Um Bebe para Andrew - Livro 2 (D - Bruna Barros
Um Bebe para Andrew - Livro 2 (D - Bruna Barros
Um Bebe para Andrew - Livro 2 (D - Bruna Barros
Boa leitura!
“O segredo de um relacionamento feliz não é o amor, muitos se
amam e separam. Muitos se amam e se destroem. O segredo é que cada um
possa ter sua individualidade, liberdade, sua independência. Você não deve
colocar sua felicidade nas mãos de alguém, mas sim compartilhar a alegria
de ter esse alguém em sua vida e ser feliz.”
Autor desconhecido.
Dedico essa obra à todas as mulheres que algum dia sofreram
abusos psicológicos, sexuais ou físicos.
Se você conhece alguma pessoa que passa ou já passou por
quaisquer tipos de abusos, ligue 180. Você pode vir a salvar uma vida.
25 de dezembro.
A cordo sobressaltada.
Mais um maldito sonho
com o mesmo homem, no mesmo lugar. Levo a mão ao peito, tentando
conter a respiração acelerada. Sempre fico desse jeito quando tenho um
desses pesadelos: um homem com rosto escondido por uma máscara, olhos
cristalinos e o gazebo. Nunca sei o que acontece depois. Não há
continuação. Só o que sei é que ele em nada tem a ver com Gustavo, o
homem por quem estou apaixonada.
O despertador traz-me de volta a realidade, indicando que meu
expediente está prestes a começar. Hoje, além de comemorarmos o Natal,
será anunciado o noivado de Nick e Laura e é meu primeiro dia como babá
oficial das crianças Delamont.
Sinto o famoso friozinho na barriga.
Odeio lidar com empregos novos, mesmo que eu já conheça os
meus chefes.
Dias atuais.
— Uau! Nem parece que fizemos tudo aquilo de tarde — diz, depois
de gozarmos pela segunda vez na noite. — Por isso que o Vitor não chega
aos seus pés. — Marla puxa-me para mais um beijo, porém me desvencilho.
Detesto essa mania de me fazer lembrar do seu noivo.
— Acho que já está ficando tarde. — Levanto do sofá e visto minha
cueca boxer. — Quer tomar um banho antes de sair?
— Credo, Andy! Podia ao menos me deixar passar a noite, já que
dispensei meu noivo para ficar com você. — Seus lábios formam um
biquinho, mostrando sua indignação.
— Você sabe as regras.
— E eu as detesto — ironiza. — Não podemos ultrapassar noites e
nem quartos.
— Seria íntimo demais.
— E por que não ser? — Marla aproxima-se de mim e desliza os
dedos pela tatuagem que trago no peito. — Eu poderia repensar sobre Vitor
e outras coisas...
— Sabe que seria impossível! — Afasto-me, vendo-a vestir seu
lingerie contra sua vontade.
— Engraçado que na empresa pode... — Sinto a amargura em cada
palavra.
Sei que ela merecia bem mais e sinto-me um canalha por agir dessa
forma, mas sempre fomos isso; nada mais. Eu jamais suportaria passar uma
noite inteira ao lado de uma mulher.
— Você nunca reclamou! — Jogo o vestido em sua direção.
Seus cabelos ondulados estão emaranhados num coque mal feito,
enquanto traços delicados contrastam com seu corpo esculpido pelos deuses
das academias. Marla e eu nos conhecemos desde novos. Fizemos
faculdade juntos e considero-a uma de minhas melhores amigas, porém,
nunca passamos disso: amigos com benefícios.
Seu silêncio, após deixar meu apartamento, me dá a certeza do
quanto ficou chateada. Marla sempre assumiu um temperamento difícil, por
causa do relacionamento que tinha com a mãe, e meio que piorou após o
falecimento do seu pai. Arthur e Marla Ferraz eram mais do que pai e filha.
Eles tinham um elo que começou depois que a mãe de Marla os deixou para
fugir com outro homem.
Desde então, Arthur havia se tornado o refúgio de Marla e, quando
ele faleceu há alguns anos, deixou um capital considerável e quebrou a
única parte afável que Marla ainda demonstrava, enquanto sua mãe jamais
voltou a procurá-la. Minha sócia e eu fomos transformados em cascas,
devido às escolhas dos nossos pais, e teremos isso sempre em comum. Isso
e a nossa empresa.
Hope torna a me fazer companhia, minando aos poucos o vazio que
habita todas as minhas noites. Carmem não mora aqui e não tenho ninguém,
além de minha cadela, Nick e meus sobrinhos. O silêncio é amargo, às
vezes, mesmo que eu tenha me acostumado a tê-lo ao redor. Acaricio o pelo
mesclado de Hope, vendo-a se enroscar entre minhas pernas.
— Seremos apenas nós dois, Hope. Sempre!
A verdade é que tem um motivo para eu nunca ter deixado nem
Marla e mulher alguma passar uma noite ao meu lado. Minhas relações
íntimas duram apenas horas e nunca adicionei minhas noites a elas,
contudo, não sou um fodido mulherengo que não quer se prender a
relacionamentos.
Não!
O problema é que ninguém em sã consciência permaneceria comigo
após passar uma noite comigo. Nos meus trinta e seis anos de idade, não é
normal um empresário bem-sucedido estar solteiro, contudo, ninguém
conseguiria dormir ao lado de um homem que, em todas as noites, acorda
suado, assustado e completamente atormentado por terríveis pesadelos.
Pesadelos dos quais vivenciei na pele quando criança. Jamais exporia
alguém a isso.
O único exposto foi Nick, e seu semblante horrorizado, após ouvir
meus gritos em meio ao sossego do próprio quarto, fez com que esse desejo
de viver sozinho se intensificasse. Sou um homem quebrado, fadado a
advogar famílias e empresas em troca de capital.
Solto uma lufada de ar.
Não foi pra isso que tirei a OAB. Meu maior sonho era ajudar
famílias, mas, após conhecer os Delamont, decidi que o melhor seria me
especializar em Direito Tributário, principalmente por causa do Delamont
Bank. A Ferraz e Collins veio depois, após Marla e eu idealizarmos a ideia
na faculdade, entre bebedeiras e sexo quente. Arthur Ferraz já era
conhecido nos fóruns, devido ao seu ótimo desempenho como advogado
trabalhista, e meio que seu nome associado ao meu se tornou um chamariz
para grandes empresas. Todos sabiam sobre o menino adotivo dos
Delamont, que havia acabado de se formar. Hoje, somos o maior conjunto
de advogados no Brasil, com sedes em vários Estados.
