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Supremo Tribunal Federal

Ementa e Acórdão

Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 28

17/03/2016 PLENÁRIO

AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO AG.REG. NO


RECURSO EXTRAORDINÁRIO 593.865 RIO GRANDE DO SUL

RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI


AGTE.(S) : UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO -GERAL DA UNIÃO
AGDO.(A/S) : VERA LUCIA STRINGUINI
ADV.(A/S) : ROBERTO DE FIGUEIREDO CALDAS E OUTRO(A/S)

EMENTA

Agravo regimental nos embargos de divergência nos embargos de


declaração no agravo regimental no agravo regimental no recurso
extraordinário. Processual. Ausência de demonstração da divergência.
Repetição no agravo regimental dos mesmos argumentos ofertados nos
recursos anteriores. Ausência de impugnação específica dos
fundamentos da decisão agravada.
1. Mostram-se incabíveis embargos de divergência quando a parte
não demonstra, nos moldes exigidos pelo art. 331 do RISTF, a existência
de dissenso.
2. A jurisprudência do Supremo Tribunal é firme no sentido de que a
parte deve impugnar, na petição de agravo regimental, todos os
fundamentos da decisão agravada, o que não ocorreu na espécie.
3. Agravo regimental ao qual se nega provimento.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do


Supremo Tribunal Federal, em sessão plenária, sob a presidência da
Senhora Ministra Cármen Lúcia (Vice-Presidente), na conformidade da
ata do julgamento e das notas taquigráficas, por unanimidade de votos e
nos termos do voto do Relator, em negar provimento ao agravo
regimental.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/ sob o número 11026491.
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RE 593865 AGR-AGR-ED-EDV-AGR / RS

Brasília, 17 de março de 2016.

MINISTRO DIAS TOFFOLI


Relator

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O
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Relatório

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17/03/2016 PLENÁRIO

AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO AG.REG. NO


RECURSO EXTRAORDINÁRIO 593.865 RIO GRANDE DO SUL

RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI


AGTE.(S) : UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO -GERAL DA UNIÃO
AGDO.(A/S) : VERA LUCIA STRINGUINI
ADV.(A/S) : ROBERTO DE FIGUEIREDO CALDAS E OUTRO(A/S)

RELATÓRIO

O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):


União Federal interpõe tempestivo agravo regimental contra decisão
em que não conheci dos embargos de divergência, sob a fundamentação
que segue:

“A União opõe embargos de divergência contra acórdão


prolatado pela Primeira Turma desta Corte, ementado na forma
que segue:

‘Embargos de declaração no agravo regimental no


agravo regimental no recurso extraordinário. Questões
afastadas nos julgamentos anteriores. Não há omissão,
contradição ou obscuridade a ser sanada. Precedentes.
1. No julgamento do recurso, as questões postas pela
parte recorrente foram enfrentadas adequadamente.
Inexistência dos vícios do art. 535 do Código de Processo
Civil.
2. Embargos de declaração rejeitados.’

Referidos embargos declaratórios foram, por sua vez,


opostos em face de acórdão de agravo regimental assim
ementado:

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RE 593865 AGR-AGR-ED-EDV-AGR / RS

‘Agravo regimental no agravo regimental no recurso


extraordinário. Precatório complementar. Juros
moratórios e compensatórios. Preclusão reconhecida
pelo Tribunal de origem. Legislação infraconstitucional.
Ofensa reflexa. Reexame de fatos e provas.
Impossibilidade. Precedentes.
1. Inadmissível, em recurso extraordinário, a análise
da legislação infraconstitucional e o reexame dos fatos e
das provas dos autos. Incidência da Súmula nº 279 da
Corte.
2. A afronta aos princípios da legalidade, do devido
processo legal, da ampla defesa e do contraditório, dos
limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional,
quando depende, para ser reconhecida como tal, da
análise de normas infraconstitucionais, configura apenas
ofensa indireta ou reflexa à Constituição Federal.
3. Agravo regimental não provido.’

Alega a embargante que o acórdão embargado diverge da


orientação firmada pela Segunda Turma do STF nos
julgamentos do RE nº 480.704/RS-AgR, relatora a Ministra Ellen
Gracie e do RE nº 540.857/RS-AgR, relator o Ministro Gilmar
Mendes. Referidos julgados podem ser assim sintetizados:

‘CONSTITUCIONAL. PRECATÓRIO. JUROS DE


MORA ENTRE A DATA DE EXPEDIÇÃO E DO EFETIVO
PAGAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. COISA JULGADA.
NATUREZA INFRACONSTITUCIONAL. 1. Não cabe a
incidência de juros de mora no período compreendido
entre a data de expedição do precatório e a do seu efetivo
pagamento. Entendimento ratificado pelo Plenário desta
Corte no julgamento do RE 591.085-RG-QO/MS, rel. Min.
Ricardo Lewandowski, pub. DJE 20.2.2009. 2. A questão da
incidência da coisa julgada possui natureza
infraconstitucional. Precedentes. 3. Inexistência de
argumento capaz de infirmar a decisão agravada, que

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deve ser mantida pelos seus próprios fundamentos. 4.


