00.140313022 - Dissertacao - MGSI - 2020 - Versao 20-10-2021 FINAL
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00.140313022 - Dissertacao - MGSI - 2020 - Versao 20-10-2021 FINAL
ORIENTADOR
Professora Doutora Alcina Prata
Outubro de 2021
TÂNIA PATRÍCIA ANÁLISE DA IMPLEMENTAÇÃO DO
SANTOS JORGE SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO
ESCOLAR (SIGE): UM ESTUDO DE
CASO
JÚRI
Julho de 2021
Dedicatória
i
Agradecimentos
Finalmente chegamos ao fim de mais uma caminhada que, hoje, posso dizer foi alcançado
com sucesso. Esta dissertação é o fruto de muitas horas de reflexão, estudo, trabalho e,
também, representa a materialização de um objetivo pessoal que não seria possível sem a
ajuda de algumas pessoas.
Agradeço, primeiramente a Deus por me ter dado forças para continuar mesmo diante de
tantas adversidades.
O meu sincero agradecimento à Coordenadora da Unidade de Tecnologia de Informação e
Comunicação do Ministério da Educação de Cabo Verde, Dr.ª Rosa Monteiro, pela
disponibilidade e todo o apoio prestado, mesmo a 2918 km de distância. À Escola
Secundária Abílio Duarte e à Escola Secundária Cónego Jacinto Peregrino da Costa por me
terem aberto as portas e, assim, possibilitado este trabalho, à minha orientadora Professora
Dr.ª Alcina Prata que conduziu a realização deste trabalho.
Por fim, de modo especial, agradeço à minha Mãe pelo apoio e amor incondicional e por
ser sempre a minha maior incentivadora, e a toda a minha família pelo suporte. Minha
gratidão à Kelly Tavares, por todo o apoio ao longo desta jornada.
Muito obrigada a todos que, de forma direta ou indireta, contribuíram para que esta
dissertação se tornasse uma realidade.
ii
Glossário
EBO – Ensino Básico Obrigatório
ES – Ensino Secundário
ESAD – Escola Secundária Abílio Duarte
ESCJPC – Escola Secundária Cónego Jacinto Peregrino da Costa
GSI – Gestão de Sistemas de Informação
LBSE – Lei de Base do Sistema Educativo
ME – Ministério da Educação
NTIC - Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação
NOSI – Núcleo Operacional da Sociedade de Informação
PMN - Programa “Mundu Novu”
RAFE – Unidade de Reforma da Administração Financeira do Estado
SI – Sistemas de Informação
SIGE – Sistema Integrado de Gestão Escolar
TI – Tecnologias da Informação
TIC – Tecnologias da Informação e da Comunicação
iii
ÍNDICE
Dedicatória ..................................................................................................................... i
Agradecimentos ............................................................................................................ ii
ÍNDICE ..................................................................................................................... iv
Resumo ..................................................................................................................... ix
Abstract ...................................................................................................................... x
CAPÍTULO I ................................................................................................................ 1
Introdução ..................................................................................................................... 1
CAPÍTULO II ............................................................................................................... 7
CAPÍTULO IV ........................................................................................................... 38
4.3.3.3 Grupo III – Satisfação com a formação para o uso do SIGE ............... 56
v
4.3.3.4 Grupo IV – Perceção dos professores em relação ao SIGE ................. 59
CAPÍTULO V ............................................................................................................. 68
Conclusão................................................................................................................ 68
Bibliografia ................................................................................................................. 71
Anexos 75
Apêndices.................................................................................................................... 95
vi
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Metodologia de Investigação ....................................................................... 6
Figura 2 - Fases de mudança nas organizações determinadas pelas TI ...................... 11
Figura 3 – Escola Antiga vs Nova Escola................................................................... 17
Figura 4 – Intervenientes do processo do SIGE ......................................................... 18
Figura 5 – Fases de Implementação do SIGE ............................................................. 23
Figura 6 – Localização do Ministério da Educação. ................................................... 25
Figura 7 – Agenda da Educação, 2016 ....................................................................... 31
Figura 8 – Nova Organização do Sistema Educativo ................................................. 32
Figura 9 – Organograma do Ministério da Educação ................................................. 34
Figura 10 – Organização do Plano Estratégico da Educação, 2017-2021 .................. 35
Figura 11 – Objetivos, Indicadores e Metas Gerais para os anos 2017-2021 por
Programa .............................................................................................................................. 36
Figura 12 - Média da satisfação com o acesso a infraestruturas físicas e tecnológicas
.............................................................................................................................................. 55
Figura 13 – Satisfação com os acessos a infraestruturas físicas e tecnológicas ......... 56
Figura 14 - Média da satisfação com a formação ....................................................... 58
Figura 15 – Satisfação com a Formação para o uso do SIGE ..................................... 59
Figura 16 - Média da perceção dos professores em relação ao SIGE ......................... 63
Figura 17 – Perceção dos professores sobre o SIGE após inversão de alguns itens... 64
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 – Diferenças na organização do sistema educativo (1990, 1999, 2000) ...... 30
Tabela 2 – Alterações da LBSE .................................................................................. 32
Tabela 3 – Caraterização da ESAD ............................................................................ 41
Tabela 4 - Caraterização da ESCJPC .......................................................................... 42
Tabela 5 - Caraterização da amostra de professores de acordo com as variáveis
sociodemograficas ................................................................................................................ 52
Tabela 6 – Satisfação com o acesso a infraestruturas físicas e tecnológicas .............. 54
Tabela 7 – Satisfação com os acessos a infraestruturas fisicas e tecnológicas ........... 56
Tabela 8 – Satisfação com a formação para o uso do SIGE ....................................... 57
Tabela 9 – Satisfação com a Formação para o uso do SIGE ...................................... 59
Tabela 10 – Perceção dos professores em relação ao SIGE ....................................... 61
Tabela 11 – Perceção dos professores sobre o SIGE após inversão de alguns itens .. 64
vii
Tabela 12 – Relação entre perceção dos professores sobre o SIGE, e a satisfação com
a formação e com os acessos às infraestruturas físicas e tecnológicas ................................ 66
Tabela 13 – Diferença entre as escolas com recurso a teste t ..................................... 66
ÍNDICE DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – SIGE nas escolas ..................................................................................... 23
viii
Resumo
Partindo da premissa de que melhorar a qualidade da Educação em Cabo Verde é um dos
objetivos primordiais do Governo, a presente dissertação tem como propósito a Análise da
Implementação do Sistema Integrado de Gestão Escolar (SIGE) em Cabo Verde, com o
objetivo de compreender o impacto que o SIGE tem junto da comunidade educativa, bem
como avaliar o grau de satisfação com a utilização do mesmo, da formação inicial e
contínua e, também, fazer com que o presente estudo possa servir de base para a
implementação de melhorias nas escolas.
Do ponto de vista metodológico recorreu-se ao estudo de caso, apoiado numa abordagem
mista (quantitativa e qualitativa). A entrevista e o questionário tiveram um grande peso
enquanto instrumentos de recolha de dados. Foi realizada uma entrevista às diretoras da
Escola Secundária Abílio Duarte e da Escola Secundária Cónego Jacinto Peregrino da
Costa e foi aplicado um questionário aos professores das duas escolas, que envolveu um
total de 150 amostras, de um universo total de 175 professores.
As conclusões do presente estudo apontam, de forma geral, para a satisfação dos professores
com a implementação do SIGE nas escolas. Não obstante, reconhecem haver ainda, uma série
de questões que precisam ser melhoradas, sendo as mais citadas, a nível do acesso ao SIGE,
melhoria da lentidão e bloqueio do sistema e melhoria na ligação à internet e a nível da
simplificação do SIGE torná-lo mais intuitivo.
ix
Abstract
Based on the assumption that improving the quality of Education in Cape Verde is one of
the primary objectives of the Government, this dissertation aims to analyze the
implementation of the Integrated School Management System (SIGE) in Cape Verde,
whose objective is to understand the impact that SIGE has with the educational community,
as well as the assessment of the degree of satisfaction with the use of it, initial and
continuous training, and also make the present study serve as a basis for implementing
improvements in schools.
From a methodological point of view, a case study was used, based on a mixed approach
(quantitative and qualitative). The interview and the questionnaire had a great weight as
data collection instruments, in which an interview was conducted with the directors of the
Escola Secundária Abílio Duarte and the Escola Secundária Cónego Jacinto Peregrino da
Costa and a questionnaire was applied to the teachers of both schools, which involved a
total of 150 samples, from a universe of 175 teachers in total.
The conclusions of this study point, in general, to the satisfaction with the implementation
of SIGE in schools, on the part of teachers. But they recognize that there are still many
issues that need to be improved in terms of access to the SIGE, being improvement in the
slowness and blocking of the system, simplifying and making the SIGE more intuitive,
improving the internet connection the most mentioned.
x
CAPÍTULO I
Introdução
Devido ao avanço das novas tecnologias, do impacto económico e das mudanças que os
Sistemas de Informação (SI) produzem nas organizações e na sociedade, estas têm
desenvolvido, ao longo dos anos, as suas tarefas de maneira mais eficiente e produtiva, com
menores custos, aperfeiçoando a qualidade dos produtos ou serviços oferecidos e ganhando
vantagens competitivas face à concorrência.
A tecnologia exerce uma grande influência em vários setores da sociedade, sendo que o
contexto das organizações está inserido num cenário repleto de mudanças e transformações
tecnológicas, a fim de proporcionar maior eficiência, controle, segurança e até mesmo a
reestruturação dos seus processos produtivos.
Com a introdução das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) na educação a
comunidade educativa tem a possibilidade de comunicar, partilhar informações, construir
conhecimento e trocar experiências de forma mais eficiente. Temos, assim, a oportunidade
de quebrar a barreira das paredes da sala de aula e da escola, integrando-a com a
comunidade que a rodeia, a sociedade da informação e com outros espaços produtores de
conhecimento.
O desenvolvimento de softwares específicos para a educação mostra que, quando estes são
utilizados de forma adequada, auxiliam o processo da construção do conhecimento trazendo
ganhos para toda a comunidade educativa com efeito direto no processo de ensino-
aprendizagem que se torna mais estimulante e eficaz.
Para os professores destacam-se vantagens como a fluidez e a rapidez na comunicação com
os seus alunos e os respetivos pais e/ou encarregados de educação; a possibilidade de
consulta, a qualquer momento, dos dados pessoais dos alunos; a consulta do seu horário das
turmas; a possibilidade de disponibilizar material de apoio aos alunos; aprovar a partilha de
conteúdos com os seus pares, entre outras.
Para os gestores, destacam-se ganhos de várias ordens, entre os quais, o registo de
professores; consulta e alteração de informações dos professores; fazer as
matrículas/inscrição dos alunos de forma menos burocrática; constituição de turmas
associadas aos horários dos professores, entre outras.
Para os alunos, permite o acesso ao histórico escolar com maior rapidez; maior controlo da
assiduidade, entre outras.
Contudo, há que reconhecer que a introdução dos softwares específicos para educação
requer que o professor acrescente ao seu perfil novas competências, como por exemplo no
1
domínio das TIC. Essas competências adquiridas pelos professores fazem com que as
informações transmitidas à organização sirvam de base à tomada de decisão.
A tomada de decisão pelos órgãos de administração e gestão escolar passam por
desenvolver uma estratégia para a organização, e pautam a sua ação em função, por um
lado, dos grandes objetivos educativos, consagrados nas leis gerais do país (Constituição da
República), de modo particular, na Lei de Bases do Sistema Educativo, e, por outro lado,
em função da informação que lhes é facultada pelo sistema de informação escolar.
1 Contextualização do Tema
O Sistema Integrado de Gestão Escolar (SIGE) é um sistema que permite às escolas do
ensino básico e secundário estarem interligadas em rede a um sistema comum,
maximizando a comunicação e a gestão e minimizando os custos. Permite ainda, uma
interação rápida entre as escolas, os alunos e os pais e/ou encarregados de educação.
Este sistema foi introduzido no ensino de Cabo Verde em 2010, como experiência piloto na
escola secundária Abílio Duarte, na cidade da Praia, e na escola secundária Jorge Barbosa,
na ilha de São Vicente.
