Hematoma Subdural Vs Epidural: Bases Anatômicas, Sintomas, Diagnóstico e Manejo

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TCE

Hematoma subdural vs epidural: bases


anatômicas, sintomas, diagnóstico e manejo

Matheus Galvão
ROTEIRO

1. Bases anatômicas 2. Fisiologia do trauma 3. Tipos de traumatismos

4. Síndromes clínicas 5. Manejo


DURA-MÁTER
Meninge mais superficial, sendo ela formada por tecido

BASES conjuntivo rico em fibras colágenas, contendo vasos e


nervos
Formada por dois folhetos, externo e interno, dos quais

ANATÔMICAS
apenas o interno continua com a dura-máter espinhal

ARACNOIDE
Membrana delicada justaposta à dura-máter, da qual se
separa por um espaço virtual, o espaço subdural
Separa-se da pia-máter pelo espaço subaracnoideo

PIA-MÁTER
Mais interna das meninges
VISUALIZAÇÃO DAS MENINGES
HERNIAÇÃO UNCAL
Compressão das fibras parassimpáticas
presentes na superfície do NC III,
responsáveis pela constrição das pupilas,
por processo de herniação do lobo temporal
concomitante ao processo de herniação do
uncus, parte medial do lobo temporal.

Herniação uncal causa compressão do trato


piramidal corticoespinhal no nível do
mesencéfalo, ocasionando em fraqueza do
hemicorpo de lado oposto à lesão
(hemiparesia contralateral)

Assim, quadro de midríase associada a


hemiparesia contralateral é o sinal clássico
de herniação uncal
PRESSÃO INTRACRANIANA
FISIOLOGIA Elevação da PIC pode ocasionar redução de perfusão cerebral
e causar exacerbação da isquemia tecidual

DOUTRINA MONRO-KELLIE
O volume total do conteúdo intracraniano deve manter-se
constante, vide que o crânio é incapaz de se expandir

FLUXO SANGUÍNEO CEREBRAL


TCE grave pode interromper a autorregulação pressórica de
modo a impedir que o cérebro compense mudanças da PPC
ESTADO DESCOMPENSADO
Quando o volume intracraniano normal é excedido, a
PIC aumenta; sangue venoso e liquor podem ser
comprimidos para fora do recipiente craniano,
providenciando um certo grau de alívio da PIC

Inicialmente após um trauma, ainda que uma massa


hemorrágica esteja aumentando, a PIC se mantém
normal

Entretanto, assim que o limite de deslocamento de


liquor e sangue intravascular é atingido, a PIC
aumenta rapidamente
TCE
Conceitua-se como traumatismo cranioencefálico qualquer agressão
que acarrete lesão anatômica ou comprometimento funcional do
couro cabeludo, crânio, meninges ou encéfalo.

Em países desenvolvidos, o TCE é a principal causa de morte em


crianças e adultos jovens.

Ao sofrer um traumatismo, o crânio e o seu conteúdo podem se


encontrar parados ou em movimento, e são submetidos a dois tipos
básicos de efeitos traumáticos: o impacto direto e o efeito
aceleração-desaceleração (efeito inercial).

A combinação destes dois efeitos traumáticos sobre o segmento


cefálico vem causar lesões através de diferentes mecanismos.
FRATURA DE CRÂNIO
TIPOS DE Lesões intracranianas acompanham 66% das fraturas.
Fraturas da base craniana comumente demandam TC.

TRAUMATISMO CONCUSSÃO
Perda imediata e transitória de consciência, associada a um
curto período de amnésia.

LESÕES DIFUSAS
Comprometimento difuso dos axônios em ambos os
hemisférios.

LESÕES FOCAIS
Contusões, hemorragia cerebral e hematomas intracranianos.
SINAIS CLÍNICOS DA FRATURA DE CRÂNIO
Se atentar para: sinal de Battle, sinal de guaxinim, otorreia, rinorreia, paralisia facial e perda auditiva
HEMATOMAS

SUBDURAIS EPIDURAIS
Sangramento entre o folheto interno da dura-máter e a Sangramento no espaço virtual entre a dura-máter e o
aracnoide crânio
Comumente ocorre em TCE e particularmente em Quadro observado principalmente em crianças que
pacientes que utilizam anticoagulantes, tiveram TCE com fratura do osso temporal, resultando
principalmente idosos e etilistas com atrofia cerebral em rompimento da artéria meníngea média
Dano subjacente a um hematoma subdural é Quadro relativamente incomum, ocorrendo em cerca de
tipicamente muito mais severo do que aquele 0,5% dos pacientes com lesões cerebrais
associado a um hematoma epidural devido à presença Associam-se a lesão cortical subjacente com menor
de lesão parenquimatosa concomitante frequência que os hematomas subdurais
TCE LEVE - GLASGOW 13 A 15
Paciente que teve breve perda da consciência ou que ficou atordoado

SÍNDROMES
depois de um traumatismo craniano leve torna-se, em geral, totalmente
alerta e atento dentro de poucos minutos

TCE MODERADO - GLASGOW 9 A 12


Pacientes que não estão totalmente alertas ou que apresentam
confusão persistente, alterações de comportamento, tontura extrema
ou sinais neurológicos focais como hemiparesia
CLÍNICAS
TCE GRAVE - GLASGOW 3 A 8
Paciente é incapaz de seguir simples comandos, mesmo após
estabilização cardiopulmonar.
Inclui pacientes em coma desde o momento da lesão, que exigem
assistência neurológica imediata e reanimação.
AVALIAR

MANEJO ESTABILIZAR

DIAGNOSTICAR

TRATAR
AIRWAY AND BREATHING
AVALIAÇÃO Para respiratória e hipóxia são comuns em TCE grave e
podem causar lesão cerebral secundária.

