Artigo Claire Messias-MIC

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Impactos sócioambientais decorrentes da ocupação desordenada

do espaço físico nas áreas suburbanas: caso do bairro Tambara 2

Socio-environmental impacts arising from the disorderly


occupation of physical space in suburban areas: the case of the
Tambara neighborhood
Masters of Business Administration (MBA)

Autor: Claire Messias Colaço Sardinha Casquinha

Docente: Estêvão Chalaza

Cadeira: Metodologia de Investigação Cientifica


Resumo
O presente artigo com o objectivo geral de analisar os impactos socioambientais decorrentes da ocupação
desordenada do espaço físico nas áreas suburbanas, de referir que o município de Chimoio não tem atribuído
correctamente os terrenos para habitação, principalmente as camadas desprovidas de recursos, daí que esta
camada social acaba sendo direccionada a territórios marginalizados e sem oferta de serviços de saneamento
básico. Para a metodologia do trabalho utilizou-se a pesquisa quanti-qualitativa com características, e descritiva,
foram selecionados cerca de 50 moradores do bairro Tambara 2 que constituíram a amostra da pesquisa. Ao final
nos resultados, contatou-se que com relação as formas de aquisição de espaço físico a pesquisa descreveu que o
espaço fisico e adiquirido por via do conselho municipal da cidade de Chimoio, seguido da aquisição do espaço
fisico mediante ao transpasse de terreno e por ultimo, por via de compra, ao passo que para os impactos foram
descritos a expansão urbana descontrolada, desmatamento e perda de biodiversidade, erosão do solo e
degradação ambiental, escassez de recursos hídricos, problemas de infraestrutura e serviços básicos, aumento da
pobreza e desigualdade, Contudo a pesquisa conclui que a ocupação desordenada de terrenos em áreas urbanas
pode ter graves impactos socioambientais, como a degradação do meio ambiente, e o aumento dos riscos de
desastres naturais. Para mitigar esses impactos, são necessárias estratégias integradas que envolvam ações
governamentais, participação da comunidade e planejamento urbano.

Palavras chave: Impacto, socioambiental, espaço físico,

Abstract
This article, with the general objective of analyzing the socio-environmental impacts arising from the disorderly
occupation of physical space in suburban areas, should be noted that the municipality of Chimoio has not
correctly allocated land for housing, mainly the layers devoid of resources, hence this layer ends up being
directed to marginalized territories without basic sanitation services. For the methodology of the work,
quantitative and qualitative research was used with characteristics, exploratory and descriptive, about 50
residents of the Tambara 2 neighborhood were selected, who constituted the research sample. At the end of the
results, it was found that in relation to the forms of acquisition of physical space, the research described that the
physical space is acquired through the municipal council of the city of Chimoio, followed by the acquisition of
the physical space through the transfer of land and by the latter, via purchase, while for impacts, uncontrolled
urban expansion, deforestation and loss of biodiversity, soil erosion and environmental degradation, scarcity of
water resources, problems with infrastructure and basic services, increased poverty and inequality were
described. , However, the research concludes that the disorderly occupation of land in urban areas can have
serious socio-environmental impacts, such as environmental degradation, and increased risks of natural disasters.
To mitigate these impacts, integrated strategies involving government actions, community participation and
urban planning are required.

Keywords: Impact, socio-environmental, physical space,

1. Introdução
O processo de urbanização atingiu no final do seculo XX e inicio do seculo XXI índices
bastante
elevados, resultando que na actualidade a população do planeta e maioritariamente urbana
(Mendonça, 2004). Esta condição engendra uma serie de novos e complexos problemas para a
compreensão e gestão do espaço e da sociedade urbana, sendo que aqueles de ordem socio
ambiental encontram-se destacados no contexto das cidades. De acordo com Tucci (2008), o
crescimento das cidades que ocorreu principalmente depois da década de 70 nos países em
desenvolvimento, tem sido realizado sem um planeamento adequado da ocupação do espaço.
O autor supracitado, reitera que a urbanização nestes países é espontânea, o planeamento
urbano é realizado apenas para a parte da cidade ocupada pela população de média e alta
renda, enquanto para as áreas de baixa renda e de periferia, o processo se dá de forma
irregular ou clandestina.

