Fungo, Levedura, Meiocultura, Cinetica, Controle
Fungo, Levedura, Meiocultura, Cinetica, Controle
Fungo, Levedura, Meiocultura, Cinetica, Controle
MICROBIOLOGIA
Introdução a Microbiologia
A ciência que estuda os organismos
microscópicos e suas atividades.
Preocupa-se com a forma, a estrutura, a
reprodução, a fisiologia, o metabolismo e a
identificação dos seres microscópicos.
Inclui o estudo da sua distribuição natural, suas
relações recíprocas e com outros seres vivos,
seus efeitos benéficos e prejudiciais sobre os
homens e as alterações físicas e químicas que
provocam em seu meio ambiente.
Microbiologia Básica
estuda a natureza fundamental e as propriedades dos micro-
organismos.
Preocupa-se com assuntos relacionados aos seguintes temas:
! características morfológicas (forma e tamanho das células, composição
química, etc.);
! características fisiológicas (necessidades nutricionais específicas e
condições necessárias ao crescimento e reprodução);
! atividades bioquímicas (modo de obtenção de energia pelos micro-
organismos);
! características genéticas (hereditariedade e variabilidade das
características);
! características ecológicas (ocorrência natural dos micro-organismos no
ambiente e sua relação com outros organismos);
! potencial de patogenicidade dos micro-organismos;
!classificação (relação taxonômica entre os grupos do mundo microbiano).
Microbiologia Aplicada
estuda-se como os micro-organismos podem ser
usados ou controlados para várias finalidades práticas. Os principais campos
de aplicação da microbiologia incluem: medicina, alimentos e laticínios,
agricultura, indústria e ambiente.
Na área industrial, por exemplo, os micro-organismos são utilizados na síntese
de uma variedade de substâncias químicas, desde o ácido cítrico até
antibióticos mais complexos e enzimas.
Certos micro-organismos são capazes de fermentar material orgânico animal e
humano, produzindo gás metano que pode ser coletado e usado como
combustível.
A biometalurgia explora as atividades químicas de bactérias para extrair
minerais, como cobre e ferro de minérios de baixa qualidade.
A indústria do petróleo têm utilizado bactérias e seus produtos, como os
exopolissacarídeos presentes externamente à célula bacteriana, para aumentar
a extração do petróleo de rochas reservatório.
Na área ambiental, estuda-se a utilização de micro-organismos que podem
degradar poluentes específicos, como herbicidas e inseticidas.
Classificação dos Micro-organismos
1866. E.H. Haeckel sugeriu além dos dois reinos já existente plantas e
animais, a inclusão de um terceiro reino denominado Protistas,
englobando bactérias, algas, fungos, e protozoários;
Estudos mais avançados, sobre ultra-estrutura celular, identificaram duas
categorias de células, procarióticas e eucarióticas.
R. H. Wittaker propos a classificação, não só com base na organização
celular, mas também na forma de obter energia e alimentos: Reino
Plantae, Reino Animalia, Reino Fungi, Reino Protista (microalgas e
protozoários e Reino Monera (bactérias e cianobactérias), Figura 1.
Com base em estudos de similaridade e diferença de RNA ribossômico houve
uma nova reclassificação.
Carl R. Woese, classificou os seres vivos em Dominio ou Supra-reino
Arquibactérias (incluindo bactérias metanogênicas, bactérias termófilas,
bactérias acidófilas, e bactérias halóficas), Domínio ou Supra-reino
Eubactérias (incluindo as demais bactérias e cianobactérias) e Domínio
ou Supra-reino Eucarioto, onde o núcleo e limitado por membrana nuclear
e contém vários cromossomas, incluindo as plantas, animais, fungos,
protozoários e algas. Figura 2.
