Metodologia Pesquisa
Metodologia Pesquisa
Metodologia Pesquisa
Organização:
Karine Vaccaro Tako
Simone Yuriko Kameo
Editora Amplla
Campina Grande, fevereiro de 2023
2023 - Editora Amplla
Copyright da Edição © Editora Amplla
Copyright do Texto © Os autores
Editor Chefe: Leonardo Pereira Tavares
Design da Capa: Editora Amplla
Diagramação: Higor Brito
Revisão: Os autores
ISBN: 978-65-5381-111-9
DOI: 10.51859/amplla.mpc119.1123-0
Editora Amplla
Campina Grande – PB – Brasil
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2023
CONSELHO EDITORIAL
Andréa Cátia Leal Badaró – Universidade Érica Rios de Carvalho – Universidade Católica
Tecnológica Federal do Paraná do Salvador
Andréia Monique Lermen – Universidade Fernanda Beatriz Pereira Cavalcanti –
Federal do Rio Grande do Sul Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho”
Antoniele Silvana de Melo Souza – Universidade
Estadual do Ceará Fredson Pereira da Silva – Universidade
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Grande do Norte
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Estadual Paulista José Cândido Rodrigues Neto – Universidade
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Federal de Minas Gerais Jose Henrique de Lacerda Furtado – Instituto
Federal do Rio de Janeiro
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Recife
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de Campina Grande Josiney Farias de Araújo – Universidade Federal
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da Bahia
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Federal da Bahia Paulo Henrique Matos de Jesus – Universidade
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Pará Rafael Rodrigues Gomides – Faculdade de
Lucas Capita Quarto – Universidade Federal do Quatro Marcos
Oeste do Pará Reângela Cíntia Rodrigues de Oliveira Lima –
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de Lavras
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Universidade Estadual do Maranhão Renan Gustavo Pacheco Soares – Autarquia do
Ensino Superior de Garanhuns
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do Amazonas Renan Monteiro do Nascimento – Universidade
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Ciências Humanas do Sertão Central Ricardo Leoni Gonçalves Bastos – Universidade
Manoel Mariano Neto da Silva – Universidade Federal do Ceará
Federal de Campina Grande Rodrigo da Rosa Pereira – Universidade Federal
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Universitário Unifacisa Rubia Katia Azevedo Montenegro –
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Universidade Federal do Pará Sabrynna Brito Oliveira – Universidade Federal
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Federal do Piauí Silvana Carloto Andres – Universidade Federal
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Wellington Alves Silva – Universidade Estadual Yasmin da Silva Santos – Fundação Oswaldo
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William Roslindo Paranhos – Universidade Yuciara Barbosa Costa Ferreira – Universidade
Federal de Santa Catarina Federal de Campina Grande
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2023
ORGANIZADORAS
KARINE VACCARO TAKO
Fisioterapeuta, Doutorado em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde
Pública da Universidade de São Paulo (FSP/USP), Brasil. Professora Associada da
Universidade Federal de Sergipe, Campus Prof Antônio Garcia Filho, Lagarto,
Sergipe, Brasil.
CAPÍTULO II - Saúde baseada em evidências: conceitos básicos, sistema GRADE e Fontes de Pesquisa ................ 23
CAPÍTULO III - DELIMITAÇÃO DO TEMA, JUSTIFICATIVA, PROBLEMA DE PESQUISA, HIPÓTESE E ELABORAÇÃO DOS OBJETIVOS
.................................................................................................................................................................... 32
CAPÍTULO V - VANCOUVER OU ABNT? - NORMALIZAÇÃO DE TRABALHOS ACADÊMICOS SEGUNDO A ABNT E VANCOUVER ...... 59
CAPÍTULO I
TIPOS DE PESQUISAS CIENTÍFICAS E ESTUDOS
EPIDEMIOLÓGICOS
DOI: 10.51859/amplla.mpc119.1123-1
Alessandra Alcides de Sá Santos e Emeline das Neves de Araújo Lima
1. METODOLOGIA DE PESQUISA
É descrita como um conjunto de etapas que quando executadas de forma sistemática
facilitam a obtenção de conhecimentos sobre fenômenos físicos, químicos e biológicos, ou o
desenvolvimento de novos produtos ou processos (JUNG, 2009).
As pesquisas científicas podem ser classificadas de acordo com diferentes critérios:
quanto à natureza ou finalidade da pesquisa; quanto à forma de abordagem da pesquisa; quanto
aos objetivos da pesquisa; quanto aos procedimentos técnicos da pesquisa. Segundo Lakatos e
Marconi (2001, p. 106), os métodos dividem-se em dois grandes grupos de acordo com sua
inspiração filosófica, seu grau de abstração, à sua finalidade mais ou menos explicativa, à sua
ação nas etapas mais ou menos concretas da investigação: métodos de abordagem e de
procedimentos.
A classificação também pode ser feita com base em seus objetivos gerais. Assim, é
possível classificar as pesquisas em três grandes grupos: exploratórias, descritivas e
explicativas (GIL, 2002).
