Apostila de Micro e Parasito 2022

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TÉCNICO DE ENFERMAGEM

Prof: Edgard Ribeiro

MICROBIOLOGIA

Trata-se das relações entre seres vivos, as principais características e associações relacionadas aos
agentes infecciosos. Conheceremos os principais patógenos, vias de transmissão, prevenção e formas
de controle de doenças. Citaremos a importância dos microrganismos em nossas vidas, bem como seus
efeitos benéficos.

A importância da microbiologia para quem trabalha em áreas da saúde nunca é suficientemente


enfatizada. Os profissionais da saúde que atuam em hospitais, clínicas odontológicas e médicas que
realizam assistência domiciliar ou cuidam de pessoas doentes em suas casas devem seguir os
procedimentos padronizados a fim de evitar disseminação de doenças transmissíveis.

Para que haja controle e disseminação de determinadas doenças infecciosas é necessário orientar os
profissionais de saúde para que tenham um excelente manuseio de materiais hospitalares, bem como
higienização e esterilização de instrumentos cirúrgicos e a utilização de EPI’s.

O estudo da microbiologia é importante para obtermos um profundo conhecimento de como se


comportam os seres vivos a olho nu, e que , anda assim, são capazes de transmitir doenças e causar
determinadas infecções elevando os índices de mortalidade em todo o mundo.

HISTÓRIA DA MICROBIOLOGIA
Sabemos que as doenças infecciosas nos seres humanos e animais existem desde que esses seres
habitam o planeta. Esses patógenos existem há milhares de anos e os danos que causaram puderam ser
observados em fósseis dos homens primitivos e órgãos internos das múmias.

Os primeiros microorganismos a serem observados foram as bactérias e os protozoários e demorou


cerca de 200 anos para obtermos uma relação entre esses patógenos e as doenças infecciosas. Essa
observação, somente foi possível por causa de um microscópio simples construído por um homem que
não era cientista diplomado.

Anton Van Leeuwenhoek (1632 – 1723), mais conhecido como o pai da microbiologia, foi o primeiro
a observar esses microorganismos ao quais chamava de “animanículos”.

Leeuwenhoek foi comerciante de tecido, avaliador de vinhos e funcionário público, como passatempo
polia pequena lentes de vidro e as fixava em armações metálicas, foi assim que ele descobriu esse

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mundo invisível a olho nu. Outros nomes importantes fizeram parte dessa história como Louis Pasteur
(1822 – 1895) que descobriu o que ocorre durante a fermentação alcoólica, a existência de formas de
vida sem oxigênio (organismos aeróbicos para os que sobrevivem com O² e anaeróbico para os sem
O²).

Pasteur desenvolveu um método para matar os microorganismos que deterioravam a uva do vinho
processo que ficou conhecido como pasteurização e que envolvia o aquecimento de diversos líquidos
por vários minutos. Essa contribuição serviu para minimizar a disseminação causada por patógenos.

Robtert Kock (1843 – 1910) Médico Alemão que desenvolveu métodos de cultura pura em meios
nutrientes para obter uma melhor identificação de microorganismos causadores de determinadas
doenças que estavam destruindo os rebanhos de gado e ovelha da Europa. Portanto Kock estabeleceu
uma série de procedimentos experimentais para relacionar um determinado “micróbio” a uma
determinada doença específica chamados Postulados de Kock.

A Microbiologia (micro – muito pequeno, de impossível visualização a olho nu; bio – organismos
vivos; logia – estudo) É o estudo de organismos vivos minúsculos.

A microbiologia envolve estudos de organismos:

● Procariontes – bactérias e archeas


● Eucariontes inferiores - algas, protozoários e fungos
● Vírus – necessitam de outros organismos.

Esses organismos são divididos em:

Celulares – bactérias, arqueanas, algas, protozoários e fungos

Acelulares – Vírus, viroides e príons ( que não são considerados seres vivos).

A Microbiologia é o estudo dos microorganismos. Cada qual apresenta uma estrutura celular, que
permite a divisão dos seres vivos em dois grandes grupos: Procariontes e Eucariontes.

PROCARIONTES - Apresentam uma única molécula de DNA são desprovidos de membrana nuclear.

EUCARIONTES – Apresentam varias moléculas de DNA envolvidas por uma membrana nuclear.

CONSTITUIÇÃO CÉLULAS EUCARIÓTICAS


● MEMBRANA CELULAR – Reveste a parede celular separando o conteúdo interno do exterior.
Regula a passagem de nutrientes e produtos a serem excretados através de sua permeabilidade seletiva,
na qual apenas determinadas substâncias podem entrar e sair da célula.
● NÚCLEO – unifica, controla e integra as funções de toda a célula. Possui nucleoplasma (matriz
gelatinosa), cromossomos (material genético) e membrana nuclear (permite entrada e saída de
moléculas do núcleo) .
● CITOPLASMA – Matriz nutritiva e gelatinosa no qual são armazenadas as organelas.
● RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO – Enovelado de membranas interconectadas de maneira que forme
uma rede de transporte de ribossomos.

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● RIBOSSOMOS – São constituídos de RNA ribossômico e proteína, tem como função síntese
(produção) de proteínas essenciais.
● COMPLEXO DE GOLGI – É uma organela que se comunica com o retículo endoplasmático, tendo
como principal função empacotar as proteínas recém sintetizadas em vesículas envolvidas por
membranas e exportar para fora da células.
● LISISSOMOS – Se originam do complexo de golgi, são pequenas vesículas que contem lisozimas e
outras enzimas digestivas que degradam material estranho levado para o interior das células.
● MITOCÔNDRIAS – Fabricam energia, armazenam e transportam moléculas de energia (ATP) por
meio de respiração celular.
● PAREDE CELULAR – estrutura externa rígida que dá forma e proteção à célula

CONSTITUIÇÃO DAS CÉLULAS PROCARIONTES

Ou bacterianas, apresentam uma estrutura simples se comparadas as células eucariontes e é composta


por:

● PAREDE CELULAR – Constituído de matérias rígido e composição química variável nas bactérias
Gram negativas, além disso, também possibilita, que a bactéria tenha uma forma específica.
● MEMBRANA CITOPLASMÁTICA – Membrana semipermeável que está aderida a parede celular e
que permite a troca de substância entre a bactéria e o meio extra celular.
● CÁPSULA – Envoltório viscoso, ou não, dependendo da bactéria e composição química. Formado de
polissacarídeos e polipeptídios.
● CITOPLASMA – Contem estruturas responsáveis por funções dentro da célula, como: ribossomos,
cromatóforos e mesossomos.
● NÚCLEO – Componente disperso no citoplasma pois as células procariontes não possuem envoltório
nuclear, assim possui um único cromossomo que é responsável pela herança genética das bactérias, e é
através do DNA que as bactérias transmitem outros fatores de resistência.
● RIBOSSOMOS - Responsável pela síntese de proteína.
● CROMATÓFOROS – Relacionados com fotossíntese.
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● MATERIAIS DE RESERVA – Gorduras, carboidratos e ferro.
● MESOSSOMOS – Responsável pela sínteses e divisão da parede celular.

COMPONENTES ESPECIAIS - Dão as características especificas para as bactérias:

● FLAGELOS – Filamentos responsáveis pela locomoção.


● FLÍMBIAS – São filamentos mais curtos que os flagelos, porem estão presentes em bactérias móveis e
imóveis, são responsáveis pela aderência e transferência de material genético entre as bactérias.
● PILI – estrutura semelhante às fímbrias, porém mais longas, pode estar envolvidas em processo de
aderência e também na conjunção em seres procariontes.
● ESPOROS – Relacionados a resistência química e física da bactéria.
● GLICOCÁLICE – Estrutura que promove aderência da bactéria a superfície.
● ENDÓSPOROS – Estruturas que algumas bactérias produzem em seu interior e que conferem
resistência a altas temperaturas e produtos químicos fortes.

