Ap1 de Metafísica I

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Faculdade Católica de Fortaleza

Metafísica I

Questionário

1. Explique o conceito de EIDOS nos pré-socráticos e em Platão,


relacionando-os.

Os pré-socráticos e as busca
Os pré-socráticos foram os filósofos que viveram na Grécia Antiga antes
de Sócrates, por volta do século VI a.C. Eles buscavam explicar a
natureza do mundo e do universo por meio de princípios básicos,
chamados "arché" (do grego antigo ἀρχή), que significam "princípio" ou
"origem". Cada pré-socrático propôs diferentes arquês como fundamentos
subjacentes à realidade.

Aqui estão alguns dos pré-socráticos mais proeminentes e suas


respectivas archês:

1. Tales de Mileto: Considerado um dos primeiros filósofos ocidentais,


Tales afirmou que a água era a substância primordial (arché) de todas as
coisas.

2. Anaximandro: Discípulo de Tales, Anaximandro propôs que o "ápeiron",


ou o "ilimitado", era a fonte primordial da existência, algo indefinido e
indeterminado.

3. Anaxímenes: Ele postulou que o ar era a substância básica e


fundamental que constituía todas as coisas.

4. Heráclito: Heráclito acreditava que o fogo era a arché, e enfatizou a


mudança constante e o fluxo perpétuo como características fundamentais
do universo.

5. Parmênides: Parmênides argumentou que o ser é imutável e eterno, e


que a mudança é uma ilusão. Sua arché seria o "Ser"., também chamado
de união hipostática (o ser pode ser e não ser ao mesmo tempo)

7. Anaxágoras: Anaxágoras introduziu o conceito de "nous" (mente ou


inteligência) como o princípio organizador do universo, governando a
ordem e a mistura das coisas.
Esses filósofos pré-socráticos representam uma tentativa inicial de
compreender o mundo natural e suas origens por meio que é natural.
significativamente para o desenvolvimento do pensamento filosófico na
história ocidental.

Parmênides e Heráclito são dois dos filósofos pré-socráticos mais


influentes, e suas visões filosóficas representam duas perspectivas
extremamente contrastantes sobre a natureza da realidade.

Parmênides defendia a ideia de que o Ser é imutável, eterno e uno. Ele


argumentava que a mudança e a multiplicidade são ilusões, e que o
verdadeiro conhecimento só pode ser alcançado por meio da razão, não
dos sentidos. Para Parmênides, o Ser é estático e indivisível, e qualquer
tentativa de compreender a realidade em termos de mudança e
pluralidade é irracional.

Heráclito, por outro lado, defendia a ideia de que o mundo está


constantemente em fluxo. Ele enfatizava a mudança como uma
característica fundamental da realidade, e afirmava que "não podemos
entrar no mesmo rio duas vezes", sugerindo que tudo está em constante
movimento e transformação. Heráclito via a realidade como uma interação
dinâmica de opostos, onde o conflito e a mudança são inerentes.

Quanto ao termo "eidos", que significa "forma" ou "essência" em grego, é


mais associado à filosofia de Platão do que aos pré-socráticos. Platão
desenvolveu a teoria das Formas ou Ideias, onde argumentava que as
coisas que percebemos no mundo sensível são apenas cópias imperfeitas
das Formas eternas e imutáveis, que existem em um mundo inteligível.
No entanto, podemos relacionar o conceito de "eidos" com as visões de
Parmênides e Heráclito da seguinte maneira:

- Para Parmênides, o "eidos" poderia ser entendido como o Ser imutável


e eterno, a única verdadeira essência que subjaz a todas as aparências
ilusórias do mundo sensível.

- Para Heráclito, o "eidos" poderia ser interpretado como o fluxo constante


e dinâmico da realidade, a essência do processo de mudança perpétua.

Embora Parmênides e Heráclito tenham visões opostas sobre a natureza


da realidade, ambos contribuíram significativamente para o
desenvolvimento da filosofia ocidental, e suas ideias continuaram a
influenciar pensadores ao longo da história.

Os filósofo pré socrático buscam na natureza Eidos para os pré-


socráticos, era arque, ar (Teles), água, (), fogo ()
Eidos é uma palavra grega que, por alguns autores, é traduzindo como
‘’ideias”. Contudo, o que mais se aproxima ao que os gregos se referiam
com eidos é o vocábulo “forma”.

