Biogeografia - Revisto

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Origem e evolução da vida na terra (Teorias da origem da Vida)

Abrão Francisco Froma-708220846

Curso: Licenciatura em Ensino de Geografia


Disciplina: Biogeografia
Ano de Frequência: III˚
Turma: E

Gorongosa, Maio, 2024


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relevantes na área de
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Conclusão 2.0
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Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
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 Rigor e coerência das
Referências edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia
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Índice
I Introdução................................................................................................................................. 4

I.I Objectivo Geral ...................................................................................................................... 4

I.II Objectivos Específicos ......................................................................................................... 4

I.III Metodologia ........................................................................................................................ 4

II. Origem e evolução da vida na terra (Teorias da origem da Vida) ......................................... 5

II.I Teoria Criacionista ............................................................................................................... 6

II.II Teoria Biogénica ................................................................................................................. 6

II.III Teoria Abiogénica .............................................................................................................. 8

II.IV Teoria de Gaya ................................................................................................................... 9

III. Conclusão ........................................................................................................................... 10

IV. Referências Bibliográficas ................................................................................................. 11


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I. Introdução
Até ao século XIX prevaleceram as ideias fixistas, segundo as quais as espécies são imutáveis,
surgindo por geração espontânea ou por um acto criador (criacionismo). Ao contrário do
fixismo, as ideias transformistas contestam esta visão estática do mundo, sugerindo que as
espécies sofrem modificações ao longo do tempo. Sendo assim abordaremos as teorias
Criacionista, Biogénica, Abiogénica e Gaya para explicar a origem e evolução da vida.
Entretanto, ao investigar essas teorias, buscamos compreender os diferentes modelos propostos,
suas bases teóricas e evidências, bem como suas implicações no campo da biologia e ciências
naturais.

I.I Objectivo Geral


 Compreender as principais teorias sobre a origem e evolução da vida na Terra.

I.II Objectivos Específicos


 Analisar os fundamentos e argumentos da Teoria Criacionista, considerando suas raízes
religiosas e filosóficas, bem como as críticas e desafios enfrentados por esta perspectiva.
 Investigar a Teoria Biogénica, incluindo os experimentos históricos e as descobertas
científicas que apoiam a origem da vida a partir de matéria orgânica simples.
 Avaliar a Teoria Abiogénica e sua contribuição para a compreensão da formação de
moléculas complexas e sistemas vivos a partir de matéria inanimada.
 Discutir a Teoria de Gaia e sua visão holística da Terra como um sistema integrado,
enfatizando a interdependência entre a vida e seu ambiente.

I.III Metodologia
A metodologia deste estudo inclui uma revisão bibliográfica abrangente, análise crítica de
artigos científicos, livros e publicações relevantes, e uma comparação detalhada das teorias.
Também, o método bibliográfico consistiu na colecta e estudo de fontes primárias e secundárias
sobre cada teoria, incluindo textos religiosos, publicações científicas, e literatura académica.
De referir que o trabalho foi redigido em normas APA da Sexta edição.
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II. Origem e evolução da vida na terra (Teorias da origem da Vida)


