34f5a Relatorio Tratasan Painel
34f5a Relatorio Tratasan Painel
34f5a Relatorio Tratasan Painel
1
Outubro de 2020
CONVÊNIO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA Nº 002/2018
ORGANIZAÇÃO
EXECUÇÃO
2
Sumário
1 Apresentação ............................................................................................................ 8
2 Aspectos gerais do município ................................................................................... 9
3 Características físicas ............................................................................................. 10
3.1 Solo .................................................................................................................. 11
7 Diagnóstico ............................................................................................................. 25
7.1 Informações do município sobre a gestão do sistema de esgotos sanitários.... 25
8 Legislação ............................................................................................................... 31
9 Soluções para o tratamento de esgoto sanitário ...................................................... 32
9.1 Tanques sépticos .............................................................................................. 33
3
Dimensionamento do tanque séptico ........................................................ 35
4
Lista de Tabelas
5
Lista de Figuras
6
Lista de Quadros
7
1 Apresentação
9
Figura 1- Mapa de localização de Painel-SC e suas divisas.
A cidade de Painel possui uma área territorial de 742,10 km² e população de 2.353
habitantes obtida no censo de 2010 (IBGE, 2020), com uma distância até a capital,
Florianópolis, de 230 km. Os dados obtidos no último censo para a distribuição da população
são apresentados na Tabela 1.
3 Características físicas
A rede hidrológica do estado de Santa Catarina tem seu divisor de águas na serra geral,
formando dois sistemas independentes de drenagem: o sistema integrado da vertente do interior
Bacia Paraná-Uruguai, com sete bacias principais e o sistema da vertente Atlântica, formado
por onze bacias isoladas que desaguam diretamente no oceano atlântico (SDS, 2018).
As bacias hidrográficas de Santa Catarina estão agrupadas em dez regiões hidrográficas.
O município de Painel está localizado na região hidrográfica 4 (RH4), denominada planalto de
Lages (Figura 2).
11
Figura 2 - Regiões hidrográficas de Santa Catarina.
12
Figura 3 - Municípios da bacia hidrográfica do Rio Canoas.
O município de Painel não está inserido em somente uma bacia, ele está contido entre
um divisor de águas da Bacia do Rio Canoas e do Rio Pelotas. O Rio Pelotas serve de divisor
natural entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul e tem como seus principais
afluentes os rios: Pelotinhas, São Mateus, Vacas Gordas entre outros, a bacia abrange 10
municípios de Santa Catarina (Figura 4).
4 Estudo populacional
15
Tabela 3 - Projeção da população urbana de Painel para o período de 2020-2041, utilizando vários modelos.
Equação Equação Equação Projeção Projeção Regressão
Ano
Linear Logarítmica Polinomial Aritmética Geométrica Parabólica
2020 995 995 944 1.066 950 944
2021 1.004 1.003 937 1.078 952 939
2022 1.012 1.012 930 1.090 954 933
2023 1.021 1.020 922 1.102 956 926
2024 1.029 1.029 913 1.114 958 918
2025 1.038 1.037 902 1.127 960 908
2026 1.046 1.046 891 1.139 962 898
2027 1.055 1.054 878 1.151 964 886
2028 1.063 1.062 864 1.163 967 874
2029 1.072 1.071 849 1.175 969 860
2030 1.080 1.079 833 1.187 971 845
2031 1.089 1.088 816 1.199 973 829
2032 1.097 1.096 798 1.211 975 812
2033 1.106 1.104 778 1.223 977 793
2034 1.114 1.113 758 1.235 979 774
2035 1.123 1.121 736 1.248 982 754
2036 1.131 1.130 714 1.260 984 732
2037 1.140 1.138 690 1.272 986 709
2038 1.148 1.146 665 1.284 988 685
2039 1.157 1.155 639 1.296 990 661
2040 1.165 1.163 612 1.308 993 635
2041 1.173 1.172 583 1.320 995 607
Fonte: Adaptado de ARIS (2019).
17
Figura 7- Dados da população total de Painel entre 1996 e 2019 e evolução populacional entre 2020 e 2041.
Neste sentido, é estimado um aumento de 2.359 para 2.406 habitantes entre 2019 e 2041.
Esse aumento equivale a um incremento de aproximadamente 2% da população em 20 anos.
Assim, esse incremento populacional foi considerado para a realização do plano de ação a ser
apresentado na sequência.
- Captação;
- Clarificação: envolve a coagulação, floculação, decantação e filtração rápida;
- Desinfecção, fluoretação e correção de pH;
- Reservação e distribuição.
Esse sistema de tratamento foi complementado por um poço tubular profundo que
entrou em operação em outubro de 2017, com vazão de exploração igual a 5,5 L/s (ARIS, 2018).
Em 2018 o volume de água tratado total (AG006) foi de 68.680 m3 (equivalente a uma vazão
média de 2,17 L/s). Deste, o volume de água tratada na ETA (AG007) foi de 62.910 m3 e o
volume de água tratada a partir do poço (AG015) foi de 5.770 m3 (SNIS, 2019).
19
Figura 8 - Localização georreferenciada da ETA de Painel.
20
Os sistemas de captação de água envolvem bocas de lobo e caixas com grelhas na
sarjeta. Em 2011, o total de vias urbanas era de 3.700 m (PAINEL, 2011), e a taxa de cobertura
de pavimentação e meio-fio na área urbana do município (IN020) foi de 50% em 2018. O
mesmo valor foi observado em 2018 para a taxa de cobertura de vias públicas com redes ou
canais pluviais subterrâneos na área urbana (IN021) (SNIS, 2019). Esse valor está alinhado com
aquele obtido in loco pelos autores, que verificaram um percentual de 42% das edificações
entrevistadas, servidas de drenagem pluvial na via pública.