Os filósofos pré-socrático em busca da arque, o princípio de toda a


realidade, concebem o eidos como aquilo que está presente em todo da
physis (entendida aqui como tudo que está sujeito ao tempo e não apenas
os seres vivos). Contudo, isso que se apresenta em comum a todos os
seres não pode percebido pelos sentidos, mas apenas com o idem, ou
seja, com a inteligência.

Platão critica os filósofos da natureza ao argumentar que os princípios


que eles identificam não são de natureza metafísica. Segundo ele, o arqué
dos pré-socráticos, que é aquilo que é comum a todas as coisas, (como a
umidade, o fogo, o átomo, o ar dentre outros) é apenas um princípio que
emerge da própria natureza e não explica a multiplicidade da physis. Para
Platão, a causa não pode ser imanente, mas sim transcendente, pois
como poderia a causa da natureza ser natural? Nesse sentido, Platão
delineará o princípio da physis não sendo a physis, como concebiam os
pré-socráticos, mas sim algo que está para além da matéria sensível, o
eidos, plasmado pelo Demiurgo.

2. Quais são as principais características das ideias em Platão?


Explique-as!

Alguns comentadores de Platão identificam em sua teoria das formas


quatro características do eidos: perceidade, inteligibilidade, imutabilidade
e incorporeidade.

Perceidade: Solides, estabilidade e sempre do mesmo modo. Embora


Platão não tenha usado explicitamente o termo "perceidade", podemos
relacioná-lo à noção de experiência sensível no mundo físico. Para
Platão, a percepção sensorial é uma forma de conhecimento imperfeito e
ilusório. No entanto, ela desempenha um papel crucial na jornada
filosófica, pois é através da experiência sensível que os indivíduos
começam a perceber a existência de formas ou ideias transcendentais.
Essas percepções sensoriais são o ponto de partida para a busca do
conhecimento verdadeiro, que só pode ser alcançado através da razão e
da contemplação das formas ideais.

Inteligibilidade: Platão acreditava que o mundo das ideias, ou formas, é


a fonte do verdadeiro conhecimento. Essas formas são inteligíveis, o que
significa que podem ser compreendidas pela razão, não pelos sentidos.
Ao contrário das coisas no mundo físico, que são mutáveis e imperfeitas,
as formas são eternas e imutáveis. Portanto, a inteligibilidade está
intimamente ligada à capacidade da mente racional de compreender as
formas ideais, que são as verdadeiras realidades por trás das aparências
sensíveis.

Imutabilidade: existem por si e não podem deixar de ser. Platão


argumentava que as formas ou ideias são imutáveis e eternas. Elas
existem em um reino transcendental e não estão sujeitas às mudanças e
corrupções que ocorrem no mundo físico. Enquanto as coisas no mundo
sensível estão em constante fluxo e mudança, as formas ideais
permanecem constantes e imutáveis. A imutabilidade das formas garante
sua perfeição e sua supremacia sobre as coisas do mundo físico, que são
apenas cópias imperfeitas das formas.

Incorporeidade: As formas ou ideias em Platão são incorpóreas, o que


significa que não têm corpo físico. Elas existem em um reino
transcendental, além do mundo físico, e não são compostas de matéria.
Enquanto os objetos no mundo sensível têm uma natureza material e
estão sujeitos às limitações do espaço e do tempo, as formas ideais são
puramente espirituais e transcendem as limitações do mundo físico. Sua
incorporeidade as torna eternas e imutáveis, imunes às mudanças e
corrupções que afetam as coisas físicas.

3. O que significa dizer que a doutrina metafísica platônica é semi-


criacionista?

Platão, por meio da teoria das formas, consegue chegar a resposta sobre
o princípio da realidade sendo algo transcendente a physis e não
imanente, como pensavam os pré-socráticos. Contudo, ao teorizar as
formas como princípio, uma outra questão surge: como as formas, sendo
inteligíveis, se tornaram sensíveis? Platão explica essa materialização
das ideias por meio da doutrina do Demiurgo. Esta figura divina, que
modela o cosmos a partir de modelos eternos, ou "ideias", usando matéria
pré-existente. O demiurgo é retratado como um arquiteto divino que
organiza o caos primordial para criar um universo ordenado e harmonioso.
É por isso que sua doutrina metafísica é considerada semicriacionista,
devido ao papel que o Demiurgo desempenha na criação da realidade.