Segundo Pires (s.d) diz que até ao século XIX prevaleceram as ideias fixistas, segundo as quais
as espécies são imutáveis, surgindo por geração espontânea ou por um acto criador
(criacionismo). Ao contrário do fixismo, as ideias transformistas contestam esta visão estática
do mundo, sugerindo que as espécies sofrem modificações ao longo do tempo. Os trabalhos
desenvolvidos no âmbito da geologia, em especial a paleontologia, com o estudo dos fósseis,
foram os primeiros a porem em causa o fixismo, abrindo caminho para o aparecimento de ideias
evolucionistas.
Segundo Lamarck (1809), cujas ideias evolucionistas viriam a ser conhecidas por lamarckismo,
as mudanças ambientais determinam nos seres vivos a necessidade de estes se adaptarem de
forma a poderem sobreviver em novos contextos ambientais. O ambiente é assim responsável
pelo início do processo de evolução, cujos mecanismos se encontram enunciados na lei do uso
e do desuso e na lei da transmissão dos caracteres adquiridos.
Já Darwin, a selecção natural é o processo que permite a evolução das espécies, sendo o
ambiente o agente desse processo, determinando quais são os seres que sobrevivem e os que
são eliminados num dado momento, pelo facto de estarem mais ou menos aptos para enfrentar
situações específicas. Apesar de não explicar a variabilidade existente entre os seres vivos que
pertencem à mesma espécie, Darwin salienta a sua importância como causa dos diferentes
níveis de adaptação. O avanço dos conhecimentos científicos, nomeadamente nas áreas da
anatomia, embriologia, citologia e bioquímica, forneceu dados e conclusões que sustentam a
argumentação a favor do evolucionismo. O neodarwinismo, baseando-se sobretudo em
argumentos genéticos.
Portanto, a origem da variabilidade existente entre os seres vivos é fruto de vários fenómenos
intrínsecos à reprodução sexuada e de alterações do material genético. Através da recombinação
genética, da fecundação e das mutações surgem novas combinações de genes que conduzem a
uma maior diversidade fenotípica, sobre a qual o ambiente actual de forma selectiva. Os
principais factores que, actuando sobre as populações, conduzem à alteração dos respectivos
fundos genéticos, obrigando-as a evoluir. São eles:
 A selecção natural; as mutações; as migrações; os cruzamentos não ao acaso; e a deriva
continental.
Em suma, sobre a origem da vida importa frisar que a teoria da geração espontânea (ou da
Abiogénese) diz que a vida teria surgido a partir da matéria bruta (sem vida), na qual existiria
um princípio activo., isto é, uma capacidade de produzir a vida Essas ideias vinham desde
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Aristóteles, até meados do século XVII, quando começaram a ser experimentalmente


combatidas por Francisco Redi.(Pires, 2016).

II.I Teoria Criacionista


Segundo Pires (2016) esta teoria acreditava-se que os seres vivos haviam sido criados tal e qual
se apresenta actualmente. Admitia que as espécies não se modificassem no decorrer do tempo,
Teoria Fixista ou Criacionista esta ligada ao poder divino / sobre natural. O seu principal
defensor Cuvier, sustentando que, as formas vivas são unidas estáticas criadas por uma entidade
soberana total, não podendo modificar e originar novas espécies.
Do meu ponto de vista, a teoria de que a vida teria sido uma criação divina é embasada por
escritos religiosos. A Bíblia Sagrada, especificamente no livro de Génesis, explica que o
homem, assim como todas as coisas, foram criados por Deus. Já na mitologia grega o
surgimento dos homens é atribuído aos titãs, moldados no barro, semelhantemente ao que se vê
na narrativa bíblica.
Entretanto, o criacionismo se distingue das demais teorias por ter um carácter religioso, ou seja,
está fundamentado em crenças, embora alguns argumentos apresentem atributos científicos. Já
as demais hipóteses para a origem da vida possuem conclusões provenientes de pesquisas
científicas.
A principal crítica à Teoria Criacionista é a falta de evidências científicas que sustentem a
intervenção divina na criação da vida. Cientistas argumentam que esta teoria não pode ser
testada ou verificada através do método científico, o que a torna mais uma questão de fé do que
de ciência.

II.II Teoria Biogénica


Segundo Pires (2016) a vida só pode ser originada por outra vida preexistente, ou seja, pela
reprodução de seus genitores. Essa demonstração ocorreu por volta de 1860, através de Louis
Pasteur, numa série de experimentos, entre os ais o do frasco com pescoço de cisne. A Teoria
Biogénese diz que a solução desse problema passa necessariamente pelo recuo no tempo de um
dos seres vivos para outro pré – existentes e conduzir ao problema da origem dos 1ºs seres vivos
na Terra (para esta teoria não existe geração espontânea), defendem que depois de se formarem
os primeiros animais e plantas os outros apareceram por multiplicação, defendem que um ser
vivo aparece dum outro pré – existente. Esta teoria foi defendida por um naturalista italiano de
nome Francisco Redi.
Com isso, a teoria da biogénese admite que todos os seres vivos são originados de outros seres
vivos preexistentes. Vários cientistas provaram que um ser vivo só se origina de outro ser vivo
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e contestaram a abiogênese. Os principais defensores da biogênese foram: Ernest Haeckel,


Thomas Henry Hurley, Stanley Miller, Lázzaro Spallanzani, Francesco Redi e Louis Pasteur.

