Ambiental, Social e Governança: Resumo

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Resumo

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@academiarafaeltoro
Aspectos ASG
Ambiental, Social e Governança
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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Aspectos ASG
Investimento ASG
O Investimento ASG, sigla para Ambiental, Social e Governança, envolve justamente
alguma questão relacionada respectivamente à conservação do mundo natural, à
consideração de pessoas e relacionamentos e a padrões para administrar uma empresa,
focando na sustentabilidade de longo prazo.

Há várias definições, mais ou menos amplas, mas todas remetem a algum dos temas
Ambiental, Social e Governança. Dessa forma, é comum ouvir termos como Investimento
Responsável, de Impacto Social, Sustentável, Ético.

Outra definição que remete ao investimento ASG são os títulos verdes, conhecidos pelo
nome em inglês Green Bonds, destinados a incentivar a sustentabilidade e apoiar
projetos ambientais especiais relacionados ao clima ou outros tipos.

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Aspectos ASG
Investimento ASG
A seguir, algumas questões que podem ser consideradas ASG em cada um dos três fatores:

Ambiental: tecnologia limpa, poluição, emissão de carbono, eficiência energética,


uso de recursos naturais, gestão de resíduos, escassez de água, desmatamento;
Social: direitos humanos, treinamento da força de trabalho, política de inclusão e
diversidade, privacidade e segurança de dados, políticas e relações de trabalho,
satisfação do cliente, engajamento dos funcionários, gerenciamento da cadeia de
suprimentos, trabalho análogo ao escravo ou infantil;
Governança: remuneração do conselho de administração, ética, transparência,
independência do conselho, diversidade na composição do conselho de
administração, combate a corrupção e suborno, honestidade fiscal, estruturas para
denúncias de irregularidades, controles internos e gerenciamento de riscos.

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Aspectos ASG
Estratégias de investimento
Existem diversas estratégias que incluem fatores ASG na análise de investimento; porém,
não há uma solução única, cabendo ao gestor ou ao investidor adequá-la às suas
necessidades.

Pode também ser escolhida mais de uma estratégia. Dentre as principais, destacamos:
Filtro negativo: bastante utilizado, remete à exclusão de investimentos de acordo
com critérios ASG. Tais critérios refletem justamente os valores éticos do gestor ou
investidor, englobando situações em que não são cumpridas normas mínimas
estabelecidas por organizações internacionais ou nacionais. Alguns exemplos: setores
de armamento, tabagista, de bebidas alcóolicas, de energia nuclear, de apostas, de
pornografia, entre outros.

Filtro positivo: segue a mesma lógica do filtro negativo, mas na direção oposta, ao
incluir investimentos que atendam aos critérios ASG. Englobam também os
investimentos temáticos, normalmente relacionados à sustentabilidade. Por
exemplo, se um dos critérios do filtro positivo ASG for a redução da emissão de
carbono, são selecionados países, setores ou empresas que apresentam alguma
política ativa de redução de emissão de carbono para receber o investimento.
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Aspectos ASG
Estratégias de investimento
Mais algumas estratégias que destacamos:

Best-in-class: tipo de filtro positivo, que funciona como um ranking, ao selecionar


critérios ASG para avaliação de um investimento ou projeto. Uma vez selecionados e
classificados em um ranking, os melhores investimentos ou projetos em relação a
seus pares são escolhidos para receberem o investimento. Dessa forma, é possível
identificar vantagens competitivas entre empresas do mesmo setor, o que tende a
otimizar o uso dos recursos para investir;

Integração ASG: incorporação de fatores ambientais, sociais e de governança nos


modelos de análise financeira da empresa ou do projeto. Com isso, é possível
considerar os impactos que determinados fatores possivelmente terão no futuro da
empresa, no perfil de risco ou na geração de lucros. Exemplo: , por exemplo, o
modelo de análise financeira aplicará um desconto no valuation de uma empresa que
não contempla boas práticas de governança corporativa;

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Aspectos ASG
Estratégias de investimento
Por fim, destacamos também:

Investimento de impacto: feitos em setores, companhias ou projetos focados na


geração de impacto social e ambiental, com a premissa principal de que tais impactos
sejam mensuráveis, sendo a performance do investimento medida pela combinaçã
do impacto gerado na sociedade e/ou no meio ambiente e do retorno financeiro; e

Engajamento corporativo: Também conhecido por ativismo acionário, está


relacionado à utilização da participação acionária que determinados os investidores
detêm para influenciar a estratégia da empresa na adoção de políticas ASG.

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Aspectos ASG
Materialidade
A materialidade está relacionada ao processo de definição de aspectos ASG relevantes,
isto é, que possam influenciar, de forma relevante, as avaliações e decisões dos diversos
stakeholders. Por exemplo, os fatores que podem influenciar a decisão de investimentos
de administradores, gestores e investidores são temas considerados materiais.

Em outras palavras, descreve como todo o processo de inclusão de fatores ASG impactará
os investimentos, os clientes, o meio ambiente e a sociedade.

Nesse processo são definidos:


fatores ASG relevantes;
como tais fatores irão apoiar na identificação de oportunidades;
tendencias e riscos dos investimentos;
quais informações serão consideradas para a realização da analise e divulgação dos
resultados; e
como será́ o ciclo de investimento, desde o processo de analise até a realização, bem
como a sua manutenção.

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Aspectos ASG
PRI
O PRI, Principles for Responsible Investment, ou Princípios para Investimentos Responsáveis,
é uma iniciativa de grandes investidores, com apoio da ONU, para estabelecimento de
princípios sobre a incorporação de temas ASG às respectivas análises e processos. O
objetivo é monitorar a incorporação de temas ASG por investidores institucionais e dos
processos de due dilligence de investimentos.

No total, são 6 princípios que fazem parte de um compromisso entre os signatários:


1. Incorporaremos questões ASG na análise de investimentos e nos processos de tomada
de decisão;
2. Seremos proprietários ativos e incorporaremos questões ASG em nossas políticas e
práticas;
3. Buscaremos a divulgação apropriada sobre questões ASG pelas entidades em que
investimos;
4. Promoveremos a aceitação e implementação dos Princípios no setor de
investimentos;
5. Trabalharemos juntos para aumentar nossa eficácia na implementação dos Princípios;
6. Cada um de nós relatará suas atividades e progresso na implementação dos Princípios.

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Aspectos ASG
Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS)
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável são um apelo global à ação para acabar com a
pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares,
possam desfrutar de paz e de prosperidade.