Este crescimento populacional das cidades, alia-se a explosão demográfica e o êxodo rural
verificado nesses países, visto que, as cidades agregam um valor atractivo enquanto as zonas
rurais têm um valor repulsivo, desencadeando uma constante busca por espaços suburbanos, e
estes foram ou são ocupados de forma desordenada (Ferreira, 2014). Este crescimento
populacional das cidades, alia-se a explosão demográfica e o êxodo rural verificado nesses
países, visto que, as cidades agregam um valor atractivo enquanto as zonas rurais têm um
valor repulsivo, desencadeando uma constante busca por espaços suburbanos, e estes foram
ou são ocupados de forma desordenada.
Neste contexto, uma das cidades moçambicanas que recebe um contingente populacional
elevado é a cidade de Chimoio, devido a diversos factores dos quais, o boom industrial nos
anos 60, nos anos 70 e 80 as taxas de crescimento de Chimoio foram marcadas pela
independência nacional, que fez com que a população urbana em Moçambique sofresse uma
transformação radical, além disso, foi nestes últimos dois períodos que a cidade de Chimoio
viu crescer muito os seus espaços suburbanos, tendo funcionado como uma espécie de tampão
(Aquino & . Leal, 2017)
1.1. Problematização
O exposto acima reflete, a expansão das cidades moçambicanas que de acordo com MICOA
(2007) reitera que a velocidade de urbanização não estruturada que o país vive, está
ameaçando a saúde, o ambiente e a produtividade urbana. Os problemas mais críticos têm o
seu impacto na saúde e eles são causados pela poluição urbana, devido a inadequada
qualidade da água, serviços sanitários, drenagem e colecta de resíduos sólidos, o uso
inapropriado da terra, precária habitação, entre outros (MICOA, 2007). Não obstante, a cidade
de Chimoio município do mesmo nome, tem sido a preferência por parte da população
demandando por espaços para a fixação da habitação.
O município de Chimoio não tem atribuído correctamente os terrenos para habitação,
principalmente as camadas desprovidas de recursos, daí que esta camada social acaba sendo
direccionada a territórios marginalizados e sem oferta de serviços de saneamento básico. O
bairro Tambara 2 uma das parcelas deste município, retrata esta realidade, e surgiu de forma
espontânea, e a expansão espacial, ocorre geralmente por processos informais, e na sua
maioria ilegais, agravando as precariedades das habitações em que são erguidas nos lugares
susceptíveis a inundações, onde o acondicionamento de resíduos e águas pluviais é
direccionado para as vias de acesso.

Neste bairro, as habitações quase são feitas de noite para o dia, as pessoas constroem suas
residências sem que se criem vias de acesso adequados e sem a estruturação parcelar
adequada, ocupando em certos casos áreas inapropriadas para habitações. Face a este cenário,
surge a seguinte indagação: de que forma a ocupação desordenada do espaço físico propicia
a degradação sócio-ambiental no bairro Tambara 2 cidade de Chimoio?

1.2. Justificativa
No entanto, os problemas do risco que se multiplicam nas cidades, são causados pelo
crescimento desordenado, de maneira que um planeamento “integrado ou de conjunto” e, não
apenas a gestão do risco ou medidas paliativas e mesmo pós-catástrofe respeitando métodos
eficazes, seria fundamental para mitigá-los, evitando as sucessivas inundações e degradação
das variadas infra-estruturas que acometem todos os anos muitas e as mesmas cidades sempre
que se presencia as precipitações.
Não obstante, justifica-se a escolha do tema por tratar-se de um problema de relevância sob á
óptica de desenvolvimento sustentável, vulnerabilidade social e ambiental pois, de acordo
com D ´Avila (2008) enfatiza que, o desenvolvimento só se constata a partir do momento em
que a melhoria da qualidade de vida e o aumento da justiça social tornam-se perceptíveis,
onde a qualidade sócio-espacial também é levada em conta, priorizando entre outros aspectos,
ambientais e territoriais.

1.3. Objectivos

1.3.1. Objectivos geral

 Analisar os impactos sócio-ambientais decorrentes da ocupação desordenada do


espaço físico nas Áreas Suburbanas.