Contudo, desde que me distanciei de Duda, passei a trabalhar mais e
a priorizar antigos projetos. Algo que era apenas um desejo e que pretendo
colocar em prática em breve, com ou sem a ajuda de Marla. Só não posso
voltar a pensar em minha nova secretária. Seria errado de todas as formas,
ainda mais depois de tudo o que fui obrigado a passar em meio ao romance
conflituoso dela com o namorado, mas confesso que sentir seu perfume
nesta tarde, reacendeu memórias que pensei estarem lacradas a sete chaves.
Resolvo tomar um banho e Hope me segue até o quarto.
A água do chuveiro está gelada e parece ótima para acabar com a
ereção formada. Pensar no quanto ela estava gostosa naquele uniforme, e
nos seus lábios avermelhados, me faz bombeá-lo.
— Porra, Duda! — Largo meu pau endurecido. — Vai para porra!
Você não vai me foder a mente de novo!
Fecho os olhos, enquanto lavo os cabelos, e tudo no que consigo
pensar é na porra do momento que a vi morder os próprios lábios.
Caralho! Sou a porra de um fodido!
Abro os olhos, automaticamente, e encaro minha ereção novamente.
Eu preciso foder essa mulher! Senão, não sei o que será de mim.
— Que porra foder, Andrew! Você precisa é fazê-la se afastar. Isso!
Quem sabe assim ela não prefira voltar a trabalhar com Nick no banco?
Seria bem melhor — divago.
É isso! Eu poderia fazê-la me odiar a ponto de se demitir. Nem que
eu pague o dobro de sua indenização, mas preciso afastá-la da Ferraz e
Collins e de mim.
Fecho os olhos, levantando a cabeça, e deixo a água cobrir meu
rosto enquanto penso no quanto estou sendo egoísta, mesmo sendo o mais
sensato a fazer.
Capítulo 8
poucos.
F echo a porta e encaro-a, sentindo
o efeito do álcool sumir aos
A silhueta de Duda, vestida apenas com minha camisa, é a cena mais sexy
que já presenciei. A pele desnuda de suas coxas faz-me imaginar as
fantasias mais perversas e sinto meu pau apertar a boxer. Caralho! Meu
coração acelera à medida que caminho lentamente até ela. Seus cabelos são
um emaranhado no meio dos meus travesseiros e seus olhos queimam feito
brasa.
Quero perguntar se ela tem certeza do que pretendemos fazer, mas
confesso medo. Não a quero pensando demais. Não gostaria que o momento
terminasse, mas não posso ser hipócrita a ponto de não lhe dar alternativas,
com medo de arrependimentos posteriores.
Suas esmeraldas estão mais vibrantes quando ficamos frente a frente
e deslizo os dedos pela maçã do seu rosto. Sua pele queima sob meu
polegar direito.
— Está certa disso?
— Hmhum. — Sua voz é um fiapo e isso faz com que meu pau
pulse mais.
Desço os dedos pelo seu corpo, sentindo a maciez de minha camisa.
Ela ofega. Seus olhos, sempre sinuosos, estão praticamente cintilantes esta
noite; queimando em desejo.
— Abra as pernas! — Duda obedece, e meu membro vibra de tesão.
Ela está usando apenas uma lingerie rendada minúscula e está sem sutiã,
prova disso são seus mamilos, que apontam na minha direção. Tenho uma
urgência de anos, por isso, não demoro a deslizar os dedos pela sua perna
quente, escancarando-a para mim. — Acho que não precisaremos mais
disso — refiro-me à sua calcinha e ela confirma com a cabeça.
Retiro a peça íntima devagar, deixando-a completamente exposta.
Duda parece envergonhada ao tentar fechar as pernas, mas a abro
novamente, enquanto olho dentro dos seus olhos.
— Não precisa ter vergonha de mim. — Ela relaxa e volto a
observar sua boceta. Ela possui um triângulo de pelos claros, que
particularmente adoro, e consigo ver o quanto está encharcada. Tenho
vontade de cair de boca, mas prevejo que preciso ir com calma.
Começo pelos botões de sua camisa e abro-os um a um, descobrindo
seus seios. Meu pau endurece mais e quase dói pensar no quanto de tempo
esperei para tê-la em meus braços. Ela me ajuda, retirando sua camisa ao
meu bel-prazer.
Vibro com o pensamento de tomá-la por inteiro.
Resolvo começar pelos seus seios, que saltam suculentos como fruta
servida diretamente para mim em uma ansiedade que guardei por anos.
Alcanço o direito e belisco antes de mordiscá-lo, logo sugando o outro.
Seus mamilos são de um marrom claro e vejo-os enrijecer ainda mais,
quando os excito apenas com a mão e com os lábios. O sabor de sua pele é
doce e minha boca saliva querendo a cada instante mais do melhor que já
provou: ela.
Duda geme ainda mais e contrai o corpo, conforme aumento a
proposta, pressionando suas auréolas. Sinto sua virilha encaixar em uma das
minhas pernas, e a forma como esfrega sua boceta úmida em mim faz-me
acariciar seu clitóris com uma de minhas mãos.
— Por favor... — pede com sofreguidão e entendo que deseja algo
dentro dela. Deslizo dois dedos de uma vez em sua carne encharcada. —
Isso! — Ela rebola sob minha mão e quase sinto que vou explodir. Se ela
continuar me afetando assim, não conseguirei me conter e a festa terminará
antes de ter começado.
Abocanho novamente um dos seus seios e sugo-o como se minha
vida dependesse disso. Meu pau está quase escapando da cueca boxer, de
tão duro, e Duda parece perceber, pois sinto seu toque por cima do tecido.
Com movimentos circulares, lambuzo mais seu clitóris e logo trago os meus
dedos, provando-os diante dos seus olhos atentos.
O aroma que me alcança faz-me querer prová-la e desço para sua
entrada, sentindo uma ansiedade desesperada que eu sei que precisa ser
contida para que ela seja experimentada como merece. Como eu preciso.
Começo massageando seus lábios vaginais com a língua e introduzo
um dedo em sua carne esponjosa, sentindo sua umidade. Ela suplica,
ansiosa, mas eu quero que sejamos inesquecíveis. Quero assistir seu rosto
meigo, ao passo que pede para meter fundo.