Para o cálculo da projeção de esgoto para a área urbana de Painel, foi considerada a
população estimada em 995 pessoas (considerada população de 2041 que é a população máxima
de projeto). Adicionalmente, foi ainda definido um consumo de água por habitante ao dia:
120 L/hab.dia. Foram adotados valores em conformidade com a norma técnica da ABNT:NBR
9.649/1986 (ABNT, 1986), usualmente recomendados pela literatura:
Vazão média
120 𝐿 𝐿 1 𝑚³ 𝑚³
𝑄 𝑚𝑒𝑑 = 995 ℎ𝑎𝑏 𝑥 𝑥 0,8 = 95.330 𝑥 = 95,52
ℎ𝑎𝑏. 𝑑 𝑑 1.000𝐿 𝑑
Vazão máxima diária
𝑚³ 𝑚³
𝑄 = 95,52 𝑥 1,2 = 114,62
𝑑 𝑑
21
Vazão mínima horária
𝑚³ 𝑚³
𝑄 = 95,52 𝑥 0,5 = 47,76
𝑑 𝑑
Vazão máxima de fim de projeto
𝑚³ 𝑚³
𝑄 = 95,52 𝑥 1,5 𝑥 1,2 = 171,94
𝑑 𝑑
22
remoção. Para que não ocorra a perda total das bactérias e, por consequência, prejuízo ao
tratamento do esgoto, deve ser mantido cerca de 20% do lodo no interior da unidade ao realizar
a limpeza.
A NBR 7.229 (ABNT, 1993) estima que a quantidade de lodo produzido e encaminhado
para os tanques sépticos é de 1 L/hab.dia. Considerando que as fossas serão limpas 1 vez ao
ano, que a temperatura média do mês mais frio no município fica abaixo de 10°C e que o valor
da taxa de acúmulo de lodo (K) foi de 94 dias, calculou-se o volume de lodo que deverá ser
coletado na zona urbana de Painel. Nesse estudo foram avaliados apenas sistemas individuais.
Os sistemas coletivos não foram analisados, pois o volume de lodo gerado apresenta variação
de acordo com o sistema de tratamento utilizado. Os dados da projeção de produção de lodo
são apresentados na Tabela 6.
23
6.3 Esgoto na área rural
A população da área rural foi definida como 1.412 pessoas (considerada população de
2041 que é a população máxima de projeto). O consumo de água por habitante ao dia: 120 L/
hab.dia. Foram adotados valores em conformidade com a norma técnica da ABNT (NBR
9.649/1986), similarmente àqueles considerados para a população urbana:
Vazão média
120𝐿 𝐿 1𝑚³ 𝑚³
𝑄 𝑚𝑒𝑑 = 1.412 ℎ𝑎𝑏 𝑥 𝑥 0,8 = 135.550 𝑥 = 135,55
ℎ𝑎𝑏. 𝑑 𝑑 1.000𝐿 𝑑
Vazão máxima diária
𝑚³ 𝑚³
𝑄 = 135,55 𝑥 1,2 = 162,66
𝑑 𝑑
Vazão máxima horária
𝑚³ 𝑚³
𝑄 = 135,55 𝑥 1,5 = 203,33
𝑑 𝑑
Vazão mínima horária
𝑚³ 𝑚³
𝑄 = 135,55 𝑥 0,5 = 67,78
𝑑 𝑑
Vazão máxima de fim de projeto
𝑚3 𝑚3
𝑄 = 135,55 𝑥 1,5 𝑥 1,2 = 244
𝑑 𝑑
No que pese a projeção da população rural do município de Painel, foi considerada uma
população fixa, conforme apresentado no estudo populacional. Dessa forma, os dados de
projeção de esgoto para a área rural são resumidos na Tabela 7.
24
Tabela 7 - Projeção de geração de esgoto doméstico na área rural de Painel.
Projeção Q esgoto Q máx diária Q máx horária Q min horária Q máx final de
Ano
Rural (m³/d) (m³/d) (m³/d) (m³/d) projeto (m³/d)
2020 1.412 135,55 162,66 203,33 67,78 243,99
2041 1.412 135,55 162,66 203,33 67,78 243,99
Fonte: Elaborado pelo autor (2020).
7 Diagnóstico
A pesquisa foi conduzida no dia 13 de abril de 2019 no município de Painel que está
localizado no estado de Santa Catarina. A aplicação dos questionários foi feita no período
matutino. O estudo consistiu em uma visita técnica a área urbana, sendo o local de estudo para
a aplicação de questionário com perguntas referentes ao saneamento básico no município.
Para conhecer a realidade do município de Painel em relação ao esgotamento sanitário,
foi aplicado o questionário apresentado no Anexo B. O mesmo foi desenvolvido pela Agência
Reguladora Intermunicipal de Saneamento (ARIS) e adaptado conforme as características
observadas no município de Painel. A pesquisa teve como objeto de estudo as edificações da
área urbana do município que, para facilitar, foi dividida em setores atendendo as 16
ruas/avenidas locais. A pesquisa foi conduzida por 13 pessoas previamente treinadas para
abordar os moradores e caracterizar os sistemas adotados.
Tratamento de dados
Os resultados das entrevistas obtidas por meio dos questionários aplicados foram
posteriormente tabulados no software Microsoft Office Excel 2013. As análises foram feitas
utilizando como recurso a somatória e a estatística simples percentual, onde foi possível realizar
a comparação das diferentes destinações de esgoto do município e obteve-se o panorama geral.
26
7.3 Resultados obtidos
Diagnóstico e análise
Foram aplicados 264 questionários na área urbana da cidade de Painel, que embasaram
os resultados compilados no software Microsoft Office Excel 2013. Importante salientar que,
dentro destes resultados houve casos onde os moradores não estavam presentes, não quiseram
participar da pesquisa, ou então, não detinham das informações necessárias para a validação do
questionário aplicado.
A partir da compilação realizada no software, validaram-se apenas os questionários em
que se obtiveram todas as informações necessárias, totalizando 174 questionários válidos. O
gráfico a seguir mostra o perfil das edificações da cidade (Figura 9).
3%
8%
Comercial
3%
Mista
Residencial
86% Publica
A maior parte dos dados coletados foram em edificações residenciais (86%), seguido de
estabelecimento comerciais (8%). Foram ainda considerados questionários aplicados em
edificações públicas e de natureza mista (comércio e residência compartilhando o mesmo
sistema de esgotamento). Além disto, foram avaliados o número de indivíduos por residência e
quantidade máxima de pessoas que eventualmente estaria presente no local. Estes valores são
fundamentais para avaliação do cenário de esgotamento sanitário da cidade em termos de
valores médios até os valores máximos que podem ser considerados para o dimensionamento.
27
Os gráficos das Figuras 10 e 11 apresentam os resultados do diagnóstico do número de pessoas
nas residências e o número máximo que pode ser observado, respectivamente.
