Paper Psico Temir

Fazer download em doc, pdf ou txt
Fazer download em doc, pdf ou txt
Você está na página 1de 8

O OLHAR DO PEDAGOGO FRENTE A EDUCAÇÃO

Autor: Altemir Santos Jolvino1

RESUMO

O estudo está focado no objetivo de analisar os desafios e possibilidades de contribuição


do pedagogo na aprendizagem dos alunos e consequentemente nos resultados da escola.
Partindo da problemática apontada o papel do pedagogo no interior da escola se
encaminhou através do materialismo histórico, dando ênfase à abordagem qualitativa,
utilizando-se das observações e entrevistas, bem como a pesquisa bibliográfica. O
profissional, encontra-se fragilizado em seu papel em frente a escola, desempenhando
diferentes funções, pertinentes ou não ao seu cargo ocupado na instituição. Tomando
como ponto de partida aspectos relevantes que influenciam a prática deste profissional ao
longa da sua história. O seu papel é tomar uma posição na organização de efetivação do
trabalho pedagógico, com planejamento e articulação coletiva junto aos demais
segmentos da escola.

Palavras-chave: Pedagogo. Escola. Trabalho Pedagógico.

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho tem como papel principal identificar através do olhar do


pedagogo os problemas relacionados a aprendizagem existentes em uma instituição de
ensino e mais especificadamente em uma sala de aula, trata-se de uma ampla pesquisa
relacionada ao desenvolvimento e o comportamento do aluno especial e os demais
estudantes.
Diante da importância do ensino-aprendizagem, buscou-se um tema em que se
preocupasse com a educação de qualidade, sabemos que em uma sala de aula o
aprendizado não chega com o mesmo êxito para todos os estudantes, uns tem mais
dificuldade que os outros, é através dessa perspectiva que desenvolveremos uma pesquisa
para descobrir o que pode ser feito para contribuir nas melhorias de ensino para todos.
Segundo Marconi e Lakatos, (apud Perske, 2004, p.10):

A pesquisa bibliográfica é o levantamento de toda a bibliografia já publicada, em


forma de livros, revistas, publicações avulsas e imprensa escrita. A sua finalidade é
fazer com que o pesquisador entre em contato direto, com todo o material escrito
sobre um determinado assunto, auxiliando o cientista na análise de suas pesquisas
ou na manipulação de suas informações. Ela pode ser considerada como o primeiro
passo de toda a pesquisa científica.

Sendo assim, a pesquisa bibliográfica abrange a leitura, análise e interpretação de


livros, pesquisas em sites acadêmicos, todo material utilizado foi selecionado, a partir do
tema proposto, na qual foi possível estabelecer um objetivo de leitura que se encaixa-se ao

1
Acadêmico do Curso de Licenciatura em XXXXXXXXXX; E-mail: fulanodetal@uniasselvi.com.br
tema escolhido. Para atingir os objetivos deste estudo, utilizou-se como metodologia a
pesquisa bibliográfica, realizada a partir de uma análise detalhada na internet em sites de
confiança acadêmica, em livros e artigos científicos.

2 ÁREA DE CONCENTRAÇÃO: FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA

A psicopedagogia surgiu na Europa, no século XIX, na época buscava entender as


influências da origem orgânica que eram responsáveis pelo insucesso escolar. No século
XX, recebeu enfoque curativo, era responsabilizado pela ação terapêutica no tratamento de
crianças com problemas de aprendizagem (Bossa, 2011).
Seguindo ainda a citação do autor citado acima, os primeiros indícios da
psicopedagogia foram criados no ano de 1946, eram direcionados por médicos e
pedagogicamente, sua preocupação era tratar comportamentos inadequados, já em 1948, a
pedagogia recebeu nova nomenclatura e passou a ser considerada uma terapia de
readaptação escolar dos alunos que, apesar de inteligentes, apresentavam resultados
escolares insatisfatórios.
A partir dessa época, a psicopedagogia foi desenvolvida em vários países
tornando-se unicamente educativa e passou a ser clínica (Silva, 2012).

