Telas e Crianças-Matéria
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É cada vez mais difícil, que os pais consigam “blindar” seus filhos de possíveis perigos
A SBP recomenda que bebês com até dois anos não tenham nenhum acesso às telas,
Celulares, tablets e computadores não precisam ser vilões, mas a relação desses dispositivos
Eles ainda passaram a orientar, por exemplo, que os pais tivessem um papel ativo na relação
Críticas de pesquisadores
“O certo é piscar cerca de 35 vezes por minuto. E as telas trazem tantas informações que as
Para quem pensa que não ter televisão em casa é uma tarefa difícil,
Anne Sobotta prova o contrário. Instrutora e formadora em yoga para
gestantes, mães e bebês em Santo Antônio do Pinhal (SP), Anne conta
que quando engravidou de Jada – sua filha que hoje tem dez anos – já
não tinha TV na casa onde morava na Bahia.
“A TV aberta ou fechada tem mais porcarias do que coisas boas. Decidi que a televisão não ia
fazer parte das nossas vidas e que há muitas outras possibilidades de diversão”
Em relação ao uso de outras telas, Anne conta que ela e seu parceiro
usam muito o computador e tablet em seus trabalhos. Jada também tem
permissão para usá-los, porém, sob supervisão da mãe. A menina tem
acesso a vídeos com conteúdos pedagógicos – como um programa de
ciências francês –, filmes em outros idiomas para estimular a linguagem
trilíngue da família, aplicativos educativos ou pesquisas. Jada não tem
acesso a nenhuma rede social, nem sob monitoração. “Prezo por ela
poder se relacionar com pessoas em carne e osso, com outras crianças e
outros adultos. Tento adiar o máximo possível as relações virtuais de
minha filha”, diz Anne.
“Minha filha vê as amigas com celular, me pergunta quando terá um e então eu explico os
De acordo com os especialistas, a influência dos pais é fundamental para determinar a relação
das crianças com as telas. Então, não adianta proibir sem rever o próprio uso.
A mãe fala que cada um dos meninos tem um tablet e, no quarto deles,
há uma televisão e um videogame. Segundo Fabiana, os filhos gostam
muito de jogos e de verem vídeos na Internet. O uso do tablet, inclusive,
é liberado quando a família sai a passeio ou vai a um restaurante. “Eles
não têm paciência nesta idade. Mas, se estão com o tablet, conseguimos
ficar mais tempo e aproveitar um pouco mais o lugar”, explica.
Elisa Dreux, mãe de Julia, de um ano e sete meses, também acredita que
as telas devem ser liberadas para as crianças sem maiores preocupações.
Ela, que parou de trabalhar para se dedicar à filha em casa, conta que
recorre à televisão para poder fazer tarefas domésticas, já que a pequena
pede sua atenção para brincar e só fica sozinha se estiver em frente à
TV. “Em casa sempre estamos com a TV ligada em vídeos ou desenhos
praticamente o dia inteiro”, diz.