IRC - Guia Fiscal 2024 - PWC Portugal

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14/03/24, 08:17 IRC – Guia Fiscal 2024 – PwC Portugal

PwC Portugal Novidades fiscais Guia Fiscal 2024 IRC

Guia Fiscal 2024 – IRC

ᐅ Atualizado a 20 de janeiro de 2024

Incidência

Sujeitos passivos e base do imposto

Sujeitos passivos de IRC Base do imposto

Pessoas coletivas, com sede ou Lucro


direção efetiva em território
português, que exerçam uma
atividade de natureza comercial,
industrial ou agrícola (sociedades
comerciais, cooperativas, etc.)

Pessoas coletivas, com sede ou Rendimento global (soma


direção efetiva em território dos rendimentos das
português, que não exerçam uma categorias consideradas
atividade de natureza comercial, para efeitos de IRS)
industrial ou agrícola (associações,
fundações, sociedades civis sem
personalidade jurídica, etc.)

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Pessoas coletivas não residentes em Lucro imputável ao


território português que exerçam a estabelecimento estável
sua atividade através de situado em território
estabelecimento estável aqui situado português
(ex: sucursais)

Pessoas coletivas não residentes em Rendimento Global (soma


território português sem dos rendimentos das
estabelecimento estável categorias consideradas
para efeitos de IRS) –
geralmente tributadas por
retenção na fonte

Determinação da matéria coletável

Lucro tributável
O lucro tributável das entidades que exerçam a título principal, uma atividade de
natureza comercial, industrial ou agrícola, é apurado da seguinte forma:

Como calcular o lucro tributável?

RLE
(+)(-) Ajustamentos ao quadro 07

(=) Lucro tributável

(-) Prejuízos fiscais

(=) Matéria Coletável

(x) Taxa de imposto

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(=) Coleta

(+) Derrama Estadual

(=) Coleta total

(-) Deduções à coleta

(=) IRC liquidado

(-) Retenções na fonte /PPC/PAC

(=) IRC a pagar ou receber

(+) Derrama municipal


(+) Tributações autónomas

(=) Total do imposto a pagar/recuperar

Depreciação e amortização

Ativos Taxa anual


(tabela exemplificativa) quotas constantes
(%)

– Ativo fixo tangível –

Edifícios e Edifícios industriais 5


outras Comerciais e administrativos 2
construções:

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Equipamentos Oficinas: Carpintarias 12,5


de uso geral:
Serralharias 14,28

Máquinas – Ligeiras 20
ferramentas:
Pesadas 12,5

Aparelhagem e 20
máquinas eletrónicas

Aparelhos de 14,28
laboratório e
precisão
20
Equipamento de
escritório
12,5
(fotocopiadoras)
33,33
Mobiliário
33,33
Computadores
20
Programas de
computador

Aparelhos telemóveis

Veículos Ligeiros e mistos 25


automóveis:
Pesados de passageiros 14,28

Pesados e reboques, de 20
mercadorias

– Ativo intangível –

Projetos de desenvolvimento 33,33%

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Elementos da propriedade Utilização exclusiva Taxa determinada em


industrial, tais como seja reconhecida por função do período de
patentes, marcas, alvarás, um período limitado tempo em que tiver
processos de fabrico, de tempo lugar a utilização
moldes ou outros direitos exclusiva
assimilados, adquiridos a
Não tenha vigência
título oneroso (1) (2)
temporal limitada Durante os primeiros
20 períodos de
tributação após o
reconhecimento
inicial

Trespasse/Goodwill (1) Adquirido numa Durante os primeiros


concentração de 20 (15 no caso de
atividades Goodwill) períodos de
empresariais tributação após o
(excluindo o reconhecimento
respeitante a inicial
participações sociais)

Outras situações Não é amortizável,


exceto em caso de
deperecimento
efetivo, devidamente
comprovado e
autorizado pela AT

(1) Não é aceite como gasto o custo com aquisição de ativos intangíveis adquiridos a entidades

residentes em país, território ou região sujeito a um regime fiscal claramente mais favorável

constante da lista aprovada por portaria do membro do Governo responsável pela área das

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finanças.

(2) Não é aceite como gasto o custo com aquisição de ativos intangíveis adquiridos a entidades

relacionadas, tal como definidas nos termos das regras de preços de transferência.

Perdas por imparidade fiscalmente dedutíveis

São aceites fiscalmente as seguintes perdas por imparidade:

a) As relacionadas com créditos resultantes da atividade normal que no fim do


período sejam considerados de cobrança duvidosa e evidenciados como tal na
contabilidade, quando o risco de incobrabilidade esteja devidamente justificado;

Considera-se justificada a incobrabilidade nos seguintes casos:

Processo de insolvência e de recuperação de empresas ou processo de


execução;

Créditos reclamados judicialmente ou em tribunal arbitral;

Créditos em mora há mais de seis meses desde a data do respetivo


vencimento e existam provas objetivas de imparidade e de terem sido
efetuadas diligências para o seu recebimento, respeitados os seguintes
limites:

25% para créditos em mora há mais de 6 meses e até 12 meses;

50% para créditos em mora há mais de 12 meses e até 18 meses;

75% para créditos em mora há mais de 18 meses e até 24 meses;

100% para créditos em mora há mais de 24 meses.

b) As relativas a recibos por cobrar reconhecidas pelas empresas de seguros;

c) As constituídas para risco específico de crédito, em títulos e em outras


aplicações, pelas entidades sujeitas à supervisão do Banco de Portugal e pelas
sucursais em Portugal de instituições de crédito e outras instituições financeiras

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com sede noutro Estado membro da União Europeia ou do Espaço Económico


Europeu;

d) As relativas a desvalorizações excecionais verificadas em ativos fixos


tangíveis, ativos intangíveis, ativos biológicos não consumíveis e propriedades
de investimento, aceites pela Autoridade Tributária mediante requerimento;

e) As relativas a inventários até ao limite da diferença entre o custo de aquisição


ou de produção dos inventários e o respetivo valor realizável líquido referido à
data do balanço, quando este for inferior àquele.

Provisões fiscalmente dedutíveis

São fiscalmente dedutíveis as seguintes provisões:

a) As que se destinem a fazer face a obrigações e encargos derivados de


processos judiciais em curso por factos que determinariam a inclusão de tais
encargos entre os gastos do período de tributação;

b) As que se destinem a fazer face a encargos com garantias a clientes


previstas em contratos de venda e de prestação de serviços;

c) As provisões técnicas constituídas obrigatoriamente, por força de normas


emanadas pelo Instituto de Seguros de Portugal, pelas empresas de seguros
sujeitas à sua supervisão e pelas sucursais em Portugal de empresas
seguradoras com sede em outro Estado membro da União Europeia;

d) As que se destinem a fazer face aos encargos com a reparação de danos de


caráter ambiental, sempre que tal seja legalmente obrigatório.

Mais-valias e menos-valias fiscais

As mais-valias e as menos-valias fiscais são calculadas como segue:

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Mais-valia/ Menos-valia fiscal = Valor de ealização - (Valor de quisição -


Amortizações cumuladas - Perdas por imparidade aceites) x coeficiente de
desvalorização da moeda

Participações sociais
Não concorrem para a determinação do lucro tributável as mais-valias e menos-
valias realizadas mediante transmissão onerosa de partes sociais, bem como
outros instrumentos de capital próprio, detidas ininterruptamente por um
período não inferior a 12 meses, desde que, entre outros requisitos, o sujeito
passivo detenha, diretamente, ou direta e indiretamente, uma participação não
inferior a 10% do capital social ou dos direitos de voto.

As mais-valias fiscais realizadas com a transmissão de ações ou partes de


capital adquiridas antes de 1 de janeiro de 1989 não são tributáveis.

