Consideracoes Anatomicas Medula Espinhal
Consideracoes Anatomicas Medula Espinhal
Consideracoes Anatomicas Medula Espinhal
Editora Amplla
Campina Grande, Abril de 2023
2023 - Editora Amplla
Copyright da Edição © Editora Amplla
Copyright do Texto © Os autores
Editor Chefe: Leonardo Pereira Tavares
Design da Capa: Editora Amplla
Diagramação: Juliana Ferreira
Revisão: Os autores
ISBN: 978-65-5381-119-5
DOI: 10.51859/amplla.can195.1123-0
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2023
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Marcelo Williams Oliveira de Souza – Universidade Federal do Pará
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Nadja Maria Mourão – Universidade do Estado de Minas Gerais
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Telma Regina Stroparo – Universidade Estadual do Centro-Oeste
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Thiago Sebastião Reis Contarato – Universidade Federal do Rio de Janeiro
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Wellington Alves Silva – Universidade Estadual de Roraima
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Yasmin da Silva Santos – Fundação Oswaldo Cruz
Yuciara Barbosa Costa Ferreira – Universidade Federal de Campina Grande
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Elaborada por Bibliotecária Janaina Ramos – CRB-8/9166
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DOI 10.51859/amplla.can195.1123-0
CDD 617.15
2023
SUMÁRIO
Capítulo i - ANATOMIA DA MEDULA ESPINHAL ......................................................................................... 8
Capítulo Ii - ESTRUTURA INTERNA DA MEDULA ESPINAL ........................................................................... 12
1. SUBSTÂNCIA CINZENTA ........................................................................................................ 12
1.1. SUBDIVISÕES DA SUBSTÂNCIA CINZENTA ............................................................................ 12
1.2. CORNO ANTERIOR........................................................................................................... 13
1.3. CORNO LATERAL ............................................................................................................ 14
1.4. CORNO POSTERIOR ......................................................................................................... 14
1.5. NÚCLEO DE CLARKE ........................................................................................................ 14
2. SUBSTÂNCIA BRANCA .......................................................................................................... 15
3. COLUNA ANTERIOR:............................................................................................................. 15
3.1. TRATO CORTICOSPINAL ANTERIOR ..................................................................................... 15
3.2. OUTROS TRATOS ............................................................................................................. 16
4. COLUNA LATERAL................................................................................................................ 16
4.1. TRATO CORTICOSPINAL LATERAL ....................................................................................... 16
4.2. TRATOS ESPINOCEREBELARES .......................................................................................... 16
4.3. TRATOS ESPINOTALÂMICOS .............................................................................................. 16
4.4. OUTROS TRATOS ............................................................................................................. 16
5. COLUNA POSTERIOR ............................................................................................................ 17
5.1. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ESTRUTURA DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL: GLOSSÁRIO .............. 18
5.2. ESTRUTURA DA MEDULA .................................................................................................. 20
5.3. SUBSTÂNCIA CINZENTA DA MEDULA................................................................................... 20
5.4. SUBSTÂNCIA BRANCA DA MEDULA ..................................................................................... 25
5.5. CORRELAÇÕES ANATOMOCLÍNICAS .................................................................................... 32
Capítulo IIi - TRAUMA RAQUIMEDULAR: EPIDEMIOLOGIA, MECANISMOS, MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS,
DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E COMPLICAÇÕES ......................................................................................... 34
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 34
2. ETIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA ................................................................................................ 34
3. MECANISMO DA LESÃO.........................................................................................................36
4. FISIOPATOLOGIA ................................................................................................................. 38
4.1. PATOLOGIA MACROSCÓPICA ............................................................................................. 38
4.2. HISTOPATOLOGIA............................................................................................................39
5. DIAGNÓSTICO, AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA E CLASSIFICAÇÃO ....................................................... 41
5.1. AVALIAÇÃO CLÍNICA........................................................................................................ 41
5.2. EXAMES DE IMAGEM ....................................................................................................... 42
5.3. AVALIAÇÃO NEUROLÓGICA E CLASSIFICAÇÃO ....................................................................... 44
6. TRATAMENTO CLÍNICO NA FASE AGUDA...................................................................................48
6.1. MEDIDAS GERAIS PARA ESTABILIZAÇÃO PÓS-TRAUMÁTICA.....................................................48
6.2. CORTICOSTEROIDES ........................................................................................................49
6.3. DISFUNÇÃO AUTONÔMICA E ESTABILIZAÇÃO DA PRESSÃO ARTERIAL ........................................49
6.4. TRATAMENTO INTENSIVO .................................................................................................50
