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CONSÓRCIO INTERMUNICIPAL CAMINHOS DO TIBAGI

RESERVA – PR

PLANO DE CONTROLE AMBIENTAL


Aterro sanitário de Imbaú
Revisão 02

Janeiro/2020
Consórcio Caminhos do Tibagi
PCA - Plano de Controle Ambiental
Aterro sanitário de Imbaú

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 7
EMPREENDEDOR 8
EQUIPE TÉCNICA 9
1. MEMORIAL TÉCNICO 11
1.1. RESÍDUOS E VIDA ÚTIL 11
1.2. CONCEPÇÃO E JUSTIFICATIVA DO PROJETO 13
1.3. DESCRIÇÃO E ESPECIFICAÇÕES DO PROJETO 15
1.3.1. DISPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS 23
1.3.2. ACESSO E ISOLAMENTO DA ÁREA DO ATERRO SANITÁRIO 28
1.3.3. EMPRÉSTIMO DE MATERIAL PARA COBERTURA 32
1.3.4. SISTEMA DE DRENAGEM SUPERFICIAL 34
1.3.5. SISTEMA DE DRENAGEM DO CHORUME 37
1.3.6. PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS E MÉTODOS CONSTRUTIVOS DO SISTEMA DE TRATAMENTO
DO CHORUME 38
1.3.7. SISTEMA DE IMPERMEABILIZAÇÃO 45
1.3.8. ESTABILIDADE DE TALUDES 47
1.3.9. PROCEDIMENTO OPERACIONAL E MÉTODOS CONSTRUTIVOS DO SISTEMA DE DRENAGEM DE
GÁS 50
1.3.10. INSTALAÇÕES DE APOIO 59
1.3.10.1. Dimensionamento do sistema de tratamento do esgoto sanitário 59
1.3.10.1.1. Fossa séptica 61
1.3.10.2. Sumidouro 64
1.4. OPERAÇÃO DO ATERRO SANITÁRIO 69
1.4.1. EQUIPE DE TRABALHO E EQUIPAMENTOS 69
1.4.2. PLANO DE OPERAÇÃO DO ATERRO SANITÁRIO 77
1.5. USO FUTURO DA ÁREA DO ATERRO SANITÁRIO 81

2. PROGRAMAS AMBIENTAIS 83
3. ESTIMATIVA DE CUSTO 84
4. CRONOGRAMA 86
5. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA 92
6. REFERÊNCIAS 93
7. ANEXOS 95

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Aterro sanitário de Imbaú

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 – LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO. 17


FIGURA 2 – PLANTA COM A DISPOSIÇÃO GERAL DAS ESTRUTURAS DO ATERRO SANITÁRIO DE IMBAÚ. 20
FIGURA 3 – MAPA DAS ESTRUTURAS PREVISTAS PARA O EMPREENDIMENTO. 21
FIGURA 4 – FLUXOGRAMA DE FUNCIONAMENTO DO EMPREENDIMENTO. 22
FIGURA 5 – REPRESENTAÇÃO DAS CAMADAS E COTAS DO ATERRO SANITÁRIO. 23
FIGURA 6 – LEIRA DOS RESÍDUOS ORGÂNICOS EM FORMA TRAPEZOIDAL. 24
FIGURA 7 – VISTA GERAL DA ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL. 24
FIGURA 8 – INTERSECÇÃO ENTRE A PR-160 (A E B), SINALIZAÇÃO (C) E VIA SECUNDÁRIA DE ACESSO
(D). 29
FIGURA 9 - MAPA DE LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO E VIA DE ACESSO. 30
FIGURA 10 – PLANTA COM A DISPOSIÇÃO DA ÁREA DE DEPÓSITO DE MATERIAL EXCEDENTE. 34
FIGURA 11 – DRENAGEM PLUVIAL GERAL. 36
FIGURA 12 - DRENAGEM PLUVIAL NA CÉLULA DE RESÍDUOS. 36
FIGURA 13 - CORTE FRONTAL DA BACIA DE RETENÇÃO. 37
FIGURA 14 – DRENAGEM DAS CÉLULAS DE ATERRO. 38
FIGURA 15 - FLUXOGRAMA DE OPERAÇÃO DO SISTEMA DE TRATAMENTO DE CHORUME. 39
FIGURA 16 – PERFIL DA LAGOA AERADA E DA LAGOA ANAERÓBIA. 40
FIGURA 17 – PERFIL DA LAGOA FACULTATIVA. 41
FIGURA 18 – LOCALIZAÇÃO DO SISTEMA DE TRATAMENTO DE EFLUENTES. 45
FIGURA 19 – EXEMPLO DE IMPERMEABILIZAÇÃO DA CÉLULA COM MANTA PEAD. 46
FIGURA 20 - DRENO DE GÁS INTERLIGADO AO DRENO DE PERCOLADOS. 51
FIGURA 21 – EXEMPLO DE DRENOS DE LÍQUIDOS E GASES EM ATERRO SANITÁRIO. 52
FIGURA 22 – DETALHE DO QUEIMADOR DE GASES. 53
FIGURA 23 – VAZÃO DE METANO AO LONGO DE 30 ANOS DE DECOMPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS. 55
FIGURA 24 – PRODUÇÃO DE ENERGIA AO LONGO DE 30 ANOS DE DECOMPOSIÇÃO DOS RESÍDUOS. 55
FIGURA 25 - EXEMPLO DE UM MOTOR GERADOR A BIOGÁS QUE PODERÁ SER UTILIZADO NA PLANTA DO
ATERRO SANITÁRIO. 56
FIGURA 26 – FLUXOGRAMA DE OPERAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM DO BIOGÁS. 58
FIGURA 27 – LOCAIS DE INFILTRAÇÃO DO ESGOTO SANITÁRIO 67
FIGURA 28 – LOCAIS DE INFILTRAÇÃO DO ESGOTO SANITÁRIO. 68
FIGURA 29 – MODELO DE TANQUE DE DIESEL A SER INSTALADO NO EMPREENDIMENTO. 71
FIGURA 30 – LOCALIZAÇÃO DO TANQUE DE DIESEL. 72
FIGURA 31 – SAO COMERCIAL A SER IMPLANTADO NO EMPREENDIMENTO. 73
FIGURA 32 – PROJETO DO SAO COMERCIAL A SER IMPLANTADO NO EMPREENDIMENTO. 74
FIGURA 33 – FORMAS GEOMÉTRICAS E DIMENSÕES PARA SINALIZAÇÃO DE EMERGÊNCIA. 76
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FIGURA 34 - SINALIZAÇÃO COMPLEMENTAR E DE ALERTA. 76


FIGURA 35 – EXEMPLO DE DESCARGA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS. 77
FIGURA 36 – EXEMPLO DE ESPALHAMENTO DOS RESÍDUOS. 77
FIGURA 37 – EXEMPLO DE RECOBRIMENTO DIÁRIOS DOS RESÍDUOS. 78
FIGURA 38 – PLANTA BAIXA E PERFIL DA IMPLANTAÇÃO DAS CÉLULAS DE RSU. 80
FIGURA 39 – LOCALIZAÇÃO DAS ESTRUTURAS DO CANTEIRO DE OBRAS. 87
FIGURA 40 – CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DAS ESTRUTURAS ADMINISTRATIVAS. 89
FIGURA 41 - CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DAS ESTRUTURAS DE APOIO DE ACESSO AO
EMPREENDIMENTO. 89
FIGURA 42 – CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DAS ESTRUTURAS DE GALPÃO PARA OFICINA. 90
FIGURA 43 – CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DAS ESTRUTURAS DE GALPÕES DE APOIO. 90
FIGURA 44 – CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DAS PRIMEIRAS CÉLULAS DO ATERRO. 91
FIGURA 45 – CRONOGRAMA DE IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE TRATAMENTO DE EFLUENTES. 91

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - PROJEÇÃO DA ANÁLISE GRAVIMÉTRICA DOS RSU. 12


TABELA 2 – DISTÂNCIA PARA ACESSO ENTRE SEDE MUNICIPAL E LOCAL PREVISTO PARA O ATERRO
SANITÁRIO DE IMBAÚ. 16
TABELA 3 – VOLUMES DE CORTE E ATERRO POR CÉLULA DE DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS. 25
TABELA 4 – PROJEÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS GERADOS NOS MUNICÍPIOS CONSORCIADOS E PERCENTUAL
DE OCUPAÇÃO DO ATERRO EM 15 ANOS DE OPERAÇÃO. 26
TABELA 5 – DIMENSIONAMENTO DAS CÉLULAS DO ATERRO. 27
TABELA 6 – CAPACIDADE E VIDA ÚTIL DE CADA CÉLULA DO ATERRO. 28
TABELA 7 - VOLUMES DE CORTE E ATERRO POR CÉLULA DE DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS. 32
TABELA 8 - QUANTIDADE DE GEOMEMBRANA NECESSÁRIA PARA A IMPERMEABILIZAÇÃO DO ATERRO E ÁREA
DE COMPOSTAGEM. 47
TABELA 9 – POTENCIAL DE GERAÇÃO DE ENERGIA ATRAVÉS DO BIOGÁS. 57
TABELA 10 - CRONOGRAMA DA IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE APROVEITAMENTO DO BIOGÁS. 58
TABELA 11 – ESTRUTURAS DE APOIO. 59
TABELA 12 - CONTRIBUIÇÕES UNITÁRIAS DE ESGOTOS (C) E DE LODO FRESCO (LF). 60
TABELA 13 - RESULTADOS DA ESTIMATIVA DE GERAÇÃO DE ESGOTO SANITÁRIO NO ATERRO. 61
TABELA 14 - TEMPO DE DETENÇÃO PARA FOSSA SÉPTICA. 61
TABELA 15 - TAXA DE ACUMULAÇÃO DE LODO. 62
TABELA 16 - DIMENSIONAMENTO DO VOLUME DAS FOSSAS SÉPTICAS. 63
TABELA 17 - DIMENSIONAMENTO DAS FOSSAS SÉPTICAS. 63
TABELA 18 - CÁLCULO DA ÁREA DE INFILTRAÇÃO EM SUMIDOUROS. 65
TABELA 19 - DIMENSIONAMENTO DE SUMIDOUROS. 66
TABELA 20 – DESCRIÇÃO DOS INVESTIMENTOS PREVISTOS. 84

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Aterro sanitário de Imbaú

APRESENTAÇÃO

O presente Plano de Controle Ambiental (PCA) visa embasar o processo de


licenciamento ambiental para implantação do Aterro sanitário de Imbaú,
em planejamento no município de Imbaú pelo Consórcio Intermunicipal
Caminhos do Tibagi. O Consórcio Caminhos do Tibagi é uma associação
pública sem fins econômicos, criado no ano de 2012 com a finalidade de
propiciar o desenvolvimento político, econômico e social, sustentável e
integrado nos municípios integrantes. Com o projeto do aterro sanitário de
Imbaú, o Consórcio visa proporcionar o tratamento de resíduos orgânicos
e de construção civil, bem como dar destinação adequada aos resíduos
sólidos urbanos de sete municípios (Imbaú, Ortigueira, Reserva,
Tamarana, Telêmaco Borba e Ventania) de forma consorciada.

O PCA segue o termo de referência apresentado no anexo VIII da Portaria


IAP nº 260/2014, conforme solicitado na condicionante da Licença Prévia
nº 148660, expedida pelo IAP e válida até 30/09/2020.

O PCA é um instrumento do licenciamento ambiental para apresentar o


detalhamento das medidas que visam à preservação do meio ambiente
durante a operação do empreendimento.

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Aterro sanitário de Imbaú

EMPREENDEDOR

Consórcio Intermunicipal de Desenvolvimento


Razão social:
Regional Caminhos do Tibagi
Nome fantasia: Consórcio Caminhos do Tibagi
CNPJ: 17.058.641/0001-08
Inscrição estadual: Isento
Rua Generoso Marques, nº 1035, Centro, Reserva, PR.
Endereço:
CEP: 84.320-000.
Telefone/fax: (42) 3276-2623 / (42) 9909-9030
E-mail: caminhosdotibagi@hotmail.com
Representante legal: Ricardo Hornung (Presidente)
CPF: 033.527.109-02
Rua Marechal Floriano Peixoto, nº 616, Centro,
Endereço:
Reserva, PR.
Profissional para contato: Claudiomir Schneider (Secretário Executivo)
CPF: 646.097.669-49
Rodovia PR 239, km 01, s/n, Bairro Anta Magra,
Endereço:
Reserva, PR.
Telefone/fax: (42) 3276-2623
E-mail: caminhosdotibagi@hotmail.com

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Aterro sanitário de Imbaú

EQUIPE TÉCNICA

Razão social: Assessoria Técnica Ambiental Ltda.


