Filo Sofia
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O que são
tabelas de verdade? Qual a importância das tabelas de verdade?
Cada uma delas exprime uma proposição simples. Com elas podemos formar outra frase e assim
exprimir uma proposição complexa:
Ao juntar as duas frases iniciais numa só, usámos a palavra «e», ou seja, usámos uma conectiva.
Podemos juntar as frases de diferentes maneiras, exprimindo diferentes proposições complexas. As
conectivas à nossa disposição são as cinco apresentadas no quadro seguinte (que inclui, na coluna final,
os respetivos símbolos lógicos):
Note-se que a negação é uma conectiva diferente das outras, pois ela não serve para unir proposições.
Contudo, a negação é um operador verofuncional, como as restantes. Isso significa que dela depende o
valor de verdade das proposições em que ocorre. Para se compreender o carácter verofuncional das
conectivas, imagine-se que a Rita recebeu dois convites, um para ir ao cinema e o outro para ir ao
teatro. Ela escolheu apenas ir ao teatro. Nesse caso, a frase
«A Rita foi ao cinema ou ao teatro»
exprime uma proposição falsa. Mas a única diferença nas duas frases é o uso de conectivas diferentes: a
disjunção na primeira e a conjunção na segunda. O valor de verdade depende, pois, das conectivas
usadas. Daí elas serem verofuncionais, o que as torna especialmente importantes. Saber em que
condições certas proposições são verdadeiras ou falsas, implica saber como operam as conectivas.
Mas como se constrói uma tabela? Tomemos como exemplo a proposição expressa pela frase:
Para não se estar sempre a repetir as mesmas frases, é mais prático substituir cada uma delas por letras.
Assim, a letra P pode representar a proposição simples «A Rita foi ao cinema» e Q «A Rita foi ao teatro».
É preciso uma espécie de dicionário para estabelecer o que P e Q significam, uma vez que tais letras
podem servir para representar qualquer outra proposição simples. Daí serem chamadas «variáveis
proposicionais». As conectivas, por sua vez, têm um símbolo fixo, conforme o quadro anterior, pois elas
são constantes lógicas. Usando estas convenções, ficamos com a fórmula
P⋀Q
que, graças ao dicionário, é fácil de interpretar. Qualquer proposição complexa pode, de resto, ser
representada por uma fórmula que reproduza a sua forma lógica. Numa fórmula bem formada, uma
variável só pode estar ligada a outra por meio de uma constante (ou conectiva), excetuando a negação.
VEJA TAMBÉM
EM RESUMO:
As conectivas proposicionais são verofuncionais, isto, é determinam o valor de verdade das proposições
em que ocorrem.
As tabelas de verdade mostram-nos em que condições as proposições que incluem conectivas são
verdadeiras ou falsas.
Uma disjunção só é falsa quando as proposições que a constituem são falsas. No caso da disjunção
exclusiva, só é falsa quando as proposições que a constituem têm diferente valor de verdade.
Uma condicional só é falsa quando a proposição que antecede a “→” (chamada antecedente) é
verdadeira e a vem depois da “→” (chamada consequente) é falsa.
Uma bicondicional só é verdadeira quando ambas as proposições que a constituem têm o mesmo valor
de verdade.
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LÓGICA
- 4 min leitura
Índice do conteúdo
Depois de vermos no artigo anterior o que é uma conjunção, negação, disjunção, condicional e
bicondicional, o próximo passo é entender seu valores de verdade utilizando tabelas de verdade.
Negação
Tomo como exemplo a proposição “não existem fantasmas” ~ p. Se a proposição “existem fantasmas”
for verdadeira, então ~ p é falsa. Porém, se ela for falsa, então ~ p é verdadeira. Na tabela de verdade, a
negação é representada da seguinte maneira:
p ~p
V F
F V
Conjunção
Considere a proposição composta “hoje choveu e acabou a luz” p ∧ q. Para construirmos uma tabela de
verdade dessa proposição precisamos de quatro linhas, representado todas as possíveis combinações de
valores de verdade.
p q p∧q
V V V
V F F
F V F
F F F
Um proposição p ∧ q só será verdadeira se as duas proposições simples que a compõe também forem
verdadeiras. Considerando nosso exemplo, se é verdade que “hoje choveu” e que “hoje acabou a luz”,
então a proposição p ∧ q será verdadeira. Se apenas “hoje choveu” ou “hoje acabou a luz” forem
verdadeiras, p ∧ q será falso.