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Aspectos ASG
Código Brasileiro de Stewardship
Stewardship, ou administração, é um termo que pode ser compreendido pela visão de que
o relacionamento entre empresas e investidores institucionais deve se pautar por práticas
de governança e princípios que refletem a sustentabilidade dos negócios e a
responsabilidade dos acionistas.

O Código Brasileiro de Stewardship foi lançado pela Amec (associação que reúne cerca de
60 investidores institucionais, responsáveis por aproximadamente R$ 700 bilhões sob
gestão), e pela CFA Society do Brasil. O objetivo do Código como é desenvolver e
disseminar a cultura de stewardship no Brasil, promovendo o senso de propriedade nos
investidores institucionais e criando padrões de engajamento responsável.

Nele, são definidos alguns mecanismos que devem ser respeitados no processo de
investimento, intensificando a responsabilidade sobre a governança de seus
investimentos.

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Aspectos ASG
Código Brasileiro de Stewardship
De acordo com o Código, os investidores institucionais, no cumprimento de seu dever
fiduciário para com seus beneficiários finais, devem:
1. Implementar e divulgar programa de stewardship;
2. Implementar e divulgar mecanismos de administração de conflitos de interesses;
3. Considerar aspectos ASG nos seus processos de investimento e atividades de
stewardship;
4. Monitorar os emissores de valores mobiliários investidos;
5. Ser ativos e diligentes no exercício dos seus direitos de voto;
6. Definir critérios de engajamento coletivo; e
7. Dar transparência às suas atividades de stewardship.

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Aspectos ASG
Títulos ASG
Um título ASG é um título de dívida cujo emissor investe em empresas com altos padrões
Ambientais, Sociais e de Governança. Podem ser emitidos por empresas, governos e
entidades multilaterais para atrair capital para projetos cujo objetivo seja gerar um
impacto socioambiental positivo. Em linhas gerais, podemos elencar os seguintes títulos
ASG:
Títulos Verdes (Green Bonds): financiamento de projetos com evidente benefício
ambiental;
Títulos Sociais (Social Bonds): financiamento de projetos que atendam questões
sociais e/ou procurem resultados positivos para populações específicas;
Títulos Sustentáveis: combinam aspectos dos Títulos Verdes e também dos Títulos
Sociais, englobando projetos com caráter socioambiental;
Títulos Vinculados à Sustentabilidade (Sustentability-Linked Bonds): instrumentos
de dívida que tem como objetivo final fazer com que o emissor alcance metas ASG,
medidas a partir de indicadores-chave de desempenho. Podem ter suas
características financeiras e estruturais alteradas dependendo do atingimento das
metas de sustentabilidade pré-estabelecidas; e
Títulos ODS: Título Verde, Social ou Sustentável cuja estruturação passou pelo
processo de alinhamento com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

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Aspectos ASG
Referências Internacionais
Algumas referências internacionais relevantes para o contexto ASG são:
NGFS – Network for Greening the Financial System (G-20) - Recomendações para
bancos centrais e supervisores do sistema financeiro com foco em risco climático e
de maior ambiente Prudencial - supervisão de riscos climáticos e de meio
ambiente, análise de impactos e apoio a finanças verdes.
SBN – Sustainable Banking Network (IFC/WB) - Organismo de apoio à
implementação de melhores práticas composto por associações de bancos e
reguladores de mercados emergentes. Apoio ao desenvolvimento e à
implementação de padrões ASG e inovação em finanças verdes/climáticas em
mercados emergentes.
Principles for Responsible Banking (UNEP FI) - Adesão a princípios voltados para a
adoção da agenda de sustentabilidade, de padrões de reporting e de metas por
bancos. Alinhamento com a agenda de sustentabilidade (ODS e Acordo de Paris) e
definição de impactos e metas pelos bancos.
Sustainable Finance Network (Io): Plataforma para compartilhamento de
informações entre reguladores de valores mobiliários, formação de força-tarefa e
estabelecimento de recomendações. Troca de informações e estabelecimento de
padrões mínimos de transparência em emissões no mercado de capitais.
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Aspectos ASG
Greenwashing
Greenwashing refere-se ao ato de fornecer ao público ou investidor informações
enganosas ou mesmo falsas sobre o impacto ambiental dos produtos e operações de
uma empresa. Envolve fazer uma alegação infundada para enganar os consumidores,
fazendo-os acreditar que os produtos de uma empresa são ecologicamente corretos ou
têm um impacto ambiental positivo maior do que realmente têm.

Além disso, o Greenwashing pode ocorrer quando uma empresa tenta enfatizar os
aspectos sustentáveis de um produto para ofuscar o envolvimento da empresa em
práticas prejudiciais ao meio ambiente. Alguns exemplos dessa prática no mercado
financeiro incluem:
Um fundo tem “ASG” no nome, mas só usa uma estratégia de filtro negativo limitada
para excluir investimentos em armas polêmicas, não considerando materialmente
fatores ASG no resto de suas estratégias de investimento.
Um fundo inclui “fatores ASG” no nome, mas seus objetivos de investimento afirmam
apenas que ele busca fornecer valorização do capital, investindo principalmente em
ações.
Um fundo tem a palavra “sustentável” no nome, mas seus objetivos de investimento
apenas fazem referência ao desempenho financeiro.

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Aspectos ASG
Legislação
A Resolução CMN 4.943/2021 alterou a Resolução CMN 4.557, que dispõe sobre a
estrutura de gerenciamento de riscos, a estrutura de gerenciamento de capital e a política
de divulgação de informações, ao incluir nessa última os riscos social, ambiental e
climático.

Por sua vez, a Resolução CMN 4.944/2001 alterou a Resolução CMN 4.606, que dispõe
sobre a metodologia facultativa simplificada para apuração do requerimento mínimo de
Patrimônio de Referência Simplificado (PRS5), ao também incluir os riscos social,
ambiental e climático.

Já a Resolução CMN 4.945/2021 passou a exigir que as instituições financeiras e demais


instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil estabeleçam uma
Política de Responsabilidade Social, Ambiental e Climática (PRSAC) e implementem
ações com vistas à sua efetividade.

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Aspectos ASG
Legislação
Além disso, a Resolução BCB 139/2021 trouxe orientações a respeito da divulgação do
Relatório de Riscos e Oportunidades Sociais, Ambientais e Climáticas (GRSAC), cujas
tabelas devem ser padronizadas conforme Instrução Normativa BCB 153/2021. O
Relatório GRSAC deve ser divulgado por bancos múltiplos, bancos comerciais, bancos de
investimento, bancos de câmbio e caixas econômicas.