17%
33% 1 a 2 pessoas
3 a 4 pessoas
5 ou mais
50%
De acordo com a Figura 10, aproximadamente 88% das residências apresentam até 4
pessoas normalmente. 17% responderam que existem 5 ou mais pessoas residindo ou circulando
pelo estabelecimento, no caso de edificações mistas ou prédios públicos.
20%
2 a 4 pessoas
3%
5 a 7 pessoas
50%
8 a 10 pessoas
28
Com relação ao número máximo de pessoas que eventualmente estariam na edificação,
a maior parte das respostas indicou que menos de 10 pessoas poderiam ser consideradas e em
apenas 3% dos casos deveria ser considerado 11 pessoas ou mais na edificação.
Considerando os sistemas individuais de tratamento, inicialmente foi avaliado a
presença de caixas de gordura nas edificações. Neste caso, 53% dos munícipes dispõem de
caixa de gordura. Em relação às outras etapas dos sistemas individuais de tratamento, os dados
foram agrupados em categorias de acordo com a configuração dos sistemas identificados na
aplicação do diagnóstico: fossa negra; tanque séptico + sumidouro; tanque séptico; tanque
séptico + filtro anaeróbio; sumidouro; direto na rede pluvial (Figura 12).
13%
Fossa negra
3%
8%
Tanque séptico
65%
6% Tanque Séptico + Filtro
anaeróbio
5% Sumidouro
A maior parte das soluções individuais identificadas (65%) lançam diretamente o esgoto
na rede pluvial e 13% utilizam o sistema de fossa negra. Em apenas 6% dos locais entrevistados
foi constatada a presença de um sistema com configuração adequada, conforme será discutido
neste relatório. Vale destacar a falta de informação da população acerca da diferença entre o
que é a rede de esgoto e o que é a rede de drenagem de águas pluviais. Muitos entrevistados
responderam que o esgoto da residência era ligado diretamente na “rede de esgoto ou na fossa”,
quando na verdade a ligação do esgoto gerado sem tratamento prévio era na rede de drenagem
pluvial. Neste sentido, uma campanha de conscientização e informação acerca da infraestrutura
29
urbana é necessária, a curto prazo e de forma continuada, o que pode contribuir
significativamente para a gestão do esgoto sanitário no município de forma participativa.
Em algumas ruas existe a presença de tubulação de drenagem, que recebe as águas
pluviais provenientes das casas, pátios, ruas etc. No entanto, conforme comentado
anteriormente, foi constatado visualmente a utilização indevida desse sistema para o envio de
esgoto doméstico das edificações. Adicionalmente, observou-se um déficit no município em
termos de drenagem urbana, sendo que menos da metade do município (cerca de 42%) dispõe
de qualquer tipo de dreno pluvial. Essa situação contribui para o agravamento do cenário do
esgotamento sanitário devido ao lançamento de esgoto no solo ou córregos e a exposição das
pessoas à essa forma de contaminação e potencial transmissor de doenças.
Com relação à idade dos sistemas individuais de saneamento presentes em Painel
(Figura 13), foram identificadas várias estruturas antigas, algumas com mais de 16 anos (39%).
Paralelamente, observou-se ainda sistemas que nunca receberam manutenção, enquanto outros
mantinham uma rotina mensal de cuidados. De forma geral, 89,02% dos munícipes nunca
limparam seu sistema ou não souberam responder por estarem morando com contrato de aluguel
há pouco tempo, enquanto 10,98% mantêm seus sistemas devidamente cuidados, sendo que
92% dos moradores indicaram que a manutenção ocorre de forma semestral ou anual.
19%
16%
até 5 anos
de 6 a 15 anos
20%
de 16 a 30 anos
mais de 30 anos
45%
Além disto, com relação à verificação e manutenção dos sistemas, envolvendo o acesso
até ele, em 68% de edificações há acesso ao sistema. No entanto, em alguns casos foram
30
observados problemas envolvendo edificações ou estruturas construídas sobre o sistema de
tratamento, inviabilizando o acesso.
Um dos requisitos mínimos para realização da limpeza e manutenção dos sistemas é a
existência de tubo de sucção ou tampa de inspeção. Nesse sentido, desconsiderando os locais
onde não há disponibilidade de acesso, verificou-se que apenas 22% possuem essas
características, mostrando que se obteve uma falha, sustentada por anos, de construções
indevidas em termos de esgotamento sanitário.
Em termos de ocorrência de problemas na edificação, 20% dos munícipes registraram
problemas com seus sistemas, e na maioria das vezes, esse problema estava relacionado ao
entupimento da fossa ou vazamento dela.
Com relação à proximidade da residência à poços de água, apenas 4,88% informaram
positivamente a esta questão, sendo que aproximadamente 89% estava em uma distância de até
30 metros. Por outro lado, apenas 13,82% estavam distantes de rio ou açude, e neste caso,
70,93% encontravam-se entre 50 a 500 metros de algum curso de água.
Apenas 0,81% das residências entrevistadas indicaram a presença de laje ou terreno
úmido na propriedade e 7,32% não possuem espaço para construção de sistemas individuais de
tratamento no terreno. Com relação à presença de caixa de água, 29,27% dos entrevistados
identificaram a sua presença na residência, em volumes diversos (de 100 a 2.500 litros), sendo
que o volume mais comum observado nas respostas foi o de 500 litros (53,03%).
8 Legislação
31
Organização das Nações Unidas, em setembro de 2000, o que implica em diminuir pela metade,
de 1990 a 2015, a proporção da população sem acesso permanente e sustentável à água potável
e ao esgotamento sanitário;
b) O Lançamento do Programa de Aceleração de Crescimento - PAC, em janeiro de 2007, com
previsão de grandes investimentos em infraestrutura urbana;
c) Resolução CONAMA Nº 430/2011 - Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de
efluentes. As condições e padrões para efluentes de sistemas de tratamento de esgotos sanitários
para o lançamento direto de sistemas de tratamento de esgotos sanitários deverão ser obedecidas
as seguintes condições e padrões específicos:
- pH entre 5 e 9;
- Temperatura: inferior a 40°C, sendo que a variação de temperatura do corpo receptor não
deverá exceder a 3°C no limite da zona de mistura;
- Materiais sedimentáveis: até 1 mL/L em teste de 1 hora em cone Inmhoff. Para o lançamento
em lagos e lagoas, cuja velocidade de circulação seja praticamente nula, os materiais
sedimentáveis deverão estar virtualmente ausentes;
- Demanda Bioquímica de Oxigênio-DBO 5 dias, 20°C: máximo de 120 mg/L, sendo que este
limite somente poderá ser ultrapassado no caso de efluente de sistema de tratamento com
eficiência de remoção mínima de 60% de DBO, ou mediante estudo de autodepuração do corpo
hídrico que comprove atendimento às metas do enquadramento do corpo receptor.