Prendo meus cabelos com a ajuda de um elástico e volto a atenção
para o seu clitóris, minha língua abandonando-a apenas quando meus dedos
assumem e passam a massageá-lo. Intercalo as sensações e mordisco seu
clitóris, sentindo seu corpo contrair-se e sei que está prestes a gozar.
Imponho agilidade em meus movimentos, meus dedos levemente
curvados massageando seu interior, enquanto sua carne os aperta, seu
clitóris ainda mais rígido sob o meu polegar e meus olhos assistindo-a
quando a tensão máxima do prazer a alcança e ela se desfaz em mil
sensações embaixo de mim.
Nitidamente em êxtase, não a espero voltar ao normal e libero o meu
pênis. Seus olhos se arregalam perante a glande espessa, e sorrio, malicioso,
enquanto o bombeio algumas vezes.
— Quando eu começar, não vou parar, baby — anuncio. Há chamas
no lugar dos seus olhos. Ela parece fervilhar de desejo e compartilho desse
pensamento.
Após vestir uma camisinha, introduzo lentamente em sua entrada.
Duda é apertada e suas ondulações demoram aceitar o meu tamanho.
— Está tudo bem? — Seus olhos estão fechados e sua leve
inclinação de cabeça me dá a certeza de que está gostando. Suas unhas
cravam na minha pele, conforme me enterro mais, logo invertendo as
nossas posições e posso assisti-la cavalgar em mim, seus seios espremidos
contra o meu peito, enquanto seus beijos mais urgentes.
Sua entrega me faz perceber que está pronta para ter outro orgasmo,
por isso, procuro intensificar as estocadas.
Ela quica mais forte e aproveito para colocá-la de quatro. Levanto-a
pela cintura e coloco-a virada de costas, com a bunda empinada na minha
direção, o rosto apegado ao colchão, enquanto suas mãos agarram o lençol,
tentando conter os seus gemidos.
— Não se contenha... — consigo dizer em um só fôlego, querendo
ouvir todos os seus gemidos. E é o que garanto quando estoco em sua
boceta, que engole o meu pau vigorosamente. Sua bunda balança conforme
me lanço contra ela.
Dou alguns tapas e massageio seu ânus, na medida em que ela
parece perder o controle de si mesma. Insiro apenas a ponta do dedo, de
forma lenta e agonizante, tentando desbravar seu corpo e saber se ela
gostaria. Ela empina ainda mais forçando-o contra si e eu quase gozo com o
movimento.
Puta merda! Afundo-me mais até sentir uma espécie de parede ao
mesmo tempo que fodo literalmente seu ânus com o dedo.
— Prefere pau aqui? — percebo o quanto o meu dedo a está
excitando, mas não sei se ela iria além. Ela faz que sim com a cabeça,
parecendo envergonhada. — Fala para mim o que quer?
— Eu o quero aí... — corto-a, trazendo o seu corpo para perto de
mim, segurando seus seios. Digo no pé do seu ouvido:
— Pau, Duda. Onde você o quer? — exijo, rompendo todo
constrangimento. Quero-a despida aqui e agora.
— Eu quero seu pau em mim... — Dedilho exigindo, forçando-a.
Ela geme, rebolando.
Praticamente rosno, em satisfação.
Pergunto se ela já fez sexo anal, e ela sinaliza que sim. Ótimo! A
loira está pronta para retirar a boceta do meu membro, mas não deixo.
Quero saborear seu ânus.
Volto a penetrá-la enquanto meus dedos trabalham nele. Retiro o
meu pênis devagar, sentindo seus lábios vaginais inchados, mas não paro de
masturbá-la. Duda geme quando dedilho seu clitóris à medida que minha
língua prova seu ânus. Quero deixá-la molhada e bem relaxada para me
receber. Dá certo, porque sinto seu ponto sensível mais inchado e o atiço
fazendo movimentos circulares com meu polegar.
— Gostosa para um caralho! — sibilo conforme visto outra
camisinha. — Vai me deixar foder esse cuzinho? — questiono, ouvindo-a
dizer que sim.
Sorrio.
Quando sinto que meus dois dedos entram e saem rápido demais do
orifício, é tarde demais: introduzo meu pênis de uma só vez em seu buraco
delicioso. Ela grita de prazer e pergunto se há dor. Faz que não com a
cabeça e continuo. Duda gozou apenas uma vez e sei que precisa de mais,
por isso, pressiono sua boceta com meu polegar enquanto fodo-a por trás.
Ela está incansável e me surpreende ao pedir para ir mais rápido.
Caralho! Para uma menina meiga, ela fode, feito uma leoa.
Penetro mais fundo, sentindo que estou quase lá, mas quero
satisfazê-la primeiro. Intensifico a estocada à medida que meus testículos a
atingem e minhas estocadas mais profundas. O ritmo aumenta a pressão das
minhas veias e sinto que estou quase gozando, mas ela não para. Seu clitóris
torna-se um brinquedo entre meus dedos e seu corpo se contrai, conforme
não consigo me conter.
Jatos de sêmen explodem ao mesmo tempo que ela grita meu nome
diversas vezes antes de desfalecermos juntos.
— Isso foi bom! — fala com a aceleração nitidamente
descompassada, enquanto jogada em meio aos lençóis. Ofegante, sua pele
vermelha e a languidez tomando-lhe por inteira, deixando-a em meio a uma
sonolência gostosa de assistir.
— É uma honra! — respondo com sinceridade. Com certeza, me
sinto honrado por ter lhe proporcionado momentos de prazer.
Duda
Andrew
— Quer dizer que você transou com a mulher dos seus sonhos, pode
ser pai do filho que ela espera e ainda está na friendzone? Porra, Andrew,
você já foi melhor! — Nick gargalha e dá tapinhas nas minhas costas.
Estamos na casa dele, em seu escritório. Bebo num único gole o
Whisky que estava dentro do meu copo, simplesmente assentindo. Nikolas
enche-o, mais uma vez, e me encara parecendo certo de que a coisa está
pior do que aparenta.
— Cara, mas você tem certeza que é só amizade? De repente, ela
está confusa, não sei!
— O próprio babaca do seu ex-motorista falou isso na minha cara,
Nick. Se até ele enxergou essa porra, quem sou eu para discordar! — Dou
de ombros.
— Pensa pelo lado positivo...
— E você ainda acha que tem esse lado? — Acabo com mais um
copo de whisky e puxo a garrafa das mãos dele.