FISIOLOGIA BACTERIANA
NUTRIÇÃO

Para crescerem e se multiplicarem, as bactérias necessitam de carbono, nitrogênio, fontes de energia


como glicose, aminoácidos, ferros além de uma temperatura ideal. Existem bactérias que sintetizam
sua própria substância, essas são chamadas de autotróficas. Já as que necessitam de substância para
nutrir-se, são chamadas de heterotróficas, as bactérias heterotróficas podem ser:

● SAPRÓFITAS – alimentam-se de matéria orgânica em decomposição.


● PARASITAS – alimentam-se de animais e vegetais vivos aos quais causam doenças.
● SIMBIÓTICAS – Associam-se a outro organismo, onde encontram alimentos, porem não causam
nenhum mal ao organismo ao qual se associam.

REPRODUÇÃO

As bactérias se reproduzem por cissiparidade ou fissão binária, onde a célula mãe se divide em outras
duas células filhas perfeitamente idêntica que passam a se multiplicar no mesmo ritmo que a mãe.
Outra forma de reprodução é a esporogenia, onde após a germinação dos esporos, as formas
vegetativas entram para o interior da célula e aí então se reproduzem por divisão binária, ou seja, uma
célula origina duas células idênticas.

RESPIRAÇÃO

Quando se trata de Oxigênio as bactérias podem ser divididas em 3 grupos?

● AERÓBICAS – Crescem na presença de oxigênio


● ANAERÓBICAS – Crescem na ausência de oxigênio.

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● ANAERÓBICAS FACULTATIVAS – Crescem na ausência ou presença de oxigênio, onde se
encontram a maioria das bactérias patogênicas.

NOMENCLATURA E CLASSIFICAÇÃO DAS BACTÉRIAS


A nomenclatura deve ser composta por dois nomes para as espécies. O primeiro nome, o gênero, deve
ser escrito com a letra maiúscula e segundo nome, a espécie, deve ser escrito com letra minúscula.
Importante ressaltar que os dois nomes devem ser grifados (na escrita) ou em itálico (quando
digitados). Ex: Staphylococcus aureus; Staphylococcus pneumoniae; Haemophilus influenzae.

CLASSIFICAÇÃO
As bactérias podem ser classificadas quanto aos seguintes aspectos.

CARACTERISTICAS TINTORIAIS – As bactérias têm afinidades por alguns corantes como azul de
metileno, violeta de genciana e fucsina básica, assim técnicas de identificação de bactérias para estudo
clínico foram desenvolvidas usando estudos tintoriais, entre elas, destaca-se a coloração de Gram
(criada em 1984 pelo médico dinamarquês Hans Christian J. Gram). Desta forma podemos dividir as
bactérias em dois grandes grupos: Gram positivas e Gram negativas.

MORFOLOGIA
Podem se apresentar na forma de cocos ou bacilos. Podem ocorrem algumas variações dessa
morfologia, assim podemos ter: coclobacilos, diplococos, espiroquetas, espirilos e vibriões.

AGRUPAMENTO
Os cocos podem estar isolados, agrupados o em cadeias, em cachos, grupos de quatro, ou cúbicos, já
os bacilos podem se apresentar isolados, em cadeias paliçádico ou em forma de letras chinesas.

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PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR BACTÉRIAS

BRUCELOSE

Também conhecida como febre de Malta, Gilbratar, febre Mediterrânea ou febre ondulante, a
brucelose é uma doença infecciosa causada por diferentes gêneros da bactéria Brucella Brucella
abortus (gado), Brucella suis (suíno) Brucella melitensis (caprinos), Brucella canis (menos comum)
transmitida dos animais para os homens.

A infecção ocorre quando o homem entra em contato direto com animais doentes ou ingere leite não
pasteurizado, produtos lácteos contaminados (queijo e manteiga) carne mal passada e outros
subprodutos.

Na forma aguda é de evolução insidiosa, os sintomas podem ser confundidos com os da gripe: febre,
sudoreses noturna, calafrio, fraqueza, cansaço, inapetência, cefaléia, dor no abdômen e nas costas. Na
forma crônica os sintomas retornam mais intensos, os mais característicos são febre, fraqueza, cefaléia,
perda de peso, tremores, manifestações alérgicas, hipotensão, labilidade emocional, alteração de
memória.

O diagnóstico pode ser realizado por meio de levantamento da história do paciente e avaliação clínica
que são fundamentais para chegar ao diagnóstico. Exames de laboratório como hemograma e teste de
cultura para isolamento da bactéria no sangue, na medula óssea e outros tecidos e as provas
sorológicas também são muito úteis para estabelecer o diagnóstico.

O tratamento de Brucelose tem como base a associação de antibióticos (tetraciclina, gentamicina,


doxixiclina e deve ser mantido por seis semanas. Durante a crise aguda da doença o paciente deve
permanecer em repouso e bem hidratado.

CANCRO MOLE
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Também conhecido como Cancro Venéreo, mas seu nome mais popular é cavalo. Provocado pela
bactéria Haemopjilus ducrey, é mais frequente nas regiões tropicais como o Brasil. É considerada uma
doença sexualmente transmissível.

A transmissão ocorre por relação sexual com a pessoa infectada, sendo o preservativo a melhor forma
de prevenção.

Os primeiros sintomas são a cefaleia, febre e fraqueza que aparece de 3 a 15 dias após o contagio.
Depois aparecem pequenas e dolorosas feridas com pus nos órgão genitais, que aumentam de tamanho
e profundidade, a seguir aparecem outras lesões em volta das primeiras. Após duas semanas do início
da doença, pode aparecer um edema ou nódulo avermelhado na virilha (íngua) que pode dificultar os
movimentos da perna ao andar. Esse caroço pode drenar uma secreção purulenta esverdeada ou
misturada com sangue. Nos homens as feridas aparecem na glande, na mulher ficam na vagina e ânus,
nem sempre a ferida é visível, mas provoca dor nas relações sexuais e ao evacuar.

O diagnóstico é feito por exame direto, pesquisa de coloração pelo método Gram em esfregaço de
secreção em base da úlcera e cultura do bacilo em questão, com cultura de secreção.

O tratamento é realizado com antibióticos e se orienta a buscar um profissional para avaliação de


outras DST’s.

CÓLERA

Seu bioagente é o Víbrio cholerae, bacilo Gram negativo aeróbico e anaeróbico facultativo.

A transmissão pode ser indireta por meio de água e alimentos contaminados com fezes e vômitos de
doentes portadores; ou direta por meio de propagação de pessoa por pessoa.

A cólera apresenta diarreia liquida e intensa, não apresenta febre e pode apresentar câimbras e
vômitos.

O diagnóstico é feito baseado no isolamento do Vibrio cholerae a partir da amostra de fezes do


paciente.

O tratamento se baseia na reposição de líquidos e eletrólitos e uso de antibióticos para as formas mais
graves.

COQUELUCHE

Bortedella pertussis é um bacilo Gram negativo aeróbico e não esporulado altamente contagioso.

É transmitida por meio do ar pro gotículas da orofaringe, eliminados do paciente infectado ao falar e
tossir.

Os sinais e sintomas da doença se dão em 3 fases:

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Fase catarral – dura de 7 a 14 dias e o paciente apresenta sintomas como lacrimejamento, mal estar,
coriza, anorexia, irritabilidade e tosse seca e discreta. Nesta fase ocorre maior risco de
transmissibilidade.

Fase paroxística – Dura 4 semanas, a tosse que antes era discreta, evolui para surtos, sendo mais
intensa durante a noite podendo ocorrer vômito após o acesso de tosse.

Fase convalescência - os sinais e sintomas vão diminuindo na freqüência e intensidade, cessando em 3


ou 4 semanas.

A observação do paciente com a tosse seca há mais de 14 dias. O diagnóstico laboratorial se dá por
meio de cultura da bactéria por material coletado da região nasofaríngea.

O tratamento é o uso de antibiótico o mais rápido possível após a confirmação do diagnóstico médico.

DIFTERIA

Seu bioagente é a Corynrbacterium diphtheriae, aeróbica, não flagelada e que não forma esporos, mas
produz toxinas.

