Mesa Redonda Normatizacao

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CENTRO UNIVERSITÁRIO ALVES FARIA – UNIALFA

CURSO DE PSICOLOGIA
ALUNA: TAYNARA GONÇALVES DIAS

Relatório sobre a Jornada Interdisciplinar Psicologia e Direito


Mesa redonda: Normatização, efetividade e violações de direitos
humanos: principais consequências na vida das mulheres

Foi realizado abertura da Jornada Interdisciplinar Psicologia e Direito com


apresentação da coordenadora do curso de Psicologia e o coordenador do
curso de Direito com os Diretores. A mesa redonda era composta pela Dra
Glaucia e a Psicóloga Simone.
A Dra Glaucia iniciou a palestra falando das origens da violência contra a
mulher, citando o machismo e o patriarcado e uma educação sexista, onde o
feminino e o masculino são apresentados como categorias opostas,
excludentes e hierarquizadas, nas quais a mulher, os valores e os significados
femininos ocupam posição interior.
Em 1979 ocorreu a Convenção sobre a eliminação de todas as formas de
discriminação contra a mulher, onde essa convenção é fruto da postulação do
movimento de mulheres, a partir da primeira Conferência Mundial sobre a
Mulher, realizada no México, em1975. A Convenção que mais recebeu
reservas por parte dos Estados signatários, principalmente em temas cujo
conteúdo principal é a igualdade doméstica entre homens e mulheres.
Foi abordado os Princípios previstos na Constituição Federal, em que temos o
Princípio da Igualdade, sendo um dos pilares estruturais da CF/88, Art. 5º,
inciso I, que determina o tratamento igualitário, em direito e obrigações, entre
homens e mulheres, e o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana, valor
constitucional supremo como razão para decisão de casos concretos e ,
principalmente como diretrizes para elaboração, interpretação e aplicação das
normas.
Conquistamos a criação da Lei 11340/06, a Lei Maria da Penha, advinda da
organização do movimento feminista n Brasil.
Com o crescimento do feminicídio, cerca de 699 mulheres foram vítimas dessa
violência no Brasil, média de 4 mulheres por dia, a Lei 13104/15, Lei do
Feminicídio, foi criada a partir de uma recomendação d Comissão Parlamentar
Mista de Inquérito sobre Violência contra a Mulher (CPMI-VCM), que investigou
a violência contra as mulheres nos entes da federação, entre março de 2012 e
julho de 2013.
O Código Penal tipifica vários crimes de violações sexuais, como a Lei do
Assédio Sexual, sendo o crime de assédio em mulheres negras representam
52% em assédio no trabalho. Temos a Lei 13718/18, a Lei da Importunação
sexual, que é caracterizado pela realização de ato libidinoso na presença de
alguém e sem sua anuência, sendo crime vender ou divulgar cena de estupro
por qualquer meio, seja fotografia, vídeo ou outro tipo de registro audiovisual.
Se tem o Assédio Moral, como um projeto de Lei nº 4742/01, se caracteriza
pela exposição de alguém as situações humilhantes e constrangedoras,
repetitivas e prolongadas durante a jornada de trabalho e no exercício de suas
funções, sendo mais comuns nas relações hierárquicas autoritárias e
assimétricas, em que predominam condutas negativas, relações desumanas e
antiéticas de longa duração, de um ou mais chefes dirigida a um ou mais
subordinado(s), desestabilizando a relação da vítima, em grande parte
mulheres, com o ambiente de trabalho e organização.

A Lei da Importunação, mais conhecida como Lei da Importunação Sexual,


completou 3 anos em 2021 com aproximadamente 7 mil casos registrados no
Brasil.
A Lei 14192/2021, reprimir e combater a violência política contra a mulher,
sendo toda ação, conduta ou a omissão com a finalidade de impedir,
obstaculizar ou restringir os direitos políticos da mulher, bem como qualquer
distinção, exclusão ou restrição no reconhecimento, gozo ou exercício dos seus
direitos e das suas políticas fundamentais, em virtude do sexo.
Foi discutido a partir dos gráficos expostos. Algumas medidas de garantia dos
direitos, tais como: educação não sexista: escola e família; prevenção:
campanha e eventos; o combate ao machismo e as políticas públicas: entes
federativos.
As respostas do Estado e da Sociedade. Estado: Políticas Públicas de
Enfrentamento à Violência Contra a Mulher. Sociedade: Paradigmas –
aceitação das diferenças – garantia da igualdade.
Foi citado algumas medidas de Políticas Públicas a serem retomadas a fim de
buscar melhorias, são elas: a retomada do Pacto Nacional contra a VD;
garantia da autonomia financeira e social; garantia da saúde integral das
mulheres, direitos sexuais e reprodutivos; promover ações nos processos
educacionais para a equidade de gênero, raça, etnia e orientação sexual; criar
grupos reflexivos dos autores dos crimes de violência contra mulheres.
De acordo com uma pesquisa do Fórum Econômico Mundial (WEF), o Brasil só
alcançará igualdade de gênero apenas daqui 95 anos, sendo que ocupamos
hoje o 79º lugar, abaixo no ranking da Argentina, Chile e México.
A quebra do ciclo da desigualdade de gênero, que marca o nosso país, não se
limita somente a conquista de leis, mas depende fundamentalmente da sua
implementação e garantir suas eficácias jurídica e social. Nisso a sociedade e
os poderes instituídos são os responsáveis.
Relatório sobre a Jornada Interdisciplinar Psicologia e Direito
Mesa redonda: Violência sexual contra mulheres: projeto sala lilás e o
cuidado em saúde.

