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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências de Educação

Licenciatura em Ensino de Português

REFLEXÃO SOBRE A PROSÓDIA: PERSPECTIVAS E DESAFIOS

Amélia Salomão: 71220510

Quelimane, Abril de 2023


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências de Educação

Licenciatura em Ensino de Português

REFLEXÃO SOBRE A PROSÓDIA: PERSPECTIVAS E DESAFIOS


Trabalho de Campo, a ser
submetido na
Coordenação do Curso de
Ensino de Português, na
disciplina de FFP, como
requisito para a avalição.
2º Ano

Amélia Salomão: 71220510

Quelimane, março de 2022


Índice

1. Introdução............................................................................................................................ 4

1.1 Objectivos ......................................................................................................................... 5

1.1.1 Objectivo Geral: ............................................................................................................. 5

1.1.2 Objectivos Específicos:.................................................................................................. 5

1.2 Metodologia do trabalho ................................................................................................... 5

2. Reflexão sobre a prosódia: perspectivas e desafios. ............................................................... 6

2.1 Conceito da prosódia ........................................................................................................ 6

2.2 Função da prosódia ........................................................................................................... 7

2.3 Elementos importantes da prosódia .................................................................................. 8

2.3.1 Duração .......................................................................................................................... 8

2.3.2 Intensidade ..................................................................................................................... 9

2.3.3 Ritmo ........................................................................................................................... 10

3. Considerações finais .......................................................................................................... 11

Referências Bibliográficas ........................................................................................................ 12


1. Introdução
O presente trabalho centra-se na abordagem sobre reflexão sobre a prosódia: perspectivas e
desafios. Deste modo, a prosódia é um termo geral utilizado para designar um conjunto de
fenómenos conhecidos sob os nomes de entonação, ritmo, tempo, quantidade, tom,
acentuação e pausas, e que qualifica por diversas razões os elementos suprassegmentais da
linguagem.

A prosódia é um macrossistema que se constitui de três subsistemas (ordens estruturais): o


sistema de organização métrica (acento rítmico), sistema de organização tonal melódica (tom,
entonação) e o sistema de organização temporal (quantidade, tempo e pausas) que organizam
a fala no nível lexical (morfema, palavra) e no nível pós-lexical (enunciado, discurso).

O objectivo desta pesquisa é analisar a reflexão sobre a prosódia: perspectivas e desafios. Os


elementos prosódicos como a acentuação, o ritmo, a entonação e as pausas fazem parte de
recursos expressivos (ou modos de expressão) que os humanos utilizam intencionalmente para
veicular as informações linguísticas e paralinguísticas, como a comunicação de informações
gramaticais, emocionais, atitudinais e idiossincráticas.

Esta pesquisa apresenta apresenta a seguinte estrutura: Capítulo I: Introdução, onde consta
objectivos e metodologia; Capítulo II: Revisão de literatura; Capítulo III: Considerações
finais e referências bibliográficas.

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1.1 Objectivos

1.1.1 Objectivo Geral:

 Analisar a reflexão sobre a prosódia: perspectivas e desafios.

1.1.2 Objectivos Específicos:

 Identificar a prosódia: perspectivas e desafios;

 Caracterizar a importância das prosódias;

 Descrever o papel da prosódia na comunicação.

1.2 Metodologia do trabalho


O presente trabalho utilizou a pesquisa bibliográfica como suporte de realização da pesquisa.
Para Gil (1991) a pesquisa bibliográfica tem como objectivo conhecer e analisar as principais
contribuições teóricas existentes a partir de um determinado tema ou problema, procurando
expôr a realidade estudada, suas características e princípios vinculados.

Esta metodologia consiste na busca de conteúdos já existentes em livros, artigos, dissertações,


teses e outros que abordam o objecto em pesquisa. Trata-se de livros, revistas e artigos
científicos, que tenham por conteúdo o objecto pesquisado.

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2. Reflexão sobre a prosódia: perspectivas e desafios.