A transmissão direta é pelo ar por meio de gotículas de doentes ou portadores assintomáticos, ou


transmissão indireta por meio de fômites (objetos de uso pessoal que podem estar contaminados e
transmitir o agente)

Os sintomas dependem do estado imunológico do paciente além da localização da infecção e


quantidade da toxina, em geral ocorre, palidez, dor de garanta, prostração e febre baixa. Já os casos
mais graves podem ocorrer linfodenopatia intensa nas regiões cervical e submandibular.

O exame clínico em que se identifica a presença de placas pseudomembranosas branco acinzentadas


aderentes nas amígdalas e também o isolamento em meio de cultura do bacilo.

O tratamento é realizado após a confirmação do diagnóstico com o uso de antibiótico e antitoxinas

DOENÇA DIARREICA AGUDA

A DDA é definida como uma síndrome causada por diferentes agentes etiológicos (bactérias, vírus e
parasitas) cuja manifestação predominante é o aumento do número de evacuações com fezes aquosas o
pouca consistência. A DDA tem duração de 2 a 14 dias e suas formas variam de leve até graves, com
desidratação e distúrbios eletrólitos principalmente quando associadas a desnutrição.

O modo de transmissão é fecal-oral, pode ser por contato pessoa a pessoa, alimentos, água e objetos
contaminados.

Os sintomas são diarreia, náusea, vômito, febre e dor abdominal.

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O diagnostico é feito por exames parasitológicos de fezes, cultura de bactéria, vírus e parasitas. O
diagnóstico laboratorial é importante para avaliação e controle de surtos e orientação nas medidas
sanitárias de controle.

O tratamento é feito por meio da correção da desidratação e desequilíbrio eletrolítico, combatendo a


desnutrição utilizando adequadamente os medicamentos e prevenindo complicações.

DOENÇA MENINGOCÓCICA

É uma infecção bacteriana causada pela Neisseria meningitidis diplococo, Gram negativo, aeróbico.

Na transmissão é direta é por via respiratória, por meio de gotículas e secreções da nasofaringe, sendo
seu maior transmissor o portador assintomático.

Os sintomas são febre alta, cefaleia, vômitos em jato sinais de irritação da meninge acompanhados de
alterações do líquido cefalorraquidiano (LCR). Dependendo grau de comprometimento do LCR,
podem ocorrer delírios, alucinações, paralisia, tremores, entre outros.

Os exames realizados no liquor-quimiocitológico e bacterioscópico, aglutinação por látex;


exames realizados no sangue, hemograma completo, dosagem de sódio (Na), dosagem de
potássio (K), creatinina, glicemia, gasometria artéria e RX de tórax.

O tratamento é por meio de drogas e de acordo com o Ministério da Saúde, penicilina G


cristalina ou ampicilina com associação de outras medicações, como reposição
hidroeletrolítica, hidratação, tratamento sintomático, entre outros.

FEBRE TIFOIDE

Doença infectocontagiosa, de notificação compulsória, causada pela bactéria Salmonela entérica typhi.

A transmissão é por via fecal-oral.

Os sintomas são febre prolongada, alterações intestinais, melena, cefaleia, falta de apetite, mal estar,
prostração, hepatomegalia, esplenomegalia, distensão e dor em abdômen, náuseas e vômito, em alguns
casos aparecem manchas rosadas no tórax e abdômen, conhecidas por roseola tífica.

O diagnóstico é por meio de avaliação clínica e isolamento da bactéria por meio de exames
laboratoriais de hemocultura, coprocultura, mielocultura e pela reação sorológica de Widal.

O tratamento inclui administração de antibióticos (clorafenicol, ampicilina e quinolonas, entre outros)


e a reidratação do paciente tão logo seja levantada a possibilidade de infecção. Repouso, dieta leve,
ingesta maior de líquidos são medidas importantes.

GONORREIA

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É uma DST causada pela bactéria Gram negativa conhecida como Neisseria gonorrhoaea, ou
gonococo. A gonorreia pode infectar o pênis, o colo do útero e o reto, a garganta e os olhos.

A principal forma de contagio é pelo ato sexual quando os companheiros estão contaminados, no parto
normal quando a mãe esta infectada ou por contaminação indireta.

Nas mulheres, o sintoma pode ser disúria, dor em baixo ventre, aumento do corrimento vaginal,
sangramento vaginal fora do período menstrual e dispareunia. Entretanto é comum o individuo estar
doente e não apresentar sintomas, por isso recomenda-se procurar um serviço de saúde regularmente
em especial quando houver sexo sem uso de preservativo. Nos homens normalmente há uma sensação
de ardor e esquentamento podendo causar corrimento com pus, além de dor nos testículos. Também é
possível termos homens assintomáticos e esses podem transmitir a doença sem consciência de sua
contaminação. Assim é fundamental evitarmos essa doença com o uso de preservativos.

O diagnóstico é clínico feito por um profissional de saúde, seguido de coleta de secreção e cultura para
identificação do microorganismo.

Na presença de qualquer sinal e sintoma de DST é recomendado a procura por um profissional de


saúde para diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado com o uso de antibióticos
específicos.

HANSENÍASE

Ocasionada pelo Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen, é uma doença de evolução lenta e
curável. O bacilo da hanseníase é álcool-ácido-resistente, de vida intracelular obrigatória.

A doença se manifesta por meio de sinais e sintomas dermatológicos, sendo necessário o convívio
prolongado com pacientes portadores. A contaminação se dá por meio de gotículas inaladas pelas vias
respiratórias.

As manifestações são lesões de pele e dos nervos periféricos. As manchas na pele podem ser de
aspecto variável que vai desde as manchas hipocrômicas ate manchas em relevos eritematosas. Já nos
nervos, ocorre um processo inflamatório que provoca anestesia localizada e atrofia muscular.

O diagnóstico é clinico e avalia a evolução da lesão e sensibilidade. Já o diagnóstico laboratorial é


realizado através da identificação do bacilo.

O tratamento é feito por meio de drogas específicas para a hanseníase como: dapsona, clofazimina e
rifampicina.

LEPTOSPIROSE

Doença infecciosa aguda potencialmente grave ocasionada por uma bactéria do gênero Leptospira, um
gênero de doença animal que ataca ratos, preás, gambás, suínos e que é transmitida ao homem por
méis direto ou indireto à urina de animais infectados.

SÍFILIS

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Doença crônica pertencente ao grupo de DST’s causada pela bactéria Treponema pallidum.

A transmissão, na maioria dos casos, ocorre através de relação sexual sem proteção, podendo ser
transmissível pelo beijo e mordedura, nas transfusões de sangue ou na gestação por meio da placenta.

Os primeiros sintomas são pequenas feridas nos órgão sexuais e nódulos na virilha (íngua) que surgem
de 7 a 20 dias após a relação sexual com parceiro infectado. Não a sintomas de dor nem ardência nas
feridas, mesmo sem tratamento as feridas desaparecem sem deixar cicatriz, mas a pessoa continua
doente e a doença se desenvolve, ao alcançar determinados estágios pode ocasionar varias manchas no
corpo e queda de cabelo. Após algum tempo as manchas podem desaparecer deixando aspecto de
melhora, a doença pode ficar estacionada por meses e anos, até que surgem as complicações graves
como cegueira, paralisia, doença mental, problemas cardíacos, podendo levar a morte. Esta doença é
capaz de destruir o tecido de quase todos os órgãos do corpo, a sífilis possui uma grande variedade de
manifestações clínicas sendo manifestações precoces ou tardias, o intervalo entre a sífilis precoce ou
tardia é de aproximadamente 4 anos.

Quando não há evidencia de sinais e sintomas é necessário fazer um teste laboratorial. Mas como o
exame busca anticorpos contra a bactéria, só pode ser detectado a partir da primeira até a terceira
semana após o contagio.

Recomenda-se procurar um profissional da saúde, por se tratar de um a DST ele pode realizar o
diagnóstico correto e indicar o tratamento mais adequado, dependendo de cada estagio. É importante
seguir as orientações médicas para curar a doença.

TÉTANO

Doença transmissível., não contagiosa não transmissível causada pela ação de toxinas produzidas pelo
bacilo Gram positivo Clostridium tetani que é encontrada em solo, poeira e trato intestinal de cavalos e
outros animais inclusive o homem. O microorganismo quando esporulado e protegido da luz solar
direta, é capar de sobreviver por muitos anos.