Já a Resolução CMN 4.661, que dispõe sobre as diretrizes de aplicação dos recursos
garantidores dos planos administrados pelas Entidades Fechadas de Previdência
Complementar (EFPC), determina que tais entidades devem considerar na análise de
riscos, sempre que possível, os aspectos relacionados à sustentabilidade econômica,
ambiental, social e de governança dos investimentos.

Temos também Resolução CVM 87, que altera a Resolução CVM 80, que por sua vez
dispõe sobre o registro e a prestação de informações periódicas e eventuais dos emissores
de valores mobiliários admitidos à negociação em mercados regulamentados de valores
mobiliários.

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Aspectos ASG
Legislação
O Anexo C da Resolução CVM 87 traz uma sessão sobre informações relacionadas a itens
Ambientais, Sociais e de Governança (ASG) do emissor. Esse Anexo, na seção dos
Comentários dos Diretores, também pede informações sobre oportunidades inseridas no
plano de negócios do emissor relacionadas a questões ASG e, em Fatores de Risco,
também solicita informações sobre questões sociais, ambientais e climáticas.

Ainda no Anexo C da Resolução CVM 87, na parte do Conselho de Administração, é


solicitado que seja indicado, se houver, canais instituídos para que questões críticas
relacionadas a temas e práticas ASG e de conformidade cheguem ao conhecimento do
Conselho de Administração.

Na parte de Remuneração dos Administradores do emissor, há uma seção que solicita a


descrição dos principais indicadores de desempenho nele levados em consideração,
inclusive, se for o caso, indicadores ligados a questões ASG.

Por fim, na seção de Recursos Humanos, há solicitação da descrição de indicadores de


diversidade.

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Reporte de informações em
sustentabilidade
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Reporte de Informações em Sustentabilidade
GRI (Global Reporting Initiative)
Um aspecto muito relevante para apoiar decisões sobre investimentos ASG é a busca por
uma padronização do reporte de iniciativas nas áreas Ambiental, Social e de Governança.
Vamos destacar três padrões de reporte: GRI, SASB e TCFD.

A GRI (Global Reporting Initiative) é a organização internacional independente que ajuda


empresas e outras organizações a assumirem a responsabilidade por seus impactos,
fornecendo-lhes a linguagem global comum para comunicar esses impactos – os Padrões
GRI.

A organização trabalha com empresas, investidores, formuladores de políticas, sociedade


civil e organizações trabalhistas para desenvolver os Padrões GRI e promover seu uso por
organizações em todo o mundo.

Com milhares de reportes em mais de 100 países, os Padrões GRI estão avançando na
prática de relatórios de sustentabilidade e permitindo que as organizações e suas partes
interessadas tomem melhores decisões que criem benefícios econômicos, ambientais e
sociais.

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Reporte de Informações em Sustentabilidade
GRI (Global Reporting Initiative)
Os Padrões GRI permitem que qualquer organização entenda e relate seus impactos na
economia, no meio ambiente e nas pessoas de maneira comparável e confiável,
aumentando assim a transparência em sua contribuição para o desenvolvimento
sustentável. Além das empresas relatoras, os Padrões são altamente relevantes para
muitas partes interessadas - incluindo investidores, formuladores de políticas, mercados
de capitais e sociedade civil.

Os Padrões Universais , que incluem relatórios sobre direitos humanos e due diligence
ambiental, se aplicam a todas as organizações; já os novos Padrões Setoriais permitem
relatórios mais consistentes sobre impactos específicos do setor;

Por fim, há os Padrões de Tópicos, adaptados para serem usados com os Padrões
Universais revisados, que listam as divulgações relevantes para um tópico específico.

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Reporte de Informações em Sustentabilidade
SASB
O SASB, Sustainability Accounting Standards Board, traduzindo livremente Conselho de
Padrões Contábeis de Sustentabilidade, tem como objetivo principal é desenvolver
padrões de contabilidade de sustentabilidade.

As Normas SASB orientam a divulgação de informações de sustentabilidade


financeiramente relevantes pelas empresas aos seus investidores. Disponível para 77
setores, os Padrões identificam o subconjunto de questões ambientais, sociais e de
governança (ASG) mais relevantes para o desempenho financeiro em cada setor.

Os Padrões SASB são mantidos pela Value Reporting Foundation, uma organização global
sem fins lucrativos, cujo conselho de administração supervisiona a estratégia, as finanças
e as operações de toda a organização e nomeia os membros do Conselho de Padrões do
SASB. O Conselho de Padrões SASB é um conselho independente responsável pelo devido
processo, resultados e ratificação dos Padrões SASB.

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Reporte de Informações em Sustentabilidade
SASB
O SASB desenvolveu um conjunto completo de Padrões específicos do setor e aplicáveis
globalmente que identificam o conjunto mínimo de tópicos de sustentabilidade
financeiramente relevantes e suas métricas associadas para a empresa típica de um setor.

Além disso, fornece um Guia de Engajamento para investidores considerarem questões a


serem discutidas com empresas sobre questões financeiras relevantes, bem como um
Guia de Implementação para empresas que explica questões e abordagens a serem
consideradas ao implementar as Normas SASB.

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Reporte de Informações em Sustentabilidade
TCFD
O Financial Stability Board (FSB) criou o chamado TCFD (Task-Force on Climate-Related
Financial Disclosures), ou Força-Tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao
Clima. O objetivo foi desenvolver recomendações sobre os tipos de informações que as
empresas devem divulgar para apoiar investidores, credores e subscritores de seguros na
avaliação e precificação adequada de um conjunto específico de riscos relacionados às
mudanças climáticas.

O FSB acredita que, por meio da ampla adoção de suas recomendações, os riscos e
oportunidades financeiros relacionados às mudanças climáticas se tornarão uma parte
natural dos processos de gerenciamento de risco e planejamento estratégico das
empresas.

E, à medida que isso ocorre, a compreensão das empresas e dos investidores sobre as
potenciais implicações financeiras associadas à transição para uma economia de baixo
carbono e os riscos físicos relacionados ao clima aumentará. Na mesma direção, as
informações se tornarão mais úteis para a tomada de decisões e riscos e oportunidades
serão precificados com mais precisão, permitindo uma alocação mais eficiente de capital.