O presente trabalho tem como objetivo principal estudar o impacto que o SIGE irá gerar nos
seus utilizadores, quebrando paradigmas existentes no contexto da gestão escolar, isto é, suas
reações, as mais diversas possíveis, uma vez que quando se fala em mudança as pessoas
tendem a resistir, pois é da natureza humana ir contra algo novo, desconhecido.
Armando Rocha Trindade (Conselho Nacional de Educação, A Sociedade da Informação na
Escola, 1998) defende que a introdução dos Sistemas de Informação (SI) nas escolas
permite democratizar o acesso às inovações tecnológicas relacionadas com a Informação e
Comunicação, dota os estudantes de autonomia em relação às fontes do saber não ficando
estes limitados apenas ao conhecimento adquirido na sala de aula através dos professores.
Antes da implementação do SIGE, a gestão escolar era feita com base em documentos
produzidos nas escolas sem que existisse qualquer padronização para a sua elaboração.
Esses documentos podiam ser enviados para os serviços de estatística do Ministério da
Educação (ME), conforme as solicitações. O maior constrangimento com a falta de um
sistema integrado de gestão escolar eram as dificuldades em aceder às informações dos
integrantes da comunidade educativa em tempo útil e de forma segura.
Neste contexto, Cabo Verde procurou desenvolver e implementar os seus objetivos básicos
a nível da educação, acompanhando o ritmo de desenvolvimento dos outros países, com a
implementação de um software chamado Sistema Integrado de Gestão Escolar (SIGE).
2
1.1 Objetivos Gerais
É objetivo geral da presente dissertação a análise da implementação do Sistema Integrado
de Gestão Escolar (SIGE) tendo como objeto o caso específico do arquipélago de Cabo
Verde.
Com o intuito de dar resposta à problemática que tem sido a implementação dos SI em
Cabo Verde, com esta análise, pretende-se estudar, por um lado, o impacto que o SIGE tem
no seio da comunidade dos professores cabo-verdianos após a implementação do sistema,
avaliar o grau de satisfação com a utilização do mesmo e avaliar a formação inicial e contínua
recebida. Por outro lado, pretende-se que o presente estudo possa servir de base para a
implementação de melhorias nas escolas, onde a implementação do SIGE é já uma realidade.
1.3 Problemática
De modo a cumprir os objetivos previamente apresentados é necessário responder a algumas
questões, daí que a problemática sobre a qual recai este estudo se divida em:
Como avaliar o SIGE em Cabo Verde e a sua mais-valia para as escolas do país?
Que impacto tem o SIGE nos utilizadores do sistema?
Qual é o grau de satisfação dos utilizadores do SIGE em relação à formação inicial
e contínua recebida sobre a utilização do SIGE?
3
1.4 Metodologia de Investigação
Nesta subseção abordam-se o método estudo de caso, as tipologias de investigação
quantitativa e qualitativa e é feita uma breve análise de conteúdo (através do uso de
documentos, dados de observação do participante, elaboração de entrevistas, questionários,
etc.), uma vez que a metodologia utilizada para o desenvolvimento da presente dissertação
se baseou nestas ferramentas.
Para Stake (1995), o estudo de caso “estuda a particularidade e a complexidade de um
único caso, conseguindo compreender a sua atividade no âmbito de circunstâncias
importantes”.
Yin, 2010, p. 39, defende que o estudo de caso pode ser definido de duas formas. A
primeira como “uma investigação empírica que investiga um fenómeno contemporâneo em
profundidade e em seu contexto de vida real, especialmente quando os limites entre o
fenómeno e o contexto não são claramente evidentes”. O estudo de caso é usado quando
pretendemos compreender um fenómeno da vida real em profundidade como é o caso em
questão. Na segunda, o autor faz a definição técnica do estudo de caso e afirma que “a
investigação do estudo de caso enfrenta a situação tecnicamente diferenciada em que
existirão muito mais variáveis de interesse do que pontos de dados, e, como resultado conta
com múltiplas fontes de evidência, com os dados precisando convergir de maneira
triangular, e como outro resultado beneficia-se do desenvolvimento anterior das
proposições teóricas para orientar a recolha e a análise de dados”.
A dupla definição apresentada pelo autor mostra que o método estudo de caso é muito
amplo e recorre a lógica do projeto, a técnicas de recolha de dados, a abordagens
específicas e a análise dos dados.
Quanto à abordagem à investigação quantitativa, esta baseia-se na crença de que os seres
humanos são compostos por partes que podem ser medidas e o investigador define as
variáveis de forma operacional, recolhe metodicamente dados verificáveis junto dos
participantes e analisa-os com a ajuda de técnicas estatísticas (Fortin et al., 2009). Para o
mesmo autor, a investigação qualitativa recai sobre a crença de que existem várias
realidades e que cada realidade é baseada na perceção do indivíduo e muda com o tempo.
Isto é, a investigação qualitativa tem em conta a globalidade dos seres humanos,
particularmente a sua experiência de vida e o meio em que se insere. A amostra, a recolha
de dados, a análise e a interpretação são repetidas várias vezes e deve-se assegurar que os
dados ou os resultados da investigação refletem as experiências dos participantes e não do
4
investigador.
Segundo Stake (2012), a investigação quantitativa privilegia a explicação e o controlo,
enquanto a investigação qualitativa privilegia a compreensão das complexas inter-relações
entre tudo o que existe. Stake diz, ainda, que a investigação qualitativa tem uma
caraterística holística, empírica, interpretativa e empática. Isto é, a caraterística holística
está relacionada com a sua contextualidade bem desenvolvida, está orientada para o caso e
procura compreender mais o seu objeto do que compreender como ele difere dos outros.
Sendo empírica, a investigação está orientada para o que se passa no terreno e coloca a sua
ênfase em coisas observáveis, incluindo observações feitas pelos informadores. Na
interpretativa os seus investigadores confiam mais na intuição, com muitos critérios
importantes não especificados e está orientado para o facto de a investigação ser uma
interação investigador-sujeito. A última caraterística, a empática, foca-se na
intencionalidade do ator, procura os quadros de referência do ator, o compromisso de valor
e, apesar de ser planeado, o seu plano é emergente e reativo.
A presente dissertação tem, essencialmente, um caráter exploratório e para a elaboração e
fundamentação teórica do mesmo as metodologias utilizadas foram a revisão bibliográfica,
a documentação interna do ME, a pesquisa através da internet, o trabalho de campo e
também a realização de questionários e entrevistas (Figura 1), para que fosse possível
descrever todo o processo, sendo que a entrevista e o questionário tiveram particular
importância enquanto instrumentos de recolha de dados.
5
Figura 1 - Metodologia de Investigação
METODOLOGIA
- Estudo de Caso
TÉCNICAS DE
ABORDAGEM RECOLHA DE DADOS
- Quantitativa - Inquéritos
- Qualitativa - Análise Documental
- Observação
INSTRUMENTOS DE
RECOLHA DE DADOS
- Questionário
- Análise de Conteúdos
- Guião de Entrevista
6
CAPÍTULO II
2 Revisão da Literatura
Atualmente, devido às necessidades sociais de um mundo interligado na forma de redes, da
própria dinâmica da produção de conhecimento associada ao rápido crescimento das
Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC), estão a ser acelerados os processos de
mudança, que transformam a economia, globalizam processos, destroem barreiras e
diminuem distâncias, exigindo uma visão sistémica, complexa e transdisciplinar dos
fenómenos.
Face à grande utilização das TIC e à cada vez maior tendência de produção de documentos
e informações digitais, é fundamental pensar em Tecnologias de Informação (TI) como
apoio à geração, reprodução e gestão de documentos digitais sem deixar de fora dessa
gestão os documentos que já tenham sido produzidos em formato impresso.
Assim sendo, neste capítulo são abordados conceitos relacionados às TIC, nomeadamente,
os Sistemas de Informação Organizacional, as TIC em Cabo Verde e na educação e o
Sistema Integrado de Gestão Escolar (SIGE).
7
eletrónicos e do software que garantia o seu controlo, o maior problema era a criação dos
programas capazes de descrever as operações da empresa a realizar pelo computador. Para
lidarem com tais problemas os profissionais eram formados pelas empresas que fabricavam
e distribuíam os computadores, porque as linguagens de programação e as plataformas de
construção de programas eram específicas a cada marca, sendo os computadores uma
máquina recente, não existia ainda formação específica, quer a nível do ensino superior
quer de formação profissional. Ao longo do tempo, a função desempenhada pelos
computadores nas organizações foi-se ampliando a outros tipos de tarefas – “a fabricação
assistida por computador, a produção de informação de gestão e o apoio à tomada de
decisões, são exemplos de áreas organizacionais que, até ao final da década de 1970,
tinham sido objeto de suporte por computadores” (Ein-Dor&Segev, 1993).
Amaral (1994, citado por Zorrinho et al. 2005), define Gestão de Sistemas de Informação
(GSI) como um conjunto de atividades que constituem a área funcional das organizações
responsável pela gestão do recurso informação e de todos os recursos envolvidos no
planeamento, desenvolvimento e exploração dos seus SI.
Henrique Marcelino (1990, p. 8, citado por Caldeira, 2005), defende o conceito de Sistema
de Informação Organizacional como “o conjunto de meios e procedimentos que, através de
mecanismos de representação têm como finalidade explícita ou resultado implícito fornecer
aos diferentes membros da organização uma percepção do estado e do funcionamento da
dita organização e do seu meio envolvente (sistema de informação de gestão) e suportar de
modo operacional as atividades do sistema de operações cujo objeto seja informação
(sistema de informação produtivo) ”.
Laudon e Laudon (2001, cit. por Lopes et al., 2005), definem SI como “um conjunto de
componentes inter-relacionadas que colecionam (ou acedem), processam, armazenam e
distribuem informação para suportar a tomada de decisão e controlo numa organização”. Já
Ein-Dor, (1993, cit. por Lopes et al., 2005) diz que o SI é um sistema computadorizado
com uma interface para o utilizador, em que o computador não esteja fisicamente embutido,
ou seja, o computador é percetível aos olhos do utilizador.
Tendo em conta as várias definições, considera-se que um SI inclui o trabalho da
organização do tipo informacional e ajuda as organizações a atingir os seus objetivos
através da recolha, armazenamento, processamento e distribuição da informação. Conclui-
se, assim, que os SI são encarados sob uma perspetiva social e tecnológica (Lopes et al.,
2005).
8
2.2 Sistemas e Tecnologias de Informação: Mudança Organizacional e Mudança
Estrutural
Para o Zorrinho (1991) o desenvolvimento das tecnologias de suporte aos SI,
nomeadamente o crescimento das capacidades de memorização, transmissão e gestão de
dados provocou uma transformação do papel do SI nas organizações. Para o autor, além do
papel de instrumento de apoio à tomada de decisão, os SI atuam sobre o padrão de análise
da organização e dos sistemas, condicionando comportamentos, atitudes e desempenhos,
consequentemente, constituem um instrumento indireto de gestão.
Lopes et al., 2005, afirma que a mudança organizacional é, hoje, crucial para a
sobrevivência das organizações, e as que não se adaptarem estão condenadas a não
sobreviverem, pois, o ambiente de estabilidade que existia no passado alterou-se e novas
ameaças surgem diariamente nas organizações. Assim sendo, as organizações têm de
antecipar a mudança e responder de uma forma inovadora.
A mudança organizacional é objeto de estudo de várias disciplinas que se ocupam da
análise das implicações provocadas pelas várias mudanças que assolam os sistemas sócio-
organizacionais. Este facto dá-se, pelo surgimento das novas mudanças da tecnologia, das
estruturas, do mercado, das formas e dos modelos de organização de trabalho, dos
processos de gestão, das atitudes e dos valores, das relações com os clientes, entre outras
(Ferreira, 1996:323, cit. por Rodrigues).
Davenport (1993), SI e a mudança organizacional, in Castro et al., Desenvolvimento de SI:
Os SI e a mudança organizacional (pp. 17). FCA – Editora de Informática, afirma que as TI
foram consideradas como sendo o instrumento mais influente para transformar as
organizações, mas que o sucesso das organizações passa, essencialmente, pela mudança dos
SI, sendo estes necessários e críticos. Embora as TI sejam importantes para a mudança
organizacional, estas, por si só, não derivam mudanças significativas para a organização,
pelo que é de extrema importância a sua integração com os SI e o facto de os SI
acrescentarem valor às organizações confirma o papel crucial que as atividades de
intervenção de SI têm para as organizações.