INICIAL E CIRCULATION
Estabelecer euvolemia o quanto antes: além de reduzir

ABC
mortalidade e melhor o prognóstico, o exame neurológico
em pacientes hipotensos demonstra-se pouco fidedigno

Presença de hipóxia e hipotensão


está associada em um aumento de
EXAME NEUROLÓGICO
75% no risco relativo de Assim que o paciente estiver estabilizado, deve-se realizar
mortalidade. um exame neurológico rápido e focado.
É imperativo alcançar estabilização Consiste principalmente em determinar a GCS do paciente,
cardiopulmonar o quanto antes em bem como sua resposta pupilar à luz e determinar se há
pacientes graves. déficit neurológico focal.
ESCALA DE COMA DE GLASGOW
REAVALIAÇÃO
Exame completo neurológico seriado deverá ser realizado de modo a
detectar deterioração neurológica o quanto antes possível.

Atentar-se para sinais de herniação uncal, ou seja, midríase e perda


da resposta pupilar à luz.
TCE LEVE
TCE MODERADO
TCE GRAVE
DIAGNÓSTICO
Quando realizar TC?
Obter escaneamento por TC de crânio em todos os pacientes que
apresentem suspeita clínica de fratura aberta de crânio, qualquer sinal de
fratura da base do crânio, ou mais que dois episódios de vômitos; além
disso, obter TC em pacientes que tenham mais de 65 anos.

Considerar TC se paciente teve:


perda de consciência maior que 5 minutos
amnésia retrógrada por mais que 30 minutos
mecanismo de lesão perigoso
cefaleias intensas
convulsão
déficit de memória de curta duração
intoxicação por álcool ou droga concomitante
coagulopatia
déficit neurológico focal
HEMATOMA SUBDURAL
Coleção sanguínea com áreas
hiperdensas (podendo haver áreas
isodensas também) entre a dura-máter e
a aracnoide

Morfologia côncavo-convexa

Não transpõe os pontos de reflexão da


dura-máter (foice e tenda do cerebelo, ou
seja, não ultrapassa a linha média e não
passa do compartimento supra para o
infratentorial)
HEMATOMA EPIDURAL
Coleção sanguínea com áreas
hiperdensas entre a dura-máter e o crânio

Morfologia biconvexa

Limitada à sutura, não se espalhando


adiante de tal ponto
TERAPÊUTICA
RINGER LACTATO
CORREÇÃO DA ANTICOAGULOTERAPIA
HIPERVENTILAÇÃO
MANITOL
SOLUÇÃO SALINA HIPERTÔNICA
ANTICONVULSIVANTES
MANEJO CIRÚRGICO
HEMATOMA SUBDURAL HEMATOMA EPIDURAL
Indicação de drenagem cirúrgica depende da O tratamento do hematoma extradural na fase
avaliação da sua repercussão sobre o quadro, uma aguda é sempre cirúrgico, dado o seu caráter
vez que não costuma ser evolutivo. progressivo.

Indicações: Sua indicação cirúrgica não se limita ao


hematomas volumosos comprometimento neurológico atual,
presença de déficits neurológicos que tenham
justificado pelo simples diagnóstico associado
correspondência com a topografia do hematoma
a qualquer quadro evolutivo.
qualquer deterioração progressiva do estado de
consciência
A sua drenagem deve ser feita através de
ocorrência de quaisquer sinais que indiquem
herniação
craniotomia no local do hematoma, de maneira
ausência de melhora de quadros comatosos a retirá-lo completamente e fazer hemostasia
estabilizados

Abordagem é feita através de craniotomia ampla


que permita a sua total aspiração e uma eventual
descompressão da contusão e inchaço subjacentes.
REFERÊNCIA AMERICAN COLLEGE OF SURGEONS. Advanced Trauma

BIBLIOGRÁFICA Life Support - ATLS. 10ª ed. 2018.


BUCKER, A. et al. The Radiology Assistant, 2020.
Traumatic Intracranial Hemorrhage. Disponível em:
https://radiologyassistant.nl/neuroradiology/hemorrhage/
traumatic-intracranial-haemorrhage. Acesso em: 14 maio
2024.
HAUSER, S.L.; JOSEPHSON, S.A. Neurologia clínica de
Harrison. 3ª ed. Porto Alegre, Editora Artmed: p. 321-326,
2015.
MACHADO, A.; HAERTEL, L.M. Neuroanatomia funcional.
3ª ed. São Paulo: Editora Atheneu, p. 71-82, 2014.
NITRINI, R.; BACHESCHI, L.A. A neurologia que todo
médico deve saber. 2ª ed. São Paulo: Editora Atheneu,
p.189-202, 2003.
MUITO OBRIGADO!

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