Agravo regimental improvido. (RE n.º 480.704/RS-AgR) 5.
Agravo regimental em recurso extraordinário. 6. Juros de
mora entre as datas de expedição e do pagamento do
precatório judicial. Não-incidência. Precedentes. 7. Agravo
regimental a que se nega provimento.’ (RE nº 540.857/RS-
AgR)

Ao proceder ao cotejo analítico, referiu a parte recorrente


que os acórdãos paradigma, diferentemente do acórdão
impugnado, consignaram que, mesmo quando um provimento
judicial transitado em julgado ordena expressamente que os
juros moratórios sejam calculados até o depósito da
integralidade da dívida, essa previsão deve ser interpretada em
consonância com a atual jurisprudência da Suprema Corte, a
qual afasta expressamente o cômputo de juros de mora entre as
datas de expedição e do pagamento do precatório judicial.
Quanto à coisa julgada, a parte recorrente consigna, de
proêmio, que não só a norma geral e abstrata necessita ser
interpretada, mas também aquela oriunda de decisão proferida
no caso concreto. Na sequência, pleiteia que o Supremo
Tribunal Federal interprete a decisão transitada em julgada de
acordo com o teor do art. 100, § 1º, da Constituição Federal e da
Súmula Vinculante nº 17.
Nesse sentido, aduz que somente deve haver incidência de
juros de mora até a data do efetivo pagamento, conforme
determinado pela decisão imutável, caso configurada a mora da
União, a partir dos parâmetros estabelecidos pelo dispositivo
constitucional e pela súmula vinculante. Sustenta que essa
interpretação não viola a coisa julgada, na medida em que a
decisão transitada em julgado não fixou o termo a quo para a
incidência dos juros moratórios, mas tão somente o termo ad
quem.
Subsidiariamente, argumenta que mesmo que a parte
adversa fosse detentora de título executivo transitado em
julgado, o qual garantisse o pagamento de juros, o título seria

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inexigível, pela incompatibilidade com a Constituição Federal.


A recorrida apresentou contrarrazões, requerendo o não
conhecimento do recurso ou, subsidiariamente, seu
desprovimento.
A Procuradoria-Geral da República, em parecer da lavra
do ilustre Procurador-Geral da República, Dr. Rodrigo Janot
Monteiro de Barros, manifestou-se pelo não conhecimento dos
presentes embargos divergentes.
É o relatório. Decido.
Os presentes embargos não devem ser conhecidos.
Para que sejam admitidos os embargos de divergência,
incumbe à parte recorrente colacionar em suas razões recursais
julgados nos quais, o quadro fático seja semelhante àquele
delineado no acórdão combatido, e que a solução jurídica
conferida por esta Corte seja, por meio de suas Turmas ou por
meio do Tribunal Pleno, distinta.
Todavia, o que se observa é que o julgado questionado e
os precedentes elencados a fim de se demonstrar a dissonância
contam com peculiaridades as quais tornam os arcabouços
fático-jurídicos envolvidos deveras distintos, restando
impossibilitado o trânsito deste recurso. Senão, vejamos.
Conforme se extrai da certidão de fls. 125 a 130, a sentença
transitada em julgado, cuja execução agora se busca, assim
dispôs acerca da apuração do valor devido:

‘(...) os valores devidos aos beneficiários desta


sentença deverão ser atualizados monetariamente na
forma da Lei 6.899/81 e alterações posteriores, e acrescidos
de juros de 12% (doze por cento) ao ano, a contar da
citação desta ação civil pública (art. 219 do CPC), que
ocorreu em 14 de julho de 1997 (fls. 188-verso). Para
correção monetária dos valores até a data desta sentença,
desde já fica definida a utilização dos seguintes índices e
critérios: INPC (até julho de 1994); IPC-r (até julho de
1995); INPC (posteriormente) e outro índice que o venha a
substituir). Os juros moratórios deverão ser calculados

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até o depósito da integralidade da dívida, aplicando-se o


critério que vem sendo adotado pelo Superior Tribunal
de Justiça no sentido de que cabe, na expedição de
precatórios sucessivos, a atualização da conta, com a
inclusão dos juros vencidos até o efetivo pagamento.’
(STJ, Resp 67.381/DF, DJU-I 28/08/95). (fl. 127).

No intuito de aclarar mais a situação delineada nestes


autos, reproduzo a ementa do REsp nº 67.381/DF, utilizado
como base da condenação:

‘RECURSO ESPECIAL. LIQUIDAÇÃO DE


SENTENÇA. PRECATÓRIO COMPLEMENTAR.
INCLUSÃO DE JUROS DE MORA. ADMISSIBILIDADE.
Cabe, na expedição de precatórios sucessivos, a
atualização da conta, com a inclusão de juros vencidos até
o efetivo pagamento.’

Esse recurso especial fundou-se, por sua vez, no decidido


nos REsp´s nºs 9.878/PR e 10.956/PR.
Transcrevo, porque elucidativo, excerto do REsp nº
9.878/PR:

‘O Senhor Ministro Milton Luiz Pereira (Relator):


voltou-se o recurso, ipso iure, convertido em Especial (art.
105, III, a, C.F.), contra julgado acoimado de negar
vigência ao artigo 794, I, CPC, assentando inexistir direito
à percepção de juros moratórios incidentes entre as datas
da conta e do pagamento do precatório.
Concluído o exame, depara-se com questão
conhecidíssima, objeto de exaustivos debates nesta Corte,
cristalizando harmoniosa jurisprudência, tal como
prenunciado pelo ilustre Presidente do egrégio Tribunal a
quo na decisão admissória do recurso.
(...)
Diante dessa realidade, para que a indenização não

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seja reputada injusta ou parcial, a construção pretoriana


pacificou a compreensão de que, até o pagamento final, é
insuscetível de aprovação a extinção da execução; confira-
se:

‘Processual Civil. Execução de Sentença


Promovida Contra a Fazenda. Decisão Que Recusou
O Cômputo de Juros Moratórios Alusivos ao
Período Compreendido Entre A Expedição Do
precatório E O Seu Pagamento. Recurso Especial.
Alegada Violação Ao Art. 794, I, Do CPC. Dissídio.
A expedição do precatório não produz o efeito
de pagamento, razão pela qual não elide a incidência
dos juros moratórios, que serão computados
enquanto não solvida a obrigação.
O inconveniente da perenização da obrigação
nas execuções contra a Fazenda há de ser obviado
por esta, mediante, v.g., a praxe de atualizar os
créditos orçamentários postos à disposição da
Justiça, para atendimento dos precatórios, como faz
com as demais verbas, mormente as de custeio, de
molde a permitir que os encargos sejam solvidos por
inteiro, dentro do próprio exercício para o qual
foram relacionados.
Decisão violadora da norma processual sob
apreciação. Precedentes desta Corte, configuradores
do dissídio.
Recurso provido’ (REsp nº 2.675-PR Rel. Min.
Ilmar Galvão in DJU de 04.06.90 -).