- Substâncias solúveis em hexano (óleos e graxas) até 100 mg/L; e
- Ausência de materiais flutuantes.
32
esgotamento. Já nos sistemas convencionais, a rede coletora sai de cada terreno em direção ao
coletor tronco e cada terreno torna-se uma unidade de esgotamento (TSUTIYA; SOBRINHO,
2011).
Os wetlands construídos são terras irrigadas pelos efluentes em que o líquido está perto
da superfície do solo, provocando sua saturação e o desenvolvimento de vegetação
característica (macrófita), que auxilia no controle de sedimentos, de nutrientes ou de cargas
orgânicas poluidoras (JORDÃO; PESSÔA, 2005).
Alguns fatores que influenciam a seleção da tecnologia de tratamento para determinadas
circunstâncias, são as exigências de desempenho (o que se espera do tratamento), as condições
locais e a caracterização do esgoto (vazão média diária, tipo de efluente, e variabilidade
sazonal). As condições de gerenciamento de efluentes podem variar muito de uma região para
outra devido as características do local e do esgoto. O uso correto da tecnologia ajuda a proteger
a saúde da população e as fontes de água, agrega valor às propriedades e evita gastos
desnecessários com reparos. Para o município de Painel serão apresentadas, a seguir, as
alternativas de tratamento de esgotos utilizando tanque séptico acoplado a um filtro anaeróbio
e wetlands construídos.
33
Figura 14 - Tanque séptico.
34
Dimensionamento do tanque séptico
Os filtros anaeróbios são reatores biológicos preenchidos com material inerte com
elevado grau de vazios, que permanece estacionário, e onde se forma um leito de lodo biológico
fixo. O material de enchimento serve como suporte para os microrganismos facultativos e
anaeróbios, que formam películas ou um biofilme na sua superfície, propiciando alta retenção
35
de biomassa no reator (ÁVILA, 2005). Assim, como estabelece a NBR 13.969 (ABNT, 1997)
o filtro é composto de uma câmara inferior vazia e uma câmara superior preenchida com o meio
filtrante submerso, onde atuam os microrganismos, como pode-se observar na Figura 15. Os
microrganismos formam películas ou um biofilme na sua superfície.
O sentido do fluxo através do leito acarreta grandes diferenças funcionais para as várias
configurações de filtro anaeróbio, como pode ser observado no Quadro 1.
V = 1,6 x N x C x T (2)
Onde:
N= número de contribuintes;
C= contribuição de despejos, em litros/habitante.dia;
T= tempo de detenção hidráulica, em dias.
37
Figura 16 - Sistema tanque séptico e filtro anaeróbio.
39
recebida no verão, a carga hidráulica, entre outros. Para o primeiro estágio, é indicado uma
superfície de 1,2 m² por habitante para o conjunto dos três filtros, com uma carga orgânica de
300 gDQOm²/d, ≈ 150 gSSTm²/d, ≈ 25 – 30 gNTKm²/d e uma carga hidráulica de 0,37 m/d
sobre um filtro em funcionamento. A Figura 17 mostra a configuração de um sistema em perfil.
40
Figura 18 - Esquema dos dois estágios do WSF clássico.
41
Figura 19 - Perfil granulométrico do primeiro e segundo estágio do Sistema Francês.
Com relação às eficiências médias Molle et al. (2005) atingiram 79% e 86% para DQO
e SST respectivamente, seguindo os padrões clássicos de dimensionamento e operação. García
Zumalacarregui & Von Sperling (2018) operaram um Sistema Francês no Brasil, com dois
módulos no primeiro estágio, sete dias de alimentação e sete dias de repouso. A eficiência média
durante o período avaliado foi de 78% e 82% para DQO e SST, respectivamente.
Com o passar do tempo, uma camada de lodo é acumulada na superfície do leito até um
momento que se deva realizar um manejo. A taxa de acúmulo do lodo depende, obviamente, da
carga de sólidos aplicada e nas condições climáticas que vão favorecer processos de
desaguamento e estabilização da matéria orgânica.
Koottatep et al. (2005), pesquisando um sistema wetland para tratamento de lodo de
tanque séptico com TAS de 250 kgST/m² ano, encontraram uma taxa de acúmulo de lodo de 12
43
cm ao ano. Comparado a outras tecnologias convencionais, como os leitos de secagem,
centrífugas e filtros prensa, os sistemas plantados possibilitam um maior armazenamento de
lodo ao longo do tempo. Geralmente, a camada de lodo pode ser removida do leito depois de 2
a 3 anos, podendo ser utilizada na agricultura, a depender do grau de higienização do lodo. De
acordo com Suntti (2010), o lodo acumulado, após seco e estabilizado, pode ser aplicado no
solo diretamente ou após uma compostagem, levando em consideração as normas e legislações
específicas para tais disposições. No Brasil, a Resolução CONAMA nº 375/2006 define
critérios e procedimentos para o uso agrícola de lodos de esgoto gerados em estações de
tratamento de esgoto sanitário e seus produtos derivados, e dá outras providências (BRASIL,
2006).
Para a retirada do lodo recomenda-se um período de repouso de 6 meses de modo que
haja uma estabilização adequada para diversos usos agrícolas, por exemplo. A Figura 20 mostra
um estereótipo padrão de um leito plantado de tratamento de lodo.
45
Tabela 10 - Parâmetros de dimensionamento para tratamento de lodo de TS.
Itens Valores Referências
Produção de lodo per capita 1 L/dia NBR 7.229:93
Taxa de acumulação de lodo (K) para intervalo
de limpeza de 1 ano e Temp. médio do mês 94 dias NBR 7.229:93
mais frio de 10ºC
Volume de lodo gerado per capita em um ano 94 x 1 = 94 L NBR 7.229:93
Concentração média de ST no lodo após 1 ano Calderón-Vallejo et
15.000 mg/L
de acúmulo al. (2015)
94 L x 15.000
Massa de ST per capita/ano mg/L = 1,41
KgST/ano
Parâmetros de projeto de dimensionamento
Calderón-Vallejo et
Taxa de aplicação 100 KgST/m².ano
al. (2015)
Calderón-Vallejo et
Relação alimentação:repouso 1:7 dias
al. (2015)
Volume percolado 0,6xVol. De lodo -
Concentração média do percolado (SST) 800 mg/L -
Área superficial 0,014 m²/hab -
Fonte: Elaborado pelo autor (2020).