1.3.2. Objectivos específicos

 Identificar as formas de aquisição do espaço físico no bairro Tambara 2


 Descrever os impactos sócio-ambientais advindos da ocupação desordenada do espaço
físico no bairro Tambara 2
 Identificar as estratégias usadas pelos moradores para mitigação dos impactos
sócioambientais decorrentes da ocupação desordenada do espaço físico no bairro
Tambara 2

2. Fundamentação teórica

2.1. Impacto socioambiental

De acordo com Ferreira (2014, p. 44), a noção de impacto sócio-ambiental auxilia na reflexão
sobre as consequências da ocupação inadequada de áreas ambientalmente frágeis e as
alterações que serão promovidas na paisagem. O autor adverte que a adição do prefixo sócio à
palavra ambiental, enfatiza o papel da dimensão social e politica na ocupação de áreas de
risco e na geração de impactos no ambiente.
Segundo Ferreira (2014) citando Coelho (2001), considera impacto ambiental como processo
de mudanças sociais e ecológicas causadas por perturbações no ambiente, efectuadas pelas
actividades humanas. Ė, portanto, a relação entre a sociedade e a natureza que se transforma
dinamicamente, modificando ambos, isto é, o ambiente exerce influência sobre o processo de
urbanização, pelas características que lhe são favoráveis ou não; em contrapartida, o processo
de urbanização provoca modificações no ambiente, alterando as suas características, (Ferreira,
2014)
De acordo com Filho (2013), impacto ambiental é, portanto, o processo de mudanças sociais e
ecológico causado por perturbações (uma nova ocupação e ou construção de um objecto novo:
uma usina, uma estrada ou uma industria) no ambiente. Diz ainda à evolução conjunta das
condições sociais e ecológicas estimuladas pelos impulsos das relações entre forças externas e
internas à unidade espacial e ecológica, histórica ou socialmente determinada (Filho, 2013).

Os impactos ambientais são descritos no tempo e incidem diferencialmente, alterando as


estruturas das classes sociais e reestruturando o espaço. As definições apresentadas dão maior
enfoque nas actividades humanas como protagonista dos impactos ambientais, entretanto, os
conceitos se adequam ao contexto deste trabalho, porque os impactos identificados no local de
estudo fluíram a partir das actividades antrópicas. Não se pretende excluir que existem
impactos que podem advir dos processos naturais, como aponta o conceito de Filho (2013),
quando inclui não só as forças externas, mas também internas como modificadoras das
condições naturais á unidade espacial.

2.2. Ocupação desordenada


De acordo com Jacobi (2000, p. 19) o processo de ocupação extensiva e desordenado do
espaço urbano, dá origem às periferias “desurbanizadas”, sem a infra-estrutura urbana
necessária e formadas a partir das práticas de ocupação do espaço conhecidas pela modalidade
habitacional autoconstrução/ casa própria/ loteamentos periféricos.
Os problemas urbanos são ocasionados por crescimento desordenado, e por vezes, fisicamente
concentrado; pela ausência ou carência de planeamento; pela demanda não atendida por
recursos e serviços; pelas agressões ao meio ambiente, por desenvolvimento em forma de
eixos acentuando cada vez mais as concentrações urbanas, reforçando os desequilíbrios das
cidades, e agredindo em grande escala o meio ambiente. Entretanto, os autores convergem
quanto a caracterização das ocupações desordenadas dando ênfase a ausência de infra-
estruturas aliada a omissão de políticas públicas que atendam o déficit habitacional das
camadas desfavorecidas, deste modo o trabalho adopta o conceito dado pelo Jacobi (2000) por
se adequar melhor nas características do bairro em estudo

2.3. Espaço físico


Segundo Aquino & . Leal, (2017) argumenta que o espaço físico passa a ser considerado
como espaço vivencial onde os indivíduos vivem e relacionam-se; e acrescenta ainda, aos
aspectos construtivos e funcionais as análises comportamentais e sociais de ocupação,
reinterpretação ou de modificação dos espaços. Portanto, ao longo do presente trabalho
evidenciar-se-á o termo “espaço”, omitindo neste caso a expressão “físico”, em detrimento
das obras consultadas não frisarem o devido termo. Segundo Santos (2006, p.40) o espaço é
formado por um conjunto indissociável, solidário e também contraditório, de sistemas de
objectos e sistemas de acções, não considerados isoladamente, mas como o quadro único no
qual a história se dá O espaço é hoje um sistema de objectos cada vez mais artificiais,
povoado por sistemas de acções igualmente imbuídos de artificialidade, e cada vez mais
tendentes a fins estranhos ao lugar e a seus habitantes

