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ÍNDICE

página

1. Bibliologia ……………………………………..…………………………………..……... 1
2. Evangelismo …………………………………..…………...…………………………… 8
3. Discipulado ……………………………………..……………………………….……….. 16
4. A Família Cristã ……………………………….……………………………….………... 20
5. Escola Dominical ………..…………………….………………………………………… 34
6. Hermenêutica ………………………………….………………………………………… 42
7. Liderança Cristã ………………………………..………………………………………... 53
8. Teologia do Ministério …………….…………...……………………………….……….. 58
9. Como Preparar Sermões ………….…………..……………………………….………. 72
10. Doutrinas Fundamentais ……………………..……………………………….……… 77
11. Heresiologia ……………………………………..……………………………………… 94
12. Implantação de Novas Igrejas……………...………………………………………… 101
13. Prosperidade Bíblica…………………………...……………………………………… 106
14. Língua Portuguesa ……………………………..……………………………………… 110

1
BIBLIOLOGIA
I. NOMES DADOS À BÍBLIA
A. A Palavra de Deus (Sl 119:105; 119:140)
B. As Escrituras (Jo 5:39; At 17:11)
C. Os mandamentos de Deus (Dt 4:13; 10:4)
D. Os oráculos de Deus (Rm 3:2; Hb 5:12)
E. A Lei de Deus (I Co 12:21; Gl 3:10)
F. Os Testamentos (Gl 4:24; Mt 26:28)

II. A SUA HISTÓRIA


A. Materiais empregados
1. Para comunicar com o homem, Deus usou de seus recursos.
2. Usou dois pedaços de pedra para transmitir os mandamentos ao povo israelita.
3. Os materiais mais usados para os registros sagrados foram o papiro e o pergaminho.
a. O papiro era extraído de uma planta aquática do mesmo nome. São as mesmas plantas que
usamos em Angola para fazer as esteiras. É da palavra “papiro” que deriva a palavra
“papel”. O papiro é mencionado na Bíblia em vários textos (Is 18:2; II Jo v. 2)
b. O pergaminho é preparado da pele de animais que depois de ser passado por um processo
apropriado, é usado para a escrita. Ainda hoje os Judeus mantendo a tradição têm em
suas sinagogas o Torá escrito em pergaminhos. O apóstolo Paulo possuia alguns
pergaminhos (II Tm 4:13).
B. Formatos primitivos
1. Rolos: os rolos eram escritos em papiro ou pergaminho, enrolados, dai o seu nome. Presos a dois
cabos de madeira redondos para facilitar o seu manuseio.
2. Códice: o códice é uma obra em forma de livro porém em grandes proporções.
C. Tipo de escritas
* Em tempos passados a Bíblia era manuscrita (escrita à mão). Homens preparados e conhecidos
como escribas executavam o trabalho de maneira lenta e laboriosa.
D. Escrita alfabética e a tradução em português
1. Um novo tempo: os escritos alfabéticos iniciaram antes de 1500 A.C.
2. João Ferreira de Almeida nasceu em Torres de Tavares, Portugal, em 1628. Ao realizar a sua obra
era pastor protestante. Aprendeu o hebraico e o grego, e assim teve mais facilidade de traduzir
para o português a Bíblia Sagrada, ao contrário dos outros tradutores que usavam a Vulgata
Latina como base de tradução. Concluiu a tradução do Novo Testamento em 1676, e o V.T. até
Ezequiel antes da sua morte em 1691, obra que foi completada e publicada por Pastor Jacobus
Akker em 1753.
3. António Pereira de Figueiredo trabalhou 18 anos para traduzir do latim para o português, toda a
Bíblia, publicando-a em 1819. (Ref: Bíblia Thompson)
E. Sua Estrutura
* Não há registos exactos de como os livros foram reunidos, mas os Judeus reuniram os deles através
dos séculos e os Cristãos fizeram o mesmo, formando assim o A.T. e o N.T. No entanto, através do
reconhecimento dos líderes eclesiásticos e os Concílios oficiais da Igreja, quase no final do século IV
d.C. o cânon (lista) do Novo Testamento foi estabelecido (O Reino, o Poder e a Glória, ICI).