6.5. TRATAMENTO CIRÚRGICO.................................................................................................50
7. TRATAMENTO CLÍNICO CRÔNICO ............................................................................................ 52
7.1. DISREFLEXIA AUTONÔMICA .............................................................................................. 52
7.2. DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA ..................................................................................... 53
7.3. DOENÇA PULMONAR ....................................................................................................... 53
7.4. COMPLICAÇÕES GENITURINÁRIAS ...................................................................................... 54
7.5. DISFUNÇÃO GASTRINTESTINAL .......................................................................................... 55
7.6. ANORMALIDADES DO METABOLISMO ÓSSEO ........................................................................ 55
7.7. ESPASTICIDADE.............................................................................................................. 55
7.8. COMPLICAÇÕES PSIQUIÁTRICAS ........................................................................................56
8. CONCLUSÃO .......................................................................................................................56
Capítulo iV - CHOQUE NEUROGÊNICO E CHOQUE MEDULAR ....................................................................... 57
1. TIPOS DE CHOQUE ............................................................................................................... 58
2. CHOQUE DISTRIBUTIVO ........................................................................................................59
3. EPIDEMIOLOGIA .................................................................................................................. 62
4. NEUROANATOMIA E FISIOPATOLOGIA ...................................................................................... 62
5. CHOQUE MEDULAR VERSUS CHOQUE NEUROGÊNICO ..................................................................64
6. APRESENTAÇÃO CLÍNICA ......................................................................................................65
6.1. CONTROLE PRESSÓRICO E SÍNDROME DA SECREÇÃO INAPROPRIADA DE HORMÔNIO ANTIDIURÉTICO
(SSIADH) ......................................................................................................................66
6.2. ARRITMIAS CARDÍACAS....................................................................................................66
6.3. SISTEMA RESPIRATÓRIO ..................................................................................................66
6.4. REGULAÇÃO TÉRMICA ..................................................................................................... 67
6.5. CUIDADOS CUTÂNEOS E SENSIBILIDADE .............................................................................. 67
6.6. SISTEMA GENITURINÁRIO ................................................................................................. 67
6.7. SISTEMA GASTROINTESTINAL ............................................................................................68
7. ABORDAGEM INICIAL AO PACIENTE NA SALA DE EMERGÊNCIA.....................................................68
7.1. SUPORTE VENTILATÓRIO ..................................................................................................68
7.2. PRIORIDADES DO PACIENTE EM CHOQUE E OBJETIVOSTERAPÊUTICOS ...................................... 72
7.3. INTERVENÇÃO NEUROCIRÚRGICA ...................................................................................... 72
7.4. PERSPECTIVAS TERAPÊUTICAS .......................................................................................... 72
8. CONCLUSÃO ....................................................................................................................... 74
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................... 75
CAPÍTULO I
ANATOMIA DA MEDULA ESPINHAL
• A medula é uma continuação direta do tronco encefálico que se estende do forame
magno e termina no cone medular (nível de L1 – L2 em adultos).
• É envolvida por camadas meníngeas, líquido cerebrospinal (LCS) e se localiza no canal
vertebral, composto pelos forames vertebrais unidos.
• Possui função intrínseca, que se dá através de processamento neural local (p. ex.
reflexos). Porém, possui função de condução ao possibilitar o trajeto de tratos
superiores ascendentes e descendentes.
o Os tratos são feixes de fibras nervosas que tem mesma origem, mesma função e
mesmo destino.
• A medula se organiza em substância branca (mais externa) e substância cinzenta (mais
interna).
• Os tratos medulares se localizam na substância branca, que se caracteriza pela
presença de maioritariamente fibras mielínicas e neuróglia.
• A substância cinzenta contém os corpos celulares, neuróglia e fibras amielínicas.
• Os tratos carregam informações do córtex para os neurônios motores da médula, bem
como informações sensoriais da periferia para os centros superiores.
• Os neurônios motores no córtex são denominados neurônios motores superiores, e os
neurônios motores medulares são chamados neurônios motores inferiores.
1. SUBSTÂNCIA CINZENTA
• A substância cinzenta contém os corpos celulares da medula espinal. No corno
anterior, são os neurônios motores inferiores (NMIs) e interneurônios moduladores
denominados células de Renshaw.
• No corno posterior, é um conjunto de interneurônios responsável pela primeira
integração de informação sensorial, sobretudo, referente à dor e temperatura.
• Um corno lateral pode ser identificado dos níveis T1 a L2 e S2 a S4. É nesse local que
se encontram os corpos celulares motores viscerais pré-ganglionares dos sistemas
simpático (T1-L2) e parassim-pático (S2-S4).
• O corno anterior é maior naqueles segmentos dos quais os plexos braquial (C5-T1) e
lombossacral (L2-S4) se originam devido à população aumentada de motoneurônios
para suprir os membros supe-riores e inferiores.
• Outra forma de examinar a substância cinzenta é por meio dos subnúcleos específicos.
o A substância gelatinosa, o núcleo sensorial principal (núcleo próprio) e o núcleo
de Clarke (núcleo dorsal de Clarke)estão localizados no corno posterior.
o Um núcleo intermédio-lateral (IML) contém os corpos celulares motores
viscerais no corno lateral, e núcleos motores específicos estão localizados no
corno anterior.
