e” são apresentadas
como elementos de uma lista

1. meramente ordenados= listagem enumerativa;

2. associados por nexos mais fortes= listagem aditiva , de entre os quais sobressaem

1. a semelhança de estatuto entre os membros conectados ou o

2. o relevo de um membro conectado relativamente aos outros.

Por exemplo: A Maria, o Paulo, Antónia e o Manuel são estudantes da Universidade Católica de
Moçambique.

a)Listagem aditiva

1. a semelhança de estatuto entre os membros conectados.

Ex: É sabido que a mudança assusta e é igualmente sabido que o medo tolda a reflexão e a razão.

2. o relevo de um membro conectado relativamente aos outros. ...

Ex: Matar fome de gato, implicava a morte do rato.

b)Listagem de confirmação

O segundo membro coordenado apresenta uma confirmação ou um reforço do que é apresentado


no primeiro.

Ex: A mãe garantiu-nos que os ia convencer e, efectivamente, conseguiu convencê-los. Eram


esperados muitos milhares de visitantes e, de facto, foram vendidas oitenta mil entradas.

c)Listagem de sequência temporal

O eixo da articulação entre as frases representa a relação entre os intervalos de tempo em que se
localizam as situações descritas, devendo a ordem linear dos membros conectados reproduzir a
ordenação temporal das situações descritas.

Ex: Cheguei, vi e venci;

9
Estudei, conclui os estudos e consegui emprego;

A cortina ergueu-se devagarinho e a criança loura espreitou.

d)Listagem de contraste

Apresenta-se as situações descrita que é contrária às expectativas.

Ex: A cantora é feia, mas tem uma boa voz. = Apesar da cantora ser feia tem uma boa voz;

A Maria trabalhou imenso na preparação do projecto mas não conseguiu o contrato. = Embora a
Maria tenha trabalhado imenso na preparação do projecto, não conseguiu o contrato.

B. Disjunção

As conexões disjuntivas admitem a conjunção disjuntiva prototípica ou e articulam frases


exprimindo conteúdos proposicionais alternativos. Estas conexões podem ser tanto exclusivas
(quando as possibilidades são incompatíveis) como inclusivas (quando ambas as possibilidades são
compatíveis).

 Conexão disjuntiva alternação compatível- Ex: Queres queijo ou preferes fruta?


 Alternação incompatível- Ex: Vamos ao teatro ou ficamos em casa a jogar xadrez?

C. Inferenciais

O conteúdo proposicional do segundo membro coordenado é inferível a partir do primeiro,


apresentado como razão ou motivo (interferências consequenciais e conclusivas) e Pertencem aqui
as conexões coordenativas, em que o primeiro membro coordenado apresenta a conclusão do
argumento, estando reservado ao segundo a expressão de uma premissa ou justificação.

Ex: Estava mau tempo e (por isso) decidimos ficar em casa;

O João está constipadíssimo e (portanto) não vem à festa.

Chegámos atrasados, pois está um trânsito infernal.

10
Figura 1:Quadro sinóptico das conexões paratáticas

2.3.2 Coesão temporal


 Assegura a correcta sequencialização e localização temporal dos enunciados
 A coesão temporal é assegurada através da utilização de:
certos tempos verbais
expressões adverbiais ou preposicionais de valore temporal

2.3.3 Coesão referencial


É a propriedade de qualquer texto em que se assinale, através da utilização de formas linguísticas
apropriadas, que os indivíduos designados por uma dada expressão são introduzidos pela primeira
vez no texto, já foram mencionados no discurso anterior, se situam no espaço físico perceptível
pelo locutor ou pelo alocutário, existem ou não como objectos únicos na memória destes.

2.3.4 Tipos de coesão referencial


1. coesão exofórica

coesão exofórica • a identificação do referente fora do texto verbal: “Bolas! Este é mesmo chato!”
–comentário acerca de um indivíduo com quem os participantes do diálogo acabaram de estar. “O
meu não funciona. Emprestas-me o teu?” (depois de verificar que o seu insqueiro não funciona, o
lcoutor pede ao alocutário que lhe empreste o dele).

11
coesão exofórica Quando o locutor considerar que o objecto de que pretende dar conhecimento ao
alocutário não tem uma identidade incontroversa no espaço conginito activado pelo texto, utiliza
expressões referenciais indefinidas. “Era uma vez um príncipe que tinha orelhas de burro. “ “Há
muito muitos anos, um jovem de boas famílias foi fzer uma viagem

2. Coesão endofórica

A coesão endofórica é dada pelas relações existentes entre os elementos textuais que constituiem
uma cadeia referencial.

Exemplos:

Ontem vi um homem e uma mulher. O homem trazia um chapéu preto e a mulher estava vestida
de branco. (referência anafórica);

Dá-me o dinheiro, que é meu. (referência catafórica).

12
3 Conclusão
Terminado o trabalho chegou-se a conclusão de que a coesão textual diz respeito a todos processos
de sequencializaçao que asseguram (ou tornam recuperável) uma ligação linguística significativa
entre os elementos que ocorrem na superfície textual. E que a textualida é um conjunto de
propriedades que fazem com que um texto seja texto. Portanto é uma costura que liga as ideias de
um texto por meio de preposições, conjunções, advérbios e locuções adverbiais. Ela visa garantir
a harmonia e a conexão lógica entre as frases, de modo a estabelecer uma melhor compreensão por
parte do leitor.

A coesão textual “ocorre quando a interpretação de algum elemento no discurso é dependente da


de outro, um pressupõe o outro, no sentido de que não se pode ser efectivamente decodificado a
não ser por recurso ao outro.

A coesão textual se utiliza de certos mecanismos para realizar suas relações de sentido, as quais
podem ser anáfora, catáfora, oposição ou contraste, finalidade ou meta, consequência, localização
temporal, explicação ou justificativa, adição de argumentos ou ideias. Dai que se pode entender,
portanto, que a coesão se dá tanto no nível lexical quanto no gramatical sendo o nível que mais
importa para esta pesquisa. A coesão como podendo ser gramatical e lexical. A gramatical pode
ser frásica, interfrásica (junção), temporal e referencial.

13
4 Referências bibliográficas

 Charolles, L. A. (1986). Linguistica Textual. O que é? Como se faz? Universidade Federal


de Pernambuco;
 Favero, L. L. (sd). Coesão e coerência textuais. Serie Principios. Brazil;
 Haliday, M. A. K. & Hansan, R. (1976). Coesão em Inglês. London Longman;
 KOCH, I. G. Vi. (2005). A coesão textual. 20ª . ed. Contexto, São Paulo. Brazil;
 Mira, M. H. etalii. (1983). Gramática da língua portuguesa. Cuimbra Almedina. Lisboa.
Portugal.

14

Você também pode gostar