III. OS ESCRITOS DA REVELAÇÃO


A. Deus fala por meio de uma nação
1. Deus escolheu a nação israelita e guiou sua história de maneira singular.
2. Deus falou particularmente aos profetas por meio de vozes audíveis, sonhos e visões.
3. Constata-se que é a palavra de Deus, pelo seu relato e cumprimento, sendo consequentemente
Deus o seu autor.
2
* Deus falou com Abraão (Gn 12:1; 15:1) * Deus falou com Isaías (Is 6:8)
* Deus falou com Moisés (Êx 3:4; 19:3-9) * Deus falou com Joel (At 2:17)
* Deus falou com Samuel (I Sm 3:1) * Deus falou com João (Ap 1:11)
B. Deus Se revela sob inspiração
* A Bíblia foi escrita por homens inspirados por Deus (II Pe 1:21), movidos pelo Espírito Santo.
C. Inspiração e revelação
1. Inspiração: É o método de receber, interpretar e relatar as verdades reveladas por Deus.
2. Revelação: É a actividade de Deus através da qual Ele e Seu propósito se tornam conhecidos.
a. Deus usa a Bíblia para Se revelar ao homem de maneira clara e objectiva.
b. A palavra “revelação” significa ‘tirar o véu’; é o acto de descobrir. É a acção de descobrir a
verdade e a verdade uma vez descoberta recebe o nome de revelação.
D. Revelação na diversidade
1. Os 66 livros foram escritos por cerca de 40 autores.
2. Diferenças entre os escritores:
a. Moravam em lugares diferentes
b. Viveram em épocas diferentes
c. Tinham temperamentos diferentes
d. Tinham grau de educação diferente
e. Desenvolveram ministérios diferentes
3. Exemplos destas diferenças
a. Moisés estava no deserto enquanto que Daniel estava em Babilónia.
b. Jeremias viveu antes de Cristo, enquanto que Pedro viveu depois de Cristo.
c. João era conhecido como filho do trovão, enquanto que Moisés era manso.
d. Paulo teve um grau de escolaridade maior que a de Pedro.
4. Tinham algo em comum: o Deus era o mesmo.
E. Revelação em relação ao tempo
1. Os escritos cobriram cerca de 1.600 anos até completarem os 66 livros.
2. Este trabalho foi dirigido, controlado e aprovado por uma mentalidade mestra, o Espírito Santo (Lc
24:47; Jo 5:39,46; Ap 19:10).

IV. A FORMAÇÃO DO VELHO (ANTIGO) TESTAMENTO (V.T. ou A.T.) E NOVO TESTAMENTO (N.T.)
A. A formação do V.T. foi gradual
1. Moisés começou a escrever o Pentateuco cerca de 1491 a.C.
2. Josué, sucessor de Moisés (c. 1451 a.C.) escreveu uma obra que colocou perante o Senhor (Js
24:26).
3. Samuel (c. 1095 a.C.) escreveu pondo seus escritos perante o Senhor (I Sm 10:25).
4. Isaías (c. 770 a.C.) fala do livro do Senhor (Is 34:16).
5. Em 726 a.C. os Salmos já eram cantados (II Cr 29:30).
6. Hilquias achou o livro da Lei (II Rs 22:8-10).
7. Esdras foi hábil escriba da Lei de Moisés (Ne 8:1,5).
B. A formação do N.T.
1. As epístolas de S. Paulo - São um total de 13, de Romanos a Filemom. Foram escritas entre 50 e 67
d.C. Foram os primeiros escritos do N.T.
2. Os Actos dos Apóstolos - Foi escrito por Lucas no ano 63 d.C. ao fim de dois anos da primeira
prisão de Paulo (At 28:30).
3. Os Evangelhos - No princípio estes foram propagados oralmente.
* Os Evangelhos “sinópticos” foram escritos entre 60 e 65 d.C. (Marcos em 65 d.C.). Note-se que Paulo
chama os Evangelhos de Mateus e Lucas de “Escrituras” ao citá-los em I Tm 5:18; Mt 10:10 e Lc
10:7).