1.2.CORNO ANTERIOR
1.4.CORNO POSTERIOR
• Toda informação sensorial da periferia penetra na medula espinal por meio do corno
posterior nos vários níveis espinais.
• Fibras carregando tato discriminativo e propriocepção não formam sinapse no corno
posterior, mas ascendem nas colunas posteriores ipsilaterais.
• Fibras carregando dor e temperatura penetram a medula espinal no corno posterior,
onde, então, ascendem ou descendem diversos níveis espinais no funículo
posterolateral, ou trato de Lissauer.
• Em seguida, elas formam sinapse na lâmina I e no núcleo próprio (lâminas III e IV).
Células do núcleo próprio estendem os processos para a substância gelatinosa (lâmina
II).
• Uma grande quantidade de modulação de dor ocorre na substância gelatinosa antes de
o impulso percorrer os centros corticais superiores.
1.5.NÚCLEO DE CLARKE
3. COLUNA ANTERIOR:
• A coluna ventral está localizada entre o ponto de entrada da raiz ventral e a linha
média. O principal trato na coluna ventral é o trato corticospinal anterior.
4. COLUNA LATERAL
• A coluna lateral está localizada entre os pontos de entrada das raízes dorsal e ventral.
• Esse é o local em que o trato motor principal para a medula espinal, o trato
corticospinal lateral, descende do prosencéfalo, tendo cruzado no tronco cerebral, para
alcançar os NMIs em cada nível da medula espinal.
4.2.TRATOS ESPINOCEREBELARES
4.3.TRATOS ESPINOTALÂMICOS
4.4.OUTROS TRATOS
O estudo da estrutura interna do sistema nervoso central, que será iniciado neste
capítulo, é uma das partes mais importantes e interessantes da neuroanatomia, uma vez que,
no sistema nervoso, estrutura e função estão intimamente ligadas. Por outro lado, o
conhecimento da estrutura do sistema nervoso central é fundamental para a compreensão
dos diversos quadros clínicos que resultam das lesões e processos patológicos que podem
acometê-lo. Embora o estudo destes aspectos seja objeto da patologia e da neurologia, o
simples conhecimento da estrutura funcional do sistema nervoso central permite ao aluno
localizar lesões no sistema nervoso central com base nos sinais e sintomas que delas
decorrem. Antes de iniciarmos o estudo da estrutura da medula, vamos conceituar alguns
termos que serão largamente usados nos capítulos seguintes.
a) substância cinzenta - tecido nervoso constituído de neuróglia, corpos de neurônios e
fibras predominantemente
amielínicas;
b) substância branca - tecido nervoso formado de neuróglia e fibras predominantemente
mielínicas;
c) núcleo - massa de substância cinzenta dentro
de substância branca, ou grupo delimitado de neurônios com aproximadamente a
mesma estrutura e mesma função;
d) formação reticular - agregado de neurônios separados por fibras nervosas que não
correspondem exatamente às substâncias branca ou cinzenta e ocupa a parte central
do tronco encefálico;
e) córtex - substância cinzenta que se dispõe em uma camada fina na superfície do
cérebro e do cerebelo;
f) trato - feixe de fibras nervosas com aproximadamente a mesma origem, mesma função
e mesmo destino. As fibras podem ser mielínicas ou amielínicas. Na denominação de
um trato. usam-se dois nomes: o primeiro indicando a origem e o segundo a
terminação das fibras. Pode, ainda, haver um terceiro nome indicando a posição do
trato. Assim, trato corticoespinhal lateral indica um trato cujas fibras se originam no
córtex cerebral. terminam na medula espinhal e se localiza no funículo lateral da
medula.
5.2.ESTRUTURA DA MEDULA
Figura 9 – Secção da medula espinhal ao nível de 15 mostrando, do lado direito, as lâminas de Rexed e do lado
esquerdo alguns núcleos medulares
Figura 10
Figura 12 – Penetração das fibras da raiz dorsal e formação das principais vias ascendentes da medula. O
esquema não leva em conta o fato de que os ramos de bifurcação das fibras da raiz dorsal podem percorrer
vários segmentos antes de terminarem da substância cinzenta.
Figura 13 – Posição aproximada dos principais tratos e fascículos da medula. Tratos ascendentes em pontilhado;
tratos descendentes em linhas horizontais
O fascículo grácil inicia-se no limite caudal da medula e é formado por fibras que
penetram na medula pelas raízes coccígea. sacrais, lombares e torácicas baixas, terminando no
núcleo grácil, situado no tubérculo do núcleo grácil do. Conduz, portanto, impulsos
provenientes dos membros inferiores e da metade inferior do tronco e pode ser identificado
em toda a extensão da medula.
