Aula Ações Probatórias Autônomas

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NOVO CPC

Curso de Extensão
PRODUÇÃO ANTECIPADA DE
PROVAS - AÇÃO
PROBATÓRIA AUTÔNOMA.
ASPECTOS PRÁTICOS E
ESTRATÉGICOS

Márcio Manoel Maidame


Doutor pela UFMG, Mestre pela FADISP e
Especialista pela PUC/SP. Coordenador
Regional da ESA/SP
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TUTELA CAUTELAR: proteger o bem jurídico


tutelado, sem mudança na situação jurídico
patrimonial das partes

TUTELA ANTECIPADA: garantir a uma das


partes antes do tempo procedimental regular a
mudança jurídica ou patrimonial objeto da
pretensão da tutela jurisdicional

PONTO COMUM: PROVISORIEDADE


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CPC DE 1973, exigia alguma demonstração de
‘urgência’, herança dos requisitos cautelares
clássicos. ‘Periculum in mora’.

CPC DE 2015 não seque a mesma trilha, nem


sempre exigindo a urgência como requisito para
busca das ações probatórias - possibilidade de
produção antecipada independentemente de
demonstração de urgência por risco de perda da
prova.
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MOTIVO PARA ALTERAÇÃO QUANTO A
URGÊNCIA: Reconhecimento que a parte é
tão destinatária da prova quanto o juiz

Outra característica: mesmo com cunho


cautelar, é satisfativa

Assim, o CPC 2015 decidiu ter um capítulo


autônomo sobre as ações probatórias, SEM
EXCLUIR O USO DA CAUTELAR, 303/305

CARÁTER DÚPLICE, SE LITIGIOSA


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COGNIÇÃO LIMITADÍSSIMA

RESTRIÇÃO AO CONTRADITÓRIO E A AMPLA


DEFESA

Há entendimento que não cabe defesa na ação


probatória autônoma, e não se aplicaria o art.
399 do CPC (em razão dos art. 400/403).
COMPENSA????? (NO CASO DE BUSCA DE
CONFISSÃO) – estudar 303/305, neste caso

Honorários
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O STJ admitiu a possibilidade de ajuizamento de ação autônoma de cunho
satisfativo, voltada à exibição de documento que se encontre na posse
de outrem, caso em que será regida pelo rito previsto no art. 318 e
seguintes do CPC, aplicando-se, no que couber, o disposto nos arts. 396
e seguintes do mesmo diploma legal.

Ainda, é possível que a exibição de documento se dê mediante a


propositura de ação de produção antecipada de prova, na atual
sistemática processual, atendendo as situações em que o prévio
conhecimento dos fatos possa justificar ou, até mesmo evitar, o ingresso
de demanda judicial, nos termos do artigo 381 do CPC.
Cuida-se de documento comum às partes, a demandada tem o dever de
exibir os documentos postulados, na forma dos arts. 396 e 399, III, do
CPC, mostrando-se cabível a presente demanda. Honorários devidos

(TJRS; AC 5034123-76.2020.8.21.0001; Porto Alegre; Quinta Câmara Cível; Rel.


Des. Jorge Luiz Lopes do Canto)
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 AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO
CAUTELAR DE EXIBIÇÃO DE DOCUMENTO. CONDENAÇÃO.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. DESCABIMENTO. AUSÊNCIA DE
PRETENSÃO RESISTIDA. AGRAVO DESPROVIDO. 1. A jurisprudência
desta Corte possui entendimento de que, em ação de exibição de
documentos, para haver condenação em honorários advocatícios,
deve estar caracterizada nos autos a resistência à exibição dos
documentos pleiteados, o que não ficou demonstrado no caso ora
em análise. Precedentes. 2. Agravo interno a que se nega
provimento.
 (STJ - AgInt no AREsp: 1216077 SE 2017/0311967-2, Relator: Ministro
LÁZARO GUIMARÃES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TRF 5ª
REGIÃO), Data de Julgamento: 03/05/2018, T4 - QUARTA TURMA, Data
de Publicação: DJe 08/05/2018)
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AÇÃO AUTÔNOMA DE EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS. FORNECIMENTO DO
ENDEREÇO IP DE USUÁRIO DO WHATSAPP QUE SE VALEU DO APLICATIVO
PARA PRATICAR FRAUDE.
HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA DEVIDOS. PRETENSÃO RESISTIDA.
PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE.