Propõe-se buscar uma resposta para os conflitos na aprendizagem com técnicas de


trabalho que podem ser desenvolvidas de maneira individual ou em grupo, para
assim resgatar a vontade de aprender, de modo a observar quais fatores,
possivelmente, podem contribuir ou não para o processo de ensino-aprendizagem
(Anjos; Dias,2015, p.2).

2.2 PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL

A psicopedagogia escolar é um dos campos mais voltados para atuação, o


profissional pode atuar como assessor ou diretamente com os estudantes atendendo em
horários de contraturno, atualmente a psicopedagogia exerce a função de pedagogo, atua
dentro da instituição no apoio em diversas áreas, como: comportamentais, social,
desenvolvimento escolar e introdução familiar.
A Psicopedagogia busca investigar, estudar e desenvolver formas que serão
aplicadas na aprendizagem nas principais dificuldades, na coleta de informações para
descobrir e identificar os aspectos positivos e negativos, capacidade e potencialidades do
aluno. Segundo Nascimento:

A psicopedagogia estuda os processos de aprendizagem, ou seja, os mecanismos


do aprender e do não aprender, aquilo que interfere, as dificuldades e transtornos
de aprendizagem. A psicopedagogia institucional se propõe analisar a instituição
educacional como um todo, sujeitos que a compõe, metodologias de trabalho,
currículo, a fim de auxiliar no sucesso educacional (Nascimento, 2013, p.3).

O psicopedagogo na instituição de ensino tem como papel realizar um diagnóstico


com ênfase na aprendizagem, através da observação e avaliações necessárias. A
contribuição do psicopedagogo nas escolas busca interagir no crescimento dos estudantes,
através da identificação e observação do profissional colocar em prática as readequações
necessárias para o seu processo de evolução. A psicopedagogia assume então o papel de
melhoria do ensino, sendo aquele que auxilia no aprimoramento dos processos,
fortalecimento da autoestima e resgate do interesse do aluno no aprendizado. Sendo assim:

Deve ser parceiro do professor, entrar na classe, construir junto com ele, detectar
os nichos das crianças rejeitadas, das crianças atentas, das desatentas, das que
faltam e tantos outros, problemas apresentados em sala de aula. A partir disso,
construir um perfil da classe e conhecer a dinâmica do que acontece naquele lugar
específico de ensino e aprendizagem. Conhecer para intervir com competência
(Sousa, 2013, p.8).

.
Para que o profissional exerça um trabalho de qualidade necessita de alguns
aspectos para contribuição: melhorar a qualidade de ensino com embasamento ético e
social, promover aprendizagem cooperativa onde cada aluno atinja seus objetivos de
maneira colaborativa, tendo a parceria do grupo, o trabalho em equipe possibilita sucesso
de aprendizagem, promover a cooperação entre escola e família com base nos projetos
educativos, colaborar com formação do professor e a participação de equipes
multidisciplinares, compartilhando ideias e materiais didáticos (Oliveira, 2014, p.41).
Diante das informações entende-se a importância da psicopedagogia dentro do
contexto escolar, a junção com os profissionais dentro da instituição, promove o
desenvolvimento das capacidades dos alunos, oferecendo condições reais para o progresso
da educação e no acesso as informações.