O fascículo cuneiforme. evidente apenas a partir da medula torácica alta é formado por
fibras que penetram pelas raízes cervicais e torácicas superiores, terminando no núcleo
cuneiforme, situado no tubérculo do núcleo cuneiforme do bulbo. Conduz, portanto, impulsos
originados nos membros superiores e na metade superior do tronco. Do ponto de vista
funcional, não há diferença entre os fascículos grácil e cuneiforme; sendo assim, o funículo
5.5.CORRELAÇÕES ANATOMOCLÍNICAS
2. ETIOLOGIA E EPIDEMIOLOGIA
Os dados epidemiológicos podem orientar a utilização dos recursos necessários ao
tratamento e à prevenção do TRM. Nos EUA, a melhor fonte desse tipo de dados é o NSCID
(National Spinal Cord Injury Database, ou Banco de Dados Nacional sobre Traumatismo
Raquimedular, em tradução livre), que tem coletado informações dos serviços médicos
participantes do MSCIS (Model Spinal Cord Injury System, ou Sistema Modelar para
Traumatismo Raquimedular, em tradução livre) a partir de 1973. Esse banco de dados inclui
informações relativas a aproximadamente 13% dos casos novos de TRM registrados a cada ano
e informaçõessobre mais de 25.000 pacientes. Nos EUA, o TRM ocorre a uma taxa de cerca de
40 por milhão ao ano, resultando em torno de 12.000 casos novos a cada ano. Esse índice não
inclui as lesões que acarretam óbito antes que o paciente chegue ao hospital, que poderiam
duplicar o número de casos. Atualmente, 225.000 a 300.000 pacientes vivem com as
consequências do TRM.
O TRM afeta principalmente adultos com idades entre 16 e 30 anos, mas a média de
idade tem aumentado. Na décadade 1970, a média de idade era de 28,7 anos; no período entre
2005 e 2008, ela aumentou para 39,5 anos. A idade média é de 27 anos e 65% das vítimas de
TRM têm menos de 35 anos. A incidência é mais alta entre as idades de 20 e 24 anos. As
alterações mais significativas entre a década de 1970 e o período de 2005 a 2008 ocorreram
nos extremos etários. A porcentagem de pacientes com mais de 65 anos aumentou de 5 para
11%, enquanto a de crianças (do nascimento até a idade de 15 anos) diminuiu de 6 para 2%. O
3. MECANISMO DA LESÃO
Em geral, acredita-se que o TRM agudo seja um processo em duas etapas, que inclui
mecanismos primário e secundário. O mecanismo primário resulta do traumatismo mecânico
inicial causado pela deformação local e da transformação de energia, enquanto os mecanismos
secundários consistem em uma sequência de processos bioquímicos e celulares
desencadeados pelo mecanismo primário, que causam lesão e morte celular progressivas.
4. FISIOPATOLOGIA
4.1.PATOLOGIA MACROSCÓPICA
A patologia do TRM foi subdividida em quatro grupos relativamente simples com base
nas anormalidades macroscópicas: lesão medular sólida, contusão/cavitação, laceração e
compressão grave. A expressão lesão medular sólida refere- se à medula aparentemente
normal ao exame macroscópico, ou seja, sem evidência de amolecimento, alterações de cor ou
formação de cavidades. Contudo, a lesão da medula pode ser demonstrada claramente ao
exame histológico. A contusão ou a formação de cavidades não causam ruptura ou interrupção
da anatomia de superfície e não há aderências durais. Áreas de hemorragia e necrose(que, por
fim, formam cistos) são detectadas facilmente no parênquima medular. Em alguns casos, essas
lesões estendem-se em direções proximal e distal com padrão cuneiforme ao longo das
regiões ventrais dos cornos posteriores. As lacerações causam ruptura bem demarcada na
anatomia de superfície. Na maioria dos casos, esse tipo de lesão é causado por projéteis
perfurantes ou fragmentos ósseos pontiagudos. As lesões caracterizam-se por uma
interrupção da membrana glial limitante (glia limitans), com lesão do parênquima medular
subjacente. Em geral, o epicentro da lesão apresenta pouca ou nenhuma evidência de
cavitação; em vez disto, a lesão é dominada por deposição de quantidades variáveis de tecido
conjuntivo colagenoso que, na maioria dos casos, fica aderido às meninges sobrejacentes.
Quando há lesão compressiva grave, a medula é macerada ou pulverizada em graus variáveis.
Em geral, esse tipo de lesão é causado por fraturas ou luxações graves dos corpos vertebrais.
Na maioria dos casos, o epicentro dessa lesão é substituído por tecido conjuntivo fibrótico e
fragmentos das raízes neurais. Essa resposta tecidual é semelhante à que se observa com as
lesões causadas por laceração, nas quais se acumula tecido cicatricial fibroso com o transcorrer
do tempo.
