Ansiedade

Fazer download em docx, pdf ou txt
Fazer download em docx, pdf ou txt
Você está na página 1de 16

Ansiedade

A ansiedade é uma emoção normal do ser humano, comum ao se enfrentar


algum problema no trabalho, antes de uma prova ou diante de decisões difíceis do dia a
dia. No entanto, a ansiedade excessiva pode se tornar uma doença, ou melhor, um
distúrbio de ansiedade. Pessoas que sofrem de distúrbios de ansiedade sentem uma
preocupação e medo extremos em situações simples da rotina, além de alguns sintomas
físicos, o que atrapalha suas actividades quotidianas, já que eles são difíceis de
controlar.
Por sorte, os distúrbios de ansiedade podem ser tratados. Vamos falar melhor
sobre eles: os tipos, causas, sintomas, diagnóstico, tratamentos e formas de conviver
melhor com o problema a seguir (1).

Relação entre medo e ansiedade


A ansiedade é algo muito próximo da preocupação. E preocupação nada mais é do que
um aspecto do medo, um temor de que as coisas não saiam como nós gostaríamos.
Todos esses componentes são necessários para a nossa evolução e sobrevivência; o que
não pode ocorrer é um exagero de qualquer um deles. O tempo prolongado de ansiedade
(a chamada ansiedade crónica) aumenta o nível de tensão e o estresse interno e pode
levar ao surgimento do medo específico ou até mesmo irreal

Instinto básico de fugir ou lutar


A ansiedade é, basicamente, uma resposta do corpo vinda do sistema nervoso
autónomo, que age independente do nosso pensamento racional, como um reflexo. Ele
tem a porção simpática, que tem reacções de resposta ao estrese, preparando o corpo
para fugir ou lutar em uma situação de perigo.
Isso ocorre com a liberação de adrenalina, que causa reacções como:

 Acelerar os batimentos cardíacos e contrair os vasos sanguíneos, para levar o


sangue mais rapidamente
 Dilatar os brônquios, para aumentar a respiração e o consumo de oxigénio
 Diminuir a motilidade do intestino, para guardar energia para outras acções
 Dilatar as pupilas, para melhorar a visão mesmo em pouca luz
 Aumentar a liberação da glicose no sangue, para dar mais energia às células.

A liberação do cortisol também ocorre neste processo, o que traz alguns outros
impactos ao corpo, como aumento da gordura corporal, inibição do muco da parede
gástrica e trazendo fadiga ao cérebro (9).
Sintomas de Ansiedade

A ansiedade e seus transtornos podem causar sintomas tanto mentais quanto


físicos, que atrapalham o dia a dia de diversas formas.:

Sintomas psicológicos da ansiedade

 Constante tensão ou nervosismo


 Sensação de que algo ruim vai acontecer
 Problemas de concentração
 Medo constante
 Descontrole sobre os pensamentos, principalmente dificuldade em esquecer o
objecto de tensão
 Preocupação exagerada em comparação com a realidade
 Problemas para dormir
 Irritabilidade
 Agitação dos braços e pernas.

Sintomas físicos da ansiedade

 Dor ou aperto no peito e aumento das batidas do coração


 Respiração ofegante ou falta de ar
 Aumento do suor
 Tremores nas mãos ou outras partes do corpo
 Sensação de fraqueza ou cansaço
 Boca seca
 Mãos e pés frios ou suados
 Náusea
 Tensão muscular
 Dor de barriga ou diarreia.

Ataques de pânico
Os ataques de pânico são uma reacção comum aos transtornos de ansiedade,
principalmente na síndrome do pânico. Suas principais características são:

 Sensação de nervosismo e pânico incontroláveis


 Sensação de morte
 Aumento da respiração
 Aumento da frequência cardíaca
 Tonturas e vertigens
 Problemas gastrointestinais.

Em alguns casos, os sintomas físicos são tão intensos que podem ser confundidos
com doenças como infarto e outros eventos cardiovasculares.
Relação entre ansiedade e depressão
Muitas pessoas acreditam que ansiedade e depressão são quadros opostos como
muita gente acredita, eles inclusive têm sintomas muito semelhantes, como:

 Medos
 Insônia
 Insegurança
 Dificuldades de concentração
 Irritabilidade.

Percebendo isso, dá para notar que elas podem ocorrer juntas.