Conforme o delineamento, podem ser definidos dois grandes grupos: aqueles que se
valem das chamadas fontes de "papel" e aqueles cujos dados são fornecidos por pessoas (GIL,
2002).
No primeiro grupo, estão a pesquisa bibliográfica e a pesquisa documental. No segundo,
estão a pesquisa experimental, a pesquisa ex-postfacto, o levantamento e o estudo de caso.
Neste último grupo, podem ser incluídas também a pesquisa-ação e a pesquisa participante
(GIL, 2002).
Percebe-se que não existe uma “receita mágica” de método científico, pois, a humanidade
vem aperfeiçoando “esta maneira de se fazer ciência” ao longo dos tempos. Não existe uma
única concepção de ciência, assim como não existe uma única concepção de método científico.
Basicamente, o método compõe-se de etapas dispostas de forma sistemática, obedecendo a
Métodos de abordagem
Se caracterizam por uma abordagem gradativa em termos de abstração dos fenômenos
da natureza e da sociedade. Tratam dos procedimentos gerais que norteiam o desenvolvimento
das etapas de uma pesquisa científica.
Indução
Trata-se de um processo de generalização, fundado no pressuposto filosófico do
determinismo universal. Pela indução, estabelece-se uma lei geral a partir da repetição
constatada de regularidades em vários casos particulares; da observação de reiteradas
incidências de uma determinada regularidade, conclui-se pela sua ocorrência em todos os casos
possíveis.
Dedução
Procedimento lógico, raciocínio, pelo qual se pode tirar de uma ou de várias proposições
(premissas) uma conclusão que delas decorre por força puramente lógica. A conclusão segue-
se necessariamente das premissas.
Dialético
Procura problematizar a realidade, enfatizando a contradição que os fenômenos
apresentam em seu interior e a transformação qualitativa gerada pela mudança quantitativa.
Fenomenológico
Estuda os fenômenos em si mesmos, apreendendo sua essência e sua estrutura de sua
significação. Trata de descrever, compreender e interpretar os fenômenos que se apresentam à
percepção. É uma tentativa de explicar os fenômenos de forma neutra, a partir do que é dado na
consciência.
Métodos de procedimentos
Constituem etapas mais concretas de investigação, com finalidade mais restrita em
termos de explicação geral dos fenômenos e menos abstratos. Relacionam-se com as etapas do
plano de estudos, a obtenção, processamento e validação dos dados pertinentes à problemática
que está sendo investigada, sendo os mais usuais:
Estatístico e Tipológico
O método estatístico fundamenta-se nautilização da estatística para investigação de um
objeto de estudo. Esta contribui para a coleta, organização, descrição, análise e interpretação
de dados.
O método tipológico assemelha-se ao método comparativo e é utilizado para elaboração
de modelos ideais a partir de características essenciais ao comparar fenômenos sociais
complexos da realidade.
Funcionalista e Estruturalista
O método funcionalista enfatiza as relações e o ajustamento entre os diversos
componentes de uma cultura ou sociedade. Considera toda a atividade social e cultural como
funcional e interdependente.
O método estruturalista analisa a realidade como um sistema em que os elementos
constituintes mantêm entre si relações estruturais. Os elementos que constituem o todo se
acham entrelaçados de tal forma que não existe independência de uns em relações aos outros,
mas uma interpenetração.
Experimental e Clínico
O método experimental consiste em submeter o fenômeno estudado à influência de
certas variáveis, em condições controladas e conhecidas pelo pesquisador, para observar os
resultados que a variável produz no objeto.
O método clínico é utilizado, principalmente, por psicólogos numa relação entre o
pesquisador e o pesquisado. O pesquisador utiliza-se de informações obtidas dos
determinantes inconscientes do comportamento do pesquisado. Deve-se ter muito cuidado, no
momento de se obter generalização, já que se trabalha com aspectos do inconsciente de
indivíduos particulares.
Pesquisas exploratórias
Tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a
torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Tem como objetivo principal o aprimoramento
de ideias ou a descoberta de intuições (GIL, 2002).
Na maioria dos casos, essas pesquisas envolvem: (a) levantamento bibliográfico;
entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e (c)
análise de exemplos que "estimulem a compreensão".
Pesquisas descritivas
Têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população
ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis (GIL, 2002).
Tal pesquisa observa, registra, analisa e ordena dados, sem manipulá-los, isto é, sem
interferência do pesquisador. Procura descobrir a frequência com que um fato ocorre, sua
natureza, suas características, causas, relações com outros fatos. Assim, para coletar tais dados,
utiliza-se de técnicas específicas, dentre as quais se destacam a entrevista, o formulário, o
questionário, o teste e a observação. (PRODANOV, 2013)
Incluem-se, entre as pesquisas descritivas, a maioria daquelas desenvolvidas nas
ciências humanas e sociais, como as pesquisas de opinião, mercadológicas, os levantamentos
socioeconômicos e psicossociais.