Outras características anatômicas do TRM são dignas de menção. A lesão pode ser
surpreendentemente pequena e nãoacometer mais que um segmento da medula espinal. Pode
haver lesões múltiplas, especialmente nos casos de feridas provocadas por projéteis de arma
de fogo. Também é raro encontrar transecção completa da medula espinal; ao exame
detalhado, quase sempre há uma pequena quantidade de tecido remanescente interligando a
medula.
5.2.EXAMES DE IMAGEM
Tabela 6 – Critérios do NEXUS para pacientes de risco baixo, que não requerem exames de imagem depois de
traumatismo craniano ou cervical*
Um subgrupo dos pacientes com TRM é classificado com base em suas manifestações
clínicas em seis síndromes clínicas: Brown-Séquard, espinal central, espinal anterior, espinal
posterior, cone medular e cauda equina.
Síndrome de Brown-Séquard
Anatomicamente, essa síndrome caracteriza-se por uma lesão de metade do diâmetro
da medula espinal com déficits motor e proprioceptivo ipsilaterais e perda da sensibilidade a
dor e temperatura contralateral abaixo do nível da lesão. O padrão dos déficits neurológicos
observados com as lesões de Brown-Séquard é atribuído à anatomia do segmento espinal
afetado. As fibras que transmitem dor e temperatura cruzam para o lado oposto da medula
espinal no nível de entrada da raiz neural, enquanto as fibras motoras e proprioceptivas
cruzam no nível do tronco encefálico. A síndrome de Brown-Séquard representa 1 a 5% de
todas as lesões medulares traumáticas. A apresentação clínica mais comum é a síndrome de
Brown-Séquard plus, que consiste em hemiplegia ipsilateral relativa com hemianalgesia
contralateral relativa. Embora a síndrome de Brown-Séquard tenha sido associada
tradicionalmente às lesões causadas por armas cortantes ou projéteis de arma de fogo, várias
etiologias podem ser responsáveis. Entre todas as síndromes clínicas de TRM, os pacientes
com síndrome de Brown-Séquard têm o melhor prognóstico quanto à deambulação, porque
75 a 90% voltam a andar independentemente durante o período de acompanhamento crônico.
Síndrome espinal central
Essa lesão caracteriza-se por um déficit motor desproporcionalmente maior nos
membros superiores que nos inferiores, disfunção vesical e graus variáveis de perda sensitiva
abaixo do nível da lesão. O quadro clínico observado mais comumente ocorre nos pacientes
idosos com espondilose cervical preexistente, que sofreram lesões por hiperextensão da
TRAUMA RAQUIMEDULAR: EPIDEMIOLOGIA, MECANISMOS, MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS, DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E COMPLICAÇÕES
CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS DA MEDULA ESPINHAL, TRAUMA RAQUIMEDULAR, CHOQUE NEUROGÊNICO E CHOQUE MEDULAR
46
coluna cervical. A compressão espinal ocorre entre os complexos formados pelos osteófitos-
discos intervertebrais situados anteriormente e os ligamentos amarelos circundantes
posteriormente. Estudos demonstraram que quedas eram a causa mais comum, seguidas de
acidentes automobilísticos. Evidências recentes fornecidas por estudos
clinicopatológicos utilizando RM demonstraram que esse padrão clínico provavelmente
resulta da lesão do trato corticoespinal da medula cervical, que afeta mais a musculatura distal
que aproximal dos membros e não a representação somatotópica específica dentro deste trato
espinal. Ela é considerada a mais comum das síndromes de TRM e representa cerca de 9% de
todas as lesões espinais traumáticas. Em geral, a síndrome espinal central tem prognóstico
favorável quanto à recuperação funcional, especialmente nos pacientes mais jovens com
função manual preservada, evidência de recuperação motora precoce e inexistência de
déficits nos membros inferiores.
Síndrome espinal anterior
Essa síndrome é causada por uma lesão que afeta os dois terços anteriores da medula
espinal, com preservação dos cornos posteriores. A síndrome caracteriza-se por paralisia
completa e perda da sensibilidade à dor e à temperatura abaixo do nível da lesão, assim como
preservação da sensibilidade ao toque suave e da propriocepção. Essa síndrome ocorre em
3% de todos os casos de TRM. Ela pode resultar das lesões por flexão ou lesões diretas
causadas pelos fragmentos ósseos ou pela compressão discal, ou pode ser secundária à
obstrução da artéria espinal anterior. O prognóstico quanto à recuperação funcional dessa
síndromenão é bom.
Síndrome espinal posterior
Essa é a síndrome clínica menos comum e sua incidência é menor que 1%. A lesão afeta
os cornos posteriores e causa déficit da sensibilidade tátil e proprioceptiva abaixo do nível da
lesão, com preservação da sensibilidade à dor e à temperatura e da força motora. A síndrome
pode ser causada por hiperextensão, obstrução da artéria espinal posterior ou causas não
traumáticas (p.ex., tumores ou deficiência de vitamina B12).