Um estudo, que ficou conhecido como Kendell, mostrou que diagnóstico de
depressão passa para a ansiedade em 2% dos casos, enquanto os casos de ansiedade se
tornam depressão em 24%.
Uma explicação para isso é que os pensamentos negativos que o ansioso têm sobre
si mesmo podem ser gatilhos para a depressão.
Além disso, grande parte das pessoas com transtornos de ansiedade evitam as
situações que podem desencadear sintomas e, com isso, passam a viver de forma muito
restrita, como não sair de casa sozinho, não participar de encontros e outros eventos
sociais, ficar preocupado com tudo e acabar não fazendo nada, e por aí vai. Quanto mais
a ansiedade abala a vida de uma pessoa, maior a chance de ela ficar deprimida.
Por fim, tanto a ansiedade quanto à depressão costumam estar ligadas a disfunção
de neurotransmissores chamado monoaminas, que englobam a serotonina.
Tipos de Ansiedade

Existem diversos tipos de distúrbios de ansiedade. Os mais comuns são:

Transtorno de ansiedade generalizada (TAG)


O transtorno de ansiedade generalizada (conhecido pela sigla TAG) ocorre
quando a ansiedade persiste por longos períodos de tempo e passa a interferir nas
atividades do dia a dia. O principal sintoma do quadro é a “preocupação excessiva ou
expectativa apreensiva”.

Síndrome do pânico
A síndrome do pânico é um tipo de transtorno de ansiedade no qual ocorrem
crises inesperadas de desespero e medo intenso de que algo ruim aconteça, mesmo que
não haja motivo algum para isso ou sinais de perigo iminente.
Quem sofre do síndrome do pânico sofre crises de medo agudo de modo
recorrente e inesperado. Além disso, as crises são seguidas de preocupação persistente
com a possibilidade de ter novos ataques e com as consequências desses ataques, seja
dificultando a rotina do dia a dia, seja por medo de perder o controle, enlouquecer ou ter
um ataque no coração.
Fobia social
Esse distúrbio é caracterizado pelo extremo desconforto e pavor com situações
sociais como ambientes novos, desconhecidos e cheios de pessoas estranhas; encontros
sociais; falar em público; e outras situações do tipo.
São pessoas que ficam apavoradas com a ideia de ir a uma festa ou a qualquer
outro evento social, pessoas que, de tanto medo que sentem, muitas vezes chegam ao
ponto de evitar todo e qualquer tipo de contato social. Esse comportamento é
característico de um distúrbio conhecido popularmente como fobia social, ou transtorno
da ansiedade social.

Fobias específicas
A fobia é um medo persistente e irracional de um determinado objeto, animal,
atividade ou situação que represente pouco ou nenhum perigo real, mas que, mesmo
assim, provoca ansiedade extrema. A fobia não segue uma lógica propriamente dita, e a
ansiedade nesses casos é incoerente com o perigo real que aquilo representa.
Existem diversos tipos, como:

 Claustrofobia - medo de lugares fechados


 Aracnofobia - medo de aranhas
 Agorafobia - medo de ficar sozinho em lugares amplos ou públicos
 Acrofobia - medo de altura
 Aicmofobia - medo de agulhas
 Catsaridafobia - medo de barata
 Coulrofobia - medo de palhaços.

Transtorno obsessivo compulsivo (TOC)


O transtorno obsessivo-compulsivo, conhecido popularmente pela sigla TOC, é
um distúrbio psiquiátrico de ansiedade. Sua principal característica é a presença de
crises recorrentes de pensamentos obsessivos, intrusivos e em alguns casos
comportamentos compulsivos e repetitivos.
Analogicamente falando, uma pessoa com TOC é como um disco riscado, que
repete sempre o mesmo ponto daquilo que está gravado. Pacientes com este transtorno
sofrem com imagens e pensamentos que os invadem insistentemente e, muitas vezes,
sem que consiga controlá-los ou bloqueá-los. Para essas pessoas, a única forma de
controlar esses pensamentos e aliviar ansiedade que eles provocam é por meio de rituais
repetitivos, que podem muitas vezes ocupar o dia inteiro e trazer consequências
negativas na vida social, profissional e pessoal.