Note que isso ocorre por causa do significado da conjunção. Quando dizemos que “hoje choveu e
acabou a luz” estamos dizendo que as duas coisas aconteceram e portanto as duas proposições são
verdadeiras.
Disjunção
Na lógica proposicional, a disjunção tem um significado um tanto incomum. Quando usamos o conectivo
“ou” para ligar duas proposições simples queremos dizer que apenas uma delas é verdadeira. Por
exemplo, na proposição “hoje vai fazer frio ou calor”, queremos dizer que apenas uma dessas coisas irá
acontecer. Portanto, apenas uma das proposições que formam a disjunção é verdadeira.
A disjunção acima é chamada de exclusiva. Além dela, também existe a disjunção inclusiva, menos
comum mas também encontrada na linguagem natural. Se digo, por exemplo, que “o Machado de Assis
ou o Guimarães Rosa são escritores muito talentosos”, quero dizer que as duas proposições simples que
formam a proposição composta são verdadeiras. A tabela de verdade da disjunção inclusiva fica assim:
Machado de Assis é talentoso Guimarães Rosa é talentoso Machado de Assis ou Guimarães Rosa
são talentosos
p q p∨q
V V V
V F V
F V V
F F F
A conjunção p ∨ q não será verdadeira apenas se as duas proposições que a compõem forem falsas. Se
afirmo que “Machado de Assis ou o Guimarães Rosa são escritores muito talentosos”, mas nenhum é
talentoso, então minha afirmação é falsa. No entanto, se pelo menos uma for verdadeira, a proposição
como um todo também será.
Condicional
Uma proposição condicional é falsa apenas se o antecedente for verdadeiro e o consequente falso.
p q p→q
V V V
V F F
F V V
F F V
A tabela da condicional não é tão intuitiva como as anteriores, então vamos analisar cada uma de suas
linhas através de exemplos. Considere a proposição “se chover, o calor diminuirá”.
Primeiro: suponha que de fato choveu e o calor diminuiu, ou seja que p e q são verdadeiros, tal como
representado na terceira linha da tabela de verdade. Nesse caso, a proposição composta “se chover, o
calor diminuirá” é verdadeira.
Segundo: Suponha, tal como representado na quarta linha da tabela de verdade, que choveu mas o
calor não diminuiu, p é verdadeiro, mas q é falso. Nesse caso, a proposição composta “se chover, o calor
diminuirá” é falsa. Afinal, a previsão não se confirmou.
Terceiro: suponha que não choveu mas ainda assim o calor diminuiu por outra razão. Nesse caso, p é
falso (não choveu), mas q é verdadeiro (o calor diminuiu). Nesse caso, a proposição composta “se
chover, o calor diminuirá” é verdadeira. A razão é que a previsão não foi invalidada. Do ponto de vista
lógico, “se chover, o calor diminuirá” não significa “o calor diminuirá apenas se chover”. Ela não exclui
que o calor possa diminuir por outras causas além da chuva.
Quarto: suponha que não teve chuva nem redução do calor, p é falso e q também é falso. Nesse último
caso, a proposição composta “se chover, o calor diminuirá” também é verdadeira, pois o que aconteceu
não a torna incorreta.
Quando pensar na tabela de verdade da condicional, lembre que para uma proposição condicional ser
considerada verdadeira basta que os fatos não mostrem o contrário. Não é necessário que os fatos
confirmem o que é afirmado para considerarmos ela verdadeira.
Bicondicional
V V V
V F F
F V F
F F V
Se afirmo se e somente se chover a temperatura diminuirá e ela diminui sem ter chovido, então estava
errado. Da mesma forma que estaria errado se a chuva ocorresse e a temperatura não diminuísse.
Em resumo
Agora que conhece como funcionam os conectivos lógicos, já pode calcular o valor de verdade de
proposições mais complexas. Suponha que você sabe que A e C são verdadeiros e B é falso. Nesse caso,
a proposição abaixo é verdadeira ou falsa?
(A ∧ B) → C
Proposição: (A ∧ B) → C
Passo 1: (V ∧ F) → V
Em seguida, calcule o valor de verdade da proposição entre parênteses. Sabemos que a conjunção é
falsa quando uma das proposições é falsa. Portanto:
Proposição: (A ∧ B) → C
Passo 1: (V ∧ F) → V
Passo 2: F → V
Agora, é só calcular o resultado da última linha. Sabemos que uma condicional que tem o precedente
falso e o consequente verdadeiro é verdadeira. Portanto:
Proposição: (A ∧ B) → C
Passo 1: (V ∧ F) → V
Passo 2: F → V
Passo 3: F → V = V