Nome fantasia: Cia Ambiental
CNPJ: 05.688.216/0001-05
Inscrição Estadual: Isenta
Inscrição Municipal: 07.01.458.871-0
Registro do CREA-PR: 41043
Número do CTF IBAMA: 2997256
Rua Marechal José Bernardino Bormann, n° 821,
Endereço:
Curitiba, PR CEP: 80.730-350.
Telefone/fax: (41) 3336-0888
E-mail: ciaambiental@ciaambiental.com.br

Coordenação da elaboração do PCA


Pedro Luiz Fuentes Dias
Engenheiro florestal
Registro profissional: CREA-PR 18299/D
CTF IBAMA: 100593
ART nº: 20185647468
_____________________________

Elaboração do PCA
Ana Lúcia Twardowsky Ramalho do Vale
Engenheira química e de segurança do trabalho, especialista em gestão
dos recursos naturais
Registro profissional: CREA-PR 90865/D
CTF Ibama: 1889954
ART nº 20185649452

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Aterro sanitário de Imbaú

Clarissa Oliveira Dias


Engenheira ambiental
Registro profissional: CREA-PR 106422/D
CTF Ibama: 4892607
ART nº 20185648588 _____________________________

Equipe de apoio
Diandra Christine Vicente de Lima
Engenheira ambiental e de segurança do trabalho, especialista em perícia
e auditoria ambiental
(apoio na elaboração do PCA)

Jackson Goldbach
Geógrafo
(apoio no geoprocessamento)

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Consórcio Caminhos do Tibagi
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Aterro sanitário de Imbaú

1. MEMORIAL TÉCNICO

1.1. Resíduos e vida útil

O empreendimento irá operar em horário comercial (das 8h00 às 18h00),


e irá receber resíduos sólidos urbanos dos municípios de Imbaú,
Ortigueira, Reserva, Tamarana, Telêmaco Borba, Tibagi e Ventania.

O empreendimento em planejamento consiste em um aterro sanitário,


incluindo os seguintes sistemas:
 Tratamento de resíduos de construção civil (RCC);
 Compostagem de resíduos orgânicos (principalmente vegetal);
 Disposição em aterro sanitário de resíduos urbanos (caracterizados
como classe II, conforme NBR ABNT 10.004);
 Tratamento de efluentes (chorume);
 Geração de biogás e energia através da decomposição dos resíduos
em aterro.

O aterro sanitário terá capacidade total para receber cerca de 600.000


toneladas de resíduos a ser distribuídos em 10 células de aterro ao longo
de sua vida útil. As células de aterro sanitário foram projetadas com
capacidade para disposição de 100 a 120 toneladas por dia, aumentando
conforme crescimento populacional dos municípios ao longo dos anos de
operação do aterro. A unidade de compostagem terá capacidade para
tratamento de 15 a 20 toneladas por dia de resíduos orgânicos. Já a
estação de tratamento de resíduos da construção civil (RCC) foi projetada
com a capacidade de reciclagem de 120 toneladas por dia.

Com relação ao fluxo das cargas de resíduos por dia são previstos:

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Aterro sanitário de Imbaú

 Resíduos sólidos urbanos para aterramento: 13 cargas por dia em


caminhão transportador proveniente da coleta municipal e das
unidades de transbordo existentes nos municípios.
 Resíduos orgânicos: 07 cargas por dia em caminhões caçamba.
 Resíduos de construção civil: 10 cargas por dia.

Estima-se que os resíduos sólidos urbanos recebidos sejam compostos


majoritariamente pela fração não reciclável (cerca de 50% dos resíduos
gerados nos municípios) visto que a coleta seletiva e segregação dos
recicláveis deverá ser efetuada em centros de triagem em cada município.

Baseando-se na análise gravimétrica realizada em 2013 pelo município de


Tamarana, foi elaborada uma projeção da quantidade de resíduos sólidos
gerados e coletados diariamente na região do consórcio, conforme
apresentado na tabela 1.

Tabela 1 - Projeção da análise gravimétrica dos RSU.


Matéria
RSU Papel Plástico Metal Vidro Outros
Município orgânica
*(t/d) (21%) (10%) (2,81%) (1,19%) (16%)
(49%)

Imbaú 4,0 1,96 0,84 0,40 0,112 0,048 0,64

Ortigueira 8,0 3,92 1,68 0,80 0,225 0,095 1,28

Reserva 8,0 3,92 1,68 0,80 0,225 0,095 1,28

Tamarana 3,6 1,76 0,76 0,36 0,105 0,045 0,57

Telêmaco
65,0 31,85 13,65 6,50 1,82 0,78 10,40
Borba

Tibagi 9,0 4,41 1,89 0,9 0,25 0,11 1,44

Ventania 2,60 1,27 0,55 0,26 0,07 0,03 0,42

Total 100,2 49,09 21,05 10,02 2,807 1,203 16,03

*RSU – Resíduos Sólidos Urbanos.


Fonte: Tecnoplan, 2016.

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Aterro sanitário de Imbaú

Para o projeto, utilizou-se a massa específica média de 0,77 kg/m³ para o


material não compactado, e 1,2 ton/m³ para materiais segregados e
compactados.

1.2. Concepção e justificativa do projeto

O projeto do aterro sanitário de Imbaú tem como objetivo geral viabilizar


uma opção de destinação final dos resíduos sólidos domiciliares gerados
em sete municípios integrantes do Consórcio Intermunicipal Caminhos do
Tibagi (com parceria da empresa Klabin), mais próxima à fonte de
geração e seguindo princípios de desenvolvimento regional e sustentável,
pois hoje a maior parte destes municípios dispõe seus resíduos em lixões,
sem qualquer controle ambiental.

A solução consorciada para gestão de resíduos sólidos em pequenos


municípios vai ao encontro da Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS) e do Plano de Gestão Integrada e Associada de Resíduos Sólidos
Urbanos do Estado do Paraná – PEGIRSU (2013). Conforme a PNRS, a
atuação por meio de consórcio deve ser incentivada, pois proporciona a
elevação das escalas de aproveitamento e a redução dos custos
envolvidos. Da mesma forma, o PEGIRSU incentiva a criação de
consórcios e apresenta uma proposta de divisão do estado em regiões
para atuação de forma integrada na gestão de resíduos.

O projeto de aterro sanitário consorciado faz parte do Plano Intermunicipal


de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PIGIRS) dos municípios,
elaborado em 2015 (TECNOPLAN, 2015), que tem como objetivo atender
a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) e o Plano de Gestão
Integrada e Associada de Resíduos Sólidos Urbanos do Estado do Paraná –
PEGIRSU. O PIGIRS previu, além da elaboração do projeto de aterro
sanitário consorciado, a readequação dos Planos Municipais de Gestão de

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Aterro sanitário de Imbaú

Resíduos; o dimensionamento de sistema de coleta e destinação de


recicláveis; o desenvolvimento de programa de compostagem; a
elaboração de projetos de remediação e encerramento dos atuais aterros
e lixões municipais, e a elaboração de projetos para estações de
transbordo municipais a fim de otimizar o sistema logístico. Dessa forma,
o atual projeto se enquadra dentro de um contexto maior de
planejamento da gestão de resíduos dos municípios do Consórcio
Caminhos do Tibagi.

A concepção do empreendimento partiu de uma iniciativa conjunta do


Consórcio Caminhos do Tibagi e da empresa Klabin. A Klabin, empresa
produtora e exportadora de papéis fundada em 1899, inaugurou nova
fábrica de celulose no município de Ortigueira no ano de 2016 (Projeto
Puma). Como contrapartida deste empreendimento e seguindo o
compromisso da Klabin com o desenvolvimento sustentável da região, a
empresa financiou os projetos de engenharia e estudos para licenciamento
ambiental da implantação do novo aterro sanitário.

O projeto selecionado para o aterro sanitário de Imbaú contempla


diversas alternativas tecnológicas para o tratamento/destinação dos
resíduos. A compostagem foi escolhida como tecnologia para tratamento
dos resíduos orgânicos, por ser um processo simples, eficiente e viável
economicamente. Além disso, fornece como subproduto um composto
orgânico que pode ser comercializado como adubo orgânico.

Para tratamento dos resíduos da construção civil será implantada uma


estação de tratamento de resíduos da construção civil que possui como
objetivo deixar todo material homogêneo (com a mesma granulometria)
para venda a empresas que fabricam manilhas, pavers, palanques, etc.

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Aterro sanitário de Imbaú

É importante considerar que nem todos os resíduos são passíveis de


tratamento, sendo caracterizados como rejeitos, cuja disposição final
adequada remete sempre aos aterros sanitários. Dessa forma, a planta do
empreendimento também contempla células de aterro sanitário para
disposição destes resíduos.

Será também implantado no aterro um sistema de captação de gases e


geração de energia elétrica, sistema de tratamento de efluentes e sistema
de drenagem de chorume e gases.

Todos estes sistemas e estruturas que serão implantados no aterro


sanitário de Imbaú visam reduzir impactos ao meio ambiente e
contribuem para tornar a operação do aterro sanitário mais eficiente e
segura.

1.3. Descrição e especificações do projeto

A área selecionada para a implantação do aterro sanitário de Imbaú


localiza-se em área rural do município de Imbaú, na margem direita da
PR-160 no sentido Imbaú-Telêmaco Borba, com acesso por estrada rural
secundária, situada aproximadamente no km 2281 da PR-160 com
coordenadas: SIRGAS 2000 - 22 J 530535,85 m E 7301597.59 m S ou
24°23'55.34"S 50°41'55.87”O, distante aproximadamente 2,3 km da
rodovia.

1
Informação estimada obtida a partir do Sistema Rodoviário Estadual – 2017 (DER-PR,
2017), considerando o trecho 160S0370EPR entre Entr. Rod. Municipal
(P/Ortigueira)(Não Pav.) até a Entr. BR-376 PR-082 (Plan.) (Imbaú)(A) - do km 225,61
ao 237,97, totalizando no trecho 12,36 km. Considerando que o acesso está pela rodovia
a aproximadamente 2,5 km do ponto de origem do trecho, chegou-se a estimativa do km
228 da PR-160.

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Aterro sanitário de Imbaú

A distância da área de implantação em relação a sede de cada município


do Consórcio é apresentada na tabela a seguir.

Tabela 2 – Distância para acesso entre sede municipal e local previsto para o
aterro sanitário de Imbaú.
Municípios Distância para acesso (km)
Imbaú 10,3
Ortigueira 49,3
Reserva 64,5
Tamarana 129,6
Telêmaco Borba 17,5
Tibagi 43,1
Ventania 80,1
Fonte: Tecnoplan, 2016.

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Aterro sanitário de Imbaú

Figura 1 – Localização do empreendimento.

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Aterro sanitário de Imbaú

A área total do terreno onde está prevista a implantação do


empreendimento é de 38,5 ha. Desse total serão utilizadas 7,8 ha para
instalação de áreas de apoio e de tratamento de resíduos de construção
civil, 15 ha para as células de disposição de resíduos e 1,3 ha para a
compostagem. O restante da área, 14,4 ha, corresponde a áreas de
preservação permanente, acessos, áreas de circulação interna e área
livre.

O aterro sanitário de Imbaú será constituído pelas seguintes unidades:


• Sistema de disposição final – células de aterro sanitário com
capacidade para disposição de 100 a 120 toneladas por dia,
aumentando conforme crescimento populacional dos municípios ao
longo dos anos de operação do aterro;
• Unidade de compostagem – capacidade para tratamento de 15 a
20 toneladas por dia;
• Estação de tratamento de resíduos da construção civil (RCC) –
capacidade de reciclagem de 120 toneladas por dia.