‘Desapropriação Execução De Sentença


Correção Monetária -
De acordo com a jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal, procede-se à atualização da conta
de liquidação, quando decorrido prazo superior a
um ano entre o cálculo e o pagamento do respectivo

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precatório.
Recurso desprovido’ (REsp n.º 2.527-PR Rel.
Min. Armando Rolemberg in DJU de 06.08.90 -).

(...)
O luzeiro desse pacificado entendimento, revelou
solução exaustivamente discutida, afirmando o direito à
atualização dos juros moratórios e compensatórios até o
efetivo pagamento indenizatório, inclusive
correspondentes à intermitência da expedição dos
precatórios.
Com o alento da motivação, voto provendo o
recurso, assegurando a atualização vindicada, enquanto
não solvida efetivamente a obrigação indenizatória.’

Consoante resulta hialino, tanto as decisões do Superior


Tribunal de Justiça como a própria sentença transitada em
julgado, que nelas se amparou, reconheceram o cabimento da
incidência dos juros moratórios correspondentes ao período
compreendido entre as datas da expedição do precatório e o
adimplemento da dívida. Infere-se disso que houve, na
hipótese, a expressa fixação do critério de cálculo dos juros de
mora, tendo restado firmemente delineados tanto seu termo
inicial (a expedição do precatório) quanto o seu termo final (o
efetivo pagamento).
Essa constatação, além de elidir a alegação da embargante
de que não houve a fixação do termo inicial da execução pelo
título executivo judicial, afasta também a possibilidade de se
reconhecer a divergência entre o acórdão embargado e os
paradigmas de divergência arrolados.
Examinando os precedentes colacionados com o fito de
expor a suposta divergência, é possível inferir que, embora
tenha sido afastada a incidência dos juros de mora no prazo
constitucional para o pagamento de precatórios, é certo que
inexiste nesses julgados qualquer consideração acerca dos
específicos limites objetivos da coisa julgada no caso concreto.

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Registro que o título executivo contestado, como já


salientado nas fases processuais pretéritas, não segue no seu
conteúdo a orientação do Supremo Tribunal Federal ratificada
na Súmula Vinculante nº 17. Encontra-se o veredicto
acobertado, no entanto, pelo manto da coisa julgada; e não
tendo sido impugnado pela via adequada - a ação rescisória o
julgamento final há de ser respeitado e cumprido em seus
exatos termos.
A despeito disso, outro fator há de ser considerado para o
não conhecimento deste recurso.
É que, conforme bem assinala o douto Procurador-Geral
da República, não podem ser contrapostas, para fins de
demonstração da dissonância, decisão que enfrenta o mérito da
matéria e outra que, por razões processuais, sequer a examina.
Conforme se observa dos autos, ambos os acórdãos
paradigma enfrentaram o tema de fundo, o que não ocorreu,
todavia, no presente processo. Isso porque, ao agravo
regimental da União negou-se provimento pelas seguintes
razões:

‘O inconformismo não merece prosperar, haja vista


que as alegações deduzidas no agravo são insuficientes
para infirmar a fundamentação que ampara a decisão
agravada.
Conforme assentado na decisão ora em revisão,
muito embora seja hoje pacífica a jurisprudência desta
Corte no sentido de não se admitir a inclusão de juros de
moratórios e compensatórios em precatório
complementar, a hipótese aqui em discussão é diversa.
Isso porque o que se reconheceu foi a existência de
coisa julgada a determinar o cômputo desses juros na
aludida conta, havendo a preclusão da discussão acerca
dos critérios do cálculo.
Esse fundamento ficou precluso, uma vez que não
pode ser revisto no recurso extraordinário. Destarte, sendo
suficiente o fundamento infraconstitucional adotado no

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acórdão recorrido, incide na espécie a orientação da


Súmula nº 283 desta Corte, a qual assim dispõe, in verbis:

‘É inadmissível o recurso extraordinário,


quando a decisão recorrida assenta em mais de um
fundamento suficiente e o recurso não abrange todos
eles.’

Ademais, é pacífica a jurisprudência desta Corte no


sentido de não se admitir, em recurso extraordinário,
alegação de ofensa indireta à Constituição Federal, por má
interpretação, aplicação ou mesmo inobservância de
normas infraconstitucionais.
No caso em tela, para que se pudesse decidir de
forma diversa do acórdão recorrido, seria imprescindível a
verificação dos limites objetivos da coisa julgada, ao que
não se presta o recurso extraordinário, pois demandaria o
reexame da legislação infraconstitucional.
Sobre o tema, anote-se a seguinte passagem do voto
do Ministro Celso de Mello, Relator, proferido no
julgamento do AI nº 452.174/RJ-AgR:

‘Cabe não desconhecer, de outro lado, com


relação à suposta ofensa ao postulado da coisa
julgada, a diretriz jurisprudencial prevalecente no
Supremo Tribunal Federal, cuja orientação , no tema,
tem enfatizado que a indagação pertinente aos
limites objetivos da res judicata traduz controvérsia
que não se alça ao plano constitucional do
desrespeito ao princípio de observância da coisa
julgada, mas se restringe ao plano
infraconstitucional , configurando-se , no máximo,
ofensa reflexa à Constituição, o que não dá margem
ao cabimento do recurso extraordinário’ (RE
233.929/MG , Rel. Min. MOREIRA ALVES - grifei ).