Transtorno de estresse pós-traumático


O transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) pode ser definido como um
distúrbio da ansiedade caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas físicos,
psíquicos e emocionais. Esse quadro ocorre devido à pessoa ter sido vítima ou
testemunha de atos violentos ou de situações traumáticas que representaram ameaça à
sua vida ou à vida de terceiros. Quando ele se recorda do fato, revive o episódio como
se estivesse ocorrendo naquele momento e com a mesma sensação de dor e sofrimento
vivido na primeira vez. Essa recordação, conhecida como revivescência, desencadeia
alterações neurofisiológicas e mentais.
Ansiedade noturna
A ansiedade noturna está relacionada à privação de sono, reduzindo a qualidade
de vida de quem sofre com o problema. De acordo com informações da Associação de
Ansiedade e Depressão da América (ADAA), 50% dos adultos afirmam experienciar
maiores níveis do distúrbio emocional durante a noite.
Para muitas pessoas, a hora de dormir pode ser o único momento em que é
possível refletir sobre a rotina. Por conta disso, tendemos a pensar em preocupações e
antecipar o que devemos fazer no dia seguinte. Consequentemente, nossa mente entende
o momento de deitar-se na cama como um fator estressante, o que aumenta nossos
níveis de adrenalina no período noturno, e impossibilita o sono.
Causas

Não se sabe ao certo por que algumas pessoas são mais propensas à ansiedade
descontrolada do que outras. Alguns dos factores que podem estar envolvidos nisso são:

 Genética, ou seja, histórico familiar de transtornos de ansiedade


 Ambiente, por exemplo passar por algum evento traumático ou estressante
 Mentalidade ou modelo de pensamento, ou seja, a forma como a pessoa
estrutura seus pensamentos ou linhas de raciocínio e, consequentemente,
encara as situações do dia a dia
 Doenças físicas.

Entre as doenças físicas que podem estar relacionadas à ansiedade, encontramos:

 Problemas cardiovasculares, como as arritmias cardíacas


 Doenças hormonais, como hipertireoidismo ou o hiperadrenocorticismo
(aumento de atividade da glândula adrenal)
 Problemas respiratórios, como o DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica)
 Dores crônicas
 Abuso de drogas, álcool ou medicações como os benzodiazepínicos.

Até mesmo eventos como concussões, tumores cerebrais, excesso de cortisol pelo corpo
e infecções por bactérias chamadas estreptococos podem se assemelhar à ansiedade.
Por isso é importante buscar um psiquiatra para que ele pesquise se não há causas
físicas por trás de seu problema de ansiedade (2, 5).
Factores de risco

Algumas pessoas são mais propensas a terem distúrbios de ansiedade. Os principais


factores de risco são (1, 2):

 Eventos traumáticos na infância ou mesmo vida adulta


 Estresse relacionado a doenças físicas sérias
 Acúmulo de estresse
 Tipo de personalidade, já que algumas pessoas tem uma personalidade
naturalmente ansiosa, como os perfeccionistas e os controladores
 Abuso de substâncias, como álcool, cigarro e drogas ilícitas.
Tratamento de Ansiedade

Caso a ansiedade excessiva esteja relacionada a uma doença física, seu


tratamento adequado já trará alívio dos sintomas.

Controle a ansiedade

Caso a ansiedade excessiva esteja relacionada a uma doença física, seu


tratamento adequado já trará alívio dos sintomas.

Controle a ansiedade

No entanto, se o paciente sofre de algum transtornos de ansiedade, o tratamento


pode envolver diversas abordagens:
Algumas abordagens são mais recomendadas, como:

Psicoterapia
A terapia com um psicólogo pode ajudar o paciente a entender os fatores do dia
a dia que desencadeiam sua ansiedade, reduzir seus sintomas e trabalhar os eventos que
o levaram a desenvolver este problema.
Psicanálise freudiana: O autoconhecimento é a chave desse tipo de psicanálise,
baseada no pensamento de Freud. Ela foca o inconsciente e traz seus problemas para o
consciente. Normalmente o profissional não faz um direcionamento, deixando com que
a pessoa decida sobre o que quer falar. No caso da ansiedade, ela é interessante para
entender as raízes dos pensamentos ansiosos.
Psicanálise junguiana: Ela leva em consideração o inconsciente, o que é
reprimido e tratá-lo através de símbolos, imagens oníricas, usando os sonhos como
método de análise", diferencia a psicanalista Priscila. Também está mais ligada à busca
pelo autoconhecimento e a recuperação da própria essência, mas também pode tratar
depressão, ansiedade e encontrar a raiz desses problemas.
Psicanálise lacaniana: Nessa abordagem há associação livre de palavras e é
através da linguagem que chegamos ao núcleo do ser.
Gestalt: É considerada uma terapia holística, justamente por levar em conta o
todo das situações. Ela sempre examina o paciente as relações no que está em torno, o
foco é trabalhar a pessoa no ambiente onde ela está, mas fazer com que ela se afaste da
situação para ter a noção do todo. Essa análise é feita baseado na conversa, mas o
profissional vai direcionando o diálogo e fazendo perguntas, pedindo descrições do
papel de cada um nas situações e tecendo considerações.
Terapia cognitivo-comportamental: Mais conhecida como TCC, ela se foca
em problemas específicos e na melhor forma de saná-los. Seu principal foco está na
resolução de traumas, apesar de servir para outros tipos de problemas. Funciona bem
com fobias e com o tratamento do TOC (11).
Remédios para ansiedade
Diversos remédios podem ser usados para o tratamento da ansiedade, como:
Antidepressivos: o tratamento de escolha para os transtornos ansiosos é feito
com certos grupos de antidepressivos, especialmente os que têm uma boa atuação em
um neurotransmissor chamado serotonina. Eles são sugeridos para tratamento mais
prolongados em razão do baixo risco de dependência e pela facilidade em serem
retirados de forma lenta e gradual na fase final do tratamento.
Ansiolíticos: esses medicamentos agem de várias formas a depender do sistema
de neurotransmissão que atuam.

Os ansiolíticos tarja preta são usados na fase aguda da doença para alívio dos
sintomas físicos da ansiedade, agem no sistema chamado GABA - que reduzem a
hiperatividade cerebral a níveis adequados. Mas só funcionam com os sintomas, sem
melhorar a causa.
Antipsicóticos: alguns antipsicóticos, como a quetiapina, podem ser usados
como paliativos durante os períodos mais críticos dos quadros ansiosos. Entretanto, tal
como os ansiolíticos, eles apenas aliviam sintomas, não tratando a causa (3, 4).
Sintomas

Buscando ajuda médica

Como saber que minha ansiedade é um problema?


O ideal é procurar ajuda médica partir do momento em que o distúrbio de
ansiedade produz algum tipo de desprazer ou sofrimento, interferindo negativamente na
qualidade de vida. Muitas pessoas costumam ter dúvidas em relação à busca do
profissional, que pode ser um psicólogo ou um psiquiatra. Vale dizer que se forem
fatores do desenvolvimento da personalidade, traumas, crises a conduta mais adequada
é procurar uma psicoterapia. Já se os fatores causais tiverem origem biológica, a
chamada "ansiedade biológica", o psiquiatra deve ser procurado.
A preocupação excessiva com pequenos problemas, irritação, humor explosivo e
comportamento evitativo (a pessoa passa a evitar lugares cheios ou fechados, como
shoppings, aviões, elevadores, etc.) são sinais claros de um transtorno ansioso (4).
A sensação de que o cérebro não desliga e mudanças de hábitos do dia a dia
também são fatores importantes (3).
Sentir ansiedade é normal, mas quando ela passa a ser persistente e fora de seu
controle, é bom marcar uma consulta médica com um psiquiatra. Principalmente se há:

 Preocupação excessiva, a ponto de interferir no trabalho, relacionamentos e em


outras partes de sua vida
 Sintomas de depressão, de alcoolismo ou dependência química a drogas
 Pensamentos ou comportamentos suicidas.
Preocupações derivadas da ansiedade e seus transtornos não desaparecem por conta
própria – pelo contrário, elas só tendem a piorar. Por isso, tratamento e suporte médicos
são imprescindíveis. Procurar ajuda médica antes da ansiedade se tornar um problema
ainda maior também é crucial para evitar complicações (1, 2).
Diagnóstico e Exames

Especialistas que podem diagnosticar a ansiedade são:

 Clínico geral
 Psiquiatra
 Psicólogo.

Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo.


Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:

 Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram


 Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e
medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade
 Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.

O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:

 Quais são seus sintomas e o quão severos eles são?


 Como estes sintomas impactam no seu dia a dia?
 Você já teve um ataque de pânico?
 Você costuma evitar situações que te deixam ansioso?
 Seus sentimentos de ansiedade são ocasionais ou contínuos?
 Quando você começou a notar que estava muito ansioso?
 O que parece aumentar sua ansiedade?
 Você já passou por alguma experiência traumática?
 Você tem ou já teve outras condições de saúde física ou mental?
 Você usa algum medicamento?
 Você tem histórico familiar de ansiedade?