3
4. As Epístolas de Hebreus a Judas - Todas as epístolas que vão de Hebreus até Judas, talvez com a
excepção de Tiago, foram escritas entre os anos 68 e 90 d.C. Quanto a autoria da epístola aos
Hebreus, só Deus sabe de facto quem foi seu autor.
5. O Apocalipse - Foi escrito pelo apóstolo João no ano 96 d.C. durante o reinado o imperador romano
Domiciano.

V. VISÃO PANORÂMICA DO VELHO TESTAMENTO


A. Língua em que foi escrito
1. Foi escrito em hebraico com excepção de pequenos trechos escritos em aramaico.
2. Abaixo transcrevemos as divisões e os dados em forma de sumário, para um melhor conhecimento
do porque de cada livro ser escrito.
B. Divisão em grupos
PENTATEUCO (LIVROS DA LEI)
* Pentateuco significa “cinco vasos”.
* São cinco livros, de Génesis a Deuteronómio. Tratam da origem de todas as coisas.
Génesis: O livro das origens. A origem do Universo, do género humano. Em grande parte é um registro
histórico das origens do povo escolhido.
Êxodo: O cativeiro, a libertação, e as origens da história de Israel em seu caminho a Canaã sob a liderança
de Moisés.
Levítico: O livro de leis acerca de moralidade, limpeza e alimento. Ensina o acesso a Deus através de
sacrifícios.
Números: O livro das peregrinações de Israel; o vaguear de 40 anos pelo deserto.
Deuteronómio: É uma repetição das leis dadas pouco antes da entrada de Israel em Canaã.
LIVROS HISTÓRICOS
São doze livros de Josué a Ester. Ocupam-se da história de Israel nos seus vários períodos.
* Período da Teocracia: forma pelo qual era dirigido no período dos Juízes.
* Período da Monarquia: forma pelo qual era dirigido nos reinados de Saul, Davi e Salomão.
* Período de Divisão e Cativeiro: Israel foi levado em cativeiro para Assíria; Judá foi levado em
cativeiro para Babilónia.
* Período pós-Cativeiro: Este período foi vivido na época de Esdras e Neemias em conjunto com os
profetas contemporâneos.
Josué: É o registro da conquista de Canaã, sob a liderança de Josué e da divisão da terra entre as doze
tribos.
Juízes: É a história das seis servidões de Israel e das várias libertações da terra através dos quinze juízes.
Rute: É a bela história de Rute, uma ascendente de Davi e de Jesus Cristo.
I e II Samuel: É a história de Samuel, com as origens e os primeiros anos da monarquia em Israel sob os
reinados de Saul e Davi.
I e II Reis: É a história das origens do reino de Israel e mais tarde do reino dividido. Aparecem as
personalidades heróicas de Elias e Eliseu.
I e II Crónicas: Em grande parte é um registro dos reinados de Davi e Salomão, e dos reis de Judá até à
época do cativeiro.
Esdras: É um registro do regresso dos Judeus do cativeiro e da reconstrução do templo.
Neemias: É um relato da reconstrução dos muros de Jerusalém e do reestabelecimento das ordenanças
sagradas.
Ester: É a história da libertação dos Judeus pela rainha Ester da armadilha de Hamã, e do estabelecimento
da festa de Purim (sorte).
LIVROS POÉTICOS
* São cinco livros, de Jó a Cantares de Salomão. São chamados de poéticos, não porque sejam cheios de
imaginação e fantasias, mas devido ao género do seu conteúdo. São também chamados devocionais.