Regime do reinvestimento
Permite a exclusão de tributação de 50% da diferença positiva entre as mais-
valias e as menos-valias realizadas mediante a transmissão onerosa de ativos
fixos tangíveis, ativos intangíveis e ativos biológicos não consumíveis, detidos
por período não inferior a um ano, entre outros requisitos, quando o valor de
realização destes seja reinvestido, no período de tributação anterior ao da
realização, no próprio período de tributação ou até ao fim do segundo período
de tributação seguinte.

Ao reinvestimento parcial, corresponderá um benefício proporcional ao do


reinvestimento efetuado. No caso de não ter ocorrido reinvestimento total, a
diferença (ou a parte proporcional da mesma) não incluída no lucro tributável
será considerada como rendimento do segundo período de tributação seguinte
ao da realização, majorada em 15%.

Eliminação da dupla tributação económica sobre lucros e reservas


distribuídos a sujeitos passivos de IRC (“participation exemption”)

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Os lucros e reservas distribuídos a sujeitos passivos de IRC com sede ou


direção efetiva em território português não concorrem para a determinação do
lucro tributável desde que se verifiquem cumulativamente os requisitos
mencionados infra.

Requisitos

Entidade a quem são distribuídos / imputados os lucros e reservas

Sujeito passivo de IRC residente para efeitos fiscais em Portugal que não
esteja sujeita ao regime da transparência fiscal;

Participação direta ou direta e indireta, não inferior a 10% do capital social


ou dos direitos de voto da entidade que distribui os lucros e reservas, detida
de modo ininterrupto durante o ano anterior à distribuição ou, se detida há
menos tempo, mantida durante o tempo necessário para completar aquele
período.

Entidade que distribui os lucros ou reservas

Sujeita e não isenta de IRC, de um imposto referido no artigo 2.º da Diretiva


n.º 2011/96/UE, do Conselho, de 30 de novembro, ou de um imposto de
natureza idêntica ou similar ao IRC e a taxa legal aplicável não seja inferior a
60% da taxa geral de IRC (21%);

Não tenha residência ou domicílio em país, território ou região sujeito a um


regime fiscal claramente mais favorável constante de lista aprovada por
portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças.

Este regime não é aplicável, nomeadamente, nas seguintes situações:

Os lucros e reservas distribuídos correspondam a gastos dedutíveis pela


entidade que os distribui;

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Quando exista uma construção ou série de construções que, não seja


realizada por razões económicas válidas e não reflita substância económica;

Quando não tenham sido cumpridas as obrigações declarativas previstas no


Registo Central do Beneficiário Efetivo (RCBE), ou quando o(s)
beneficiário(s) efetivo(s) declarado(s) seja residente ou domiciliado em país,
território ou região sujeito a um regime fiscal claramente mais favorável,
constante de lista aprovada , exceto, neste último caso, se provar que a
entidade beneficiária dos rendimentos não integra uma construção ou série
de construções que não seja realizada por razões económicas válidas e não
reflita substância económica.

Prejuízos fiscais – Dedução sem limitação temporal

Os prejuízos fiscais apurados em períodos de tributação que se iniciem em ou


após 1 de janeiro de 2023 são deduzidos aos lucros tributáveis dos períodos de
tributação posteriores, sem limite temporal. Esta nova regra aplica-se também
aos prejuízos fiscais apurados em períodos de tributação anteriores a 1 de
janeiro de 2023, cujo período de dedução ainda se encontre em curso naquela
data.

A dedução de prejuízos fiscais está limitada a 65% do lucro tributável, não


ficando, porém, prejudicada a dedução da parte desses prejuízos que não
tenham sido deduzidos, nas mesmas condições, nos períodos de tributação
posteriores.

Os prejuízos fiscais apurados em determinado período de tributação não podem


ser deduzidos aos lucros tributáveis de um ou mais períodos de tributação
posteriores quando se verificar, à data do termo do período de tributação em
que é efetuada a dedução, que, em relação àquele a que respeitam os
prejuízos, se verificou a alteração da titularidade de mais de 50% do capital
social ou da maioria dos direitos de voto, exeto quando se conclua que a

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operação não teve como principal objetivo ou como um dos principais objetivos
a evasão fiscal, o que pode considerar-se verificado, nomeadamente, nos casos
em que a operação tenha sido realizada por razões económicas válidas.

Correções à matéria coletável


Preços de transferência

Conceito
Nas operações efetuadas entre um sujeito passivo e qualquer outra entidade,
sujeita ou não a IRC, com a qual esteja em situação de relações especiais,
devem ser contratados, aceites e praticados termos ou condições
substancialmente idênticos aos que normalmente seriam contratados, aceites e
praticados entre entidades independentes em operações comparáveis (princípio
de plena concorrência).

Este tipo de operações assume a natureza de:

operações comerciais, incluindo qualquer operação ou série de operações


que tenha por objeto bens tangíveis ou intangíveis, direitos ou serviços,
ainda que realizadas no âmbito de um qualquer acordo, designadamente de
partilha de custos e de prestação de serviços intragrupo;

operações financeiras, envolvendo concessão ou obtenção de crédito de


qualquer natureza, instrumentos financeiros derivados, prestação de
garantias, implícitas ou explícitas, acordos de centralização de tesouraria e
operações envolvendo partes de capital;

operações de reestruturação ou de reorganização empresariais, que


envolvam alterações de estruturas de negócio, a cessação ou renegociação
substancial dos contratos existentes, em especial quando impliquem a
transferência de bens tangíveis, intangíveis, direitos sobre intangíveis, ou
compensações por danos emergentes ou lucros cessantes.

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Adicionalmente, dever-se-á ter em consideração o princípio de plena


concorrência para efeitos do apuramento de mais-valias ou menos-valia em
operações realizadas entre um sujeito passivo de IRS e uma entidade com a
qual se encontre em contexto de relação especial.

Na determinação dos termos e condições praticados em operações com


entidades relacionadas, o sujeito passivo deve adotar qualquer dos métodos
seguintes:

O método do preço comparável de mercado, o método do preço de revenda


minorado, o método do custo majorado, o método do fraccionamento do
lucro ou o método da margem líquida da operação;

Outro método, técnica ou modelo de avaliação económica de ativos


geralmente aceites, sempre que os métodos acima mencionados não
possam ser utilizados devido ao carácter único ou singular das operações
ou perante a falta ou escassez de informações e dados comparáveis fiáveis.

Em caso de não observância das regras de preços de transferência, a


Autoridade Tributária e Aduaneira pode efetuar correções na determinação do
lucro tributável, pelo montante correspondente ao que teria sido obtido se as
operações se tivessem efetuado numa situação normal de mercado.

A legislação de preços de transferência foi recentemente alterada através da


Portaria n.º 268/2021, de 26 de novembro, que revogou a anterior Portaria n.º
1446-C/2011, de 21 de dezembro, e veio atualizar o regime português de
preços de transferência. Esta Portaria entrou em vigor a 27 de Novembro de
2021, embora relativamente aos requisitos de preparação da documentação a
mesma produza efeitos para os períodos de tributação que se iniciem em ou
após 1 janeiro de 2021.

Existem diversas alterações relevantes, mas será de destacar os seguintes


aspetos:

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Operações envolvendo intangíveis – obrigatoriedade de identificar


intangíveis associados a operações vinculadas e respetivos riscos
economicamente relevantes, assim como as condições contratuais
inerentes, a sua análise funcional e a avaliação da coerência entre os termos
contratualmente estabelecidos e a conduta das entidades envolvidas.
Verificação que a entidade que assume os riscos economicamente
relevantes detém o controlo e tem capacidade financeira para assumir os
riscos relacionados com o desenvolvimento, melhoramento, manutenção,
proteção e exploração do intangível;

Operações de reestruturação – impõe-se explicitamente a conformidade


das operações de reestruturação com o princípio de plena concorrência,
incluindo a aferição da exigibilidade de uma compensação atribuível à
entidade reestruturada, as motivações que deram origem à reestruturação,
os benefícios esperados e as opções realisticamente disponíveis para as
entidades relacionadas envolvidas;

Ajustamento correlativo – indicação mais detalhada e precisa dos


mecanismos de resolução de litígios em matéria fiscal e de eliminação de
dupla tributação internacional, incluindo dos procedimentos a adotar pelo
sujeito passivo;

Indicação explicita que a AT tem, por referência, o valor correspondente à


Mediana do intervalo dos resultados alcançados nas análises económicas
no caso de propor correções positivas ao lucro tributável do contribuinte; e,

Incorporação de novos anexos com informação detalhada a constar tanto


no Master File como no Local File (anexo I e II), nos acordos de partilha de
custos (anexo III) e prestações de serviços intragrupo (anexo IV).