A NBR 13.969 (ABNT, 1997) apresenta alternativas para disposição do esgoto tratado
utilizando tanque séptico. A melhor alternativa de disposição deve ser selecionada de acordo
com as necessidades e condições locais onde é implantado o sistema de tratamento, não
havendo restrições quanto à capacidade de tratamento das unidades. A norma cita como
alternativas para disposição: valas de infiltração, canteiros de infiltração e de
evapotranspiração, sumidouro, galeria de águas pluviais, águas superficiais e reuso local.
Conforme as necessidades locais, as alternativas citadas podem ser utilizadas
complementarmente entre si, para atender ao maior rigor legal ou para efetiva proteção do
manancial hídrico, a critério do órgão fiscalizador competente.
47
as ações, a saber:
a) Devem ser realizados ajustes na legislação municipal para que sejam exigidas as instalações
de sistemas de tratamento individual de esgoto sanitário, conforme dimensionamento e
recomendações técnicas da ABNT, para emissão de alvará de construção para novas
edificações. Deve ainda, ser previsto a fiscalização do projeto, execução e operação dos
sistemas pela prefeitura. Para a operação, devem ser considerados dispositivos que assegurem
a limpeza periódica de acordo com a base de dados utilizada para o dimensionamento dos
sistemas individuais de esgotamento sanitário;
b) A prefeitura deve buscar fontes de investimentos e/ou subsídios para a implementação de
sistemas individuais nas áreas urbana e rural nos locais onde eles se fazem inexistentes e em
substituições aos sistemas em desacordo com as normas técnicas da ABNT;
c) Podem ser previstos o uso de ferramentas de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) ou
uma alternativa para atualização periódica do cadastro dos sistemas individuais de tratamento
de esgoto;
d) Elaborar projetos tipos para facilitar a concepção e execução dos sistemas pelo usuário e
consequentemente a aprovação por parte do órgão responsável na prefeitura;
e) Executar plano de ação previsto no plano municipal de saneamento básico levando em conta
a implementação e adequação dos sistemas individuais de tratamento. Deve-se ainda considerar
a elaboração de projetos e prospecção de recursos para implementação de rede coletora e
estação de tratamento de esgotos considerando horizonte de médio e longo prazo.
A diferença deste modelo para o anterior está ligada à alternativa de manutenção dos
sistemas individuais por meio de limpeza com caminhões limpa fossa de propriedade da
prefeitura ou terceirizados, que encaminhem o lodo removido para estações de tratamento de
esgotos associadas e devidamente licenciadas pelo órgão ambiental competente. Nesse modelo,
as prefeituras municipais podem executar ou terceirizar as ações, a saber:
a) Devem ser realizados ajustes na legislação municipal para que sejam exigidas as instalações
de sistemas de tratamento individual de esgoto sanitário conforme dimensionamento e
48
recomendações técnicas da ABNT para emissão de alvará de construção para novas edificações.
Deve ainda ser previsto a fiscalização do projeto, execução e operação dos sistemas pela
prefeitura. Para a operação, devem ser considerados dispositivos que assegurem a limpeza
periódica de acordo com a base de dados utilizada para o dimensionamento dos sistemas
individuais de esgotamento sanitário;
b) A prefeitura deve buscar fontes de investimentos e/ou subsídios para a implementação de
sistemas individuais nas áreas urbana e rural nos locais onde eles se fazem inexistentes e em
substituições aos sistemas em desacordo com as normas técnicas da ABNT;
c) Podem ser previstos o uso de ferramentas de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) ou
uma alternativa para atualização periódica do cadastro dos sistemas individuais de tratamento
de esgoto;
d) Elaborar e celebrar convênio para a gestão associada de disposição do lodo coletado em
sistemas individuais em ETE que possua licenciamento ambiental para a atividade;
e) Elaborar e executar programas de manutenção dos sistemas individuais de tratamento para
coleta do lodo e envio para a ETE associada;
f) Elaborar e implementar taxa ou tarifa para a manutenção dos sistemas individuais de
tratamento que cubram as despesas com esse serviço e garantam a sua sustentabilidade
econômico-financeira;
g) Elaborar projetos tipos para facilitar a concepção e execução dos sistemas pelo usuário e
consequentemente a aprovação por parte do órgão responsável na prefeitura;
h) Executar plano de ação previsto no plano municipal de saneamento básico levando em conta
a implementação e adequação dos sistemas individuais de tratamento e a inclusão de serviços
prestados com caminha limpa fossa. Deve-se ainda considerar a elaboração de projetos e
prospecção de recursos para implementação de rede coletora e estação de tratamento de esgotos
considerando horizonte de médio e longo prazo.
Nesse modelo, o esgoto gerado por várias residências é encaminhado para uma
tubulação que percorre o interior dos terrenos ou a área de passeio, sendo essa tubulação ligada
à rede coletora. Esse processo diferencia-se de um sistema tradicional onde cada economia é
ligada à rede coletora e, portanto, o sistema condominial envolve uma participação maior da
49
comunidade em manter o sistema em funcionamento, pois hidraulicamente todos compartilham
a mesma conexão até o coletor. Ainda, podem ser previstas estações descentralizadas para o
tratamento do esgoto. Nesse modelo, as prefeituras municipais podem executar ou terceirizar
as ações, a saber:
a) Devem ser realizados ajustes na legislação municipal para que sejam exigidas as instalações
de sistemas de tratamento individual de esgoto sanitário conforme dimensionamento e
recomendações técnicas da ABNT para emissão de alvará de construção para novas edificações.