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Jó: O problema do sofrimento, mostrando a maldade de Satanás, a paciência de Jó, a vaidade da filosofia
humana, a necessidade da sabedoria divina, e a libertação final do sofrimento.
Salmos: É uma colecção de 150 cânticos espirituais, poemas e orações usados através dos séculos pelo
Judeus e pela Igreja para a adoração e devoção.
Provérbios: É uma colecção de máximas e dissertações sobre sabedoria, temperança e justiça.
Eclesiastes: São reflexões sobre a frivolidade da vida e nossos deveres e obrigações perante Deus.
O Cântico dos Cânticos: É um poema religioso que simboliza o amor mútuo entre Cristo e a Igreja.
LIVROS PROFÉTICOS
* São 17 livros, de Isaías a Malaquias, subdivididos em:
* Profetas Maiores: Isaías a Daniel (5 livros)
* Profetas Menores: Oseias a Malaquias (12 livros)
PROFETAS MAIORES
Isaías: O grande profeta da redenção. É um livro rico em profecias messiânicas, mesclado com maldições
pronunciadas sobre as nações pecadoras.
Jeremias: O profeta chorão. Viveu desde o tempo de Josias até ao cativeiro. Tema principal: a reincidência,
o cativeiro e a restauração dos Judeus.
Lamentações: São uma série de clamores de Jeremias, lamentando as aflições de Israel.
Ezequiel: É um livro de impressionantes metáforas que descrevem claramente a triste condição do povo de
Deus e o caminho, a exaltação e a glória futura.
Daniel: É um livro de biografia pessoal e visões apocalípticas acerca dos acontecimentos da história secular
e sagrada.
PROFETAS MENORES
Oseias: Foi contemporâneo de Isaías e Miqueias. Pensamento central: a apostasia de Israel caracterizada
como adultério espiritual. Cheio de impressionantes metáforas que descrevem os pecados do povo.
Joel: Foi um profeta de Judá. Tema principal: o arrependimento da nação e suas bênçãos. “O dia do
Senhor”, um tempo de juízos divinos, pode ser transformado em um período de bênçãos.
Amós: O profeta pastor, foi um reformador valente, que denunciava o egoísmo e o pecado. O livro contém
uma série de cinco visões.
Obadias: Temas principais--a condenação de Edon e a libertação final de Israel.
Jonas: É a história do missionário teimoso, a quem Deus ensinou, através de uma experiência amarga, a
lição da obediência e a profundidade da misericórdia divina.
Miqueias: É o relato sombrio da condição moral de Israel e de Judá, mas é também a profecia do
estabelecimento do reino messiânico no qual prevalecerá a justiça.
Naum: Temas principais--a destruição de Ninive; Deus promete libertar Judá da opressão assíria.
Habacuque: Foi escrito no período babilónico ou caldeu. Os mistérios da providência. Como pode um Deus
justo permitir que uma nação pecadora oprima a Israel.
Sofonias: Embora de tom sóbrio e cheio de ameaças, termina numa visão da glória futura de Israel.
Ageu: Foi colega de Zacarias. Repreendeu ao povo por negligenciar a construção do segundo templo, mas
prometeu a volta da glória de Deus quando o edifício estivesse concluído.
Zacarias: Contemporâneo de Ageu, ajudou a animar aos Judeus a reconstruirem o templo. Teve uma série
de oito visões e viu o triunfo final do reino de Deus.
Malaquias: É uma descrição gráfica dos últimos períodos da história do V.T. Mostra a necessidade de
reformas antes da vinda do Messias.