Documentação de preços de transferência


Os sujeitos passivos que registem um montante total anual de rendimentos
superior a € 10.000.000 no próprio período de tributação a que respeita a

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obrigação (até 2020, inclusivé, a obrigação é de € 3.000.000 no período de


tributação anterior a que respeita a obrigação), estão obrigados a preparar e
organizar a documentação de preços de transferência.

Os sujeitos passivos que, mesmo registando um montante total anual de


rendimentos superior a € 10.000.000, estão dispensados da preparação da
documentação de preços de transferência relativamente a operações
vinculadas cujo valor no período em causa não seja superior, por contraparte, a
€ 100.000 e, na sua globalidade, a € 500.000.

As isenções mencionadas não são aplicáveis no caso de as operações


vinculadas serem realizadas com entidades sujeitas a regimes fiscais mais
favoráveis, nos termos dos n.º 1 e 5 do artigo 63.º-D da Lei Geral Tributária.

A estrutura da documentação de preços de transferência foi revista, estando


agora expressamente prevista uma dupla estrutura: Dossier Principal (Master
File) e Dossier Específico (Local File).

Os sujeitos passivos qualificados enquanto PME (de acordo com o Decreto-Lei


n.º 372/2007, de 6 novembro), podem apresentar um Dossier Simplificado.

A documentação de preços de transferência deverá ser apresentada em língua


portuguesa. Caso os documentos não se encontrem em língua portuguesa, a
tradução poderá ser dispensada pela Autoridade Tributária e Aduaneira por se
mostrar acessível o conhecimento do conteúdo da documentação na língua
original.

O incumprimento da obrigação de apresentação da documentação de preços


de transferência é punível com coima.

Os sujeitos passivos cuja situação tributária seja acompanhada pela Unidade


dos Grandes Contribuintes e que estejam obrigados a preparar e organizar a
documentação de preços de transferência, têm de proceder à sua entrega até

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ao 15º dia do 7º mês posterior ao fim do período de tributação a que respeita


(independentemente de esse dia ser útil ou não útil).

Os demais sujeitos passivos só deverão entregar a documentação de preços de


transferência em caso de notificação da Autoridade Tributária e Aduaneira.

IES/ Declaração Anual

Deve ser declarada no Anexo H da IES a informação relativa a preços de


transferência, nomeadamente:

a identificação das entidades em causa e natureza da relação especial;

os montantes anuais e natureza das transações;

os métodos de preços de transferência aplicados e quaisquer alterações


ocorridas às metodologias adotadas; e

o valor das correções efetuadas na determinação do lucro tributável pela


não observância do princípio da plena concorrência na fixação dos termos e
condições das operações; e

a declaração de se o contribuinte organizou, ao tempo em que as operações


tiveram lugar, e mantém, a documentação relativa aos preços de
transferência praticados.

A IES/Declaração Anual, e respetivos Anexos, deve ser submetida até ao 15.º


dia do 7.º mês posterior ao fim do período de tributação a que respeita
(independentemente de esse dia ser útil ou não útil).

Country-by-Country Reporting (CbCR)

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Modelo 55 – Country-by-Country Reporting


A entidade-mãe final de um grupo de empresas multinacionais cujo total de
rendimentos consolidados (tal como refletido nas suas demonstrações
financeiras consolidadas) seja, no período imediatamente anterior, igual ou
superior a € 750.000.000 está obrigada a apresentar, relativamente a cada
período de tributação, uma declaração de informação financeira e fiscal por país
ou jurisdição fiscal relativa às entidades constituintes desse grupo (CbCR).

No entanto, a obrigação de apresentação desta declaração poderá recair sobre


a entidade constituinte residente em território português que não seja a
entidade-mãe final do grupo (entidade-mãe de substituição) nos seguintes
casos:

Seja detida direta ou indiretamente por entidades não residentes que não
estejam obrigadas à apresentação do CbCR;

Apesar de vigorar na jurisdição em que a entidade-mãe final é residente um


acordo internacional com Portugal, não vigore um acordo qualificado entre
as autoridades competentes no prazo previsto para indicação, pelas
entidades constituintes do grupo, da entidade declarante; ou

Se verifique uma falha sistémica da jurisdição de residência fiscal da


entidade-mãe final indicada como declarante à Autoridade Tributária e
Aduaneira.

O CbCR deve ser apresentado no prazo de doze meses a contar do último dia
do período de relato do grupo multinacional de empresas, através da submissão
eletrónica do Modelo 55.

Modelo 54 – Comunicação da identificação da entidade declarante


Qualquer entidade residente ou com estabelecimento estável em Portugal que
integre um grupo no qual algumas das entidades estejam obrigadas à
apresentação do CbCR deve comunicar eletronicamente à Autoridade Tributária

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e Aduaneira qual o país ou jurisdição em que esta é residente para efeitos


fiscais, o seu número de identificação fiscal e a morada. A comunicação é
realizada através da submissão do Modelo 54.

A submissão deve ser efetuada até ao último dia do mês de maio ou, no caso
de o sujeito passivo adotar um exercício fiscal diferente do ano civil, até ao
último dia do 5.º mês seguinte à data do termo desse período,
independentemente de esse dia ser útil ou não.

Acordos prévios sobre preços de transferência


É possível solicitar à Autoridade Tributária e Aduaneira a celebração de acordos
prévios sobre preços de transferência, com caráter unilateral, bilateral ou
multilateral, com o objetivo de definir os termos e condições a praticar em
operações comerciais e financeiras realizadas com entidades relacionadas, por
um período máximo de quatro anos.

A celebração de um acordo prévio vincula o sujeito passivo ao pagamento de


uma taxa, calculada em função do seu volume de negócios.

Em novembro de 2021 foi publicada uma nova Portaria relativa à


regulamentação dos Acordos Prévios de Preços de Transferência (Portaria n.º
267/2021, de 26 de novembro) cuja principal alteração está relacionada com a
possibilidade do Acordo negociado entre o Sujeito Passivo e a Autoridade
Tributária poder ser aplicado retroativamente aos dois exercícios anteriores,
além de vigorar por um período máximo de quatro anos.

Imputação de rendimentos de entidades não residentes sujeitas a um


regime fiscal privilegiado (CFC – Controlled Foreign Companies)

Os lucros ou rendimentos obtidos por entidades não residentes em território


português e submetidos a um regime fiscal claramente mais favorável são
imputados aos sujeitos passivos de IRC residentes em território português que
detenham, direta ou indiretamente, mesmo que através de mandatário,

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fiduciário ou interposta pessoa, pelo menos 25% das partes de capital, dos
direitos de voto ou dos direitos sobre os rendimentos ou os elementos
patrimoniais dessas entidades.

Considera-se que uma entidade está sujeita a um regime claramente mais


favorável quando:

o território onde se encontra integra a lista aprovada por portaria do


membro do Governo responsável pela área das finanças;

o imposto sobre os lucros efetivamente pago seja inferior a 50% do imposto


que seria devido nos termos do Código do IRC.