Para disposição dos resíduos sólidos provenientes dos serviços de coleta


regular dos municípios (domiciliares, comerciais e de varrição de
logradouros públicos, incluindo podas) serão implantadas células de aterro
construídas conforme as normas brasileiras aplicáveis, contemplando
impermeabilização por solo argiloso e mantas de polietileno de alta
densidade (PEAD). O resíduo orgânico, por sua vez, será enviado para
uma unidade de compostagem, cujo sistema será de fermentação aeróbia,
composto por leiras ao ar livre controlado.

Além disso, está prevista a implantação de estação de tratamento de


resíduos de construção civil, que receberá apenas os resíduos de concreto,
compostos de diferentes concentrações de resíduos inertes de areia, brita,
cimento, consolidados ou não em diversas granulometrias; e resíduos

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Aterro sanitário de Imbaú

mistos, compostos de diferentes concentrações de resíduos inertes de cor


cinza (concreto), resíduos inertes de cor vermelha (cerâmicos crus ou
cozidos, de tamanhos diversos e parte de solos ou argila), madeiras,
compensados e metais (ferro).

O chorume proveniente das células de aterro e do sistema de


compostagem será tratado na própria área do aterro através de um
sistema de tratamento de efluentes. O biogás gerado nas células de aterro
será extraído através de tubos de sucção vertical para alimentação de
motogeradores e produção de energia elétrica, que será utilizada no
próprio aterro ou dependendo da produção até mesmo comercializada
para concessionária de fornecimento de energia elétrica do Estado do
Paraná.

Além destas unidades, o aterro sanitário de Imbaú contará também com a


estrutura de apoio, composta por guarita, balança, área administrativa,
refeitório, vestiário, dois galpões, sendo um para oficina e garagem e
outro para seleção de material de RCC, além de poço artesiano para suprir
as necessidade de abastecimento de água. Ainda será implantado no
aterro sistemas de proteção ambiental como sistema de tratamento de
efluentes e sistema de captação de gases e geração de energia elétrica.

O transporte dos resíduos sólidos urbanos, principalmente os domésticos e


aqueles que não passaram pelo processo de coleta seletiva será realizado
majoritariamente pela frota das prefeituras dos municípios consorciados
ou de forma terceirizada, em conformidade com a norma NBR nº 13.221 –
Transporte Terrestre de Resíduos. A forma de coleta e transporte dos
resíduos para o aterro, bem como a operação do aterro, se terceirizada ou
não, será definida em conjunto pelos municípios integrantes do Consórcio
Caminhos do Tibagi seguindo diretrizes do Plano Intermunicipal de Gestão
Integrada de Resíduos Sólidos (PIGIRS).

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Consórcio Caminhos do Tibagi
PCA - Plano de Controle Ambiental
Aterro sanitário de Imbaú

Em todos os municípios atualmente a coleta dos resíduos domiciliares é


pública e existe coleta seletiva. Os municípios mais distantes, caso de
Tamarana e Ventania são também aqueles com menor geração de
resíduos (3,6 e 2,6 toneladas por dia, respectivamente). A forma de
transporte nestes casos deve ser avaliada em conjunto pelos municípios
do Consórcio considerando a possibilidade de instalação ou utilização de
estações de transbordo já existentes em locais estratégicos que permitam
redução de gastos com transporte.

Nas figuras a seguir é apresentada a disposição geral das estruturas do


empreendimento.

Figura 2 – Planta com a disposição geral das estruturas do aterro sanitário de


Imbaú.

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PCA - Plano de Controle Ambiental
Aterro sanitário de Imbaú

Figura 3 – Mapa das estruturas previstas para o empreendimento.

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Consórcio Caminhos do Tibagi
PCA - Plano de Controle Ambiental
Aterro sanitário de Imbaú

Conforme fluxograma apresentado a seguir, os resíduos sólidos serão


recebidos no aterro e passarão pela primeira avaliação para identificação e
classificação do material, através da verificação de sua origem e da
inspeção visual do resíduo recebido. Resíduos domiciliares comuns serão
encaminhados para as células de aterro sanitário, os resíduos orgânicos
serão enviados para o processo de compostagem e os resíduos da
construção civil para estação de tratamento para resíduos de construção
civil. Todo o efluente gerado nas células do aterro e no sistema de
compostagem será encaminhado para um sistema de tratamento de
efluente líquido que será instalado na planta do empreendimento. Para
aproveitamento do biogás produzido no aterro sanitário será implantado
um sistema de captação de gases para produção de energia elétrica, que
será utilizada na área do aterro como fonte de iluminação, acionamento
de motores e componentes.

Recepção dos
resíduos/pesagem

Resíduos Resíduos Resíduos da


domiciliares orgânicos construção civil
comuns

Células de aterro Estação de


Compostagem
sanitário Tratamento de RCC

Sistema de Composto orgânico Produtos reciclados


captação de gases
e geração de
energia elétrica

Sistema de tratamento
de efluentes

Figura 4 – Fluxograma de funcionamento do empreendimento.

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Aterro sanitário de Imbaú

1.3.1. Disposição dos resíduos

O aterro sanitário terá capacidade de receber cerca de 600.000 toneladas


de resíduos. O recebimento diário de resíduos será de 100 a 120
toneladas, conforme a progressão estimada da geração de resíduos nos
municípios. A extensão total da área utilizada para as células de aterro
sanitário será de 148.000 m2 e será composta por 10 células de resíduos,
com, em média, 250 m de comprimento, 40 m de largura e 7,5 m de
altura, iniciando-se na cota 763 m até aproximadamente a cota de 820 m,
conforme apresentado na figura a seguir.

Figura 5 – Representação das camadas e cotas do aterro sanitário.


Fonte: Tecnoplan, 2019.

Para compostagem de material orgânico, o enleiramento será realizado na


forma trapezoidal, com base de 3 m de largura, altura média de 2 m e
comprimento variável, em média 30 metros. A figura 6 apresenta o
exemplo de leira trapezoidal para resíduos orgânicos. O produto resultante
deste processo, o fertilizante orgânico, poderá ser utilizado na agricultura,
projeto de paisagismo, hortas orgânicas, entre outros. A unidade de
compostagem foi dimensionada para o recebimento de 15 a 20 toneladas
por dia de resíduos orgânicos.

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Aterro sanitário de Imbaú

Figura 6 – Leira dos resíduos orgânicos em forma trapezoidal.

A estação de tratamento de resíduos da construção civil, por sua vez, terá


capacidade de processamento de 120 toneladas por dia. A figura 7
apresenta a vista geral da estação.

Figura 7 – Vista geral da estação de tratamento de resíduos da construção civil.


Fonte: Tecnoplan, 2016.

Toda a área do empreendimento será submetida a um sistema de


drenagem superficial, constituída por berma, sargentões, canaletas de
concreto e caixas de passagem, a fim de permitir a condução adequada
das águas pluviais para fora das áreas operacionais para um local
adequado (bacia de detenção), evitando assim a formação de processos
erosivos.

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Aterro sanitário de Imbaú

O chorume proveniente das células de aterro e das leiras de compostagem


é encaminhado para o sistema de tratamento, constituído por três etapas:
primário (físico-químico), secundário (biológico) e terciário. O sistema terá
capacidade de tratar 110 m3/dia de efluente bruto. Após tratado, todo
efluente será reutilizado na planta do aterro para lavagem de
equipamentos/veículos e limpeza em geral. A descrição do sistema será
apresentada no item 1.3.6 deste documento.

A base do aterro será toda impermeabilizada com geomembrana (PEAD)


com espessura de 1,5 mm, que possui alta resistência a hidrocarbonetos,
solventes e intempéries, evitando assim a contaminação do solo e da água
superficial.

As obras de terraplanagem deverão gerar volumes de corte e aterro


conforme tabela a seguir, onde uma parte do solo será utilizada para a
execução do sistema de impermeabilização de base e outra parte será
armazenada em área previamente preparada, dentro do empreendimento,
para ser utilizada na cobertura diária dos resíduos dispostos nas células do
aterro sanitário.

Tabela 3 – Volumes de corte e aterro por célula de disposição de resíduos.


Célula Volume de corte (m3) Volume de aterro (m3)

1 8.984,00 13.190,40
2 20.116,60 16.390,40
3 25.662,00 19.520,00
4 29.864,80 22.176,00
5 35.827,40 25.216,00
6 46.690,00 31.176,00
7 58.576,00 37.896,00
8 58.576,00 34.195,20
9A 28.641,20 18.400,00
9B 68.875,20 29.030,40
Total 381.813,20 247.190,40
Fonte: Tecnoplan, 2016.

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Aterro sanitário de Imbaú

Cabe ressaltar que as escavações serão realizadas gradualmente, segundo


o desenvolvimento da camada em operação, de modo a armazenar
somente a quantidade de solo necessária, evitando assim que grandes
quantidades fiquem sujeitas a intempéries.

A vida útil do aterro foi estimada através da projeção taxa de crescimento


populacional (1,33%) em 15 anos, considerando as piores condições
possíveis, com todos os resíduos sendo aterrados, sem a implantação de
reciclagem ou compostagem. Esta estimativa é apresentada na tabela a
seguir.

Tabela 4 – Projeção de resíduos sólidos gerados nos municípios consorciados e


percentual de ocupação do aterro em 15 anos de operação.
Geração de
Percentual de
resíduos
N° Ano População ocupação do
sólidos
aterro (%)
(t/ano)
1 2016 182.000 36.500,0 6,0
2 2017 184.421 36.884,2 12,1
3 2018 186.874 37.374,8 18,3
4 2019 189.359 37.871,8 24,5
5 2020 191.877 38.375,4 30,8
6 2021 194.429 38.885,8 37,3
7 2022 197.015 39.403,0 43,8
8 2023 199.635 39.927,0 50,3
9 2024 202.290 40.458,0 57,0
10 2025 204.980 40.996,0 63,8
11 2026 207.706 41.541,2 70,6
12 2027 210.468 42.093,6 77,6
13 2028 213.267 42.653,4 84,6
14 2029 216.103 43.220,6 91,7
15 2030 218.977 43.795,4 98,9
Fonte: Tecnoplan, 2016.

A projeção realizada estima que ao longo de 15 anos o aterro receberá


cerca de 600.000 toneladas de RSU, o que representa um volume de
aproximadamente 780.000 m3 para aterramento e 600.000 m3
compactado nas células, sendo que as células de disposição terão

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capacidade máxima de 717.390 m3. Esta estimativa permite indicar que o


aterro sanitário terá vida útil de pelo menos 20 anos, considerando que os
resíduos orgânicos serão enviados para compostagem, os resíduos da
construção civil serão enviados para a estação de tratamento e os
resíduos recicláveis da coleta seletiva municipal serão coletados na
origem.

Nas tabelas a seguir é apresentado o dimensionamento das células de


aterro, prevendo a capacidade de resíduos de cada célula e sua vida útil,
considerando a constante de compactação K = 0,77 a 1,2 t/m3
(dependendo do equipamento a ser utilizado pra compactação e o número
de vezes que os resíduos serão compactados).

Tabela 5 – Dimensionamento das células do aterro.


Lado Área Área Altura de
Lado Compr.
da Comprimento da da superior resíduos
Células superior superior
base base (m) base (m2) na
(m) (m)
(m) (m2) trincheira
1 40 25 75 60 1500 3000 12,5
2 40 25 100 85 2125 4000 12,5
3 40 25 125 110,3 2757,5 5000 12,5
4 40 25 147 132,4 3310 5880 12,5
5 40 25 172 157,5 3937,5 6880 12,5
6 40 25 221 206,4 5160 8840 12,5
7 40 25 277 262,3 6557,5 11080 12,5
8 40 25 277 262,3 6557,5 11080 12,5
9a 3125 5530 12,5
9b 10172 13438 12,5

27
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Tabela 6 – Capacidade e vida útil de cada célula do aterro.


Capacidade de resíduos
Quantidade de resíduos Vida útil
Trincheiras a serem a aterrados
(ton) (meses)
volume (m3)
1 28.800 24110,625 7
2 38.400 32147,5 10
3 48.000 40184,37 12
4 56.450 47256,82 14
5 66.050 55293,70 17
6 84.850 71045,97 21
7 106.370 89048,57 27
8 106.370 89048,57 27
9ª 53.100 44443,91 13
9b 129.000 107999,52 32
Total 717.390 600579,59 180

1.3.2. Acesso e isolamento da área do aterro sanitário

O acesso do empreendimento será via PR-160 e por meio de via


secundária (figura 8), situada aproximadamente no km 228 da PR-160 – em
um trecho de aproximadamente 2 km –, a qual é utilizada para acesso a
duas propriedades, como também tem utilidade para escoamento de
produção da silvicultura, logo com circulação de caminhões de carga –
inclusive com sinalização na PR-160 de entrada e saída de caminhões. A
figura a seguir apresenta a interseção entre a PR-160 e a via secundário,
bem como a sinalização e a configuração da via secundária.