Segundo Pereira e Oliveira (2011), o espaço é um conjunto interdependente entre acções,


objectos e valores, relacionados mutuamente. A valorização do espaço é uma acção (ou
conjunto de acções) protagonizada dialecticamente e contraditoriamente por vários actores
sociais (Estado, empresas, Igreja, promotores imobiliários, movimentos sociais etc.), com
interesses diversos no processo de produção do espaço, fazendo com que ele seja também um
sistema de valores (Pereira & Oliveira, 2011). Nota-se que na maioria dos conceitos
explanados convergem pelo facto de definir o espaço como uma instância da sociedade, ele é
solidário, mas também é contraditório quando mal accionado. Pressupõe-se o espaço como
cenário onde se realizam relações sociais, políticas e económicas de determinados grupos da
sociedade, sendo uma situação construída colectivamente.

2.4. Áreas suburbanas

De acordo com Maloa (2016) reitera que dentro da heterogeneidade dos bairros periféricos e
da localização em relação ao núcleo, há pesquisadores que preferem chamar de periferia
imediata, de áreas suburbanas, periferia distante, zonas não urbanizadas ou áreas peri-urbanas,
isso sem considerar as diferenças entre as características dos bairros periféricos.
É óbvio que, trata-se de uma questão de escala. Porém, todos esses bairros têm geralmente em
comum o problema da carência de infra-estrutura urbana e segregação em relação ao núcleo.
Dai que no contexto deste estudo optou-se por chamar de áreas suburbanas. Em Moçambique
as áreas suburbanas, outrora conhecidas por “cidade de caniço” são caracterizadas segundo
Araújo (2003), por bairros não planeados, de planta indiferenciada ou anárquica; elevada
densidade de ocupação do solo, dificultando a circulação e falta de espaço para serviços; redes
de abastecimento de energia eléctrica e de água potável deficientes ou inexistentes; falta ou
muito deficiente rede de telecomunicações; falta de serviços de saneamento básico;
construção horizontal, com predominância de material de construção de baixo custo ou
precário; deficiente rede comercial; dificuldades de circulação viária; área fundamentalmente
residencial de classes trabalhadoras pobres; existência de algumas unidades industriais; graves
problemas ambientais (Ferreira, 2014).

2.5. Instrumentos que regulam o uso e ocupação do solo urbano em Moçambique


Segundo Matule (2016), o país dispõe de legislação que pode evitar ou minimizar situações
como ocupação não estruturada do território no geral, e particularmente nos espaços urbanos,
suburbanos bem como a preservação e conservação dos ecossistemas, garantindo deste modo
De acordo com o Decreto nº60/2006 de 26 de Dezembro, Regulamento do Solo Urbano, os
planos de ordenamento das cidades, vilas e dos assentamentos humanos classificam se em:
 Plano de Estrutura Urbana;
 Plano Geral de Urbanização;
 Plano Parcial de Urbanização;
 Plano de Pormenor

Plano de Estrutura Urbana (PEU) - é o instrumento que estabelece a organização espacial


da totalidade do território do município e autarquia de povoação, os parâmetros e as normas
para a sua utilização, tendo em conta a ocupação actual, as infra-estruturas e os equipamentos
sociais existentes e a implantar e a sua integração na estrutura espacial regional
Plano Geral de Urbanização (PGU) - é o instrumento que estabelece a estrutura e qualifica
o solo urbano na sua totalidade, tendo em consideração o equilíbrio entre os diversos usos e
funções urbanas, define as rede de transporte, comunicações, energia e saneamento, os
equipamentos sociais, com especial atenção às zona de ocupação espontânea como base
sócio-espacial para a elaboração do plano;
Plano Parcial de Urbanização (PPU) - é o instrumento que estabelece a estrutura e qualifica
o solo urbano parcialmente, tendo em consideração o equilíbrio entre, os diversos usos e
funções. urbanas, define as redes de transporte, comunicações, energia e saneamento, os
equipamentos sociais, com especial atenção às zonas de ocupação espontânea como base
sócio espacial para a elaboração do plano;
Plano de Pormenor (PP) - é o instrumento que define com pormenor a tipologia de ocupação
de qualquer área específica do centro urbano, estabelecendo; concepção do espaço urbano,
dispondo sobre uso do solo e condições gerais de edificações, o traçado das vias de
circulação, as características das redes de infra-estruturas e serviços, quer para novas áreas ou
para áreas existentes, caracterizando as fachadas dos edifícios e arranjos dos espaços livres,
(Decreto nº60/2006 de 26 de Dezembro).