De acordo com os autores Serrano et. al (2004, pp.28), a revolução das TI, devido à sua
capacidade de penetração em todos os âmbitos da atividade humana, está a provocar
complexas mudanças na economia e nas organizações. E a capacidade, ou não, das
sociedades para dominarem e direcionarem o desenvolvimento da tecnologia define, em
boa medida, o seu destino, ao ponto de podermos dizer que, ainda que por si mesma não
determine a evolução histórica e a mudança social a tecnologia capacita as sociedades para
9
a transformação.
Como resultado da sua progressiva implementação na sociedade e nas organizações, os
colaboradores dedicam a maior parte do seu tempo à gestão da informação, uma vez que,
esta é fundamental para a realização das suas funções. Como consequência, todos os
colaboradores, realizam em menor ou maior grau, quatro funções informacionais básicas:
1) Planificação, 2) Tomada de decisões, 3) Resolução de problemas e 4) Avaliação de
resultados, com isto, todos devem ser comunicadores, processadores e criadores da
informação.
Serrano et. al (2004), diz ainda que, as tecnologias se tornaram elemento-chave das
organizações. Inicialmente eram confinadas às atividades internas e, atualmente,
alcançaram cenários de diversas áreas como negócios, social, político, educativo, científico,
obrigando, deste modo, a novas formas de trabalho, de comunicação, e de organização,
tanto no campo organizacional como pessoal.
Assim sendo, relativamente às tecnologias de informação, a mudança é fortemente incitada
pela concorrência crescente no ambiente empresarial e na constante procura de vantagens
concorrenciais nos produtos e nas técnicas de produção, nas técnicas de penetração nos
mercados e nas técnicas e instrumentos de gestão das organizações. Esta estratégia cria,
obrigatoriamente, uma necessidade de atualização dos métodos de gestão, da formação dos
colaboradores e dos produtos, face à velocidade da mudança (Zorrinho, 1991, pp.39).
10
Figura 2 - Fases de mudança nas organizações determinadas pelas TI
1
Mainsframes – computador de grande porte capaz de realizar processamento de dados complexos e
são usados como sistemas centrais em grandes organizações.
2
World Wide Web (www) – é um sistema de documentos dispostos na Internet que permitem o acesso
às informações apresentadas no formato de hipertexto.
11
transformação organizacional. Nesta nova fase, existem quatro elementos que combinados
configuram o ciberespaço: intranets3, extranets4, internet5 e world wide web. Estes quatro
elementos têm uma grande importância estratégica na definição da posição competitiva das
organizações.
Segundo Delors (1988), “esta livre circulação de imagens e de palavras, que prefigura o
mundo de amanhã, até no que possa ter de perturbador, transformou quer as relações
internacionais, quer a compreensão do mundo pelas pessoas; isto é um dos grandes
aceleradores da mundialização” segundo Delors (1988). Com a situação pandémica
provocada pela COVID-19, de acordo com Dotta et. al (2020), um número elevado de
professores, com ou sem o apoio adequado, passaram a utilizar as TIC para transmitir
conteúdos, enviar e recolher atividades, ou mesmo para esclarecer dúvidas aos alunos. A
pandemia da Covid-19 modificou totalmente a forma como a socialização nos meios
escolares acontecem e até o processo de ensino e aprendizagem teve que se adequar a uma
nova realidade mediada por computadores e Sistemas de Informação (SI) que possibilitam
o ensino remoto (Adedoyin; Soykan, 2020; Daniel, 2020; O’leary, 2020, cit. por Júnior e
Frogeri, 2021).
13
2.4 Tecnologias de Informação e Comunicação em Cabo Verde
A comunicação entre as dez ilhas de Cabo Verde foi um enorme desafio, ao longo de vários
séculos. Logo, as Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (NTIC) possibilitaram
ligar as ilhas por meio de algum tipo de rede que poderia ajudar a resolver os problemas de
comunicação que persistiram durante muitos anos.
Antes de 1998 a utilização das TIC no setor privado era igualmente subdesenvolvida, tendo
como principal cliente o Governo. Nesta altura, houve algumas experiências com
consultores estrangeiros, para administrar bases para o setor no país, mas, esses projetos
foram considerados bastante caros e mal sucedidos.
Com as falhas nessas experiências, em 1998, o Ministério das Finanças viu que os seus
sistemas de informação eram lentos, caros e incompletos, fundaram a Unidade de Reforma
da Administração Financeira do Estado (RAFE). Inicialmente limitada ao Ministério das
Finanças, rapidamente a atuação da RAFE se alastrou pela Administração Pública,
contribuindo para o início do processo de modernização de outros setores do Estado. Em
resposta à crescente procura e de acordo com a visão estratégica do Governo, foi criado,
por resolução do Conselho de Ministros, em julho de 2003, o Núcleo Operacional da
Sociedade de Informação (NOSI), como unidade operacional da Comissão Interministerial
para a Inovação e Sociedade de Informação, presidida pelo Primeiro-Ministro de Cabo
Verde.
Cabo Verde ocupa um lugar de liderança na África Ocidental no que se refere às TIC,
segundo os dados divulgados pela União Internacional das Telecomunicações (UIT) no seu
relatório anual de TIC’s “Medindo a Sociedade de Informação 2016”. Em África, Cabo
Verde ocupa o 1º lugar a nível da sub-região da África Ocidental e 4º lugar a nível do
continente, já no ranking mundial o arquipélago ocupa o 96.º lugar com o índice de 4.60.
O ICT Development Index (IDI6) obtido por Cabo Verde é resultado da média de três sub-
índices: infraestruturas e acesso (com o peso de 40%), em que o país obteve o índice de
5.02; intensidade do uso das TIC (peso de 40%), com o índice de 4.03 (uma evolução
positiva de 11 posições em relação a 2015 que ocupava o lugar 88ª e índice de 3.24); e,
finalmente, o sub-índice capacitação dos utilizadores (peso 20%), em que o índice obtido
foi de 4.89.
De acordo com o Programa Estratégico para a Sociedade da Informação (2005), “o
desenvolvimento das TIC para a afirmação de uma sociedade de informação e
conhecimento é uma opção estratégica, pois são ferramentas centrais da modernização e
6
ICT Development Index (IDI) – Índice de Desenvolvimento de TIC.
14
internacionalização da economia. As TIC são um fator de inserção ativa de Cabo Verde na
economia global, ajudou a romper as barreiras do determinismo insular para estar em
sintonia com o mundo, acompanhando as mudanças, participando na evolução do
conhecimento e do saber, estando perto dos centros de decisão, detetando oportunidades e
pô-las ao serviço do seu próprio desenvolvimento”.
As NTIC são hoje o centro das sociedades modernas e exercem um papel crucial no
desenvolvimento social e económico. O seu potencial é, hoje, reconhecido como fator-
chave para aumentar a produtividade e a qualidade de vida, particularmente para a maioria
dos povos do mundo vivendo em países em desenvolvimento ou em economias em
transição.
O Governo de Cabo Verde, na sua estratégia de desenvolvimento, atribui papel relevante à
sociedade de informação e do conhecimento na melhoria da competitividade da economia
cabo-verdiana. No entanto, o enquadramento legal existente para o desenvolvimento das TIC
em Cabo Verde não está ainda suficientemente regulamentado e o que existe está mais
configurado para as telecomunicações que constituem um dos eixos principais das TIC, mas
mesmo assim, não as absorvem em toda a sua extensão (NOSI, 2005).
Objetivos principais:
Modernizar o processo de ensino através da utilização das TIC;
Melhorar a qualidade do ensino e da aprendizagem;
Aumentar significativamente o nível de conhecimento dos cabo-verdianos;
Tornar Cabo Verde mais competitivo na economia global;
Promover a equidade social na Sociedade de Informação, através da redução das
assimetrias sociais e da infoexclusão.
16
potenciar as suas capacidades numa equipa de trabalho e na comunidade.
Isto é, o programa “Mundu Novu” teve como responsabilidade equipar com os recursos
tecnológicos todas as escolas públicas, do ensino básico e secundário e promover a
formação dos professores na área das TIC em educação.
7
NOSI (Núcleo Operacional da Sociedade de Informação) – iniciou com a fundação da Unidade de
Reforma da Administração Financeira do Estado (RAFE), em 1998. Inicialmente limitada ao Ministério das
Finanças, rapidamente a atuação da RAFE se alastrou pela Administração Pública, contribuindo para o início
do processo de modernização de outros setores do Estado.
17
ensino básico obrigatório (EBO), em todo o território nacional, permitindo às escolas
estarem interligadas em rede a um sistema comum. Dentro deste contexto, o Sistema de
Informação para Educação (SIE) viabilizou a criação de um sistema único de gestão escolar
em todo o território nacional e a ligação em rede das unidades educativas a um sistema
comum, maximizando a comunicação e a gestão e minimizando os custos.
Este sistema permite às escolas do ES e do EBO melhorar a sua gestão, permitindo uma
integração rápida entre elas e os alunos e também com os pais/encarregados de educação.
A Figura 4 demonstra os intervenientes do processo do SIGE que funcionam de uma forma
simultânea e de acordo com as suas funções perante o sistema.
8
Em 2017 a educação passou a ser gratuita até ao 12º ano, mas é possível consultar o histórico das
propinas dos períodos anteriores a 2017.
19
Ano Letivo;
Período;
Apoios dos alunos;
Natureza das disciplinas;
Escalão das Propinas;
Configuração das Escolas;
Entre outras parametrizações.
O perfil do ME tem acesso a informações de todas as escolas do país, pode-se dizer que é o
perfil do administrador do SIGE.
No perfil dos professores o acesso à informação varia conforme se o professor tem cargo de
diretor de turma ou não. Caso tenha direção de turma, tem acesso a todas as informações da
sua turma relativas a outras disciplinas. No caso de não ser diretor de turma tem acesso às
informações apenas da (s) disciplina (s) que leciona.
Existem, também, vários outros perfis destinados aos intervenientes dos serviços centrais,
nomeadamente:
Direção Nacional da Educação;
Recursos Humanos;
Inspeção-Geral da Educação;
Delegações escolares;
Serviço de Estudos, Planeamento e Cooperação.
Para além desses perfis temos um produto denominado de “Nha Dossier” que pode ser
9
IGRP – Integrated Government Resource Planning (Planeamento Integrado de Recursos
Governamentais).
21
acedido no site Porton di Nôs Ilha (https://portondinosilhas.gov.cv/), destinado aos alunos,
pais e/ou encarregados da educação, onde é possível fazer o acompanhamento do histórico
escolar dos alunos e consultar as suas informações gerais (Apêndice 2 – Perfil do Aluno e
Apêndice 3 – Perfil dos pais e/ou encarregados de educação).
Aqui, alunos, pais e/ou encarregados de educação podem aceder às seguintes informações:
Identificação (informações gerais do aluno);
Informação escolar (informações sobre as disciplinas do aluno e os seus
respetivos professores);
Notas/ Faltas (notas trimestrais, avaliação sumativa e faltas);
Documento (documentos anexados ao processo do aluno);
Propina (consultar os dados das propinas, valor das prestações, estado do
pagamento…);
Termo de matrícula do aluno;
Recados (o encarregado de educação pode interagir com o diretor de turma
enviando um email para a sua caixa de correio);
Calendário de testes.
22
Figura 5 – Fases de Implementação do SIGE
2014 2019
•Ano da •Conclusão da
implementação implementação
•Disseminação por nas ES •Conclusão da
•2 Escolas-piloto outras escolas do implementação - EBO
(ESAD e ESJB) país •Início da
implementação no
2009
EBO
2018
89%
24
CAPÍTULO III
3 Apresentação da Organização
Neste capítulo é apresentado um breve historial da organização, sendo que a generalidade
das informações foram recolhidas da documentação interna disponibilizada pelo Ministério
da Educação de Cabo Verde e do respetivo site (https://minedu.gov.cv/).
