Prtica 27 Recuperao Da Turgescncia Aula 24 II

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PRÁTICA N° 27

RECUPERAÇÃO DE TURGESCÊNCIA EM RAMOS CORTADOS

INTRODUÇÃO

O transporte de água no xilema, das raízes para a parte aérea, requer que a coluna
de água permaneça contínua; se a coluna se romper (cavitação), o fluxo de água cessará no
vaso particular em que ocorrer a ruptura. Nesse caso, de algum modo a água deve
contornar a bolha para haver movimento. Na maioria dos casos, a coesão da água é
suficiente para não haver ruptura e manter a continuação da coluna líquida.
A coluna de água pode romper-se e entrar ar nos vasos do xilema (embolia).
Normalmente, isso não ocorre em função da impermeabilidade dos vasos lenhosos, mesmo
sob as altas tensões a que podem estar submetidos. Todavia, em ramos cortados, o ar
penetra rapidamente nos vasos, interrompendo a continuação da coluna líquida e impõe
uma grande resistência ao fluxo.

OBJETIVO
Verificar o efeito da presença de ar nos vasos sobre a translocação de água pelo
xilema.

MATERIAL
- Ramos de plantas (tomateiro, feijoeiro, caruru-de-porco, etc)
- Trompa de vácuo (ou bomba de vácuo)
- Massa plástica de modelar e kitazato
- Lâmina de barbear

PROCEDIMENTO
Retire quatro secções de ramos, de mais ou menos 0,10-0,15 m, de uma das plantas
recomendadas pelo instrutor. Deixe-os murchar, durante uma ou duas horas, sobre a mesa
do laboratório. Quando as secções estiverem "tombando", por falta de turgescência,
submeta esses ramos aos seguintes tratamentos:
1. Mergulhe a base do primeiro ramo num copo de água.
2. Corte cerca de 50 mm da base do segundo ramo e mergulhe a extremidade cortada em
água, como no caso anterior.
3. Mergulhe em água a base do terceiro ramo, corte cerca de 50 mm dessa base (embaixo
d'água) e deixe-o absorvendo água no copo.
4. Coloque a base do quarto ramo num frasco para vácuo (kitazato) contendo água até a
metade. Tampe bem a boca do frasco com massa plástica (com cuidado para não quebrar
ou amassar o caule) e aplique vácuo durante uns 5 minutos. Desligue o vácuo e deixe o
ramo absorvendo água do próprio frasco.

3
1 2 1 2 3

1 2 3

Figura 1. Demonstração do processo de recuperação da turgescência (a) no momento da


montagem, (b) 20 minutos após o início do experimento, (c) 40 minutos após o
início do experimento. Os ramos foram (1) colocados em água, (2) recortado 50
mm da base e colocadas em água, (3) corte da porção basal em submersão e
colocados em água.

Os resultados obtidos demonstram que a recuperação da turgescência ocorre mais


rapidamente quando o corte do pecíolo é efetuado embaixo d’água. E a recuperação da
turgescência é ainda mais rápida quando os ramos são submetidos à bomba de pressão de
vácuo.
Figura 2. Ramos submetidos à pressão de vácuo, onde: (a) ramo murcho, (b)
succionamento do ar, (c) planta túrgida.

COMENTÁRIOS
A força de tensão promove a subida da água até a parte aérea e, essa coluna
durante a subida é mantida pela força de coesão entre as moléculas de água. Se uma folha
ou um ramo é cortado durante o processo de transpiração, as colunas de água recuam
abruptamente para o interior dos tecidos, abaixo da superfície cortada, devido à tensão.
A teoria da tensão-coesão pode ser demonstrada pela entrada de bolhas de ar nos
vasos do xilema, por um processo denominado embolia. As bolhas de ar no interior destes
vasos podem levar a obstrução do conduto, ou seja, o fluxo de água é diminuído pela
quebra da coesão e diminuição da área de transporte.
No experimento realizado, observou-se que ramos apresentaram-se murchos,
resultado da baixa capacidade de absorção e descontinuidade no processo de transporte,
devido principalmente, a entrada de ar e da quebra da coesão entre as moléculas de água.
No entanto, quando os ramos foram submetidos ao vácuo foi possível comprovar que a
força negativa aplicada sob a superfície da água provocou a sucção das bolhas de ar dos
vasos do xilema. A remoção das bolhas que se formaram na região do corte do caule,
promoveu a restauração da coesão e, a transpiração promoveu o transporte da água pelo
xilema sem a formação de cavitação, e por conseqüência observou-se uma rápida
recuperação da turgescência.
QUESTÕES
1. Dentre os tratamentos aplicados, que ramos recuperaram a turgescência mais
rapidamente?
2. Como você explica as diferenças na rapidez de recuperação da turgescência?
3. Como você poderia correlacionar esse fenômeno com a teoria coeso-tenso-transpiratória?
4. Tendo em vista suas observações, que recomendações você faria a um floricultor, quanto
ao período do dia mais indicado para cortar ramos de flor? Que explicação você daria
para justificar sua recomendação?
5. Como você trataria um ramo de flor para conservá-lo túrgido por mais tempo?

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