Pesquisas explicativas
Utilizada quando o pesquisador procura explicar os porquês das coisas e suas causas,
por meio do registro, da análise, da classificação e da interpretação dos fenômenos observados.
Identifica os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos;
“aprofunda o conhecimento da realidade porque explica a razão, o porquê das coisas.” (GIL,
2010, p. 28).
Quando realizada nas ciências naturais, requer o uso do método experimental e, nas
ciências sociais, requer o uso do método observacional. Assume, em geral, as formas de
Pesquisa Experimental e Pesquisa Ex-post- facto. (PRODANOV, 2013)
A maioria das pesquisas explicativas utiliza o método experimental, que possibilita a
manipulação e o controle das variáveis, no intuito de identificar qual a variável independente
que determina a causa da variável dependente, ou o fenômeno em estudo. (PRODANOV, 2013).
Nas ciências sociais, a aplicação desse método reveste-se de dificuldades, razão pela qual
recorremos a outros métodos, sobretudo, ao observacional.
1.4.2.4. Levantamento
Caracterizam-se pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja
conhecer. Basicamente, procede-se à solicitação de informações a um grupo significativo de
pessoas acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa,
obterem- se as conclusões correspondentes aos dados coletados (GIL, 2002).
Quando o levantamento recolhe informações de todos os integrantes do universo
pesquisado, tem-se um censo. Pelas dificuldades materiais que envolvem sua realização, os
censos só podem ser desenvolvidos pelos governos ou por instituições de amplos recursos.
Proporcionam informação gerais acerca das populações, que são indispensáveis em boa parte
das investigações sociais (GIL, 2002).
Os levantamentos tornam-se muito mais adequados para estudos descritivos que
explicativos. São inapropriados para o aprofundamento dos aspectos psicológicos e
psicossociais mais complexos, porém muito eficazes para problemas menos delicados, como
preferência eleitoral e comportamento do consumidor. São muito úteis para o estudo de
opiniões e atitudes, porém pouco indicados no estudo de problemas referentes a relações e
estruturas sociais complexas (GIL, 2002).
1.4.2.7. Pesquisa-ação
Pode ser definida como (THIOLLENT, 1985, p. 14): "...um tipo de pesquisa com base
empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução
de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e participantes representativos da situação
ou do problema estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo."
A pesquisa-ação tem sido objeto de bastante controvérsia, tende a ser vista em certos
meios como desprovida da objetividade que deve caracterizar os procedimentos científicos
(GIL, 2002).
Correlação ou Ecológico
São úteis para gerar hipóteses. Em um estudo ecológico, as unidades de análise são
grupos de pessoas ao invés de indivíduos, ou seja, estuda as comunidades ou populações de
forma indireta através de dados secundários. Também podem ser feitos comparando-se
populações em diferentes lugares ao mesmo tempo ou, em uma série temporal, comparando-
se a mesma população em diferentes momentos (BONITA, 2010).
Transversal
A produção do dado é realizada em um único momento no tempo. Medem a prevalência
da doença e, por essa razão, são frequentemente chamados de estudos de prevalência. As
medidas de exposição e efeito (doença) são realizadas ao mesmo tempo. Podemos exemplificar
como se fosse a “análise de um fotografia, visto que observa um único momento” (BONITA, 2010
e ALMEIDA FILHO ; ROUQUAYROL, 2006).
Caso-controle
Nesse caso, o pesquisador toma um grupo de pessoas com a doença – os casos – e um
grupo sem a doença – os controles -, e verifica se cada um dos indivíduos dos dois grupos foi
exposto à possível causa da doença. São considerados longitudinais retrospectivos, ou seja, é
feita uma observação retroativa na história de ambos os grupos para investigar possível
exposição a fatores de risco no passado (ALMEIDA FILHO; ROUQUAYROL, 2006; DYNIEWICZ,
2014).
Ensaios Clínicos
Tipicamente experimental ou de intervenção, em que o investigador introduz algum
elemento crucial para transformação dos indivíduos ou grupo participantes do estudo, visando
testar hipóteses etiológicas ou avaliar eficácia ou efetividade de procedimentos de diagnósticos,
preventivos ou terapêuticos. As condições de estudo são especificadas pelo pesquisador, como:
seleção de grupos, natureza da intervenção, manejo no acompanhamento dos participantes e
aferição dos desfechos (FRANCO, 2010 e DYNIEWICZ, 2014).
Os ensaios clínicos podem ser controlados ou não controlados (dada a presença de um
grupo controle), randomizados (tipo de amostra em que cada individuo da população tem a
mesma probabilidade de ser incluído no estudo), não randomizado (grupos escolhidos a partir
de critérios de disponibilidade ou conveniência), cego (o participante não sabe se está ou não
sendo alvo do objeto de pesquisa), duplo cego (nem o grupo amostral nem os pesquisadores
sabem quem são os participantes do grupo experimental ou controle) (ALMEIDA FILHO ;
ROUQUAYROL, 2006).