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Daí recente decisão desta Suprema Corte, que, em


julgamento sobre a questão ora em análise, reiterou esse
mesmo entendimento jurisprudencial:

‘RECURSO EXTRAORDINÁRIO -
POSTULADO CONSTITUCIONAL DA COISA
JULGADA - ALEGAÇÃO DE OFENSA DIRETA -
INOCORRÊNCIA - LIMITES OBJETIVOS - TEMA
DE DIREITO PROCESSUAL - MATÉRIA
INFRACONSTITUCIONAL - VIOLAÇÃO
OBLÍQUA À CONSTITUIÇÃO - RECURSO DE
AGRAVO IMPROVIDO.
- Se a discussão em torno da integridade da
coisa julgada reclamar análise prévia e necessária
dos requisitos legais , que, em nosso sistema
jurídico, conformam o fenômeno processual da res
judicata , revelar-se-á incabível o recurso
extraordinário, eis que , em tal hipótese, a indagação
em torno do que dispõe o art. 5º, XXXVI, da
Constituição - por supor o exame, in concreto , dos
limites subjetivos (CPC , art. 472) e/ou objetivos (
CPC , arts. 468, 469, 470 e 474) da coisa julgada -
traduzirá matéria revestida de caráter
infraconstitucional , podendo configurar, quando
muito, situação de conflito indireto com o texto da
Carta Política, circunstância essa que torna inviável
o acesso à via recursal extraordinária. Precedentes’
(RTJ 182/746, Rel. Min. CELSO DE MELLO).
Mostra-se relevante acentuar que essa
orientação tem sido observada em sucessivas
decisões proferidas no âmbito desta Suprema Corte (
AI 268.312-AgR/MG, Rel. Min. MAURÍCIO
CORRÊA - AI 330.077-AgR/RS, Rel. Min. CELSO DE
MELLO - AI 338.927-AgR/RS, Rel. Min. ELLEN
GRACIE - AI 360.269-AgR/SP, Rel. Min. NELSON
JOBIM).

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Sendo esse o contexto em que proferida a


decisão em causa, não vejo como dele inferir o
pretendido reconhecimento de ofensa direta ao que
dispõe o art. 5º, XXXVI, da Carta Política, pois -
insista-se - a discussão em torno da definição dos
limites subjetivos ou objetivos pertinentes à coisa
julgada qualifica-se como controvérsia impregnada
de natureza eminentemente infraconstitucional,
podendo configurar , no máximo, ofensa reflexa à
Constituição, o que não dá margem a recurso
extraordinário’ ( RTJ 158/327 , Rel. Min. MOREIRA
ALVES - grifei ) (DJ de 17/10/03).

No mesmo sentido, trago os seguintes precedentes:

‘CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL.


HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. DECISÃO
BASEADA NA LEGISLAÇÃO
INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. SÚMULA 280
DO STF. LIMITES DA COISA JULGADA. OFENSA
REFLEXA. AGRAVO IMPROVIDO.
I - O acórdão recorrido dirimiu a questão dos
autos com base na legislação infraconstitucional local
aplicável à espécie. Incidência da Súmula 280 desta
Corte.
II - Esta Corte tem se orientado no sentido de
que a discussão em torno dos limites objetivos da
coisa julgada, matéria de legislação ordinária, não dá
ensejo à abertura da via extraordinária.
III - Agravo regimental improvido’ (AI nº
601.325/PR-AgR, Primeira Turma, Relator o Ministro
Ricardo Lewandowski, DJ de 17/8/07).

“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE


INSTRUMENTO. AUSÊNCIA DE
PREQUESTIONAMENTO. OFENSA REFLEXA.

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REPETIÇÃO DE INDÉBITO. JUROS MORATÓRIOS.


TERMO INICIAL. TRÂNSITO EM JULGADO.
1. O Tribunal a quo não se manifestou
explicitamente sobre os temas constitucionais tidos
por violados. Incidência das Súmulas ns. 282 e 356
do Supremo Tribunal Federal.
2. As alegações de desrespeito aos postulados
da legalidade, do devido processo legal, da
motivação dos atos decisórios, do contraditório, dos
limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional,
se dependentes de reexame prévio de normas
inferiores, podem configurar, quando muito,
situações de ofensa meramente reflexa ao texto da
Constituição.
3. O termo inicial da fluência dos juros
moratórios, na repetição do indébito, dá-se na data
do trânsito em julgado da decisão [art. 167, parágrafo
único, do CTN]. Precedentes.
Agravo regimental a que se nega provimento’
(AI nº 658.206/RS-AgR, Segunda Turma, Relator o
Ministro Eros Grau, DJ de 28/9/07).

Além disso, especificamente sobre a matéria aqui em


discussão, anotem-se os recentes precedentes de ambas as
Turmas desta Corte, todos proferidos quando da
apreciação de insurgência idêntica a essa ora deduzida
nestes autos, pela mesma parte, ora recorrente:

‘PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO


REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.
LIMITES DA COISA JULGADA. OFENSA REFLEXA
À CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ANÁLISE.
IMPOSSIBILIDADE. NEGATIVA DE SEGUIMENTO
AO RECURSO ESPECIAL. TRÂNSITO EM
JULGADO DE FUNDAMENTO
INFRACONSTITUCIONAL AUTÔNOMO E

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RE 593865 AGR-AGR-ED-EDV-AGR / RS

SUFICIENTE PARA MANTER O ACÓRDÃO


RECORRIDO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 283/STF.
AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA
PROVIMENTO’ (RE nº 554.176/RS-AgR, Relator o
Ministro Teori Zavascki, Segunda Turma, DJe de
4/6/13).