— Sempre tem — diz, enquanto encho o meu copo novamente. —
Laura e eu estivemos num casamento de mentiras e ela acabou me
perdoando pelas merdas que fiz. A Duda já gosta de você, só falta enxergar
o cara foda que é.
Encho o seu copo e bufo. Não é tão fácil assim.
— Você está falando como se eu fosse apaixonado.
— Hm... e você está o quê?
— Estou preocupado, Nick. Pode ser meu filho no meio dessa
merda toda! O cara parece dono dela. É abusivo, comanda ela e suas ações!
É muito para mim, quanto mais para um bebê.
— Você mais do que ninguém sabe o quanto é difícil. — Nick olha
dentro dos meus olhos e me serve outra bebida. — Acho que você precisa
ajudá-la de alguma forma, irmão.
— Eu sei. Mas não posso estar ao lado dela sempre. Ela se recusou a
morar comigo.
Ele arregala os olhos.
— Você? O cara avesso a dormir com mulheres, dizendo isso?
— E eu tinha escolha, irmão?
— Sempre há.
— E o que você quer que eu faça no meio dessa merda? O merda do
seu ex-motorista está convicto que eles ainda voltam.
— E você está puto com isso? — replica, enquanto reflito. Estou
bem irritado mesmo com esse fato e com a possibilidade desse bebê ser
dele. — Pois acho que sua ceninha no restaurante e hoje significa ciúmes.
— Não misture as coisas — respondo incerto. Será que realmente
estou com ciúmes?
— Você me disse que ela saiu bem nervosa na noite em que
transaram, correto? — Faço que sim com a cabeça. — E que no outro dia,
ela nem quis te escutar. — concordo novamente, servindo-me de mais
Whisky. — O que pretendia falar?
Pisco os olhos, atordoado.
— O que queria? — ele volta a perguntar. Solto uma lufada de ar.
Nick me conhece tão bem quanto Hope. Até melhor, na verdade. Nada
escapa aos olhos dele, nem dos ouvidos, pelo jeito.
— Eu queria tentar. — confesso pela primeira vez.
— Tentar…? — ele parece estar me avaliando. Nick é o único que
sabe sobre o meu passado e pesadelos noturnos.
— Tentar, de tentar, irmão. — rio, sem humor.
Silêncio. Ele sabe o quanto isso significaria para mim.
— Eu não sei você, Andrew, mas acho que isso seria mais do que
apenas um caso.
— Você quer dizer... — Apaixonado? Emendo mentalmente, à
medida que tenho seu olhar na minha direção. Desvio os olhos, sem
conseguir encará-lo.
Aquela noite ficou gravada na minha memória e confesso que todas
as vezes que estamos juntos, tenho vontade de abraçá-la e beijá-la mais uma
vez. Realmente não é como se fosse um caso qualquer. Tem sido incrível
estar ao lado dela nas sessões da obstetra, nesse último mês. Por incrível
que pareça, conversamos mais e nos entendemos melhor também. É bom tê-
la ao meu lado.
— Acho que você sabe que o Gustavo não está errado quanto à zona
da amizade. — Nick me traz de volta à realidade.
— E é isso o que sou para ela. — confesso, desapontado.
— Pode ser mais.... Toda paixão nasce de uma amizade, sabia? Veja
você e Marla... — ele ri.
— Sobre Marla e eu não é engraçado, Nick. Ela... — ele me corta:
— Ela te ama! Mas você também. Só que não da forma que ela quer.
— Nick se interrompe quando o meu telefone toca. Eu encaro a tela e
estranho quando noto que se trata de Duda. O telefone chama algumas
vezes, mas prefiro deixar que caia na caixa postal. — Não vai atender?
— Agora não.... Preciso lidar com minhas merdas, sozinho.
Meu copo esvazia outra vez.
— Acho que bebida não vai te ajudar!
— E nem você! — reclamo. — Seu babaca!
— Acho melhor você lidar com a sua paixão, mocinho.
— Já disse que não estou... — Sua sobrancelha levantada me faz
calar a boca.
— Você tá muito fodido!
Nesse momento, Laura entra no escritório, parecendo afoita. Não
perco as lágrimas descendo pelo seu rosto.
— O que houve, amor? — Meu amigo socorre a esposa, abraçando-
a.
A ruiva se desvencilha dos seus braços e seu olhar se depara com o
meu.
— Andrew, Duda está no hospital. — Levanto-me, rapidamente. —
Luce a ajudou. Parece que o Gustavo esteve no apartamento dela e a
empurrou. Ela estava sangrando. — Laura diz em meio às lágrimas, porém,
não penso em mais nada. Pego as chaves do carro, vendo-os me seguirem
até o hospital.
Se algo acontecer a Duda e a esse bebê, juro que mato esse filho da
puta! Nem que eu seja preso em seguida, mas juro que mato!
Capítulo 28
Duda
— Não!
— O quê? — questiono, e alguém diz algo que não consigo
compreender.
Estou mais uma vez na mansão de Nikolas, em meio ao mesmo baile
de máscaras, e um rapaz em especial volta a me chamar a atenção. Ele
corre em direção aos jardins e o sigo, como costumo fazer. Meu vestido é
longo e se torna difícil correr enquanto o seguro com as mãos.
— Ei, volte! Não fuja! — eu grito e, pela primeira vez, vejo o tom
dourado de seus cabelos, mesmo presos em um coque mal feito.
— Naaaão! — ouço mais um grito, só não faço ideia de onde ele
vem.
De repente, a mesma mulher, a qual vi uma vez, surge na minha
frente, e paro no mesmo lugar, ofegante. Ela abre um sorriso triste e diz
com uma voz masculina:
— Está determinada a fugir de mim?
— Sai daqui! — grito, acordando atordoada, tentando entender o
que está acontecendo.
— Não, mãe! Por favor!
Drew!
Levanto-me, atordoada.
— Por favor, mãe! Não faz isso comigo!
Ouço latidos.
Hope.
Escancaro a porta do meu quarto e vejo Hope forçando a de
Andrew.
Como sempre, ele está trancado.
— Não faz… — Drew grita, e não consigo conter as lágrimas.
Desfiro socos na porta.
— Drew! — choro. — Drew. Sou eu, seu passarinho! — Continuo
socando, conforme as lágrimas inundam meus olhos. — Andrew! — Sinto
ferir minha pele.
Ele gritando de um lado, eu gritando do outro e Hope latindo.