Quando ao sujeito passivo residente sejam distribuídos lucros ou rendimentos


provenientes de uma entidade não residente a que tenha sido aplicável o regime
CFC, são deduzidos na base tributável relativa ao período de tributação em que
esses rendimentos sejam obtidos, até à sua concorrência, os valores que o
sujeito passivo prove que já foram imputados.

Este regime não se aplica às entidades não residentes em território português


desde que a soma dos rendimentos que sejam provenientes de uma ou mais
das seguintes categorias não exceda 25 % do total dos seus rendimentos:

Royalties ou outros rendimentos provenientes de direitos da propriedade


intelectual, direitos de imagem ou direitos similares;

Dividendos e rendimentos provenientes da alienação de partes de capital;

Rendimentos provenientes de locação financeira;

Rendimentos provenientes de operações próprias da atividade bancária,


mesmo que não exercida por instituições de crédito, da atividade
seguradora ou de outras atividades financeiras, realizadas com entidades
com as quais existam relações especiais, nos termos do n.º 4 do artigo 63.º
do Código do IRC;
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Rendimentos provenientes de empresas de faturação que obtenham


rendimentos de comércio e serviços provenientes de bens e serviços
comprados e vendidos a entidades com as quais existam relações
especiais, nos termos do n.º 4 do artigo 63.º do Código do IRC, e que
acrescentem pouco ou nenhum valor económico;

Juros ou outros rendimentos de capitais.

Estas regras não se aplicam quando a entidade não residente em território


português seja residente ou esteja estabelecida noutro Estado membro da
União Europeia ou num Estado membro do Espaço Económico Europeu
vinculado a cooperação administrativa no domínio da fiscalidade, e o sujeito
passivo demonstre que a constituição e funcionamento da entidade
correspondem a razões económicas válidas e que esta desenvolve uma
atividade económica de natureza agrícola, comercial, industrial ou de prestação
de serviços, com recurso a pessoal, equipamento, ativos e instalações.

Limitação à dedutibilidade de gastos de financiamento


Regime

Os gastos de financiamento líquidos concorrem para a determinação do lucro


tributável até ao maior dos seguintes limites:

€ 1.000.000; ou

30% do “EBITDA fiscal”.

Os gastos de financiamento líquidos não dedutíveis nos termos acima referidos


podem ser considerados na determinação do lucro tributável de um ou mais
dos cinco períodos de tributação posteriores, após a dedução dos gastos de
financiamento líquidos desse mesmo período, com as mesmas limitações.

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Caso o montante dos gastos de financiamento deduzidos seja inferior a 30% do


EBITDA fiscal, a parte não utilizada deste limite acresce ao montante máximo
dedutível, até ao quinto período de tributação posterior.

É possível diferir o excesso a reportar e consideração do crédito (“folga”) e


respetivo reporte na dedução na determinação do lucro tributável dos gastos de
financiamento líquidos, quando exista a alteração de mais de 50% da
titularidade do capital social ou direitos de voto do sujeito passivo, quando se
conclua que a operação não teve como principal objetivo ou como um dos
principais objetivos a evasão fiscal, que se considera verificado,
nomeadamente, nos casos em que a operação tenha sido realizada por razões
económicas válidas.

Conceitos de gastos de financiamento

São considerados gastos de financiamento:

Juros de descobertos bancários e de empréstimos obtidos a curto e longo


prazos ou quaisquer importâncias devidas ou imputadas à remuneração de
capitais alheios;

Juros de obrigações (obrigações convertíveis, obrigações subordinadas e


obrigações de cupão zero, e outros títulos assimilados);

Amortizações de descontos ou de prémios relacionados com empréstimos


obtidos;

Amortizações de custos acessórios incorridos em ligação com a obtenção


de empréstimos;

Encargos financeiros relativos a locações financeiras;

Depreciações ou amortizações de custos de empréstimos obtidos


capitalizados no custo de aquisição de elementos do ativo;

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Montantes calculados por referência ao retorno de um financiamento no


âmbito das regras em matéria de preços de transferência;

Montantes de juros nocionais no âmbito de instrumentos derivados ou de


mecanismos de cobertura do risco relacionados com empréstimos obtidos;

Ganhos e perdas cambiais relativos a empréstimos obtidos e instrumentos


associados à obtenção de financiamento;

Comissões de garantia para acordos de financiamento;

Taxas de negociação e gastos similares relacionados com a obtenção de


empréstimos.

São considerados gastos de financiamento líquidos, os gastos de financiamento


que concorram para a formação do lucro tributável após a dedução, até à
respetiva concorrência, do montante dos juros e outros rendimentos de idêntica
natureza, sujeitos e não isentos.

EBITDA fiscal

O resultado antes de depreciações, amortizações, gastos de financiamento


líquidos e impostos corresponde ao lucro tributável ou prejuízo fiscal sujeito e
não isento, adicionado dos gastos de financiamento líquidos e das
depreciações e amortizações que sejam fiscalmente dedutíveis.

Regime Especial de Tributação dos Grupos de Sociedades (RETGS)


Características

Permite a tributação global de um grupo de sociedades pela soma algébrica


dos respetivos resultados fiscais, positivos e negativos.

Lucro tributável do Grupo = Σ lucros tributáveis individuais + Σ prejuízos fiscais


individuais

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Requisitos para aplicação

Uma empresa (dominante) detém, direta ou indiretamente, e ainda que por


intermédio de sociedades residentes noutro Estado Membro da União
Europeia ou do Espaço Económico Europeu vinculado a obrigações de
cooperação administrativa, pelo menos, 75% do capital de outra(s) dita(s)
dominada(s), desde que tal participação lhe confira mais de 50% dos
direitos de voto;

As sociedades do grupo sejam residentes em Portugal e estejam sujeitas ao


regime geral de IRC, à taxa normal mais elevada;

A sociedade dominante detenha a participação na sociedade dominada há


mais de um ano com referência à data de início de aplicação do regime (ou
desde a sua constituição);

A sociedade dominante não seja dominada por outra sociedade residente


em território português;

A sociedade dominante não tenha renunciado à aplicação do regime nos 3


anos anteriores.

Não podem fazer parte do Grupo sociedades que:

estejam inativas há mais de 1 ano ou tenham sido dissolvidas;

estejam em processo de recuperação especial de empresa ou falência;

registem prejuízos fiscais nos 3 períodos de tributação anteriores (salvo no


caso das sociedades dominadas, se detidas pela sociedade dominante há
mais de 2 anos);

estejam sujeitas a taxa de IRC inferior à taxa normal mais elevada e não
renunciem à sua aplicação, sendo que esta renúncia deverá ser mantida por
um período mínimo de três anos;

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adotem um período de tributação diferente do da sociedade dominante;

não assumam a forma de sociedade por quotas, anónimas, em comandita


por ações ou entidades públicas empresariais.

Obrigações acessórias

A opção pela tributação pelo RETGS é:

efetuada até ao fim do 3.º mês do período de tributação em que se pretende


iniciar o regime;

comunicada à Autoridade Tributária e Aduaneira através do envio, por


transmissão eletrónica de dados, da competente declaração.

Qualquer alteração à composição do perímetro do RETGS deverá ser efetuada:

até ao fim do 3.º mês do período de tributação em que deva ser efetuada a
inclusão de novas sociedades;

até ao fim do 3.º mês do período de tributação seguinte àquele em que


ocorra a saída de sociedades do grupo por alienação da participação ou por
incumprimento das demais condições, ou outras alterações na composição
do grupo motivadas nomeadamente por operações de fusão e cisão, exceto
se a alteração ocorrer por cessação da atividade de sociedade do grupo,
caso em que a comunicação só terá lugar se a operação subjacente à
cessação da atividade não estiver sujeita a registo na Conservatória do
Registo Comercial, devendo, nesse caso, ser efetuada no prazo de 30 dias a
contar da data de cessação de atividade.

