Aula 03. SOFT SKILLS. SEMINÁRIO CRIATIVO
Aula 03. SOFT SKILLS. SEMINÁRIO CRIATIVO
Aula 03. SOFT SKILLS. SEMINÁRIO CRIATIVO
CRIATIVO
Perfil pessoal
criativo e inovador
Jéssica Pereira de Mello
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Introdução
Neste capítulo, você verá uma discussão que diferencia as habilidades técnicas
(hard skills) das habilidades comportamentais (soft skills) a partir das parti-
cularidades de cada conjunto de competências, suas definições e principais
expoentes. Por meio desse cenário, você poderá identificar a gama de habili-
dades comportamentais que estão relacionadas à criatividade e à inovação.
Além disso, você estudará a inteligência emocional, conceitos e habilidades
relacionadas, assim como a sua importância para o melhor posicionamento no
mercado de trabalho e no desenvolvimento de uma carreira sólida.
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Na próxima seção você encontra uma descrição das soft skills que estão
mais estritamente relacionadas à inovação e à criatividade.
Habilidade interpessoal
A habilidade interpessoal refere-se à forma como o indivíduo se relaciona
com as pessoas que estão a seu redor. A convivência harmônica é sempre um
desafio a ser superado em qualquer ambiente, principalmente no trabalho.
Pessoas que conseguem relacionar-se de modo empático, tendem a se colocar
no lugar do outro, perceber e reagir de forma adequada frente às situações
que envolvem outras pessoas. Saber se posicionar frente ao outro mesmo
diante de conflitos e visões de mundo divergentes é essencial para o convívio
saudável, promove o crescimento e torna o ambiente mais positivo. Entretanto,
habilidade interpessoal envolve, inclusive, o distanciamento de pessoas que
não trazem à tona aquilo que o indivíduo possui de bom (VIDAL, 2000).
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Trabalho em equipe
Saber trabalhar em equipe é um requisito bastante comum em processos de
contratação, além de ser uma condição essencial para manter-se no cargo
após a admissão. O trabalho em equipe é o motor para diversos processos que
envolvem criação e inovação, e, por meio da cooperação e do estabelecimento
de objetivos comuns ao grupo, pode ser um caminho bastante interessante
para descobertas criativas. O trabalho em equipe tem sido apontado como
um dos fatores que mais contribuem para o sucesso de empresas, uma vez
que aumenta a produtividade e a criatividade, além de melhorar os processos
(FIORELLI, 2018).
O trabalho em equipe traz diversas contribuições tanto aos trabalhadores
como ao ambiente organizacional, com destaque para uma comunicação mais
efetiva e com menos conflitos e ruídos, além da abertura para novas ideias,
que sejam colaborativas e mais criativas. Quando as decisões são tomadas de
forma conjunta, evitam-se situações em que se produzam descontentamentos
e situações conflituosas. No coletivo, as potencialidades individuais tendem a
se fortalecer por meio do debate de ideias e de aspectos que são suscitados,
como algum grau de competitividade (FIORELLI, 2018).
Flexibilidade
Ser flexível equivale à capacidade de se adaptar e de se reinventar rápida
e adequadamente a novas exigências. A flexibilidade também está ligada à
abertura para novas ideias e ao diálogo de ideias que podem ser antagôni-
cas, sem que isso se torne um problema ou obstáculo à ação. Essa soft skill
contribui para o ambiente laboral na medida em que o profissional consegue
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Gerenciamento do tempo
O gerenciamento do tempo é fundamental para o bom desempenho das
atividades e está diretamente relacionado com a produtividade e a eficiência.
Indivíduos que possuem essa habilidade aguçada tendem a se destacar,
já que conseguem entregar além do que é exigido. O bom gerenciamento
do tempo pode ser desenvolvido por meio de processos como a criação de
rotinas e disciplinas de trabalho e descanso, ambientes de trabalho ade-
quados e processos e técnicas que possam contribuir para otimização do
tempo (VIDAL, 2000).