2.3 O PROCESSO DE FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL PEDAGOGO

É importante que saibamos como se forma um pedagogo e qual é sua trajetória de


vida profissional ao longo de sua carreira e como ocorreram grandes modificações na sua
formação. Por esse motivo entendemos que seja relevante tratarmos do processo histórico
da formação do pedagogo.
Segundo Libâneo (2009) Iniciou-se no Brasil em 1939 a regulamentação do curso
de Pedagogia, onde prevê a formação do bacharel em Pedagogia, conhecidos como
“técnico em educação”, naquela época a pedagogia não tinha uma formação específica por
isso eles eram chamados de técnicos.
Com a LDB nº 4.024/6, permanece o curso de bacharelado para a formação do
pedagogo e regulamenta as licenciaturas, em seguida acontece a regulamentação que retira
as diferenças entre bacharelado e licenciatura, mas continua com sua formação de
especialista nas várias áreas.
Aconteceram várias iniciativas de formular o curso de Pedagogia e em 1980houve
um movimento para que o curso de Pedagogia se reformulasse e assim foi feito um parecer
onde não tivesse mais diferença na formação do pedagogo e do especialista e reafirmou
que o curso é uma licenciatura, como afirma Libânio(2009, p.46):

A partir dos anos de 1980 destaca-se a atuação do movimento de


reformulação dos cursos de formação do educador cuja atividade perdura até
hoje na Anfope. Esse movimento manteve, nos documentos que produziu o
espírito do Parecer CFE 252/69 de não diferenciar a formação do professor e
do especialista, tendendo a esvaziar o prescrito nesse Parecer quanto às
habilitações do curso.

Em meados da década 1980, foram levantadas questões a respeito do curso de


Pedagogia e seus profissionais especialistas. Algumas faculdades suspenderam as
habilitações convencionais buscando investir na formação do magistério. Segundo Libâneo
(2009, p.46):
Em meados da década de 1980 de educação, por influência de pesquisas,
debates em encontros e indicações do movimento nacional ela formação do
educador, suspenderam ou suprimiram as habilitações convencionais
(administração escolar, orientação educacional supervisão escolar ECT.),
para investir num currículo centrado na formação de professores para as
séries iniciais do ensino fundamental e cursos do magistério.

Em meio a tantas reformulações e mudanças no curso de Pedagogia o profissional


pedagogo estava ficando sem sua caracterização e sua profissão começou a fragmentar. Por
isso era preciso ter uma formação completa onde o pedagogo e professor fossem mais
capacitados, com conhecimento mais amplo que pudesse trabalhar em diferentes áreas
como supervisão, direção, coordenação, dentre outras.

Sendo assim, Libâneo diz:

A ideia seria a de formar um novo professor, capacitado inclusive para


exercer funções de direção, supervisão etc. Por outro lado, há instituições de
ensino superior que mantêm o curso de pedagogia com as características do
parecer CFE 252/62, enquanto outras gostariam de fazer a reformulações para
retornar a formação do pedagogo stricto sensu ou a reconsideração dos tipos
de habitação. (Libâneo,2009.p.47).
O profissional Pedagogo por motivos de mudanças obteve três tipos de formação
ao longo de sua história o pedagogo lato sensu onde atuam na parte de docência, pedagogo
stricto sensu que atuam em várias áreas do campo educativo e o stricto sensu onde atuam
em escola particular e pública e todos os níveis e modalidades de ensino. É o que afirma
Libâneo:

Este entendimento permite falar de três tipos de pedagogo:1)pedagogo lato


sensu- todos os profissionais que ocupam de domínio e problemas da práticas
educativa em suas várias modalidades; 2)pedagogos stricto sensu-
especialistas que, sempre com a contribuição das demais ciências da
educação, e sem restringir sua atividade profissional ao ensino, dedicam-se a
atividade de pesquisa, documentação, formação profissional, educação
especial, gestão de sistema escolares e escolas, coordenação pedagógica,
animação sociocultural, formação continuada em empresas, escolas e outras
instituições; 3) pedagogos stricto sensu- professores do ensino público e
privado que atuam em todos os níveis e modalidades de ensino.
(LIBÂNEO,1998.p.68 e 69).

Sendo assim o curso de Pedagogia passou formar pedagogo completo e


capacitado para atuar na escola e fora da escola.