Metanálise
É a síntese estatística dos dados de diferentes estudos que são similares (comparáveis),
levando a uma estimativa dos resultados agrupados, permitindo assim a identificação de
tendências. A metanálise difere da maioria dos estudos médicos e epidemiológicos, pois
nenhum dado novo é coletado. Ao contrário, resultados de estudos já realizados são
combinados. A realização de uma metanálise inclui os seguintes passos: i) Formulação do
problema e delineamento do estudo; ii) Identificação dos estudos relevantes; iii) Exclusão dos
estudos pobremente conduzidos ou daqueles com maiores problemas metodológicos; iv)
Medição, combinação e interpretação dos resultados (BONITA, 2010).
REFERÊNCIAS
ALBERIO, O.; DALBERIO, M. C. B. Metodologia científica: desafios e caminhos. São Paulo:
Paulus, 2009.
Bonita R, Beaglehole R, Kjellstrom T. Epidemiologia Básica. 2ª ed. São Paulo: Grupo Editorial
Nacional; 2010.
CARVALHO, Luis Osete Ribeiro. DUARTE, Francisco Ricardo. MENEZES, Afonso Henrique
Novaes. SOUZA Tito Eugênio Santos [et al.]. – Petrolina-PE, 2019. 83 p.: 20 cm. 1 Livro digital
DYNIEWICZ, Ana Maria. Metodologia da pesquisa em saúde para iniciantes. 3ª edição. São
Caetano do Sul, SP: Difusão Editora, 2014.
FRANCO, Laércio Joel; PASSOS, Afonso Dinis Costa. Fundamentos de epidemiologia. [S.l: s.n.],
2ª Edição. Editora Manole, 2010.
GIL, Antônio Carlos, 1946- Como elaborar projetos de pesquisa/Antônio Carlos Gil. - 4. ed. -
São Paulo: Atlas, 2002.
YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.
3. SISTEMA GRADE
O GRADE (Grading of RecommendatIons Assessment, Development and EvaluatIon) é
um sistema desenvolvido por um grupo colaboratIvo de pesquisadores que visa à criação de
um sistema universal, transparente e sensível para graduar a qualidade das evidências e a força
das recomendações (GRADE WORKING GROUP, 2021).
Níveis de evidência
Representam a confiança na informação utilizada em apoio a uma determinada
recomendação. No sistema GRADE, a avaliação da qualidade da evidência é realizada para cada
desfecho analisado para uma dada tecnologia, utilizando o conjunto disponível de evidência
(GUYATT et al, 2008).
No GRADE, a qualidade da evidência é classificada em quatro níveis: alto, moderado,
baixo, muito baixo, conforme Quadro 1.
*Estudos de coorte sem limitações metodológicas, com achados consistentes apresentando tamanho de efeito
grande e/ou gradiente dose resposta.
**Limitações: vieses no delineamento do estudo, inconsistência nos resultados, desfechos substitutos ou validade
externa comprometida.
***Séries e relatos de casos.
Fonte: GRADE working group, 2014.
Força da recomendação
Expressa a ênfase para que seja adotada ou rejeitada uma determinada conduta,
considerando potenciais vantagens e desvantagens (BRASIL, 2014).
São consideradas vantagens os efeitos benéficos na melhoria na qualidade de vida,
aumento da sobrevida e redução dos custos. São consideradas desvantagens os riscos de efeitos
adversos, a carga psicológica para o paciente e seus familiares e os custos para a sociedade
(BRASIL, 2014).
O balanço na relação entre vantagens e desvantagens determina a força da
recomendação. A força da recomendação (forte ou fraca) pode ser a favor ou contra a conduta
proposta. Geralmente, esse processo é realizado no desenvolvimento de diretrizes clínicas e
pareceres técnicos, podendo ser específicas para o cenário avaliado (por exemplo,
condicionadas à disponibilidade de recursos) (GUYATT et al, 2008).
O sistema GRADE necessita de uma clara definição de população, intervenção,
comparação e desfechos (PICO), assim como o cenário no qual a recomendação será
implementada (BRASIL, 2014).
Figura 3 - Pirâmide de evidência tradicional (A) e a nova proposta da pirâmide baseada em evidências (B).
PubMed
É uma base de dados desenvolvida pelo National Center for Biotechonology Information
(NCBI) na Library of Medicine (NLM) disponível na web. Mecanismo de busca gratuito que
acessa principalmente o banco de dados MEDLINE de referências em ciências da vida e tópicos
relacionados à biomedicina. Lançado em 1996, inaugurou a era da pesquisa gratuita e em casa
ou no escritório. Além do MEDLINE, o PubMed fornece acesso a referências mais antigas da
versão impressa do Index Medicus, de 1951 e anteriores referências a alguns periódicos antes
de serem indexados no Index Medicus (PELLIZZON, 2003). Para se ter ideia, em fevereiro de
2021, o PubMed tinha mais de 32 milhões de citações e resumos que datavam de 1966,
seletivamente até o ano de 1865 e muito seletivamente até 1809. Nos últimos 10 anos, uma
média de quase 1 milhão de novos registros foram adicionados a cada ano no Pubmed.