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Reporte de Informações em Sustentabilidade
TCFD
As recomendações feitas pelo TCFD para divulgação de informações sobre mudanças
climáticas estão estruturadas em quatro áreas temáticas:
Governança: divulgar a governança da companhia sobre os riscos e oportunidades
relacionadas às mudanças climáticas;
Estratégia: divulgar os impactos reais e potenciais de riscos e oportunidades
relacionados às mudanças climáticas sobre os negócios, a estratégia e o
planejamento financeiro da organização;
Gestão de Risco: divulgar como a organização identifica, avalia e gerencia os riscos
relacionados às mudanças climáticas; e
Métricas e Metas: divulgar as métricas e as metas utilizadas para avaliar e gerir riscos
e oportunidades relacionadas às mudanças climáticas.

As quatro recomendações, por sua vez, estão inter-relacionadas e apoiadas por 11


divulgações recomendadas que constroem a estrutura com informações que devem
ajudar os investidores a entender como as organizações que divulgam tais informações
pensam e avaliam os riscos e oportunidades relacionados ao clima.

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
ASG
Ambiental, Social e Governança
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Fundos ASG
Consideração de questões ASG por Fundos
Processo que agrega políticas, práticas e informações de dados referentes a temas
ambientais, sociais e de governança corporativa nos modelos de análise financeira e de
risco. Falando especificamente de fundos de investimento, são aqueles que consideram
questões ASG em suas políticas de investimento no alcance de seus objetivos diversos.

A incorporação de fatores ASG na política de investimento do fundo se junta às avaliações


tradicionais, evidenciando os riscos que não são capturados pela análise financeira
tradicional, principalmente os de longo prazo, tornando as conclusões mais eficazes.

Nesse sentido, desde o início de 2022, passaram a vigorar na autorregulação da Anbima o


documento “Regras e Procedimentos para Identificação dos Fundos de Investimento
Sustentável (IS)”. Ele estabelece critérios e requisitos para identificação de fundos de ações
ou de renda fixa como fundos de investimento sustentável. Eles devem atestar
formalmente o compromisso com a sustentabilidade, adotar ações regulares compatíveis
com o alcance e o monitoramento desse objetivo e dar transparência a essas
características ao investidor e ao público em geral.

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Fundos ASG
Tendências sobre a identificação de
fundos ASG
Uma das tendências internacionais é o uso de diversas abordagens para incorporar e atingir
objetivos ASG.

Em vez de serem prescritivas na definição de percentuais ou recomendação de uma ou


outra alternativa, especialistas e reguladores têm destacado a importância de atestar a
consistência das metodologias utilizadas, as fontes primárias de dados, os tipos de
ferramentas empregadas, as métricas, as políticas de engajamento e/ou temáticas
e as ações de monitoramento e diligência quanto a efetividade desses instrumentos.

É um processo de forma continuada.

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Fundos ASG
Tendências sobre a identificação de
fundos ASG
De acordo com o Guia Anbima ASG II, que reúne aspectos ASG para gestores e fundos de
investimento, no processo de identificação de fundos ASG, pode-se notar as seguintes
tendências:
Assegurar consistência entre os compromissos assumidos e as práticas adotadas;
Utilizar métricas e indicadores de desempenho e monitorar os resultados ao longo do
tempo;
Adotar ações continuadas de diligências e engajamento relacionadas aos objetivos do
fundo;
Combinar metodologias e construir scores próprios; e
Identificar limitações das metodologias, dos dados e dos índices utilizados.

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Fundos ASG
Critérios para gestores de fundos IS
Os critérios estabelecidos pela ANBIMA para gestores de fundos IS (Investimentos
Sustentáveis) e que consideram questões ASG tratam da existência de um compromisso
formal da sustentabilidade na atividade de gestão, governança e transparência.

O documento que formaliza tal compromisso deve conter uma descrição de diretrizes,
regras, procedimentos, critérios e/ou controles que sejam adotados em relação à
sustentabilidade na gestão de fundo ou fundos na instituição, ao estágio e escopo de
implementação e à governança.

Esse documento deve estar disponível para consulta interna e pública e sofrer
atualizações em períodos não superiores a 24 meses.

Importante salientar que os requisitos aplicáveis ao gestor para identificação de fundos


sustentáveis e que consideram questões ASG são condiçaões estabelecidas pela
autorregulação da Anbima.

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Fundos ASG
Critérios para gestores de fundos IS
São três grandes critérios estabelecidos pela ANBIMA para gestores de fundos IS
(Investimentos Sustentáveis) e que consideram questões ASG:

Compromisso com a sustentabilidade: atestar o compromisso por meio de um


documento escrito que descreva diretrizes, regras, procedimentos, critérios e
controles referentes às questões ASG e/ou ao investimento sustentável. Mesmo que
não traga determinações específicas, ele deve, no mínimo, estipular de forma escrita
práticas e procedimentos em sustentabilidade/ASG e ser aprovado, constituindo
documento formal da instituição;

Governança: manter estrutura de governança dedicada às questões ASG, com uma


estrutura funcional, organizacional e de tomada de decisões adequada para que
sejam cumpridas as responsabilidades relacionadas à gestão dos fundos sustentáveis.
Recomenda-se também independência da área de ASG, com a identificação de
profissional ou instância (como uma pessoa ou estrutura) com poderes para analisar,
indicar e supervisionar se os ativos a serem adquiridos (ou adquiridos) pelos fundos
IS mencionados estão aderentes às políticas internas da gestora; e

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Fundos ASG
Critérios para gestores de fundos IS
E, por fim:

Transparência: Assegurar a divulgação da política de sustentabilidade e da respectiva


estrutura de governança em site, documento que formaliza práticas, procedimentos,
diretrizes em relação à sustentabilidade, em sua atividade de gestão, e documentos
que complementem suas ações a esse respeito. A adesão a organizações e iniciativas
internacionais, como PRI, TCFD, entre outras, ou a códigos de stewardship, é
importante para ilustrar a disposição do gestor em estabelecer compromissos a
respeito de suas ações nessa agenda.

O gestor pode também estabelecer ações de monitoramento, verificação, auditoria ou


garantia de sua abordagem de sustentabilidade. Esse serviço independente, a ser
solicitado por ele ou pelo administrador do fundo, visa avaliar se os métodos de
integração ASG ou os objetivos de sustentabilidade informados aos cotistas estão sendo
cumpridos.

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Fundos ASG
Requisitos para fundos IS
Além dos critérios a serem aplicados ao gestor, mencionados anteriormente, a
denominação de um fundo como sustentável depende de um conjunto de requisitos
definidos pela Anbima no documento Regras e Procedimentos para Identificação de
Fundos Sustentáveis.