2.4 OLHARES A PARTIR DO COTIDIANO

Para o desenvolvimento da pesquisa, optamos por observar o cotidiano dos


profissionais pedagogos e sua relação com os professores e alunos. Além da observação,
tivemos a oportunidade de realizar um questionário que foi aplicado para professores e
pedagogos deforma que foi possível traduzi-los em gráficos, para melhor promovermos
uma reflexão sobre a temática proposta, bem como as ações e variáveis, que atravessam e
perpassam sua prática profissional.
O questionário passou por um processo de validação e apreciação pelos diretores
que analisaram e autorizaram a aplicação do questionário voltado para professores e
pedagogos. Os professores participantes demonstraram uma maior aceitação quanto a
aplicação do questionário, já as pedagogas, demonstraram impaciência devido aos
inúmeros afazeres na coordenação pedagógica.
Procuramos trazer o olhar do profissional pedagogo e do professor, que em tese,
necessariamente precisam trabalhar em parceria para buscar as alternativas de trabalho e
ação junto aos alunos com dificuldade de aprendizagem. Desta forma, propomos um
estudo de natureza qualitativa, em que a pesquisa de campo foi realizada em quatro escolas
sendo duas Municipais e duas estaduais ambas localizadas no município de Serra/ES. As
observações realizadas por nós foram voltadas tanto para o pedagogo quanto professor,
com sentido investigativo e exploratório.
Diante disso, procuramos observar os profissionais no seu âmbito escolar, para
que nós obtivéssemos maiores informações quanto ao processo metodológico utilizado no
cotidiano escolar. Portanto o presente trabalho foca na atuação do pedagogo como
mediador no processo de ensino e aprendizagem para crianças com dificuldades na
aprendizagem.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A contribuição que os estudos nos oferecem é interessante, cuidadosamente cada


detalhe, cada pesquisa nos atribui um novo aprendizado, o educador necessita desse
aprendizado constante, por isso é tão relevante a criação de trabalhos e pesquisas, ela
contribuiu inevitavelmente para nosso desenvolvimento profissional.
Contudo o papel do psicopedagogo é promover aos alunos uma forma de
libertação e expressão sobre as situações que o levam apresentar os comportamentos e
dificuldades no ato de assimilação proposto dentro de sala de aula. Dessa maneira, o
educando além de dar apoio emocional, também se vê diante de uma metodologia mais
apropriada para seu aprendizado.
Conclui-se então que a psicopedagogia é o compreender que o aluno é a última
peça de um efeito dominó. Quando apresenta as dificuldades de aprendizado, ou começa
apresentar um comportamento diferente é necessário investigar, analisar e trabalhar em
conjunto com educadores e gestores na busca das causas e na escolha do método mais
propício para saná-la.

REFERÊNCIAS
ANJOS, E. K. O; DIAS, J. R. A. Psicopedagogia: sua história, origem e campo de
atuação. Revista Revela, v.8, nº18, p. 1-12, 2015.

ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. História da Educação e da Pedagogia. 3ª Edição.


São Paulo: Editora Moderna, 2010.
BOSSA, N. A. A Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 4º ed.
Rio de Janeiro: Wak, 2011.

CLARO, G. R. Fundamentos da Psicopedagogia. Curitiba: InterSaberes, 2018.

DAVIS, C.Oliveira, Z. Psicologia na educação. São Paulo: Cortez, 1994.

LIBÂNEO, Jose Carlos. Pedagogia e Pedagogos, para quê? São Paulo: Ed. Cotez,2009.

PIMENTA, Selma, Garido (Org). Pedagogia e Pedagogos:caminhos e perspectiva. 2.São


Paulo:Cortez,2006PIZAN, Leni, Terezinha, Marcelo;MACCARINI, Norma, Barbosa,
Benedito;MARTELLI, Andréa, Cristina. O Pedagogo numa Perspectiva de trabalho
coletivo na Organização Escolar. Paraná, jun.2003.

Você também pode gostar