3.1.1 Localização
O ME localiza-se na Av. Cidade de Lisboa - Edifício do Palácio do Governo, CP nº 111,
Várzea - Praia, Cabo Verde, como se pode verificar na Figura 6, sendo o edifício onde se
concentram os escritórios que dirigem toda a atividade do ME.
Valores
O ME assenta num conjunto de convicções, princípios e valores, nomeadamente:
Compromisso com a sociedade – contribuir para uma formação cívica do indivíduo,
designadamente através da integração e promoção de valores democráticos, éticos e
humanistas no processo educativo, numa perspetiva crítica e reflexiva;
Contributo para o aumento da produtividade – desenvolver uma ação educativa que
promova atitudes positivas em relação ao trabalho, à produção e à inovação nas atividades
económicas, como fatores de progresso e de bem-estar;
Identidade cultural – estimular a preservação e reafirmação dos valores culturais e do
património nacional e internacional;
Identidade linguística – valorizar as línguas nacionais: a cabo-verdiana e a portuguesa,
através do seu ensino, com metodologias diferenciadas e do desenvolvimento de estudos
linguísticos;
Cidadania e respeito pelos direitos humanos – contribuir para o conhecimento e o
respeito dos direitos humanos e desenvolver o espírito de tolerância e solidariedade.
3.1.3 Competências
Na sequência da sua missão, são atribuições do ME:
Definir, promover e executar as políticas destinadas à educação pré-escolar, aos
ensinos básico, secundário, técnico profissional, à educação extraescolar, a
ações complementares da inclusão socioeducativa, da orientação vocacional e da
ação social escolar;
Definir, promover e executar as políticas educativas para o ensino superior e nos
domínios da ciência e da tecnologia, prevendo estratégias de reforço da
26
investigação para o desenvolvimento nacional, nesses domínios;
Promover a igualdade de oportunidades de acesso e de sucesso, a todos os
cidadãos, nos diversos graus de ensino e em todas as atividades educativas;
Preparar, executar e acompanhar, os programas e projetos educacionais, numa
perspetiva reflexiva avaliativa permanente do sistema educativo, com vista à sua
adequação às necessidades de desenvolvimento do país e ao seu alinhamento
com as tendências globalizadas de desenvolvimento educacional;
Melhorar a qualidade, o rendimento e a funcionalidade das instituições,
designadamente pela introdução de novos métodos e práticas de gestão, para a
melhoria científica e pedagógica, administrativa e financeira, da formação
docente, discente e não docente;
Garantir a aprendizagem das línguas cabo-verdiana e portuguesa, bem como das
línguas estrangeiras, em todos os ciclos de ensino e formação;
Promover uma cultura e uma prática de igualdade e de não-violência, nas
abordagens e nos espaços educativos, implementando estratégias preventivas da
discriminação.
10
O Instituto Pedagógico que era de nível médio passou a ser considerado uma Instituição de Ensino
Superior.
29
Tabela 1 – Diferenças na organização do sistema educativo (1990, 1999, 2000)
LBSE 1990 / 1999 LBSE 2010
Ensino Básico
O ensino básico (6 anos) é universal e obrigatório. O Estado garante a educação obrigatória e universal até ao
10º ano de escolaridade.
O Estado promove a criação de condições para alargar a
escolaridade obrigatória até ao 12º ano de escolaridade.
O ensino básico abrange 6 anos de escolaridade, O ensino básico é universal, obrigatório e gratuito com a
organizado em 3 fases (2 anos cada). duração de 8 anos. Compreende 3 ciclos sequenciais: o 1º, de
4 anos; e o 2º ciclo e o 3º ciclo, de 2 anos cada.
Ensino Secundário
O ensino secundário tem a duração de 6 anos e O ensino secundário tem a duração de 4 anos e organiza-se
organiza-se em 3 ciclos de 2 anos cada. em 2 ciclos sequenciais de 2 anos cada.
30
Figura 7 – Agenda da Educação, 2016
31
Tabela 2 – Alterações da LBSE
LBSE 2010 Alterações identificadas
A educação pré-escolar é de frequência facultativa. A educação pré-escolar é de frequência obrigatória.
O ensino básico é universal, obrigatório e gratuito com O ensino básico é universal, obrigatório e gratuito até
a duração de 8 anos. ao 8º ano para crianças, jovens e adultos.
Compreende 3 ciclos sequenciais, o 1o de 4 anos; o 2o Compreende 2 ciclos sequenciais, sendo o 1º de quatro
ciclo e o 3º, de dois anos cada. anos, o 2º igualmente de 4 anos.
O ensino secundário tem a duração de 4 anos e O ensino secundário tem a duração de 4 anos e
organiza-se em 2 ciclos sequenciais de 2 anos cada: organiza-se em 2 ciclos sequenciais de 2 anos cada,
- 1º ciclo da via do ensino geral, que constitui um ciclo divididos numa via do ensino geral e numa via do
de consolidação do ensino básico e orientação escolar e ensino técnico.
vocacional;
- 2º ciclo com uma via do ensino geral e uma via do
ensino técnico.
Educação de adultos: Educação de adultos na perspetiva da educação ao
- Ensino básico de adultos, organizado em 3 fases de 2 longo da vida:
anos cada (6 anos). - Ensino básico de adultos, organizado em 2 fases: a 1ª
- Ensino recorrente para adultos (ensino noturno de (1º e 2º anos); a 2ª (3º, 4º e 5º anos), durante 6 anos.
qualquer ciclo ou nível). - Ensino secundário (técnico) de 4 anos, com 2 ciclos
de 2 anos cada (pós-laboral).
- Ensino superior (pós laboral).
11
Nota: Ao longo do documento umas vezes é referenciado como Ensino Básico Obrigatório,
Educação Básico Obrigatório e Ensino Básico Integrado, sendo que são usadas com o mesmo significado.
35
Figura 11 – Objetivos, Indicadores e Metas Gerais para os anos 2017-2021 por
Programa
37
CAPÍTULO IV
4 Estudo de Caso
Nesta seção explicam-se e analisam-se as diversas atividades desenvolvidas ao longo desta
pesquisa, de acordo com as metodologias mencionadas no capítulo I.
4.1 Metodologia
De acordo com o mencionado no capítulo I (Metodologia de Investigação) a metodologia
aplicada para esta investigação foi o estudo de caso, tendo-se recorrido a uma abordagem
quantitativa e qualitativa.
Com a metodologia definida pretendia-se analisar os impactos do SIGE nas escolas,
principalmente junto dos seus utilizadores – professores e diretores das escolas. A primeira
tarefa a ser executada foi a pesquisa bibliográfica, onde foram explorados os aspetos do
tema em questão, que serviram de orientação para a condução da investigação.
Depois de efetuada a pesquisa bibliográfica, iniciou-se o estudo e a análise de documentos
existentes e da documentação interna do Ministério da Educação (ME) de Cabo Verde.
Os dados recolhidos inicialmente foram de caráter qualitativo, o que significa que os
inquiridos puderam facultar pormenores descritivos relativamente ao assunto. Os dados
foram recolhidos através de documentos, de entrevistas, de conversas, de consultas, da
análise das informações constantes nos Websites, na forma de funcionamento do software
e, também, através de inquéritos por questionários.
38
tratamento e análise dos dados em estudo e deve-se ter em conta que, estatisticamente, até
os dados de análise qualitativa podem ser tratados quantitativamente.
4.2.1 Entrevista
A entrevista carateriza-se por um contato direto entre o investigador e os seus
interlocutores. Este método distingue-se pela aplicação dos processos fundamentais de
comunicação e de interação humana e quando são corretamente valorizadas, permitem
recolher informações muito importantes (Quivy e Campenhoudt, 1992).
Segundo Bogdan & Biklen (2010, cit. por Pereira et. al., 2011), “uma entrevista é utilizada
para recolher dados descritivos na linguagem do próprio sujeito, permitindo ao investigador
desenvolver intuitivamente uma ideia sobre a maneira como os sujeitos interpretam aspetos
do mundo.”
Para Tuckman (2000) as vantagens da entrevista, em relação ao questionário, são as várias
hipóteses que o investigador tem de particularizar as questões a cada entrevistado e
aprofundar o tema. A desvantagem reside no número limitado de entrevistados a que pode
ser aplicada, a maior margem de erro pela menor padronização e a limitada fiabilidade que
tem em relação ao questionário.
Para este estudo de caso, foi feita uma entrevista às Diretoras da Escola Secundária Abílio
Duarte (ESAD) e da Escola Secundária Cónego Jacinto Peregrino da Costa (ESCJPC),
tendo por base um guião de entrevista composto por 35 perguntas (Apêndice 4 – Guião de
entrevista).
A natureza da entrevista é semidiretiva, também chamada semiestruturada com perguntas
semiabertas. Apesar de ter sido elaborado, previamente, um conjunto de perguntas guia, em
muitos momentos as perguntas não foram formuladas tal e qual foram previstas no guião. A
principal preocupação foi criar um ambiente agradável que permitisse que os entrevistados
se sentissem à vontade, o que permitiu a recolha de informações muito importantes. Quanto
ao local, as entrevistas ocorreram nos gabinetes das diretoras, das respetivas escolas.
4.2.2 Questionário
O questionário é definido como um instrumento de investigação que visa a recolha de
informações baseando-se, geralmente, na inquirição de um grupo representativo da
população em estudo. O questionário contém uma série de questões que abrangem um tema
de interesse para o investigador, não havendo interação direta entre este e os inquiridos.
Ghiglione e Matalon, 1993, defendem que “a construção do questionário e a formulação
das questões constitui, portanto, uma fase crucial do desenvolvimento do inquérito” e
39
afirmam que o questionário deve ser rigorosamente estandardizado, quer a nível do texto,
quer a nível da numeração das perguntas. As questões devem ser colocadas da mesma
forma, sem explicações suplementares, para isso as questões devem ser claras, e sem
qualquer ambiguidade de forma a garantir a comparabilidade das respostas de todos os
indivíduos inquiridos.
Para escrever um bom questionário é crucial, num primeiro momento, a especificação em
detalhe: dos objetivos da investigação; das hipóteses; das escalas de resposta das perguntas
do questionário; e dos métodos para analisar os dados recolhidos (Hill&Hill, 1998, pág.2).
Assim, tendo como base as questões colocadas nos objetivos desta investigação, para o
presente estudo foi feito um inquérito por questionário (Apêndice 6 – Questionário) aos
professores da Escola Secundária Cónego Jacinto Peregrino da Costa e da Escola
Secundária Abílio Duarte, com 1 pergunta aberta (pergunta na qual o inquirido se
pronuncia livremente sobre o assunto) e 60 perguntas fechadas (que se caracterizam por
recorrer às chamadas respostas em escala Likert12, ou seja, o inquirido escolhe, da escala, o
valor que melhor se ajusta à sua opinião). A escala Likert permite ao inquirido expor o seu
grau de concordância ou discordância em relação a cada afirmação. Definiu-se dois
extremos como “Discordo totalmente” e “Concordo totalmente”, em escalas de 1 a 5,
conforme se pode verificar:
1 – Discordo Totalmente
2 – Discordo
3 – Não Concordo Nem Discordo
4 – Concordo
5 – Concordo Totalmente
12
Escala Likert – é um tipo de escala de resposta psicométrica usada habitualmente em questionários,
e é a escala mais usada em pesquisas de opinião.
40
4.3 Análise e Discussão de Dados Obtidos
Nesta subseção pretende-se apresentar os dados recolhidos através do questionário aplicado
aos professores, bem como os dados das entrevistas realizadas às diretoras das duas escolas.
