Raciocínio Lógico - Aula4
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AULA 4
p q ~𝒑 𝒑 ∧ ~𝒑 𝒑 ∧ ~𝒑 → 𝒒
V V F F V
V F F F V
F V V F V
F F V F V
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Já o símbolo ⇔ indica uma relação; em que todas as avaliações possíveis
de uma operação bicondicional entre 𝑷 e 𝑸 (𝑷 ↔ 𝑸) resultam em 𝑽
(tautologia).
Ex.: a bicondicional ~(𝒑 ∧ ~𝒒) ↔ (𝒑 → 𝒒) é tautologia. Logo, ~(𝒑 ∧
~𝒒) ⇔ (𝒑 → 𝒒) é tautologia (equivalência lógica).
p q ~𝒑 𝒑 ∧ ~𝒑 𝒑 ∧ ~𝒑 → 𝒒
V V F F V
V F F F V
F V V F V
F F V F V
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𝑷 ⇒ 𝑸 ocorre sempre que os valores de seus conectivos forem V
(verdadeiros).
Em síntese, a condição necessária e suficiente para que uma implicação
lógica qualquer representada por 𝑷 ⇒ 𝑸 seja válida (verdadeira) é que a
proposição condicional 𝑷 (𝒑, 𝒒, 𝒓 … ) → 𝑸 (𝒑, 𝒒, 𝒓 … ) seja uma tautologia.
Ex.: verificar se 𝒑 ∧ 𝒒 ⇒ 𝒑 ∨ 𝒒 é válida. Para isso, basta construir a tabela-
verdade da proposição 𝒑 ∧ 𝒒 → 𝒑 ∨ 𝒒 e observar o resultado.
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p q r 𝒑→𝒒 ∧ 𝒒→𝒓 → (𝒑 → 𝒓)
V V V V V V V V
V V F V F F V F
V F V F F V V V
V F F F F V V F
F V V V V V V V
F V F V F F V V
F F V V V V V V
F F F V V V V V
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consequente, a conjunção e das proposições que integram a primeira
condicional. Ex.:
“Se eu vou, então ele vai. Logo, se e eu vou, então eu vou e ele vai.”
Silogismo disjuntivo (SD)
(𝒑 ∨ 𝒒) ∧ ~𝒑 ⇒ 𝒒
(𝒑 ∨ 𝒒) ∧ ~𝒒 ⇒ 𝒑
Silogismo é um argumento constituído de três proposições declarativas
que se conectam de tal modo que, com base nas duas primeiras, chamadas de
premissas, é possível deduzir uma conclusão.
Se uma disjunção é verdadeira e um dos operandos é falso, o outro tem
que ser verdadeiro. Ex.:
“Eu vou ou ele vai. Eu não vou. Logo, ele vai.”
“Eu vou ou ele vai. Ele não vai. Logo, eu vou.”
Silogismo hipotético (SH)
(𝒑 → 𝒒) ∧ (𝒒 → 𝒓) ⇒ (𝒑 → 𝒓)
O silogismo hipotético se baseia na propriedade de transitividade da
implicação. Se o consequente de uma implicação coincide com o antecedente
de uma segunda implicação, então o consequente da primeira implica o
consequente da segunda. Ex.:
“Se eu vou, então ele vai. Se ele vai, então ela vai. Logo, se eu vou, então
ela vai.”
Modus ponens (MP)
(𝒑 → 𝒒) ∧ 𝒑 ⇒ 𝒒
Modus ponens, em latim, significa a maneira que afirma afirmando, que
constitui a eliminação de uma implicação.
Se o antecedente de uma condicional é verdadeiro, então o consequente
tem que ser verdadeiro também. Ex.:
“Se eu vou, ele vai. Eu vou. Logo, ele vai.”
Não confundir com as falácias
Falácia da afirmação do consequente:
(𝒑 → 𝒒) ∧ 𝒒 → 𝒑
Ex.: “Se eu vou, ele vai. Ele vai. Logo, eu vou.”