‘AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO


EXTRAORDINÁRIO. EXECUÇÃO. FAZENDA
PÚBLICA. PRECATÓRIO COMPLEMENTAR.
JUROS DE MORA. INCIDÊNCIA. EXISTÊNCIA DE
COISA JULGADA. AGRAVO REGIMENTAL
DESPROVIDO. 1. As razões deduzidas no agravo
não são capazes de desconstituir os fundamentos da
decisão ora impugnada. 2. Por outro lado, tratando-
se de pleito que visa a definir o alcance do
dispositivo de sentença transitada em julgado,
também se mostra incabível o acolhimento em
recurso extraordinário, por se tratar de questão de
natureza jurídica infraconstitucional, que desafiaria
recurso especial. A questão só poderia ser alçada ao
crivo do Supremo mediante recurso de
pronunciamento de colegiado do Superior Tribunal
de Justiça, em última instância. Todavia, o recurso
especial foi desprovido e já certificado o trânsito em
julgado. Logo, preclusa a alegação, conforme bem
sustentado pelos agravados. 3. A arguição do agravo
demonstra inconformismo com a conclusão
proferida na ponderação entre a norma do artigo 5º,
XXXVI, e a do artigo 100, § 1º, ambas da Constituição
de 1988, e o Verbete Vinculante nº 17. Isto é, pretende
nova interpretação, que equivale a novo julgamento
da causa, medida notadamente inviável. 4. Agravo
Regimental a que se nega provimento’ (RE nº
651.134-AgR/DF, Relator o Ministro Luiz Fux,
Primeira Turma, DJe de 8/11/12).

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RE 593865 AGR-AGR-ED-EDV-AGR / RS

Ante o exposto, voto pelo não provimento do agravo


regimental’ (folhas 342/346).

Consoante se nota, a negativa de provimento ao apelo


extremo da União deveu-se (i) ao reconhecimento da preclusão
das discussões a respeito dos critérios de cálculo, com a
consequente incidência da Súmula nº 283 do STF, sob o
fundamento infraconstitucional da existência de coisa julgada, o
que não foi atacado posteriormente pela parte recorrente e (ii)
ao caráter infraconstitucional do debate atinente aos limites
objetivos da coisa julgada.
O fato é que, ao passo que os julgados indicados como
representativos da controvérsia debruçaram-se sobre a
possibilidade de incidência de juros de mora entre a data da
expedição do precatório e a do seu efetivo pagamento, o
acórdão embargado, embora reconheça a sólida jurisprudência
da Corte, nem mesmo chegou a examiná-la e aplicá-la na
hipótese, posto que existente, in casu, óbice processual
intransponível (a preclusão do fundamento infraconstitucional
suficiente à manutenção da decisão regional).
Esse óbice não foi verificado nos paradigmas de
divergência.
Quanto à natureza infraconstitucional dos limites
objetivos da coisa julgada, oportuno apontar a impertinência da
invocação, pela parte embargante, do RE nº 480.704/RS-AgR,
posto que, tendo o Tribunal a quo decidido, naquela ocasião,
pela preservação da decisão imutável, o argumento de que o
debate relativo aos limites da coisa julgada possui status
infraconstitucional nele aduzido somente colabora para a
manutenção do acórdão local combatido, vez que neste último
chegou-se a idêntica constatação.
Ademais, é de se ter em conta que, conforme pontuado
nos embargos de declaração anteriormente opostos, embora
tenham sido admitidos os embargos de divergência no exame
do RE nº 480.704/RS-AgR-ED-EDv, Relatora a Ministra Cármen

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RE 593865 AGR-AGR-ED-EDV-AGR / RS

Lúcia, no qual se discutia o tema em debate nos presentes


autos, é certo que o Plenário desta Corte não conheceu dos
citados embargos, tendo o acórdão transitado em julgado em
14/4/14, consoante informação constante do sítio eletrônico do
STF.
O RE nº 540.857/RS-AgR, por sua vez, embora não trate a
questão da coisa julgada sob o prisma infraconstitucional,
ancora suas conclusões em precedente relativo à aplicação do
art. 33 do ADCT, assunto do qual não se cuida nestes autos.
Isso posto, relembro que, para que os embargos possam
ser ao menos admitidos, deve a parte embargante demonstrar,
nas razões recursais, a divergência de entendimento entre as
Turmas ou entre a Turma julgadora e o Plenário acerca da uma
mesma situação concreta. Todavia, o que se observa é que o
acórdão questionado e os julgados elencados com o fito de
demonstrar a dissonância, não guardam rigorosa similitude
fática e jurídica entre si. Portanto, uma vez constatado que a
peça recursal não atende aos requisitos exigidos pela norma, de
rigor a sua inadmissão. Nesse sentido, confira-se:

‘PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE


DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO
REGIMENTAL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA.
AUSÊNCIA DE SIMILITUDE ENTRE OS JULGADOS
CONFRONTADOS. OPOSIÇÃO CONTRA ACÓRDÃO
QUE NEGA SEGUIMENTO A RECURSO POR FALTA DE
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS. INVIABILIDADE.
COTEJO ANALÍTICO. INEXISTÊNCIA. ART. 331 DO
RISTF. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA
PROVIMENTO’ (ARE nº 756.984 AgR-ED-EDv-ED/PE,
Relator o Ministro Teori Zavascki, Tribunal Pleno, DJe
12/3/15).

‘Agravo regimental em embargos de divergência.


Recurso a que se negou seguimento, por ausência de seus
pressupostos de admissibilidade. 1. Paradigmas

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RE 593865 AGR-AGR-ED-EDV-AGR / RS

apontados para amparar pretendida dissensão que não


guardam similitude fática com decisão embargada. 2.
Recurso considerado deserto, com fundamento em norma
que estava em vigor já há vários anos e que implicou em
revogação do art. 335, § 3º, do Regimento Interno desta
Corte, que dispunha de maneira diversa. 3.
Posicionamento atacado, ademais, que reflete a pacífica
jurisprudência da Corte a respeito do tema. 4. Agravo
regimental não provido’ (RE nº 421101 AgR-ED-
EDvAgR/PR, minha relatoria, Tribunal Pleno, DJe
31/5/11).