Deve ainda ser previsto a fiscalização do projeto, execução e operação dos sistemas pela
prefeitura. Para a operação, devem ser considerados dispositivos que assegurem a limpeza
periódica de acordo com a base de dados utilizada para o dimensionamento dos sistemas
individuais de esgotamento sanitário;
b) A prefeitura deve buscar fontes de investimentos e/ou subsídios para a implementação de
sistemas individuais nas áreas urbana e rural nos locais onde eles se fazem inexistentes e em
substituições aos sistemas em desacordo com as normas técnicas da ABNT;
c) Devem ser apresentadas alternativas para a execução das obras de sistema de esgoto
condominial por parte da prefeitura e/ou associação de moradores, sob supervisão dos órgãos
competentes da prefeitura, para ligação na rede coletora do município;
d) Podem ser previstos o uso de ferramentas de Sistemas de Informação Geográfica (SIG) ou
uma alternativa para atualização periódica do cadastro dos sistemas condominiais de tratamento
de esgoto;
e) Elaborar e implementar taxa ou tarifa para a manutenção dos sistemas condominiais de
tratamento que cubram as despesas com os serviços de coleta e tratamento e garantam a sua
sustentabilidade econômico-financeira;
f) Executar plano de ação previsto no plano municipal de saneamento básico levando em conta
a implementação e adequação dos sistemas individuais de tratamento. Deve-se ainda considerar
a elaboração de projetos e prospecção de recursos para implementação de rede coletora e
estação de tratamento de esgotos considerando horizonte de médio e longo prazo.
50
do município de Painel, segundo o plano municipal de saneamento. Nesse modelo, as
prefeituras municipais podem executar ou terceirizar as ações, a saber:
a) Implementar as alternativas 01 e/ou 02 e/ou 03 na área rural do município, onde a alternativa
04 se apresenta inviável devido à reduzida densidade populacional;
b) Elaborar plano de ação, com prazos para a prospecção de recursos para implementação da
rede coletora na área urbana do município e da estação de tratamento de efluentes, conforme
previsto no plano municipal de saneamento;
c) Elaborar e implementar taxa ou tarifa para a manutenção dos serviços de coleta e tratamento
de esgotos que cubram as despesas com esses serviços e garantam a sua sustentabilidade
econômico-financeira.
51
Figura 22 - Proposta do programa de gestão associada de tratamento de esgoto sanitário na área urbana para os
municípios de Painel, Urupema e Rio Rufino. A área rural pode ser contemplada com sistemas individuais nos
três municípios.
Com base nos dados apresentados anteriormente, o volume de lodo que deverá ser
coletado e transportado para a ETE de Urupema, pelo caminhão limpa fossa, será de 219,64 m³
por ano (0,60 m³/d). Multiplicando a concentração de matéria orgânica no lodo que é de 6 kg/m³
(JORDÃO; PESSÔA, 2005) pelo volume de lodo coletado e dividindo o resultado pelo volume
do reator anaeróbio, modelo UASB, da cidade de Urupema (144 m³), obtemos uma carga
orgânica volumétrica de 0,025 kg/m³.d. Um reator anaeróbio do tipo UASB pode receber uma
carga orgânica volumétrica de até 15 kg/m³.d (JORDÃO; PESSÔA, 2005), muito acima da
carga orgânica volumétrica gerada pelo lodo coletado nas fossas da cidade de Painel. Portanto,
o lodo das fossas da cidade de Painel pode ser enviado a estação de tratamento de efluentes da
cidade de Urupema sem causar prejuízos ao tratamento biológico.
Pode ser previsto a médio e longo prazo a implementação de rede coletora no município
para o recebimento do esgoto de forma condominial (alternativa 03) ou coletiva (alternativa 04)
com tratamento em estação centralizada de tratamento de efluentes. Neste caso, recomenda-se
considerar a tecnologia de wetlands construídos devido à várias características, principalmente
pela robustez do sistema, dispensando mão-de-obra qualificada para sua operação, o qual
poderia ser uma limitação para o município. Além disso, outras vantagens podem ser
enumeradas, entre elas:
- O tratamento do esgoto e do lodo ocorre simultaneamente, evitando custos operacionais
elevados com gestão desse resíduo;
52
- O sistema possibilita variações de cargas hidráulicas e orgânicas, sem comprometer a
eficiência do tratamento;
- O sistema não necessita, necessariamente, de sistemas de bombeamento, ou aeração mecânica;
- Por ser um sistema aeróbio, está muito menos sujeito às variações climáticas e de cargas
pontuais tóxicas, comparados aos sistemas anaeróbios;
- Por ser um sistema que utiliza plantas no tratamento, proporciona um viés paisagístico, com
boa aceitação da comunidade;
- O lodo que é retirado do sistema após 5-10 anos, apresenta um grau de estabilidade bastante
avançada, possibilitando sua utilização como fonte de insumo para agricultura, dependendo do
nível de exigência para cada fim.
A seguir são apresentados quatro cenários possíveis para a universalização dos serviços
de esgotamento sanitário no município de Painel. Primeiramente foi considerada a possibilidade
de universalização via implementação de sistemas individuais em todo o município com
manutenção realizada via contratação de serviço especializado. Em um segundo cenário, a
manutenção pode ser realizada e administrada por três prefeituras, com possibilidade de
participação do CISAMA. No terceiro cenário, foi considerada a proposta apresentada no plano
municipal de saneamento básico do município em 2011. Finalmente, o quarto cenário considera
a tecnologia de wetlands construídos para o tratamento de esgoto da área urbana e disposição
do lodo gerado nos sistemas da área rural. Cada cenário foi abordado com relação aos custos
de implementação e manutenção, servindo como base para a avaliação da possibilidade de
sustentabilidade do serviço de saneamento de acordo com a Lei n° 11.445, de 5 de janeiro de
2007 que estabelece em seu artigo 29:
Os serviços públicos de saneamento básico terão a
sustentabilidade econômico-financeira assegurada por meio de
remuneração pela cobrança dos serviços, e, quando necessário,
por outras formas adicionais, como subsídios ou subvenções,
vedada a cobrança em duplicidade de custos administrativos ou
gerenciais a serem pagos pelo usuário, nos seguintes serviços:
I - de abastecimento de água e esgotamento sanitário, na forma
de taxas, tarifas e outros preços públicos, que poderão ser
53
estabelecidos para cada um dos serviços ou para ambos,
conjuntamente; (Redação pela Lei nº 14.026, de 2020)
Tabela 12 - Custos de manutenção dos sistemas individuais quando contratada empresa terceirizada de Lages.
Setor Número de unidades Custos
Urbano 340 R$ 170.000,00
Rural 600 R$ 300.000,00
Custo anual de manutenção de todas as unidades R$ 470.000,00
Custo anual por unidade R$ 500,00
Custo mensal por unidade R$ 41,67
Fonte: Elaborado pelo autor (2020).