Os virus não são considerados seres vivos, por não terem atividade metabólica
Fig. 1. Distribuição dos micro-organismos
vivos em reinos, de acordo com Whittaker
Fig. 2. Distribuição dos micro-organismos
em Domínios ou Suprareinos, de acordo
com Whoese
Diferenças entre procarióticas e Eucarióticas
Morfologia e Estrutura
NESTE CAPÍTULO SERÃO ABORDADOS ASPECTOS
GERAIS SOBRE BACTÉRIAS E FUNGOS
Bactérias:
Quando observadas em microscópio, a maioria apresentam
estruturas: esféricas, cilíndricas ou expiraladas.
As de forma esféricas são denominadas cocos, as cilíndricas
de bacilos, as espiraladas são os espirilos e quando
espiraladas na forma de uma virgula, são denominadas de
vibriões
Morfologia e Estrutura
Habitat:
Como são heterotróficos, surgem onde há alimento, preferencialmente
açúcar, frutas, plantas, solos de pomares, etc…
Leveduras
Morfologia:
Forma
• Redondas, ovais ou cilíndricas.
• Apresentam pleomorfismo – uma mesma levedura pode ter diferentes
formas dependendo da idade, condições de cultivo, meio, etc…
Dimensões:
Fisiologia:
Metabolismo:
• Oxidativo – é aquele em que a célula realiza o ciclo de
Krebs, rendendo bastante energia para a síntese do
material celular (sobrevivência), em presença de O2 e baixa
concentração de açúcar.
Esféricos Anelados
Leveduras
Condições de cultivo:
Reprodução:
Assexuada: gemulação ou brotamento (principal meio
de reprodução das leveduras)
• Não há mistura de material genético.
• As leveduras são identificadas (ao microscópio) pela produção de
gemulas ou brotos. A classificação se dá pelo número de gêmulas e em
que parte da célula ela se forma.
Leveduras
Reprodução:
Sexuada: esporos endógenos (Ascósporos)
• Acontece em condições específicas, e é evitada industrialmente, pois
as células filhas possuem características genéticas diferentes das
células mães.
• Ocorre mistura do material genético, os núcleos se fundem.
Esféricos Anelados
NUTRIÇÃO MICROBIANA
Fotossintéticos – utilizam luz como fonte de energia e
dióxido de carbono como fonte principal de carbono. Ex:
Algas, plantas e cianofíceas.
Fotoheterotróficos – utilizam luz como fonte de energia e
compostos orgânicos como principal fonte de carbono. Ex:
Bactérias púrpuras e verdes não enxofradas.
Quimioautotróficos – utilizam substâncias químicas
inorgânicas como fonte de energia e dióxido de carbono
como principal fonte de carbono. Ex: bactérias nitrificantes.
Quimioheterotróficos – utilizam substâncias químicas
orgânicas como fonte de energia e os compostos orgânicos
como principal fonte de carbono. Ex: Animais, bactérias,
fungos, protozoários.
NUTRIÇÃO MICROBIANA
ELEMENTOS QUÍMICOS ESSENCIAIS
Os elementos químicos principais para o crescimento das
células são:
Carbono
Nitrogênio
Hidrogênio
Oxigênio
Enxofre
Fósforo
NUTRIÇÃO MICROBIANA
CARBONO
Para os micro-organismos autotróficos a única fonte de
carbono é o CO2 ou o íon bicarbonato, a partir dos quais
consegue sintetizar todos os compostos orgânicos que
necessitam.
Fungos e a maioria das bactérias são heterotróficos,
exigindo fontes orgânicas de carbono, como proteínas,
carboidratos e lipídeos.
Metade do peso de uma célula bacteriana típica é composta
de carbono.
Os elementos químicos oxigênio e hidrogênio geralmente
fazem parte dos compostos orgânicos.
NUTRIÇÃO MICROBIANA
CARBONO
É o componente básico para a biossíntese, fazendo parte de
todos os compostos sintetizados pela célula;
Geralmente a mesma fonte de carbono serve como fonte de
energia. As fontes de carbono mais comuns são os açucares
e os glicídios (pentoses, hexoses, polissacarídeos);
Outras fontes de carbono menos comuns abrangem uma
ampla faixa de compostos, indo desde os mais simples
como metano e etanol às mais complexas como celulose e
hemicelulose.