‘RECURSO. Embargos de divergência. Ausência de


similitude fática entre o acórdão paradigma e o acórdão
recorrido. Embargos não conhecidos. Cabem embargos de
divergência à decisão de Turma que, em recurso
extraordinário ou agravo de instrumento, divergir de
julgado de outra Turma ou do Plenário desta Corte, desde
que tratem ambos do mesmo thema decidendum’ (RE nº
300172 AgR-EDv/MG, Relator o Ministro Cezar Peluso,
Tribunal Pleno, DJe 7/10/10).

Não obstante tudo o que restou exposto, há ainda outro


motivo para a negativa de trânsito a este recurso. É que embora
os argumentos para a denegação do extraordinário tenham sido
a preclusão da discussão relativamente aos critérios de cálculo
(Súmula nº 283/STF) e o caráter infraconstitucional da discussão
sobre os limites objetivos da coisa julgada, nenhum destes
pontos foi frontal, específica e fundamentadamente impugnado
pela parte recorrente.
Portanto, restando evidente a inobservância do dever de
atacar, da maneira adequada, todos os sustentáculos da decisão
arrostada, incide, na hipótese, o óbice da Súmula nº 284 do STF.
Vide os seguintes julgados a confirmar esse entendimento:

‘PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL

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RE 593865 AGR-AGR-ED-EDV-AGR / RS

NOS EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NOS EMBARGOS


DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO.
AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO ESPECÍFICA AOS
FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. SÚMULA
284/STF. RECURSO NÃO CONHECIDO’ (ARE nº
825.918/RJ-AgR-ED-EDv-AgR, Tribunal Pleno, Relator o
Ministro Teori Zavascki, DJe de 17/3/15).

‘PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE


DIVERGÊNCIA. INADMISSÃO. AGRAVO
REGIMENTAL. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DOS
FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. SÚMULA
284 DO STF. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA
PROVIMENTO. I - A decisão agravada teve em conta a
inadmissibilidade de embargos de divergência contra
acórdão proferido em julgamento de agravo regimental
em agravo de instrumento, que teve o seguimento negado
por ausência de requisitos processuais, sem avançar no
mérito da questão, pois, considerados os termos do art.
330 do Regimento Interno desta Corte, as decisões que não
guardam pertinência com o mérito da lide não se revelam
aptas à demonstração de dissensão jurisprudencial. II É
deficiente a fundamentação do agravo regimental cujas
razões não atacam os fundamentos da decisão agravada.
Incidência da súmula 284 desta Corte. Precedentes. III
Agravo regimental a que se nega provimento’ (ARE nº
726.706/MG-AgR-ED-EDv-AgR, Tribunal Pleno, Relator o
Ministro Ricardo Lewandowski, DJe de 21/3/14).

Ante o exposto, nos termos do artigo 557, caput, do


Código de Processo Civil, não conheço dos embargos de
divergência.
Publique-se.”

Alega a parte agravante, de início, que as matérias discutidas nos

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RE 593865 AGR-AGR-ED-EDV-AGR / RS

acórdãos paradigma e paragonado guardam rigorosa similitude fática e


jurídica, o que afasta até mesmo que se cogite se tratar de discussão de
caráter infraconstitucional, porquanto a matéria já foi examinada por essa
Suprema Corte (fl. 515).
Assenta, ainda, que

“[e]m um dos acórdãos paradigma (RE 540.857/RS), citado


na decisão pelo Ministro relator, o Ministro Gilmar Mendes deu
provimento ao recurso extraordinário da União, fazendo
prevalecer a tese defendida, a despeito do fundamento da
coisa julgada presente no acórdão recorrido, conforme se
observa pelos seguintes excertos:
(…)
Registre-se que, no julgamento do 540.857/RS, restou
consignado que quando o título executivo ‘previu a incidência de
juros de mora até o depósito da integralidade da dívida’, tal previsão
deve ser interpretada em consonância com a atual
jurisprudência dessa Suprema Corte, que afasta expressamente
o cômputo de juros de mora entre as datas de expedição e do
pagamento do precatório judicial. Tal posicionamento,
inclusive, foi reafirmado em sede de repercussão geral. (RE-RG
591.085)” (fl. 514).

É o relatório.

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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI

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17/03/2016 PLENÁRIO

AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO AG.REG. NO


RECURSO EXTRAORDINÁRIO 593.865 RIO GRANDE DO SUL

VOTO

O SENHOR MINISTRO DIAS TOFFOLI (RELATOR):


A agravante não foi capaz de afastar os óbices ao trânsito do recurso.
De início, a União tece considerações acerca da semelhança entre os
arcabouços fático-jurídicos das decisões confrontadas, sustentando que
esse requisito para o aviamento dos embargos divergentes se encontra
satisfatoriamente preenchido.
A esse respeito, assim assinalei na decisão agravada:

‘Todavia, o que se observa é que o julgado questionado e


os precedentes elencados a fim de se demonstrar a dissonância
contam com peculiaridades as quais tornam os arcabouços
fático-jurídicos envolvidos deveras distintos, restando
impossibilitado o trânsito deste recurso. Senão, vejamos.
Conforme se extrai da certidão de fls. 125 a 130, a sentença
transitada em julgado, cuja execução agora se busca, assim
dispôs acerca da apuração do valor devido:

‘(...) os valores devidos aos beneficiários desta


sentença deverão ser atualizados monetariamente na
forma da Lei 6.899/81 e alterações posteriores, e acrescidos
de juros de 12% (doze por cento) ao ano, a contar da
citação desta ação civil pública (art. 219 do CPC), que
ocorreu em 14 de julho de 1997 (fls. 188-verso). Para
correção monetária dos valores até a data desta sentença,
desde já fica definida a utilização dos seguintes índices e
critérios: INPC (até julho de 1994); IPC-r (até julho de
1995); INPC (posteriormente) e outro índice que o venha a
substituir). Os juros moratórios deverão ser calculados
até o depósito da integralidade da dívida, aplicando-se o

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Voto - MIN. DIAS TOFFOLI

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RE 593865 AGR-AGR-ED-EDV-AGR / RS

critério que vem sendo adotado pelo Superior Tribunal


de Justiça no sentido de que cabe, na expedição de
precatórios sucessivos, a atualização da conta, com a
inclusão dos juros vencidos até o efetivo pagamento’
(STJ, Resp 67.381/DF, DJU-I 28/08/95). (fl. 127).