A Terceira Seção desta Corte Superior já sedimentou o entendimento de


que o Facebook Brasil é parte legítima para representar, no Brasil, os
interesses do WhatsApp Inc., subsidiária integral do Facebook Inc., sendo
possível a aplicação da multa em face da representante em decorrência
do descumprimento de obrigações judiciais impostas à representada. (
RMS n. 61.717/RJ, relatora Ministra Laurita Vaz, Sexta Turma, julgado em
2/3/2021, DJe de 11/3/2021)
(TJ-PR 00055301820228160058, Relator: Lauri Caetano da Silva, Data de
Julgamento: 03/07/2023, 1ª Câmara Cível)
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PRÉVIA NOTIFICAÇÃO: RECURSO ESPECIAL
REPETITIVO Nº 1.349.453 – MS
A propositura de ação cautelar de exibição
de documentos bancários (cópias e segunda
via de documentos) é cabível como medida
preparatória a fim de instruir a ação principal,
bastando a demonstração da existência de
relação jurídica entre as partes, a
comprovação de prévio pedido à instituição
financeira não atendido em prazo razoável, e
o pagamento do custo do serviço conforme
previsão contratual e normatização da
autoridade monetária.
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Quando a prova é produzida na fase instrutória
do processo de conhecimento, seu objeto é
definido pela decisão de saneamento e
organização (art. 357, II). Esta concatenação
lógico processual possibilita ao juiz
determinar e indeferir provas (inúteis,
protelatórias, desnecessárias, etc...)
Nas ações probatórias autônomas os poderes
do juiz de indeferir são reduzidos:
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 Não há valoração da prova, tampouco pronúncia sobre a
ocorrência do fato (art. 382, § 2.º)
 Difícil ‘antecipar’ se a prova é “inútil”, pois o quadro fático-probatório
não está delineado.
 Não se aplicaria o art. 464, § 1.º, II, indeferimento da perícia quando
“for desnecessária em vista de outras provas produzidas”.
 Não se aplica para prova testemunhal sobre fatos “já provados por
documento ou confissão da parte”, a teor do art. 443, I, pois nenhum
fato foi anteriormente provado.
 Curioso pensar no art. 447, § 4.º, segundo o qual o juiz somente
tomará depoimento da testemunha incapaz, impedida ou suspeita
“se necessário”. In dubio, pro ‘prova’?
 Prova protelatória?
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 Distinção foi inovadoramente proposta por Flávio Luiz
Yarshell: “direito à prova” e “direito de provar”.
 “Direito à prova” seria autônomo em relação ao direito
material subjacente ao conflito, exercitado no âmbito
do procedimento “direito simplesmente à produção
(obtenção e pré-constituição) de determinada prova,
entendida como a prerrogativa de invocar do Estado
um ato que se esgote aí.”
 “Direito de provar” seria exercido no curso do processo
de conhecimento e se revelaria como “o direito de
empregar todos os meios disponíveis para
demonstração da verdade dos fatos em que fundada
pretensão ou resistência, no contexto de um dado
processo cujo objeto é a declaração do direito”
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 CASO DE INDEFERIMENTO (CORRETO)

DIÁRIO DE BORDO. AERONAVE. EXIBIÇÃO.


RECUSA. LEGITIMIDADE. DADOS PESSOAIS
SENSÍVEIS. LEI GERAL DE PROTEÇÂO DE DADOS
PESSOAIS. INCIDÊNCIA. ... Em ação probatória
autônoma antecedente com pedido de
exibição de documento, não é admitido
obrigar a parte a apresentar documentos
pessoais de terceiros, sem justificativa ou prova
mínima de que os possui.
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 CASO DE INDEFERIMENTO (CORRETO)

O diário de bordo de aeronave contém dados


pessoais sensíveis e protegidos, e o
fornecimento irrestrito dessas informações, por
mero interesse privado do autor, ofende a Lei
Geral de Proteçâo de Dados Pessoais - LGPDP
(Lei nº 13.709/2018, arts. 3º e 5º).