Biblioteca COCHRANE
A Cochrane é uma rede global independente de pesquisadores, que fornece acesso a uma
coleção de evidências científicas de alta qualidade sobre os efeitos das intervenções em saúde
aos profissionais de saúde, pacientes, cuidadores, pesquisadores, financiadores e gestores de
políticas de saúde (PELLIZZON, 2003). Existem milhares de pessoas, de mais de 130 países ao
redor do mundo dedicados a realizarem revisões sistemáticas com metodologia Cochrane para
apresentação da melhor evidência científica disponível em todo o mundo. Atualmente, mais de
9 mil revisões sistemáticas
REFERÊNCIAS
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos.
Departamento de Ciência e Tecnologia. Diretrizes metodológicas: Sistema GRADE – Manual
de graduação da qualidade da evidência e força de recomendação para tomada de decisão em
saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos,
Departamento de Ciência e Tecnologia. Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
GIL, AC. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002.
GUYATT, G. H. et al. GRADE guidelines: 4 ratng the quality of evidence- study limitatons (risk
of bias). Journal of Clinical Epidemiology, Maryland Heights, v. 64, n. 4, p. 407-415, 2011.
MURAD, M.H. et al. New evidence pyramid. Evid Based Med August, v. 21, n.4, 2016.
Operación de las fuentes de información. In: Guia BVS 2003. São Paulo: BIREME/ OPS/OMS;
2003. p.1-10.
PELLIZZON RF, POBLACIÓN DA, GOLDENBERG S. Pesquisa na área da saúde: seleção das
principais fontes para acesso à literatura científica. Acta Cir Bras 2003 Nov-Dez;18(6).
Disponível em URL: http://www.scielo.br/acb
4. CONSTRUÇÃO DE HIPÓTESES
Hipótese é a suposição de algo que pode (ou não) ser verosímil, que seja possível de ser
verificado, a partir daí se extrair uma conclusão. Popularmente, o termo é utilizado como
sinônimo de especulação, chance ou possibilidade de algo acontecer.
É uma proposição que se faz na tentativa de verificar a validade de resposta existente
para um problema. É uma suposição que antecede a constatação dos fatos e tem como
característica uma formulação provisória: deve ser testada para determinar sua validade.
Correta ou errada, de acordo ou contrária ao senso comum, a hipótese sempre conduz a uma
verificação empírica.
A função da hipótese, na pesquisa científica, é propor explicações para certos fatos e ao
mesmo tempo orientar a busca de outras informações. A clareza da definição dos termos da
hipótese é condição de importância fundamental para o desenvolvimento da pesquisa.
Para elaborar uma hipótese de trabalho, primeiro é preciso delimitar o objeto de estudo
e reunir as suposições aceitáveis como resposta para a pesquisa. Após reunir todas as
probabilidades (hipóteses), é preciso fazer as corretas experiências, de acordo com as
metodologias escolhidas, para comprovar ou refutar as hipóteses levantadas.
Praticamente não há regras para a formulação de hipóteses de trabalho de pesquisa
científica, mas é necessário que haja embasamento teórico e que ela seja formulada de tal
maneira que possa servir de guia na tarefa da investigação.
Existem oito fontes importantes que podem originar as hipóteses:
1. Conhecimento familiar – também conhecida como intuições derivadas do senso
A hipótese nula assume que não há relação entre as variáveis do estudo. Por este
motivo, também é conhecida como hipótese de não relacionamento. Será aceita se a
investigação mostrar que as hipóteses de trabalho e alternativas não são válidas.
Exemplo: "Não há relação entre a cor do cabelo dos estudantes e seus resultados
acadêmicos."
A hipótese de trabalho é aquela que deve ser demonstrada ou apoiada por pesquisa
científica. Essas hipóteses podem ser verificadas experimentalmente, então são chamadas
também de hipóteses operacionais. Em geral, são obtidas a partir da dedução: com base em leis
gerais que são particularizadas em um caso específico.
Verbos de Avaliação:
Avaliar; concluir; constatar; criticar; interpretar; julgar; justificar; padronizar; relacionar;
selecionar; validar; valorizar.
Verbos de Conhecimento:
Associar; calcular; citar; classificar; definir; descrever; distinguir; enumerar; especificar;
enunciar; estabelecer; exemplificar; expressar; identificar; indicar; medir; mostrar; nomear;
registrar; relacionar; relatar; selecionar.
Verbos de Compreensão:
Concluir; descrever; distinguir; deduzir; demonstrar; discutir; explicar; identificar; ilustrar;
inferir; interpretar; localizar, relatar; revisar.
Verbos de Aplicação: Aplicar; estruturar; ilustrar; interpretar; organizar; relacionar.