28
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A B

C D

Figura 8 – Intersecção entre a PR-160 (A e B), sinalização (C) e via secundária


de acesso (D).

A figura a seguir apresenta o mapa de localização do empreendimento e


via de acesso.

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Figura 9 - Mapa de localização do empreendimento e via de acesso.

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As prováveis rotas a serem executadas na operação para o transporte dos


resíduos dos municípios da AII até o aterro sanitário são as seguintes.
 Imbaú: PR-160; e via de acesso secundária.
 Ortigueira: BR-376 ou PR-340; PR-160; e via secundária de acesso;
 Reserva: PR-441; BR-376; PR-160; e via secundária de acesso;
 Tamarana: PR-445; BR-376; PR-160; e via secundária de acesso;
 Telêmaco Borba: PR-160; e via secundária de acesso;
 Tibagi: PR-340; PR-160; e via secundária de acesso;
 Ventania: BR-153; PR-160; e via secundária de acesso.

Deve-se salientar que as rodovias relatadas apresentam boa relação entre


capacidade e volume de tráfego existente, inclusive de caminhão, como
também são dotadas de pavimentação asfáltica. Ressalta-se que na PR-
160 no trecho entre Telêmaco Borba e Imbaú foram realizadas obras de
revitalização e atualmente está em andamento a implantação de uma
terceira faixa (AEN-PR, 2016 e 2017).

Na intersecção entre a rodovia PR-160 e a estrada rural de acesso ao


empreendimento haverá a necessidade de adequação viária para entrada
e saída de caminhões. Esta adequação e outras relacionadas ao tráfego na
estrada rural foram avaliadas em estudo de tráfego e são apresentadas
junto ao programa de segurança viária integrante do Projeto Básico
Ambiental do empreendimento.

No que se refere ao isolamento e dispositivos de segurança o aterro


sanitário contará com cercamento no seu perímetro e monitoramento
através de circuito interno de câmeras de segurança (CFTV) conectado à
guarita para vigilância, bem como vigias no período de 24 horas por dia,
tais medidas também fazem parte do programa de gerenciamento de
riscos do aterro sanitário.

31
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1.3.3. Empréstimo de material para cobertura

As obras de terraplanagem para implantação do empreendimento deverão


gerar volumes de corte e aterro conforme tabela a seguir, onde uma parte
do solo será utilizada para a execução do sistema de impermeabilização
de base e outra parte será armazenada em área previamente preparada,
dentro do empreendimento (planta n° 02), para ser utilizada na cobertura
diária dos resíduos dispostos nas células do aterro sanitário.

Tabela 7 - Volumes de corte e aterro por célula de disposição de resíduos.


Célula Volume de corte (m³) Volume de aterro (m³)
1 8.984,00 13.190,40
2 20.116,60 16.390,40
3 25.662,00 19.520,00
4 29.864,80 22.176,00
5 35.827,40 25.216,00
6 46.690,00 31.176,00
7 58.576,00 37.896,00
8 58.576,00 34.195,20
9A 28.641,20 18.400,00
9B 68.875,20 29.030,40
Total 381.813,20 247.190,40

Cabe ressaltar que as escavações serão realizadas gradualmente, segundo


o desenvolvimento da camada em operação, de modo a armazenar
somente a quantidade de solo necessária, evitando assim que grandes
quantidades fiquem sujeitas a intempéries.

O material de cobertura será proveniente das escavações do próprio


aterro (célula produzida) e do sistema de tratamento de efluentes e não
haverá utilização de jazidas externas à área.

No sistema de tratamento de efluentes haverá volumes significativos para


aproveitamento no recobrimento das trincheiras, taludes e outras
atividades, nas lagoas anaeróbia e facultativas. Nas demais, os solos
retirados, podem ser utilizados para fortalecimento dos taludes, das
beiradas das lagoas e de suporte para implantação da geomembrana.
32
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A estabilidade das lagoas está garantida, tanto pelo processo de


construção, pois o solo será “compactado” manualmente, inclinação do
talude da lagoa 2/1, como a utilização da geomembrana, impedindo
infiltração dos efluentes no solo, e também impedindo o processo de
erosividade provocado pela movimentação das operações e movimentação
dos efluentes.

Cabe ressaltar que para a instalação das estruturas do haverá a remoção


da camada orgânica do solo, uma camada de 30 a 50 cm, que é imprópria
para material de cobertura e compactação de resíduos, por conter
vegetação, sementes de gramíneas e material orgânico, prejudicando
posteriormente a compactação e a confecção do sistema de tratamento.

O volume de escavação na área do sistema de tratamento de efluentes


será de 36.700 m³, sendo que 6.750,50 m³ se referem a camada orgânica
e 29.949,50 m³ se referem ao solo disponível para uso como cobertura.

O material excedente também será armazenado em área no interior do


empreendimento e será separado em duas partes:
- Material que servirá para plantio de cobertura vegetal e enleiramento
(será disposto a montante da região de compostagem, já que está
prevista também a retirada de material e plantio).
- Material da retirada das trincheiras e do sistema de tratamento, também
na região de compostagem (já que a região de compostagem não será
totalmente utilizada no início do processo, pois será instalada
gradualmente) e na área a montante da compostagem.

33
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Figura 10 – Planta com a disposição da área de depósito de material excedente.


Fonte: Tecnoplan, 2019.

Na área de armazenamento serão construídas drenagens secundárias


(cavas), para evitar que o material seja carregado facilmente pelas águas
de chuva e possa provocar processos erosivos. Além disso, o material
depositado passará por pequena compactação para evitar este processo.

1.3.4. Sistema de drenagem superficial

O sistema de drenagem superficial de águas pluviais tem como objetivo


impedir a infiltração de água no maciço de resíduos aterrados,
minimizando a geração de percolado e a erosão das camadas de
selamento e taludes.

34
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Dentre os dispositivos de drenagem mais comuns estão a canaletas de


berma, sarjetões, descidas d’água nos taludes, canaletas de concreto,
descidas d’água em degraus, caixas de passagem, entre outras.

O sistema a ser instalado no aterro sanitário prevê um sistema de


drenagem secundário composto por canaletas, para o escoamento
superficial na área interna ao aterro sanitário.

O fluxo proveniente das canaletas será direcionado ao sistema de


drenagem principal, que será composto por canaletas construídas em
concreto e com caixas de passagem (PVS), que também escoará a água
pluvial da área externa ao aterro.

A água pluvial coletada pela drenagem principal será direcionada


primeiramente a pequenas áreas de infiltração e posteriormente para uma
bacia de detenção com a finalidade de regular a vazão e evitar a formação
de processos erosivos. As figuras a seguir apresentam a localização da
drenagem geral do projeto, a drenagem na célula de resíduos e o corte
frontal da bacia de retenção.

As figuras a seguir apresentam as plantas das estruturas de drenagem


previstas. Estas plantas são também apresentadas em anexo em escala
adequada.

35
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Figura 11 – Drenagem pluvial geral.


Fonte: Tecnoplan, 2019.

Figura 12 - Drenagem pluvial na célula de resíduos.


Fonte: Tecnoplan, 2019.

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Figura 13 - Corte frontal da bacia de retenção.


Fonte: Tecnoplan, 2019.

1.3.5. Sistema de drenagem do chorume

O processo de decomposição dos resíduos aterrados gera um percolado


denominado de chorume, que é um líquido escuro, de forte odor e com
alta carga de matéria orgânica em sua composição. Este efluente
(estimado em média 110 m3/dia) será coletado nas células de aterro
através de um sistema de drenagem e será enviado para recirculação no
próprio aterro para controle da umidade e o excedente será encaminhado
para o sistema de tratamento de efluentes.

A quantidade de chorume a ser recirculada para o aterro é muito variável,


visto que o volume de chuvas interfere no volume de chorume produzido.
Todavia, considerando a média histórica de chuvas na região do aterro,
pode-se estimar uma faixa de variação de 0% a 70% de recirculação de
chorume. Em função disto, o sistema de tratamento de chorume foi
dimensionado, considerando 0% de recirculação para o aterro.

Após a impermeabilização da superfície do terreno onde será implantado o


aterro sanitário será construído um dreno principal e uma rede de drenos

37
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do tipo “espinha de peixe” que será responsável pela coleta do percolado


gerado na célula de resíduos.

A declividade mínima prevista é de 1,5% (nas células de 1 a 4), 3% (na


célula 05) e 4% (nas células 6, 7, 8 e 9A e B), a seção desse dreno será
de 0,80 m x 0,8 m de altura sendo recheado por “rachão” e após,
recomposto com resíduo compactado até ser atingido o topo original da
célula. O percolado coletado nesse sistema de drenagem será direcionado
para sistema de tratamento de efluentes do aterro sanitário.

Nas figuras a seguir é apresentado o sistema de drenagem das células de


aterro do empreendimento.

Figura 14 – Drenagem das células de aterro.


Fonte: Tecnoplan, 2016.

1.3.6. Procedimentos operacionais e métodos construtivos do


sistema de tratamento do chorume

O sistema de tratamento do chorume será realizado através do envio do


chorume da drenagem das células de aterro e das leiras de compostagem
para o sistema de tratamento constituído por três etapas, tratamento
biológico, tratamento físico-químico, e tratamento terciário.

38
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Chorume

Tanque
pulmão/equalização

Tratamento
biológico

Coagulante
Tratamento físico -
Decanter
químico

Tratamento
Compostagem
terciário

Efluente tratado

Uso geral no aterro

Figura 15 - Fluxograma de operação do sistema de tratamento de chorume.

O efluente gerado no aterro sanitário será primeiramente encaminhado


para um tanque pulmão/equalização, para apropriada mistura,
estabilização do pH, homogeneização da carga e equalizações das vazões.
Parte do chorume quando necessário será enviado do tanque pulmão para

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as valas de aterro sanitário com o objetivo de regular a umidade do


material nelas contido.

Após o efluente será encaminhado para o tratamento biológico através de


lagoas de estabilização compostas por uma lagoa anaeróbia, uma lagoa
aerada e duas lagoas facultativas.

Nas lagoas anaeróbias e aeradas ocorrerá a biodegradação da matéria


orgânica através da ação dos microorganismos, além da desnitrificação e
a remoção de sólidos.

Figura 16 – Perfil da lagoa aerada e da lagoa anaeróbia.

Nas lagoas facultativas a carga orgânica solúvel e finamente particulada


será consumida/estabilizada por micro-organismos aeróbios dispersos no
meio líquido, ao passo que a carga orgânica suspensa tenderá a
sedimentar, sendo estabilizada por micro-organismos anaeróbios

40
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existentes no fundo da lagoa. O oxigênio requerido pelos micro-


organismos aeróbios será fornecido pelas algas, através da fotossíntese.

Figura 17 – Perfil da lagoa facultativa.

Após o efluente será enviado para o tratamento físico-químico, por meio


de um flotador. Neste processo a parte líquida do efluente será separada
da parte sólida através de microbolhas que ocasionará a redução de
densidade das impurezas fazendo-as flutuar, haverá ainda a adição de
produtos químicos a fim de promover o agrupamento das partículas a
serem removidas (Coagulação ou floculação).

O lodo retirado do flotador será enviado para um Decanter para sua


desidratação e posteriormente será destinado para compostagem.

Após o efluente será enviado para a terceira fase do tratamento que


consiste na desinfecção do efluente através da cloração, filtração com
carvão ativado e tanque de ultrafiltração (meio de membranas).

O efluente tratado será utilizado no empreendimento em atividades de


limpeza de pisos, veículos e equipamentos e irrigação de solo. Quando
identificado que o efluente gerado está com vazão excedente, será
destinado como resíduo por empresas especializadas e licenciadas.