Também é importante levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela
mais importante. Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas
relevantes antes da consulta acabar. Para ansiedade, algumas perguntas básicas incluem:

 Qual é a causa mais provável para minha ansiedade?


 Existem outros fatores que podem estar piorando minha ansiedade?
 Eu preciso ver outro médico ou um psicólogo?
 Que tipo de terapia pode me ajudar?
 Medicamentos podem me ajudar?
 Posso fazer algum tipo de terapia complementar?
 Além do tratamento, o que posso fazer para ajudar a reduzir a ansiedade?

Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.
Diagnóstico de Ansiedade
O profissional começará investigando se há alguma causa física para sua ansiedade
excessiva. Enquanto isso, ele também terá uma conversa para fazer uma análise e
entender que condições podem estar levando você a ter essa ansiedade exagerada.
Existem alguns “marcadores biológicos” que também podem estar ligados à ansiedade,
como a dosagem de cortisol (um hormônio importante no estresse), alterações de
glicemia ou dos hormônios sexuais, entre outros.
Caso o médico não identifique causas físicas, ele pode comparar seus sintomas com o
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5) para entender qual é
seu quadro (2).
Exames

Para excluir a possibilidade de doenças físicas, podem ser pedidos exames como (4):
Exames de sangue; Exames da tireoide; Exame físico durante a consulta.
Medicamentos para Ansiedade

Os remédios mais usados para o tratamento de ansiedade são:

 Alenthus Xr
 Alprazolam
 Amplictil
 Ansitec
 Apraz
 Bromazepam
 Clonazepam
 Cloxazolam
 Diazepam
 Donaren
 Efexor XR
 Frisium
 Fluoxetina
 Frontal
 Hixizine
 Lexotan
 Lorax
 Lorazepam
 Mirtazapina
 Olcadil
 Paroxetina
 Pondera
 Risperidona
 Rivotril
 Sertralina

Somente um médico pode dizer qual o remédio mais indicado para o seu caso, bem
como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações
do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do remédio sem
consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito
maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.

Tratamentos naturais para a ansiedade


Pacientes já diagnosticados com um transtorno, como o transtorno de ansiedade
generalizada (TAG) ou a síndrome do pânico devem ter mudanças no seu estilo de vida
que podem agir como remédios também, reduzindo a ansiedade. O psiquiatra Leonardo
Maranhão indica algumas:
Controle da jornada de trabalho: "adultos até 50 anos não devem devem trabalhar
mais de 40 horas semanais e, acima dessa idade, é recomendado que a jornada seja
reduzida para cerca de 25 horas", explica o psiquiatra Maranhão.
Investir em momentos de lazer: Ter momentos que fujam do estresse, como passeios
no parque, interação com animais de estimação e viagens são importantes para ter mais
qualidade de vida e reduzir a ansiedade.
Prática de atividade física: de acordo com o psiquiatra, é preciso fazer um exercício
aeróbico pelo menos três vezes da semana para que haja efeito significativo na redução
da ansiedade. A psicóloga Adriana de Araújo ressalta o efeito relaxante dessas
atividades, principalmente ao mexerem com a respiração. "Dar um novo foco para o
corpo e a mente nos possibilita desenvolver novas formas de relaxamento e serenidade",
pondera a especialista.
Dieta mais natural: Incluir alimentos mais naturais, como frutas, verduras e cereais,
ajuda não só a reduzir o número de aditivos químicos no prato. Além disso, os
alimentos possuem nutrientes que podem atuar diretamente nos neurotransmissores do
cérebro, substâncias que podem desencadear o bem-estar ou a ansiedade.
Convivendo (prognóstico)

A maior parte das pessoas com ansiedade começa a se sentir melhor e retoma as
suas atividades depois de algumas semanas de tratamento. Por isso, é importante
procurar ajuda especializada na unidade de saúde mais próxima. O diagnóstico precoce
e preciso da ansiedade, com tratamento eficaz e acompanhamento por um prazo longo
são imprescindíveis para obter melhores resultados e menores prejuízos (1).
Complicações possíveis

Pessoas ansiosas há muito tempo e sem tratamento podem ter uma série de problemas
físicos como:

 Dificuldades de memória, devido à liberação excessiva de adrenalina e cortisol


 Hipertensão: também devido ao excesso de adrenalina, que ao aumento da
frequência cardíaca
 Diabetes: como a ansiedade vem do instinto de fugir ou lutar
 Gastrite nervosa: a ansiedade pode causar modificações no suco gástrico,
aumentando sua liberação, o que pode trazer sintomas semelhantes à gastrite
 Dores no corpo: com o impulso de fugir ou lutar, os músculos do corpo ficam
mais tensos, podendo intensificar dores nas costas, pernas e ombros, além de
pequenos tiques nervosos (6, 7, 8).
A ansiedade excessiva não tratada pode levar a outros problemas de saúde, como:

 Depressão
 Abuso de substâncias
 Insônia e outros distúrbios do sono
 Problemas digestivos
 Isolamento social
 Problemas nos estudos, trabalho e vida pessoal
 Suicídio.

Alimentos que reduzem a ansiedade


Frutas cítricas: a vitamina C, presente nas frutas cítricas, diminui a secreção de
cortisol, hormônio liberado pela glândula em resposta ao estresse
Leite, ovos e derivados magros: ótimas fontes de um tipo de aminoácido, o
triptofano, que alivia os sintomas de ansiedade.
Carboidratos: o nutriente eleva o nível de açúcar no sangue, dando energia,
bem-estar e disposição.
Banana: tem alto teor de triptofano qua a fruta carrega, ajudando na produção
de serotonina.
Carnes e peixes: eles são a melhor fonte natural de triptofano, aminoácido que
em conjunto com a vitamina B3 e o magnésio produzem serotonina. Além disso,
contêm outro aminoácido chamado taurina, que disponibilidade de um neurotransmissor
chamado GABA, que o organismo usa para controlar fisiologicamente a ansiedade.
Chocolate: é rico em flavonoides, um tipo de antioxidante que favorece a
produção de serotonina.
Espinafre: contém folato (ácido fólico), que é uma potente vitamina
antidepressiva natural, pois quando está em baixas concentrações no organismo também
diminui os níveis cerebrais de serotonina (14).
Prevenção

A ansiedade pode ser prevenida a partir de medidas de qualidade de vida (1):


Exercícios físicos diários; alimentação balanceada, equilibrada e de boa qualidade;
cuidar da qualidade do sono;técnicas de relaxamento;religiosidade;arte-terapia;lazer.
Referências

(1) Ministério da Saúde


Psiquiatra Pérsio Ribeiro Gomes de Deus (CRM-SP 31.656), diretor técnico de
saúde do Hospital Psiquiátrico da Água Funda (SP)
Psiquiatra Leonardo Maranhão (CRM-SP 102.366), especializado em
Dependência Química pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp)
Psiquiatra Hewdy Lobo (CRM-SP 114.681), especialista em Psiquiatria Forense,
terapeuta comportamental especializado no tratamento da Dependência Química.
Médico do ProMulher, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP e
diretor do Vida Mental Serviços Médicos
Clínico Geral Paulo Camiz (CRM-SP 116.103), do Hospital das Clínicas da
Universidade de São Paulo (FMUSP)
Gastroenterologista Leonardo Peixoto (CRM-RJ 780.553), especialista em
gastroenterologia pela Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG)
Endocrinologista Milena Caldato (CRM ), membro da Sociedade Brasileira de
Endocrinologia e Metabologia (SBEM)
Cirurgião geral Marcelo Katayama, instrutor de treinamento com foco em
desenvolvimento pessoal e diretor no Núcleo Ser
(10) Psicóloga Adriana de Araújo (CRP-SP 56.802)
(11) Psicóloga Priscila Gasparini, com especialização em neurologia e doutora pela
Universidade de São Paulo (USP)
(12) Psicóloga Jessye Cantini (CRM-RJ 40442)
(13) Psicanalista Mônica Mussolino, especialista da Clínica Médica Integrada de São
Paulo (CLIMISP) e doutoranda do Departamento de Psiquiatria e Psicologia Médica na
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
(14) Nutricionista Rosana Farah, membro da Associação Brasileira para o Estudo da
Obesidade
(15) Kendell RE, Zealley AK - Companion to Psychiatry Studies. Churchill
Linvingstone, Edinburgh, 1983

Você também pode gostar