VI. VISÃO PANORÂMICA DO NOVO TESTAMENTO


A. Língua em que foi escrito
* Foi escrito em grego, não no grego clássico dos eruditos, mas no do povo comum, chamado Koiné.
B. Divisão em grupos
LIVROS BIOGRÁFICOS
* São os quatro Evangelhos. Descrevem a vida terrena de Jesus e Seu glorioso ministério. Os três primeiros
são chamados “sinópticos” devido ao paralelismo que existe entre eles.

5
* Todos os livros que precedem tratam da preparação para a manifestação de Jesus Cristo, e os que lhes
seguem são explicações da doutrina de Cristo.
Mateus: O autor--um dos doze apóstolos. De estilo narrativo, especialmente adaptado aos Judeus. Mostra
que Jesus era o Rei e Messias das profecias hebraicas.
Marcos: O autor--João Marcos. É um registro digno que ressalta o poder sobrenatural de Cristo sobre a
natureza, as enfermidades e os demónios. Todo esse poder divino foi exercitado em benefício do
homem.
Lucas: O autor--“médico amado”. É a biografia mais completa de Jesus como Filho do homem, cheio de
compaixão pelos pecadores e pobres.
João: O autor--“o discípulo amado”. A narração revela a Jesus como Filho de Deus e registra os Seus mais
profundos ensinos. Dois temas, “fé” e “vida eterna”, ressaltam através do livro.
LIVRO HISTÓRICO
* É o livro de Actos dos Apóstolos. Registra a história da igreja primitiva, o seu viver e a propagação do
Evangelho, tudo através do Espírito Santo (At 1:8).
Actos dos Apóstolos: O autor--Lucas. É uma continuação do Evangelho de Lucas. Tema principal: A origem
e o crescimento da igreja primitiva, desde a ascensão de Cristo até ao encarceramento de Paulo em
Roma.
EPÍSTOLAS PAULINAS
* São 13, de Romanos a Filemom. Elas contém a doutrina da Igreja.
* Nove são dirigidas a igrejas (de Romanos a II Tessalonicenses).
* Quatro são dirigidas a indivíduos (I e II Timóteo, Tito e Filemom).
Romanos: Dirigida aos cristãos de Roma. Parte I (capítulos 1-11): É uma magistral exposição da
necessidade e da natureza do plano de salvação. Parte II (capítulos 12-16): São, em grande parte,
exortações acerca dos deveres espirituais, sociais e cívicos.
I Coríntios: Dirigida à igreja de Corinto. Temas principais: a limpeza da igreja de diversos males, e instruções
doutrinárias.
II Coríntios: Temas principais--as características de um ministério apostólico e o reconhecimento do
apostolado de Paulo.
Gálatas: Dirigida à igreja da Galácia. Temas principais: Uma defesa da autoridade apostólica de Paulo e da
doutrina da justificação pela fé, com advertências contra falsos mestres e contra o regresso a
Judaísmo.
Efésios: Escrita à igreja de Éfeso, é uma exposição do glorioso plano de salvação. Enfatiza o facto de que
foram derrubadas todas as barreiras entre Judeus e Gentios.
Filipenses: É uma carta de amor à igreja de Filipos. Revela a intensa devoção do apóstolo a Cristo, o seu
gozo na prisão, e seu profundo interesse em que a igreja esteja firme na sã doutrina.
Colossenses: Escrita à igreja de Colossos. Tema principal: a glória transcendente de Cristo como cabeça da
Igreja, incentivando o abandono de todas as filosofias mundanas e do pecado.
I Tessalonicenses: Escrita à igreja de Tessalónica. Inclui recomendações e exortações, e dá ênfase
especial à esperança consoladora da futura vinda de Cristo.
II Tessalonicenses: É uma continuação da primeira carta. Escrita a fim de esclarecer para a igreja a doutrina
da segunda vinda de Cristo e alertar os crentes acerca dos distúrbios e desordem sociais.
I Timóteo: Conselhos a um jovem pastor concernentes à sua conduta e actividades ministeriais.
II Timóteo: Foi a última carta de Paulo, escrita pouco antes da sua morte, a fim de instruir e aconselhar ao
seu “verdadeiro filho na fé”.
Tito: É uma carta apostólica de aconselhamento e exortações a um amigo de confiança, que era evangelista
em um campo difícil. Dá ênfase especial à doutrina das boas obras.
Filemom: É uma carta particular a Filemom, pedindo-lhe que receba e perdoe a Onésimo, um escravo
fugido.
EPÍSTOLAS GERAIS
* Uma é dirigida aos hebreus cristãos (Hebreus).
* Sete são dirigidas a todos, sem distinção (Tiago; I e II Pedro; I, II e III João; Judas).