2.1 Conceito da prosódia


A prosódia é um termo geral utilizado para designar um conjunto de fenómenos conhecidos
sob os nomes de entonação, ritmo, tempo, quantidade, tom, acentuação e pausas, e que
qualifica por diversas razões os elementos suprassegmentais da linguagem.

A prosódia é um macrossistema que se constitui de três subsistemas (ordens estruturais): o


sistema de organização métrica (acento rítmico), sistema de organização tonal melódica (tom,
entonação) e o sistema de organização temporal (quantidade, tempo e pausas) que organizam
a fala no nível lexical (morfema, palavra) e no nível pós-lexical (enunciado, discurso).

Para Cristo (2000) a prosódia é um braço da linguística de expressão que se prende à


descrição fonética e à representação fonológica dos elementos fônicos da linguagem não co-
extensivos aos fonemas, tais como o acento, a entonação, o ritmo e a quantidade (tempo e
pausa), cuja manifestação concreta na fala está associada às variações de F0, à duração e à
intensidade (parâmetros prosódicos físicos) que são percebidos como as mudanças de altura
ou de melodia, de duração (ou comprimento) e de volume sonoro (parâmetro prosódico
subjetivo).

Na comunicação oral, os sinais prosódicos são polissêmicos e vinculados às informações


linguísticas e paralinguísticas que contribuem: para decodificação dos
enunciados do discurso; para a interpretação das diversas significações pragmáticas dos atos
de fala; para a caracterização dos indivíduos (função idiolectal) e de sua condição de
pertencer a uma comunidade dialetal ou socioletal particular e para o reconhecimento do
estilo da fala e do estilo discursivo (variáveis fonoestilísticas).

Cristo (2000) afirma que os elementos prosódicos como a acentuação, o ritmo, a entonação e
as pausas fazem parte de recursos expressivos (ou modos de expressão) que os humanos
utilizam intencionalmente para veicular as informações linguísticas e paralinguísticas, como a
comunicação de informações gramaticais, emocionais, atitudinais e idiossincráticas.

Estes recursos constituem sistemas interativos como o sistema verbal, o sistema vocal e o
sistema postural-gestual. A acentuação consiste em colocar um valor em uma ou várias
sílabas no interior de uma palavra ou de um grupo de palavras quer por uma força expiratória
(acento de energia), quer por uma variação da altura (acento do tom). É possível encontrar três
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parâmetros prosódicos do acento: a F0 (F0), a duração ou a intensidade e, dependendo da
língua, um destes três parâmetros é predominante. O ritmo é definido por recorrência de
grupamentos constituídos sob a base de uma organização hierárquica do nível de
proeminência. O termo entonação é empregado como um sinônimo de prosódia. Na realidade
ele é um componente da prosódia, um conjunto de variações melódicas da altura da voz ou da
F0. Estas variações estendem-se em geral por todo o enunciado.

A entonação faz referência ao sistema de padrões prosódicos significantes que caracterizam a


organização tonal no nível supralexical (ou pós-lexical). Estes padrões melódicos são ligados
à organização métrica dos enunciados, que representam seus pontos de apoio. Dentro de uma
língua, os padrões melódicos distintivos são em número limitado e organizam-se sob a forma
de uma gramática. As pausas designam paradas dentro do desenvolvimento da fala, existindo
dois tipos de pausa: as pausas silenciosas (relativa ao tempo de parada durante o discurso) e as
pausas preenchidas (hesitação e prolongamento silábico).

Tench (1990) afirma que a entonação é um aspecto prosódico que interage com diferentes
componentes do conhecimento linguístico e da situação de comunicação, exercendo um papel
importante no processo comunicativo. Ela exerce influência na efetividade da comunicação
entre pessoas, pois organiza uma informação para favorecer a interação conversacional,
auxilia na apresentação do que o falante quer falar, expressa a atitude do falante e estrutura a
mensagem sob o ponto de vista gramatical e textual.

Pode-se afirmar, portanto, que, sem a entonação, a compreensão e a expressão oral estariam
comprometidas resultando em dificuldades linguísticas e consequentemente emocionais e
sociais.