Figura: 01 exemplo de experimentos da Biogênese (esquerda) e Abiogênese (direita).

Francesco Redi, médico e biólogo de Florença, por volta de 1660, começou a questionar a teoria
da abiogênese. Para isso, colocou pedaços de carne crua dentro de frascos, deixando alguns
abertos.
Depois de vários dias, as larvas só apareceram na carne do frasco aberto. Redi observou que as
moscas colocavam ovos sobre a carne e concluiu que a geração espontânea não tinha validade.
Com a invenção do microscópio, o mundo dos microrganismos foi revelado, empolgando os
adeptos da geração espontânea e da biogênese, que buscavam a explicação para a origem desses
seres vivos.

Figura: 02 experimento de Francesco Redi (Biogênese)

Por volta de 1860, o cientista francês Louis Pasteur conseguiu provar definitivamente que os
seres vivos se originam de outros seres vivos.
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Ele realizou um experimento com balão do tipo pescoço de cisne. O experimento demonstrou
que mesmo após ter o material fervido, o mesmo não perdia a "força vital", como acreditavam
os defensores da abiogênese. Logo após a fervura, o pescoço da vidraria foi quebrado e houve
o surgimento dos microrganismos. (Pista, 2015).
A partir dos experimentos de Pasteur, a teoria da biogênese passou a ter aceitação nos meios
científicos.

Figura: 03 experimento de Louis Pasteur (Biogênese).

Em suma, de referir que Fósseis de microorganismos primitivos encontrados em rochas


antigas fornecem evidências de formas de vida antigas que surgiram há bilhões de anos. E a
análise do DNA e RNA dos seres vivos mostra uma relação comum entre todas as formas de
vida, sugerindo uma origem comum e um processo evolutivo contínuo.

Embora a Teoria Biogénica seja amplamente aceita, ainda existem questões não resolvidas,
como a exacta sequência de eventos que levou à formação das primeiras células vivas. Além
disso, a origem das moléculas orgânicas complexas em si continua a ser um campo activo de
pesquisa. (Oparin, 1953).

II.III Teoria Abiogénica


Segundo Batista (s.d) a teoria Abiogénese sustenta que os seres vivos teriam sido originados a
partir da matéria sem vida; defendida por Aristóteles. Para ele as moscas, mosquitos teriam
surgido do lodo, os peixes a partir das algas em decomposição os ratos da terra húmida. Em
suma do nada surge a vida.
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Segundo Rothschild e Mancinelli (2001) a teoria da geração espontânea ou abiogênese admite,


em essência, o aparecimento dos seres vivos a partir da matéria bruta de maneira contínua. Essa
hipótese surgiu com Aristóteles, há mais de 2 000 anos.
Para Aristóteles e seus seguidores, a matéria bruta apresentava um “princípio ativo”
responsável pela formação dos seres vivos quando as condições do meio fossem favoráveis.
O princípio activo era o grande responsável pelo desenvolvimento de um novo organismo. A
ideia da geração espontânea constituía a melhor forma de explicar as larvas que surgiam na
carne crua exposta ao ar livre e de girinos que surgiam em poças de água.
Apesar das evidências, a Teoria Abiogénica enfrenta desafios, como a compreensão exacta
dos processos que levaram à formação das primeiras células vivas e à origem das moléculas
orgânicas complexas. (Miller & Harold, 1953).

II.IV Teoria de Gaya


A Teoria de Gaia, proposta pelo cientista James Lovelock na década de 1970, sugere que a
Terra e suas componentes biológicas, químicas e físicas funcionam como um sistema auto-
regulador, que mantém as condições necessárias para a vida. Esta teoria vê a Terra como um
organismo vivo, onde a vida interage com o ambiente físico para criar um equilíbrio estável.
Lovelock propôs que a biosfera e os componentes físicos da Terra interagem de forma complexa
para manter condições habitáveis, como a temperatura, a composição da atmosfera e a
salinidade dos oceanos. Também, a biosfera e os componentes físicos da Terra (atmosfera,
hidrosfera, litosfera) interagem de maneira semelhante a um organismo vivo, regulando as
condições ambientais para sustentar a vida.
A teoria enfatiza a importância dos ciclos de carbono, nitrogénio, fósforo e outros elementos,
que são regulados por actividades biológicas e afectam o clima e a química da Terra.