Verbos de Análise:
Analisar; classificar; categorizar; combinar; comparar; comprovar; contrastar;
correlacionar; diferenciar; discutir; detectar; descobrir; discriminar; examinar;
experimentar; identificar; investigar; provar; selecionar.
Verbos de Síntese:
Combinar; compor; criar; comprovar; deduzir; desenvolver; documentar; explicar;
organizar; planejar; relacionar.
REFERÊNCIAS
BOSI, P. L. Saúde Baseada em Evidências. Saú de baseada em evidê ncias [Recurso eletrô nico] /
Universidade Federal de Santa Catarina; Marco Auré lio Peres, Karen Glazer Peres. –
Florianó polis, 2010.
Fonte: Autores.
2. AMOSTRA
Refere-se ao subconjunto do universo ou da população, por meio do qual estabelecemos
ou estimamos as características desse universo ou dessa população (PRODANOV e FREITAS,
2013).
A amostra pode ser probabilística e não probabilística (Figura 4.2). Destacamos que só
as amostras probabilísticas podem originar uma generalização estatística, por apoiar-se em
cálculo estatístico. Por outro lado, as amostras não probabilísticas são compostas de forma
acidental ou intencional (PRODANOV e FREITAS, 2013).
Fonte: Autores.
Amostras probabilísticas
Amostras probabilísticas (causais) contém qualquer elemento da população-alvo com
probabilidade diferente de zero de fazer parte dela, sendo obtida por sorteio. A seguir,
apresentamos os principais tipos (PRODANOV e FREITAS, 2013; VIEIRA, 2008).
• Amostras aleatórias simples: também é conhecida por amostragem casual, randômica,
acidental etc. Consiste basicamente em atribuir a cada elemento do universo um número único
para, depois, selecionar alguns desses elementos de maneira casual. Para realizar este sorteio,
são utilizadas as tábuas de números aleatórios, que são constituídas por números apresentados
em colunas, em páginas consecutivas (GIL, 2008).
• Amostras casuais simples: todos os participantes apresentam a probabilidade de
participar da amostra. Exemplo: selecionamos uma amostra casual simples de cinco casos
(ABCDE), o que torna possível os pares AB, AC, AD, AE, BC, BD, BE, CD, CE e DE. Procedimento:
escrevemos cada combinação no papel, colocamos os papéis num recipiente, misturando-os,
procedemos a um sorteio. Os dois casos sorteados constituirão a amostra casual simples
(PRODANOV e FREITAS, 2013).
• Amostras casuais estratificadas: a amostragem estratificada caracteriza-se pela
seleção de uma amostra de cada subgrupo da população considerada. O fundamento para
delimitar os subgrupos ou estratos pode ser encontrado em propriedades como sexo, idade ou
classe social. Em seguida, de cada estrato, é retirada uma amostra casual simples. Essas
subamostras são reunidas, formando a amostra necessária. O número de estratos dependerá
do tamanho da população e dos critérios preestabelecidos. Muitas vezes essas propriedades
são combinadas, o que exige uma matriz de classificação (PRODANOV e FREITAS, 2013).
3. COLETA DE DADOS
Trata-se da fase do método de pesquisa, cujo objetivo é obter informações da realidade.
Nessa etapa, definimos onde e como será realizada a pesquisa (PRODANOV e FREITAS, 2013).
Podem ser realizados utilizando algumas ferramentas como: questionários, entrevistas e
formulários, testes ou escalas (GIL, 2002).
Entrevistas e Questionários:
Ambos constituem técnicas de levantamento de dados primários e dão grande
importância à descrição verbal de informantes. Os dois apresentam vantagens e desvantagens
que o pesquisador deve levar em conta quando estiver escolhendo a técnica a ser aplicada no
seu projeto em particular (PRODANOV e FREITAS, 2013).
Por questionário, entende-se um conjunto de questões que são respondidas por escrito
pelo pesquisador. Entrevista, por sua vez, pode ser entendida como a técnica que envolve duas
Entrevista
A entrevista é a obtenção de informações de um entrevistado sobre determinado
assunto ou problema. A entrevista pode ser (PRODANOV e FREITAS, 2013):
- Padronizada ou estruturada: quando o entrevistador segue roteiro pré-estabelecido.
Ocorre a partir de um formulário elaborado com antecedência. Com a padronização, podemos
comparar grupos de respostas;
- Não padronizada ou não estruturada: não existe rigidez de roteiro; o investigador pode
explorar mais amplamente algumas questões, tem mais liberdade para desenvolver a entrevista
em qualquer direção. Em geral, as perguntas são abertas;
- Painel: é a repetição de questões que são aplicadas, de tempos em tempos, às mesmas
pessoas, para que possamos estudar variações nas opiniões emitidas. É necessário ter um plano
para a entrevista, visto que, no momento em que ela está sendo realizada, as informações
necessárias não deixem de ser colhidas.