2.6. Impactos sócioambientais da ocupação desordenada do espaço nas áreas


suburbanas

Segundo Cardoso (2013) devido a ocupação desordenada de espaços urbanos e acelerado


crescimento, observa-se acúmulo de lixo nos rios, enchentes, poluição das águas, deficiência
de sistemas de esgotos sanitários, processo de desmatamento, ocupação de encostas,
favelização e deslizamentos. Portanto, levando em consideração os problemas sócio-
ambientais encontrados actualmente nas cidades devido a ocupação desordenada de espaços
urbanos, faz-se necessário uma infra-estrutura adequada estratégias, directrizes e propostas
para os problemas apontados, pois investimentos realizados em saneamento representam
recursos economizados em saúde.
Segundo Bezerra e Fernandes (2000, p. 15) salientam que os diagnósticos disponíveis
evidenciam o agravamento dos problemas urbanos e ambientais das cidades, decorrentes de
adensamentos desordenados, ausência de planeamento, carência de recursos e serviços,
obsolescência de infraestrutura e dos espaços construídos, padrões atrasados de gestão e
agressões ao ambiente”. É oportuno lembrarmos que os riscos ambientais nos centros
urbanos, são decorrentes da falta de planeamento urbano e sua ineficiência, pois muitas vezes
os alagamentos se intensificam em cidades construídas em locais ambientalmente instáveis,
sem infraestrutura adequada e com construções frágeis, atingindo diretamente populações
carentes instaladas nas margens dos rios e córregos.
3. Metodologia de pesquisa

Para a realização da presente pesquisa foi por meio de um estudo de caso, onde quanto aos
objectivos é de caracter descritivo por meio de uma abordagem quant-qualitativa. Segundo
Gil, (2008) as pesquisas descritivas, analisam e relacionam os problemas a serem
investigados, sem a interferência do pesquisador. Buscando conhecer os fatos que levaram ao
problema, e as influências provocadas pelo mesmo, podendo afetar a política, economia e
sociedade.

No que tocante ao universo populacional desta pesquisa é composto por cerca de 2500
residentes do bairro Tambara 2. De acordo com Tatim e Diehl (2004) a população ou universo
é um conjunto de elementos passiveis de serem mensurados com respeito as variáveis que se
pretendem levantar. A população pode ser formada por pessoas, famílias, empresas, ou
qualquer outro tipo de elemento, conforme os objetivos da pesquisa. Contudo, como
participantes foram selecionadas 50 residentes do bairro Tambara 2. Portanto, no que diz
respeito a amostra, combinou-se a amostragem intencional, onde, com a amostragem
intencional sem reposição foi possível selecionar o número dos funcionarios a serem
entrevistados. Contudo, como o presente estudo tem caracteristicas quanti-qualitativas, então,
para a recolha dos dados passou pela elaboração de um questionario distribuidos entre homens
e mulheres

4. Apresentação dos resultados


4.1. Identificação das formas de aquisição do espaço físico no bairro Tambara 2

Qual são as formas de aquisição do espaço físico no bairro Tambara


2?

55.0%
60

50
35.0%
40 29
30 18
20
5 4.0%
10

0
Por via de transpasse Por via do conselho Por via de compra
municipal
Fonte autor 2023
Com relação a forma de aquisição de espaço fisico dos constatou-se que 29 moradores com
cerca de 55% afirmaram que o espaço fisico e adiquirido por via da lei de terra ou seja o
conselho municipal da cidade de Chimoio possui regras para todo o processo de aquisição,
seguido de 18 moradores com cerca de 35% afirmaram que a aquisição do espaço fisico é
mediante ao transpasse de terreno e por ultimo 5 morradores co 4% descrevem que os seus
terrenos foram adiquiridos por via de compra.

Para que fim utilizou o espaço fisico adiquirido?