Para dimensionamento do sistema de tratamento de efluentes foram


utilizados os seguintes dados de projeto:

41
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 Vazão de projeto:
o Vazão média de chorume: 110 m3/dia;
o Vazão máxima horária de chorume: 110 m3/hora.

 Vazão a ser recirculada e para reuso


o Vazão de efluente a ser recirculada = 0,08 m³/dia/trincheira;
o Vazão de efluente para reuso = 46,8 m³/dia/trincheira(sendo
3,5 m³/dia para lavagem de caminhões, 2 m³/dia para
lavagem de pisos e arruamentos e 41,2 m³/dia para
irrigação).

 Características do chorume a ser tratado:


o DQO: 22.000 mg/l;
o DBO: 13.000 mg/l;
o Óleos e graxas: 170 mg/l;
o Sólidos suspensos: 1.460 mg/l.

A lagoa pulmão ou tanque de equalização foi projetada para vazão


máxima de chorume de 110 m3/hora e tempo de detenção de 8 horas.

A lagoa anaeróbica foi projetada para a vazão de entrada de 110 m3/dia e


tempo de detenção de 36 dias, com eficiência na remoção de DBO
estimada em 65%, de forma que o efluente final da lagoa deverá ter DBO
de 4.550,0 mg/l. A lagoa foi dimensionada com altura total de 5,50 m e
útil de 5,0 m, comprimento de 45,3 m no topo e 46,3 m na base e largura
de 24,8 m no topo e 25,8 m na base, com volume útil de 4.608 m3.

A lagoa aerada também foi projetada para a vazão afluente de 110


m3/dia, com tempo de detenção de 4 dias e 65% de eficiência na remoção
do DBO. A lagoa será quadrada com altura total de 4,50 m e útil de 4,0

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m, comprimento e largura de 15,5 m no topo e 6,5 m na base, com


volume útil de 574 m3.

A primeira lagoa facultativa, também para a vazão de entrada de


110 m3/dia, foi projetada com profundidade total de 2,50 m e útil de
2,0 m, comprimento de 134,3 m no topo e 133,3 m na base e largura de
82,9 m no topo e 81,9 m na base, com volume útil de 26.497 m3. A
eficiência teórica de remoção de DBO é de 79%.

A segunda lagoa facultativa terá 5.650 m3 de volume útil, altura útil de 2


m, comprimento de 62,7 m no topo e 61,7 m na base e largura de 40 m
no topo e 39 m na base. O tempo de detenção será de 40 dias e a
eficiência teórica de remoção de DBO é prevista em 79%.

O flotador terá capacidade de 110 m3/hora e eficiência de 75% na


remoção de DBO e DQO, 60% para óleos e graxas e 75% para sólidos
suspensos. Dessa forma, os parâmetros de saída do flotador serão: DBO
de 18 mg/l e 146 mg/l de sólidos suspensos.

O tratamento terciário contará um clorador, um filtro de areia e carvão


ativado e ultrafiltração com capacidades de 110 m3/dia.

A eficiência global estimada do sistema de tratamento de efluentes é


equivalente a 80% a 95%.

Após o tratamento o efluente será encaminhado a um caminhão pipa que


irá receber o material tratado enviará para usos gerais no
empreendimento.

O efluente após tratado apresentará concentrações reduzidas dos


poluentes. Mesmo não precisando atender os padrões de lançamento

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estabelecidos na Resolução CONAMA n° 430/11, pois não será lançado em


corpo hídrico, estima-se que o efluente final estará de acordo com esta
norma. Além disso, o efluente final deverá estar adequado para os
serviços de lavagens de pisos/acessos, máquinas, veículos e no processo
de regulagem da umidade do aterro, pois a má qualidade implica em
danos ao meio ambiente e aos veículos/equipamentos.

Ressalta-se que o lodo gerado no sistema de tratamento do chorume será


destinado para o processo de compostagem.

Para prevenir a infiltração do efluente no solo e, por consequência,


contaminação do lençol freático, todas as lagoas serão impermeabilizadas
com mantas de PEAD.

O local de implantação do sistema de tratamento de efluentes será


próximo à célula 01, conforme apresentado na figura 18.

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Figura 18 – Localização do sistema de tratamento de efluentes.

O detalhamento do cotidiano da operação do sistema de tratamento de


efluentes será estabelecido após a implantação das estruturas e
apresentado no processo de licença de operação do empreendimento.

1.3.7. Sistema de impermeabilização

Entende-se por impermeabilização o procedimento que tem como objetivo


reduzir a permeabilidade do solo, seja por meio da realização do
recobrimento com camadas de solo argiloso, seja pela utilização de

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elementos sintéticos, do tipo geomembrana. Embora existam outros tipos


de revestimentos, a utilização destas alternativas de forma isolada ou
combinada é a mais frequente nos aterros sanitários brasileiros.

Ainda, com o objetivo de atender o estabelecido no art. 18 da Resolução


da CEMA n° 94/14, que exige a utilização de geomembranas ou sistemas
de impermeabilização similares na lateral e no fundo do aterro, o aterro
sanitário de Imbaú irá receber além da compactação do solo a
implantação de sua base através de uma geomembrana de PEAD com
espessura de 1,5 mm e alta resistência.

Para instalação da geomembrana, o terreno (fundos e laterais da


trincheira) será previamente limpo e regularizado, retirando-se pedras,
galhos e outros materiais que poderão perfurar a manta. Sobre a
geomembrana será colocada uma camada de proteção de solo, a fim de
proteger o material contra possíveis danos gerados pela instalação da
camada de drenagem, das ações decorrentes da compactação e
movimentação de resíduos.

Figura 19 – Exemplo de impermeabilização da célula com manta PEAD.


Fonte: Tecnoplan, 2016.

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A seleção da geomembrana a ser utilizada na impermeabilização da base


das trincheiras levou em consideração as especificações constantes no
Manual Brasileiro de Geossintéticos:
 Densidade (g/cm³): 0,94 a 0,96;
 Temperatura de fusão (ºC): 134 a 135;
 Resistência a rasgos (N): 187;
 Espessura: 1,5 mm;
 Alta resistência a hidrocarbonetos, solventes e intempéries.

Tabela 8 - Quantidade de geomembrana necessária para a impermeabilização


do aterro e área de compostagem.
Necessidade de
Capacidade de resíduos a serem
Células geomembrana para as
a aterrados (m3)
células (m2)
1 28.800,00 4.628,00
2 38.400,00 5.933,00
3 48.000,00 7.245,50
4 56.450,00 8.396,40
5 66.050,00 9.703,90
6 84.850,00 12.259,20
7 106.370,00 15.179,90
8 106.370,00 15.179,90
9a 53.100,00 7.953,00
9b 129.000,00 15.775,20
Total 717.390,00 102.254,00
Fonte: Tecnoplan, 2019.

1.3.8. Estabilidade de taludes

Para avaliação da estabilidade dos taludes deve-se levar em conta os


seguintes parâmetros:
 Ângulo dos taludes de 45°
 Geomembrana de 1,5 mm

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 Taludes reforçados com compressão manual


 Solo argiloso em sua maioria
 Profundidade máxima de escavamento 7,5 m e altura máxima da
trincheira 12,5m
 Tensões Cisalhantes < Resistência ao Cisalhamento dos taludes

As hipóteses, os parâmetros e as fórmulas utilizadas para o cálculo de


estabilidade de taludes, bermas de equilíbrio e recalques diferenciais são
apresentadas a seguir:

Tensões Cisalhantes < Resistência ao Cisalhamento dos Materiais

Fator de Segurança (FS)


FS = ( somatória das forças resistentes)/( somatória das forças atuantes) = EQ1
Forças Resistentes [Resistência ao cisalhamento disponível]= (c + y'.h.cos²i.tgβ)
Forças Atuantes [Resistência mobilizada]= (ysat.h.seni.cosi)
FS = [c + y'.h.cos²i.tgβ]/[ysat.h.seni.cosi] = EQ2

Cálculo do Fator de Segurança (FS): Método do Talude Infinito


Valores Típicos Considerando Aterro Compactado (silte arenoso-argiloso) (Fonte: GeoRIO
2000)

y (Kn/m³) 17 -21 kN/m³ conforme bibliografia especializada - Geo2000


β (graus) 32 -45 º conforme bibliografia especializada - Geo2000
c (Kpa) 0 - 20 kpa conforme bibliografia especializada - Geo2000

Parâmetros estimados
Antes da chuva
y 1,7 tf/m³ 1tf = 10 kN
c 2 kpa
y' 0,9 tf/m³

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Depois da chuva
ysat 1,9 tf/m³ 1tf = 10 kN
c 0
Relação Talude 1/1 1 Ângulo 45 º
=

EQ quando FS=1 tg β = (ysat/y).tgi EQ3

tg β 2,1
2,1 = arc tag β então β= 64,5 º

Cálculo de FS
cos 45º 0,707
cos² 45º 0,500
tg 64,5º 2,1
sem 45º 0,707
Altura do talude 12,0 m
de lixo
FS = 2,30

Considerando a EQ 1 FS = (somatória das forças resistentes)/( somatória das


forças atuantes)

(somatória das forças resistentes)/(somatória das forças atuante) = 2,30

FS = 2,30 Normas Técnicas e boas práticas impõem que FS > 1,5

Comparando-se o resultado de FS=2,30, com o valor estipulado pelas


Normas Técnicas e Boas Práticas (FS > 1,5), verifica-se que os taludes
apresentarão a estabilidade requerida na operação das células.

Devido à topografia da área de implantação do aterro (i = 14,5 m/100 m),


o método a ser utilizado para a disposição dos resíduos sólidos será o de
trincheiras escavadas no solo, somado a utilização de geomembranas,
conferirá aos taludes a estabilidade requerida.

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Vale considerar também, que no método construtivo, as células


apresentam em sua base e em sua altura final, quando de sua cobertura
final, inclinação de 1,5%, reduzindo muito o seu arraste, além do intervalo
de escavação ser maior no sentido longitudinal, células mais estreitas
onde a inclinação do seu terreno original do terreno é maior. Como as
células serão confeccionadas de acordo com a necessidade de
aterramento, será efetuado o acompanhamento e controle geotécnico das
mesmas.

1.3.9. Procedimento operacional e métodos construtivos do


sistema de drenagem de gás

O aterro sanitário pode ser conceituado como um reator bioquímico,


sendo suas principais entradas os resíduos sólidos e água e suas saídas o
biogás e os líquidos lixiviados. A produção de biogás situa-se entre 200 e
250 m3/tonelada úmida de matéria orgânica – MO em 10 a 15 anos de
vida do aterro sanitário. O biogás produzido em aterros sanitários é
composto de 45 a 60% de metano, a porcentagem restante é composta
de CO2, vapor de água e alguns gases traço. A composição do biogás é
extremamente variável e está associada diretamente com a idade do
resíduo, diferença em sua composição, propriedades físico-químicas,
temperatura do aterro, entre outas.

Deste modo, o projeto das células de aterro sanitário contemplou a


implantação de um sistema adequado de drenagem de gases gerados no
interior do maciço de resíduos, com o objetivo de evitar a formação de
“bolsões” internos de gases.

Este sistema de drenagem de gases será caracterizado por drenos


verticais com 0,60 m de diâmetro, adequadamente distribuídos na massa

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de resíduos, espaçados de 30 a 50 m, aproximadamente, um do outro.


Para a construção desses drenos serão feitas escavações na base do
terreno existente com profundidade variável e serão construídos tubos
camisa para esta operação.

Cada dreno será prolongado à medida que a altura do alteamento de


resíduos for avançando, ou seja, conforme o desenvolvimento das
camadas.

Os drenos verticais de gases serão interligados ao sistema de drenagem


de líquidos percolados, direcionando o fluxo ascendente de gases para
fora do maciço e o fluxo descendente de líquidos percolados coletados nas
camadas para os drenos de base da célula de aterro sanitário. Na figura a
seguir é apresentado o dreno de gás (azul claro) interligado ao dreno de
percolados (cinza).

Figura 20 - Dreno de gás interligado ao dreno de percolados.


Fonte: Tecnoplan, 2016.

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Figura 21 – Exemplo de drenos de líquidos e gases em aterro sanitário.


Fonte: Tecnoplan, 2016.