A Anbima divide esses requisitos em 3 grandes frentes:

Compromisso com a sustentabilidade: o regulamento deve trazer um resumo do


objetivo de investimento sustentável do fundo, que por sua vez deve estar apto a
demonstrar o alinhamento da carteira com o objetivo de investimento sustentável e
que os respectivos investimentos não causam dano que comprometa esse objetivo;

Transparência: divulgar o objetivo de investimento sustentável do fundo e as ações


adotadas para buscar e monitorar esse objetivo, de forma clara, objetiva e atualizada;

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Fundos ASG
Requisitos para fundos IS
A Anbima divide esses requisitos em 3 grandes frentes:

Ações continuadas: Adotar estratégia de investimento que inclua metodologias,


dados e ferramentas empregados para atingir o objetivo de investimento sustentável
do fundo. Tais ações envolvem:
limitações em metodologias, dados e ferramentas empregados e ações de
diligência adotadas a esse respeito;
políticas de engajamento e demais medidas adotadas em relação ao objetivo de
investimento sustentável do fundo;
a forma de monitoramento para aferição dos objetivos de investimento
sustentável do fundo; e
o atendimento às mesmas ações, no caso de fundos que utilizam benchmarks.

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Fundos ASG
Requisitos para fundos IS
A Anbima é muito clara ao afirmar que não basta um fundo aplicar filtros positivos ou
negativos para ser considerado Investimento Sustentável. A aplicação desses filtros deve
estar inserida em uma estratégia abrangente de incorporação de políticas, práticas e
dados em sustentabilidade. Para tornar mais claro o entendimento, detalhamos melhor
como funcionam tais filtros:

Filtro negativo: bastante utilizado, remete à exclusão de investimentos de acordo


com critérios ASG. Tais critérios refletem justamente os valores éticos do gestor ou
investidor, englobando situações em que não são cumpridas normas mínimas
estabelecidas por organizações internacionais ou nacionais. Alguns exemplos: setores
de armamento, tabagista, de bebidas alcóolicas, de energia nuclear, de apostas, de
pornografia, entre outros.
Filtro positivo: segue a mesma lógica do filtro negativo, mas na direção oposta, ao
incluir investimentos que atendam aos critérios ASG. Englobam também os
investimentos temáticos, normalmente relacionados à sustentabilidade. Por
exemplo, se um dos critérios do filtro positivo ASG for a redução da emissão de
carbono, são selecionados países, setores ou empresas que apresentam alguma
política ativa de redução de emissão de carbono para receber o investimento.
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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Fundos ASG
Requisitos para fundos IS
Outro ponto muito destacado pela Anbima no Guia Anbima ASG II refere-se às ações
continuadas, um dos requisitos para fundos IS.

De acordo como Guia, o fundo deverá adotar um processo sistemático de engajamento


ativo com as empresas da carteira a respeito de questões relevantes, para fins de seus
objetivos.

Dependendo da estratégia escolhida, o gestor poderá ter que exercer um papel de


destaque como indutor de melhores práticas socioambientais e de governança nas
empresas investidas. O engajamento ativo pode ser praticado tanto por investidores de
ações quanto por detentores de títulos de dívida.

Quanto ao poder de voto, o gestor deve estabelecer uma política e adotar práticas de
votação que estejam em harmonia com os objetivos em sustentabilidade do fundo, prática
também conhecida como proxy voting.

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Fundos ASG
Requisitos para fundos IS
Em se tratando de fundos passivos que utilizam índice como referência, é esperado que o
fundo seja capaz de atestar que o indicador utilizado está alinhado ao objetivo de
investimento sustentável.

Ainda segundo o Guia ASG II, o gestor poderá replicar índices que incorporam critérios de
sustentabilidade, refinar um indicador existente, construir um índice proprietário ou
envolver-se ativamente com as empresas do índice em torno de questões de
sustentabilidade.

A metodologia do indicador ou aquela adotada deve ser formalizada e a performance do


índice em relação ao objetivo do fundo deve ser monitorada, bem como de limitações
previamente identificadas.

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Fundos ASG
Requisitos para fundos IS
Ainda no campo das Ações Continuadas mencionadas pela Anbima como requisito para
fundos IS, o engajamento corporativo, também chamado de ativismo corporativo , ganha
destaque no Guia ASG II como forma de gestão ativa.

Ele tem como base a utilização da participação acionária que os investidores detêm para
influenciar a estratégia da empresa na adoção de políticas ASG, atividade fundamental na
gestão de um fundo IS.

Pode ser visto também como uma alternativa ao desinvestimento: ao invés de vender
ativos de empresas que não adotam políticas ASG ou que têm dificuldades em atingir
metas de sustentabilidade, os investidores mantêm sua participação e tentam persuadir a
companhia a adotar melhores políticas em temas socioambientais.

Esse engajamento também é possível para investidores de renda fixa. Detentores de


títulos de dívida podem se envolver com companhias de forma reativa, mitigando
problemas, ou proativa, apoiando na definição e atingimento de metas.

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Fundos ASG
Requisitos para fundos IS
Quando falamos das ações ASG na prática, é fundamental para o fundo a definição e
mensuração de objetivos em sustentabilidade e o respectivo alinhamento da carteira.

Ainda que cada fundo possa selecionar diferentes objetivos e as metodologias associadas,
estes poderão incluir, especificamente:

Objetivos relacionados à geração de impacto positivo por parte do gestor e suas


externalidades positivas: ao estabelecer os seus objetivos e criar a sua carteira, o
gestor deve avaliar se a maior parte das receitas de uma empresa
deriva de produtos e serviços que ajudam a atingir os objetivos,
se os produtos ou serviços da companhia atendem a uma necessidade social ou
ambiental que dificilmente será satisfeita por terceiros (como concorrentes ou
governo) e/ou se a empresa realiza atividades econômicas que contribuem para um
objetivo de sustentabilidade;

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Fundos ASG
Requisitos para fundos IS
Objetivos relacionados à identificação e à mitigação dos impactos adversos sobre
os fatores de sustentabilidade decorrentes de investimentos, evitando-se danos ou
degradações. Por meio de decisões de alocações de capital,
os participantes do mercado financeiro podem provocar, ou
pelo menos possibilitar, impactos negativos causados pelas
suas decisões em relação a questões ASG. Por exemplo, um gestor de ativos que
financia uma empresa de roupa a varejo poderá involuntariamente contribuir para a
exploração de mão de obra infantil ou, ao investir em uma empresa de automóveis
elétricos, o gestor pode provocar a emissão de dióxido de carbono na cadeia de
manufatura. Dessa forma, o fundo poderá apresentar, como seus objetivos em
sustentabilidade, a anulação gradual desses impactos negativos.