No intuito de aclarar mais a situação delineada nestes


autos, reproduzo a ementa do REsp nº 67.381/DF, utilizado
como base da condenação:

‘RECURSO ESPECIAL. LIQUIDAÇÃO DE


SENTENÇA. PRECATÓRIO COMPLEMENTAR.
INCLUSÃO DE JUROS DE MORA. ADMISSIBILIDADE.
Cabe, na expedição de precatórios sucessivos, a
atualização da conta, com a inclusão de juros vencidos até
o efetivo pagamento’

Esse recurso especial fundou-se, por sua vez, no decidido


nos REsp´s nºs 9.878/PR e 10.956/PR.
Transcrevo, porque elucidativo, excerto do REsp nº
9.878/PR:

‘O Senhor Ministro Milton Luiz Pereira (Relator):


voltou-se o recurso, ipso iure, convertido em Especial (art.
105, III, a, C.F.), contra julgado acoimado de negar
vigência ao artigo 794, I, CPC, assentando inexistir direito
à percepção de juros moratórios incidentes entre as datas
da conta e do pagamento do precatório.
Concluído o exame, depara-se com questão
conhecidíssima, objeto de exaustivos debates nesta Corte,
cristalizando harmoniosa jurisprudência, tal como
prenunciado pelo ilustre Presidente do egrégio Tribunal a
quo na decisão admissória do recurso.
(...)
Diante dessa realidade, para que a indenização não
seja reputada injusta ou parcial, a construção pretoriana

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RE 593865 AGR-AGR-ED-EDV-AGR / RS

pacificou a compreensão de que, até o pagamento final, é


insuscetível de aprovação a extinção da execução; confira-
se:

‘Processual Civil. Execução de Sentença


Promovida Contra a Fazenda. Decisão Que Recusou
O Cômputo de Juros Moratórios Alusivos ao
Período Compreendido Entre A Expedição Do
precatório E O Seu Pagamento. Recurso Especial.
Alegada Violação Ao Art. 794, I, Do CPC. Dissídio.
A expedição do precatório não produz o efeito
de pagamento, razão pela qual não elide a incidência
dos juros moratórios, que serão computados
enquanto não solvida a obrigação.
O inconveniente da perenização da obrigação
nas execuções contra a Fazenda há de ser obviado
por esta, mediante, v.g., a praxe de atualizar os
créditos orçamentários postos à disposição da
Justiça, para atendimento dos precatórios, como faz
com as demais verbas, mormente as de custeio, de
molde a permitir que os encargos sejam solvidos por
inteiro, dentro do próprio exercício para o qual
foram relacionados.
Decisão violadora da norma processual sob
apreciação. Precedentes desta Corte, configuradores
do dissídio.
Recurso provido’ (REsp nº 2.675-PR Rel. Min.
Ilmar Galvão in DJU de 04.06.90 -).

‘Desapropriação Execução De Sentença


Correção Monetária -
De acordo com a jurisprudência do Supremo
Tribunal Federal, procede-se à atualização da conta
de liquidação, quando decorrido prazo superior a
um ano entre o cálculo e o pagamento do respectivo
precatório.

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Recurso desprovido’ (REsp nº 2.527-PR Rel.


Min. Armando Rolemberg in DJU de 06.08.90 -).

(...)
O luzeiro desse pacificado entendimento, revelou
solução exaustivamente discutida, afirmando o direito à
atualização dos juros moratórios e compensatórios até o
efetivo pagamento indenizatório, inclusive
correspondentes à intermitência da expedição dos
precatórios.
Com o alento da motivação, voto provendo o
recurso, assegurando a atualização vindicada, enquanto
não solvida efetivamente a obrigação indenizatória.’

Consoante resulta hialino, tanto as decisões do


Superior Tribunal de Justiça como a própria sentença
transitada em julgado, que nelas se amparou,
reconheceram o cabimento da incidência dos juros
moratórios correspondentes ao período compreendido
entre as datas da expedição do precatório e o
adimplemento da dívida. Infere-se disso que houve, na
hipótese, a expressa fixação do critério de cálculo dos
juros de mora, tendo restado firmemente delineados tanto
seu termo inicial (a expedição do precatório) quanto o seu
termo final (o efetivo pagamento).
Essa constatação, além de elidir a alegação da
embargante de que não houve a fixação do termo inicial
da execução pelo título executivo judicial, afasta também a
possibilidade de se reconhecer a divergência entre o
acórdão embargado e os paradigmas de divergência
arrolados.
Examinando os precedentes colacionados com o fito
de expor a suposta divergência, é possível inferir que,
embora tenha sido afastada a incidência dos juros de mora
no prazo constitucional para o pagamento de precatórios,
é certo que inexiste nesses julgados qualquer consideração

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RE 593865 AGR-AGR-ED-EDV-AGR / RS

acerca dos específicos limites objetivos da coisa julgada no


caso concreto.
Registro que o título executivo contestado, como já
salientado nas fases processuais pretéritas, não segue no
seu conteúdo a orientação do Supremo Tribunal Federal
ratificada na Súmula Vinculante nº 17. Encontra-se o
veredicto acobertado, no entanto, pelo manto da coisa
julgada; e não tendo sido impugnado pela via adequada -
a ação rescisória o julgamento final há de ser respeitado e
cumprido em seus exatos termos.”

