Métodos Das Tabelas de Verdade - Cópia

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ANÁLISE DE PROPOSIÇÕES COMPLEXAS ATRAVÉS DE TABELAS DE VERDADE

O que são tabelas de verdade?


Tabelas de verdade são dispositivos gráficos ou diagramas lógicos, que listam todas as
possíveis combinações de valores de verdade (condições ou funções de verdade) para cada
uma das variáveis presentes numa dada fórmula proposicional. E, que nos permitem
determinar se essas fórmulas proposicionais são verdadeiras ou falsas em cada uma das
possíveis combinações de valores de verdade, determinando se são tautologias, contradições
ou contingências.

Como se constrói uma tabela de verdade?


Se temos um operador proposicional unário – uma única proposição, logo temos apenas
uma só variável - obtemos uma tabela de verdade com apenas duas possíveis combinações
de valores de verdade – ou P é verdadeira ou P é falsa.

P Fórmula proposicional
V
F

Na coluna da esquerda de cada tabela são apresentadas as possíveis combinações de


valores de verdade para cada uma das variáveis - circunstâncias possíveis em que uma
proposição pode ser verdadeira ou falsa – condições de verdade.
Tratando-se de duas proposições (operador binário) e, logo tem apenas duas variáveis (P e
Q) a tabela de verdade terá quatro possíveis combinações de valores de verdade para cada
uma das variáveis (condições de valores de verdade).

P Q Fórmula proposicional
V V
V F
F V
F F
Tratando-se de três proposições e, logo tem apenas três variáveis (P, Q e R), a tabela terá
oito linhas - com oito possíveis combinações de valores de verdade, e assim sucessivamente.

P Q R Fórmula proposicional
V V V
V V F
V F V
V F F
F V V
F V F
F F V
F F F

A ordem de apresentação desta combinatória de condições de verdade é irrelevante. Mas, é


um erro fatal não incluir todas as condições de verdade.
Agora, vamos formar as tabelas de verdade que representam as várias conetivas
proposicionais.

NEGAÇÃO
Função de verdade da negação: A negação inverte o valor de verdade da proposição inicial.
Se esta é verdadeira, a sua negação é falsa, e vice-versa.
Como é um operador proposicional unário – uma única proposição, vamos construir uma
tabela de verdade com apenas duas possíveis combinações de valores de verdade – ou P é
verdadeira ou P é falsa. Assim, na 1ª coluna colocamos as condições de verdade (todos as
possíveis combinações de valor de verdade) para a variável P e na 2ª coluna colocamos a
função de verdade da negação.
P P
V F
F V
Por exemplo: caso seja verdadeiro que “A cientista Elvira venceu um prémio europeu”, é falso
que “A cientista Elvira não venceu um prémio europeu”. Por outro lado, caso seja falso que “A
cientista Elvira venceu um prémio europeu”, é verdadeiro que “A cientista Elvira não venceu
um prémio europeu”.
CONJUNÇÃO

Função de verdade da conjunção: Uma conjunção só é verdadeira se as conjuntas forem


ambas verdadeiras. Caso contrário ela é falsa.
P Q P  Q
V V V
V F F
F V F
F F F

Como é um operador proposicional binário (duas variáveis) vamos construir uma tabela de
verdade com quatro possíveis combinações de valores de verdade (condições de valores de
verdade). Assim, na 1ª e 2ª coluna colocamos as condições de verdade (apresentamos as
possíveis combinações de valores de verdade) para a variável P e para a variável Q e na 3ª
coluna colocamos a função de verdade da conjunção.
Exemplo: Nuno Júdice e Miguel Torga são poetas.
Em que circunstâncias ou condições as proposições conjuntas são verdadeiras?
Só é verdade que Nuno Júdice e Miguel Torga são poetas se tanto um como o outro forem
poetas; caso um deles seja e o outro não, ou caso nenhum deles o seja, a conjunção será
sempre falsa.
DISJUNÇÃO INCLUSIVA

Função de verdade da disjunção inclusiva: Uma disjunção inclusiva só é falsa se ambas as


disjuntas forem falsas, caso contrário é verdadeira.

P Q P Q
V V V
V F V
F V V
F F F

Exemplo: “Luísa vai a Faro ou a Évora”.