Com relação aos aspectos construtivos, os drenos de gases serão


constituídos por um tubo de concreto perfurado, com diâmetro de 0,60 m,
envolto por uma tela de aço contendo rachão. Nas extremidades
superiores na saída dos drenos verticais serão instalados “flares” para a
queima dos gases gerados na célula de aterro sanitário, para queima do
excesso de gás ou mesmo para ser utilizado durante os períodos de
manutenção dos equipamentos de recuperação energética. Na figura a
seguir é apresentado o detalhe deste queimador.

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Figura 22 – Detalhe do queimador de gases.


Fonte: Tecnoplan, 2016.

A geração do biogás é diretamente influenciada pela decomposição dos


resíduos e segundo Tchobanoglous et al.(1993) e Bidone (1999) apud
Tecnoplan (2016) ocorre em cinco fases.

Na primeira fase ocorre o ajuste inicial, pois a biodegradação é aeróbia,


devido à presença de ar junto com o resíduo.

A segunda fase é considerada com fase de transição, onde as condições


anaeróbias começam a prevalecer e formam CO2 e H2 (fase acidogênica).

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A terceira fase é a fase ácida, pois ocorre a conversão de ácidos graxos


voláteis em ácido acético. As reações iniciadas na fase de transição são
aceleradas com a produção de quantidades significativas de ácidos
orgânicos e quantidades menores de gás hidrogênio.

Na quarta fase ou fase metanogênica predominam os microorganismos


estritamente anaeróbios que convertem ácido acético e gás hidrogênio em
CO2 e CH4 em uma proporção de 34-50% e de 45-60% respectivamente.
A formação de metano e de ácido segue simultaneamente, embora a
formação de ácido seja reduzida.

Na quinta fase ou de maturação a taxa de geração de gás diminui


consideravelmente, pois a maioria dos nutrientes restante possui
degradação lenta. Condições aeróbias, pequenas quantidades de
nitrogênio e oxigênio, podem voltar a ocorrer dependendo da
suscetibilidade do aterro a condições atmosféricas.

A duração de cada etapa pode variar, pois depende do tipo de resíduo


aterrado, nutrientes, quantidade de água presente, massa de resíduos e
especialmente pela compactação dada à camada. Em média a primeira
fase dura cerca de 1h a uma semana, a segunda fase de 1 a 6 meses, a
terceira fase de 3 meses a 3 anos, a quarta fase de 8 a 40 anos e a quinta
e última fase de 1 a mais de 40 anos (Augenstein e Pacey, 1991, apud
Tecnoplan, 2016).

Conforme apresentado previamente a geração de biogás nos primeiros


anos de operação do aterro é inconstante, pois massa de resíduos não
produz gás suficiente para gerar energia elétrica. A partir do final da
terceira fase e início da quarta fase de degradação dos resíduos, entre o
terceiro e oitavo ano a partir do início da disposição de resíduos, as
condições existentes na massa de resíduos são mais favoráveis para

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produção de gás que torna-se constante e suficiente para a geração de


energia elétrica, conforme apresentado nas figuras a seguir.

Figura 23 – Vazão de metano ao longo de 30 anos de decomposição dos


resíduos.
Fonte: Tecnoplan, 2019.

Figura 24 – Produção de energia ao longo de 30 anos de decomposição dos


resíduos.
Fonte: Tecnoplan, 2019.

No início da operação do empreendimento até o terceiro ano haverá


queima do biogás nos flares. Esta geração de gás no aterro será

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monitorada com o objetivo de verificar quando o gás poderá ser utilizado


para geração de energia, que ocorrerá por meio do envio do gás para um
motor. Haverá ainda um flare de emergência para queima do excesso do
biogás e para uso durante os períodos de manutenção dos equipamentos.

Após a coleta e antes de entrar no motor o gás passará por um sistema de


purificação. Posteriormente, o gás será enviado para um gerador para
produção de energia elétrica, com capacidade de gerar a partir do quinto
ano em torno de 8.000 MWh de energia (tabela 9), que será utilizada na
própria área do aterro, para iluminação e acionamento de motores e seus
componentes. Na figura a seguir é apresentado um exemplo de um motor
gerador a biogás que poderá ser utilizado na planta do aterro sanitário

Figura 25 - Exemplo de um motor gerador a biogás que poderá ser utilizado na


planta do aterro sanitário.
Fonte: Projeto executivo do aterro sanitário, 2016.

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Tabela 9 – Potencial de geração de energia através do biogás.


Potencial Potencial
Energia Energia
Ano de de geração Ano de de geração
disponível* disponível*
operação de energia operação de energia
(MWh) (kWh)
(MWh) (MWh)

1 2169 850,32 16 10343 4.054,40


2 4038 1582,9 17 9576 3753,93
3 5643 2212,02 18 8867 3475,73
4 7011 2748,39 19 8210 3218,14
5 8168 3201,73 20 7601 2979,64
6 9135 3580,87 21 7038 2758,82
7 9933 3893,83 22 6516 2554,36
8 10581 4147,85 23 6033 2365,06
9 11096 4349,51 24 5586 2189,78
10 11492 4504,77 25 5172 2027,50
11 11783 4619,01 26 4789 1877,24
12 11982 4697,09 27 4434 1738,12
13 12101 4743,41 28 4105 1609,30
14 12148 4761,92 29 3801 1490,04
15 12133 4756,19 30 3519 1379,61
* Eficiência do motor de 39,2%.
Fonte: Tecnoplan, 2016.

Com relação ao monitoramento deste biogás, o mesmo será realizado


antes do início da geração de energia, para verificar se o teor de metano
(CH4) está adequado para geração de energia. A partir desta verificação, o
monitoramento, terá frequência anual, e consistirá na determinação das
concentrações de amônia (NH3), gás sulfídrico (H2S), dióxido de carbono
(CO2) e metano (CH4) e será realizado no âmbito do programa de
monitoramento meteorológico e de emissões atmosféricas.

O detalhamento do cotidiano da operação do sistema de drenagem de gás


será estabelecido após a implantação das estruturas e apresentado no
processo de licença de operação do empreendimento. A seguir é
apresentado um fluxograma de operação após a produção de biogás.

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Tabela 10 - Cronograma da implantação do sistema de aproveitamento do


biogás.
Implantação do sistema de aproveitamento do biogás
Ação (anos)
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Queima do biogás nos flares

Monitoramento do biogás para


verificar se o teor de metano
(CH4) está adequado para iniciar a
geração de energia

Início da produção de biogás para


geração de energia (previsto)

Drenos

Biogás

Dessulfunizador

Desumidificador

Soprador

Excesso do biogás e Gerador de


manutenção dos
equipamentos. energia

Flare

Figura 26 – Fluxograma de operação do sistema de drenagem do biogás.

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1.3.10. Instalações de apoio

As estruturas de apoio, e suas respectivas áreas, são apresentadas na


tabela a seguir, e podem ser visualizadas na planta 02 do projeto (anexo
2).

Tabela 11 – Estruturas de apoio.


Identificação Estrutura Área
1 Administração 99,02 m²
2 Guarita 25,0 m²
3 Galpão oficina 251,49 m²
4 Galpão de triagem de material RCC 220,16 m²

A estrutura administrativa irá possuir sanitários, chuveiros e um pequeno


refeitório, para uso comum. Será também construído um poço para suprir
as necessidades de água no local.

1.3.10.1. Dimensionamento do sistema de tratamento do


esgoto sanitário

O esgoto sanitário proveniente das instalações fixas passará por


tratamento a ser implantado composto minimamente por fossa séptica
(tanque séptico), caixa de inspeção, e infiltração em solo através de
sumidouro. Este conjunto pode ser substituído por estações de tratamento
comerciais, projetadas para atendimento de uma determinada população,
e com eficiência equivalente ou superior, comprovada pelo fornecedor.

Com o objetivo de atender a vazão máxima de esgoto gerada no


empreendimento, o dimensionamento das estruturas de tratamento será
realizado de acordo com a ABNT NBR 7229:1993 e NBR 13969:1997.

A geração de esgoto no aterro pode ser estimada através do número de


colaboradores e motoristas, conforme critérios da norma NBR 7229:1993.

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Segundo a norma, a contribuição diária de esgoto para ocupantes de


escritório é de 50L, conforme apresentado na tabela a seguir.

Tabela 12 - Contribuições unitárias de esgotos (C) e de lodo fresco (Lf).


Contribuição (L/d)
Prédio Unidade
Esgotos (C) Lodo fresco (Lf)
Ocupantes permanentes
Hospitais leitos 250 1,00
Apartamentos pessoa 200 1,00
Residências pessoa 150 1,00
Escola - internatos pessoa 150 1,00
Casas populares - rurais pessoa 120 1,00
Hotéis (sem cozinha e lavanderia) pessoa 120 1,00
Alojamentos provisórios pessoa 80 1,00
Ocupantes temporários
Fábricas em geral operário 70 0,3
Escritórios pessoa 50 0,2
Edifícios públicos ou comerciais pessoa 50 0,2
Escolas - externatos pessoa 50 0,2
Restaurantes e similares refeição 25 0,1
Cinema, teatro e templos lugar 2 0,02

O aterro possuirá 24 colaboradores na fase de operação do


empreendimento, além dos 30 motoristas que circularão no local
diariamente, perfazendo um total de 54 usuários. Este público estará
dividido em 6 sistemas de tratamento de esgoto sanitário.

Desta forma, a geração de esgoto sanitário do aterro pode ser, a partir


destes dados básicos, quantificada pelo método da contribuição diária de
esgoto estimado através da contribuição por ocupantes, conforme
apresentado na fórmula a seguir:

Geração diária = Fator de geração por pessoa x n° de pessoas

Geração diária = 54 x 50 = 2.700 L/dia ou 2,7 m3/dia

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Na tabela a seguir é apresentado os resultados da estimativa de geração


de esgoto sanitário gerado no empreendimento, dividido sistemas de
tratamento de esgoto sanitário.

Tabela 13 - Resultados da estimativa de geração de esgoto sanitário no aterro.

Fatores Volume de esgoto sanitário gerado por sistema


de
cálculo Adm/ Galpão de Galpão de Galpão de
Guarita Oficina
vestiário triagem apoio 3 apoio 4

Pessoas 30 16 2 2 2 2

Fator de
geração
50 50 50 50 50 50
por pessoa
(L/dia)
Geração
diária 1,5 0,8 0,1 0,1 0,1 0,1
(m3/dia)

Estas estimativas consideram o quantitativo de trabalhadores previstos


para a fase de operação do empreendimento.

1.3.10.1.1. Fossa séptica

Para o dimensionamento de uma fossa séptica, variáveis como período de


detenção e a taxa de acumulação de lodo são essenciais:

Tabela 14 - Tempo de detenção para fossa séptica.


Contribuição Período de detenção
diária (L) Horas Dias
Até 1500 24 1
1501 a 3000 22 0,92
3001 a 4500 20 0,83
4501 a 6000 18 0,75
6001 a 7500 16 0,67
7501 a 9000 14 0,58
Mais que 9000 12 0,5

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Tabela 15 - Taxa de acumulação de lodo.


Valores de K por faixa de
Intervalo entre
temperatura ambiente (t) em ºC
limpezas (anos)
t ≤ 10 10 < t ≤ 20 t > 20
1 94 65 57
2 134 105 97
3 174 145 137
4 214 185 177
5 254 225 217

O intervalo de limpeza proposto é de 1 ano e a temperatura mais


restritiva foi selecionada (t ≤ 10°C), considerando os dados climáticos da
região de Imbaú. O volume é dado por:

Sendo:
V = Volume útil da fossa séptica (L);
N = Número de contribuintes;
C = Despejo por contribuinte (L/d);
T = Período de detenção (d);
K = Taxa de acumulação de lodo digerido em dias, equivalente ao tempo de
acumulação de lodo fresco (L);
Lf = Contribuição de lodo fresco por pessoa (L/d);

Aplicando a equação para as condições selecionadas têm-se:

62
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Tabela 16 - Dimensionamento do volume das fossas sépticas.

Dimensionamento do volume das fossas sépticas

Parâmetros Galpão Galpão


Galpão
Adm/ de de
Guarita Oficina de
vestiário apoio apoio
triagem
3 4
N (adm) 30 16 2 2 2 2
C (L/dia) 50 50 50 50 50 50
NxC (L) 1.500 800 100 100 100 100
T (dias) 1 1 1 1 1 1
K (L) 94 94 94 94 94 94
Lf (L/d) 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2

V(L) 3.064 2.100 1.400 1.400 1.400 1.400


Volume
3,06 2,10 1,40 1,40 1,40 1,40
(m3)

Tabela 17 - Dimensionamento das fossas sépticas.