Síndromes do cone medular e da cauda equina
A síndrome do cone medular consiste em uma lesão da medula espinal distal (cone) e
está associada às raízes neurais sacrais localizadas no canal medular. Nos casos típicos, o cone
medular está localizado no nível entre a primeira e a segunda vértebras lombares. Essa
síndrome caracteriza-se por uma combinação de sinais referidos aos neurônios motores
superior e inferior.As manifestações clínicas são anestesia com distribuição em sela, arreflexia
vesical e intestinal e graus variáveis de fraqueza e déficit sensitivo nos membros inferiores.
6.2.CORTICOSTEROIDES
6.4.TRATAMENTO INTENSIVO
6.5.TRATAMENTO CIRÚRGICO
7.1.DISREFLEXIA AUTONÔMICA
Nas vítimas de TRM que sobrevivem por períodos longos, doença arterial coronariana
(DAC) é uma complicação importante. Os pacientes que tiveram TRM estão mais sujeitos a
desenvolver fatores de risco para DAC que a população em geral, em razão da perda de massa
muscular, inatividade e aumento da gordura corporal. A DAC é 3 a 10 vezes mais provável nos
pacientes com TRM crônico e esta população tem taxas de mortalidade mais alta por
complicações relacionadas com DAC. Em parte, isso pode ser explicado pelas manifestações
clínicas incomuns dos pacientes com lesões situadas acima do nível de T5 e à probabilidade
mais alta de ocorrer disreflexia autonômica transitória.
7.3.DOENÇA PULMONAR
O TRM causa disfunção vesical, que é conhecida comumente como bexiga neurogénica.
Outras complicações podem resultar dessa disfunção, inclusive infecções, refluxo
vesicoureteral, insuficiência renal e cálculos renais. A avaliação neurológica com
acompanhamento periódico é recomendada para os pacientes que tiveram TRM. As
complicações geniturinárias podem ser assintomáticas e, se não forem tratadas, podem ter
consequências graves. A frequência e os exames específicos realizados (creatinina sérica,
cistoscopia, estudos urodinâmicos, ultrassonografia renal) não estão bem definidos, mas
dependem em parte do tipo de problema neurológico do paciente e dos outros fatores de
risco.
Depois do TRM, a percepção de que a bexiga está cheia e também o controle motor das
funções esfinctérica e vesicalpodem ser reduzidos. Dependendo do período decorrido, do nível
e da gravidade da lesão, podem ocorrer vários tipos de disfunção vesical. Isso inclui
hiperatividade vesical com esvaziamento reflexo da bexiga; hiperatividade esfinctérica com
dificuldade de esvaziar a bexiga; dissinergia detrusor-esfíncter acarretando contrações
vesicais descoordenadas; flacidez vesical com retenção urinária; e incontinência de
transbordamento.
Os programas de cateterização intermitente limpa (CIL) atendem aos propósitos de
preservar a função renal e, ao mesmo tempo, eliminar urina em situações regulares e
socialmente aceitáveis. Isso evita as pressões vesicais altas, retenção, incontinência e infecção.
O programa deve ser iniciado tão logo seja possível depois do TRM. A cateterização é realizada
a intervalos aproximados de quatro horas e pode ser ajustada conforme a necessidade. Em
geral, os pacientes têm restrição da ingestãode líquidos (2 ℓ/dia) para evitar hiperdistensão da
bexiga. Depois de excluir a possibilidade de infecção e ajustar a frequência da CIL e a ingestão
hídrica, o paciente é tratado com fármacos que atuam nos receptores simpáticos e
parassimpáticos, dependendo do distúrbio vesical específico.
As infecções do trato urinário (ITU) são comuns depois do TRM e constituem a fonte
mais comum de septicemia desses pacientes. Em geral, as ITU assintomáticas não são tratadas
e os antibióticos profiláticos não são administrados. A disfunção sexual é muito prevalente nas
vítimas de TRM; a disfunção masculina acomete mais de 75% dos pacientes e está relacionada
com a gravidade da lesão. Existem várias opções de tratamento para os homens com TRM,
inclusive fármacos para tratar disfunção erétil e próteses implantadas cirurgicamente. A
reatividade sexual das mulheres também pode ser prejudicada depois do TRM, mas a ovulação
e a fertilidade geralmente não são alteradas. Nas mulheres com TRM, a gravidez é considerada
7.5.DISFUNÇÃO GASTRINTESTINAL
7.7.ESPASTICIDADE
8. CONCLUSÃO
O TRM ainda é um problema médico, social e financeiro difícil. O entendimento mais
claro da fisiopatologia e das complicações clínicas resultantes aumentou a sobrevivência a
longo prazo e melhorou o estado funcional. Contudo, ainda existem problemas sem solução no
campo da reabilitação pós-TRM. É importante lembrar que prevenção é o melhor tratamento.
Os programas educacionais nacionais devem ser focados na erradicação das causas do TRM:
segurança no trânsito, segurança ocupacional e na água, evitar dirigir embriagado, respeitar
os limites de velocidade e usar obrigatoriamente cintos de segurança e outros dispositivos de
proteção.