Com isso, como evidências destaca a estabilidade da temperatura, salinidade dos oceanos e
composição atmosférica ao longo de bilhões de anos sugere mecanismos de auto-regulação. A
evolução da vida e a modificação concomitante do ambiente, como a oxigenação da atmosfera
pelas cianobactérias, ilustram a interdependência entre vida e ambiente.
Apesar das evidências demostradas acima, também alguns críticos argumentam que a Teoria
de Gaia implica um propósito consciente, o que não é suportado por evidências científicas. E a
identificação de mecanismos específicos que regulam o sistema Terra e a distinção entre
coincidências naturais e processos regulatórios intencionais são áreas de debate contínuo.
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III. Conclusão
Este trabalho apresentou uma análise detalhada das principais teorias sobre a origem e
evolução da vida na Terra, abrangendo a Teoria Criacionista, Teoria Biogénica, Teoria
Abiogénica e a Teoria de Gaia. Cada teoria oferece uma visão única sobre como a vida pode
ter surgido e evoluído, reflectindo diferentes abordagens filosóficas e científicas.

A Teoria Criacionista destaca a crença na intervenção divina como explicação para a origem
da vida, fundamentada em textos religiosos e tradição cultural. Embora amplamente aceita em
contextos religiosos, esta teoria enfrenta desafios no âmbito científico devido à falta de
evidências empíricas e verificáveis.

A Teoria Biogénica e a Teoria Abiogénica apresentam abordagens científicas baseadas em


processos naturais e experimentação. A Teoria Biogénica é suportada por experimentos como
os de Miller-Urey, que demonstram a formação de moléculas orgânicas simples. A Teoria
Abiogénica expande essa ideia, propondo a formação de sistemas vivos complexos a partir de
matéria inanimada, enfrentando ainda desafios para explicar a transição para estruturas
celulares complexas.

A Teoria de Gaia oferece uma perspectiva integradora, sugerindo que a Terra funciona como
um sistema único e autorregulador, onde a vida e o ambiente co-evoluem de maneira
interdependente. Esta teoria contribui para a compreensão dos mecanismos de homeostase
planetária e enfatiza a importância das interações biogeoquímicas na manutenção da vida.

Em suma, a diversidade de teorias sobre a origem e evolução da vida na Terra reflete a


complexidade do tema e a necessidade de abordagens multidisciplinares. A combinação de
perspectivas científicas e filosóficas permite uma compreensão mais rica e abrangente do
fenômeno da vida, incentivando futuras pesquisas e debates sobre este tópico fundamental.
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IV. Referências Bibliográficas


1. Oparin, A. I. (1953). "A Origem da Vida". Publicações Dover, 1953.
2. Rothschild, Lynn J. e Rocco L. M.. (2001). "Vida em ambientes extremos." Natureza,
vol. 409, não. 6823, pp.
3. Batista, C. (s.d). Origem da Vida. Toda Matéria. Disponível em:
https://www.todamateria.com.br/origem-da-vida/. Acesso em: 16 mai. 2024
1. Bíblia Sagrada, Livro do Gênesis.
4. Lovelock, James. (1979).“Gaia: um novo olhar sobre a vida na Terra.” Imprensa da
Universidade de Oxford.
5. Margulis, Lynn e James Lovelock. (1974)."Modulação Biológica da Atmosfera
Terrestre." Ícaro, vol. 21, não. 4. pp.
6. Miller, Stanley L. e Harold C. Urey. (1953). "Uma produção de aminoácidos sob
possíveis condições terrestres primitivas." Ciência, vol. 117, não. 3046, pp.
7. Pires, C. M. (2016). Biogeografia. Beira-Moçambique: UCM-CED.
8. Pista, N. (2015). "A questão vital: energia, evolução e as origens da vida complexa."
WW Norton & Company.

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