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Contabilidade

João Paulo Schaller Dias Gonçalves


2021 / 2022 – 2º Semestre
Contabilidade

Acréscimos e Diferimentos

O regime de acréscimo ou periodização económica.

Segundo o regime de acréscimo (por contraponto com o chamado regime de caixa), as


demonstrações financeiras devem ser preparadas de forma a refletir as várias transações
nos períodos a que se referem independentemente de ter ocorrido ou não o seu
pagamento ou recebimento.

Preparadas desta forma, as demonstrações financeiras dão a conhecer aos seus utentes
não só as transações passadas relativamente às quais ocorreram movimentações de
caixa, mas também as obrigações de futuros pagamentos e o direito a futuros
recebimentos.
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Acréscimos e Diferimentos
Algumas vezes não existe ainda o documento contabilístico para servir de suporte ao registo da
operação.

Esta situação pode ocorrer quer seja para gastos quer seja para rendimentos.

No caso de gastos, temos por exemplo a fatura da eletricidade ou da água que só é recebida na
empresa no mês seguinte ao do consumo.

Mas o consumo que ocorreu no mês tem de se registar na contabilidade nesse mês. Outro exemplo
é o reconhecimento no período devido das férias e subsídio de férias a que os colaboradores da
empresa têm direito no ano seguinte, mas cujo gasto deve ser reconhecido no ano a que diz
respeito.

Por outro lado podemos ter rendimentos que dizem respeito a determinado período e
relativamente aos quais não tenhamos ainda um documento de suporte.

Como exemplo desta situação temos os juros de um depósito a prazo que a empresa tenha
efetuado mas cujo pagamento só ocorre no final do prazo do depósito (juros postecipados).
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Acréscimos e Diferimentos

O final do prazo pode ser já no período seguinte àquele que estamos a encerrar e temos
necessidade de reconhecer a parte dos juros que diz respeito a este período.

Em ambas as situações temos necessidade de efetuar um acréscimo. Para resolver esta


necessidade o código de contas contém as contas 2721 (para o acréscimo de
rendimentos) e 2722 (para o acréscimo de gastos).

Estas contas irão servir de contrapartida para o lançamento do rendimento (2721) ou do


gasto (2722) que tenhamos de reconhecer na contabilidade no período que estamos a
trabalhar.
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Acréscimos e Diferimentos

Mas a situação inversa também pode existir.

Podemos ter um documento de um gasto ou de um rendimento para lançar na


contabilidade, mas que se refere apenas ao período seguinte no todo ou em parte.

No caso do gasto o exemplo mais comum é o do seguro. O pagamento ocorre no início


mas o gasto refere-se a um ano inteiro (no caso de pagamento anual). Há a necessidade
de “empurrar” para o ano seguinte a parte que diz respeito a esse período.

No caso de rendimento temos, por exemplo, o recebimento de um subsídio à


exploração. Estes subsídios são reconhecidos na conta 751, uma conta de rendimentos,
mas parte dele pode respeitar ao período seguinte.
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Acréscimos e Diferimentos

Assim temos que retirar deste período essa parte. Nestes exemplos estamos perante
um diferimento.

Para podermos regularizar estas situações temos no código de contas as contas 281
(gastos a reconhecer) e 282 (rendimentos a reconhecer).

A parte do valor que disser respeito ao período seguinte é contabilizada na conta 281
(se for gasto) ou 282 (se for rendimento) e dessa forma já não influencia o resultado
deste ano.

Em qualquer destas situações, no período seguinte transferimos os valores que


reconhecemos nas contas 272 ou 28 para as respetivas contas de gastos ou
rendimentos por forma a afetar os resultados desse período.
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Acréscimos e Diferimentos

Decorre da aplicação do regime do ACRÉSCIMO:

• Os rendimentos e os gastos são reconhecidos quando obtidos ou incorridos,


independentemente do seu recebimento ou pagamento.

• Pelo que devem ser levados às Demonstrações Resultados TODOS e SÓ os


rendimentos e gastos desse exercício.

• Consegue-se desta forma colocar os rendimentos e os gastos no “período certo”.


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Acréscimos e Diferimentos (Activo)

Acréscimos de proveitos:
Proveitos a reconhecer no próprio exercício, uma vez que o serviço/
venda foi realizado, mas sem documentação vinculativa.
A contrapartida é sempre uma conta de proveitos.
Ex: Serviços prestados e ainda não facturados

Custos diferidos:
Facturas recebidas relativa a serviços que só irão ser “consumidos” nos
exercícios seguintes, pelo que não podem ser reconhecidos como
custos deste exercício.
Ex: Seguro anual pago em 1/Set/n :4/12 é custo de n, e 8/12 só é custo em n+1
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Acréscimos e Diferimentos (Passivo)

Acréscimos de Custos:
Custos a reconhecer no próprio exercício, uma vez que o “consumo/ utilização/
desgaste” foi realizado no exercício, mas sem documentação vinculativa.
A contrapartida é sempre uma conta de custos.
Ex: FSE - água, electricidade, comunicações, etc. (antes da chegada da factura do fornecedor); Remunerações a liquidar (férias e subsídio de férias, vencidos num
ano mas só pagos no ano seguinte)

Proveitos Diferidos:
Facturas emitidas e provável recebimento relativas a serviços que só
irão ser prestados nos exercícios seguintes, pelo que não podem ser
reconhecidos como proveito deste exercício.
Ex: Subsídios para investimentos (opcional nas IFRS), carregamento de telemóveis
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Acréscimos e Diferimentos

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