4. Qual a diferença entre doxa e episteme, em Platão?

"Doxa" é uma palavra grega que significa "opinião", "crença" ou "ponto de


vista". Na filosofia antiga, especialmente na obra de Platão, a "doxa" é
contraposta ao conhecimento verdadeiro, ou "episteme". Enquanto a
episteme se refere ao conhecimento baseado em princípios e razão, a
doxa é conhecimento baseado em opiniões, percepções sensoriais e
crenças não fundamentadas.
Em sua obra Protágoras, Platão acusa os sofistas de firmarem seus
argumentos em ‘doxas’. Os sofistas se utilizavam da arte da oratória, por
meio de argumentos muito bem organizados, estruturados e logicamente
concatenados, para defender suas ideias, contudo, os dados nos quais
eles se firmavam eram em doxa, por exemplo, as opiniões das pessoas
sobre o que é belo ou justo, o que é correto e errado, o que é a virtude e
a injustiça, mas tudo fruto de um mero pensamento opinioso.

Por Platão considera toda a realidade sensível como imperfeita, todo o


conhecimento que por meio dela poder ser adquirido também será
imperfeito. Nesse sentido, devemos buscar um conhecimento mais
elevado e verdadeiro que não é fruto do servível, mas sim da razão, a
episteme.

Na tradição filosófica posterior, a distinção entre doxa e episteme


continuou a ser importante. Aristóteles, por exemplo, também diferenciava
entre conhecimento baseado em opinião (doxa) e conhecimento baseado
em demonstração racional (episteme) em sua obra "Metafísica".

5. O que significa dizer que a doutrina das ideias em Platão é inatista?


Explique o sentido desse conceito em Platão e sua importância para
o conhecimento.

Ideias inatas
Dizer que a doutrina das ideias em Platão é inatista significa que Platão
acreditava que o conhecimento das ideias é inato ou inerente à alma
humana. Em outras palavras, Platão sustentava que os seres humanos já
possuem um conhecimento prévio das ideias antes mesmo de nascerem
ou de serem expostos a qualquer experiência sensorial.

Essa noção inatista está relacionada à teoria da reminiscência de Platão,


que argumenta que a alma humana existe anteriormente à vida terrena e
já possui conhecimento das formas ou ideias. Segundo Platão, quando a
alma encarna em um corpo físico, ela esquece temporariamente esse
conhecimento, mas pode recuperá-lo através do processo de recordação
ou reminiscência.

A importância desse conceito para o conhecimento reside no fato de que


Platão via a filosofia como um processo de recordação ou relembrança
das ideias que a alma já conhece. Em vez de adquirir conhecimento
através da observação do mundo sensível, como defendiam os
empiristas, Platão argumentava que o verdadeiro conhecimento é obtido
através da razão e da contemplação das ideias eternas e imutáveis.

Essa perspectiva inatista influenciou profundamente a visão platônica do


conhecimento e da educação. Platão acreditava que o objetivo da
educação não era simplesmente transmitir informações, mas sim
despertar o conhecimento interior que já existe na alma. Ele enfatizava a
importância da filosofia como um caminho para o autoconhecimento e a
busca da verdade, que reside nas formas ou ideias eternas.

6. Explique os conceitos de Substância e Acidentes em Aristóteles.

Aristóteles conceberá em sua metafísica que todos os entes possuem em


sim uma característica individualizante que permite com que o ente seja
ele não outro. Tomás de Aqui, no Ente e a essência, comentando a
metafísica aristotélica, dirá que a substância é ente enquanto sujeito apto
a existir por si e é somente por ela que os acidentes existem. A substância
é composta por forma e matéria, comportando a matéria, também
comporta e mantém os acidentes.

De acordo com Aristóteles, a substância é aquilo que existe por si só e


não é predicado de qualquer outra coisa. Ela é o sujeito fundamental que
subsiste sob as mudanças e propriedades acidentais. As substâncias
podem ser subdivididas em substâncias materiais (aquelas que têm uma
forma específica) e substâncias imateriais (tais como formas abstratas ou
essências).

Os acidentes, por outro lado, são características dos entes que não
subsistem não em si mesmos, mas nos entes. Nesse sentido, o branco
só existe estando associado a alguma coisa, por exemplo ao dizer “uma
garrafa branca”, ou “o branco da garrafa”, mas nunca se dirá “a garrafa do
branco”.