Dimensionamento das fossas sépticas
Galpão Galpão
Galpão
Parâmetros Adm/ de de
Guarita Oficina de
vestiário apoio apoio
triagem
3 4
Profundidade útil
2,2 2,2 1,2 1,2 1,2 1,2
(m)
Área da base do
1,4 1,0 0,9 0,9 0,9 0,9
tanque (m²)
Raio útil (m) 0,7 0,6 0,5 0,5 0,5 0,5
Diâmetro interno
1,3 1,1 1,1 1,1 1,1 1,1
útil (m)

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1.3.10.2. Sumidouro

O sumidouro possui a função de infiltrar o esgoto sanitário após passar


pelo tratamento prévio (fossa). A seguir é apresentado o
dimensionamento do sumidouro.

Segundo a norma ABNT NBR 13969:1997, a área de infiltração é dada


por:

Sendo:
A = Área de infiltração, em m2
N = Número de contribuintes;
C = Despejo por contribuinte (L/d);
Ci = coeficiente de infiltração (m3/m2.dia).

Para solo argiloso medianamente compacto de cor amarela, vermelha ou


marrom, variando a argilas pouco siltosas e/ou arenosas, o coeficiente de
infiltração Ci é de aproximadamente 0,053 m3/(m2.dia), conforme Jordão
(2005). Este valor é relacionado à baixa permeabilidade, garantindo um
dimensionamento conservador de estruturas de infiltração.

A=2,7/0,053 = 50,94 m2

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Tabela 18 - Cálculo da área de infiltração em sumidouros.


Galpão Galpão Galpão
Adm/
Parâmetro Guarita Oficina de de apoio de apoio
vestiário
triagem 3 4
N (adm) 30 16 2 2 2 2

C (L/dia) 50 50 50 50 50 50

NxC (L/dia) 1.500 800 100 100 100 100


3 2
Ci (m /m .dia) 0,053 0,053 0,053 0,053 0,053 0,053

A total(m2) 28,30 15,10 1,88 1,88 1,88 1,88


Nº de
2 1 1 1 1 1
sumidouros
Área individual
14,15 15,10 1,88 1,88 1,88 1,88
(m2)

Desta forma calcula-se a altura útil do sumidouro através da equação:

Sendo:
A = Área de infiltração, em m2;
r = Raio do cilindro;
H = Altura útil do sumidouro em m.

O cálculo do volume útil do sumidouro é dado através da equação:

Sendo:
V = Volume útil do sumidouro, em m;
r = Raio do cilindro;
H = Altura útil do sumidouro em m.

Desta forma considera-se que o empreendimento terá seis sumidouros em


seu projeto conforme volumes apresentados na tabela a seguir.

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Tabela 19 - Dimensionamento de sumidouros.


Galpão Galpão Galpão
Adm/
Parâmetro Guarita Oficina de de de
vestiário
triagem apoio 3 apoio 4
Nº de
02 01 01 01 01 01
sumidouros
H (m) 2,25 2,40 0,30 0,30 0,30 0,30

r (m) 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0


D (m) 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0

Volume (m3) 7,06 7,55 0,94 0,94 0,94 0,94

Nas figuras a seguir é apresentado os locais de infiltração do esgoto


sanitário.

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Figura 27 – Locais de infiltração do esgoto sanitário

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Figura 28 – Locais de infiltração do esgoto sanitário.

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1.4. Operação do aterro sanitário

1.4.1. Equipe de trabalho e equipamentos

Para a obra do aterro sanitário de Imbaú estima-se a contratação de 61


colaboradores, incluindo:

 52 pedreiros e serventes;
 03 mestres de obras;
 02 soldadores mecânicos;
 02 montadores;
 02 eletricistas.
Para operação do aterro sanitário de Imbaú será necessário à contratação
de trabalhadores distribuídos nos setores gerencial, administrativo,
operacional, controle e manutenção.

Para execução de atividades administrativas e de recebimento e


tratamento de resíduos de construção civil, são previstos os seguintes
profissionais:
 01 operador balança;
 03 vigias (03 turnos);
 03 operadores RCC;
 01 operador pá carregadeira RCC;
 01 operador caminhão.

Para execução de atividades de destinação dos resíduos, prevê-se a


necessidade de:
 03 Vigias/operadores de balança;
 02 agentes administrativos;
 03 operadores de máquina pesada (retro escavadeira e trator de
esteiras);
 02 auxiliares de serviços gerais;

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 01 pedreiro;
 02 operadores de máquina costal;
 01 encarregado de aterro (técnico nível médio);
 01 engenheiro (responsável técnico).

Entre os equipamentos utilizados na operação do aterro sanitário são:


 Trator de esteiras;
 Motoniveladora;
 Pá carregadeira;
 Rolo compactador;
 Escavadeira hidráulica;
 Caminhões basculantes e irrigador.

Para a operação da estação de tratamento de resíduos da construção civil


serão necessários:
 Britador;
 Motores de 50, 15, 10 e 7,5 hp;
 Eletroímã separador de metais;
 Peneira vibratória;
 Transportador de correias.

Os equipamentos utilizados na unidade de compostagem são:


 Triturador de galhos;
 Peneiras rotativas;
 Balança pesqueira;
 Balança de chão;
 Máquinas de fechamento de sacos de estopa.

Para a operação do tratamento de efluentes, são necessários:


 Calha Parshall;
 Flotador;

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 Aeradores de superfície;
 Misturador.

Já para a geração de biogás no aterro sanitário, os seguintes


equipamentos são necessários:
 Conjunto moto gerador 80 kVA;
 Compressor radial vazão 1,8 m³/min;
 Quadro elétrico de distribuição.

Além disso, será implantado tanque fixo de diesel (capacidade de 10,0


m³, tipo skid, com diâmetro de 1,910 m, comprimento de 5,4 m e
espessura de 4,75 mm) para abastecimento dos caminhões utilizados na
operação do empreendimento, conforme modelo apresentado nas figuras
a seguir.

Figura 29 – Modelo de tanque de diesel a ser instalado no empreendimento.


Fonte: Projeto executivo do aterro sanitário, 2019.

No mapa a seguir é apresentada a localização do tanque de diesel na área


do empreendimento e sua planta em escala adequada é apresentada em
anexo.

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Figura 30 – Localização do tanque de diesel.

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Para a operação do tanque de diesel será implantado um sistema de


separação água e óleo comercial, com capacidade de até 2 m3/h de
efluente conforme apresentado a seguir e no projeto em anexo.

Figura 31 – SAO comercial a ser implantado no empreendimento.

O tratamento por meio de um separador água e óleo se inicia por meio de


uma caixa de areia para retirada de sólidos grosseiros, após a mistura de
água e óleo é enviada para um bloco de placas coalescentes onde ocorre a
separação por meio da ação da gravidade. O óleo separado flui por cima
das placas até a saída para um coletor, já a água tratada deixa o bloco de
placas por meio de outra tubulação, que enviará a água tratada para usos
gerais no aterro. O óleo será enviado para rerrefino, por meio de
empresas especializadas e licenciadas.

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Figura 32 – Projeto do SAO comercial a ser implantado no empreendimento.

Simbologia de segurança
A simbologia de segurnaça a risco de incêndio é abordada na NPT 20 do
Corpo de Bombeiros do Paraná e na ABNT NBR 13434:2004.

Segundo a NBR 13434:2004 e NPT 20 a sinalização de emergência tem


por objetivo reduzir os riscos de ocorrência de incêndio, alertando para os
riscos existentes e a adoção de ações adequadas em caso de incêndio.

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A sinalização de emergência faz uso de símbolos, mensagesn e cores e


serão implantadas no tanque de combustíveis, com o ojbetivo de informar
o risco da atividade.

As sinalizaçaões podem ser classificadas como básicas de proibição, de


alerta, de orientação e salvamento e de equipamento de combate e
alarme; e complementares de indicação de rotas de saída, riscos de
obstáculos e mensagens escritas.

As sinalizações de segurança serão implantadas de acordo com o risco do


produto armazenado, para garantia de segurança contra incêndio na área
do tanque de diesel. As sinalizações de segurança básicas serão instaladas
em locais visíveis com altura mínima de 1,8 m, já as complementares
serão instaladas adjacente à sinalização que complementa no idioma
português.

A figura a seguir apresenta as dimensões das placas de sinalização.

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Figura 33 – Formas geométricas e dimensões para sinalização de emergência.


Fonte: ABNR NBR 13434:2004 e NPT 20.

Nas figuras a seguir são apresentados exemplos de sinalização de


segurança a serem utilizadas na área do tanque de diesel.

Figura 34 - Sinalização complementar e de alerta.

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1.4.2. Plano de operação do aterro sanitário

Os resíduos sólidos serão trazidos diariamente por caminhões e após


passar pelos procedimentos de recepção e pesagem, serão depositados na
célula em operação, já devidamente preparada e com os sistemas de
proteção ambiental implantados.

Figura 35 – Exemplo de descarga dos resíduos sólidos.

Para a adequada compactação dos resíduos, o trator executará de 3 a 5


passadas sobre o material disposto. Ao final de cada dia de trabalho, a
célula de resíduos, correspondente a essa jornada, será recoberta com
uma camada de solo, preferencialmente de argila, de 15 a 20 cm de
espessura. Assim evita-se a presença de vetores como ratos, baratas e
aves e que o lixo se espalhe em dias de ventania.

Figura 36 – Exemplo de espalhamento dos resíduos.

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A última camada de célula terá a superfície final recoberta com uma


camada de 0,60 m de solo compactado, constituindo a cobertura definitiva
da célula do aterro sanitário. A cobertura também será executada ao
longo das áreas cuja superfície ficará exposta permanentemente (bermas
e taludes definitivos). Será realizado o recobrimento vegetal (gramíneas)
em toda extensão das células encerradas e dos taludes originados dos
cortes e aterros, garantindo assim proteção contra chuvas, aumento da
estabilidade e diminuição dos processos erosivos na área.

Durante a formação da camada de resíduos, será realizada a cobertura


temporária da frente de descarga com uma manta de sacrifício
(geomembrana de PEAD de 0,5mm de espessura), ao final do dia de
trabalho, sendo a mesma retirada no início da próxima jornada.

Figura 37 – Exemplo de recobrimento diários dos resíduos.

O solo para a cobertura dos resíduos será proveniente do próprio terreno,


resultante das operações de corte e regularização da área. A escavação
será planejada de forma que avance na medida do desenvolvimento do
aterro, a fim de minimizar o volume de solo que será armazenado
favorecendo a racionalização do seu uso. As atividades serão iniciadas na
área mais baixa do terreno, avançando para as mais elevadas.

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Quando houver necessidade de estocagem de solo escavado, será


utilizada a própria área em local próximo da frente de trabalho da célula
de aterro sanitário, a uma distância não superior à 800 m.

No final da operação nas células de aterro sanitário serão implantados


sistemas definitivos de drenagem e plantio de grama nos taludes.

Após o encerramento de uma célula será executada a cobertura final que


consiste em uma camada de solo de baixa permeabilidade a ser assentada
sobre a camada de resíduos. A espessura compactada de recobrimento
com solo deverá ser de no mínimo 60 centímetros de solo argiloso, como
substrato para plantio de gramíneas na superfície acabada do aterro. A
cobertura será executada ao longo das áreas cuja superfície ficará exposta
permanentemente (bermas e taludes definitivos).

A camada de cobertura final será concebida de maneira a evitar a


proliferação de vetores de doenças, a infiltração de líquidos e o escape de
gases para a atmosfera, bem como reduzir fenômenos erosivos e
problemas de poluição atmosférica (poeira), além de possibilitar a
reintegração ambiental da área, minimizando os impactos visuais.

Será executado o recobrimento vegetal de toda extensão compreendida


pelas células encerradas, bem como dos taludes originados dos cortes e
aterros, garantindo assim sua proteção contra chuvas, aumento da
estabilidade e diminuição dos processos erosivos na área. A gramínea
utilizada será a Grama-Esmeralda (Zoyzia japonica).