O bacilo penetra no organismo através de feridas, onde se desenvolve na ferida sem penetrar os tecidos
mais profundos, pois tem pouca capacidade invasora, sendo que a doença se desenvolve devido as
toxinas produzidas durante seu crescimento.

Seus sintomas são inquietação, cefaleia, irritação e estado febril.

O diagnóstico é feito por meio de recolhimento de amostras de líquido da ferida rico em toxinas e
inoculação em rato de laboratório.

O tratamento é feito inicialmente na ferida que deve ser limpa. È administrado antídoto, anticorpo que
se liga a toxina e inibe sua função. São também administrados relaxantes musculares. A penicilina e
metronidazol eliminam as bactérias mas não tem efeito sobre os agentes tóxicos.

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PARASITOLOGIA
É a ciência que se destina ao estudo dos organismos parasitas que causam danos à saúde humana, os
parasitas podem ser classificados como unicelulares ou pluricelulares.

Os parasitas protozoários unicelulares são organismos microscópicos, sendo observados apenas por
microscópios ópticos ou eletrônicos na sua maioria apresentam micras (µ) de tamanho, compatível
com dividir um milímetro por mil ou 0,001 milímetros. Os parasitas pluricelulares, os helmintos e os
nematelmintos podem ser observados tanto em microscopia quanto a olho nu, pois apresentam desde
micras de tamanho a metros de comprimento.

Nesta matéria iremos abordar as principais patologias causadas por parasitas de interesse médico que
causam impacto nos cuidados de enfermagem.

Para que possamos entender melhor as principais parasitoses humanas, temos que nos habituar com
alguns termos básicos utilizados nos estudos dos parasitas.

● Habitat – Local no hospedeiro onde o parasita obtém alimento e abrigo


● Parasita – Aquele que se alimenta de nutrientes e fluidos de seus hospedeiros, podendo ou não causar
danos.
● Endoparasitas ou Parasitas Interiores – Aqueles que habitam o interior de seus hospedeiros.
● Ectoparasitas ou Parasitas Externos – São os que habitam o exterior dos hospedeiros.
● Parasita Facultativo – É o que pode ou não viver parasitando seu hospedeiro.
● Parasita Intracelular – É o que se hospede e se multiplica no interior de seus hospedeiros.
● Parasita Hematófago – É o que se alimenta somente do sangue de seus hospedeiros.
● Hospedeiro – É aquele que abriga o parasita, podendo ser hospedeiro intermediário ou definitivo.
● Vetor – É aquele que transmite o organismo parasita, do seu reservatório até o seu hospedeiro,
podendo ser inseto ou animal.
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● Profilaxia – Atos ou mecanismos utilizados para prevenir, tratar ou educar o individuo contra as ações
dos organismos parasitas.

CONCEITOS
A maioria dos organismos parasitas é conhecida por possuírem nomes populares tais como: lombriga,
chato, piolho, solitária, entre outros, porem devemos estar atentos para as nomenclaturas técnicas
utilizadas para designar o nome, espécie, gênero de cada organismo parasita.

Estas regras foram elaboradas em 1735 quando o médico e botânico sueco Carl Liné (1707-1778)
publicou uma obra que continha um método eficiente para agrupar, nesta obra, que mais tarde chegou
a ter publicado 12 edições, ele utilizou uma nomenclatura latinizada e binominal junto com as
categorias taxonômicas sendo estas utilizadas até o dia de hoje.

Para conhecimento e discernimento frente aos parasitas a seguir realizamos a descrição de algumas
regras importantes relativas aos nomes dos organismos parasitas:

● Os nomes dos parasitas devem ser escritos em latim por ser uma língua universal e em desuso,
portanto, não sofre alterações, por ser universal e permitir que uma espécie seja conhecida
mundialmente.
● Os organismos parasitas devem ser escritos com dois nomes, ou seja, apresentar uma nomenclatura
binominal (gênero + epiteto específico).
● O nome do gênero deve ser escrito com letra inicial maiúscula. Exemplo: Plasmodium vivax
(protozoário causador da malária).
● Os nomes científicos devem ser grifados ou escritos em itálico ou negrito.

Dentro dessas regras podemos ainda ter: subespécie, subgênero e ainda algumas espécies que recebam
o nome do autor que as descreveu.

Para que possamos entender melhor o material do nosso estudo, vamos estudar os nossos principais
grupos de parasitas separadamente, são eles: protozoários, helmintos e artrópodes.

PROTOZOARIOS

Os protozoários se caracterizam por serem parasitas microscópicos, composto por uma única célula
podendo ser encontrados em ambientes aquáticos ou terrestres, algum destes organismos são parasitas
humano eu podem provocar doenças como: Amebíase, Doença de chagas, Giardíase, Malária e
Toxoplasmose.

Aspectos morfológicos – Formas variadas como esféricas, ovaladas ou filiformes, podendo apresentar
revestimento, com a presença de mecanismos de locomoção como cílios, flagelos e alguns apresentam
pseudopodes, que são prolongamentos da membrana plasmática para a locomoção.

Trocas Gasosas – Podem apresentar a respiração aeróbica quando ocorre o uso de O² e a respiração
anaeróbia em ambientes pobres em O².
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Mecanismos de Reprodução – A reprodução assexuada onde não há troca de material genético entre os
organismos e sim a divisão de suas estruturas (divisão binária ou formação de brotos) e também podem
apresentar a reprodução sexuada onde ocorre a troca de elementos nucleares entre os indivíduos
(conjugação).

Mecanismo Locomotor – Os protozoários podem se locomover utilizando estruturas pressentes em sua


membrana como cílios e flagelos, ou por expansão da membrana, conhecido como pseudopodes.

Mecanismo de Captação de Nutriente – Podem ser autótrofos ou heterótrofos.

PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR PROTOZOÁRIOS

LEISHMANIOSE BRASILEIRA OU CUTÂNEA


Doença provocada por um protozoário do gênero Leishmania, sendo transmitida pela picada do
mosquito do gênero Flebótomo, conhecido popularmente como mosquito pólvora, o protozoário
causador da Leishmaniose pode ser descrito como Leishmania brasiliensis e Leishmania donovania.

Mecanismo de Transmissão

Ocorre quando o homem (hospedeiro) é picado pelo mosquito infectado, ou seja, o mosquito pica um
animal infectado (reservatório),absorvendo o sangue do mesmo. A transmissão ocorre quando o inseto
transmite durante a picada o parasita em uma forma promastigota, contida na saliva do inseto ao seu
hospedeiro o homem. No hospedeiro estas formas se transformam em amastigotas quando invadem o
sistema endotelial se multiplicam rapidamente.

Quadro Clínico

O paciente apresenta uma pequena lesão cutânea no local da picada, que cresce rapidamente formando
uma ulceração de aspecto circular com bordas irregulares e rígidas. Frequentemente as formas
amastigotas do parasita são encontradas nesta lesão. A doença se prolifera nas vias linfáticas, mas
frequentemente nas mucosas de boca e nariz, causando erupções seguidas de dor que degeneram e
mutilam a área afetada. É comum após a cura alesão inicial a degeneração e a mutilação de membro
afetado provocando uma deformação. Esta deformação, ocorre em geral em seu septo nasal, sendo
conhecido como focinho de camelo ou nariz de anta.

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Consequentemente há comprometimento do palato duro e também da faringe, provocando transtorno
na alimentação, respiração e fala. Em infecções secundarias pode ocorre a inanição e a morte do
paciente.

Diagnóstico

O diagnóstico ocorre através do quadro clinico, identificação do parasita em meio de cultura ou através
de reações sorológicas.

Tratamento

O tratamento se da por meio de antibióticos para combater a infecção secundária. Podendo haver a
internação do paciente para os cuidados específicos com a lesão e o uso de medicamentos injetáveis
como Anfotericina B.

Profilaxia

Questionamentos sobre pessoas doentes e animais infectados (cães), combate aos vetores, educação
sanitária, vacinação, inseticida, não dormir em locais endêmicos (o processo de hematofagismo
acontece durante o fim da tarde ou ao anoitecer) não residir próximo a áreas endêmicas.