2. CHOQUE DISTRIBUTIVO
No choque distributivo, a má perfusão é resultado de uma vasodilatação periférica global
que ocasiona drástica redução da PEC, comprometendo o fornecimento de oxigênio pelos
capilares e a captura de oxigênio pelos tecidos. Nesse caso, o débito cardíaco encontra-se
preservado, dado que não há qualquer problema nem com a bomba cardíaca, nem com o
volume circulante de sangue. É importante observar que o choque distributivo é a única
modalidade de choque em que ocorre vasodilatação. Em todos os outros tipos de choque vai
3. EPIDEMIOLOGIA
As lesões medulares –representadas por acidentes autom-bilísticos (48,8%), lesões nos
esportes de contato (12%), agressões e quedas (40%) –que se apresentam com choque
neurogênico são importantes causas de disfunção cardio-vascular. As lesões medulares não
traumáticas são represen-tadas por doenças vasculares (25%), tumores (25%), doenças
inflamatórias (20%) e estenose espinhal (19%). As alterações cardiovasculares no choque
neurogênico chegam a repre-sentar 40% das causas de óbito desses pacientes na fase
aguda(com seu pico de incidência até o quarto dia após o trauma),sendo representadas pela
fibrilação atrial, flutter atrial, taquicardia supraventricular paroxística, insuficiência cardí-aca,
aterosclerose, taquicardia ventricular, cardiomiopatia, bradiarritmias, bloqueio
atrioventricular e cardiomiopatia de Takotsubo. Os pacientes classificados como ASIA (Ameri-
can Spine Injury Association) A ou B (comprometimento motor completo) apresentam
bradicardia em quase 100%dos casos e hipotensão sistólica em 60%, com necessidade de
drogas vasoativas em 35% deles. Cerca de 15 a 20% desses evoluem com parada
cardiorrespiratória. Nos pacientes clas-sificados como ASIA C e D, a bradicardia ocorre em 35
a 70%dos casos, sendo raros os casos que apresentam hipotensão arterial. Lesões medulares
toracolombares desenvolvem bradicardia em cerca de 12 a 35% dos casos. A prevalência de
lesões acima de T6 que podem apresentar disautonomia varia entre 48 e 90% dos casos,
sendo a trombose venosa profunda e o tromboembolismo pulmonar são complicações
potencialmente fatais, em especial, nos primeiros 7 a 10dias após o trauma.
4. NEUROANATOMIA E FISIOPATOLOGIA
Diversas regiões supratentoriais, tais como o córtex da ínsula, córtex medial pré-
frontal, hipotálamo, e núcleos do tronco encefálico, são responsáveis pelas funções auto-
nômicas. Didaticamente representadas pelo sistema ner-voso autônomo simpático e
parassimpático, estas fibras controlam os sinais vitais, adequando-os conforme a de-manda
ambiental. As fibras parassimpáticas chegam até ocolo transverso através do nervo vago,
inervando coração, brônquios, trato digestório e glândulas por fibras pré-gan-glionares longas
e pós-ganglionares curtas. Não há fibras parassimpáticas direcionadas aos vasos sanguíneos
perifé-ricos. Já o sistema nervoso autônomo simpático parte comfibras curtas pré-
ganglionares até uma cadeia de gânglios paravertebrais que desce paralelamente à medula
Figura 14 – Segmentos medulares separados didaticamete em cervicais (C1-C8), torácicos (T1-T12), lombares (L1-L5) e
sacrais (S1-S2), e seus territórios de inervação sensitiva e motora. É muito importante na avaliação neurológica inicial
delimitar o nível senditivo e motor da lesão, testando seus respectivos territóros. A figura também mostra a classificação
atualmente atilizada pela ASIA para determinar a intensidade, gravidade e prognóstico da lesão neurológica. O nível sensitivo
é determinado pelo tato prototipático edor observados no segmento mais caudal, presente bilateralmente, em ambos os
hemicorpos. O nível motor é determinado pelos miótomos testados: utiliza-se a classificação do Medical Research Council
Scale for Muscle Strengh para graduar a força presente: múculos com força grau III, IV ou V são considerados normais.
Abreviações: ASIA, escala da American Spinal Injury Association; CP, cadeia de gânglios paravertebrais; RBC +, presença do
reflexo bulbocavernoso.
Figura 15 – Fisiopatologia da lesão raquimedular. No momento da lesão há morte celular caracterizando a lesão primária.