Especificidades do RETGS

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Pagamentos por conta


Durante a aplicação do RETGS, os pagamentos por conta são apurados tendo
por base a coleta do grupo (salvo no primeiro ano de aplicação do regime),
deduzidos das retenções na fonte sofridas, sendo o respetivo pagamento
efetuado pela sociedade dominante.

Pagamento adicional por conta


Durante a aplicação do RETGS, o pagamento adicional por conta é apurado
individualmente por cada entidade que integra o grupo, sendo o respetivo
pagamento efetuado pela sociedade dominante.

Derrama municipal e estadual


Incide sobre o lucro tributável individual de cada uma das sociedades que
integram o Grupo tributado pelo RETGS, antes da dedução de prejuízos fiscais.

Prejuízos fiscais
Os prejuízos fiscais individualmente apurados por uma sociedade que integra o
RETGS são dedutíveis na sua totalidade aos lucros tributáveis apurados pelas
demais sociedades do grupo no mesmo período de tributação.

Limitações à dedutibilidade dos encargos de financiamento

Regra geral, a dedutibilidade fiscal dos encargos de financiamento está limitada


ao maior montante de € 1.000.000 ou 30% do EBITDA fiscal. Esta regra aplica-
se individualmente a cada entidade que integra um grupo tributado pelo RETGS,
exceto se for exercida a opção de aplicar a regra a todo o grupo. Nesse caso, o
EBITDA fiscal a considerar é o consolidado de todas as entidades que integram
o grupo (a opção vigora por um período mínimo de três anos).

Tributação autónoma

As taxas agravadas de tributação autónoma aplicam-se caso o grupo tributado


pelo RETGS apure prejuízo fiscal.

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Retenção na fonte

Regra geral, os pagamentos efetuados entre entidades que integram um grupo


tributado pelo RETGS estão dispensados de retenção na fonte.

Regime simplificado

Podem optar pelo regime simplificado de determinação da matéria coletável os


sujeitos passivos residentes, não isentos nem sujeitos a um regime especial de
tributação, que exerçam a título principal uma atividade de natureza comercial,
industrial ou agrícola e que verifiquem, cumulativamente, as seguintes
condições:

Tenham obtido, no período de tributação imediatamente anterior, um


montante anual ilíquido de rendimentos não superior a € 200.000;

O total do seu balanço relativo ao período de tributação imediatamente


anterior não exceda € 500.000;

Não estejam legalmente obrigados à revisão legal de contas;

O respetivo capital social não seja detido em mais de 20%, direta ou


indiretamente, por entidades que não preencham alguma das condições
previstas nos pontos anteriores, exceto quando sejam sociedades de capital
de risco ou investidores de capital de risco;

Adotem o regime de normalização contabilística para microentidades


aprovado pelo Decreto-Lei n.º 36-A/2011, de 9 de março;

Não tenham renunciado à aplicação do regime nos três anos anteriores,


com referência à data em que se inicia a aplicação do regime.

No regime simplificado, a matéria coletável é apurada através da aplicação dos


seguintes coeficientes:

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Rendimentos sujeitos Tributação

Vendas de mercadorias e produtos, bem como prestações de 0,04 (1)


serviços no setor da restauração e bebidas e de atividades
hoteleiras e similares, com exceção daquelas que se
desenvolvam no âmbito da atividade de exploração de
estabelecimentos de alojamento local na modalidade de
moradia ou apartamento

Rendimentos de atividades profissionais especificamente 0,75


previstas na tabela a que se refere o artigo 151.º do Código do
IRS

Restantes rendimentos de prestações de serviços e subsídios 0,10 (1)


destinados à exploração

Subsídios não destinados à exploração 0,30

Rendimentos provenientes da mineração de criptoativos e de 0,95


contratos que tenham por objeto a cessão ou utilização
temporária da propriedade intelectual ou industrial ou a
prestação de informações respeitantes a uma experiência
adquirida no setor industrial, comercial ou científico, outros
rendimentos de capitais, resultado positivo de rendimentos
prediais, saldo positivo das mais e menos-valias e restantes
incrementos patrimoniais

Valor de aquisição dos incrementos patrimoniais obtidos a 1,00


título gratuito determinado nos termos do n.º 2 do artigo 21.º
do Código do IRC

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Rendimentos da exploração de estabelecimentos de 0,35


alojamento local
na modalidade de moradia ou apartamento

Rendimentos relativos a criptoativos, excluindo os decorrentes 0,15


da mineração, que não sejam considerados rendimentos de
capitais, nem resultem do saldo positivo das mais e menos-
valias e dos restantes incrementos patrimoniais

(1) Os coeficientes previstos e o limite referido no parágrafo seguinte são reduzidos em 50% e 25%

no período de tributação do início da atividade e no seguinte, respetivamente.

A opção pelo regime simplificado deverá ser formalizada na declaração de início


de atividade ou na declaração de alterações a apresentar até final do 2.º mês do
período de tributação no qual se pretende iniciar a aplicação daquele regime.

Taxas de IRC

Entidades Continente Madeira Açores

Entidades residentes e 21% 14,7% 14,7%


estabelecimentos
estáveis em Portugal de
entidades não
residentes (1) (2)

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Entidades residentes e 17% 11,9% 11,9%


estabelecimentos (para os (para os (para os
estáveis em Portugal de primeiros € primeiros € primeiros €
entidades não 50.000 de 50.000 de 50.000 de
residentes, classificadas matéria matéria matéria
como, pequena ou coletável) coletável) coletável)
média empresa ou Small
Mid Cap (1) (2) (3) (4) (5) (6) 21% 14,7% 14,7%
(para a (para a (para a
matéria matéria matéria
coletável coletável coletável
remanescente) remanescente) remanescente)

Entidades residentes 21% 14,7% 14,7%


que não exerçam, a
título principal, atividade
comercial, industrial ou
agrícola

(1) A esta taxa pode acrescer a Derrama Municipal.

(2) A esta taxa pode acrescer a Derrama Estadual.

(3) No caso de micro, pequena ou média empresa ou empresa de pequena-média capitalização

(Small Mid Cap) que exerça a atividade e tenha direção efetiva em territórios do interior (a

estabelecer por portaria), a taxa aplicável aos primeiros 50.000 € de matéria coletável poderá ser

reduzida para 12,5%.

(4) No caso de micro, pequena ou média empresa ou empresa de pequena-média capitalização

(Small Mid Cap) que exerça atividade e exerça atividade em áreas territoriais da Região Autónoma

da Madeira (a determinar), a taxa aplicável aos primeiros 50.000 € de matéria coletável é de 8,75%.

(5) No caso de micro, pequena ou média empresa ou empresa de pequena-média capitalização

(Small Mid Cap) que exerça atividade em áreas territoriais da Região Autónoma dos Açores (a

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determinar), será aplicável a taxa de IRC de 8,75%.

(6) Entidades qualificadas com Startup podem beneficiar de taxa reduzida de 12,5% aos primeiros

50.000 € de matéria coletável.

Tributação autónoma

Sobre determinados encargos efetuados ou suportados por sujeitos passivos


de IRC é devida tributação autónoma (1) (2), às taxas indicadas.

Descrição Taxa (%)

Encargos com viaturas ligeiras de passageiros, 2,5 / 7,5 / 8,5 / 15 / 25,5 /


viaturas ligeiras de mercadorias, motos ou 32,5
motociclos (ver tabela detalhada abaixo)

Despesas de representação 10

Despesas não documentadas 50 / 70

Pagamentos a entidades residentes em regime 35 / 55


fiscal claramente mais favorável ou contas
abertas em instituições financeiras aí residentes
ou domiciliadas

Ajudas de custo e compensação por 5


deslocações em viatura própria não faturadas a
clientes

Gastos ou encargos relativos a indemnizações 35


decorrentes da cessação de funções de gestor,
administrador e gerente

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Gastos ou encargos relativos a bónus e outras 35


remunerações variáveis pagas a gestores,
administradores e gerentes

Lucros distribuídos a sujeitos passivos que 23


beneficiam de isenção total ou parcial de IRC

(1) As taxas de tributação autónoma são elevadas em 10 pontos percentuais quando os sujeitos

passivos apresentem prejuízo fiscal no período de tributação exceto no de início de atividade e no

seguinte.