TOXOPLASMOSE

Uma parasitose provocada por um parasita intercelular, o Toxoplasma gondii, encontrado em células
de mamíferos e aves. Apresentando forma variada dependendo de sua localidade e mecanismo
evolutivo.

Mecanismo de Transmissão

Adquirida por ingestão em alimentos ou através de transmissão congênita atingindo a criança ainda na
fase intrauterina. Um a vez no interior do seu hospedeiro o parasita tem o inicio do seu
desesnvolvimento00 no interior das células num processo denominado assexuado, onde o parasita
transita de célula em célula causando a destruição das mesmas por ruptura, consequentemente
invadindo e destruindo novas células. Uma vez livre na corrente sanguínea o protozoário pode causar a
fase crônica ou a aguda da doença, pois o mesmo permanece em seu hospedeiro na forma cística.

Quadro Clínico

Os aspectos da toxoplasmose são diversos e vão depender do mecanismo de contagio do seu


hospedeiro, varia mediante a capacidade imunológica do mesmo. Pode ocorrer a variação da
capacidade de agressividade do parasita, podendo ser letal ou passar indiferente ao hospedeiro,
podendo apresentar os seguintes sintomas:

● Pápulas evidentes logo n inicio clínico da ● Hipertermia


doença ● Lesões oculares (cegueira total ou parcial)
● Mialgia ● Miocardite
● Artralgia ● Pneumonia
● Cefaleia ● Meningite
● Aumento de gânglios
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O quadro mais grave e fatal é indicado pelos três últimos sintomas acima descrito. Na infecção
congênita os sintomas mais frequentes são:

Com a mãe

● Aborto
● Parto prematuro

Com a Criança

● Convulsão ● Micro ou macrocefalia


● Febre ● Calcificação cerebral
● Icterícia ● Atraso psicomotor
● Hepatomegalia ● Lesões oculares
● Esplenomegalia ● Pneumonia
● Erupções cutâneas ● Miocardites
● Hidrocefalia

Diagnóstico

É feito com exames sorológicos,


identificação do parasita por
microscopia, cultura de biopsia
ganglionares e muscular e avaliação de
anticorpos circulante no sangue.

Tratamento

Os testes indicam a eficácia no uso da


sulfonamida combinado com
primetamina, sendo indicada a associação de um antibiótico específico para a toxoplasmose sobre
prescrição e critério médico. Devem ser verificados alguns cuidados como:

● Cuidado no manuseio de pets como gatos e aves


● Evitar a ingesta de carnes e leite crus
● Realizar exames específicos em gestantes com histórico de transtornos ganglionares ou com casos de
aborto.

DOENÇA DE CHAGAS
Parasitose causada pelo Tripanossoma cruzio maior agente causador de problemas cardíacos em
pacientes das áreas rurais endêmicas. Este parasita foi identificado em meados de 1909 por Carlos
Chagas e é transmitido ao ser humano por um inseto denominado tríatomídeo, popularmente
conhecido como barbeiro (por infectar o seu hospedeiro durante a noite por uma picada na face). Estre
protozoário pode ser encontrado nas seguintes formas infectantes.

● Amastigota: Forma localizada no tecido muscular, cardíaco e nervoso.


● Tripomastigota: Forma encontrada na circulação periférica.
● Tripomastigota Metacíclica: Formas encontradas nas fezes dos triatomideos
● Epimastigota: Forma encontrada na porção intestinal do triatomideo.

O protozoário pode ser localizado tanto em animais domésticos ou selvagens, que tem a função de
reservatório do protozoário. Os animais comumente infectados são tatu, gambá e cães, onde o barbeiro
ao se alimentar se infecta e torna um transmissor.

Mecanismo de Contagio

Frequentemente o transmissor transmite os protozoários durante a noite ao homem que é seu


hospedeiro, mediante a picada no rosto, após a picada o barbeiro elimina suas fezes no mesmo local
com as formas infectantes tripomastigota metacíclica que penetram a pele de seu hospedeiro de forma
ativa, este no interior das células altera a sua forma para amastigota e se multiplica rapidamente ate
promoverem a ruptura da célula e migrarem para o sistema circulatório na forma tripomastigota, assim
multiplicando imensamente. Sendo este mecanismo repetitivo tornando-se um ciclo podendo ser fatal
ao hospedeiro pela quantidade de parasitas depositados na corrente sanguínea, ou ainda ser atenuados
pela ação dos anticorpos do próprio hospedeiro, levando esse ciclo a uma fase crônica que perdura por
um período muito longo.

Quadro Clínico

● Dias após a picada do tritomídeo (barbeiro) surge um nódulo eritematoso conhecido como chagoma.
● Ocorre edema das pálpebras e conjuntivite provocado pelo estado febril do hospedeiro conhecido
como sinal de romana
● Pode ocorrer megaesôfago (dilatação do esôfago) e magacólon (dilatação da alça do intestino grosso)
chagástico.
● Hepatoesplenomegalia (aumento do fígado e baço)
● Cefaleia
● Distúrbios neurológicos.
● Hipotensão

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● Cardiopatias tardias importantes.

Diagnóstico

Feito pelo quadro clínico, xenodiagnósticos, exames de sangue, reações imunológicas e cultura de
amostras sanguíneas em meio específico.

Tratamento

Tratamentos específicos são inexistentes, pois atualmente tem sido ministrado varias drogas que
reduzem os sintomas e diminuem a parasistemia, quanto aos comprometimentos cardíacos, ao critério
médico depende da gravidade e pode ser indicada a intervenção cirúrgica coo o transplante.

Profilaxia

Combate ao vetor com uso de inseticida nas residências, uso de alvenaria nas construções das áreas
endêmicas e o uso de mosqueteiro no leito, a educação sanitária, sorologia dos doadores de sangue e a
notificação compulsória da doença.

GIARDÍASE
Doença provocada por um protozoário, flagelado e binucleado de aspecto piriforme (formato de pera
quando observado no microscópio na sua forma de trofosoita podendo também se apresentar em forma
de cisto) esta parasitose é conhecida como giardíase, o habitante mais comum do hospedeiro (homem)
é o intestino delgado.

Mecanismos de Transmissão

A infecção pela Giardia lambliase dá pela ingestão


de alimentos e água contaminada com a forma
cística do parasita, ou de forma direta pelas mãos
contaminadas. O parasita se multiplica rapidamente
no organismo de seu hospedeiro, devido a grande
quantidade de parasita no intestino provoca um
atapetamento (síndrome da má absorção) na parede
intestinal, impedindo que o hospedeiro absorva os
nutrientes causando uma imensa diarreia.

Quadro Clínico

● Náuseas
● Flatulência
● Dor estomacal
● Diarreia de cor amarelada
● Perda de peso
● Irritabilidade
● Insônia

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● Aumento do volume fecal

Diagnóstico

Realizam-se exames de fezes com três amostras coletadas em dias alternados para reduzir o risco de
falso negativo.

Tratamento

Uso de drogas específicas como: metroidazol, albendazol, secnidadizol ou tinidazol, entre outros.

Profilaxia

Saneamento básico, higiene pessoal, precaução com água e alimentos.

