Atualidades - Smartphones No Ambiente Educacional 17-08
Atualidades - Smartphones No Ambiente Educacional 17-08
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“Para conseguir o que quer, você deve olhar além do que você vê.”
(Rei Leão)
SMARTPHONES NO AMBIENTE
EDUCACIONAL
Pode parecer normal checar o celular dezenas ou centenas de vezes ao dia, mas
esse comportamento dependente tem nome: “NOMOFOBIA”; é uma condição que
afeta quem é viciado em smartfones a ponto de não conseguir ficar longe da tela.
Um estudo publicado no International Journal of Environmental Research and
Public Health identificou uma relação entre o uso excessivo de celulares e
problemas de autoestima, controle emocional e solidão.
Os pesquisadores concluíram que altos níveis de NOMOFOBIA geram menos
autocontrole, deficiências em tarefas cognitivas e tempos de reação mais lentos.
Em contrapartida, níveis mais baixos de dependência de aparelhos celulares
geram uma melhor percepção de bem-estar e qualidade de vida, com menos
procrastinação e medo de exclusão.Além de passarem mais tempo em seus
celulares, pessoas com maior dependência apresentaram pior memória, tempo de
reação visual, tempo de reação a estímulos auditivos, capacidade de inibir a
resposta motora e inibição comportamental.
A ampla utilização das redes sociais e a multiplicação do acesso aos vários
aplicativos e jogos online direcionados às crianças e adolescentes prolongam
o tempo de utilização de equipamentos como celulares e tablets.
“O problema é: o que essa criança está deixando de fazer para ficar sob a
tela? Sempre que possível, a criança tem de brincar, porque é por meio da
brincadeira que ela desenvolve suas habilidades psicomotoras. Quando a
criança deixa de fazer, por exemplo, o que chamamos de rotina de casa,
como tomar banho, pula refeições e quer ficar o tempo todo no celular,
ela vai criando uma patologia, doença mesmo, que é a dependência do
mundo digital”, diz Evelyn em comunicado.
Pesquisa do Comitê Gestor da Internet no Brasil, feita com crianças e
adolescentes sobre o acesso e uso da rede, revela que houve um
crescimento significativo na proporção de usuários da rede na faixa de 9 e
10 anos (92% em 2021, frente a 79% em 2019).
“De um lado, a gente fala que é bom, claro. Mas, como pediatra, tenho
que falar dos riscos. Existe o outro lado das telas, o dos riscos à saúde”,
afirma. A médica afirma que a dep endência digital é um processo que
torna a criança mais “acelerada”, porque provoca uma alternância de
humor, em que a criança fica mais irritada ou mais chorosa. “Isso está
relacionado à liberação de dopamina, um neurotransmissor cerebral que
deixa a criança reagindo assim”, detalha.
Além disso, o comportamento dos pais tem influência direta no consumo
digital dos filhos, explica a pediatra. “Estamos falando cada vez mais de os
pais desconectarem e caminharem com seus filhos. Aproveitar, por
exemplo, o fim de semana com um passeio ao ar livre. Os pais que estão
conectados o tempo todo servem como modelo referencial para a criança
e nem percebem o risco. Dessa maneira, vai se criando uma
codependência”, diz Evelyn.
De acordo com a SBP, a dependência digital e o excesso da exposição
aos
recursos tecnológicos podem levar a problemas como:
Autora de Nação dopamina: Por que o excesso de prazer está nos deixando
infelizes e o que podemos fazer para mudar, a pesquisadora americana alerta
para os perigos do "ciclo da dopamina", uma reação natural do corpo que
busca re balancear o excesso antinatural de dopamina injetado por
comportamentos ou drogas.
"Quando usamos uma droga que aumenta temporariamente o disparo de
dopamina bem acima da linha de partida natural, o nosso cérebro deseja
retornar à homeostase, o seu funcionamento normal. Por isso, ele regula a
balança novamente, limitando a liberação até um ponto muito baixo, onde
sentimos os sintomas de abstinência, como a ansiedade e depressão.
Portanto, esse é o estado de dor", afirma.
Lembke explica que a busca por sair dessa situação dolorosa de abstinência
cria uma forma de vício em que o uso se torna responsável apenas por fazer o
usuário parar de sentir tal desconforto.