Imediatamente após a lesão primária, o processo inflamatório inicia lesões secundárias (zona de penumbra) reversíveis com
liberação de citocinas, aumento da permeabilidade capilar, edema, trombose e ativação de micróglia e de neutrófilos. Na
presença do choque neurogênico, há hipotensão sistólica inicia uma cascata de respostas ao metabolismo anaeróbico tissular:
acidose metabólica, formação de lctato, neoglicogênese, disfunção mitocondrial com liberação de citocromo C, ativação de
caspases (indução à apoptose) e despolarização celular anômala com influxo de cálcio, ativação de canais NMDA e morte
celular por excitotoxidade. O resultado dessas mortes celulares é observado pela degeneração walleriana com perda
funcional. Adaptado de Yilmaz, Kaptanoglu. World J Orthop 2015;6(1):42-55.
6. APRESENTAÇÃO CLÍNICA
Lesões que envolvam somente os três primeiros segmentos cervicais medulares
necessitam de suporte ventilatório ime-diato por perda do drive supraespinal excitatório,
interrom-pendo a função dos neurônios motores do nervo frênico. Nas lesões abaixo de C3, os
pacientes apresentam sintomas de comprometimento do sistema nervoso autônomo,
incluindo a possibilidade de parada cardiorrespiratória alguns minutos após a lesão. Na sala de
emergência, o paciente apresenta classicamente: paralisia flácida, bradicardia e hipotensão
arterial sistólica (PAS <90 mm Hg) em posição ortostática. A incapacidade deesvaziamento
vesical também é uma característica clínica importante. Nesse momento, o emergencista deve
estar atento para a possibilidade de choque neurogênico já que, comumente, esses sintomas
são verificados em pacientes que também apresentem choque hemorrágico e/ou
hipovolêmico concomitantes, vítimas de politraumas.17 Na prática clínica, no entanto, é
fundamental a tomografia computadorizada para seu diagnóstico. Segundo os dados
publicados no Trauma Audit and Research Network Database, o choque neurogênico
correlaciona-se às lesões cervicais em 19,3% dos casos, às lesões da medula torácica em 7% e
lombares em 3%.
6.2.ARRITMIAS CARDÍACAS
6.3.SISTEMA RESPIRATÓRIO
6.4.REGULAÇÃO TÉRMICA
6.6.SISTEMA GENITURINÁRIO
Na fase inicial de choque medular, a bexiga fica atônica, flácida e muito distendida
(bexiga neurogênica flácida). Apósessa fase inicial de choque medular (que pode alcançar até 3
a4 meses), os pacientes que sofreram lesões medulares cervi-cais e/ou torácicas, apresentam
reflexo medular vesical, isto é, bexiga neurogênica espástica (uma espécie de liberação
piramidal vesical), com incapacidade de retenção de qual-quer volume urinário. Nas lesões à
medula lombar e/ousacral, a bexiga encontra-se flácidae atônica, representando uma lesão do
neurônio motor inferior. A mortalidade atual por causas renais reduziu-se de 40% para 3 a
5% nas últimas décadas, com as manobras de esvaziamento vesical intermi-tente e o
tratamento adequado das infecções urinárias.
CHOQUE NEUROGÊNICO E CHOQUE MEDULAR
CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS DA MEDULA ESPINHAL, TRAUMA RAQUIMEDULAR, CHOQUE NEUROGÊNICO E CHOQUE MEDULAR
67
6.7.SISTEMA GASTROINTESTINAL
As úlceras gástricas causadas pelo estresse metabólico são frequentes. O íleo paralítico
é observado clinicamente por ausência de ruídos hidroaéreos e incapacidade de eliminação
das fezes, o que pode durar cerca de 1 a 2 semanas. Alguns cuidados devem ser tomados:
evitar qualquer administração de sólidos e/ou líquidos nesse período de íleo paralítico com
risco de vômitos e broncoaspirações. As dores anais após o retorno da contração do esfíncter
anal refletem o desequilíbrio entre o controle autônomo simpático e parassimpático após a
lesão medular.
Figura 9 – Novos parâmetros propostos por Mutchler et al (2014) para avaliação da necessidade de reposição de
hemoconcentrados em salas de emergência onde estão pacientespolitraumatizados com grave lesão neurológica
associada
7.1.SUPORTE VENTILATÓRIO
7.3.INTERVENÇÃO NEUROCIRÚRGICA
Alguns estudos mostraram não haver diferença entre a cirurgia precoce (até 72 horas
após o trauma) e a tardia (após estabilização clínica). No entanto, outras séries mostraram-se
a favor da intervenção precoce, com menor tempo neces-sário para a recuperação das funções
medulares bem como para a permanência hospitalar. Cengiz et al observaram, em um estudo
randomizado controlado, que a cirurgia precoce melhora significativamente o escore da ASIA
no pós- opera-tório precoce e tardio ao reduzir os insultos secundários causados pela lesão. Os
pacientes submetidos à intervenção precoce apresentavam melhora dos escores da ASIA em
83,3% dos casos, enquanto os submetidos à intervenção tardia, 26,6%. Para os pacientes que
apresentam piora neurológica evidente, a descompressão neurocirúrgica imediata está
indicada.
7.4.PERSPECTIVAS TERAPÊUTICAS
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