APS 2 - Psicologia - Violência Contra Mulher
APS 2 - Psicologia - Violência Contra Mulher
APS 2 - Psicologia - Violência Contra Mulher
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 DIREITOS HUMANOS E HOMICÍDIO DE MULHERES
A discriminação das mulheres está presente em todo o mundo desde os primórdios
da civilização, e a violência contra a mulher é a manifestação mais desastrosa desse
preconceito. A luta em combate a violência contra a mulher faz parte da realidade
brasileira há décadas, ao longo dos anos foram criados alguns artifícios para tentar
diminuir esta prática, como a Criação de delegacias que tratas de crimes somente
contra mulheres, a Lei Maria da Penha e a mais recente lei 13.104/15 que alterou o
Código Penal, criando uma nova modalidade de homicídio, o feminicídio, que faz
com que o homicídio de mulheres seja crime qualificado.
Uma pesquisa realizada em 1995-2000 revelou alguns dados sobre como o
homicídio de mulheres era tratado, naquela época, pela mídia, nos boletins de
ocorrências das Delegacias de São Paulo e nos processos judiciais. Diante intensos
estudos e investigações, verificou-se pela mídia, principalmente, que ocorriam
feminicídios de todas as idades, mais de 20% dos crimes contra a mulher eram
praticados por ciúme, o número de assassinatos de mulheres ligados ao uso de
drogas era de quase 20%, notou-se também, que houve uma mudança de
linguagem dos noticiários da última década do século XX, estes não mais acusavam
a vítima de sofrer os abusos, eram neutros e investigativos.
Já a análise dos boletins de ocorrência das Delegacias Gerais da década de 90,
resultou o levantamento de 623 ocorrências com 964 vítimas, sendo que quase dois
terços do número de vítimas eram mulheres, e seus agressores, em 90% dos casos,
homens. Em relação aos processos judiciais, naquela época era mais difícil o
processo da mulher chegar até esta fase, devido à falhas não só da justiça, mas
também advindas do processo socio-cultural o qual a sociedade se submete. Em
média, a justiça encontrava grande dificuldade de finalizar esses processos, levando
a crer que o problema maior estava nos trâmites legais que deveriam ser mais ágeis
e eficazes, este, porém está presente na realidade judicial do Brasil até hoje,
acarretando a impunidade que cerca principalmente estes crimes.
3 ANÁLISE DE DADOS
O Brasil é um dos países do mundo com a maior taxa de homicídios femininos,
segundo o estudo Mapa da Violência, realizado pelo professor Julio Jacobo
Waiselfisz. É o sétimo país com a maior taxa, para ser exato. Dentre os estados
brasileiros, o Espírito Santo é aquele onde acontecem mais homicídios de mulheres.
E os números impressionam: o estado supera duas vezes a média nacional. São 9,4
homicídios em cada 100 mil mulheres, um número quase quatro vezes maior do que
o do Piauí, estado que representa o menor índice do país. De acordo com o Mapa
da Violência 2012 (o mais recente), entre 1990 e 2010 foram assassinadas cerca de
91 mil mulheres – 43,5 mil só na última década. Em 30 anos, o número de
assassinatos de mulheres cresceu 1.353 para 4.297, um aumento de 217,6%. Com
taxa de 4,4 mortes para cada 100 mil mulheres mortas, o Brasil ocupa a 7ª
colocação entre 84 países.
Os homicídios contra a mulher estão espalhados por todo o país, mas o Nordeste se
destaca negativamente, com a maior taxa do crime: 6,9 mortes para cada 100 mil
mulheres. Entretanto, o Espírito Santo é o pior estado quando se trata do assunto
(11,24) e o Piauí é o melhor (2,71). Outro fato revelado pela pesquisa é que as
mulheres negras e pobres são as principais vítimas da violência. No Brasil, 61% dos
óbitos foram de mulheres negras, que foram as principais vítimas em todas as
regiões, à exceção da Sul.
4 CONCLUSÃO FINAL
Homicídios de mulheres não é um fato novo na realidade da sociedade brasileira,
afligindo a população há séculos, como vem sendo demonstrado através de caráter
jurídico, histórico, em revistas, notícias de jornal, e a presente pesquisa. As
proporções que vem assumindo essa violência, ano após ano, há grande temor e
indignação, ficando evidente nas estatísticas periodicamente divulgadas sobre
diversas formas que as violências assumem no cotidiano, mas também nas
pesquisas de opinião.
Podemos concluir que a celeridade dos processos é de grande importância, já que
muitas vezes a medida protetiva não é eficaz. A luta pelos direitos humanos e contra
a violência, o preconceito e a discriminação, não só contra as mulheres, mas contra
todos aqueles que são vitimas, deve ser encarado como um mal a ser combatido,
punido e disciplinado.
Recentemente, Raúl Eugenio Zaffaroni, Ministro da Suprema Corte Argentina
colocou em uma entrevista: “Cada país tem o número de presos que decide
politicamente ter”. Assim, Julio Jacobo Waiselfisz diz que complementaria a
afirmação do ilustre Ministro assim: “Cada país tem o número de feminicídios que
decide politicamente ter, assim como o número de condenações por essa agressão”.
5 REFERÊNCIAS