Falácia da negação do antecedente:
(𝒑 → 𝒒) ∧ ~𝒑 → ~𝒒
Ex.: “Se eu vou, ele vai. Eu não vou. Logo, ele não vai.”
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Modus tollens (MT)
(𝒑 → 𝒒) ∧ ~𝒒 ⇒ ~𝒑
Modus tollens, em latim, significa modo que nega; nesse caso, a negação
do consequente que nega o antecedente da implicação.
Contradizendo o consequente de uma condicional verdadeira, conclui-se
pela contradição do antecedente. É também chamado de contradição do
consequente. Ex.:
“Se eu vou, ele vai. Ele não vai. Logo, eu não vou.”
Dilema construtivo (DC)
(𝒑 → 𝒒) ∧ (𝒓 → 𝒔) ∧ (𝒑 ∨ 𝒓) ⇒ 𝒒 ∨ 𝒔
Tem como base a regra do MP. É uma disjunção que contém dois
antecedentes e dois consequentes. Sendo a disjunção dos precedentes
verdadeira, conclui-se pela veracidade da disjunção dos consequentes. Ex.:
“Se eu vou, ele vai. Se fulano vai, sicrano vai. Eu vou ou fulano vai. Logo,
ela vai ou sicrano vai.”
Dilema destrutivo (DD)
(𝒑 → 𝒒) ∧ (𝒓 → 𝒔) ∧ (~𝒒 ∨ ~𝒔) ⇒ (~𝒑 ∨ ~𝒓)
O dilema destrutivo tem como base a regra do MT. É uma disjunção que
contém a contradição dos dois consequentes de dois antecedentes. Sendo a
disjunção das negações dos consequentes verdadeira, conclui-se pela
veracidade da disjunção das negações dos antecedentes. Ex.:
“Se eu vou, ele vai. Se fulano vai, sicrano vai. Ele não vai ou sicrano não
vai. Logo, eu não vou ou fulano não vai.”
Proposição recíproca de 𝒑 → 𝒒: 𝒒 → 𝒑
Proposição inversa de 𝒑 → 𝒒: ~𝒑 → ~𝒒
Proposição contrapositiva de 𝒑 → 𝒒: ~𝒒 → ~𝒑
p q ∼ 𝒒 𝒑 ∧∼ 𝒒 ∼ (𝒑 ∧∼ 𝒒) 𝒑 → 𝒒 ~(𝒑 ∧ ~𝒒) ↔ (𝒑 → 𝒒)
V V F F V V V
V F V V F F V
F V F F V V V
F F V F V V V
Reflexiva: 𝑷 ⇔ 𝑷.
Simétrica: se 𝑷 ⇔ 𝑸, então 𝑸 ⇔ 𝑷.
Transitiva: se 𝑷 ⇔ 𝑸 e 𝑸 ⇔ 𝑹, então 𝑷 ⇔ 𝑹.
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3.2 Equivalências lógicas notáveis
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“Eu vou ou ele vai ou ela vai se, e somente se, eu vou ou ele vai ou ela
vai.”
“Eu vou e ele vai e ela vai se, e somente se, eu vou e ele vai e ela vai.”
Distribuição (Dist)
𝒑 ∨ (𝒒 ∧ 𝒓) ⇔ (𝒑 ∨ 𝒒) ∧ (𝒑 ∨ 𝒓)
𝒑 ∧ (𝒒 ∨ 𝒓) ⇔ (𝒑 ∧ 𝒒) ∨ (𝒑 ∧ 𝒓)
Uma disjunção pode se distribuir em uma conjunção. Uma conjunção
pode se distribuir em uma disjunção. Ex.:
“Eu vou ou ele vai e ela vai se, se somente se, eu vou ou ele vai e eu vou
ou ela vai.”
“Eu vou e ele vai ou ela vai se, se somente se, eu vou e ele vai ou eu vou
e ela vai.”