NUTRIÇÃO MICROBIANA
NUTRIÇÃO MICROBIANA
NITROGENIO
Os micro-organismos necessitam de nitrogênio para a síntese
de proteínas, DNA, RNA e ATP.
Algumas bactérias retiram o nitrogênio diretamente da
atmosfera e o convertem a nitrogênio orgânico.
Numerosos fungos, algas e a quase totalidade das bactérias
utilizam compostos inorgânicos de nitrogênio, em especial
sais de amônia e ocasionalmente nitratos.
Fungos e algumas bactérias exigem fontes orgânicas de
nitrogênio, de modo geral, a adição de aminoácidos e
hidrolisados de proteínas favorece o crescimento da maioria
dos organismos heterotróficos.
O peso seco de uma célula bacteriana é composto de
aproximadamente 14% de nitrogênio.
NUTRIÇÃO MICROBIANA
NITROGENIO
É assimilado sob forma amoniacal;
Muitas substâncias servem como fonte de nitrogênio;
Fontes de nitrogênio Inorgânico: NH4Cl, (NH4)2SO4 , NH4NO3,
etc.
Nitrogenio orgânico:
Líquido de maceração de milho – subproduto do amido
Farinha de soja - subproduto da fabricação de óleo
Extrato de levedura - preço elevado
Peptonas - preço elevado
Uréia - adubo
NUTRIÇÃO MICROBIANA
IONS INORGÂNICOS ESSENCIAIS
Macronutrientes
Fósforo – síntese de DNA, RNA e ATP. São utilizados
na forma de fosfato.
Enxofre – síntese de aminoácidos e de vitaminas
como biotina e tiamina.
Potássio – ativador de enzimas e regula a pressão
osmótica.
Magnésio – ativador das enzimas extracelulares e
fator importante na esporulação.
Cálcio – co-fator para as reações enzimáticas.
Ferro – síntese de citocromos e de certos pigmentos.
NUTRIÇÃO MICROBIANA
MICRONUTRIENTES
Cobre
Cobalto
Zinco
Manganês
Sódio
Boro
Outros
NUTRIÇÃO MICROBIANA
FATORES DE CRESCIMENTO
São os compostos orgânicos indispensáveis a um
determinado micro-organismo, mas que ele não consegue
sintetizar.
Muitos destes fatores são vitaminas, em especial do
complexo B e aminoácidos.
As necessidades dos micro-organismos são variadas.
Quando um micro-organismo exige um certo fator, seu
crescimento será limitado pela quantidade do fator
presente no meio.
NUTRIÇÃO MICROBIANA
Água
Não constitui um nutriente, mas é indispensável para o
crescimento dos micro-organismos.
Fora das células, os nutrientes estão dissolvidos em água,
facilitando a passagem através das membranas celulares.
Dentro da célula, a água é o meio para maioria das reações
químicas.
Compõe pelo menos 5 a 95% de todas as células (67-75%).
A atividade de água ótima para fungos é por volta de 0,7; para
as leveduras de 0,8 e para bactérias 0,9..
NUTRIÇÃO MICROBIANA
Oxigênio Atmosférico
Não constitui um nutriente, funciona como receptor final de
hidrogênio nos processos de respiração aeróbica.
De acordo com a resposta ao oxigênio gasoso, os micro-
organismos são divididos em grupos fisiológicos:
Aeróbios – exigem a presença de oxigênio livre;
Microaerófilos – exigem pequena quantidade, não toleram as
pressões normais de O2 atmosférico;
Anaeróbios – não toleram a presença de oxigênio livre;
Facultativo – crescem na presença ou ausência de oxigênio
livre.