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Fundos ASG
Requisitos para fundos IS
Objetivos relacionados à melhoria das credenciais de sustentabilidade das
empresas investidas, por meio de ações de engajamento ativo, guiadas pela
aplicação de planos de ação sistemáticos e pela utilização de métricas qualitativas
ou quantitativas. Se, por exemplo, o objetivo for fomentar a educação de jovens de
baixa renda, o gestor não deverá investir em empresas privadas de educação que não
tenham programas de inclusão educacional ou de concessão de bolsas de estudo.
Caso o propósito for contribuir para a sustentabilidade corporativa, não deverá
manter na carteira empresas com as quais o fundo não tenha adotado um plano de
ação para melhorar o seu desempenho em sustentabilidade.

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Fundos ASG
Requisitos para fundos IS
Importante também ressaltar que os investimentos não podem causar danos aos
objetivos do fundo.

Por exemplo, se o foco do gestor for mitigar os efeitos das alterações climáticas, não
deverá apoiar financeiramente empresas cujas atividades têm algum efeito de impactar
negativamente a flora ou fauna local ao interferir na gestão de águas ou de solos.

Ou ainda o gestor não deverá investir em empresas cujos produtos e serviços estejam
alinhados com os objetivos em sustentabilidade dele se essas empresas tiverem
problemas de transparência, de governança, ou de violações dos direitos humanos, por
exemplo.

O gestor deve adotar instrumentos qualitativos ou quantitativos para monitorar o


progresso e verificar se alcançou os seus objetivos. Sempre que possível, também deve
ser verificado o princípio da adicionalidade, isto é, identificar as diferenças entre o ativo
que foi afetado pelo investimento e o que teria acontecido caso não tivesse recebido o
investimento.

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Fundos ASG
Integração ASG em Ações
Ainda que os princípios inerentes ao ASG possam ser aplicados a todas as transações
financeiras, as práticas ASG devem ser moldadas de acordo com cada classe de ativo,
respeitando-se as características próprias de cada uma delas.

Com relação à integração das práticas ASG em ativos de renda variável, destacamos o
seguinte:
Due diligence: o processo deve ser guiado por tipologias reconhecidas, devendo cada
gestor deverá adotar um processo para identificar, prevenir, mitigar e contabilizar
qualquer impacto adverso causado por fatores de sustentabilidade na cadeia de valor
de sua atividade. A organização deve integrar os resultados do processo de due
diligence de sustentabilidade nas outras fases do ciclo de investimento, tais como
investimento, holding e saída, como também no processo de due diligence mais
amplo.

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Fundos ASG
Integração ASG em Ações
Com relação à integração das práticas ASG em ativos de renda variável, ainda destacamos:

Modelos de valuation: se o gestor seguir estratégias fundamentalistas, deve revisar


as metodologias de avaliação de ações, por exemplo, ajustando as demonstrações
financeiras, as variáveis de avaliação da empresa, os múltiplos de avaliação (para
calcular múltiplos “integrados ao ASG”) e as previsões financeiras e estimativas de
fluxo de caixa. Caso o gestor adote estratégias quantitativas, deve construir modelos
que integrem critérios ASG materiais juntamente com fatores como volatilidade,
valor, momentum, tamanho e crescimento.

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Fundos ASG
Integração ASG em Renda Fixa
Para títulos corporativos ou outros títulos de dívida corporativa, o gestor deve:

Integrar fatores ASG materiais na pesquisa de crédito interna e na avaliação da


qualidade de crédito dos emissores;
ajustar as previsões financeiras e as estimativas de fluxo de caixa futuro integrando a
análise ASG; e
classificar um emissor em relação a um grupo de pares escolhido com base na análise
ASG.

Também é possível analisar os spreads de títulos ASG de um emissor e seu valor relativo
em relação aos de seus pares do setor para descobrir se todos os fatores de risco estão
cotados. Para títulos, deve-se considerar fatores ASG na análise do crédito soberano, tais
como risco relacionado ao clima, renda per capita ou transição de energia.

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Fundos ASG
ETFs ASG
Os ETFs (Exchange Traded Funds), conhecidos também como Fundos de Índice, são fundos
abertos que buscam obter retorno semelhante com base em determinado índice, com a
diferença que suas cotas são negociadas em bolsa ou mercado de balcão, como se fossem
ações ou fundos fechados. Estes fundos devem manter 95%, no mínimo, de seu
patrimônio líquido aplicado em valores mobiliários de renda fixa ou outros ativos de renda
variável autorizados pela CVM.

Em se tratando de um ETF ASG, no Brasil é possível estruturá-lo, por exemplo, seguindo o


Índice S&P/B3 Brasil ESG. Esse índice tem como objetivo medir a performance das
empresas com as melhores práticas de sustentabilidade baseadas em critérios ASG.

O índice adota como principal fator de ponderação as notas ASG das companhias elegíveis
à carteira teórica, através de uma metodologia proprietária da Standard&Poor’s, que
também é utilizada no índice Dow Jones Sustainability. Além disso, o índice exclui ações
com base na sua participação em certas atividades comerciais, no seu desempenho em
comparação com o Pacto Global da ONU e também empresas sem pontuação ASG da S&P
DJI.

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Regulação e Autorregulação ASG
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Regulação e Autorregulação ASG
Conceito
❑ A Resolução CMN nº 4.943/2021, que altera a Resolução nº 4.557/2017, dispõe sobre
a estrutura de gerenciamento de riscos, a estrutura de gerenciamento de capital e a
política de divulgação de informações para nortear a gestão de risco ambiental, social
e de governança dos seus regulados. Para monitorar a exposição ao risco ASG, as
instituições financeiras passam a ter o dever de implementar a PRSAC (Política de
Responsabilidade Social, Ambiental e Climática).

❑ Essa resolução avalia os níveis de riscos que a instituição está disposta a assumir,
discriminados por tipo de risco e, quando aplicável, por diferentes horizontes de
tempo.
� 1° O Risco Social
� 2° O Risco Ambiental
� 3° O Risco Climático

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Regulação e Autorregulação ASG
Risco Social
Risco Social é a possibilidade de ocorrência de perdas para a instituição ocasionadas por
eventos associados à violação de direitos e garantias fundamentais ou a atos lesivos a
interesse comum.