Contraposição ou transposição (Trans)
𝒑 → 𝒒 ⇔ ~𝒒 → ~𝒑
𝒑 ↔ 𝒒 ⇔ ~𝒒 ↔ ~𝒑
(𝒑 ↔ 𝒒 ⇔ ~𝒑 ↔ ~𝒒)
Os membros de uma condicional ou bicondicional podem ser transpostos
se precedidos de uma negação. Ex.:
“Se eu vou, então ele vai se, se somente se, se ele não vai, então eu não
vou.”
“Eu vou se e somente se ele vai se, e somente se, ele não vai se e
somente se eu não vou.”
Implicação material (IMPL)
𝒑 → 𝒒 ⇔ ~𝒑 ∨ 𝒒
Mostra-se a equivalência entre uma condicional e uma disjunção. Ex.:
“Se eu vou, então ele vai se, se somente se, se eu não vou ou ele vai.”
Equivalência (Equiv)
(𝒑 ↔ 𝒒) ⇔ (𝒑 ∧ 𝒒) ∨ (~𝒑 ∧ ~𝒒)
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Mostra-se a equivalência entre uma bicondicional e uma conjunção de
condicionais. Ex.:
“Eu vou se e somente se ele vai se, e somente se, se eu vou, então ele
vai e, se ele vai, então eu vou.”
Exportação/importação (EXP/IMP)
𝒑 ∧ 𝒒 → 𝒓 ⇔ 𝒑 → (𝒒 → 𝒓)
Uma parte do antecedente de uma condicional pode passar para o
consequente, por meio da troca de conectivos. Ex.:
“Se eu vou e ele vai, então ela vai se, e somente se, se eu vou; então, se
ele vai, então ela vai.”
De Morgan (DM)
~(𝒑 ∧ 𝒒) ⇔ ~𝒑 ∨ ~𝒒
~(𝒑 ∨ 𝒒) ⇔ ~𝒑 ∧ ~𝒒
É possível definir a conjunção com base na negação e na disjunção, ou a
disjunção com base na negação e na conjunção. Ex.:
“É falso que eu vou e ele vai se, e somente se, se eu não ou ele não vai."
“É falso que eu vou ou ele vai se, e somente se, se eu não e ele não vai."
Conjunção
RE 2. Idempotência 𝒑∧𝒑⇔𝒑
RE 3. Comutativa 𝒑∧𝒒 ⇔𝒒∧𝒑
RE 4. Associativa (𝒑 ∧ 𝒒) ∧ 𝒓 ⇔ 𝒑 ∧ (𝒒 +∧ 𝒓)
RE 5. Elemento neutro (V) 𝒑 ∧ 𝑽 ⇔ 𝒑
RE 6. Elemento absorvente (F) 𝒑 ∧ 𝑭 ⇔ 𝑭
RE 7. Equivalência contraditória 𝒑 ∧ ~𝒑 ⇔ 𝑭
Disjunção
RE 8. Idempotência 𝒑∨𝒑⇔𝒑
RE 9. Comutativa 𝒑∨𝒒 ⇔𝒒∨𝒑
RE 10. Associativa (𝒑 ∨ 𝒒) ∨ 𝒓 ⇔ 𝒑 ∨ (𝒒 ∨ 𝒓)
RE 11. Elemento neutro (F) 𝒑 ∨ 𝑭 ⇔ 𝒑
RE 12. Elemento absorvente (V) 𝒑 ∨ 𝑽 ⇔ 𝑽
RE 13. Equivalência tautológica 𝒑 ∨ ~𝒑 ⇔ 𝑽
Conjunção e disjunção
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RE 14. Distributiva 𝒑 ∧ (𝒒 ∨ 𝒓) ⇔ (𝒑 ∧ 𝒒) ∨ (𝒑 ∧ 𝒓)
𝒑 ∨ (𝒒 ∧ 𝒓) ⇔ (𝒑 ∨ 𝒒) ∧ (𝒑 ∨ 𝒓)
RE 15. Absorção 𝒑 ∧ (𝒑 ∨ 𝒒) ⇔ 𝒑
𝒑 ∨ (𝒑 ∧ 𝒒) ⇔ 𝒑
RE 16. Leis de Morgan ~(𝒑 ∧ 𝒒) ⇔ ~𝒑 ∨ ~𝒒
~(𝒑 ∨ 𝒒) ⇔ ~𝒑 ∧ ~𝒒
Condicional
Bicondicional
RE 20. Comutativa (𝒑 ↔ 𝒒) ⇔ (𝒒 ↔ 𝒑)
