MODELO DE ARTIGO CIENTIFICO - ABNT NBR 6022 Word
MODELO DE ARTIGO CIENTIFICO - ABNT NBR 6022 Word
MODELO DE ARTIGO CIENTIFICO - ABNT NBR 6022 Word
Desglobalizado
Nome Completo
RESUMO
Este artigo analisa o impacto da globalização nas últimas três décadas, destacando
suas implicações econômicas, sociais e tecnológicas. A interconexão global
impulsionada pela Internet e mídias digitais trouxe oportunidades econômicas, como
o offshoring e a expansão das cadeias produtivas, mas também desafios como a
demanda por trabalhadores qualificados, automação e concentração de riqueza. O
contexto da pandemia de COVID-19 acelerou tendências de desglobalização e
protecionismo. O Brasil, apesar de sua participação em iniciativas internacionais,
enfrenta desafios para ampliar sua presença econômica global. Tecnologias como o
Linux e o Moodle exemplificam a influência das mídias digitais na sociedade
contemporânea, impulsionando a educação em rede e a cibercidadania. A análise
crítica da globalização destaca desequilíbrios sociais, econômicos e ambientais
gerados por estruturas de poder globais, desafiando a narrativa otimista e
destacando a necessidade de alternativas mais inclusivas e sustentáveis para
promover a solidariedade internacional e a justiça social.
ABSTRACT
This article examines the impact of globalization over the past three decades,
highlighting its economic, social, and technological implications. The global
interconnection driven by the Internet and digital media has brought economic
opportunities such as offshoring and the expansion of production chains, but also
challenges like the demand for skilled workers, automation, and wealth
concentration. The context of the COVID-19 pandemic has accelerated trends of
deglobalization and protectionism. Brazil, despite its participation in international
initiatives, faces challenges in expanding its global economic presence. Technologies
like Linux and Moodle exemplify the influence of digital media on contemporary
society, driving networked education and cyber citizenship. A critical analysis of
globalization highlights social, economic, and environmental imbalances generated
by global power structures, challenging the optimistic narrative and emphasizing the
need for more inclusive and sustainable alternatives to promote international
solidarity and social justice.
A evolução atual e prospectiva está cada vez mais marcada pela ditadura dos
mercados mundiais, que estão integrados em termos de produção, circulação de
capital e comércio. Na prática, no entanto, trata-se mais de mercados dominados
pelas potências estabelecidas e emergentes, que se tornaram mais livres em suas
estratégias extrativas de exploração e dominação após o colapso da URSS. As
contradições do capitalismo geraram várias crises ao longo do tempo, com sintomas
recentes manifestados na crise do petróleo nos anos 70, nas crises dos anos 90 no
México, Brasil e Argentina, passando pela crise do Japão, até as crises financeiras
desde 2007-2008 na Lehman Brothers e subsequentes dívidas privadas e públicas
na Europa, com suas repercussões econômicas, sociais e políticas (PESSOA,
2019).
Essas contradições e crises têm levado a maiores desigualdades regionais e
sociais, resultando em uma dupla polarização entre países e dentro de cada país,
entre classes e grupos sociais. Não é possível analisar a globalização sem
considerar seus efeitos sobre a democracia e seu exercício em diversas esferas da
vida econômica, social, cultural e política. Embora o conceito de globalização possa
sugerir um mundo de "escravidão global" ou "liberdade global", na prática, é
necessário avaliar como os princípios democráticos se manifestam ou não na
realidade, especialmente em relação à justiça e segurança sociais, que são
essenciais para uma verdadeira participação democrática (SILVA, 2019).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os defensores da globalização frequentemente enaltecem os seus benefícios
evidentes: a ampliação dos mercados, o influxo de investimentos, a disseminação de
tecnologia e os alegados progressos institucionais. Sob essa ótica, os países se
assemelham a jardins meticulosamente cultivados, onde o florescimento dos
mercados de capitais promete fertilizar o crescimento econômico e nutrir a vitalidade
empresarial. No entanto, essa narrativa de otimismo não é desprovida de
ressonâncias dissonantes. À medida que a globalização avança, suas sombras se
alongam, projetando-se sobre os estratos sociais com efeitos díspares e
devastadores. A prometida prosperidade nem sempre se traduz em benefícios
equitativos. Os frutos da interdependência global não são distribuídos
uniformemente; ao contrário, proliferam desigualdades socioeconomicas crescentes.
Além disso, a globalização expõe contradições intrínsecas. Enquanto
propaga a integração econômica e a convergência tecnológica, ela também promove
a desintegração de culturas locais e a perda de identidade regional. A busca
incessante pela eficiência e competitividade globalizada muitas vezes ignora os
contextos locais e compromete a sustentabilidade socioambiental em nome do
crescimento econômico. A crise global de saúde, desencadeada pela pandemia de
coronavírus, escancarou ainda mais essas fissuras. As disparidades digitais entre
países e dentro deles se tornaram mais evidentes, expondo as lacunas no acesso à
educação, à saúde e às oportunidades econômicas.
NAÏR, Sami; MORIN, Edgar. Uma política de civilização. Lisboa: Instituto Piaget,
1997.
RIBEIRO, Ana Clara Torres; SILVA, Cátia Antonia da. Impulsos globais e
espaço urbano: sobre o novo economicismo. In Ribeiro, Ana Clara Torres
Ribeiro (org.). El rostro urbano de América Latina. Buenos Aires: Clacso, 2004, p.
347-368.