MALÁRIA
Doença conhecida como maleita ou febre palustre, é transmitida ao homem através da picada da
fêmeado mosquito Anophiles infectado pelo protozoário do gênero Plasmodium, apresentando quatro
espécies distintas nocivas aos seres humanos, o Plasmodium vivax, Plasmodium malariae e
Plasmodium falciparum, podendo ainda se apresentar em uma forma rara conhecida como
Plasmodium ovale

Mecanismo de Transmissão

Nesta doença o hospedeiro intermediário é o humano, sendo o hospedeiro definitivo o mosquito


transmissor, a fêmea do mosquito tem o habito de ser hematófaga, se as mesmas forem portadoras do
parasita, ao picarem o ser humano transmitem a ele a forma infectante conhecida como esporozoitos,
estes em contato com o sistema circulatório humano penetram as células do fígado onde aumentam de
volume e passam a ser conhecida como esquizontes, individualmente cada forma desta passa a
produzir milhares de forma conhecidas por merozoitos, esta fase é denominada exoeritrocitica. Estas
formas no sistema circulatório penetram nas hemácias e se transformam em trofozoitas que também
duplicam seu tamanho e assume a forma esquizontes, estes por sua vez através de divisões binárias se
transformam em merozoitos, destruindo as hemácias por ruptura de membranas. Estas formas quando
liberadas na circulação invadem outras hemácias liberando assim um ciclo conhecido como fase
eritrocítica. Durante essa fase, vários merozoitos assumem a forma gametócitos tanto masculinos
quanto femininos que são jogados na circulação sanguínea. A fêmea do Anopheles, ao picar o portador
da Malária, captura os gametócitos que se alojam na porção do intestino médio desse inseto e passa a
assumir a forma de oocineto, forma essa que pode se locomover por estruturas chamadas de
pseudopodes, e se alojam na porção externa do intestino estes oocinetos desenvolvem um envoltório
conhecido por esporulo, passando a ser conhecido como oocisto, dando origem a vários esporocistos
no interior desse envoltório. Durante a ruptura desses oocistos, novas formas infectantes migram para a
cavidade do corpo do inseto que migram para a glândula salivar e através da picada deste inseto dão
inicio a um novo ciclo.

Quadro Clínico

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Há variações no quadro clínico da malária que é produzida por diferentes formas de plasmódio, porém
são característicos alguns sintomas, como os descritos:

● Calafrio ● Anemia (ruptura das hemácias)


● Cefaleia ● Hepatomagelia
● Mialgia ● Febre (pirexia)
● Esplenomegalia
Diagnóstico

É realizado por meio da avaliação do hospedeiro que apresenta os sintomas clínicos e a pesquisa da
forma parasitária no sangue periférico.

Tratamento

São ministradas varias drogas que podem promover a cura da Malária entre ela o quinino e alguns
antibióticos como a tetracilina.

Profilaxia

É basicamente o combate ao vetor, uso de telas protetoras e a vacinação.

HELMINTOS
Os helmintos se caracterizam por apresentarem um
grande número de organismos parasitas conhecidos
como vermes, apresentando-se em tamanhos e
formas variadas, as formas achatadas são
conhecidas como platelmintos e as formas
cilíndricas como nematelmintos, os vermes
cilíndricos são providos de estruturas em formas de
ganchos localizados na cabeça e são denominados
de acantocéfalos e os vermes achatados recebem o
nome de cestoides.

Principais Helmintos

● Arcadíase
● Enterobíase
● Teníase

ASCADÍASE

Esta parasitose é muito comum e é causada pelo parasita Ascaris lumbricoides (lombriga), existem
diferenças morfológicas entre o macho e a fêmea, geralmente a fêmea é maior medindo cerca de 30 a
40 cm eapresenta maior espessura, e o macho mede cerca de 20 a 30 cm sendo mais delgado e com

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uma curvatura no final de sua calda para facilitar a cópula, tanto o macho quanto a fêmea apresentam
uma cor de aspecto leitoso. Esse verme na fase adulta costuma habitar o intestino delgado de seus
hospedeiros, prevalecendo a porção de jejuno e ílio.

Mecanismo de Transmissão

Esta parasitose se dá pela ingestão de ovos férteis do parasita que podem ser encontrados nos
alimentos contaminados pelo verme e na ingesta de água contaminada. Podendo também ser adquirida
de forma direta em contato com as mãos contaminadas. Uma vez após a ingestão de ovos estes liberam
as larvas que migram para a porção intestinal onde através da parede intestinal ganham a corrente
sanguínea e assim começam a migrar através de vários órgãos como o fígado, coração, pulmões,
traqueia, faringe, estomago, esôfago e retornam ao intestino, após realizarem este percurso, as larvas
passam por uma transformação e sofrem uma maturação, transformando-se em vermes adultos, onde
realizam a copula, a seguir afêmea realiza a postura de uma grande quantidade de ovos no intestino

do hospedeiro, que ao eliminar as fezes em locais inadequados liberam os ovos dos parasitas, onde se
dá um novo ciclo de contaminação.

Quadro Clínico

Em virtude do trajeto do parasita dentro de seu hospedeiro, podemos notar uma variedade de
manifestações clinicas. Nas infecções causadas por um grande número de parasitas, podemos notar
uma severa broncopneumonia, que em alguns casos podem ser fatal em crianças, durante o trajeto do
verme pelo sistema respiratório do hospedeiro surgem vários sintomas como, tosse, febre e falta de ar.
Durante a fase adulta do verme ocorre uma pequena parasistemia, os sintomas nem sempre podem ser
notados, mas se houver uma infecção maciça, podemos notar fortes dores abdominais, febre, vômitos e
alterações intestinais, e em alguns casos, quando um grande número de vermes se desloca dentro do
intestino do hospedeiro, pode ocasionar a obstrução parcial ou total do intestino.

Diagnóstico

São realizadas amostras de fezes em dias alternados em virtude do ciclo evolutivo do parasita para a
detecção de ovos nas fezes.

Tratamento e Profilaxia

O tratamento dessa parasitose se faz através do uso de anti-helmínticos específicos, quanto a


prevenção da doença, está associada ao saneamento básico e higiene adequada dos alimentos e
reatamento da água.

ENTEROBÍASE

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Esta parasitose está direcionada ao parasita denominado Enteróbios vermicularese é conhecida
popularmente como oxiurose. É caracterizada por prurido anal intenso, estes vermes apresentam
aparência pequena, delgada de cor branca, assemelhando-se a grão de arroz, sendo a fêmea maior
quemacho medindo cerca de 1 cm de cumprimento e o macho apenas 5 mm e apresenta uma curvatura
na porção terminal do corpo como característica do dimorfismo sexual, e esta relacionado ao órgão
copulatório da espécie.

Mecanismos de Transmissão

É caracterizado pela ingesta de ovos férteis, através da alimentação ou de forma direta pelas mãos
contaminadas. Após a chegada dos ovos férteis ao intestino delgado os mesmos se rompem e liberam
as larvas que imediatamente se dirigem para o ceco, onde se transformam se tornando vermes adultos.
Neste locam acontecem o acasalamento tornando as fêmeas gravidas capazes de liberar seus ovos,
estas por sua vez, migram para o ânus, onde realizam a postura, esta ação parasitaria produz imenso
prurido anal, levando o hospedeiro a coçar a região anal e acumular entre unhas ovos de parasitas,
ocorrendo a autoinfecção. Nos casos de defecar em locais inadequados pode liberar ovos de parasita
promovendo um novo ciclo parasitário.

Quadro Clínico

● Prurido anal noturno


● Insônia
● Nervosismo
● Nas mulheres, quando da penetração do verme na cavidade vaginal, pode ocorrer inflamações na tuba
salpingite e ooforite.

Diagnóstico

É realizado pela avaliação do hospedeiro com a manifestação do quadro clínico, pela coleta de ovos na
região perianal com o auxilio de fita
adesiva e a realização de exame de fezes
para a pesquisa de ovos.

Tratamento e Profilaxia

O tratamento consiste em todos os


membros da família do portador da
verminose cumprirem algumas
determinações:

● Uso de roupas que dificultem a


contaminação das mãos.
● Lavar as mãos corretamente após
acordarem, antes das refeições e não
levarem as mão a boca
● Cortar as unhas e manterem aparadas
● Troca diária de roupa de cama e roupa íntima
● Ferver as roupas durante as lavagens

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● A profilaxia esta direcionada a higiene e
saneamento básico

TENÍASE

Esta parasitose esta relacionada duas espécie de


Taenia, T. solium e a T. saginata. A T. solium é
adquirida através do consumo de carne de porco
contaminada e a T. saginata, pelo consumo de
carne bovina contaminada, ambas contaminadas
pela forma larval denominada cisticerco.

Esta é uma verminose conhecida popularmente como solitária, este animal se caracteriza pela sua
forma peculiar e da divisão do corpo que consiste em: escólex parte da cabeça, colo e pescoço e os
ploglotides que caracterizam os seguimentos do corpo, o último seguimento deste animal é conhecido
como anel gravido por conter os ovos deste parasita.