41
Tabela 4 - Caraterização da ESCJPC
Caraterização da Escola Secundária Cónego Jacinto Peregrino da Costa
Nome Escola Secundária Cónego Jacinto Peregrino da Costa
Organismo Ministério da Educação
Órgãos Assembleia, Conselho Diretivo, Conselho Pedagógico e Conselho
da Disciplina
Atividade Estabelecimento de Ensino
Morada Várzea, Praia - Cabo Verde
Ano de início de atividades 1992
Nº de Sala de Aulas 26
Nº Sala de Atividades 1 Sala de Cultura cabo-verdiana "Sabu TxoTxó", 1 Oficina (Desenho e
Educação Visual e Tecnológica, 1 Clube de Francês, 1 Espaço de Informação
e Orientação); 1 Anfiteatro, 1 Clube Ecológico
Nº casas de banho 6
Sala de informática 1
Refeitório/Cantina 1
Biblioteca 1
Instalações desportiva 2
Laboratórios 1
Sala de professores 1
Ciclos de estudo 1º e 2º ciclos, Ensino Secundário
Horário 07:30-12:30 / 13:00-18:00
Regime 2 Períodos (manhã e tarde)
Áreas Ciência e Tecnologia, Económico-social e Humanística
Nº de pessoal administrativo 13
Nº de professores 79
Nº Alunos 1327
Fonte: Documentação interna da ESCJPC
O questionário foi aplicado aos professores da Escola Secundária Abílio Duarte (ESAD) e
da Escola Secundária Cónego Jacinto Peregrino da Costa que utilizam o SIGE, autorizado
previamente pelas respetivas diretoras (Anexo 2 – Autorização das escolas), tendo sido
distribuído em formato digital.
Na escolha das escolas para aplicação do questionário foi considerado como critério, no
caso da ESAD, o facto de ser uma referência a nível nacional e ter sido a escola-piloto para
o programa “Mundu Novu”/SIGE, no âmbito da política de integração das TIC na
educação, promovida pelo Ministério da Educação. No caso da ESCJPC, foi escolhida por
ter tido o SIGE implementado alguns anos mais tarde que a ESAD, dando por isso uma
perspetiva diferente devido ao menor número de anos de experiência na utilização do
sistema.
Na 4ª semana de outubro de 2020 foi aplicado o questionário tendo a amostra incidido
sobre um total de 175 inquiridos. Foi possível inquirir apenas uma parte da população da
ESAD e da ESCJPC, que são compostas por 96 e 79 professores, respetivamente. Dos 96
questionários entregues na ESAD obtiveram-se 85 respostas, equivalente a 88% da
42
população, e dos 79 entregues na ESCJPC obtiveram-se 65 resposta, correspondente a 82%
da população, totalizando, assim, 150 respostas.
Também foi aplicado o método da entrevista às diretoras das duas escolas, permitindo
assim a recolha de informação pertinente sobre o SIGE.
Diretora 1: “Otimizar o trabalho, a nível geral, num tempo mais eficaz e eficiente…Torna
mais célere o trabalho, se antigamente os professores tinham mais de uma hora numa
reunião de avaliação hoje conseguem fazer isso em 5min.”
Diretora 2: “O objetivo foi facilitar os professores na sua gestão diária, facilitar os pais e
encarregados de educação no acompanhamento escolar dos filhos, ou de uma forma geral,
facilitar toda a comunidade educativa.”
43
responderam que é útil a todos tendo em conta o perfil de cada utilizador, conforme os
trechos abaixo.
Diretora 1: “Eu acho que o SIGE é útil para todos. Para os professores, o SIGE permite-
lhes fazer um trabalho com maior exatidão, minimiza o tempo de avaliação e controlo de
turma. Para o aluno, pais e encarregado de educação, estes conseguem consultar e
acompanhar a evolução do aluno a nível de avaliação, faltas, comportamento, etc, em
tempo real (…).”
Diretora 2: “É útil para todos, professores, alunos, pais e encarregados de educação,
cada uma com a sua importância dentro da responsabilidade que tem.”
44
notas.”
Diretora 2: “Existia a “Pautinha do Professor”. Era uma pauta onde já existia uma
fórmula integrada, onde os professores lançavam as suas notas, de seguida eram
impressas.”
Isto é, antes do SIGE, essa gestão era feita conforme a decisão de cada escola com base na
sua experiência, não existia uma padronização de procedimentos.
Ou seja, ambas concordam que foram disponibilizados equipamentos para que fosse
possível o acesso ao SIGE.
45
As diretoras responderam que sim, que a escola dispõe de computadores suficientes para
todos, conforme se transcreve de seguida:
Diretora 1: “A meu ver, sim. Tendo em conta que, atualmente, todos os professores têm
um portátil ou tablet próprio, consideramos que temos computadores em números
suficientes.”
Diretora 2: “Sim, existe e a escola está a trabalhar cada vez mais na melhoria dos
equipamentos. Existe tanto para os professores como para os alunos.”
12. Concluindo: Considera que a sua escola está preparada, tecnologicamente ou tem
meios técnicos suficientes, para o SIGE?
Ao serem questionadas se as suas escolas estavam preparadas tecnologicamente ou tem
meios técnicos suficientes para o SIGE, as respostas foram semelhantes, ou seja, ambas
afirmaram que as suas escolas estão preparadas.
46
De acordo com as respostas, O SIGE continua a ser atualizado ao longo do tempo,
conforme as necessidades.
19. Existiu resistência à mudança? Como contornaram esta situação? O fator idade
teve influência?
Ambas concordaram que houve resistência à mudança, mas a diretora 2 discorda da diretora
1 que afirma que o fator idade influenciou na questão da resistência à mudança. Na opinião
da diretora 2 a resistência à mudança deveu-se sobretudo a alguma falta de motivação e
empenho das pessoas em se adaptarem.
20. Como se deu a participação dos integrantes que compõe a escola (pais, alunos,
professores, e os demais integrantes da comunidade escolar) nas decisões escolares
antes e depois do SIGE?
Tendo em conta que, antes da implementação do SIGE, ainda não eram diretoras das
47
respetivas escolas, consideraram não estar aptas a responder a esta questão.
22. A sua escola já realizou, por iniciativa própria, ações de formação sobre o uso do
SIGE?
Nesta questão as respostas obtidas foram semelhantes o que se pode confirmar conforme
apresentado de seguida:
Diretora 1: “Sim, o ponto focal do SIGE teve formação contínua para atualização, e os
próprios professores pediram formação.”
Diretora 2: “Sim, os tutores ou multiplicadores de formação, podemos assim chamar,
ministraram formações para atualização, por iniciativa da escola.”
48
imprimir e carimbar. Além disso, conseguimos receber documentos enviados pelo ME, mas
é só a direção que tem acesso a essa parte da aplicação.”
Diretora 2: “O SIGE veio a revelar de total importância para a gestão da escola. Por
exemplo, se me pedirem os dados dos professores eu consigo ter acesso a esses dados sem
ter que pedir à secretária que me forneça esses dados que estão em papel, o mesmo
acontece em relação aos alunos, dados estatísticos entre outros. Ou seja, consigo ter
acesso às informações de toda comunidade escolar com maior rapidez.”
27. Caso não tenham acesso ao SIGE, os alunos, pais e/ou encarregados de educação
têm acesso a algum outro tipo de plataforma?
De acordo com as diretoras, o acesso dos alunos dá-se através do site “Porton Di Nôs Ilha”,
com o código e o número de documento do aluno.
49
29. Que mudanças ocorreram no modelo administrativo após a implementação do
SIGE?
Tendo em conta que, antes da implementação do SIGE, ainda não eram diretoras das
respetivas escolas, ambas consideraram que não estavam aptas para fazer esta comparação.
30. Acha que o SIGE teve alguma contribuição nos resultados dos indicadores de
avaliação externa?
Durante a gestão das duas diretoras ainda não foram feitas avaliações formais, mas a
diretora 2 afirmou ter havido uma melhoria significativa na prestação de serviços da escola
à comunidade.
31. Considera que o SIGE contribuiu para a otimização e uniformização dos processos
de gestão administrativa da escola e dos professores?
Ambas concordam que o SIGE contribuiu para a otimização e uniformização dos processos
de gestão administrativa da escola e dos professores.
50
entrarem em monotonia e não verificarem e acompanharem com regularidade os dados
introduzidos, neste sentido, alerta sempre para o cuidado de fazerem a gestão das turmas
diariamente.
33. Considera importante que os alunos tenham acesso ao IGRP - SIGE? Porquê?
Nesta questão as respostas foram unânimes, ambas concordam que os alunos deveriam ter
acesso ao SIGE através do IGRP, e justificaram como sendo de extrema importância que os
alunos pudessem ter acesso aos materiais de estudo através da aplicação, além de facilitar a
comunicação entre os professores e os alunos, iria diminuir a impressão de papéis,
minimizando assim os custos.
34. Considera importante que os pais tenham acesso ao IGRP - SIGE? Porquê?
Ao serem questionadas se partilham da mesma visão quanto ao acesso dos pais e
encarregados de educação através do IGRP-SIGE responderam que não e justificaram que
poderia causar sobrecarga na aplicação.
51
do sexo Feminino e 53 (35.33%) são do sexo Masculino. Mesmo que os 25 professores que
não responderam ao questionário, tivessem respondido, continuaria a ter-se mais
professores do sexo Feminino do que do Masculino. Estes números confirmam esta
tendência com base nos dados publicados no Anuário da Educação 2015 – 2016, pelo
Instituto Nacional de Estatística (INE) de Cabo Verde. Um número superior leciona na
ESAD (n=85, 56.67%) (Tabela 5).
De acordo com a mesma tabela, também se constata que a esmagadora maioria tem apenas
a licenciatura (n=115, 76.67%) e um número mínimo o doutoramento (n=4, 2.67%). Este
facto deve-se à exigência do Ministério da Educação (ME) em ter no seu quadro
professores qualificados com o nível de licenciatura, de acordo com o Plano de Cargos,
Carreiras e Salários aprovado em fevereiro de 2013. Ou seja, o doutoramento não é uma
exigência.
Verifica-se que a maioria dos inquiridos (84) não sabe o ano da implementação do SIGE
nas suas escolas. Quanto ao tempo de serviço, destacam-se os professores com um número
mais elevado de anos de serviço (Mais de 15 anos – n=83, 55.33%). Apenas 2 (1.33%) tem
5 ou menos anos de serviço.
Estes resultados vão de encontro com os investimentos feitos pelo ME, no âmbito do
programa “Mundu Novu”, onde o principal objetivo foi equipar as escolas com meios
técnicos e tecnológicos. De facto, existe um ponto fulcral em cada escola que apoia toda a
comunidade educativa quando necessário. No entanto, a nível de acesso à internet ainda há
muitas melhorias a fazer.
53
Tabela 6 – Satisfação com o acesso a infraestruturas físicas e tecnológicas
DT13 D14 NCND15 C16 CT17
Acesso a Infraestruturas Físicas e Tecnológicas
n (%) n (%) n (%) n (%) n (%)
49
AIFT1.As salas de aulas estão equipadas para que seja 22 16 19 44
(32.67
possível aceder ao SIGE. (14.67%) (10.67%) (12.68%) (29.33%)
%)
AIFT2.Na minha escola existe uma sala específica,
1 5 1 33 110
equipada com meios tecnológicos, que me permite o
(0.67%) (3.33%) (0.67%) (22.00%) (73.33%)
acesso ao SIGE.
AIFT3.Existem computadores disponíveis na escola, em
37 33 7 31 42
número suficiente, para utilização por parte de todos os
(24.68%) (22.00%) (4.67%) (20.67%) (28.00%)
professores.
AIFT4.Foram disponibilizados equipamentos (tablet,
8 6 0 37 99
portáteis) para que fosse possível aceder ao SIGE fora da
(5.33%) (4.00%) (0.00%) (24.67%) (66.00%)
escola.
AIFT5.Os computadores ligados à internet são em número 8 50 6 38 48
satisfatório. (5.33%) (33.33%) (4.00%) (25.33%) (32.00%)
AIFT6.A ligação à internet em relação às necessidades de 26 66 0 47 11
uso da escola é excelente. (17.33%) (44.00%) (0.00%) (31.33%) (7.33%)
AIFT7.Na minha escola existe uma equipa técnica de 9 3 2 38 98
apoio sempre que solicitado. (6.00%) (2.00%) (1.33%) (25.33%) (65.33%)
AIFT8.A equipa técnica de apoio ao SIGE, na minha 7 22 15 78 28
escola desempenha, um trabalho excelente. (4.67%) (14.67%) (10.00%) (52.00%) (18.67%)
AIFT9.A minha escola está preparada, tecnologicamente 27 20 3 42 58
ou tem meios técnicos suficientes, para o SIGE. (18.00%) (13.33%) (2.00%) (28.00%) (38.68%)
Fonte: Elaborada pela própria autora
Ainda de acordo com a Figura 12, podemos ver os resultados médios obtidos em cada uma
das questões associadas à satisfação com os acessos a infraestruturas físicas e tecnológicas,
concluindo-se que existe uma tendência para os professores estarem mais satisfeitos com o
facto de na sua escola existir uma sala específica, equipada com meios tecnológicos, que
lhes permite o acesso ao SIGE (M=4.64) e menos com a ligação à internet existente
(M=2.67).