(2) A aplicação destas taxas poderá ser afastada em determinadas situações e /ou depender do

preenchimento de condições.

Tributação autónoma sobre encargos com viaturas

Custo de aquisição / tipo de Híbridos plug GNV Outros


viatura in*

Custo de aquisição < a € 27.500 2,5% 2,5% 8,5%

Custo de aquisição entre € 27.500 e 7,5% 7,5% 25,5%


€ 35.000

Custo de aquisição = ou > a € 35.000 15% 15% 35%

* Com bateria que possa ser carregada através de ligação à rede elétrica e que tenham uma

autonomia mínima, no modo elétrico, de 50 km e emissões oficiais inferiores a 50gCO2/km.

Viaturas elétricas
Os encargos com viaturas movidas exclusivamente a energia elétrica são
sujeitos a tributação autónoma à taxa de 10% caso o custo de aquisição desses
veículos seja superior a € 62.500.

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Derrama Municipal

Taxa de Derrama municipal para cobrança em 2024

Derrama Estadual / Derrama Regional

Taxa (%)

Lucro tributável (€) Continente Madeira Açores

De mais de 1.500.000 até 7.500.000 3% 2,1% 2,1%

De mais de 7.500.000 até 5% 3,5% 3,5%


35.000.000

Superior a 35.000.000 9% 6,3% 6,3%

Taxas de retenção na fonte

Nota: Possibilidade de dispensa ou redução da retenção na fonte ao abrigo de normas internas,

Convenções para evitar a Dupla Tributação (CDT) ou Diretivas da União Europeia, em determinadas

condições.

Residentes e não residentes

Rendimento Taxa residentes Taxa não residentes


(%) (1) (%) (2)

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Remunerações dos órgãos 21,5 25


estatutários

Comissões – 25

Prestação de serviços – 25

Aluguer de equipamento – 25
agrícola, industrial, comercial
ou científico

Assistência técnica – 25

Dividendos 25 25

Juros de depósitos 25 25

Juros de suprimentos 25 25

Juros de títulos de dívida 25 25 (3)

Rendimentos de capitais N/A 35


pagos ou colocados à
disposição de entidades
residentes em paraísos
fiscais

Rendimentos de capitais 35 35
pagos ou colocados à
disposição em contas
abertas em nome de um ou
mais titulares mas por conta
de terceiros não identificados

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Rendimentos de operações 25 25 (3)


de reporte

Royalties 25 25

Rendimentos de unidades de 10 – (4) (5)


participação em fundos de
capital de risco

Rendimentos de unidades de 10 – (4) (5)


participação em fundos de
investimento imobiliário em
recursos florestais

Rendimentos de unidades de 25 10 (5)


participação em fundos de
investimento imobiliário e de
participações sociais em
sociedades de investimento
imobiliário

Rendimentos de unidades de – – (5)


participação em fundos de
investimento mobiliário e de
participações sociais em
sociedades de investimento
mobiliário

Outros rendimentos de 25 25
capitais

Rendimentos prediais 25 25

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(1) Pagamento por conta do imposto devido a final, com exceção dos rendimentos de capitais

pagos ou colocados à disposição em contas abertas em nome de um ou mais titulares, mas por

conta de terceiros não identificados.

(2) Retenção à taxa liberatória, exceto no caso de rendimentos prediais.

(3) Possibilidade de isenção ao abrigo do Decreto-Lei n.º 193/2005, de 7 de novembro, que aprova

o Regime Especial de Tributação dos Rendimentos de Valores Mobiliários Representativos de

Dívida.

(4) Retenção de 10% se o titular dos rendimentos for detido, direta ou indiretamente, em mais de

25%, por entidades ou pessoas singulares residentes.

(5) Tributação à taxa de 35% caso o titular do rendimento seja uma entidade residente para efeitos

fiscais em país, território ou região sujeito a um regime fiscal claramente mais favorável constante de

lista aprovada por portaria do membro do Governo responsável pela área das finanças.

Dispensa de retenção na fonte

Entidades residentes
Dependendo da natureza da entidade beneficiária ou do cumprimento de
algumas condições, pode ser dispensada a retenção na fonte.

Entidades não residentes


Dependendo da natureza da entidade beneficiária ou do cumprimento de
algumas condições, pode ser dispensada a retenção na fonte.

A dispensa pode ocorrer, nomeadamente, para:

dividendos e reservas distribuídas: pelo menos 10% de detenção, direta,


ou direta e indireta, do capital social ou dos direitos de votos, pelo período
de 1 ano (entre outros requisitos);

juros e royalties: pelo menos 25% de detenção direta do capital social, pelo
período de 2 anos (entre outros requisitos).

Pagamentos por conta

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Devem ser efetuados três pagamentos por conta, no próprio período de


tributação a que respeita o lucro tributável (Ano N), com vencimento em julho,
setembro e 15 de dezembro (ou no 7.º, 9.º e dia 15 do 12.º mês do respetivo
período de tributação, no caso de entidades cujo período de tributação não
corresponda ao ano civil).

Volume de negócios Taxa (%)

≤ € 500.000 (Coleta de IRC N-1 - Retenções na fonte N-1) x 80%

> € 500.000 (Coleta de IRC N-1 - Retenções na fonte N-1) x 95%

Caso o montante dos pagamentos por conta efetuados exceda o IRC devido no
período, há lugar a reembolso pela diferença.

Se o sujeito passivo verificar que o montante já pago através do 1.º e 2.º


pagamentos é igual ou superior ao IRC que será devido com base na matéria
coletável do período de tributação em causa, pode limitar ou deixar de efetuar o
3.º pagamento por conta.

Pagamento Adicional por Conta (PAC)

O PAC é efetuado em três prestações, nos meses de julho, setembro e até dia
15 de dezembro (ou no 7.º, 9.º e até ao dia 15 do 12.º mês do período, no caso
de entidades com período de tributação diferente do ano civil).

Lucro tributável (período de tributação anterior) Taxa (%)

De mais de € 1.500.000 até € 7.500.000 2,5 *

De mais de € 7.500.000 a € 35.000.000 4,5 **

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Superior a € 35.000.000 8,5 ***

* 1,8% no caso da Região Autónoma da Madeira e da Região Autónoma dos Açores.

** 3,2% no caso da Região Autónoma da Madeira e da Região Autónoma dos Açores.

*** 6% no caso da Região Autónoma da Madeira e da Região Autónoma dos Açores.

Caso o montante dos PAC efetuados venha a exceder a Dderrama Eestadual


/Derrama Regional apurada, há lugar a reembolso pela diferença.

Crédito por dupla tributação jurídica internacional

É concedido crédito por dupla tributação internacional, correspondente à menor


das seguintes importâncias:

Imposto sobre o rendimento pago no estrangeiro; ou

Fração do IRC, calculado antes da dedução, correspondente aos


rendimentos que no país em causa possam ser tributados, líquidos dos
custos ou perdas, direta ou indiretamente, suportados para a sua obtenção.

Quando existir convenção para eliminar a dupla tributação celebrada por


Portugal, a dedução referida não pode ultrapassar o imposto devido no
estrangeiro nos termos previstos pela convenção.