56.0%
60
50 34.0% 28
40
30 17
20 2 4.0% 3 6.0%
10
0
o s is s
ban ciai cia tiv
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ur en er a
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Fonte autor 2023


Em virtude ao proposito do uso do espaço fisico, cerca de 28 morradores com cerca de 56%
afirmaram que os espaços são utilizados para ocupação de residencias ou seja constroem casas
para viver, seguido de 17 com cerca de 34% afirmaram que os espaços são utilizados para
constução ordenada de centros urbanos, passando por 3 com cerca de 6% afirmaram que
utilizam os espaços fisicos recreativos e por ultimo 2 com 4% afirmaram que os espços são
utilizados para areas comcerciais ou seja construção de lojas e estabelecimentos comerciais.

4.2. Descrever os impactos sócio-ambientais advindos da ocupação desordenada do


espaço físico no bairro Tambara 2
A ocupação desordenada dos terrenos na cidade de Chimoio bairro Tambara 2, em
Moçambique, pode ter vários impactos socioambientais significativos. Aqui estão alguns
desses impactos:
1. Expansão urbana descontrolada: A ocupação desordenada dos terrenos pode levar a um
crescimento urbano caótico, com a ocupação de áreas impróprias para construção. Isso resulta
em uma expansão urbana descontrolada, com a ocupação de áreas de preservação ambiental,
terrenos íngremes, margens de rios e outras áreas de risco.
2. Desmatamento e perda de biodiversidade: A ocupação de terrenos não planejada pode
resultar no desmatamento de áreas verdes, como florestas e vegetação nativa. A remoção da
vegetação tem um impacto direto na perda de biodiversidade, levando à destruição de habitats
naturais de plantas e animais, além de causar desequilíbrios ecológicos.
3. Erosão do solo e degradação ambiental: A ocupação desordenada dos terrenos pode levar
à remoção da camada vegetal protetora, resultando em erosão do solo. Sem a vegetação
adequada para reter o solo, há um aumento do escoamento superficial da água durante as
chuvas, o que pode causar enchentes, deslizamentos de terra e a degradação geral do
ambiente.
4. Escassez de recursos hídricos: A ocupação desordenada pode levar à contaminação de
rios e aquíferos subterrâneos devido ao despejo inadequado de resíduos e produtos químicos.
Isso pode resultar em escassez de água potável para a população local, além de comprometer
a qualidade da água disponível.
5. Problemas de infraestrutura e serviços básicos: A ocupação desordenada pode
sobrecarregar a infraestrutura existente, como redes de água, esgoto, eletricidade e transporte
público. A falta de planejamento adequado pode resultar em serviços básicos inadequados ou
inexistentes para a população, causando problemas de saúde e qualidade de vida.
6. Aumento da pobreza e desigualdade: A ocupação desordenada dos terrenos muitas vezes
ocorre em áreas de baixa renda, onde as pessoas não têm acesso a moradias adequadas. Isso
contribui para o aumento da pobreza e da desigualdade social, com a falta de infraestrutura
básica e serviços essenciais afetando principalmente os grupos mais vulneráveis da
população.

4.3. Identificar as estratégias usadas pelos moradores para mitigação dos impactos
sócioambientais decorrentes da ocupação desordenada do espaço físico no bairro
Tambara 2
A ocupação desordenada de terrenos em áreas urbanas pode ter graves impactos
socioambientais, como a degradação do meio ambiente, a falta de infraestrutura adequada, a
desvalorização imobiliária e o aumento dos riscos de desastres naturais. Para mitigar esses
impactos, são necessárias estratégias integradas que envolvam ações governamentais,
participação da comunidade e planejamento urbano. Aqui estão algumas estratégias que
podem ser adotadas para lidar com a ocupação desordenada de terrenos na cidade de
Chimoio:

1. Planejamento urbano adequado: Desenvolver um plano diretor urbano que defina áreas
para uso residencial, comercial e industrial, bem como áreas de preservação ambiental. Esse
planejamento deve ser participativo, envolvendo a comunidade local e levando em
consideração as características socioeconômicas e ambientais da região.
2. Regularização fundiária: Implementar programas de regularização fundiária para
regularizar os assentamentos informais existentes, fornecendo títulos de propriedade e
infraestrutura básica, como fornecimento de água, energia elétrica e saneamento.
3. Controle do uso do solo: Estabelecer leis e regulamentos para controlar o uso do solo,
evitando a ocupação em áreas de risco, como encostas íngremes, margens de rios e áreas de
proteção ambiental.
4. Infraestrutura adequada: Investir na infraestrutura básica, como redes de água potável,
esgoto, energia elétrica, transporte público e acesso a serviços de saúde e educação. Essas
melhorias podem ajudar a atrair investimentos e promover o desenvolvimento sustentável da
região.
5. Educação e conscientização: Promover programas de educação e conscientização
ambiental para a população local, destacando a importância da preservação ambiental, os
riscos associados à ocupação desordenada de terrenos e incentivando práticas sustentáveis,
como o uso eficiente dos recursos naturais.
6. Monitoramento e fiscalização: Estabelecer mecanismos eficientes de monitoramento e
fiscalização para evitar novas ocupações desordenadas e garantir o cumprimento das leis e
regulamentos urbanos.
5. Discussão dos resultados

A ocupação desordenada do espaço físico nas áreas suburbanas pode ter diversos impactos
socioambientais negativos em Angola, Cabo Verde, Brasil e Portugal. Esses impactos estão
relacionados a questões como o crescimento populacional descontrolado, falta de
planejamento urbano adequado, infraestrutura insuficiente, degradação ambiental e exclusão
social.

Na Angola, a ocupação desordenada do espaço físico nas áreas suburbanas é um problema


significativo. O rápido crescimento populacional, aliado à falta de planejamento urbano
adequado, resultou em um desenvolvimento caótico das cidades suburbanas. Isso levou à falta
de infraestrutura básica, como saneamento básico, energia elétrica, água potável e serviços de
saúde. Além disso, a ocupação desordenada também contribuiu para a degradação ambiental,
com o desmatamento desenfreado, poluição da água e do solo, e aumento da produção de
resíduos sólidos. Esses problemas afetam negativamente a qualidade de vida das pessoas,
aumentando a pobreza e a exclusão social.

Em Cabo Verde, a ocupação desordenada do espaço físico nas áreas suburbanas também
apresenta desafios socioambientais. A falta de planejamento urbano adequado resultou em um
crescimento desordenado das cidades, com a construção de assentamentos informais e
precários. Essas áreas geralmente carecem de infraestrutura básica, como abastecimento de
água, saneamento básico e serviços de saúde. Além disso, a ocupação desordenada pode levar
à degradação ambiental, como desmatamento, erosão do solo e poluição. Esses problemas
afetam a qualidade de vida das pessoas e contribuem para a exclusão social.

No Brasil, a ocupação desordenada do espaço físico nas áreas suburbanas é um desafio


comum em muitas cidades. A falta de planejamento urbano adequado resultou em favelas e
assentamentos informais, onde a infraestrutura básica é escassa. A falta de acesso a serviços
essenciais, como água potável, saneamento básico, energia elétrica e transporte adequado,
afeta negativamente a qualidade de vida das pessoas e contribui para a exclusão social. Além
disso, a ocupação desordenada pode levar à degradação ambiental, com a perda de áreas
verdes, poluição do ar e dos recursos hídricos, e aumento da produção de resíduos sólidos.

6. Conclusões

Em virtude a conclusão a presente pesquisa conclui o seguinte:

Com relação as formas de aquisição de espaço físico a pesquisa descreveu que o espaço fisico
e adiquirido por via da lei de terra ou seja o conselho municipal da cidade de Chimoio,
seguido da aquisição do espaço fisico mediante ao transpasse de terreno e por ultimo, por via
de compra.

Dos impactos sócio-ambientais advindos da ocupação desordenada do espaço físico no bairro


Tambara 2 importa referir que a ocupação desordenada dos terrenos na cidade de Chimoio
bairro Tambara 2, em Moçambique, pode ter vários impactos socioambientais significativos.
Aqui estão alguns desses impactos: expansão urbana descontrolada, desmatamento e perda de
biodiversidade, erosão do solo e degradação ambiental, escassez de recursos hídricos,
problemas de infraestrutura e serviços básicos, aumento da pobreza e desigualdade

A ocupação desordenada de terrenos em áreas urbanas pode ter graves impactos


socioambientais, como a degradação do meio ambiente, a falta de infraestrutura adequada, a
desvalorização imobiliária e o aumento dos riscos de desastres naturais. Para mitigar esses
impactos, são necessárias estratégias integradas que envolvam ações governamentais,
participação da comunidade e planejamento urbano.

7. Referências bibliograficas

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