Legenda:
13
DT – Discordo totalmente
14
D – Discordo
15
NCND – Não concordo nem discordo
16
C – Concordo
17
CT – Concordo totalmente
54
Figura 12 - Média da satisfação com o acesso a infraestruturas físicas e
tecnológicas
55
Tabela 7 – Satisfação com os acessos a infraestruturas fisicas e tecnológicas
M18 Md19 Dp20 Mín21 Max22 CS23 CC24
Satisfação com Acesso a Infraestruturas Física e Tecnológicas 3,71 3,78 0,76 2,00 5,00 -1.25 -2.23
Fonte: Elaborada pela própria autora
Legenda:
18
M – Média
19
Md – Mediana
20
Dp – Desvio Padrão
21
Mín – Mínimo
22
Máx – Máximo
23
CS – Coeficiente de Simetria
24
CC – Coeficiente de Curtose
56
ajudar os outros.” (n=63, 42.00%) e “De uma forma geral, estou satisfeito com
as formações que foram dadas” (n=68, 45.33%).
Mais professores discordam totalmente com a questão “Não tive qualquer
formação sobre a utilização do SIGE.” (n=136, 90.67%). E, também, a maioria
discorda totalmente da afirmação “Não fiquei satisfeito com a formação
ministrada sobre o uso do SIGE.” (n=65, 43.33%)
Entende-se destes resultados que, apesar de terem sido ministradas formações para a
utilização do SIGE, 43.33% não ficaram satisfeitos com as formações recebidas. Há
uma necessidade de obter mais formações, uma vez que muitos professores afirmaram
que a duração da formação foi curta para a quantidade de informação que tiveram de
assimilar sobre o software, o que faz com que alguns professores recorram, no dia-a-
dia, à ajuda dos colegas para trabalharem com o SIGE. São poucos os professores que
afirmaram não terem tido qualquer formação sobre o SIGE, mas tendo as escolas uma
equipa de apoio foi possível ajudar esses professores no sentido de permitir que todos
estivessem aptos para trabalhar com o software.
Apesar de algumas lacunas existentes no que diz respeito às formações, de forma geral,
os professores estão satisfeitos com as formações que lhes foram ministradas.
57
Também conforme a Figura 14, pode observar-se, pelos resultados médios obtidos em cada
questão, que existe uma maior tendência para os professores concordarem que a formação
realizada sobre o SIGE foi muito útil (M=4.55) e para discordarem mais com o facto de
nunca terem tido algum tipo de formação sobre o SIGE (M=1.21).
Também se analisou a satisfação em geral com a formação para o uso do SIGE. Para este
efeito, foram inicialmente invertidos os itens FO3, FO4, FO7 e FO9 que enunciavam as
questões pela negativa de modo a proceder ao cálculo adequado, e num sentido positivo, da
satisfação. Este cálculo foi igualmente efetuado através da média de todos os itens ou
questões colocadas sobre o assunto.
Deste modo, conforme a Tabela 9 e a Figura 15, os resultados médios obtidos (M=3.81,
Md=3.90, Dp=0.61), e considerando uma escala que varia entre 1 e 5 pontos, e de acordo
com coeficiente de simetria assimétrico negativo obtido, nota-se uma tendência para os
professores se sentirem bastante satisfeitos com a formação realizada sobre o SIGE.
58
Tabela 9 – Satisfação com a Formação para o uso do SIGE
M Md Dp Mín Max CS CC
Satisfação com a Formacão para o uso do SIGE
3,81 3,90 0,61 2,00 5,00 -2.87 -0.64
Fonte: Elaborada pela própria autora
Ainda que, a maioria dos professores admitisse a importância do SIGE no ambiente escolar,
como uma ferramenta de trabalho importante para o seu dia-a-dia, apontam a insuficiência
dos meios tecnológicos como um dos constrangimentos para a utilização do SIGE. Mais de
metade dos inquiridos apontaram a conexão à internet como uma limitação e, embora ao
longo dos anos tenha vindo a melhorar, ainda é uma dificuldade devido à acessibilidade
fora do ambiente escolar. Mesmo com algumas limitações o SIGE tornou possível o
60
aumento da produtividade e melhoria na qualidade do trabalho, isto porque alguns
processos se tornaram menos morosos, como por exemplo a avaliação dos alunos e, de
forma geral, os professores avaliam de forma muito positiva a aplicação SIGE.
61
PP26.O SIGE é uma aplicação segura. 5 1 6 54 84
(3.33%) (0.67%) (4.00%) (36.00%) (56.00%)
PP27.A utilização do SIGE aumenta a minha eficácia no 2 1 0 69 78
trabalho. (1.33%) (0.67%) (0.00%) (46.00%) (52.00%)
107 12 14 14 3
PP28.A minha utilização do SIGE é voluntária.
(71.33%) (8.00%) (9.33%) (9.33%) (2.00%)
PP29.As vantagens da utilização do SIGE superam as 0 2 0 41 107
desvantagens. (0.00%) (1.33%) (0.00%) (27.33%) (71.33%)
PP30.O uso do SIGE na gestão escolar aumentou a 3 3 1 70 73
produtividade. (2.00%) (2.00%) (0.67%) (46.67%) (48.67%)
PP31.Não estou satisfeito com a introdução do SIGE na 105 39 0 3 3
realização das minhas tarefas diárias. (70.00%) (26.00%) (0.00%) (2.00%) (2.00%)
PP32.O SIGE contribuiu para a melhoria na qualidade do 0 3 3 55 89
trabalho. (0.00%) (2.00%) (2.00%) (36.67%) (59.33%)
PP33.Globalmente, avalio de forma muito positiva a 0 17 4 71 58
aplicação SIGE. (0.00%) (11.33%) (2.67%) (47.33%) (38.67%)
Fonte: Elaborada pela própria autora
Ainda de acordo com a Figura 16, conforme os resultados médios obtidos em cada uma
das questões, podemos constatar que existe uma tendência mais elevada para os professores
concordarem mais com o facto de o SIGE ter mais vantagens que desvantagens (M=4.69),
permitir um melhor controlo na gestão das turmas (M=4.66) e facilitar muito a realização
do seu trabalho (M=4.65). Por outro lado, existe uma menor tendência para concordar com
o facto de não estarem satisfeitos com a introdução do SIGE nas suas tarefas diárias
(M=1.40) e também de sua utilização ser voluntária (M=1.63%).
62
Figura 16 - Média da perceção dos professores em relação ao SIGE
Tabela 11 – Perceção dos professores sobre o SIGE após inversão de alguns itens
M Md Dp Mín Max CS CC
Perceção dos professores em relação ao SIGE
3,61 3,63 0,26 2,85 4,28 -2.10 1.28
Fonte: Elaborada pela própria autora
Figura 17 – Perceção dos professores sobre o SIGE após inversão de alguns itens
64
com antecedência” (n=3); “Alterações - fazer atualização automática” (n=2); “Adaptar às
dimensões dos vários dispositivos e sistemas operativos” (n=2); “Bloquear os feriados no
calendário da agenda coletiva” (n=2); “Acesso às notas de todas as diciplinas dos alunos
das turmas que leciona” (n=2); “Não permitir que outros utilizadores possam alterar as
notas” (n=1), sendo que este comentário significa que o sistema não deva permitir que os
outros professores tenham permissão para alterar notas que não sejam as das suas
disciplinas; “Existir tempo limite para realização de cada tarefa” (n=1); “Reencaminhar
falta inserida para o contato do encarregado de educação” (n=1).
Ao avaliar estes resultados, pode-se perceber que alguns professores (6) sugeriram a falta
de formação como um contrangimento, poder-se-ia considerar como um problema mas, não
se se considerar que uma grande maioria (136 - 90,67%), comparativamente a estes 6, num
universo de 150 professores responderam terem tido formação. Também, pode-se perceber
que apesar das tabelas anteriores terem verificado uma grande percentagem de professores
que apontaram o constragimento com a conexão à internet, o bloqueio frequente do SIGE, a
necessidade de obterem mais formações, a insuficiência dos meios tecnológicos, entre
outros constrangimentos, verifica-se que a maior parte deles não apresentaram sugestões
de melhoria nesse sentido, e isto pode dever-se, talvez, ao facto do questionário ser
demasiado exaustivo, à falta de tempo para o seu preenchimento ou por não possuírem
conhecimento suficiente sobre as TIC.
4.3.3.6 Correlação entre perceção dos professores sobre o SIGE, e a satisfação com a
formação e com os acessos às infraestruturas físicas e tecnológicas
A correlação determina o grau de associação entre variáveis. O coeficiente de correlação
pode variar entre +1 (existe uma relação direta entre as variáveis) e -1 (existe uma relação
inversa entre as variáveis), sendo o valor nulo indicador de que não existe uma relação
linear entre as variáveis.
Na Tabela 12, apresentamos os resultados relativos à correlação verificada entre a perceção
dos professores sobre o SIGE e também a sua satisfação com os acessos a infraestruturas do
seu estabelecimento de ensino e com a formação recebida sobre o SIGE. Os resultados
obtidos permitiram concluir que:
A satisfação com os acessos e com a formação sobre o SIGE estão positivamente
e significativamente associados (r=0.33, p<0.001), o que significa que uma maior
satisfação com os acessos está associada também a uma maior satisfação com a
formação do SIGE.
65
A perceção que os professores têm do SIGE está positivamente e
significativamente associada, com a sua satisfação com os acessos às
infraestruturas (r=0.43, p<0.001) e, também, com a formação existente sobre o
SIGE (r=0.42, p<0.001), o que parece significar que uma maior satisfação com os
acessos e também com a formação sobre o SIGE está relacionado com uma
perceção mais positiva dos professores sobre o SIGE.
66
4.4 Considerações Finais
A síntese do capítulo que aqui se apresenta permite compreender melhor os dados
proporcionados pelas entrevistas e pelos questionários realizados.
Ao longo do capítulo foi feita a análise das entrevistas realizadas às diretoras da ESAD e
ESCJPC, onde foi possível perceber que ambas as diretoras concordam que ainda há
melhorias a serem feitas, mas avaliaram de forma positiva o SIGE
Foi feita a apresentação e a discussão dos resultados obtidos através da aplicação do
inquérito por questionário a 150 professores, 85 da ESAD e 65 da ESCJPC. A amostra é
constituída por 64.66% de inquiridos do sexo feminino e 35.33% do sexo masculino,
maioritariamente com o grau de habilitação de licenciado.
Percebe-se que as variáveis sociodemográficas analisadas não têm influência
estatisticamente significativa sobre o grau de satisfação com a implementação do SIGE, o
que vai ao encontro dos resultados de Venkatesh et al. (2003), que assumem que, quando a
utilização das tecnologias é voluntária, as variáveis sociodemográficas não têm influência
estatisticamente significativa, porém, os resultados obtidos são opostos às sugestões de
Malhotra e Galletta (1999) que sugerem que as questões sociais possuem uma influência
significativa na utilização de uma nova tecnologia.
No que diz respeito aos acessos às infraestruturas físicas e tecnológicas, os resultados
obtidos tendem para uma ligeira satisfação, já na satisfação com a formação os resultados
apontaram se sentirem bastante satisfeitos e avaliam de forma muito positiva o SIGE,
apesar de algumas limitações.
Isto é, de acordo com as análises dos dados recolhidos, pode-se verificar que, a maioria dos
inquiridos estão satisfeitos com a implementação do SIGE na sua escola.
67
CAPÍTULO V
Conclusão e Perspetivas de Trabalhos Futuros
Neste capítulo é apresentado um breve resumo das atividades desenvolvidas ao longo da
dissertação e do seu contributo para um conhecimento mais aprofundado sobre o Sistema
Integrado de Gestão Escolar (SIGE), bem como do estudo de caso e das propostas que dele
provieram, culminando com as principais conclusões e, por fim, encerrando o capítulo com
as perspetivas de trabalho futuro.