Principais benefícios fiscais a entidades residentes


Regime Fiscal de Incentivo à Capitalização das Empresas (ICE)

Os sujeitos passivos de IRC podem deduzir ao lucro tributável uma importância


correspondente à aplicação de uma taxa variável, correspondente à média da
taxa Euribor a 12 meses no período de tributação, adicionada de um spread de
1,5 p.p. (no caso empresas de micro, pequena, média dimensão ou de
pequena-média capitalização - Small Mid Cap, é adicionada a um spread de 2
p.p.) - ao montante dos aumentos líquidos dos capitais próprios elegíveis.
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Tal dedução não deverá exceder, em cada período de tributação, o maior dos
seguintes limites:

a) € 4 milhões; ou
b) 30 % do EBITDA fiscal, nos termos do artigo 67.º do Código do IRC.

A parte que exceda o limite previsto na alínea b) será reportável por um período
de cinco anos.

O montante dos aumentos líquidos dos capitais próprios elegíveis corresponde


à soma algébrica dos aumentos líquidos dos capitais próprios elegíveis
verificados em cada um dos seis períodos de tributação anteriores,
considerando-se que o montante dos aumentos líquidos dos capitais próprios
elegíveis corresponde a zero nas situações em que o resultado dessa soma
algébrica for negativo.

Consideram-se aumentos de capitais elegíveis:

a) as entradas realizadas em dinheiro no âmbito da constituição de


sociedades ou do aumento do capital social da sociedade beneficiária;
b) as entradas em espécie realizadas no âmbito de aumento do capital
social que correspondam à conversão de créditos em capital;
c) os prémios de emissão de participações sociais;
d) os lucros contabilísticos do período de tributação que sejam aplicados
em resultados transitados ou, diretamente, em reservas ou no aumento do
capital social.

Os aumentos líquidos dos capitais próprios elegíveis correspondem aos


aumentos dos capitais próprios elegíveis após a dedução das saídas, em
dinheiro ou em espécie, em favor dos titulares do capital, a título de
remuneração ou redução do mesmo ou de partilha do património, bem como as
distribuições de reservas ou resultados transitados.

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Para efeitos do apuramento do montante dos aumentos líquidos dos capitais


próprios elegíveis verificados nos seis períodos de tributação anteriores, apenas
se consideram os aumentos líquidos respetivos verificados nos períodos de
tributação que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2023.

Incentivo fiscal à valorização salarial

O incentivo fiscal à valorização salarial prevê que, na determinação do lucro


tributável dos sujeitos passivos de IRC com contabilidade organizada, os
encargos (remunerações fixas e contribuições para a Segurança Social) relativos
a aumentos salariais de trabalhadores com contrato de trabalho por tempo
indeterminado, estabelecidos por instrumento de regulamentação coletiva de
trabalho dinâmica, sendo que no caso de 2023 e 2024 também integram este
conceito a portaria de extensão e a portaria de condições de trabalho, poderão
ser majorados em 50%.

Apenas são relevantes os encargos:

relativos a trabalhadores cuja remuneração tenha aumentado em, pelo


menos, 5,1% relativamente ao ano anterior; e

acima da Remuneração Mínima Mensal Garantida (RMMG) do período de


tributação em causa.

O montante máximo de encargos majoráveis, por trabalhador, é de quatro vezes


a RMMG.

Encontram-se excluídos deste regime os sujeitos passivos que, face ao


exercício anterior, tenham registado um aumento do seu leque salarial, sendo
que este deve ser calculado através do rácio entre as parcelas das
remunerações fixas anuais dos 10% de trabalhadores mais bem remunerados e
dos 10% de trabalhadores menos bem remunerados em relação ao total.

Este incentivo cessa a sua vigência em 31 de dezembro de 2026.

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Sistema de incentivos em investigação e desenvolvimento empresarial (SIFIDE II)

O regime do SIFIDE II vigora até 2025 e prevê a dedução à coleta do IRC, em


determinadas condições, das despesas com investigação e desenvolvimento,
nas seguintes percentagens:

32,5% das despesas realizadas no período de tributação;

50% do acréscimo das despesas do período de tributação relativamente à


média dos 2 períodos de tributação anteriores, até ao limite de € 1.500.000;

A percentagem de 32,5% é majorada em 15% no caso de micro, pequenas ou


médias empresas que não beneficiem da taxa incremental de 50% por não
terem ainda completado 2 períodos de tributação de atividade.

As despesas elegíveis que não possam ser deduzidas no período de tributação


em que forem realizadas, por insuficiência de coleta, podem ser deduzidas até
ao 8º período de tributação seguinte (até ao 12º período de tributação seguinte
no caso de investimentos realizados a partir de 1 de janeiro de 2024).

Benefícios fiscais contratuais ao investimento produtivo

O regime de benefícios fiscais contratuais vigora até 31 de dezembro de 2027.

De acordo com o regime, pode ser concedido um crédito entre 10% e 25% das
aplicações relevantes a deduzir à coleta de IRC, e concedidas isenções ou
reduções de IMT e de IMI, e ainda isenções de Imposto do Selo, aos projetos de
investimento elegíveis (de valor igual ou superior a € 3.000.000), desde que
demonstrem ter viabilidade técnica, económica e financeira, que proporcionem
a criação ou manutenção de postos de trabalho e que:

sejam relevantes para o desenvolvimento estratégico da economia nacional;


ou

sejam relevantes para a redução das assimetrias regionais; ou


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contribuam para impulsionar a inovação tecnológica e a investigação


científica nacional, para a melhoria do ambiente ou para o reforço da
competitividade e da eficiência produtiva.

A dedução à coleta de IRC varia entre 25% e a sua totalidade.

Os benefícios fiscais a conceder devem respeitar os limites máximos aplicáveis


aos auxílios com finalidade regional em vigor na região na qual o investimento
seja efetuado.

Os benefícios fiscais contratuais não são cumuláveis com quaisquer benefícios


fiscais da mesma natureza relativamente às mesmas aplicações relevantes.

Regime Fiscal de Apoio ao Investimento (RFAI)

O RFAI vigora até 31 de dezembro de 2027. É aplicável a investimentos


relevantes realizados em ativos fixos tangíveis e ativos intangíveis, em
determinadas condições e custos salariais decorrentes da criação de postos de
trabalho de pessoal com habilitações literárias do nível 7 ou do nível 8 do
Quadro Nacional de Classificações.

Prevê-se uma dedução à coleta em função da região elegível em que os


investimentos são realizados:

Localização do Valor do % de dedução


investimento investimento (das aplicações
relevantes)

Região Autónoma da Qualquer montante 35%


Madeira

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Norte, Centro, Alentejo e Até € 15.000.000 30%


Região Autónoma dos
Superiores a € 10%
Açores
15.000.000 (na parte
excedente)

Algarve e área Qualquer montante 10%


Metropolitana de Lisboa

A referida dedução fica limitada a 50% da coleta do IRC apurada em cada


período de tributação, exceto no período de tributação do início de atividade e
nos dois períodos de tributação seguintes (desde que a empresa não resulte de
cisão).

A dedução que não possa ser efetuada integralmente por insuficiência de


coleta, poderá sê-lo, nas mesmas condições, até ao décimo período de
tributação seguinte (cumprindo o mencionado limite).

Poderão ainda ser concedidas isenções ou reduções de IMI, IMT e isenções de


Imposto do Selo relativamente à aquisição de prédios que constituam
aplicações relevantes.

Os mencionados benefícios fiscais devem respeitar os limites máximos


aplicáveis aos auxílios com finalidade regional em vigor na região na qual o
investimento seja efetuado. O RFAI não é cumulável com quaisquer benefícios
fiscais da mesma natureza contratual relativamente às mesmas aplicações
relevantes.

Mecenato

São considerados como gasto fiscal (dentro de determinados limites e, em


determinadas circunstâncias, com majoração) os donativos concedidos a
determinadas entidades cuja atividade consista predominantemente na

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realização de iniciativas nas áreas social, cultural, ambiental, científica ou


tecnológica, desportiva e educacional.