7. O que é hilemorfismo, explique esse conceito relacionando matéria


e forma na essência.

O hilemorfismo é uma teoria filosófica desenvolvida por Aristóteles para


explicar a natureza das substâncias. O termo "hilemorfismo" deriva do
grego "hylé" (matéria) e "morphé" (forma), e postula que todas as coisas
materiais são compostas de matéria e forma.

Por meio disso combate o dualismo de platão.


Dualidade(coexiste, aristóteles) e dualismo (uma contra o outro, platão)

Matéria (Hylé): A matéria é o substrato subjacente, a potencialidade, ou a


"coisa-prima" de uma substância. É a parte passível de mudança, a
matéria-prima que recebe a forma para se tornar uma coisa específica.
No entanto, por si só, a matéria é informe e indeterminada. Por exemplo,
a madeira é a matéria de uma mesa.
Forma (Morphé): A forma é o princípio organizador que confere identidade
e características específicas à matéria. É a essência, a estrutura ou a
natureza de uma coisa. A forma dá à matéria suas propriedades e
determina sua função. Continuando com o exemplo anterior, a forma de
uma mesa inclui sua configuração, design e função.

Na teoria hilemórfica, a matéria e a forma não existem separadamente,


mas juntas formam a substância completa. A forma atualiza a
potencialidade da matéria, dando-lhe forma e estrutura. A matéria fornece
o substrato para a forma se manifestar.

Por exemplo, considere um objeto simples como uma estátua de argila:

A argila é a matéria-prima, o substrato físico da estátua.


A forma é o projeto ou concepção da estátua na mente do escultor, que
confere à argila sua forma específica de estátua.
Assim, o hilemorfismo é essencial para entender a natureza das coisas
materiais, pois reconhece a interdependência entre matéria e forma na
constituição das substâncias. É uma abordagem que enfatiza a unidade
entre o potencial e o atualizado, o indeterminado e o determinado, na
realidade física.

8. Conceitue o conceito categoria em Aristóteles.

Em Aristóteles, o termo "categoria" refere-se a uma classificação


fundamental das diferentes maneiras pelas quais algo pode ser afirmado
ou predicado de uma substância. Aristóteles introduz as categorias em
sua obra "Categorias", onde ele enumera dez modos básicos pelos quais
as coisas podem ser ditas ou pensadas. Essas categorias são:

1. Substância: De acordo com Aristóteles, a substância é aquilo que


existe por si só e não é predicado de qualquer outra coisa. Ela é o sujeito
fundamental que subsiste sob as mudanças e propriedades acidentais.
As substâncias podem ser subdivididas em substâncias materiais
(aquelas que têm uma forma específica) e substâncias imateriais (tais
como formas abstratas ou essências).
2. Qualidade: Refere-se às características ou atributos que descrevem a
natureza de uma substância. Por exemplo, cor, textura, temperatura, etc.
As qualidades são uma das categorias aristotélicas que definem a
natureza das coisas.
3. Quantidade: Denota a medida ou extensão de uma substância. Pode
ser compreendida em termos de magnitude e números, como o tamanho,
a quantidade, a medida, etc.
4. Relação: Indica a conexão ou ligação entre duas ou mais substâncias
ou entre partes de uma substância. Aristóteles considerava a relação
como uma das categorias fundamentais do ser.
5. Lugar (onde): Refere-se ao local ocupado por uma substância no
espaço. Aristóteles considerava o lugar como o limite da superfície
circundante da substância.
7. Posição: Indica a disposição ou localização relativa de uma substância
em relação a outras. É uma característica relacionada ao lugar e à
orientação espacial.
8. Posse: elação de um indivíduo com um objeto externo que está sob
seu controle e uso. Para Aristóteles, a posse envolve tanto a propriedade
legal quanto o uso prático de um objeto.
9. Tempo: Na metafísica aristotélica, o tempo é concebido como a medida
do movimento em relação à antes e depois. Ele não é considerado como
uma substância independente, mas sim uma condição necessária para a
mudança e a sucessão.
10. Ação e Paixão: Aristóteles distingue entre ação (energeia) e paixão
(pathos). Ação refere-se à capacidade de realizar uma ação ou exercer
uma atividade, enquanto paixão se refere à capacidade de sofrer uma
ação ou ser afetado por algo externo.