Além disso, tal compulsão tem sido capitalizada por políticos extremistas,
afirma ela. "As redes também criaram uma droga muito potente por meio da
indignação e de uma espécie de tribalismo, em que as pessoas sinalizam seu
pertencimento expressando pontos de vista extremos. É assim que as
pessoas se conectam ou sinalizam que pertencem a uma tribo ou outra",
explica.
"O interesse dos estudantes que nós precisamos proteger é ficar nas salas
para aprender e distrair-se com o celular não permite seguir as lições de
maneira profícua, além de falta de respeito com a figura do professor. O
interesse comum que quero seguir é o de uma escola séria, que coloque no
centro a aprendizagem e o compromisso", acrescentou o ministro.
A Prefeitura do Rio de Janeiro publicou um decreto proibindo o uso de
aparelhos celulares durante as aulas da rede municipal. A medida foi
publicada no Diário Oficial da cidade desta segunda-feira (7).
Outro estudo mostra que os alunos podem levar até 20 minutos para se
concentrar novamente no que estavam aprendendo depois de usarem o
celular para atividades não acadêmicas. Há ainda efeito negativo relatado
com o uso de computadores pessoais para atividades não relacionadas à
escola durante as aulas, como navegação na internet.
“Banir a tecnologia das escolas p ode ser legítimo se a integração não
melhorar o aprendizado ou piorar o bem-estar do aluno. No entanto,
trabalhar com tecnologia nas escolas e seus riscos pode exigir algo mais do
que o banimento”, diz uma das conclusões do relatório da Unesco. A
organização recomenda que as políticas devem ser claras a todos alunos e
professores e que as decisões devem ser apoiadas por evidências sólidas.
O texto ainda diz que “deve haver clareza sobre o papel que essas novas
tecnologias desempenham na aprendizagem e sobre seu uso responsável
pelas escolas” e que os alunos “precisam aprender os riscos e oportunidades
que vêm com a tecnologia, d esenvolver habilidades críticas e entender
como viver com e sem tecnologia”.
Segundo a coordenadora de Educação da Unesco no Brasil, Rebeca Otero, a
organização não recomenda o banimento dos celulares nas salas de aula e,
sim, mostra estudos que indicam impacto negativo. “O relatório não indica
proibição, ele diz que, se utilizado em excesso e para atividades não
pedagógicas pode trazer malefícios”, afirma ela, que também acompanhou
a divulgação no Uruguai.
Segundo o relatório, 16% dos países têm alguma legislação contra o
cyberbullying, que pode acontecer por meio de publicação de fotos ou
vídeos de indivíduos sem o consentimento, exclusão de grupos, violência
verbal, insultos e ameaças. Além do destaque para os ataques feitos por
jovens pela internet, a Unesco demonstra preocupação com uso prolongado
das telas pelas crianças, com consequências para a alimentação, o sono, a
saúde mental, curiosidade e saúde ocular.
O relatório cita estudos que mostram que, nos Estados Unidos, crianças
de
11 a 14 anos passam nove horas por dia expostas a telas. “O uso da
tecnologia envolve períodos prolongados de tempo gasto no manuseio de
dispositivos e exposição às telas. A educação é particularmente vulnerável a
excessos em ambos os aspectos, o que agrava os riscos para a saúde e o
bem-estar geral”, diz o texto.
São citados também no relatório países que proíbem o uso de aplicativos
específicos em ambientes educacionais para proteger a privacidade dos
dados das crianças. A proteção de dados é um dos assuntos de destaque do
relatório, cujo texto demonstra preocupação sobre o uso das informações
dos alunos coletadas pelas empresas de tecnologia.
Esse é um caminho que as escolas podem seguir para definir como lidar
com o celular, segundo Almada. “Você pode desligar o celular durante as
aulas e autorizar o uso durante os intervalos”, disse. Apesar dos riscos
associados ao uso excessivo do aparelho, também é possível vê-lo como
recurso didático.
Uma pesquisa da Gallup, de 2022, revelou que 83% dos adultos dos
Estados Unidos dizem que mantêm o smartphone perto deles quase
o tempo todo durante as horas de vigília, e 64% admitem verificar o celular
assim que acordam pela manhã.
A mesma pesquisa da Gallup descobriu que 58% dos adultos acham que
passam muito tempo em seus smartphones; entre as pessoas na faixa etária
de 18 a 29 anos, esse número salta para 81%.