Conclusão
Concluído, o presente trabalho de investigação, que teve como principal objetivo analisar a
implementação do SIGE nas escolas e o seu impacto no ambiente escolar em Cabo Verde,
podem agora apresentar-se as conclusões derivadas do estudo.
No mundo atual e globalizado em que vivemos, os professores e todo o seio educativo,
precisa de estar alinhado com a evolução das novas tecnologias de informação e
comunicação e para isso, precisam estar capacitados para realizarem as suas funções com
competência e comprometimento. Esta investigação iniciou-se procurando responder a
algumas questões, nomeadamente:
Como avaliar o SIGE em Cabo Verde e a sua mais-valia para as escolas do país?
Que impacto tem o SIGE nos utilizadores do sistema?
Qual é o grau de satisfação dos utilizadores do SIGE em relação à formação
inicial e contínua?
Uma entrevista semiestruturada foi aplicada às diretoras das duas escolas (Escola
Secundária Abílio Duarte – ESAD e Escola Secundária Cónego Jacinto Peregrino da Costa
– ESCJPC), onde as mesmas puderam manifestar as suas opiniões relativamente à
implementação do SIGE.
As duas diretoras apresentam uma opinião muito positiva em relação à implementação do
SIGE nas escolas, apontam que houve mudanças positivas que ocorreram a nível de
processos de trabalho, no entanto, chamam a atenção para a dificuldade de alguns
encarregados de educação que não têm condições para acederem ao SIGE por questões de
habilidades informáticas e/ou por meios técnicos insuficientes, bem como a importância
dos professores acederem e introduzirem, diariamente, as informações no SIGE, de forma a
evitar perda de dados ao longo dos trimestres e sobrecarga do sistema nas alturas das
avaliações.
68
Com base nas informações recolhidas, através do inquérito por questionário, aplicado aos
professores das escolas ESAD e ESCJPC, foi possível comprovar que:
Existe uma tendência para os professores se sentirem ligeiramente satisfeitos
com os acessos às infraestruturas físicas e tecnológicas – Apesar de os
professores afirmarem existir meios disponíveis que lhes permitem o acesso ao
SIGE, não se pode ignorar a necessidade de apostar em equipamentos mais
modernos bem como, na melhoria da qualidade da internet;
Existe uma tendência para os professores se sentirem bastante satisfeitos com a
formação realizada sobre o uso do SIGE – No entanto, alguns apontaram a
necessidade de realizar mais formações e de maior duração, desta forma
permitiria uma maior autonomia e segurança no manuseio do SIGE no dia-a-dia,
sem que fosse necessário recorrer à ajuda dos colegas;
Existe uma tendência para uma perceção dos professores mais positiva em
relação ao SIGE – Não se pode negar os benefícios e mais-valias que o SIGE
trouxe para a comunidade educativa, pois melhorou significativamente o tempo
de execução das tarefas diárias, das avaliações, entre outras vantagens.
69
SIGE nas escolas, é sabido que esta investigação não está isenta de limitações tais como a
dificuldade de acesso a informações e a impossibilidade de propagar os resultados do
presente estudo a todas as escolas do país.
Neste sentido, para futuras investigações seria uma mais-valia um estudo que abranja todas
as escolas do país contempladas com o SIGE, procurando conhecer o grau de satisfação de
todos os utilizadores; Apostar na formação contínua dos professores a nível do SIGE e das
TIC, com o intuito de melhorar as suas competências enquanto docentes e indivíduos
pertencentes de um mundo marcado pelas novas tecnologias; Melhorar a qualidade da
internet; Em relação à duração das passswords, tendo em consideração as condições
técnicas, financeiras e sociais de Cabo Verde sabe-se que de momento não seria possível
uma substituição da autenticação com login e password, por uma autenticação biométrica
(por exemplo, baseada na impressão digital, ou reconhecimento facial ou comando por
voz), mas é uma solução a ser pensada para o futuro como melhoria no SIGE como forma
de tornar a vida do utilizador mais simples; Outra sugestão seria a criação de condições
para um ensino-aprendizagem misto (b-learning25), ou à distância (e-learning26), que se
mostrou de extrema importância diante do contexto atual da pandemia COVID-19, onde o
mundo teve de se adaptar a novas formas de trabalhar e estudar. Com base nisto também se
propõe a integração de ferramentas adicionais de comunicação como chats e fóruns de
debates entre professores e alunos bem como, de partilha de materiais de estudo; Adaptar o
SIGE a diferentes dispositivos e sistemas operativos. Isto é, torná-lo numa interface mais
responsiva, de forma a se adaptar automaticamente quando utilizada através de outros
dispositivos, como por exemplo através de um smartphone, desta forma disponibilizaria o
mesmo conteúdo, sendo a diferença a forma como o conteúdo é distribuído na tela; E por
fim, faria sentido, melhorar as parametrizações de algumas funcionalidades do SIGE, bem
como permitir que os professores tenham autonomia para alterar as palavras passes, mesmo
após estas terem expirado, através da aplicação SIGE, pois tornaria esse processo mais
rápido e eficiente.
25
B-learning – formação em regime misto ou semipresencial.
26
E-learning – ensino totalmente à distância.
70
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https://doi.org/10.2307/30036540
74
Anexos
Anexo 1 – Brochura do Programa “Mundu Novu”
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
Anexo 2 – Autorização das escolas
Autorização da Escola Secundária Cónego Jacinto Peregrino da Costa
93
Autorização da Escola Secundária Abílio Duarte
94
Apêndices
Apêndice 1 – Perfil do Professor
Login
95
Início
96
Sala de Aula – Livro de Ponto
97
Gestão da Disciplina – Lista de disciplinas; Menu Principal Professor; Coordenação
98
Gestão da Disciplina – Coordenação
Conselho de Turmas
99
Diretor de Turma
100
Minhas Turmas
101
Vídeos Tutoriais
102
Apêndice 2 – Perfil do Aluno
Login
103
Identificação do aluno
104
Informação escolar
105
Notas e faltas
Documentos
106
Propinas
107
Apêndice 3 – Perfil dos pais e/ou encarregados de educação
Login
108
Apêndice 4 – Guião de entrevista
Guião de Entrevista – Diretor (a)
A presente entrevista insere-se num projeto de investigação desenvolvido no âmbito da
Dissertação do Mestrado em Gestão de Sistemas de Informação, pelo Instituto Politécnico
de Setúbal, Portugal, com a qual se pretende saber qual o impacto do SIGE – Sistema
Integrado de Gestão Escolar nas escolas em Cabo Verde.
Esta entrevista está a ser aplicada, exclusivamente, ao (à) Diretor (a) deste estabelecimento
de ensino secundário que utiliza o SIGE. Para as questões apresentadas não existem
respostas corretas ou incorretas, solicita-se apenas que as suas respostas sejam verdadeiras.
A entrevista será gravada e transcrita, mas o seu conteúdo será utilizado apenas para fins
académicos.
Muito obrigada pela sua colaboração!
Mestranda Tânia Patrícia Santos Jorge (tania.jorge91@hotmail.com)
109
12. Concluindo, considera que a sua escola está preparada, tecnologicamente ou tem meios
técnicos suficientes, para o SIGE?
110
26. De que forma os utilizadores (diretores, professores, alunos, pais e/ou encarregados de
educação) acedem ao SIGE?
27. Caso não tenham acesso ao SIGE, os alunos, pais e/ou encarregados de educação têm
acesso a algum outro tipo de plataforma?
28. Como era a sua gestão antes e depois da implementação do SIGE?
29. Que mudanças ocorreram no modelo administrativo após a implementação do SIGE?
30. Acha que o SIGE teve alguma contribuição nos resultados dos indicadores de avaliação
externa?
31. Considera que o SIGE contribuiu para a otimização e uniformização dos processos de
gestão administrativa da escola e dos professores?
32. Quais são os impactos positivos e negativos do SIGE?
33. Considera importante que os alunos tenham acesso ao IGRP - SIGE? Porquê?
34. Considera importante que os pais tenham acesso ao IGRP - SIGE? Porquê?
35. De uma forma global como avalia a aplicação SIGE?
111
Apêndice 5 – Transcrição das entrevistas
112
plataforma “Porton Di Nôs Ilha”, sem ter a necessidade de se deslocar até a escola.
4. De quem partiu a iniciativa de implementar um sistema integrado de gestão escolar
na sua escola?
R: Iniciativa do Governo em parceria com NOSI e ME.
113
programa “Mundu Novu”. Foi também, introduzido o “Pen Net” porque na altura o acesso
à rede wi-fi era insuficiente e todas as salas não tinham ponto de acesso.
12. Concluindo: Considera que a sua escola está preparada, tecnologicamente ou tem
meios técnicos suficientes, para o SIGE?
R: Sim. Há um ano atrás foi feito uma cooperação com a China e foi instalado uma rede net
mais rápida, wi-fi, banda larga, além disso inseriram mais pontos de acesso nos edifícios
administrativos e salas de aula. Os alunos também têm acesso à internet ilimitado.
15. Como foi a implementação do SIGE na escola? De forma faseada e por módulos
ou implementou-se logo o sistema todo de uma vez?
R: Foi feita de forma faseada. Primeiro, tivemos formação com um técnico enviado pelo
ME, com duração 1-2 semanas. Depois foi criado um ponto focal do SIGE, que ainda existe
até hoje, que é um membro da escola e essa pessoa foi recebendo formação para dar apoio
aos professores e direção.
114
ME. Por exemplo, hoje temos o livro de ponto que é uma novidade, pode ser baixado na
play store e os professores podem introduzir o sumário em offline. Quando chegar num
ponto com internet é feita a sincronização e a informação é importada para o SIGE. Têm
também a elaboração do horário através do SIGE, que é muito mais rápido que o modelo
antigo.
19. Existiu resistência à mudança? Como contornaram esta situação? O fator idade
teve influência?
R: Sim, os professores com mais idade apresentaram maior resistência.
20. Como se deu a participação dos integrantes que compõe a escola (pais, alunos,
professores, e os demais integrantes da comunidade escolar) nas decisões escolares
antes e depois do SIGE?
R: N/A
115
mês.
22. A sua escola já realizou, por iniciativa própria, ações de formação sobre o uso do
SIGE?
R: Sim, o ponto focal do SIGE teve formação contínua para atualização, e os próprios
professores pediram formação.
27. Caso não tenham acesso ao SIGE, os alunos, pais e/ou encarregados de educação
têm acesso a algum outro tipo de plataforma?
R: Os alunos, pais e encarregados de educação têm acesso através do site “Porton Di Nôs
Ilha”, com o código e o número de documento do aluno.
116
28. Como era a sua gestão antes e depois da implementação do SIGE?
R: N/A
30. Acha que o SIGE teve alguma contribuição nos resultados dos indicadores de
avaliação externa?
R: Durante a minha gestão a escola ainda não foi avaliada.
31. Considera que o SIGE contribuiu para a otimização e uniformização dos processos
de gestão administrativa da escola e dos professores?
R: Sim
33. Considera importante que os alunos tenham acesso ao IGRP - SIGE? Porquê?
117
R: Sim. Em vez de criar turmas virtuais, os professores poderiam partilhar materiais de
estudo no SIGE e os alunos teriam acesso. O professor e o aluno poderiam comunicar com
maior rapidez, além de diminuir a impressão de papéis, minimizando assim os custos.
34. Considera importante que os pais tenham acesso ao IGRP - SIGE? Porquê?
R: Não faz muito sentido os pais terem acesso ao IGRP – SIGE, poderia provocar uma
sobrecarga na aplicação.
118
Transcrição da Entrevista – Diretora 2
Data da Entrevista: 06/11/2020
Nome do Entrevistador: Tânia Jorge
Nome da entrevistada: AV
Tipo de entrevista: Presencial
Hora de início e de término: 15:00 – 16:00
Duração: 01:00
119
fazer toda a gestão diária das suas tarefas.
Para o aluno, é útil porque lhe permite consultar as suas avaliações e faltas, sem ter a
necessidade de se deslocar à escola, o mesmo acontece com os pais e encarregados de
educação.