Permanecemos assim durante alguns segundos. Até estarmos, Hope
e eu, praticamente abraçadas no chão do corredor.
De repente, silêncio. Um silêncio que inunda o meu coração.
Capítulo 33
— Você falou sério quando disse que seria fácil. — Olhamos para
Hope, que parece bem acomodada dentro de uma espécie de hotelzinho
para cachorros. Ele fica do lado de trás do restaurante e é uma área
confortável tanto para os pet's quanto para seus donos.
— Minha filha tem pressão baixa e precisa se alimentar com
horários regrados. — explica. — Eu tive essa ideia quando foi necessário,
enquanto passeávamos com o nosso mascote pela rua.
— E eu adorei. — sou sincera.
— Que bom. — seu sorriso é complacente. — Vamos deixar Hope
com a cuidadora enquanto almoçamos.
Quando disse que iríamos almoçar, pensei que seria literalmente
isso. Só isso! Não imaginei que eu seria intimada a ajudá-lo. Nunca fui boa
na cozinha, ainda mais quando se trata de massas. Ajudo a picar os
temperos e os queijos enquanto ouço meu telefone apitar uma mensagem.
Procuro não olhar agora, uma vez que meus dedos estão quase colando um
no outro.
— Olha como se corta uma cebola, mocinha! — ele faz sua mágica
acontecer me deixando paralisada com o corte eficaz de sua faca, fazendo
todos os quadradinhos ficarem do mesmo tamanho. Gargalho, porque mal
consigo acertar os filetes de queijo.
Ironicamente, o cheiro do alho com a cebola, fritando, não me causa
enjoo, pelo contrário, quando o queijo é adicionado ao molho branco, o meu
estômago dá sinal que está vivo. Que a Carmen não me ouça, mas a comida
dele está me dando água na boca.
Passado um tempo, finalmente estamos almoçando e, em meio aos
meus elogios e gemidos, lembro-me do celular. Dou uma espiada breve e
noto que há várias mensagens e duas ligações perdidas na última hora de
Andrew.
(Eu) Está tudo bem, não se preocupe! Estaremos em casa em breve.
(Drew) Fiquei preocupado, mas ok. Já terminando aqui. ;)
Após almoçarmos, conversamos sobre coisas aleatórias, e Américo
aproveita para falar mais sobre seu ramo e que sempre amou cozinhar. Digo
o quanto sou inexperiente nesse quesito, e ele caçoa dizendo que ainda não
tinha percebido.
— Sério, você parecia um robozinho tentando depenar a cebola.
Mais um pouco não sobraria dedo, nem cebola para o molho. — ele ri.
Observo a hora e percebo que já se passou uma hora desde que
terminamos.
— Eu acho que já está na hora de voltar. — Levanto-me e sinto dor
quando seus dedos seguram minhas mãos. Havia esquecido das feridas que
fiz ontem à noite.
— Foi muito bom. Espero que tenha gostado.
— Eu amei, com certeza voltarei mais vezes. — Andamos até onde
Hope está.
— Podíamos fazer isso novamente. — Seus olhos brilham com a
possibilidade.
— Não vejo problema algum em nos encontrarmos outra vez. Mas
vai ser só isso. — Ele assente em entendimento.
— Promete que voltará? E traz ela também. — Ele aponta para
Hope, que parece feliz em me ver.
— Claro!
— Amigos? — insiste.
— Amigos. — respondo por fim. Caminho, lentamente, com Hope
me guiando, até que me lembro de algo. Tecnicamente, ainda não éramos
amigos quando me contou sobre sua filha.
— Américo? — chamo, vendo-o esticar o pescoço para poder me
ver em meio aos seus clientes. — Sobre sua filha, tudo ficará bem. — Ele
sorri, e eu faço o mesmo, porque, mesmo depois de achar impossível,
finalmente realizei um dos sonhos da minha lista.
Capítulo 34
Horas antes.
E houve
quem disse que eu
dormi? Dessa vez não
gritos de
madrugada, e aparentemente nem pesadelos, mas o semblante de Andrew
não saiu da minha mente. Ele parecia arrasado e, ao mesmo tempo,
preocupado. Eu não faço ideia do que tinha naquele bilhete, mas sei que
poderia ser qualquer coisa, menos boa.
— E ela deixou apenas isso, Carmen? Apenas um telefone de
contato?
— Sim, menina. Eu não falo inglês, então, só consegui anotar mal e
porcamente o telefone e ainda procurando o significado de cada número na
internet. — Bufo. Nem um nome, nem um recado, mas claro que Andrew
conhecia a mulher, senão, jamais ficaria no estado em que ficou ontem à
noite. — Acabou com o interrogatório? Posso voltar para a minha cozinha?
— Pode! — gargalho, vendo-a caminhar emburrada e resmungando
para seu lugar preferido no mundo.
Andrew saiu cedo, e olha que eu não dormi, mas também não o ouvi
sair. Já passou do horário do almoço e ele ainda não voltou para casa. Sei
que não foi trabalhar, porque liguei para o escritório há poucos minutos, e
uma menina chamada Tamara atendeu o telefone da presidência e disse que
ele ainda não havia chegado na empresa. Por isso, e depois do que Carmen
revelou, eu só tenho duas perguntas: Onde está Andrew e quem é Tamara?
A ansiedade e a preocupação não me deixaram ter um dia tranquilo.
Andrew não ligou e seu telefone não parou de cair na caixa postal. Liguei
para Laura, para saber se seu marido sabia de alguma coisa, e para a minha
surpresa, Nick também havia sumido durante o dia. Descobri, através da tal
de Tamara, que Drew não colocou os pés na empresa e que até Marla estava
preocupada. Quase respondi que ela não tinha o direito de estar, mas quem
sou eu para julgar?
Engulo mais um pedaço da torta do dia anterior na boca, quase
tendo um orgasmo ao sentir a cremosidade do recheio de chocolate.
Quando a porta da sala se abre no silêncio da noite, deposito meu
prato em cima da mesa e tento ajeitar meus cabelos emaranhados no topo da
cabeça. Ao encará-lo, corro em sua direção, pronta para discutir e revelar a
fúria que existe em mim por sumir durante o dia, mas o que vejo em seus
olhos faz meu coração se apertar. Andrew parece bem pior que eu. Sua
blusa social está fora da calça que está usando, seus cabelos desleixados e
seus olhos sem o brilho habitual. Eles suplicam, e sei exatamente do que
está precisando, porque já me vi nesse estado apavorado, diversas vezes.