NUTRIÇÃO MICROBIANA
• 1 2 4 8 16 32 ......... X
• 2º 21 22 23 24 25 ......... 2n
log N − log N o
número de gerações n=
log 2
A velocidade exponencial de crescimento, R, é dada pelo número de
gerações por unidade de tempo
n log N − log N o
R= =
t − to log 2(t − to )
1 t − to
Tempo de geração: g= =
R n
CRESCIMENTO MICROBIANO
CRESCIMENTO EXPONENCIAL
Mas a equação so se aplica aos micro-organismos que se dividem binariamente e com
100% de viabilidade.
Generalizando a equação e considerando a variação da massa de X em função do
tempo:
dX
= µX
dt
ou seja, a velocidade de crescimento é proporcional a concentração de m.o,
num dado instante. A fração pela qual a população cresce por unidade de
tempo de dada por
1 dX
µ=
X dt
dX
Integrando : = µX
dt
CRESCIMENTO MICROBIANO
CRESCIMENTO EXPONENCIAL
X lnX = lnX o + µt
ln = µt
Xo transformando em log decimal
µ
logX = logX o + t
2,3
lnX = lnX o + µt
CRESCIMENTO MICROBIANO
CRESCIMENTO EXPONENCIAL
Fase lag: Adaptação do m.o ao meio;
Fase exponencial ou logaritmica: os micro-organismo encontram-se
na sua capacidade máxima de crescimento;
Fase estacionária: o número de micro-organismos novos é igual ao
número de m.o que morre;
Fase de declinio: o número de micro-organismo que morre, é muito
superior aos m.o que surgem.
CRESCIMENTO MICROBIANO
FATORES QUE AFETAM O CRESCIMENTO
Temperatura:
Os micro-organismos possuem três temperaturas cardeais:
Temperatura mínima, temperatura ótima e temperatura
máxima, de acordo com a temperatura os m.o podem ser
classificados em três grande grupos:
Termófilos, onde ótimo está em torno de 60º
Criófilos onde o ótimo fica em torno de 10o;
Mesófilos, temperatura ótima entre 20 e 40o;
CRESCIMENTO MICROBIANO
FATORES QUE AFETAM O CRESCIMENTO
pH:
Os micro-organismos possuem também três faixas de pH:
mínimo, ótimo e máximo;
A maioria dos micro-organismos possuem pH ótimo proximo
da neutralidade;
Grande maioria dos processos fermentativos são realizados
em pH em torno de 5,0;
Algumas exceções de micro-organismos atuam em pH
extremos:
Thiobacillus thiooxidans, que transforma enxofre em ácido
sulfúrico, atua em pH 1,0;
Vibrio comma, causador da cólera asiática, atua em pH 10.
CRESCIMENTO MICROBIANO
FATORES QUE AFETAM O CRESCIMENTO
Oxigênio:
Essencial para o crescimento de micro-organismos aeróbios;
Os facultativos podem crescer na ausência de oxigênio;
Mas normalmente quando se deseja obter grandes massas de micro-
organismos, se emprega aeração vigorosa do meio, quer por aeração ou
por agitação.
O oxigênio aumenta a velocidade de crescimento dos micro-organismos e
tem como produtos finais do metabolismo dioxido de carbono e água;
A via anaerobia, promove a formação de uma série de produtos orgânicos,
que podem inibir o crescimento microbiano.
Agitação: melhora a distribuição de oxigênio e homogeneização de
nutrientes no meio;
CONTROLE DOS MICRO-ORGANISMO
PELA AÇÃO DE AGENTES FÍSICOS
Esterilização: processo pelo qual os micro-organismos são
mortos, inativados, ou retirados de um material em
suspensão;
Geralmente são empregados processos físicos por serem
mais barato.
Temperatura: o calor é o métodos mais empregado;
Calor seco (160-180 oC) promove oxidação de componentes
do protoplasma, mas existe limitações de materiais que
possam ser utilizados;
Flambagem: utilizados em laboratórios, pela passagem de fios
de platina diretamente na chama;
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CONTROLE DOS MICRO-ORGANISMO
PELA AÇÃO DE AGENTES FÍSICOS