120
viram no SIGE benefícios para o desempenho das nossas funções no dia-a-dia. A
introdução de algo novo tem o seu constrangimento, por exemplo precisávamos de uma
internet rápida, de energia elétrica sempre disponível, mas de forma geral não tivemos
grandes problemas em relação a isso, pois trabalhamos com a rede do estado ou seja,
tínhamos uma internet que embora não era banda larga como temos agora. A escola agora
tem banda larga (internet de alta velocidade), que foi introduzida no final do ano letivo
passado, no âmbito de um projeto com a China (cooperação Governo-NOSI-China), mas
mesmo antes nós já tínhamos rede de internet interna que permitia que todas as salas de
aulas tivessem um ponto de acesso à internet.
12. Concluindo: Considera que a sua escola está preparada, tecnologicamente ou tem
meios técnicos suficientes, para o SIGE?
R: Sim, mas é claro que devemos procurar sempre melhorias uma vez que, os
equipamentos são utilizados por várias pessoas, o que faz com que o seu prazo de validade
diminua. Mas de modo geral, estamos sim bem equipados, inclusive a nossa escola é a
única do conselho da Praia que está inserida na plataforma IBM – A Nação África Digital e
temos uma professora que é coordenadora da TIC a receber formação para no futuro vir dar
a formação aos outros professores. Temos duas salas de informática devidamente
equipadas, a sala dos professores, também, com equipamentos informáticos e a biblioteca
121
dos alunos, além do laboratório “WebLab” que é um projeto do ME e da China
15. Como foi a implementação do SIGE na escola? De forma faseada e por módulos
ou implementou-se logo o sistema todo de uma vez?
R: Foi feita de forma faseada.
122
19. Existiu resistência à mudança? Como contornaram esta situação? O fator idade
teve influência?
R: O SIGE foi bem recebido pelos professores conforme tinha referido anteriormente mas,
como tudo que é novo tem as suas limitações. Não acho que o fator idade influência, acho
que tem mais a ver com a motivação da pessoa e empenho em se adaptar.
20. Como se deu a participação dos integrantes que compõe a escola (pais, alunos,
professores, e os demais integrantes da comunidade escolar) nas decisões escolares
antes e depois do SIGE?
R: N/A
22. A sua escola já realizou, por iniciativa própria, ações de formação sobre o uso do
SIGE?
R: Sim, os tutores ou multiplicadores de formação, podemos assim chamar, ministraram
formações para atualização, por iniciativa da escola.
123
pedirem os dados dos professores eu consigo ter acesso a esses dados sem ter que pedir à
secretária que me forneça esses dados que estão em papel, o mesmo acontece em relação
aos alunos, dados estatísticos entre outros. Ou seja, consigo ter acesso às informações de
toda comunidade escolar com maior rapidez.
27. Caso não tenham acesso ao SIGE, os alunos, pais e/ou encarregados de educação
têm acesso a algum outro tipo de plataforma?
R: Os alunos, pais e encarregados de educação acedem através do site “Porton Di Nôs
Ilha”, com o código e o número de documento do aluno.
30. Acha que o SIGE teve alguma contribuição nos resultados dos indicadores de
avaliação externa?
R: Formalmente, não teve ainda nenhuma avaliação. Houve uma melhoria significativa na
124
prestação de serviços da escola à comunidade. Mas, tem que se ter um grande cuidado
porque existe uma franja populacional (pais e encarregados de educação) que podem entrar
no SIGE, pois têm estruturas para poder acompanhar (internet, computador ou acesso
facilitado), por outro lado temos a outra franja que não tem as mesmas condições e é aí que
entra o papel da direção em trabalhar para que esses pais e encarregados de educação
tenham acesso às mesmas informações, através de encontros periódicos. Infelizmente, nem
todos os pais têm acesso, não só por falta de habilidade como equipamentos tecnológicos.
31. Considera que o SIGE contribuiu para a otimização e uniformização dos processos
de gestão administrativa da escola e dos professores?
R: Sim
33. Considera importante que os alunos tenham acesso ao IGRP - SIGE? Porquê?
R: Sim. Tendo por base as necessidades que sentimos diante da conjuntura atual (Covid-
19), em que fomos obrigados a nos adaptar faz sentido os alunos terem acesso, através da
aplicação, aos materiais de estudo.
34. Considera importante que os pais tenham acesso ao IGRP - SIGE? Porquê?
R: Na minha opinião não acho importante os pais e encarregados de educação terem acesso
ao SIGE através do IRGP, penso que como está, através do site Porton Di Nôs Ilha, faz
mais sentido até por uma questão de sobrecarga da aplicação.
125
35. De uma forma global como avalia a aplicação SIGE?
R: Avalio de uma forma muito positiva a aplicação SIGE.
126
Apêndice 6 – Questionário
Questionário sobre a perceção da utilização do SIGE - Professores
Exmo.(a). Senhor (a) Professor (a),
127
Grupo II – Acesso às Infraestruturas Físicas e Tecnológicas
Neste grupo, são-lhe apresentadas afirmações relacionadas com as diferentes dimensões de
utilização do SIGE acompanhadas, cada uma, por uma escala do tipo Likert que vai de 1 a
5, nos termos que são descritas em seguida. Para cada afirmação, indique, por favor, com
uma cruz (x) o número que melhor descreve as condições que vem presenciando nas
infraestruturas física e tecnológica disponíveis na escola para facilitar a utilização do
SIGE.
1 – Discordo totalmente 2 – Discordo 3 – Não concordo nem discordo
4 – Concordo 5 – Concordo totalmente
Não concordo
nem discordo
totalmente
totalmente
Concordo
Concordo
Discordo
Discordo
AIFT1 As salas de aulas estão equipadas para que seja possível aceder
1 2 3 4 5
ao SIGE.
AIFT2 Na minha escola existe uma sala específica, equipada com meios
1 2 3 4 5
tecnológicos, que me permite o acesso ao SIGE.
AIFT3 Existem computadores disponíveis na escola, em número
1 2 3 4 5
suficiente, para utilização por parte de todos os professores.
AIFT4 Foram disponibilizados equipamentos (tablet, portáteis) para que
1 2 3 4 5
fosse possível aceder ao SIGE fora da escola.
AIFT5 Os computadores ligados à internet são em número satisfatório. 1 2 3 4 5
AIFT6 A ligação à internet em relação às necessidades de uso da escola
1 2 3 4 5
é excelente.
AIFT7 Na minha escola existe uma equipa técnica de apoio sempre que
1 2 3 4 5
solicitado.
AIFT8 A equipa técnica de apoio ao SIGE, na minha escola
1 2 3 4 5
desempenha, um trabalho excelente.
AIFT9 A minha escola está preparada, tecnologicamente ou tem meios
1 2 3 4 5
técnicos suficientes, para o SIGE.
128
Grupo III – Formação para o uso do SIGE
Neste grupo pedimos-lhe que avalie o seu grau de satisfação em relação à sua formação
inicial e contínua para o uso do SIGE. Por favor responda a todas as questões marcando
uma cruz (x) na resposta que melhor descreve a sua opinião.
1 – Discordo totalmente 2 – Discordo 3 – Não concordo nem discordo
4 – Concordo 5 – Concordo totalmente
Não concordo
nem discordo
totalmente
totalmente
Concordo
Concordo
Discordo
Discordo
FO1 As ações de formação promovidas pelo Ministério da Educação foram
1 2 3 4 5
muito satisfatórias.
FO2 Eu tive uma excelente formação ministrada pela escola. 1 2 3 4 5
FO3 Não tive qualquer formação sobre a utilização do SIGE. 1 2 3 4 5
FO4 Aprendi a trabalhar com o SIGE através de colegas. 1 2 3 4 5
FO5 A formação inicial no uso do SIGE foi excelente, consigo trabalhar e
ajudar os outros. 1 2 3 4 5
FFO6 Considero que foi muito útil a última formação ministrada sobre o
1 2 3 4 5
SIGE.
FO7 Sinto necessidade de realizar mais ações de formação para o uso do
1 2 3 4 5
SIGE.
FO8 As formações sobre o SIGE permitiram-me melhorias de desempenho
1 2 3 4 5
no trabalho.
FO9 Não fiquei satisfeito com a formação ministrada sobre o uso do SIGE. 1 2 3 4 5
FO10 De uma forma geral, estou satisfeito com as formações que foram
1 2 3 4 5
dadas.
129
Grupo IV – Perceção dos professores em relação ao SIGE
Neste grupo pretende-se compreender as atitudes e o grau de satisfação dos professores
em relação à implementação e utilização do SIGE. Por favor, responda a todas as questões
marcando uma cruz (x) na resposta que melhor descreve a sua opinião ou perceção sobre os
diferentes aspetos do SIGE.
1 – Discordo totalmente 2 – Discordo 3 – Não concordo nem discordo
4 – Concordo 5 – Concordo totalmente
Não concordo
nem discordo
totalmente
totalmente
Concordo
Concordo
Discordo
Discordo
PP1 Considero importante a implementação do SIGE na escola. 1 2 3 4 5
PP2 O SIGE facilita muito a realização do meu trabalho. 1 2 3 4 5
PP3 O fator idade influencia a adaptação ao SIGE. 1 2 3 4 5
PP4 A insuficiência dos meios tecnológicos tem sido um
1 2 3 4 5
constrangimento na utilização do SIGE.
PP5 A conexão à internet é uma limitação para o uso do SIGE. 1 2 3 4 5
PP6 Inicialmente, o SIGE era pouco intuitivo. 1 2 3 4 5
PP7 Acontecem bloqueios frequentes na utilização do SIGE. 1 2 3 4 5
PP8 Tenho dificuldades de comunicação com a equipa técnica
1 2 3 4 5
quando surgem problemas.
PP9 Tenho pouca autonomia quando surge um ou outro bloqueio. 1 2 3 4 5
PP10 O não funcionamento do SIGE tem pouco impacto no meu
1 2 3 4 5
trabalho diário.
PP11 O SIGE foi implementado porque é mais confiável. 1 2 3 4 5
PP12 O SIGE permite realizar as minhas tarefas de forma mais
1 2 3 4 5
rápida.
PP13 O SIGE foi implementado porque é mais cómodo. 1 2 3 4 5
PP14 O SIGE permite uma maior organização do fluxo de trabalho. 1 2 3 4 5
PP15 Foi fácil aprender a utilizar o SIGE. 1 2 3 4 5
PP16 No geral, eu acredito que o SIGE é fácil de usar. 1 2 3 4 5
PP17 O SIGE permite-me maior controlo na gestão das turmas. 1 2 3 4 5
PP18 O SIGE facilita a comunicação entre os professores, pais e/ou
1 2 3 4 5
encarregados de educação.
PP19 O SIGE permite consultar processos dos alunos (contatos,
1 2 3 4 5
propinas, notas…) em qualquer lugar com acesso à Internet.
PP20 O SIGE permite enviar recados (e-mails) aos alunos. 1 2 3 4 5
PP21 O SIGE permite enviar recados aos pais e/ou encarregados de
1 2 3 4 5
educação.
PP22 O SIGE permite a uniformização dos procedimentos, a
1 2 3 4 5
transparência e a não duplicação de dados.
PP23 Seria importante que o SIGE permitisse aos professores
1 2 3 4 5
partilhar materiais de estudo.
PP24 Os alunos deviam ter acesso ao SIGE através do IGRP27. 1 2 3 4 5
PP25 Acho a aplicação SIGE de difícil utilização. 1 2 3 4 5
PP26 O SIGE é uma aplicação segura. 1 2 3 4 5
PP27 A utilização do SIGE aumenta a minha eficácia no trabalho. 1 2 3 4 5
27
IGRP – Integrated Government Resource Planning (Planeamento Integrado de Recursos
Governamentais).
130
PP28 A minha utilização do SIGE é voluntária. 1 2 3 4 5
PP29 As vantagens da utilização do SIGE superam as desvantagens. 1 2 3 4 5
PP30 O uso do SIGE na gestão escolar aumentou a produtividade. 1 2 3 4 5
PP31 Não estou satisfeito com a introdução do SIGE na realização
1 2 3 4 5
das minhas tarefas diárias.
PP32 O SIGE contribuiu para a melhoria na qualidade do trabalho. 1 2 3 4 5
PP33 Globalmente, avalio de forma muito positiva a aplicação
1 2 3 4 5
SIGE.
131