Sem muito para pensar, me aconchego em seus braços e sou
recebida prontamente. Há vários sentimentos depositados que não sei o que
são, mas não faço menção de fugir. Sinto um carinho imenso por esse
homem e me dói vê-lo vulnerável. Permanecemos num silêncio absoluto, e
deixo suas lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Esse é um momento que eu
não gostaria de ser um passarinho. Preferia ser uma sanguessuga, apenas
para sorver sua dor.
Pela primeira vez, meu coração está despedaçado por outra pessoa,
além de mim, e é ainda pior.
— Me passe a sua dor. Eu aguento! — sussurro em meio às minhas
lágrimas e sinto-o me apertar mais. Eu já passei tantas situações difíceis,
que sei que aguentaria mais uma. Ele não diz nada e suas lágrimas parecem
ainda mais intensas. Sentindo-o ainda mais dilacerado, encaro-o de frente.
Seus olhos inchados e vermelhos me causam dor e não tenho outra reação
que não seja grudar nossas bocas em um beijo salgado, molhado e cheio de
sentimentos dolorosos, tentando fazê-lo esquecer.
Seus lábios são receptivos e exploram a minha boca com
sofreguidão, sua língua aveludada tem gosto de licor de menta e sua pele
exala o aroma de seu perfume adocicado. Desejo que sua mente suavize o
que quer que o esteja afligindo, fazendo-o pensar apenas em mim. Não
quero me importar com o que vier depois. Quero apenas o presente.
Pensando nisso, meus dedos desprendem os botões de sua blusa, um
de cada vez. Ele segura as minhas mãos e nos entreolhamos.
— Tem certeza disso? — questiona, surpreso, e sinalizo com a
cabeça.
Ele volta a me beijar e não perco seu sorriso triste e, ao mesmo
tempo, gentil, enquanto continuo desabotoando sua camisa. Finalmente,
livre dela, avisto a fênix majestosa que traz no peito e, pela primeira vez,
enxergo as feridas que Carmen comentou uma vez. Ouso querer tocá-las,
mas ele disfarça guiando minha mão até a sua boca, depositando-lhe um
beijo casto. Seu gesto faz com que um rastro de arrepios suba até a minha
nuca, e seus olhos, antes tristes, estão semicerrados agora. Acho que
consegui meu intuito de fazê-lo esquecer sua dor, porque duas mãos fortes
seguram o meu braço e me guiam até a poltrona, a qual estava sentada há
meio minuto.
Seu corpo, junto ao meu, causa uma ardência gostosa em minha
boceta, e a protuberância em sua calça me faz pensar em seu pênis grosso e
avantajado. Há urgência em nossas ações e ajudo-o a retirar sua calça jeans,
seguido pela minha blusa de alças. Ele olha para minha barriga e sorri.
— Você está ainda mais linda! — sorrio de volta, mesmo não
concordando, de fato. Meus seios estão doloridos, ultimamente, e meus
quadris, mais largos, enquanto estou longe da fase em que todas as vagas
preferenciais são minhas. Deixo-o retirar a parte de baixo que estou usando
e vejo-o me olhando de cima para baixo. — Daria para fazer uma pintura.
— ri puxando-me para mais perto.
Estou nua, sentindo seus dedos deslizarem pelo meu corpo, seus
lábios depositando beijos em meu pescoço, enquanto minha boceta
encharcada entrega meu desejo. Noto que tem receio de me tocar em meu
estado e franzo a testa quando vejo-o recuar.
— O que foi? — pergunto, ofendida, e ele se levanta, atordoado.
— Não podemos, esqueceu? — Me sinto fora de sintonia, sem
entender sua linha de raciocínio, e ele parece perceber, porque
complementa: — O deslocamento. — Aponta para a minha barriga, e
arregalo os olhos finalmente lembro-me do porquê de não podermos.
— Céus! — digo afoita, me levantando em seguida. Começo a
procurar por minhas roupas, mas ele me faz recuar.
— Se não se importar, gostaria de te ter assim essa noite. — Sua voz
sai entrecortada, cheia de segundas intenções, como sua boxer, que possui
um volume generoso.
— Meus hormônios, Drew. — ele ri. — Não tem graça! —
reclamo, ainda sentindo uma ardência gostosa entre minhas coxas.
Ele segura numa das minhas mãos e me puxa para mais perto. Nos
entreolhamos e, por poucos segundos, me vejo refletida no brilho dos seus
olhos. Sinto-me orgulhosa por saber que ele está de volta. Hope late, e
rimos ao constatar que não estamos sozinhos.
— Você ainda está comendo essa torta? — O loiro aponta para ela,
em cima da mesa, e dou de ombros.
— Você não quis.
— Já que não podemos continuar, penso em um jeito mais
interessante para essa torta. — Ele pega a torta de chocolate e me
encaminha até seu quarto. Hope fica do lado de fora, reclamando, conforme
continuo nua e excitada. Andrew desliza um dedo pela cobertura cremosa
da torta, leva-a à boca e diz com olhos maliciosos: — Bom, mas acho que
ficaria bem mais gostoso em você! — Ao dizer isso, seus dedos sujos
pairam sobre a aréola do meu mamilo direito. Ele esfrega a área,
lentamente. — Me deu vontade de prová-la agora. — Fecho os olhos ao
sentir o toque de sua língua aveludada. Ela faz sua mágica acontecer, e sinto
o tesão transbordar da minha boceta. Andrew desliza mais um pouco da
cobertura em mim e me faz deitar na sua cama. Sua boca encontra a minha,
e seu beijo é doce, com resquícios de chocolate. — E vou fodê-la com meus
dedos. Hoje você vai gozar, Maria Eduarda.
Fico excitada com a promessa, assistindo-o colocar-se ao meu lado.
Ele retira sua boxer e o tamanho do seu pau ainda me deixa surpresa.
Mesmo bêbada, no outro dia, ainda me lembro da sensação dele dentro de
mim.
A glande espessa me faz salivar e sinto que preciso prová-lo antes
de sentir seus dedos em minha boceta. Estou há muito, sem sexo, e acho
que os hormônios da gravidez parecem me incentivar a isso. Fico de
joelhos, com cuidado, e ele percebe o meu intuito.
— Nah, baby, eu quero te fo… — corto-o:
— Primeiro as damas. — digo animada com a possibilidade de
sugá-lo por inteiro.