55
limpeza de 5 sistemas por dia, a aquisição de 2 caminhões envolveria o seu uso em 240 dias no
ano. Desta forma, observa-se que existe ainda um período que pode ser considerado para
manutenções preventivas ou corretivas dos caminhões e/ou do equipamento durante o ano. No
que pese a existência da ETE no município de Urupema para a disposição e tratamento do lodo,
as distâncias de viagem de Rio Rufino e Painel até a ETE seriam de 20 e 27 km,
respectivamente, estando a ETE de Urupema posicionada estrategicamente para essa atividade.
O serviço de limpeza poderia ser realizado e administrado pelas prefeituras e/ou pelo Consórcio
Intermunicipal Serra Catarinense (CISAMA).
Assim, considerando um valor de referência de R$ 8.000,00 para o pagamento mensal
de dois operadores (salário e encargos), um custo de R$ 1,8311 por quilômetro rodado segundo
a Resolução ANTT n° 5.899/2020 (ANTT, 2020), a mensalidade do sistema informatizado de
cobrança da taxa (R$ 376,00), foram estimados os seguintes valores da Tabela 13 para os custos
de limpeza anual e mensal dos sistemas nas áreas urbana e rural de Painel. Para a distância
percorrida, foi considerado um raio médio de 2 km na área urbana e de 9,75 km na área rural.
Tabela 13 - Estimativa de custos para a limpeza considerando a gestão associada entre Painel, Urupema e Rio
Rufino.
Dados Valores
Produção anual de lodo (Toneladas) 226,26
Número de viagens necessárias 23
Distância para disposição em Urupema (km) 27
Distância média percorrida para coleta (km) 7
Custo anual de manutenção de todas as unidades R$ 33.985,09
Custo anual por unidade R$ 36,15
Custo mensal por unidade R$ 3,01
Fonte: Elaborado pelo autor (2020).
57
Tabela 14 - Custos para a implementação e operação de sistema coletivo de esgoto na área urbana e individual na
área rural. Nos cenários são previstos custos para um horizonte de 20 anos.
Cenários possíveis Valores
Cenário tendencial em 2011 – custos com água R$ 4.133.281,00
Cenário desejável em 2011 – custos com água e esgoto R$ 6.336.384,58
Custos somente com esgoto em 2011 R$ 2.203.103,58
Cenário tendencial para 2020 – custos com água R$ 7.069.217,49
Cenário desejável para 2020 - custos com água e esgoto R$ 10.837.221,25
Custos somente com esgoto para 2020 R$ 3.768.003,76
Custo anual de manutenção de todas as unidades R$ 188.400,19
Custo anual por unidade R$ 200,43
Custo mensal por unidade R$ 16,70
Fonte: Elaborado pelo autor (2020).
58
considerando a aquisição de um caminhão com as características descritas anteriormente. Neste
caso, seria necessário um caminhão para o município e o valor a ser arrecadado mensalmente
dos munícipes seria R$ 3,75 por unidade para o custeio deste veículo (R$ 540.000,00
arrecadado em 20 anos, considerando os 600 sistemas da área rural). Além disto, considerando
um valor de referência de R$ 4.000,00 para o pagamento mensal de um operador (salário e
encargos), um custo de R$ 1,8311 por quilômetro rodado segundo a Resolução ANTT n°
5.899/2020 (ANTT, 2020), a mensalidade do sistema informatizado de cobrança da taxa (R$
720,00), foram estimados os seguintes valores da Tabela 15 para os custos de limpeza anual e
mensal dos sistemas nas áreas urbana e rural de Painel considerando este cenário. Para a
distância percorrida, foi considerado um raio médio 9,75 km na área rural.
Para este último cenário, embora os valores sejam compatíveis àqueles considerando a
universalização somente com sistemas individuais, o valor obtido para a manutenção dos
sistemas é maior que o considerado envolvendo o programa de gestão associada e valorizando
a ETE já construída no município de Urupema (Tabela 13). Além disto, a soma do valor base
de R$ 4,04 com a contribuição para aquisição do caminhão de 3,75 se torna R$ 7,79. Este valor
é superior àquele estimado na Tabela 13, de R$ 5,01 (R$ 3,01 + R$ 2,00), considerando os
mesmos fatores, já que neste último cenário as prefeituras administrariam isoladamente os
59
sistemas. Por fim, essa alternativa possui um custo de implementação menor do que o
apresentado no plano de saneamento do município e com um valor inferior de manutenção,
podendo ser uma opção alternativa para a gestão dos sistemas de esgotos de Painel.
12 Plano de ação
Quadro 2 - Objetivo 1: adequar o município em termos legislativos e executivos sobre os sistemas individuais de
tratamento de esgotos e planejar o sistema de cobranças.
- Adequação e aprovação na legislação municipal disciplinando
o projeto, execução e operação de sistemas individuais de
tratamento de esgoto.
Meta 1.1 - Adaptar as adequações ao PMSB de Painel.
- Cumprir o estabelecido no código sanitário do município para
emissão de habite-se sanitário pela vigilância sanitária, mediante
implantação do sistema individual de esgotos.
Prazo 12 meses
Atualização do PMSB com recurso junto ao governo do estado
Investimentos pela SDE/SC no valor de R$ 1.317.327,00 para 14 municípios da
Serra Catarinense, incluindo Painel.
Fontes de Secretaria de Estado do Desenvolvimento Sustentável do
Recursos Governo de Santa Catarina (SDE/SC)
- Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente
- Vigilância Sanitária
Responsáveis
- Procuradoria Jurídica
- CISAMA.
60
- Criação de taxa para a manutenção dos sistemas individuais de
Meta 1.2 tratamento.
- Elaboração de mecanismo para arrecadação via fatura da água.
Prazo 12 meses
- Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente
- Secretaria Municipal de Administração e Finanças
- Procuradoria Jurídica
Responsáveis
- ARIS
- CASAN
- CISAMA
61
- Ministério Público de Santa Catarina (13ª Promotoria de Justiça
da Comarca de Lages-SC)
- Prefeitura Municipal de Painel
- Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente
Responsáveis - Vigilância sanitária
- CISAMA
Fonte: Elaborado pelo autor (2020).
Quadro 3 - Objetivo 2: regularizar as edificações do município de Painel com relação aos sistemas de esgotos
sanitários.