2.2 Função da prosódia


Crystal (1981) propõe algumas funções para a entonação, sendo elas: A função gramatical,
em que a entonação, juntamente com outros aspectos não segmentais (tais como ritmo e
pausa) é usada para marcar e demarcar a integração de estruturas gramaticais como a
sentença. A entonação serve para dissolver ambiguidade Em uma oração como “Posso
oferecer-lhe chá ou café?” o que marca a diferença entre uma questão com resposta entre uma
das alternativas ou afirmativa-negativa é a entonação. Por exemplo, a resposta para Posso
oferecer-lhe CHÁ ou CAFÉ? seria excludente (chá ou café), mas para POSSO oferecer-lhe
chá ou café? seria sim ou não;
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A função semântica, que auxilia na organização do significado e do discurso, ajudando a
identificar informação nova, a focalizar a informação, etc.;

A função atitudinal, em que as atitudes e emoções são transmitidas através do contexto do


enunciado, como, por exemplo, a raiva, a surpresa etc., embora, para este autor, não esteja
muito claro até que ponto estas características prosódicas são específicas da linguagem ou se
elas se baseiam em características da expressão emocional;

A função psicológica, em que a variação da entonação exerce influencia no comportamento


do indivíduo influenciando os padrões de resposta. A tonicidade, principalmente, tem um
papel importante no controle (desempenho) dos comportamentos;

A função social, na qual a entonação estaria relacionada a características sociolinguísticas


como sexo, classe, status profissional, atuando como facilitador na interação social.

Tench (1996) também se preocupou em estabelecer as funções da entonação na comunicação,


sendo as mais conhecidas a função atitudinal, a função comunicativa, a função informacional,
a função sintática, a função textual e a função estilística. A função comunicativa, por
exemplo, é usada para expressar e reconhecer uma série de intenções comunicativas como a
afirmação, pedido, ordem, aviso, etc. Uma F0 ascendente ou descendente indica, de maneira
geral, as intenções comunicativas do falante que o ouvinte é capaz de reconhecer e interpretar.
Através da entonação pode-se distinguir entre uma ordem e um pedido, entre uma pergunta e
uma exclamação, entre uma afirmação e uma negação, mesmo que as palavras utilizadas
sejam as mesmas.

2.3 Elementos importantes da prosódia

2.3.1 Duração
Crystal (1988) afirma que a duração refere-se ao tempo necessário à realização de um
acontecimento da fala, seja ele som, sílaba ou palavra. A duração distingue-se do tempo,
embora derive dele. Enquanto o tempo é definido através dos pontos no enunciado, tendo
sempre o ponto inicial de emissão como referência, a duração corresponderia ao intervalo de
tempo cujos limites são determinados pelo evento a ser estudado.

Os trabalhos existentes referentes a alterações da fala em crianças e adultos apontam a


presença contante de alterações em nível de organização temporal. Portanto, se queremos

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descrever os desvios de uma determinada alteração de fala e compará-la a fala normal
devemos identificar também os parâmetros temporais. A velocidade de fala é comumente
medida em palavras por segundo, sílabas por segundo ou fones por segundo.

Cardoso (2003) afirma que à medida que a velocidade de fala aumenta, a duração dos
segmentos tende a diminuir, sendo alguns segmentos mais afetados que outros. Os segmentos
mais vulneráveis à velocidade de fala são as pausas, as vogais e as fricativas.

Além da duração do fonema, a duração de um som de uma sílaba depende de sua posição
dentro de uma unidade fonológica mais elevada, como uma palavra ou frase. A duração
silábica está intimamente ligada à extensão lexical e à posição que ocupa a sílaba acentuada
dentro da palavra, da frase ou da sentença.

Tipicamente os segmentos tendem a ser mais longos em sílabas finais que em sílabas mediais
e iniciais de palavra. Na fala encadeada, os segmentos das sílabas que precedem
imediatamente aos limites de frases e de sentenças são consideravelmente mais longos que os
segmentos de outras sílabas. Os segmentos que ocorrem nos limites da palavra tendem a ser
um pouco mais lentos que os segmentos dentro da palavra.