Existem diferenças morfológicas entre as espécies, estas diferenças estão relacionadas a forma do
corpo do animal.

Estes vermes tem como habitat, o intestino delgado do hospedeiro durante a fase adulta e quando na
forma larvária os cisticercos se encontram fixados nos vários tecidos do hospedeiro.

Mecanismos de Transmissão

Quando no interior do intestino humano, o veme libera partes de seu corpo denominado ploglotides
grávido, estes por sua vez contem um grande número de ovos, quando estes se encontram no meio
externo liberam uma grande quantidade de ovos facilitando a contaminação de hospedeiro
intermediário que podem ser suíno ou bovino, qundo estes alcançam o intestino dos animais o mesmo
invade a corrente sanguínea se fixando a musculatura onde se desenvolvem para a forma cisticerco,
nesta fase, quando o hospedeiro definitivo ingerir a carne deste animal contaminado de forma crua ou
mal preparada também estará ingerindo oparasita, estes quando alcançam o intestino do homem fixam
seu excolex e iniciam seu desenvolvimento até a fase adulta, dando inicio ao ciclo evolutivo dessa
parasitose.

Quadro Clínico

Em sua maioria, a contaminação pelo parasita é


assintomática, no entanto podem surgir determinados
sintomas.

● Desconforto estomacal
● Diarreia
● Polifagia
● Náuseas
● Vômitos

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● Reações alérgicas

Em alguns casos, o homem, ao ingerir ovos do parasita, mas especificamente da T. solium, passa a ser
hospedeiro ointermediário onde os ovos evoluem para forma de cisticerco, podendo se instalar na
musculatura, sistema nervoso ou no sistema circular do seu hospedeiro, desenvolvendo a forma mais
grave da doença conhecida como cisticercose.

Diagnóstico

É realizado por meio de amostras de fezes coletadas em dias alternados e nos casos de cisticercose
recomenda-se exame por imagem.

Tratamento e Profilaxia

Para a eliminação do verme recomenda-se o uso de medicamentos específicos, quando a cisticercose


usualmente realiza-se a intervenção cirúrgica dependendo da localização do cisticerco do hospedeiro.
Quanto à profilaxia, alguns cuidados básicos devem ser adotados pelo homem, tais como: saneamento
básico, evitar consumo de derivados de suínos e bovinos de procedência duvidosa e quando se
alimentar destes, fazer de forma segura cozinhando ou assando de forma adequada.

VIROLOGIA
A virologia é uma parte da microbiologia que estuda os vírus, estes, que ao penetrarem um hospedeiro
suscetível, provocam doenças e se reproduzem rapidamente.

Os Vírus são considerados seres vivos, por que são capazes de se reproduzirem e essa reprodução acontece
dentro das células de outros organismos, por isso os vírus são classificados como parasitas intracelulares que
não conseguem se reproduzir fora de um hospedeiro vivo.

Partícula viral denominada virion possui um núcleo central de RNA ou DNA. Este núcleo é circundado por
um envoltório protéico composto por várias unidades idênticas de proteína.

Os vírus são os menores agentes infecciosos que infectam os seres humanos. Podem ter o tamanho que varia
de 10 nm até cerca de 300 nm onde nm são nanômetros. Por exemplo, uma hemácia tem 7.500 nm.

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MORFOLOGIA VIRAL
A microscopia eletrônica permite caracterizar algumas formas vírus, sendo ao menos 3 formas descritas.

● Vírus Poliédricos – Dotado de simetria cúbica, como o vírus da poliomielite e herpes simples.
● Vírus Tubulares – Com simetria helicoidal, como o vírus da gripe ou caxumba.
● Vírus Complexos – Como o vírus da varíola e os bacteriófagos.

O vírus é denominado de fago ou bacteriófago que ataca uma célula bacteriana e é composto basicamente
por:

● Cabeça - que é derivada de uma membrana de 20 faces que circundam o DNA ou RNA.
● Cauda – Que é uma combinação de anel ligado a bainha da cauda, a qual circunda o núcleo oco.

INFECÇÃO E REPLICAÇÃO DO VÍRUS


Quando ocorre a infecção de uma célula por vírus, somente o ácido nucleico (DNA ou RNA) é que penetra a
célula e ali se multiplica. O envoltório proteico contribui apenas para caracterizar a especificidade do vírus,
assim a replicação do vírus se dá da seguinte maneira:

1. O vírus se aproxima da célula


2. Ocorre o acoplamento do vírus a membrana celular
3. Ocorre a injeção do material genético na célula
4. O comando do metabolismo da célula fica infectado pelo material genético

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5. Ocorre a formação de novos vírus
6. Ocorre o rompimento da célula pelos novos vírus formados, que ficam livres para infectar outras células.

PRINCIPAIS DOENÇAS CAUSADAS POR VÍRUS

AIDS
Definição

Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA/AIDS) é causada por um retrovírus com atração pelos
linfócitos T, atualmente conhecido como vírus da imunodeficiência humana (HIV)

Modo de Transmissão

Os principais veículos de transmissão são o sangue e sêmen, sendo que o contato com outros líquidos
corporais, como excreções e secreções não devem ser descartados.

Sinais e Sintomas

Como o vírus tem atração pela célula T, ou seja, células que fazem parte do sistema imunológico impedem
que o organismo seja invadido por qualquer tipo de invasão, a sintomatologia é característica do organismo
invasor (vírus, fungo, bactéria etc) e do órgão acometido pelo mesmo.

Exames

Testes de HIV são geralmente realizados no sangue venoso. Muitos laboratórios ultilizam os testes de quarta
geração de triagem que detectam anticorpos anti-HIV (IgG e IgM) e do antígeno p24 do HIV, pode ser
realizado também o PCR.

Tratamento

Uso de antirretrovirais

DENGUE
Definição

Doença aguda de etiologia viral de gravidade variável, é um vírus RNA transmitido pelo mosquito Aedes
aegypti que é o seu vetor.

Modo de Transmissão

Através da picada do mosquito fêmea infectada

Sinais e Sintomas

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Cefaleia, artralgia, anorexia, fraqueza, febre e petequeias.

Exames

Isolamento do vírus para a detecção do agente viral, sorologia (detecção de anticorpos), hematócritos e
contagem de plaquetas e prova do laço.

Tratamento

Na Dengue clássica o tratamento é sintomático com a utilização de antitérmicos e analgésicos, além de


hidratação via oral. A Dengue hemorrágica deve-se avaliar a gravidade do quadro, sendo o tratamento
sintomático e hidratação, visando a reposição de eletrólitos e plasma, buscando a manutenção do
hematócrito em níveis normais.

FEBRE AMARELA
Definição

Doença febril aguda de gravidade variável e de duração aproximada de 10 dias, causada por um vírus que
ataca principalmente o fígado, baço coração e rins.

Modo de Transmissão

A Febre amarela urbana é transmitida pela picada do mosquito Aedes Aegypti fêmea contaminada, já a
forma silvestre se dá pela picada do mosquito da espécie Haemafogus, também contaminado.

Sinais e Sintomas

Febre, cefaleia, mialgia, calafrios, icterícia, náuseas, êmese, hemorragia e delírios.

Exames

Isolamento do vírus em amostra de sangue e tecido hepático e testes sorológicos

Tratamento

Não existe um tratamento específico, sendo este basicamente hidratação, antitérmico e outros medicamentos
de caráter sintomático.

HEPATITE
Definição

Qualquer processo inflamatório que resulta em necrose dos hepatócitos. Na maioria dos casos é benigna e
pode atingir outros órgãos. É classificada como aguda ou crônica, e são divididas em 5 tipos de vírus

● Hepatite A - RNA
● Hepatite B – DNA

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● Hepatite C – RNA
● Hepatite D – RNA
● Hepatite E – RNA

Tratamento

Hepatite A – Não existe medicamentos especifico

Hepatite B – Tratada com repouso e melhora da dieta

Hepatite C – Tratamento combinado

Hepatite D – Não há tratamento totalmente eficaz

Hepatite E – Antibioticoterapia

HERPES SIMPLES
Definição

Doença viral recorrente, geralmente benigna, causada pelo vírus Herpes simplex 1 e 2, que afeta
principalmente a mucosa da boca e região genital, podendo causar complicações neurológicas.

