TJ-MG - Irdr 73 - RMC
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Tribunal de Justiça de Minas Gerais
ACÓRDÃO
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RELATORA
VOTO
Ante o exposto, e por tudo mais que dos autos consta, JULGO
PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos iniciais, para revisar o
contrato celebrado entre as partes para a modalidade pretendida, e fixar os
juros remuneratórios em 2,15% ao mês, devendo o saldo devedor ser
recalculado e, havendo valor a restituir, este deverá ser atualizado pelos
índices da Corregedoria Geral de Justiça de Minas Gerais e acrescido de
juros de 1% ao mês, a partir da data do desembolso de cada parcela
posterior à quitação, podendo ser compensado. Determino a suspensão dos
descontos em folha até a liquidação final do débito.
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CPC.
Em suas razões recursais (doc. de ordem n° 54), pretende o banco réu, ora
primeiro apelante, a reforma do decisum vergastado, sustentando, em
síntese, que o autor/apelado detinha pleno conhecimento acerca das
obrigações contraídas através do contrato que ora se discute, ao qual aderiu
livremente, o que se verifica através de sua assinatura aposta no documento.
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É o relatório.
Por uma questão de didática e, ainda, tendo em vista que o mérito dos
recursos se confunde, passo a analisá-los conjuntamente.
JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE
MÉRITO
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Do vício de consentimento
A teor do que preceitua o art. 171, II, do diploma material civil "é anulável
o negócio jurídico por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de
perigo, lesão ou fraude contra credores."
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III - sendo de direito e não implicando recusa à aplicação da lei, for o motivo
único ou principal do negócio jurídico".
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Lembro que esse "saque" muitas vezes é feito sem uso do plástico, isto é,
sem uso do cartão de crédito materialmente falando, às vezes até no
momento da contratação, pois que a instituição financeira deposita o valor
desejado na conta do consumidor sem o uso do cartão propriamente dito, o
que pode mais uma vez confundir o referido consumidor, sobretudo se
menos instruído, que fica a pensar que está apenas contraindo mais um
empréstimo consignado.
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autos, litteris:
"Noutro passo, penso que não se pode afirmar, como linha de princípio, que,
sempre, em casos de tais contratações, há a ocorrência de erro substancial,
porquanto, mesmo que a parte autora tivesse todas as informações acerca
dessa modalidade de contratação, qual seja, empréstimo disponibilizado
mediante saque no cartão de crédito, pode ser que ainda assim optaria por
dela lançar mão, até por não mais possuir margem consignável para contrair
um empréstimo consignado tradicional, que possui taxas de juros menores.
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Noutro passo, pode o consumidor ter feito uso da função "saque" pensando,
porém induzido a erro, tratar-se essa operação de simples contratação de
empréstimo consignado, cuja forma de pagamento é bem diversa" (TJMG -
IRDR - Cv 1.0000.20.602263-4/001, Relator(a): Des.(a) Evandro Lopes da
Costa Teixeira , 2ª Seção Cível, julgamento em 07/11/2022, publicação da
súmula em 11/11/2022).(g.n.)
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[...]
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Não é esse, contudo, o caso dos autos, uma vez que, da análise do
extrato do benefício previdenciário do autor acostado à ordem n° 06, não se
observa, à época da inclusão do contrato ora discutido, a existência de
outros empréstimos por ele contraídos que ultrapassassem sua margem
consignável.
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Da revisão do contrato
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Nessa hipótese, vale registrar que não cabe dar por liquidada a dívida, como
sugerido pelo Procon-MG, sob pena de se dar ensejo a um enriquecimento
ilícito por parte do consumidor que quis contrair um empréstimo.
Nesse caso, portanto, deve ser mantida a limitação da taxa de juros, nos
termos definidos pela r. sentença, através da qual o juízo a quo determinou
que prevaleça o índice próprio de empréstimo consignado estabelecidos pelo
BACEN à época da contratação (20/08/2015), correspondente a taxa de juros
média de 2,12% ao mês, na modalidade "crédito pessoal", devendo haver o
recálculo do saldo devedor, bem como a restituição dos valores pagos a
maior pelo autor/segundo apelante, tudo a ser apurado em liquidação de
sentença.
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Da repetição do indébito
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Pois bem.
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Lembro que o dano moral ocorre quando há ofensa a algum dos direitos da
personalidade do indivíduo, assim entendidos os direitos referentes à
imagem, ao nome, à honra e à integridade física e psicológica da pessoa."
(TJMG - IRDR - Cv 1.0000.20.602263-4/001, Relator(a): Des.(a) Evandro
Lopes da Costa Teixeira , 2ª Seção Cível, julgamento em 07/11/2022,
publicação da súmula em 11/11/2022) (g.n)
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Quantum indenizatório
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DISPOSITIVO
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