São exemplos de eventos de risco social a ocorrência ou, conforme o caso, os indícios da
ocorrência de:

I - ato de assédio, de discriminação ou de preconceito com base em atributos pessoais,


tais como etnia, raça, cor, condição socioeconômica, situação familiar, nacionalidade,
idade, sexo, orientação sexual, identidade de gênero, religião, crença, deficiência,
condição genética ou de saúde e posicionamento ideológico ou político;

II - prática relacionada ao trabalho em condições análogas à escravidão;

III - exploração irregular, ilegal ou criminosa do trabalho infantil;

IV - prática relacionada ao tráfico de pessoas, à exploração sexual ou ao proveito


criminoso da prostituição;

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Regulação e Autorregulação ASG
V - não observância da legislação previdenciária ou trabalhista, incluindo a legislação
referente à saúde e segurança do trabalho;

VI - ato irregular, ilegal ou criminoso que impacte negativamente povos ou comunidades


tradicionais, entre eles indígenas e quilombolas, incluindo a invasão ou a exploração
irregular, ilegal ou criminosa de suas terras;

VII - ato lesivo aos patrimônios público, histórico, cultural ou à ordem urbanística;

VIII - prática irregular, ilegal ou criminosa associada a alimentos ou a produtos


potencialmente danosos à sociedade, sujeitos a legislação ou regulamentação específica,
entre eles agrotóxicos, substâncias capazes de causar dependência, materiais nucleares ou
radioativos, armas de fogo e munições;

IX - exploração irregular, ilegal ou criminosa dos recursos naturais, relativamente à


violação de direito ou de garantia fundamental ou a ato lesivo a interesse comum, entre
eles recursos hídricos, florestais, energéticos e minerais, incluindo, quando aplicável, a
implantação e o desmonte das respectivas instalações;

X - tratamento irregular, ilegal ou criminoso de dados pessoais.


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Regulação e Autorregulação ASG
Risco Ambiental
Risco Ambiental é a possibilidade de ocorrência de perdas para a instituição ocasionadas
por eventos associados à degradação do meio ambiente, incluindo o uso excessivo de
recursos naturais.

São exemplos de eventos de risco ambiental a ocorrência ou, conforme o caso, os


indícios da ocorrência de:

I - conduta ou atividade irregular, ilegal ou criminosa contra a fauna ou a flora, incluindo


desmatamento, provocação de incêndio em mata ou floresta, degradação de biomas ou
da biodiversidade e prática associada a tráfico, crueldade, abuso ou maus-tratos contra
animais;

II - poluição irregular, ilegal ou criminosa do ar, das águas ou do solo;

III - exploração irregular, ilegal ou criminosa dos recursos naturais, relativamente à


degradação do meio ambiente, entre eles recursos hídricos, florestais, energéticos e
minerais, incluindo, quando aplicável, a implantação e o desmonte das respectivas
instalações;

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Regulação e Autorregulação ASG
Risco Ambiental
IV - descumprimento de condicionantes do licenciamento ambiental;

V - desastre ambiental resultante de intervenção humana, relativamente à degradação do


meio ambiente, incluindo rompimento de barragem, acidente nuclear ou derramamento
de produtos químicos ou resíduos no solo ou nas águas;

VI - alteração em legislação, em regulamentação ou na atuação de instâncias


governamentais, em decorrência de degradação do meio ambiente, que impacte
negativamente a instituição;

VII - ato ou atividade que, apesar de regular, legal e não criminoso, impacte
negativamente a reputação da instituição, em decorrência de degradação do meio
ambiente.

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Regulação e Autorregulação ASG
Risco Climático
❑ O risco climático é subdividido em duas categorias: Risco Climático de Transição e
Risco climático Físico.

� Risco climático de transição: possibilidade de ocorrência de perdas para a


instituição ocasionadas por eventos associados ao processo de transição para uma
economia de baixo carbono, em que a emissão de gases do efeito estufa é reduzida
ou compensada e os mecanismos naturais de captura desses gases são preservados;

Exemplos de eventos de risco climático de transição:


I - Alteração em legislação, em regulamentação ou em atuação de instâncias
governamentais, associada à transição para uma economia de baixo carbono, que impacte
negativamente a instituição;
II - Inovação tecnológica associada à transição para uma economia de baixo carbono que
impacte negativamente a instituição;
III - Alteração na oferta ou na demanda de produtos e serviços, associada à transição para
uma economia de baixo carbono, que impacte negativamente a instituição;
IV - Percepção desfavorável dos clientes, do mercado financeiro ou da sociedade em geral
que impacte negativamente a reputação da instituição relativamente ao seu grau de
contribuição na transição para uma economia de baixo carbono.
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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Regulação e Autorregulação ASG
Risco Climático
Risco climático físico: possibilidade de ocorrência de perdas para a instituição
ocasionadas por eventos associados a intempéries frequentes e severas ou a
alterações ambientais de longo prazo, que possam ser relacionadas a mudanças em
padrões climáticos.

Exemplos de eventos de risco climático físico:


I - Condição climática extrema, incluindo seca, inundação, enchente, tempestade, ciclone,
geada e incêndio florestal;
II - alteração ambiental permanente, incluindo aumento do nível do mar, escassez de
recursos naturais, desertificação e mudança em padrão pluvial ou de temperatura.

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Regulação e Autorregulação ASG
Estrutura de Gerenciamento de Riscos
A estrutura de gerenciamento de riscos de prever mecanismos para a:

❑ Identificação e o monitoramento do risco social, do risco ambiental e do risco


climático incorridos pela instituição em decorrência dos seus produtos, serviços,
atividades ou processos e das atividades desempenhadas por:

� Contrapartes da instituição;
� Entidades controladas pela instituição;
� Fornecedores e prestadores de serviços terceirizados da instituição, quando
relevantes, com base em critérios por ela estabelecidos.