Em que circunstâncias ou condições as proposições disjuntas são falsas ou verdadeiras?
Só é falso que “Luísa vai a Faro ou a Évora” se ela não for nem a Faro nem a Évora; caso Luísa
vá a uma dessas cidades e não a outra, ou caso vá a ambas, a disjunção inclusiva é sempre
verdadeira.
DISJUNÇÃO EXCLUSIVA
Função de verdade da disjunção exclusiva: Uma disjunção exclusiva é verdadeira quando as
disjuntas tiverem valores de verdade diferentes e falsa se as disjuntas tiverem o mesmo valor
de verdade.

P Q P . Q
V V F
V F V
F V V
F F F

Exemplo: “Pancrácio morreu ou em janeiro ou em fevereiro”


Em que circunstâncias ou condições as proposições disjuntas são verdadeiras ou falsas?
Só é verdadeiro que “Pancrácio morreu ou em janeiro ou em fevereiro” se ele tiver morrido
num desses meses e não noutro e será falsa se não tiver morrido em nenhum dos dois meses.

CONDICIONAL

Função de verdade da condicional: Uma condicional só é falsa se a antecedente for verdadeira


e a consequente for falsa. Nas outras circunstâncias é verdadeira.

P Q PQ
V V V
V F F
F V V
F F V

Numa condicional P  Q, P é a antecedente e Q é a consequente. A antecedente constitui


uma condição suficiente e a consequente constitui uma condição necessária.

Exemplo: “Se a Maria está em Portugal, então está na Europa.”


O que está a ser dito é que a verdade da proposição “A Maria está em Portugal” implica a
verdade da proposição “ A Maria está na Europa”, ou seja, está a afirmar-se que o facto de
Maria estar em Portugal é uma condição suficiente para que esta esteja na Europa e que, por
sua vez, o facto de a Maria estar na Europa é uma condição necessária para que esteja em
Portugal.
BICONDICIONAL
Função de verdade da bicondicional: Uma bicondicional só é verdadeira quando ambas as
proposições – P e Q - tiverem o mesmo valor lógico – ambas verdadeiras ou ambas falsas. E,
só é falsa quando ambas as proposições tiverem valores de verdade diferentes.

P Q PQ
V V V
V F F
F V F
F F V
Exemplo: Uma substância é água (condição suficiente e necessária) se, e só se, é composta por
H O (condição necessária e suficiente)
2

Se uma substância é água, então é composta por H O 2

Se uma substância é composta por H O, então é água.


2

AVALIAÇÃO DE FÓRMULAS PROPOSICIONAIS

Com base nas tabelas de verdade e nas funções de verdade das conetivas, avaliamos as
fórmulas proposicionais, determinando se são tautologias, contradições ou contingências.
Para avaliarmos uma fórmula proposicional devemos realizar os seguintes passos:
1- Começamos por construir a tabela de verdade da fórmula proposicional que se quer
avaliar.
2- Identificar a conectiva de maior âmbito e as conectivas de menor âmbito.
3- Começamos por resolver a conectiva com menor âmbito para a que tem maior âmbito,
de acordo com as funções de verdade de cada uma das conectivas. A conectiva com
maior âmbito (aquela que é resolvida em último lugar) é resolvida com base nos
resultados da última operação resolvida.
4- Os resultados que se obtêm da conectiva principal são os que determinam os valores de
verdade da proposição complexa (fórmula proposicional) permitindo verificar se a
proposição é uma tautologia, uma contradição ou uma contingência.
CONTRADIÇÕES, TAUTOLOGIAS E CONTINGÊNCIAS

CONTRADIÇÃO

Uma contradição é uma proposição complexa que é sempre falsa em todas as possíveis
combinações de valores de verdade (em todas as circunstâncias possíveis).

P Q P (P  Q)  Q
V V F V V V F V
V F F V V F F F
F V F F V V F V
F F V F F F F F

TAUTOLOGIA

Uma tautologia designa uma proposição complexa que é sempre verdadeira em todas as
possíveis combinações de valores de verdade (em todas as circunstâncias possíveis).

P Q (P  Q)  P
V V V V V V V
V F V F F V V
F V F F V V F
F F F F F V F

CONTINGÊNCIA

Uma contingência é uma proposição complexa que é verdadeira em algumas circunstâncias


possíveis e falsa noutras circunstâncias possíveis.

P Q R (P  Q)  R
V V V V V V V V
V V F V V V F F
V F V V V F V V
V F F V V F F F
F V V F V V V V
F V F F V V F F
F F V F F F V V
F F F F F F V F

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