Por exemplo, Pedro é homem (viri), é inteligente, alto, filho de João e


Maria, está sentado na sala, estudando filosofia com dor de cabeça e
papel e caneta na mão as 15h.

Substância: “Pedro é homem”


Qualidade: “é inteligente”
Quantidade: “alto” (envolve quantidade de alguma coisa)
Relação: “filho de João e Maria
Lugar: “na sala”
Posição: “está sentado”
Posse: “com papel e caneta”
Tempo: “as 15h”
Ação e Paixão: “estudando com dor de cabeça”

9. Explique o diagrama abaixo:


SER
FORMA
SUBSTÂNCIA ACIDENTE
ESSÊNCIA PROPRIEDADES
MATÉRIA

10. Explique os tipos de acidentes que inerem a substância.

Os acidentes não têm em si mesmo razão de sua própria explicabilidade.


É da essência dos acidentes se ligar a uma substância. O branco é
característica de um objeto e não existiria sem esse objeto.
Acidentes próprios da espécie: Um cavalo não terá um acidente de ser
ereto e bípedes, pois esses acidentes são próprios da espécie humana.
O acidente acompanha a substancialidade.
Acidentes inseparáveis de cada indivíduo: Esses acidentes nascem de
modo concreto com cada sujeito. O sujeito é alto ou magro, loiro, olho azul
ou castanho. Aquilo que cada sujeito possui em si desde o nascimento.
“Os acidentes são sempre das substâncias e eu parto dos acidentes até
chegar na substância [...] aquilo que não é essencial no objeto é acidente.”
Acidentes separáveis da substância: que procedem dos princípios
internos do sujeito, andar, comer, estar sentado, um objeto em queda
livre, que afetam o sujeito ou objeto de forma passageira.
Acidentes que procedem de um agente externo: são acidentes que uma
pessoa recebe, sofre, por um agente externo, educação, amputação de
um membro, e etc...

11. O que é o princípio de causalidade e quais são as quatro causas,


segundo Aristóteles, explique-as.

O princípio de causalidade, também conhecido como princípio de causa


e efeito, é uma ideia fundamental na filosofia aristotélica e em muitas
outras tradições filosóficas e científicas. Esse princípio afirma que todo
evento ou fenômeno tem uma causa, ou seja, nada acontece sem uma
razão ou explicação para sua ocorrência.

Aristóteles elaborou uma teoria das causas que explora diferentes


aspectos ou tipos de causas que podem explicar o surgimento ou
mudança de um objeto ou evento. Ele identificou quatro causas principais:
1. **Causa Material (causa materialis)**: Esta é a causa que se refere à
substância da qual algo é feito. É a matéria-prima da qual um objeto é
formado. Por exemplo, a madeira é a causa material de uma mesa. É a
substância que constitui a essência física do objeto.

2. **Causa Formal (causa formalis)**: Esta é a causa que se refere à


forma ou à estrutura do objeto. É a essência ou o design que dá ao objeto
sua identidade e função específicas. Por exemplo, o plano ou o projeto de
uma mesa é a causa formal que determina sua forma específica e
características.

3. **Causa Eficiente (causa efficiens)**: Esta é a causa que se refere à


ação ou agente que produz a mudança ou o efeito. É o princípio ativo que
transforma a matéria em conformidade com a forma. Por exemplo, o
carpinteiro que constrói a mesa é a causa eficiente que realiza a
transformação da madeira na forma de uma mesa.

4. **Causa Final (causa finalis)**: Esta é a causa que se refere ao


propósito ou objetivo para o qual algo é feito. É a razão ou intenção que
motiva a criação ou ação. Por exemplo, o propósito de uma mesa pode
ser servir como uma superfície para realizar tarefas ou refeições. A causa
final responde à pergunta "para quê?".

Essas quatro causas oferecem uma explicação abrangente e


multifacetada para a existência e funcionamento das coisas no mundo.
Elas são interdependentes e trabalham juntas para fornecer uma
compreensão completa dos eventos e objetos observados.
12. Como Aristóteles demonstra a existência do Primeiro Motor e qual a
diferença do deus Aristotélico, do deus de Platão e o Deus cristão?
13. Explique a expressão primum notum ?

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