As entrevistas podem ter o caráter exploratório ou ser de coleta de informações. Se a de
caráter exploratório é relativamente estruturada, a de coleta de informações é altamente
estruturada.
Sugestões de planejamento da entrevista:
- Quem deve ser entrevistado: procure selecionar quem realmente tem o conhecimento
para satisfazer suas necessidades de informação;
- Plano da entrevista e questões a serem perguntadas: prepare com antecedência as
perguntas a serem feitas ao entrevistado e a ordem em que elas devem acontecer;
- Pré-teste: o pré-teste refere-se ao teste do questionário (entrevista) em uma pequena
amostra de entrevistados, com o objetivo de identificar e eliminar problemas potenciais.
A melhor maneira de efetuar os pré-testes é com entrevistas pessoais, mesmo que a
pesquisa real venha a ser feita pelo correio, por telefone ou por meios eletrônicos, porque os
entrevistadores podem observar as reações e as atitudes dos entrevistados.
Depois de efetuadas as modificações, será possível realizar outro pré-teste.
As respostas do pré-teste devem ser codificadas e analisadas. Essa análise pode servir
para verificar a adequação do problema, dos dados e da análise, necessários para obter as
informações pretendidas. Diante do entrevistado:
- Estabeleça uma relação amistosa e não trave um debate de ideias;
Questionário
É um instrumento ou programa de coleta de dados. A linguagem utilizada no
questionário deve ser simples e direta, para que o respondente compreenda com clareza o que
está sendo perguntado. Não é recomendado o uso de gírias, a não ser que se faça necessário por
necessidade de características de linguagem do grupo pesquisado (grupo de surfistas, por
exemplo) (PRODANOV e FREITAS, 2013).
Todo questionário a ser enviado deve passar por uma etapa de pré-teste, num universo
reduzido, para que possamos corrigir eventuais erros de formulação. O questionário deve ser
objetivo, limitado em extensão e estar acompanhado de instruções que expliquem a natureza
da pesquisa e ressaltem a importância e a necessidade das respostas, a fim de motivar o
informante (PRODANOV e FREITAS, 2013).
De forma geral, o questionário é enviado por meios eletrônicos para facilitar, agilizar e
reduzir os custos operacionais da pesquisa. Há uma série de recomendações úteis à construção
de um questionário (conteúdo), destacando-se (PRODANOV e FREITAS, 2013):
- Carta-explicação deve conter: a proposta da pesquisa; as instruções de preenchimento;
as instruções para devolução; o incentivo para o preenchimento; o agradecimento;
- Questionário deverá ser construído em blocos temáticos, obedecendo a uma ordem
lógica na elaboração das perguntas;
Formulário
É o sistema de coleta de dados que obtém informações diretamente do entrevistado. É
uma lista de questões que serão anotadas por um entrevistador, à medida que fizer suas
observações ou receber respostas, numa situação face a face com a outra pessoa (o informante),
ou pelo próprio pesquisado, sob sua orientação. Espécie de questionário preenchido pelo
próprio pesquisador de acordo com as respostas do informante. Tem como vantagem permitir
esclarecimento verbal adicional para as questões de entendimento mais difícil (PRODANOV e
FREITAS, 2013).
7. CRONOGRAMA (QUANDO?)
Este tópico é fundamental no projeto de pesquisa, pois permite uma visão mais
organizada das etapas em um período determinado. Importante ressaltar que há etapas que
podem ocorrer simultaneamente, e outras que dependerão de fases anteriores. Para facilitar a
compreensão, tem-se abaixo alguns exemplos de cronogramas.
Etapa/Mês 1 2 3 4 5 6
Escolha do tema de pesquisa x
Revisão de literatura (bibliográfica) x x
Definição dos capítulos (sumário preliminar) x
Justificativa, objetivos, problematização, metodologia x
Fundamentação teórica: redação dos capítulos x x
Coleta de dados x
Tabulação, análise dos dados e elaboração da síntese x x
Elaboração da síntese e conclusão da análise dos resultados x x
Ajustes metodológicos, conceituais e analíticos x
Redação final, revisão linguística; formatação conforme normas x
ABNT
Entrega do trabalho final x
Preparação para apresentação x
Apresentação do trabalho final x
Fonte: Prodanov e Freitas (2013).
8. ORÇAMENTO (QUANTO?)
O orçamento diz respeito ao planejamento financeiro para a execução de uma pesquisa.
Ele deve ser cuidadosamente organizado para considerar todos os gastos possíveis ao longo do
desenvolvimento da pesquisa. Esta poderá ser financiada por uma agência de fomento ou não.
O orçamento pode ser dividido em gastos pessoais e materiais (PRODANOV e FREITAS,
2013):
a) Pessoal: considerar todos os elementos que devem ter computados, os seus gastos,
quer globais, mensais, semanais ou por hora/atividade, incluindo os programadores de
computador;
Material Permanente
Valor
Descrição do Material Quantidade Total
(unidade – em reais)
Computador
Impressora
Scanner, etc.