Instalação e/ou substituição de sistemas individuais de
tratamento de esgoto em 100% da área urbana e rural, baseados
Meta 2.1
em tanque séptico, filtro anaeróbio e sumidouro, dimensionados
segundo critérios da ABNT.
Prazo 60 meses
Investimentos Entre R$ 2.428.114,00 e R$ 3.400.826,00
- Funasa
Fontes de
- Funserra
Recursos
- Prefeitura Municipal de Painel
- Gabinete do Prefeito
- Secretaria Municipal de Administração e Finanças
Responsáveis - Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente
- Secretaria de Obras e Serviços Públicos
- CISAMA
63
Quadro 5 - Objetivo 4: realizar campanhas de educação ambiental.
- Divulgar continuamente aos moradores a importância dos
sistemas de tratamento de esgotos em termos ambientais e de
Meta 4.1 saúde.
- Realizar audiências públicas e eventos em datas estratégicas
(dia da água, dia do meio ambiente) sobre saneamento básico.
Prazo Fluxo contínuo
Investimentos R$ 5.000,00 por ano
Funserra
Fontes de
Fundo para Recuperação dos Bens Lesados (Ministério Público
Recursos
de SC)
- Secretaria de Educação e Cultura
- CISAMA
Responsáveis
- CASAN
- ARIS
Fonte: Elaborado pelo autor (2020).
64
13 Considerações finais
65
14 Referências
ABNT. ABNT NBR 9649:1986 Projeto de redes coletoras de esgoto sanitário. Rio de
Janeiro: [s.n.], 1986.
ABREU, R. L. De. Map locator of Santa Catarina’s Painel city. 2006. Disponível em:
<https://commons.wikimedia.org/wiki/File:SantaCatarina_Municip_Painel.svg>. Acesso em:
15/ago./20.
NIELSEN, S. Sludge treatment and drying reed bed systems 20 years of experience. In:
Proceedings of the European Conference on Sludge Management. Liège, Belgium: [s.n.],
2008.
SDS. Recursos hídricos de Santa Catarina. Florianópolis: [s.n.], 2018. Disponível em:
<http://www.aguas.sc.gov.br/jsmallfib_top/DHRI/bacias_hidrograficas/bacias_hidrograficas_
sc.pdf>. Acesso em: 17/abr./20.
UGGETTI, E. et al. Sludge treatment wetlands: A review on the state of the art.
Bioresource Technology, [s.l.], v. 101, no 9, p. 2905–2912, 2010. ISSN: 09608524, DOI:
10.1016/j.biortech.2009.11.102.
68
15 Anexos
Anexo A - Questionário Elaborado pela ARIS e adaptado para aplicação em campo para as
informações do município.
Anexo B - Questionário aplicado à prefeitura municipal.
Anexo C - Modelos de sistemas individuais de tratamento.
Anexo D - Convênio de cooperação técnica entre a ARIS e o município de Painel-SC.
69
Anexo A - Questionário Elaborado pela ARIS e adaptado para aplicação em campo para as
informações do município.
SISTEMAS INDIVIDUAIS
PERFIL DA EDIFICAÇÃO
RESIDÊNCIAL
COMERCIAL
MISTA
PÚBLICO
INDUSTRIAL
OBSERVAÇÕES DA EDIFICAÇÃO
ENDEREÇO
NÚMERO
COMPLEMENTO
BAIRRO
QUADRA
LOTE
CEP
MUNICÍPIO
OUTRAS INFORMAÇÕES
NÚMERO DE PESSOAS NA EDIFICAÇÃO:
NRO. MÁXIMO PESSOAS NA EDIFICAÇÃO:
NRO. DE QUARTOS: (NA CASA, APARTAMENTO)
NRO. DE QUARTOS: (HOTEL)
SISTEMA DE TRATAMENTO É INDIVIDUAL? ( ) sim ( ) não
OBSERVAÇÕES DO SISTEMA:
COORDENADAS (WGS84)
LATITUDE
LONGITUDE
ALTITUDE
QUESTÕES
POSSUI CAIXA DE GORDURA?
POSSUI FOSSA NEGRA?
POSSUI TANQUE SÉPTICO? ( ) sim ( ) não
POSSUI FILTRO ANAERÓBIO? ( ) sim ( ) não
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POSSUI SUMIDORO? ( ) sim ( ) não
POSSUI FILTRO VALA DE
( ) sim ( ) não
FILTRAÇÃO?
POSSUI FILTRO VALA DE
( ) sim ( ) não
INFILTRAÇÃO?
POSSUI TANQUE COM
( ) sim ( ) não
CLORADOR?
( ) sim (
POSSUI TUBULAÇÃO DE DRENAGEM NA RUA EM FRENTE A EDIFICAÇÃO?
) não
POSSUI LIGAÇÃO NA DRENAGEM PLUVIAL? ( ) sim ( ) não
HÁ QUANTOS ANOS ESTÁ CONSTRUÍDO O SISTEMA DE ESGOTO?
É FEITA A LIMPEZA PERIÓDICA? ( ) sim ( ) não
QUAL A FREQUÊNCIA?
ANO DA ÚLTIMA LIMPEZA?
HÁ ACESSO PARA A FOSSA OU SISTEMA DE TRAMENTO DE ESGOTO? ( ) sim ( ) não
HÁ TUBO PARA SUCÇÃO OU TAMPA DE INSPEÇÃO PARA FAZER A LIMPEZA DA FOSSA/SISTEMA DE
TRAMENTO DE ESGOTO?
( ) sim ( ) não
A FOSSA JÁ APRESENTOU PROBLEMAS DE ENTUPIMENTO OU VAZAMENTO? ( ) sim ( ) não
EXISTE POÇO DE ÁGUA PRÓXIMO? ( ) sim ( ) não
QUAL A DISTÂNCIA APROXIMADA DO POÇO?
EXISTE RIO OU AÇUDE PRÓXIMO? ( ) sim ( ) não
QUAL A DISTÂNCIA DO RIO OU AÇUDE?
( ) sim (
TEM ESPAÇO NO TERRENO PARA CONSTRUIR TRATAMENTO DE ESGOTO INDIVIDUAL?
) não
POSSUI CAIXA DE ÁGUA? ( ) sim ( ) não
QUANTOS LITROS?
71
Anexo B - Questionário aplicado à prefeitura municipal.
72