A Grama-Esmeralda foi escolhida por diversos fatores, entre eles:


facilidade de plantio, baixo índice de manutenção, desenvolve-se tanto no
sol, como em locais semi-sombreados, bom desenvolvimento em climas
quentes, ótima resistência ao pisoteio, não exige podas muito frequentes,

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e sua grande densidade contribui com a baixa incidência de ervas


daninhas que aparecem apenas nas épocas de plantio, enraizamento
abundante com estolões penetrantes e folhas bem entrelaçadas.

A figura a seguir apresenta a planta baixa e o perfil de implantação das


células de RSU. A planta em escala adequada é apresentada em anexo
(anexo 2 – projeto de engenharia).

Figura 38 – Planta baixa e perfil da implantação das células de RSU.


Fonte: Tecnoplan, 2019.

Todas as operações diárias realizadas no aterro sanitário serão registradas


por meio de relatórios operacionais contendo informações sobre veículos e
pessoas que circulam no aterro, entrada de materiais, serviços de
manutenção, preenchimento de camadas inclusive a quantidade de
material de cobertura e qualquer outro tipo de evento significativo.

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Haverá também manutenções periódicas nas vias internas do aterro


sanitário, visando garantir a efetiva operação do aterro, mesmo em dias
de precipitação intensa.

Na operação do aterro sanitário serão ainda executados programas


ambientais relacionados à operação do empreendimento, conforme
cronograma apresentado no PBA. Além disso, após a instalação dos
equipamentos será fixado um cronograma com as ações de operação e
manutenção.

1.5. Uso futuro da área do aterro sanitário

As atividades a serem executadas para encerramento do aterro sanitário


estão vinculadas ao programa de encerramento e recuperação ambiental
da área de disposição final de resíduos sólidos previsto no Projeto Básico
Ambiental (PBA) do empreendimento.

Ao final de sua vida útil, encerrado o recebimento de resíduos, deverão


ser mantidos os monitoramentos de geração de percolado e gases,
recursos hídrico, solos e geotécnico durante o período de estabilização das
células de disposição de resíduos, a fim de garantir as condições de
segurança ambiental da área, até que a mesma apresente viabilidade para
outros usos.

A área estará apta para utilização apenas após a estabilização da


decomposição dos resíduos, quando as deformações do aterro e a geração
de gases e líquidos estiverem estabilizadas. A estabilização da
decomposição deve ser monitorada através das avaliações de recalques,
volume de gás e percolado liberados e estabilidade do chorume gerado.
Porém, mesmo após atingir a estabilização, o maciço de resíduos

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apresentará uma baixa capacidade de suporte de forma que a implantação


de edificações sobre aterros sanitários desativados é desaconselhável.

Dessa forma, um dos usos futuros mais indicados para áreas de aterro de
resíduos é a implantação de área verde. É importante considerar também
que a área requalificada deve ser integrada ao seu entorno e,
principalmente, atender às necessidades da comunidade local.

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2. PROGRAMAS AMBIENTAIS

Os programas ambientais listados a seguir serão executados durante a


implantação e operação do aterro sanitário, e são apresentados junto ao
Projeto Básico Ambiental (PBA) do empreendimento:
 Programa de Gestão e Supervisão Ambiental (PGSA);
 Programa Ambiental de Construção (PAC);
 Programa de gerenciamento de resíduos e controle de efluentes na
operação;
 Programa de monitoramento meteorológico e de emissões
atmosféricas;
 Programa de monitoramento de qualidade das águas superficiais;
 Programa de monitoramento da qualidade da água subterrânea e
solo;
 Programa de monitoramento geotécnico;
 Programa de monitoramento de ruídos na operação;
 Programa de monitoramento da fauna e bioindicadores;
 Programa de afugentamento da fauna;
 Programa de controle de vetores;
 Programa de educação ambiental;
 Programa de educação ambiental ao trabalhador;
 Programa de priorização da contratação de mão de obra e
fornecedores locais;
 Programa de comunicação social;
 Programa de segurança viária e manutenção das vias;
 Programa de compensação ambiental;
 Programa de encerramento e recuperação ambiental da área de
disposição final de resíduos sólidos;
 Programa de gerenciamento de riscos ambientais;
 Programas de proteção ao patrimônio cultural.

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3. ESTIMATIVA DE CUSTO

Para a implantação de todos os sistemas previstos, incluindo os


equipamentos necessários para operação é previsto um investimento total
de R$ 5.496.781,44 (valor base para fevereiro de 2016).

Tabela 20 – Descrição dos investimentos previstos.

Descrição Valor (reais)

Implantação de área de apoio e estação de tratamento de RCC R$ 1.299.564,14

Implantação da Área da Compostagem R$ 653.433,40

Implantação das Células 1 e 2 (aterro de RSU) R$ 2.754.636,06

Implantação do Sistema de Tratamento de Efluentes R$ 611.981,96

Implantação do Sistema de Captação e de Geração de Energia R$ 177.165,88

Total R$ 5.496.781,44

No que se refere à operação e manutenção do aterro sanitário,


considerando que se trata de um aterro sanitário consorciado que
eventualmente passará por processo de concessão para implantação e
operação, cabe informar que o Consórcio Caminhos do Tibagi iniciou
procedimento de manifestação de interesse (PMI), em dezembro de 2018,
com objetivo de receber e analisar petições de pessoas jurídicas
interessadas em elaborar estudos a serem eventualmente utilizados pelo
Consórcio para embasar o processo de planejamento físico, técnico-
operacional, gerencial, econômico e institucional do empreendimento,
entre outros objetivos associados à prestação de serviços público de
saneamento básico (Consórcio Caminhos do Tibagi, 2018).

Dessa forma, os estudos associados ao procedimento de manifestação de


interesse serão utilizados para balizar as análises econômicas a respeito
de custos operacionais e de manutenção do aterro sanitário. Neste
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sentido, tais informações detalhadas poderão ser apresentadas ao órgão


ambiental depois de findada as análises e estudos técnicos operacionais e
econômicos atualmente em elaboração.

O processo de PMI foi iniciado em dezembro de 2018, com liberação do


edital de chamamento público, os requerimentos de credenciamento
foram apresentados até o dia 22 de janeiro de 2019 e a partir da
divulgação dos credenciados será contato prazo de trinta dias para
apresentação de estudos técnicos, contemplando, entre outros, o
levantamento de informações referentes ao custo de operação da
disposição de resíduos e a projeção de investimentos para as diferentes
fases do projeto (incluindo encerramento).

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4. CRONOGRAMA

Para o início da implantação, o canteiro de obras contará com barracão


provisório ou contêineres com banheiros, central de resíduos, com áreas
de lazer e para aquecer e servir refeições, que podem ser implantados e
deslocados próximos às obras civis e ambientes a serem construídos,
conforme apresentado na figura a seguir.

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Figura 39 – Localização das estruturas do canteiro de obras.

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As obras para implantação das células de disposição de resíduos seguirão


as seguintes etapas:
 Desmatamento e limpeza do terreno, com a função de liberar a área
da vegetação existente e da camada superior do solo bem como de
quaisquer outros objetos e materiais indesejáveis para a
implantação do projeto.
 Escavação, carga e transporte de solo argiloso.
 Revestimento da base e lateral das células com geomembrana para
impermeabilização.
 Compactação de aterros para proteção do sistema de
impermeabilização de base.
 Escavação Mecânica de Valas e Reaterro Mecânico de Valas, para a
execução de tubulações de condução do percolado até o sistema de
tratamento existente, e de águas pluviais até as caixas de retenção,
visto que o local não possui nenhum outro sistema de drenagem.
 Construção dos drenos de líquidos e gases.

Para a construção das demais estruturas serão necessárias as seguintes


atividades:
 Limpeza e conformação do terreno;
 Instalação das impermeabilizações e sistema de drenagem;
 Construção de estruturas, instalações elétricas e hidro-sanitárias.
 Revestimentos de parede, piso e teto;
 Serviços complementares e limpeza final.
A estimativa de período de execução das obras é de 150 dias (5 meses),
conforme cronogramas a seguir.

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Figura 40 – Cronograma de implantação das estruturas administrativas.

Figura 41 - Cronograma de implantação das estruturas de apoio de acesso ao


empreendimento.

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Figura 42 – Cronograma de implantação das estruturas de galpão para oficina.

Figura 43 – Cronograma de implantação das estruturas de galpões de apoio.

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Figura 44 – Cronograma de implantação das primeiras células do aterro.

Figura 45 – Cronograma de implantação do sistema de tratamento de efluentes.

No que se refere à operação do aterro sanitário, há previsão de uma vida


útil de 15 a 20 anos, sendo que cada célula terá uma vida útil de 18 a 24
meses. A operação seguirá os procedimentos já descritos no item 1.4.2
(Plano de operação do aterro sanitário).

Os cronogramas detalhados para a fase de operação serão elaborados


com base nas informações procedentes do procedimento de manifestação
de interesse (PMI) que está sendo conduzido pelo Consórcio Caminhos do
Tibagi no primeiro semestre de 2019, conforme descrito no capítulo
anterior.

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5. REPRESENTAÇÃO GRÁFICA

A representação gráfica é apresentada no anexo 3 deste documento, onde


são encontrados os seguintes mapas:

 Planta da concepção geral e estruturas a serem implantadas até a


conclusão do aterro;
 Planta com indicação das áreas de deposição de resíduos sólidos,
sistema de drenagem superficial, drenagem de efluentes gasosos e
drenagem de chorume;
 Planta do detalhamento da drenagem pluvial;
 Planta do detalhamento da drenagem de gases e chorume;
 Planta do perfil do solo na área de implantação das células;
 Planta do sistema de tratamento de efluentes;
 Planta com representação do isolamento da área e projeto de
paisagismo da área;
 Planta de monitoramento.

Uma vez que o material de cobertura será proveniente das escavações do


próprio aterro, que não haverá utilização de jazidas externas à área, que o
material excedente será armazenado em área no interior do
empreendimento e que as escavações serão realizadas gradualmente, de
modo a armazenar somente a quantidade de solo necessária, não se faz
necessária a apresentação de planta específica com representação destas
áreas.

O projeto de engenharia do aterro sanitário, contemplando também outras


plantas para detalhamento das estruturas previstas, é apresentado no
anexo 2.

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6. REFERÊNCIAS

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da PR-160 beneficia 90 mil moradores dos Campos Gerais. Curitiba:
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<http://www.aen.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=91073&t
it=Revitalizacao-da-PR-160-beneficia-90-mil-moradores-dos-Campos-
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_____. Moradores de Telêmaco Borba elogiam andamento das


obras na PR-160. Curitiba: AEN-PR, 2017. Disponível em:
<http://www.aen.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=93217&t
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CONSÓRCIO CAMINHOS DO TIBAGI. Edital de Chamamento Público.


Procedimento de Manifestação de Interesse – PMI – 001/2019.
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DER-PR – DEPARTAMENTO ESTADUAL DE ESTRADAS DE RODAGEM DO


PARANÁ. Sistema Rodoviário Estadual – 2017. Curitiba: SEIL, DER-PR,
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ESCOLA POLITÉCNICA DA USP. Análise de Estabilidade de Taludes.


PEF 2409. Geotecnica Ambiental. Disponível em:
<https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2100229/mod_resource/conten

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Aterro sanitário de Imbaú

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JORDÃO, E. P.; PESSOA, C. A. Tratamento de esgotos domésticos. 4ª


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Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora, 2008.

SECRETARIA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE DO PARANÁ – SEMA-PR.


PEGIRSU – PR Plano de Gestão Integrada e Associada de Resíduos
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TECNOPLAN. Estudo para Definição da Nova Área do Aterro


Sanitário. 2015.

TECNOPLAN. Projeto Executivo Aterro Sanitário para Resíduos


Sólidos Urbanos para os Municípios Integrantes do Consórcio
Intermunicipal Caminhos do Tibagi. Fevereiro, 2016.

94
Consórcio Caminhos do Tibagi
PCA - Plano de Controle Ambiental
Aterro sanitário de Imbaú

7. ANEXOS

Anexo 1 – ARTs e CTFs do IBAMA;


Anexo 2 – Projeto de engenharia;
Anexo 3 – Plantas e mapas temáticos.

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