A palestra foi mediada pela Profª. Suely, na qual as palestrantes Lígia,


Rosimary e Janine trataram do tema da “Violência sexual contra mulheres e o
projeto da sala lilás”. Foi apresentado alguns gráficos que mostraram os dados
fornecidos pela OPAS/OMS com o percentual dos tipos de violência já sofrida,
o responsável, quando ocorreu, que analisando, são dados alarmantes, sendo
registrado mais de 50.056 assassinatos de mulheres entre os anos de 2009 e
2019.
Alguns fatores de risco podem ser observados, tais como: baixos níveis de
educação (autores da violência sexual e vítimas da violência sexual); a
exposição a maltrato infantil (autores e vítimas); transtorno de personalidade
antissocial (autores); uso nocivo do álcool (autores e vítimas); atitudes de
aceitação da violência (autores e vítimas); experiência de violência familiar
(autores e vítimas) e ter múltiplos parceiros.
Essas violência geram algumas consequências para a saúdes, tais como a
gravidez indesejada, abortos, depressão, TEPT, suicídio e dores
generalizadas. Para tentar amenizar essas situações, precisamos de mais
abordagens sobre o tema da descriminalização contra as mulheres e adotar
algumas normas culturais mais pacíficas.
Na Rede Estadual de Atenção às Pessoas em Situação de Violências, temos a
“Rede Intersetorial”, que a pessoa em qualquer situação de violência, pode
procurar ajuda no Ministério Público, na Rede de saúde, no Conselho Tutelar,
Conselhos, ONG’s, Sistema Judiciário, Abrigos, Educação, Delegacias e nas
Rede de Assistência Social.
Na “Rede de Saúde”, ela pode ser dividida em alguns lugares para melhor
atendimento, como a Atenção Básica, os Serviços de Assistência
Especializada, as Unidades de Pronto Atendimento, a Rede de Atenção
Psicossocial, os Ambulatórios Especializados e os Hospitais.
O projeto “Sala Lilás” é uma cooperação entre a Secretaria de Saúde e
Segurança Pública do Estado de Goiás, na qual o objetivo é a mútua
cooperação entre as Pastas com o propósito de fornecer serviços de Saúde
nos principais IML’s do Estado. Atendimento das vítimas de violência sexual.
A “Sala Lilás” possui um atendimento humanizado no momento em que a
vítima realiza exame pericial. É realizado um acolhimento, esclarecimento e
encaminhamento à Rede de Atenção às vítimas de violência. Tem-se uma
demanda Referenciada, em que a vítima registra Boletim de Ocorrência em
Delegacia e, se for necessário coleta de vestígio, é encaminhada para Sala
Lilás, que tem as unidades de funcionamento em Goiânia e Aparecida de
Goiânia.
Os serviços prestados no projeto da “Sala Lilás” são: Polícia Técnica (IML), que
faz a coleta de vestígios pelo médico legista; Saúde com serviços de Psicólogo,
Assistente Social, Enfermeira e Técnica em Enfermagem, promovendo então
uma humanização nos serviços de saúde.
Foram apresentados alguns gráficos mostrando o número de atendimentos
realizados nesse projeto.
Tem a “Escuta Especializada” – Lei 13.431/17, a qual no Decreto 9.603/18, Art.
19. A escuta especializada é o procedimento realizado pelos órgãos da rede
nos campos da educação, da saúde, da assistência social, da segurança
pública e dos direitos humanos, com o objetivo de assegurar o
acompanhamento da vítima ou da testemunha de violência, para a superação
das consequências da violação sofrida, limitado ao estritamente necessário
para o cumprimento da finalidade de proteção social e de provimento de
cuidados. Nessa escuta, os profissionais não podem julgar, não fazer
promessas que não podem ser cumpridas, ouvir com atenção e empatia, não
revitimizar e prestar as informações necessárias para os órgãos competentes.
Contudo, o que já foi abordado nessa mesa redonda e outras sobre a Violência
Sexual contras as Mulheres, podemos observar que cada vez mais se faz
necessário esse assunto ser abordado inúmeras vezes, pois o número de
vítimas só aumentam e ainda existem muitas pessoas que não fazem ideia dos
programas que existe para prevenção e proteção contra esse tipo de violência.
O projeto “Sala Lilás” foi algo de bastante aprendizado, pois não sabia que
existia esse tipo de projeto e a importância que ele pode ter na vida dessas
pessoas, e claro, todo conhecimento adquirido foi de suma importância em
minha vida acadêmica e como mulher principalmente.

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