RE 21. Associativa ((𝒑 ↔ 𝒒) ↔ 𝒓) ⇔ (𝒑 ↔ (𝒒 ↔ 𝒓))
RE 22. Equivalência (𝒑 ↔ 𝒒) ⇔ (𝒑 ∧ 𝒒) ∨ (~𝒑 ∧ ~𝒒)
RE 23. Equivalência material (𝒑 ↔ 𝒒) ⇔ (𝒑 → 𝒒) ∧ (𝒒 → 𝒑)
RE 24. Contraposição (transposição) 𝒑 ↔ 𝒒 ⇔ ~𝒒 ↔ ~𝒑 ⇔ ~𝒑 ↔ ~𝒒
RE 25. Negação ~(𝒑 ↔ 𝒒) ⇔ (𝒑 ∧ ~𝒒) ∨ (~𝒑 ∧ 𝒒)
5.2 Aplicação
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“Se os preços sobem, então a inflação é inevitável. Os preços sobem e a
economia se descontrola. Logo, a inflação é inevitável.”
Proposições simples:
𝒑: “Os preços sobem.”
𝒒: “A inflação é inevitável.”
𝒓: “A economia se descontrola.”
Argumento:
(𝒑 → 𝒒) ∧ (𝒑 ∧ 𝒓) → 𝒒
Passo 2
Tabelar as premissas, numerando-as, e separá-las das deduções e da
conclusão usando uma linha horizontal.
1. 𝒑→𝒒
2. 𝒑∧𝒓
___________
- -
Passo 3
Iniciar o processo dedutivo aplicando as regras de dedução (inferência ou
equivalência). Numerar cada dedução sequencialmente e indicar os operandos
(enunciados precedentes: premissas ou deduções intermediárias) e a regra de
dedução aplicada a eles para obter a dedução, conforme as duas tabelas de
regras anteriores (de inferências e equivalências).
Indicar a conclusão com C.
1. 𝒑 → 𝒒
2. 𝒑 ∧ 𝒓 Operandos Regra de dedução
3. 𝑷 2 SIMP
C.𝑸 1,3 MP
Ex.: simplificar (𝒑 → (~𝒑 → 𝒒):
1. (𝒑 → (~𝒑 → 𝒒)
2. 𝒑 → (~~𝒑 ∨ 𝒒)
3. ~𝒑 ∨ (𝒑 ∨ 𝒒)
4. (~𝒑 ∨ 𝒑) ∨ (~𝒑 ∨ 𝒒)
5. 𝑻 ∨ (~𝒑 ∨ 𝒒)
C. 𝑻
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A implicação do exemplo anterior representa uma tautologia, pois a
propriedade distributiva gera (~𝒑 ∨ 𝒑), ou seja, ela é obrigatoriamente forçada
a gerar um valor verdadeiro. Ao juntar-se com o operador ∨ (ou), ela obriga a
proposição formada a gerar um valor verdadeiro na resolução.
Caso a proposição fosse 𝑻 ∧ (~𝒑 ∨ 𝒒), então o valor lógico seria (~𝒑 ∨
𝒒), pois o valor, mesmo que falso, juntado com (~𝒑 ∨ 𝒒), será (~𝒑 ∨ 𝒒).
Ex.: aula prática 2.
Demonstre que os argumentos são válidos, utilizando as tabelas-verdade
e as regras de inferência. Se o programa é eficiente, ele executará rapidamente.
O programa é eficiente ou tem um erro. O programa não executa rapidamente.
Portanto, o programa tem um erro.
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
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