— Então, vamos juntos! — Franzo o cenho, mas compreendo o seu
intuito quando inverte, propositalmente, o meu corpo contra o seu rosto,
enquanto tenho seu pau majestoso ao meu bel-prazer. Minha boceta se
contrai com a possibilidade de sua língua deslizando por ela, ao mesmo
tempo que imagino seu membro sendo engolido por mim. Mordo os lábios
com a possibilidade.
Solto um grito de prazer, quando seus dedos tocam em mim. Há
uma mistura de sexo e chocolate no ar, e noto que Andrew está lambuzando
a minha boceta com cobertura, fazendo meu corpo tensionar cada vez que
seus dedos encontram o meu clitóris.
Meus gemidos agitam seu pênis, que parece gostar deles, e, coberta
de desejo, deslizo a boca para sua glande quente. Arfa e diz meu nome,
conforme minha boca impulsiona seu membro para cima e para baixo com
a ajuda das minhas mãos. Geme alto e fala o quanto está gostando, por isso,
eu intensifico os movimentos enquanto sinto seus dedos brincarem com
meu clitóris e sua língua sugar todo vestígio de chocolate que há em mim.
Fecho os olhos quando ele encontra o ponto certo, com o roçar de
seus dentes, e grito seu nome diversas vezes antes de sentir jatos de sémen
em meu rosto e o ápice do prazer ao mesmo tempo.
E u imaginava
por problemas no
que
Andrew havia passado
ANDREW
P ago ao motorista do
uber e encontro Laura
na porta de sua casa.
Abraço-a, porque não tenho ideia a quem recorrer nesse momento. Ela
desliza os dedos pelos meus cabelos. Seu gesto me faz lembrar do meu pai e
sinto-me acolhida, como não acontecia há tempos.
— Que tal entrarmos? Nana deixou um bolo de cenoura enorme na
cozinha. — Sorrimos uma para a outra. Adoramos uma fofoca em meio aos
bolos de Nana.
Caminhamos juntas até a cozinha e me lembro da época em que eu
trabalhava na mansão. Era divertido e cansativo ao mesmo tempo.
— Duda, que maravilha ver você. — Damiana aparece no hall e
olha para a minha barriga. — Como vocês estão? Laura disse que o bebê
não é meu neto biológico, mas ficaria feliz de ser uma avó emprestada. —
Seus lábios se abrem em um sorriso amoroso, enrugando mais sua pele.
— Pois é, Andrew e eu estamos muito felizes — alimento a mentira
de Laura. Ainda não estou pronta para revelar mais sobre o bebê e um
possível pai abusivo.
— Damiana, nós estaremos na cozinha. — Laura informa, e a
mulher assente.
Sigo Laura, e o aroma das delícias de Nana alcançam as minhas
narinas. Após cumprimentar a cozinheira dos Delamont, sobramos apenas
nós duas. A ruiva serve dois pedaços avantajados de bolo para cada uma e
pergunta:
— Você tem certeza que ele estava beijando a menina? — Contei
para Laura, antes mesmo de vir para sua casa, o que tinha acontecido, e a
todo momento ela aparenta dúvidas.
— Eu vi com meus próprios olhos. — O bolo mal desce a garganta.
— Pensei que ele fosse diferente.
— Pois eu não acho que o Andrew seja assim. Deve ter alguma
explicação. Por que não conversa com ele? — Faço que não com a cabeça.
— E dizer o quê? Eu já passei por isso, Lau, e não preciso passar de
novo. Era por isso que eu não queria ficar com ele, desde o princípio.
— Você está se ouvindo? — Seu garfo espeta o bolo. — É óbvio
que tem medo. Eu só queria saber do quê. Me diz do que tem medo? — Ela
segura meu queixo e me faz encará-la.
— Não sei! Tenho medo de não ser suficiente novamente. Medo
dele fazer o mesmo que o Gustavo fez. Morro de receio de me apaixonar e
terminar me magoando. Já basta tudo o que sinto e senti pelo Gustavo todos
esses anos! — confesso, me referindo à dependência emocional que tenho
alimentado.
— Então é isso... — A voz de Andrew soa atrás de mim, e encaro
Laura, de olhos arregalados. Ao virar-me para ele, vejo dor em seus olhos.
Levanto-me, a fim de tentar explicar, mas ele se distancia de mim,
andando a passos largos até os jardins. Grito seu nome algumas vezes,
enquanto desvio de uma fileira de crisântemos, mas ele não é capaz de
parar.
— Andrew, me deixe explicar! Andrew. — grito, enquanto
caminhamos até o gazebo, assim como em meus sonhos. — Andrew? —
Sua silhueta embaça e percebo que é devido às lágrimas apontando em
meus olhos.
Ele parece nervoso também quando ficamos frente a frente.
— Me desculpe, Andrew. Não era o que eu queria dizer, mas você e
o Gustavo me assustam e… — Tento explicar, mas as palavras saem
emboladas, e ele anda de um lado para o outro, nervoso. O aroma das flores
é forte e enjoativo. — ele me corta:
— Por favor, para! — Sua mão está em riste na minha direção. —
Até quando me diz? Até quando pretende fugir? Mate-me agora, despedace
o meu coração quantas vezes precisar, mas jamais nos compare novamente.
— A emoção contorna o ambiente, e engulo em seco. — Você pode não me
amar, porém, em hipótese alguma, duvide do amor que sinto por você. Eu
nunca serei o vilão dessa história. — Ele respira devagar, e noto seus olhos
marejados.
— Juro que tentei ser seu amigo antes de qualquer coisa — continua
—, mas não posso permanecer ao seu lado, sem almejar um futuro. Seria
como cavar meu sepultamento dia após dia. Apenas não me deixe de fora
dos planos dela. — Seu rosto está embaçado devido às minhas lágrimas,
enquanto desce a mão para a minha barriga. Ele respira fundo, enquanto
outro nó começa a formar na minha garganta. Eu queria gritar. Pedi-lhe para
ficar, mas não posso, e ele sorri, amargamente. — Adeus, passarinho. — E
se vai deixando-me à mercê do aroma pesado dos crisântemos.
Não consegui voltar para a empresa no restante da semana,
tampouco tive notícias de Andrew, uma vez que retornei para o meu
apartamento mais cedo do que pensei, mas soube sobre seu projeto de
processos jurídicos gratuitos para pessoas com carência financeira. É
incrível como ele consegue ser generoso, mesmo depois de tudo. Suas
palavras ainda habitam na minha mente: “Mate-me agora, despedace o meu
coração quantas vezes precisar, mas jamais nos compare novamente.” É
triste saber que sou responsável por sua dor, mesmo não sendo o intuito.