Modo de Transmissão

O Herpes oral é uma doença primariamente da infância, transmitida pelo contato da saliva. O herpes genital
é transmitido pelo ato sexual sem proteção.

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Exames

É diagnosticado por exame clínico, em casos mais complexos, o vírus é recolhido das pústulas e cultivado
em meios com células vivas de animais. A observação microscópica dessas culturas revela inclusões virais
típicas nas células.

Tratamento

Não há um tratamento definitivo, embora alguns fármacos ajudem a reduzir os sintomas e o risco de
complicações. Medicamentos alopáticos para Herpes labial incluem cremes e pomadas a base de aciclovir.

HERPES ZOSTER
Definição

Popularmente conhecido como cobreiro, consiste em uma infecção viral que tem como agente etiológico o
vírus varicela-zoster

Modo de transmissão

O vírus pode permanecer inativo ou latente na coluna espinhal e ser reativo depois de 50 anos de idade, se
houver queda expressiva da imunidade, durante tratamento de quimioterapia, doenças debilitantes ou em
períodos de estresse intenso. Na maioria dos casos a doença se manifesta uma única vez e desaparece após
algumas semanas.

Sinais e Sintomas

Dores nevrálgicas, prurido, dormência, cefaleia, febre e vesículas na pele (como as da Herpes Simples). Em
geral os sintomas aparecem em apenas um lado do corpo e ocupam uma faixa bem demarcada nas costas ou
rosto, seguindo o feixe de enervação. Quando acometem o rosto, atingem o nervo trigêmeo e nos casos mais
graves podem provocar cegueira e surdez. A dor pode persistir mesmo após o desaparecimento das lesões
caracterizando neurite pós herpética.

Exames

O diagnóstico é clínico, exames laboratoriais raramente são feitos, nesse caso o vírus é isolado dentro de 3
ou 4 dias após o surgimento das lesões. A identificação do vírus é realizada através do teste de anticorpo
fluorescente ou por cultura em tecido, podendo também ser feito por PCR.

Tratamento

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Analgésicos e medicamentos antivirais são eficazes à dor e no controle da doença. Quanto antes o início do
tratamento, melhor o prognóstico

PAPILOMA VÍRUS HUMANO (HPV)


Definição

O condiloma acuminado, também conhecido como verruga genital, crista de galo, figueira ou cavalo de
crista, é uma DST causada pelo HPV. Atualmente existem mais de 100 tipos de HPV sendo os mais
perigosos os 6, 11, 16 e 18, sendo os dois últimos podendo causar câncer de colo de útero e ânus.

Modo de Transmissão

A principal forma de transmissão é a via sexual. Para ocorrer o contágio a pessoa infectada não precisa
apresentar os sintomas, mas quando a verruga é visível o risco é muito maior, o uso do preservativo
geralmente impede a transmissão do vírus, que também pode ser transmitido para o bebê durante o parto.

Sinais e Sintomas

A infecção pelo HPV causa verrugas de tamanhos variados, no homem é mais comum na glande e na região
anal. Na mulher os sintomas mais comuns surgem na vagina, vulva, região anal e colo do útero. As lesões
também podem aparecer na boca e garganta. Tanto o homem quanto a mulher podem ser assintomáticos.

Exames

O exame de prevenção do câncer ginecológico, O Papanicolau pode detectar alterações precoces no colo do
útero e deve ser realizado como rotina por todas as mulheres.

Tratamento

Na presença de qualquer sinal ou sintoma de DST, é recomendado a procura por um profissional da saúde
para o correto diagnóstico e tratamento.

SARAMPO
Definição

Doença típica da infância, podendo ocorrer em qualquer idade, é uma erupção febril, aguda causada por um
vírus altamente contagioso.

Modo de transmissão

Transmitido de forma direta de pessoa para pessoa por gotículas aéreas, para as mucosas ou conjuntivas
respiratórias os indivíduos suscetíveis.

Sinais e Sintomas

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Mal estar, irritabilidade, febre, conjuntivite, fotofobia, tosse seca, secreção nasal, manchas de Kloplik
(pequenos pontos branco na boca), erupções vermelhas que surgem primeiramente na testa e atingem a face,
pescoço, tronco, aparecendo no pé por volta do terceiro dia de sintoma,

Exames

Avaliação do quadro clínico e exame sorológico (IgM e IgG)

Tratamento

Sintomático, utilizando antitérmicos , hidratação oral e higiene dos olhos, pele e vias aéreas

VARICELA
Definição

Conhecida como Catapora é uma doença infecciosa aguda, geralmente benigna e acomete geralmente
crianças de 15 anos, geralmente no inverno, resultante de uma primo-infecção pelo vírus varicela-zoster.

Modo de Transmissão

Ocorre por meios de gotículas da nasofaringe ou através de objetos contaminados recentemente pelas
secreções da pele ou mucosa de pessoas infectadas.

Sinais e Sintomas

Manifestações cutâneas com macro pápulas, pruriginosas, febre e mal-estar.

Exames

Observação das manifestações clínicas, isolamento do vírus e sorologia (ELISA).

Tratamento

Sintomático, com a utilização de antitérmicos e analgésicos, banhos de permanganato de potássio e


compressas com água boricada a 2%várias vezes ao dia.

MICOLOGIA

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É a parte da Microbiologia que estuda os fungos. Os fungos de importância clinica são um grupo de
organismos diferentes das bactérias e
vírus e as drogas para combate-lo também
são diferentes.

Possuem uma variedade de enzimas que


lhe permite atacar qualquer tipo de
material como madeira, papel, tinta,
legumes, frutas, carnes e muitos outros,
causando danos ao homem.

Alguns fungos são utilizados na produção


do álcool, bebidas alcoólicas, queijos,
antibióticos e comestíveis.

ESTRUTURA DOS FUNGOS

São seres vivos eucarióticos:

● Apenas um núcleo, como as leveduras.


● Multinucleados, como os fungos filamentosos e os solares macroscópicos (cogumelos)

A célula fúngica possui:

● Parede
● Membrana citoplasmática
● Núcleo
● Ribossomo
● Mitocôndria
● Reticulo endoplasmático
● Complexo de Golgi
● Lomassomos (Corpúsculo entre a parede celular e a membrana plasmática)

METABOLISMO

Por serem heterotrófitos, os fungos não são capazes de sintetizar seu próprio alimento, por isso se
aproveitam da matéria orgânica de outros seres vivos. Os fungos que utilizam matéria orgânica de vegetais e
animais mortos são considerados saprófitos. Eles ocupam o lugar de decompositores, facilitando a
reciclagem da matéria pela natureza, sendo esta situação da maioria dos fungos.

Quando a matéria orgânica é aproveitada de seres vivos ocasionando danos para esses, os fungos são
considerados parasitas. Os danos causados por esses parasitas são conhecidos como micoses.

PRINCIPAIS DOENÇAS OCASIONADAS POR FUNGOS

CANDIDÍASE

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Definição

Candidíase ou Monilíase é uma infecção causada por fungos o mais frequente é a Candida albicans que
pode acometer as regiões inguinal, perianal e períneo.

Modo de Transmissão

Apesar de não ser considerada uma DST, pode ser transmitida através de relações sexuais, mulheres e
homens podem desenvolver a infecção. Geralmente a candidíase está associada a queda de imunidade, ao
uso de antibiótico, anticoncepcionais, imunossupressores, corticoide, gravidez, diabetes alergias e HPV.

Sinais e Sintomas

Mulheres – prurido vaginal, leucorriea em grumos tipo nata de leite, ardor local e disúria, dispaureunia.

Homens - pequenas manchas vermelhas no pênis, leve edema, e prurido.

Exames

Avaliação clínica e Papanicolau

Tratamento

É determinado pelas causas, antimicóticos e pomadas fúngicas de uso local. Dependo dos casos pedem ser
prescrito antibióticos prolongados por via oral.

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