Para afastar essas constatações, a recorrente limitou-se a reiterar


argumentos já deduzidos anteriormente, insistindo em alegações
genéricas que apontariam eventual semelhança do presente caso com
outros julgados por esta Corte. Não demonstrou, todavia, que, nas
situações analisadas nos acórdãos paradigma, tal como aqui, a sentença
passada em julgado tenha determinado, expressamente, a incidência de
juros moratórios no período compreendido entre as datas da expedição
do precatório e o adimplemento da dívida.
Não tendo restado, neste ponto, demonstrada a rigorosa similitude
fática e jurídica entre os julgados confrontados, conclui-se que o presente
recurso de agravo regimental não logra afastar a primeira premissa que
orientou a negativa de seguimento dos embargos divergentes.
De mais a mais, anoto que, com exceção do argumento da
semelhança fática e jurídica, a agravante deixou de refutar todos as outras
razões, as quais sustentaram o indeferimento monocrático do recurso.
Com efeito, analisando a decisão combatida, constato que não foram
impugnados os argumentos: (i) da impossibilidade de se contrapor, para
fins de demonstração da dissonância, decisão que enfrenta o mérito da
matéria a outra que, por razões processuais, nem sequer a examina; (ii) da
impertinência de se invocar o RE nº 480.704/RS-AgR, visto que, tendo o
Tribunal a quo decidido, naquela ocasião, pela preservação da decisão
imutável, o argumento de que o debate relativo aos limites da coisa
julgada possui status infraconstitucional nele aduzido somente colabora

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para a manutenção do acórdão guerreado; (iii) do não conhecimento, pelo


Plenário, do RE n.º 480.704/RS-AgR-ED-EDv, relatora a Ministra Cármen
Lúcia, indicado como paradigma de divergência; (iv) da imprestabilidade
do RE nº 540.857/RS-AgR como paradigma de divergência, uma vez que,
embora ele não trate a questão da coisa julgada sob o prisma
infraconstitucional, estão ancoradas as conclusões nele contidas em
precedente relativo à aplicação do art. 33 do ADCT, tema do qual não se
cuida nestes autos; (v) e, por fim, da incidência da Súmula nº 284/STF.
Como se sabe, para que se possa dar provimento ao agravo
regimental, a parte deve impugnar, na peça recursal, todos os
fundamentos da decisão agravada. Não foi o que ocorreu no presente
caso, motivo pelo qual há que se aplicar o posicionamento jurisprudencial
dominante nesta Corte. Confira-se:

“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO


EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL. AUSÊNCIA DE
IMPUGNAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO
AGRAVADA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA
PROVIMENTO. Inviável o agravo regimental no qual não são
impugnados todos os fundamentos da decisão agravada.
Precedentes” (RE nº 563.881/RN-AgR, Primeira Turma, Relatora
a Ministra Cármen Lúcia, DJ de 1º/2/08).

“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE


INSTRUMENTO. fundamentos INATACADOS. 1. A agravante
não impugnou os fundamentos da decisão agravada. Incidência
do artigo 317, § 1º, do RISTF. 2. Agravo regimental a que se
nega provimento” (AI nº 664.174/SC-AgR, Segunda Turma,
Relator o Ministro Eros Grau, DJ de 1º/2/08).

“Embargos de declaração em recurso extraordinário. 2.


Decisão monocrática do relator. Embargos de declaração
recebidos como agravo regimental. 3. Recurso que não ataca o
fundamento da decisão agravada. Aplicação do art. 317, § 1º, do
RISTF. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega

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RE 593865 AGR-AGR-ED-EDV-AGR / RS

provimento” (RE nº 490.720/MS-ED, Segunda Turma, Relator o


Ministro Gilmar Mendes, DJ de 1º/2/08).

Por fim, não é demais ressaltar que os embargos de divergência não


se prestam para o fim de julgar ou rever a decisão do órgão fracionário,
mas apenas para uniformizar o entendimento da Corte a respeito do tema
em discussão, evitando tratamento desigual a matérias similares, objetivo
esse que, na hipótese, não se pretendeu, efetivamente, alcançar.
Ante o exposto, voto pelo não provimento do agravo regimental.

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Supremo Tribunal Federal
Extrato de Ata - 17/03/2016

Inteiro Teor do Acórdão - Página 28 de 28

PLENÁRIO
EXTRATO DE ATA

AG.REG. NOS EMB.DIV. NOS EMB.DECL. NO AG.REG. NO AG.REG. NO


RECURSO EXTRAORDINÁRIO 593.865
PROCED. : RIO GRANDE DO SUL
RELATOR : MIN. DIAS TOFFOLI
AGTE.(S) : UNIÃO
PROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO
AGDO.(A/S) : VERA LUCIA STRINGUINI
ADV.(A/S) : ROBERTO DE FIGUEIREDO CALDAS (5939/DF) E OUTRO(A/S)

Decisão: O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto do


Relator, negou provimento ao agravo regimental. Ausente, neste
julgamento, o Ministro Ricardo Lewandowski (Presidente). Presidiu
o julgamento a Ministra Cármen Lúcia (Vice-Presidente). Plenário,
17.03.2016.

Presidência do Senhor Ministro Ricardo Lewandowski. Presentes


à sessão os Senhores Ministros Celso de Mello, Marco Aurélio,
Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Luiz Fux, Rosa Weber,
Teori Zavascki, Roberto Barroso e Edson Fachin.

Vice-Procuradora-Geral da República, Dra. Ela Wiecko Volkmer


de Castilho.

p/ Maria Sílvia Marques dos Santos


Assessora-Chefe do Plenário

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