❑ Identificação, avaliação, classificação e mensuração do risco social, do risco ambiental e


do risco climático com base em critérios e informações consistentes e passíveis de
verificação, incluindo informações de acesso público;

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Regulação e Autorregulação ASG
Estrutura de Gerenciamento de Riscos
❑ Registro de dados relevantes para o gerenciamento, incluindo, quando disponíveis,
dados referentes às perdas incorridas pela instituição, discriminadas, conforme o caso,
em risco social, risco ambiental ou risco climático e com respectivo detalhamento de
valores, natureza do evento, região geográfica, definida com base em critérios claros e
passíveis de verificação, e setor econômico associado à exposição;

❑ Identificação tempestiva de mudanças políticas, legais, regulamentares, tecnológicas


ou de mercado, incluindo alterações significativas nas preferências de consumo, que
possam impactar de maneira relevante o risco social, o risco ambiental ou o risco
climático incorrido pela instituição, bem como procedimentos para a mitigação desses
impactos;

❑ Monitoramento de concentrações de exposições a setores econômicos ou a regiões


geográficas, definidas com base em critérios consistentes e passíveis de verificação,
mais suscetíveis de sofrer ou de causar danos sociais, ambientais ou climáticos, e,
quando apropriado, estabelecimento de limites para essas exposições;

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Regulação e Autorregulação ASG
Estrutura de Gerenciamento de Riscos
❑ Identificação tempestiva de percepção negativa de clientes, do mercado financeiro e
da sociedade em geral sobre a reputação da instituição, quando essa percepção possa
impactar de maneira relevante o risco social, o risco ambiental e o risco climático por
ela incorrido;

❑ Realização de análise de cenários, no âmbito do programa de testes de estresse que


considerem hipóteses de mudanças em padrões climáticos e de transição para uma
economia de baixo carbono.

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Regulação e Autorregulação ASG
PRSAC
❑ As instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco
Central do Brasil devem estabelecer a PRSAC (Política de Responsabilidade Social,
Ambiental e Climática), de acordo com a Resolução CMN nº4945/2021, e implementar
ações com vistas à sua efetividade, as quais devem ser:

� Proporcionais ao modelo de negócio, à natureza das operações e à complexidade


dos produtos, dos serviços, das atividades e dos processos da instituição;

� Adequadas à dimensão e à relevância da exposição ao risco social, ao risco


ambiental e ao risco climático.

❑ A PRSAC consiste no conjunto de princípios e diretrizes de natureza social, de natureza


ambiental e de natureza climática a ser observado pela instituição na condução dos
seus negócios, das suas atividades e dos seus processos, bem como na sua relação com
as partes interessadas.

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Regulação e Autorregulação ASG
PRSAC
❑ As instituições financeiras podem ser obrigadas ou facultadas a possuir o comitê de
responsabilidade social, ambiental e climática que possui as seguintes atribuições:

� Propor recomendações ao conselho de administração sobre o estabelecimento e a


revisão da PRSAC;

� Avaliar o grau de aderência das ações implementadas à PRSAC e, quando necessário,


propor recomendações de aperfeiçoamento;

❑ A constituição do comitê de responsabilidade social, ambiental e climática, é vinculado


ao conselho de administração da instituição financeira ou, no caso de inexistência
deste, à diretoria da instituição.

❑ Compete à diretoria da instituição conduzir suas atividades em conformidade com a


PRSAC e com as ações implementadas com vistas à sua efetividade, cujos processos
devem ser avaliados periodicamente pela auditoria interna da instituição.

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Regulação e Autorregulação ASG
PRSAC
❑ Ações necessárias:

� Envolver as áreas afins (Compliance, Risco, entre outras) na divulgação deste


normativo, observando a data para implementação da PRSAC;

� Indicar diretor responsável pelo cumprimento da regulamentação, bem como


designá-lo perante o Banco Central;

� Fazer constar, de forma expressa, no regimento interno da instituição, ou


equivalente, as atribuições deste diretor;

� Manter à disposição do Banco Central por CINCO ANOS a documentação relativa ao


estabelecimento da PRSAC e à implementação de ações com vistas à sua
efetividade.

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Regulação e Autorregulação ASG
PRSAC
❑ A PRSAC e respectivas ações implementadas com vistas à sua efetividade, bem como
os critérios para a sua avaliação, devem ser divulgadas ao público externo, em local
único e de fácil identificação no sítio da instituição na internet. Além disso, a PRSAC
deve ser atualizada, no mínimo, a cada 3 anos.

❑ O diretor nomeado para a gestão do PRSAC possui as seguintes atribuições:


I. Prestação de subsídio e participação no processo de tomada de decisões
relacionadas ao estabelecimento e à revisão da PRSAC, auxiliando o conselho de
administração;
II. Implementação de ações com vistas à efetividade da PRSAC;
III. Monitoramento e avaliação das ações implementadas;
IV. Aperfeiçoamento das ações implementadas, quando identificadas eventuais
deficiências;
V. Divulgação adequada e fidedigna das informações (GRSAC).

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Regulação e Autorregulação ASG
GRSAC
❑ O Relatório GRSAC (Relatório de Riscos e Oportunidades Sociais, Ambientais e
Climáticas) deve conter informações referentes aos seguintes tópicos associados ao
risco social, ao risco ambiental e ao risco climático, de que trata a Resolução CMN nº
4.557, de 2017:

� Governança do gerenciamento dos riscos social, ambiental e climático, incluindo as


atribuições e as responsabilidades das instâncias da instituição envolvidas com o
gerenciamento do risco social, do risco ambiental e do risco climático, como o
conselho de administração, quando existente, e a diretoria da instituição;

� Impactos reais e potenciais, quando considerados relevantes, dos riscos citados nas
estratégias adotadas pela instituição nos negócios e no gerenciamento de risco e de
capital nos horizontes de curto, médio e longo prazos, considerando diferentes
cenários, segundo critérios documentados;

� Processos de gerenciamento dos riscos.

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
Regulação e Autorregulação ASG
GRSAC
❑ As instituições financeiras, ficam obrigadas a divulgar aos órgãos reguladores (exemplo:
Bacen, no mínimo uma vez por ano (com data base em 31/12, observado o prazo
máximo de noventa dias após a referida data-base), o relatório GRSAC o qual deve
conter, obrigatoriamente, informações qualitativas sobre o gerenciamento de risco e
ser divulgado 90 dias após o encerramento do ano no máximo.

Admite-se a prorrogação da divulgação do GRSAC, de acordo com os prazos abaixo:


� Para o GRSAC de 2022, prazo máximo de 180 dias;
� Para o GRSAC de 2023, prazo máximo de 120 dias.

❑ O Relatório GRSAC deve estar disponível no sítio da instituição na internet, pelo período
de cinco anos contados a partir da data de sua divulgação, em um único local, de
acesso público e de fácil localização, sendo de responsabilidade da DIRETORIA da
Instituição Financeira.

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CFG – Certificação de Fundamentos de Gestão
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