(TJ-DF 07411868920208070001 DF 0741186-


89.2020.8.07.0001, Relator: DIAULAS COSTA
RIBEIRO)
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 Seção II
Da Produção Antecipada da Prova
 Art. 381. A produção antecipada da prova será admitida nos casos
em que:
 I - haja fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito
difícil a verificação de certos fatos na pendência da ação;
 II - a prova a ser produzida seja suscetível de viabilizar a
autocomposição ou outro meio adequado de solução de conflito;
 III - o prévio conhecimento dos fatos possa justificar ou evitar o
ajuizamento de ação.
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 § 1º O arrolamento de bens observará o disposto nesta Seção
quando tiver por finalidade apenas a realização de documentação
e não a prática de atos de apreensão.
 § 2º A produção antecipada da prova é da competência do juízo
do foro onde esta deva ser produzida ou do foro de domicílio do réu.
 § 3º A produção antecipada da prova não previne a competência
do juízo para a ação que venha a ser proposta.
 § 4º O juízo estadual tem competência para produção antecipada
de prova requerida em face da União, de entidade autárquica ou
de empresa pública federal se, na localidade, não houver vara
federal.
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 § 5º Aplica-se o disposto nesta Seção àquele que pretender justificar
a existência de algum fato ou relação jurídica para simples
documento e sem caráter contencioso, que exporá, em petição
circunstanciada, a sua intenção.
 Art. 382. Na petição, o requerente apresentará as razões que
justificam a necessidade de antecipação da prova e mencionará
com precisão os fatos sobre os quais a prova há de recair.
 § 1º O juiz determinará, de ofício ou a requerimento da parte, a
citação de interessados na produção da prova ou no fato a ser
provado, salvo se inexistente caráter contencioso.
 § 2º O juiz não se pronunciará sobre a ocorrência ou a inocorrência
do fato, nem sobre as respectivas consequências jurídicas.
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 Seção VI
Da Exibição de Documento ou Coisa
 Art. 396. O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa
que se encontre em seu poder.

 Art. 397. O pedido formulado pela parte conterá:


 I - a descrição, tão completa quanto possível, do documento ou da
coisa, ou das categorias de documentos ou de coisas buscados;
 II - a finalidade da prova, com indicação dos fatos que se relacionam
com o documento ou com a coisa, ou com suas categorias;
 III - as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que
o documento ou a coisa existe, ainda que a referência seja a
categoria de documentos ou de coisas, e se acha em poder da
parte contrária.
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 Seção VI
Da Exibição de Documento ou Coisa

 Art. 398. O requerido dará sua resposta nos 5 (cinco) dias


subsequentes à sua intimação.
 Parágrafo único. Se o requerido afirmar que não possui o documento
ou a coisa, o juiz permitirá que o requerente prove, por qualquer
meio, que a declaração não corresponde à verdade.

 Art. 399. O juiz não admitirá a recusa se:


 I - o requerido tiver obrigação legal de exibir;
 II - o requerido tiver aludido ao documento ou à coisa, no processo,
com o intuito de constituir prova;
 III - o documento, por seu conteúdo, for comum às partes.
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 Art. 400. Ao decidir o pedido, o juiz admitirá como verdadeiros os
fatos que, por meio do documento ou da coisa, a parte pretendia
provar se:
 I - o requerido não efetuar a exibição nem fizer nenhuma declaração
no prazo do art. 398 ;
 II - a recusa for havida por ilegítima.
 Parágrafo único. Sendo necessário, o juiz pode adotar medidas
indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias para que o
documento seja exibido.

 Art. 401. Quando o documento ou a coisa estiver em poder de


terceiro, o juiz ordenará sua citação para responder no prazo de 15
(quinze) dias.
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 Art. 402. Se o terceiro negar a obrigação de exibir ou a posse do
documento ou da coisa, o juiz designará audiência especial,
tomando-lhe o depoimento, bem como o das partes e, se necessário,
o de testemunhas, e em seguida proferirá decisão.

 Art. 403. Se o terceiro, sem justo motivo, se recusar a efetuar a
exibição, o juiz ordenar-lhe-á que proceda ao respectivo depósito
em cartório ou em outro lugar designado, no prazo de 5 (cinco) dias,
impondo ao requerente que o ressarça pelas despesas que tiver.
 Parágrafo único. Se o terceiro descumprir a ordem, o juiz expedirá
mandado de apreensão, requisitando, se necessário, força policial,
sem prejuízo da responsabilidade por crime de desobediência,
pagamento de multa e outras medidas indutivas, coercitivas,
mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para assegurar a
efetivação da decisão.
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 Art. 404. A parte e o terceiro se escusam de exibir, em juízo, o
documento ou a coisa se:
 I - concernente a negócios da própria vida da família;
 II - sua apresentação puder violar dever de honra;
 III - sua publicidade redundar em desonra à parte ou ao terceiro,
bem como a seus parentes consanguíneos ou afins até o terceiro
grau, ou lhes representar perigo de ação penal;
 IV - sua exibição acarretar a divulgação de fatos a cujo respeito, por
estado ou profissão, devam guardar segredo;
 V - subsistirem outros motivos graves que, segundo o prudente arbítrio
do juiz, justifiquem a recusa da exibição;
 VI - houver disposição legal que justifique a recusa da exibição.
 Parágrafo único. Se os motivos de que tratam os incisos I a VI
do caput disserem respeito a apenas uma parcela do documento, a
parte ou o terceiro exibirá a outra em cartório, para dela ser extraída
cópia reprográfica, de tudo sendo lavrado auto circunstanciado.

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