2.3.2 Intensidade
Outro parâmetro prosódico a ser considerado, além da F0 e da duração é a intensidade. Este
parâmetro é uma medida do nível de energia sonora diretamente relacionada à amplitude de
variações da pressão de ar e é habitualmente medida em decibéis, sendo seu correlato
perceptivo chamado de força.

Segundo Crystal (1969) a intensidade é uma qualidade da onda sonora relacionada tanto à
amplitude da onda sonora quanto à pressão efetiva e sua energia transportada, sendo
classificada dentro de uma escala que varia de forte a fraco. Quanto maior a amplitude, a
pressão efetiva e a energia transportada pela onda sonora, mais forte (mais intenso) será o
som, valendo o oposto para o som fraco (menos intenso).

A intensidade de fala do indivíduo irá variar de acordo com factores de relevância linguística,
como a forma de comunicação (fala, grito, choro, gemido, etc.); fatores paralinguísticos,
como o tom de voz; e fatores extralinguísticos, como a distância dos participantes e o lugar
físico e social onde a conversação está acontecendo.

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2.3.3 Ritmo
Ainda com o propósito de descrever as características acústicas da Estereotipia Não Lexical,
buscou-se determinar o ritmo. Abercombrie (1967) observa que o ritmo, tanto na fala quanto
em outras atividades humanas, surge de algum movimento recorrente, periódico e que produz
uma expectativa de regularidade, sucessão e continuidade.

Os movimentos presentes no ritmo da fala são aqueles produzidos através das sílabas e da
acentuação (stress) e que juntos fazem parte do mecanismo de saída e entrada de ar nos
pulmões. Cada uma das dimensões rítmicas como o tempo, a pulsação e a duração são
independentes, mas têm a função de estabelecer a regularidade e contraste que permitam
elaborar o material sonoro.

O ritmo é um movimento cadenciado, periódico e ordenado no tempo, que se diz regular. Os


elementos prosódicos, a intensidade e a velocidade de fala combinados resultam na
periodicidade da estrutura rítmica que caracteriza uma língua em línguas de ritmo silábico e
línguas de ritmo acentual.

Abercombrie (1967, p.97) conceitua o ritmo silábico como sendo aquele em que “a
recorrência periódica de movimento é fornecida pelo processo de produção de sílabas: os
pulsos torácicos e, portanto, as sílabas recorrem a intervalos iguais de tempo – elas são
isócronas” Línguas como o Francês, o Espanhol, o Italiano e o Japonês podem ser citadas
como exemplo de ritmo silábico.

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3. Considerações finais
A prosódia é um termo geral utilizado para designar um conjunto de fenómenos conhecidos
sob os nomes de entonação, ritmo, tempo, quantidade, tom, acentuação e pausas, e que
qualifica por diversas razões os elementos suprassegmentais da linguagem.

Os elementos prosódicos como a acentuação, o ritmo, a entonação e as pausas fazem parte de


recursos expressivos (ou modos de expressão) que os humanos utilizam intencionalmente para
veicular as informações linguísticas e paralinguísticas, como a comunicação de informações
gramaticais, emocionais, atitudinais e idiossincráticas.

Pode-se afirmar, portanto, que, sem a entonação, a compreensão e a expressão oral estariam
comprometidas resultando em dificuldades linguísticas e consequentemente emocionais e
sociais.

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Referências Bibliográficas
Abercombrie, D. (1967) Elements of General Phonetics. Edimburgo: Edimburgh University
Press.

Cardoso, B. A. S. (2003) Apraxia de Desenvolvimento: um estudo prosódico da Fala de


Crianças de 10 anos. Tese (Doutorado) – Faculdade de Letras da Universidade
Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.

Cristo, A. (2000) Interpréter la Prosodie. Parole Aussois, juin.

Crystal, D. (1988) Dicionário de Lingüística e Fonética. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.

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