TOTAL --- --- ---
Material de Consumo
Valor
Descrição do Material Quantidade Total
(unidade – em reais)
CD
Pen-drive
Papel A4
Cartucho
Tinta para impressora, etc.
TOTAL --- --- ---
Serviços de Terceiros
Valor
Descrição do Material Quantidade Total
(unidade – em reais)
Formatação
Revisão textual
Xerox
Encadernação, etc.
TOTAL --- --- ---
Custo Total
(material permanente + consumo + serviços terceiros):
Fonte: Prodanov e Freitas, 2013.
Quadro 3 - Regras gerais para a elaboração das referências segundo NBR 6023/2018.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e documentação:
referências: elaboração. Rio de Janeiro, 2018.
RICHARDSON et al. Pesquisa social: métodos e técnicas. 3. ed. rev. ampl. São Paulo: Atlas,
2007.
ROESCH, Sylvia Maria Azevedo. Projetos de estágio do curso de administração: guia para
pesquisas, projetos, estágios e trabalho de conclusão de curso. São Paulo: Atlas, 1999.
SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho científico. 22. ed. rev. ampl. São Paulo: Cortez,
2002.
4. O QUE É A ABNT?
ABNT é a sigla de Associação Brasileira de Normas Técnicas, um órgão privado e sem
fins-lucrativos que se destina a padronizar as técnicas de produção feitas no país.
A normalização técnica dos produtos científicos e tecnológicos documentais é
fundamental para a total e ampla compreensão e identificação dos mesmos.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas foi fundada em 28 de setembro de 1940, e
consiste em um dos membros fundadores da International Organization for
Standardization (Organização Internacional de Normalização – ISO), da Comisión
Panamericana de Normas Técnicas (Comissão Pan-Americana de Normas Técnicas – Copant) e
da Asociación Mercosur de Normalización (Associação Mercosul de Normatização – AMN)
(ABNT, online).
Considerada de utilidade pública pela Lei n. 4.150, de 21 de novembro de 1962.
Elementos pré-textuais:
São aqueles que antecedem a exposição da pesquisa em si. Os itens obrigatórios são:
capa, folha de rosto, resumo, sumário. Outros elementos são opcionais, como errata,
dedicatória, agradecimentos e epígrafe. A ordem dos itens, pode ser verificada na Figura 1.
Capa:
A capa deve conter o nome da instituição, curso, autor, título do trabalho, cidade e ano.
Ela é considerada um item obrigatório no trabalho de conclusão de curso ou de um projeto de
pesquisa.
Folha de Rosto
A folha de rosto apresenta nome do autor, título, cidade e ano e uma breve nota
descritiva, que deve conter o objetivo do trabalho e o nome do orientador. Assim como a capa,
também é considerado um elemento pré-textual obrigatório.
Sumário
Serve para apresentar as enumerações das páginas e as respectivas seções do trabalho.
O alinhamento é à esquerda, sem recuo. O espaço das entrelinhas deve ser de 1,5. O tamanho
da fonte é 12.
Elementos textuais:
Os elementos textuais compõem a pesquisa científica. São eles: introdução (parte
inicial), desenvolvimento (parte principal) e conclusão (parte final).
Elementos pós-textuais:
As referências bibliográficas correspondem ao único elemento obrigatório dessa parte
do trabalho. No entanto, também é possível inserir apêndice, anexo, glossário e índice.
Referência de Livros
Autoria. Título do capítulo: subtítulo. In: Autoria do todo. Título do todo: subtítulo do
todo. Edição. Local: Editora, Data. Descrição física da parte.
Informações de acesso: importante, pois a página pode não estar disponível no futuro.
– AUTORES: uma mudança muito importante nessa nova versão da norma é o item
8.1.1.2, transcrito abaixo na íntegra:
“8.1.1.2 Quando houver quatro ou mais autores, convém indicar todos. Permite se que
se indique apenas o primeiro, seguido da expressão et al.”
* Com base na nova norma de referências, NBR 6023 (2018), que permite referenciar todos os autores.
Citação Direta:
✓ Transcrição literal e fiel.
✓ Necessário indicar a página.
✓ Necessário destacar no texto.
Até 3 linhas → Aspas duplas “Não se mova, faça de conta que está morta.” (CLARAC;
BONNIN, 1985, p. 72).
Citação Indireta:
✓ Transcrição das ideias.
✓ Texto com as próprias palavras.
Exemplos:
Nesse ciclo, os autores-pesquisadores realizam a pesquisa. Escrevem as publicações e
atuam como colaboradores (BJÖRK, 2007; FONSECA, 1998).
OU
Segundo Björk (2007) e Fonseca (1998), nesse ciclo, os autores-pesquisadores
realizam a pesquisa, escrevem as publicações e atuam como colaboradores.
Citação de Citação:
✓ Citação de um trecho citado pelo autor do texto consultado.
✓ Usar a expressão apud (citado por).