Incentivo fiscal à renovação de frota do transporte de mercadorias

Está isenta de IRC a diferença positiva entre as mais-valias e as menos-valias


que resulta da transmissão onerosa de determinados veículos de mercadorias,
obtida no período de tributação de 2024, sempre que a totalidade do valor de
realização seja reinvestido em 2024 ou 2025.

Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM)

O regime do Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM) prevê o


licenciamento de entidades até 31 de dezembro de 2024.

As entidades licenciadas para operar no CINM nos termos do Regime IV podem


beneficiar de:

taxa reduzida de IRC de 5%, aplicável até 31 de dezembro de 2028 (aplica-


se a plafonds de matéria coletável, variáveis de acordo com o número de
postos de trabalho elegíveis criados);

isenção de tributação de dividendos e mais-valias, ao abrigo do regime de


Participation Exemption (pelo menos 10% de participação, detida por 1 ano);

isenção de retenção na fonte relativamente a dividendos pagos a acionistas


(com algumas exceções);

isenção de retenção na fonte relativamente a juros, serviços e royalties


pagos (com algumas exceções).

isenção de imposto do selo, IMI e IMT, derramas regional e municipal e


taxas, sujeita a uma limitação de 80%, por tributo, por cada ato ou período;

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O montante dos benefícios anuais concedidos ao abrigo do Regime IV não


pode exceder um dos seguintes limites:

(i) 20,1% do valor acrescentado bruto gerado anualmente na Região


Autónoma da Madeira (RAM);

(ii) 30,1% dos custos anuais de mão de obra suportados na RAM;

(iii) 15,1% do volume anual de negócios realizado na RAM.

Região Autónoma dos Açores

As entidades residentes na Região Autónoma dos Açores beneficiam de uma


dedução à coleta, entre 20% e 40%, em caso de reinvestimento dos respetivos
lucros em ativo fixo afeto à exploração.

Benefício fiscal relativo à instalação de empresas nas regiões do interior

Redução da taxa de IRC


As empresas qualificadas como micro, pequena ou média dimensão ou
empresas de pequena-média capitalização (Small Mid Cap), nos termos
previstos no anexo ao Decreto-Lei n.º 372/2007, de 6 de novembro, que
exerçam, diretamente e a título principal, uma atividade económica de natureza
agrícola, comercial, industrial ou de prestação de serviços em territórios do
interior, podem beneficiar, mediante o cumprimento de determinados requisitos,
de uma taxa de 12,5% relativamente aos primeiros € 50.000 de matéria
coletável.

Criação líquida de postos de trabalho


É criado um regime de “criação líquida de postos de trabalho”, ao abrigo do
qual são considerados em 120% do respetivo montante para efeitos da
determinação do lucro tributável os encargos suportados com contratações de
residentes nos territórios do interior, a título de remuneração fixa e contribuições
para a Segurança Social.

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Regime extraordinário de apoio a encargos suportados com eletricidade e gás

Para a determinação do lucro tributável dos sujeitos passivos de IRC residentes


para efeitos fiscais em Portugal e que exerçam a título principal uma atividade
de natureza comercial, industrial e agrícola, dos sujeitos passivos de IRC não
residentes com estabelecimento estável em Portugal podem ser majorados em
20% os gastos e perdas incorridos ou suportados referentes a consumos de
eletricidade e gás natural, na parte que exceda os consumos do período de
tributação de 2021 e deduzidos de eventuais apoios recebidos.

Regime extraordinário de apoio a encargos suportados na produção agrícola

Os gastos e perdas incorridos ou suportados referentes à aquisição de


determinados bens utilizados no âmbito das atividades de produção agrícola
são majorados em 40%.

A majoração que não puder ser usufruída, por exceder o limite do resultado da
liquidação, pode ser reportada nos dez períodos de tributação seguintes.

Principais benefícios fiscais a não residentes


Mais-valias

Isenção

Estão isentas de IRC as mais-valias realizadas por entidades não residentes


com a transmissão de:

partes sociais de sociedades residentes;

outros valores mobiliários emitidos por sociedades residentes;

warrants autónomos emitidos por sociedades residentes e transacionados


em bolsa;

derivados transacionados em bolsa;


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14/03/24, 08:17 IRC – Guia Fiscal 2024 – PwC Portugal

unidades de participação em fundos de capital de risco transacionados em


bolsa;

Verifica-se a tributação de 10% do saldo positivo entre as mais-valias e as


menos-valias na alienação de unidades de participação em fundos de capital de
risco, quando o titular desses rendimentos, entidade não residente, não
beneficie de isenção.

Exceções

Não beneficiarão daquela isenção/redução de taxa de IRC as mais-valias


realizadas por não residentes com a transmissão onerosa de partes sociais e
outros valores mobiliários quando se verifique uma das seguintes situações:

Entidades domiciliadas em país, território ou região sujeitas a um regime


fiscal claramente mais favorável, constante de lista aprovada por portaria do
Ministro das Finanças;

Entidades detidas em mais de 25% por entidades residentes, exceto se a


sociedade alienante:

(i) for residente noutro Estado da UE, do EEE que esteja vinculado a
cooperação administrativa no domínio da fiscalidade ou num Estado com o
qual esteja em vigor convenção para evitar a dupla tributação que preveja
a troca de informação;

(ii) esteja sujeita e não isenta de um imposto referido na Diretiva Mães e


Filhas ou imposto de natureza idêntica ou similar ao IRC (desde que a taxa
não seja inferior a 12,60%); e

(iii) detenha direta ou direta e indiretamente uma participação não inferior a


10% do capital social ou direitos de voto de modo ininterrupto durante o
ano anterior à alienação;

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(iv) não seja parte de uma construção ou série de construções artificiais


cujo principal, ou um dos principais objetivos seja a obtenção de uma
vantagem fiscal;

Transmissão de partes sociais em sociedades residentes em território


português cujo ativo seja constituído em mais de 50% por bens imóveis aí
situados;

Transmissão de partes de capital em sociedades que não tenham sede nem


direção efetiva em território português, quando, em qualquer momento
durante os 365 dias anteriores, o valor dessas partes de capital resulte,
direta ou indiretamente, em mais de 50% de bens imóveis ou direitos reais
sobre bens imóveis situados em território português, com exceção dos bens
imóveis afetos a uma atividade de natureza agrícola, industrial ou comercial
que não consista na compra e venda de bens imóveis.

Organismos de investimento coletivo

Estão isentos os rendimentos de unidades de participação de fundos de


investimento mobiliário e de participações sociais em sociedades de
investimento mobiliário obtidos por entidades não residentes. Os rendimentos
de unidades de participação de fundos de capital de risco também se
encontram isentos, exceto nas situações em que a entidade seja residente em
paraíso fiscal ou seja detida, direta ou indiretamente, em mais de 25% por
entidade residente em território português, situação em que os rendimentos se
encontram sujeitos a retenção na fonte à taxa de 10%.

Os rendimentos de unidades de participação em fundos de investimento


imobiliário e de participações sociais em sociedades de investimento imobiliário
estão sujeitos a retenção na fonte à taxa de 10%.

Regime especial de tributação de valores mobiliários representativos


de dívida emitida por entidades não residentes

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Beneficiam de isenção de IRS e de IRC os rendimentos dos valores mobiliários


representativos de dívida pública e não pública emitida por entidades não
residentes, que sejam considerados obtidos em território português nos termos
dos Códigos do IRS e do IRC, quando venham a ser pagos pelo Estado
Português enquanto garante de obrigações assumidas por sociedades das
quais é acionista em conjunto com outros Estados membros da União Europeia.

© 2024 PwC. Esta comunicação é de natureza geral e meramente informativa, não se destinando a qualquer entidade ou situação

particular, e não substitui aconselhamento profissional adequado ao caso concreto. A PricewaterhouseCoopers Tax Services TLS,

Lda. não se responsabilizará por qualquer dano ou prejuízo emergente de decisão tomada com base na informação aqui descrita.

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