Gestão de conflitos
A habilidade de gerir conflitos tornou-se tão importante no ambiente laboral
contemporâneo que algumas empresas possuem um setor específico para
isso. Contudo, quando se trata das soft skills, gerir conflitos envolve saber
se posicionar e se relacionar adequadamente em situações de dificuldade,
de divergências de ideias e problemas enfrentados no cotidiano do trabalho.
É preciso compreender que o conflito faz parte das relações sociais, sendo
assim, o objetivo não é eliminá-lo, mas sim evitar que tome grandes propor-
ções, que impeça o debate saudável de ideias e que gere um ambiente de
trabalho estressante (FIORELLI, 2018).
Comunicação
A comunicação é uma das habilidades mais conhecidas e debatidas quando
se trata do perfil pessoal e profissional. Comunicar-se de modo eficaz inclui
transmitir e interpretar ideias simples e complexas; é um processo que envolve
sempre um interlocutor que precisa também carregar essas habilidades.
Na prática, porém, esse processo é complexo e pode sofrer interferências
de ruídos. Por isso, é preciso estar preparado para compreender quando há
um problema na comunicação que possa impedir o alcance dos objetivos
propostos (KUMAR; SREEHARI; SAVITHRI, 2011).
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Resiliência
A resiliência é um dos termos de mais destaque no cenário contemporâneo,
seja no campo do trabalho ou da vida pessoal. É preciso analisá-la com
cuidado, de modo a não reproduzir formas de pensar baseadas no senso
comum. Muito ligada à criatividade e ao bom relacionamento interpessoal,
a resiliência não é importante somente em momentos difíceis, ela precisa
ser exercitada diariamente, em pequenas situações cotidianas, de forma a
se tornar uma característica inerente ao indivíduo. Ser resiliente envolve
paciência, maturidade e força, além de automotivação para continuar mesmo
quando o caminho é árduo (FIORELLI, 2018).
A forma e o termo resiliência originaram-se na área da ciência de materiais,
ligada a questões como o grau de plasticidade e de adaptabilidade de alguns
materiais. Como uma habilidade pessoal, ser resiliente é conseguir compreen-
der que o aprendizado é parte essencial do processo de desenvolvimento
pessoal e profissional, além de fazer parte do processo de criação e inovação.
Criar algo novo perpassa muitas vezes por fracassos e é preciso aprender a
partir deles para que ideias melhores possam surgir. Se adaptar a situações
novas e adversas, sem se perder em relação ao objetivo final, também são
características das pessoas resilientes (KUMAR; SREEHARI; SAVITHRI, 2011;
SELIGMAN, 2011).
Automotivação
A automotivação guarda relação com o ambiente externo ao indivíduo, mas
é processada e construída internamente. O processo de automotivação tem
sido estudado tanto pelas teorias comportamentais, como pela área da ges-
tão e do desenvolvimento pessoal. Essas áreas do conhecimento destacam
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Referências
ALMEIDA, P. P. Gerir com competência: manual para a empresa do século XXI. Lisboa:
Bnomics, 2012.
BEZERRA, C. A máquina de inovação: mentes e organizações na luta por diferenciação.
Porto Alegre: Bookman, 2011.
BEZERRA, C. O designer humilde. São Paulo: Edições Rosari, 2008.
DAMÁSIO, A. O livro da consciência: a construção do cérebro consciente. Lisboa: Temas
e Debates, 2010.
FIORELLI, J. O. Psicologia para administradores: razão e emoção no comportamento
organizacional. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2018.
GOLEMAN, D. Inteligência emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 1995.
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Leituras recomendadas
GARDNER, H. Inteligências múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artmed, 1995.
SWIATKIEWICZ, O. Competências transversais, técnicas ou morais: um estudo explora-
tório sobre as competências dos trabalhadores que as organizações em Portugal mais
valorizam. Cadernos EBAPE.BR, Rio de Janeiro, v. 12, n. 3, p. 663–687, 2014. Disponível em
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-39512014000300008&ln
g=en&nrm=iso. Acesso em: 19 fev. 2021.