Ninguém deveria ser responsável pela dor ou felicidade de outra pessoa e
penso que apenas o tempo seria capaz de curar nossas feridas.
— Que top esse pub, hein, mana. — Os olhos da Lê, correm à nossa
volta, e percebo sua empolgação com o lugar onde eu costumava frequentar
com minhas amigas. Minhas irmãs insistiram para que pudéssemos
aproveitar o fim da tarde de domingo, antes que voltassem para São Paulo
no dia seguinte, enquanto minha mãe ficou em casa, assistindo algum
seriado turco, para variar. — E só tem gatinho! — Ela pisca os olhos para
algo além de mim, e eu gargalho.
— Vá se acostumando. — Kika revira os olhos, enquanto responde
ao garçom. — Traz uma coca, por favor.
— Três — completo, observando Leandra fazer careta. O rapaz
anota nosso pedido e sai em seguida. Leandra estava doida para beber hoje,
mas minha mãe foi categórica no quesito responsabilidades com uma
grávida e uma menor de idade, referindo-se à Kika.
— Eu não sei que graça tem vir para um barzinho e não poder beber.
— Menos, Lê, era isso ou ficar em casa assistindo novela dramática.
— Kika emenda.
— Suas amigas virão mesmo? — Leandra interrompe a mais nova, e
digo que sim com a cabeça. Observo as horas e vejo que já estão atrasadas.
— Daqui a pouco estarão aqui. — respondo, e ela apenas assente.
— Nossa, que reinado é aquele ali? Meu Deus! Cada homem mais
gostoso que o outro. Acho que preciso vir mais vezes para o Rio.
— Só por cima do cadáver da mamãe, querida! — Kika ri, à medida
que o mesmo garçom volta com nossas bebidas. — Mas preciso concordar
com você. É cada um mais gostoso que o outro.
Curiosa, giro discretamente o corpo na poltrona, a fim de saber de
quem diabos estão falando e, quando meus olhos avistam Gustavo no meio
do pequeno grupo de rapazes, os dele automaticamente viram de encontro
aos meus. Viro-me para minhas irmãs novamente, mas seus olhos não estão
em mim.
Sinto o coração disparar, de repente, mas não de um jeito bom.
Acho que esqueci como respirar.
Minhas pernas tremem, conforme comprimo uma folha de
guardanapo nas mãos.
— Duda... — Sua voz soa imponente, mas com uma pontada de
arrogância. Minhas irmãs continuam olhando além de mim. Puxo o ar com
força e luto com todas as forças para finalmente virar em sua direção. Seu
sorriso malicioso não deixa seus lábios.
Percebo o quanto seus músculos estão maiores e seus cabelos mais
volumosos. Ele continua sendo um homem lindo, porém, não o enxergo
com os olhos de sempre. Eles não brilham como antes e não sinto a tensão
sexual que nos envolveu em todos os nossos encontros. Ao contrário de
mim, seu olhar é recheado de desejo.
Ele está em torno de um grupo de cinco homens, e preciso
concordar com minhas irmãs quando dizem que um é mais bonito que o
outro. Provavelmente, seus colegas de profissão.
— Oi, Gustavo.
— São suas irmãs? — pergunta com animosidade, mas conheço
suas intenções ardilosas. É nítido que está ganhando terreno.
— Quem é? — Lê é a primeira a cair em seu joguinho sujo.
— A irmã de vocês e eu somos íntimos. — Ele senta-se em nossa
mesa, seguido por dois colegas. — Esses são Otávio e John. — As meninas
se derretem, feito açúcar, e não tiro os olhos de Gustavo.
Não quero um escândalo perto de minhas irmãs, por isso, apenas
observo os movimentos dos rapazes.
— O que quer? — Preocupada, eu cochicho, e ele sorri com o
sorriso da vitória.
— Só conversar, amor. — Ele pega em minhas mãos, mas me afasto
de imediato. Ele analisa as minhas ações, contudo, não faz nada. — Serão
apenas alguns minutos, preciso explicar sobre aquele dia em que você caiu
e… — corto-o:
— Eu fui empurrada, Gustavo. — Tento compostura, mas sou
consumida pela irritação.
— Já sei! — Ele se levanta, enquanto continua olhando para mim.
— Que tal se formos todos para outro lugar e… — Seu sorriso é comedido,
mas malicioso. Observo minhas irmãs e noto seus sorrisinhos excitados sob
os olhares famintos dos rapazes. Viramos as presas e eles os predadores, e
Gustavo parece ciente desse fato ao estender sua mão em minha direção.
Respiro devagar e levanto, enfim. — Boa escolha, amor…, não se
preocupe, elas estarão seguras.
— Aonde vão? — Kika parece sair do transe de seu predador e nos
observa minuciosamente. Gustavo aperta meus dedos com um pouco mais
de força e sei que significa que preciso inventar alguma desculpa. — Forço
um sorriso, enquanto seguro meu aparelho de telefone.
— Temos pendências, irmã. Fique com a Lê e não desgrude dela.
Sairei com o Gustavo e voltaremos logo. — Ele suaviza o aperto, e percebo
que me saí bem na resposta. Por jamais conhecerem Gustavo e nunca terem
ouvido falar dele ou na minha terapia intensiva, elas não fazem ideia onde
estão enfiadas agora. Seguro o ar e digo para o meu ex: — Agora podemos
ir. — Ele me dá passagem, porém sou mais rápida em minhas ações quando
aponto para frente para fazê-lo seguir primeiro. Aproveito o momento para
enviar a minha localização para as meninas e Andrew, rezando para todos
os deuses que ele esteja acordado e que elas vejam a mensagem.
Capítulo 49
MARIA EDUARDA
Bruna Barros.
[1]
Entre!
[2]
Com licença!
[3]
Horrivel!
[4]
É frio e horrível
[5]
Claro, doutor, cuidarei disso.
[6]
Não surte, Duda! Não surte, Duda!
[7]
Ainda não, Nick, ainda não!
[8]
Absorvente de uso interno.
[9]
Absorvente íntimo.
[10]
Um guarda-sol de grande dimensão.
[11]
Um dia a casa cai.
[12]
Claro, senhorita.