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* II e III João também são chamadas “epístolas gerais” apesar de serem dirigidas a pessoas.
Hebreus: Desconhece-se o seu escritor. Tema principal: a glória que vem de Cristo e as bênçãos da nova
dispensação, comparadas às do Antigo Testamento.
Tiago: Seu escritor foi possivelmente Tiago, o irmão do Senhor. Dirigida aos judeus dispersos, convertidos.
Tema principal: a fé prática manifesta em boas obras, em contraste com a simples profissão de fé.
I Pedro: É uma carta de ânimo, escrita pelo apóstolo Pedro aos santos dispersos por toda Ásia Menor.
Temas principais: o privilégio dos crentes em obter vitórias nas provas, seguindo o exemplo de Cristo,
e de viver vidas santas num mundo ímpio.
II Pedro: Em grande parte, é uma advertência contra falsos mestres e zombadores.
I João: É uma profunda mensagem espiritual dirigida pelo apóstolo João às diversas classes de crentes na
igreja. Coloca grande ênfase no privilégio do conhecimento espiritual do crente, no dever do
companheirismo e no amor fraternal.
II João: É uma breve mensagem de João acerca da verdade divina e do erro mundano, dirigida “à dama
escolhida e a seus filhos”; uma advertência contra a heresia e falsos mestres.
III João: É uma carta apostólica de recomendação escrita a Gaio, a qual contém traços da personalidade de
certos membros da igreja.
Judas: Seu escritor foi possivelmente o irmão de Tiago. Tema principal: exemplos históricos das apostasias
e juízos divinos sobre os pecadores, com advertências contra os mestres imorais.
LIVRO PROFÉTICO
* É o livro de Apocalipse ou revelação. Trata da volta pessoal de Jesus Cristo à terra e das coisas que
precederão este evento.
Apocalipse: Autor--o apóstolo João. Temas importantes: Principalmente uma série de visões apocalípticas
acerca dos acontecimentos na história religiosa. Descreve um grande conflito moral entre os poderes
divino e satánico, terminando com a vitória do Cordeiro.

VII. O TEMA CENTRAL DA BÍBLIA


A. Um personagem (Jesus Cristo)
1. O Velho Testamento fala da Sua vinda ao mundo em forma humana (Isaías 9)
2. O Novo Testamento é o relato directo da Sua vida e ensinos.
B. Uma mensagem central (Jesus Cristo o Salvador)
1. Ele salva (Lc 19:10, Jo 3:16), fazendo do homem uma nova criatura (II Co 5:17)
2. Tudo que é visto no reino de Deus foi profetizado por Isaías no capítulo 53.

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EVANGELISMO

INTRODUÇÃO
“Não dizeis vos: Ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Ora, eu vos digo: levantai os vossos olhos, e
vede os campos, que já estão brancos para a ceifa. Quem ceifa já está recebendo recompensa e ajuntando fruto
para a vida eterna, para que o que semeia e o que ceifa juntamente se regozijem. Porque nisto é verdadeiro o
ditado: um é que semeia, e outro o que ceifa” (Jo 4.35-37).
O mundo para ser salvo depende de nós. Temos uma grande responsabilidade para com o pecador (Ez
3:18). O avanço populacional tornou-se um desafio à igreja. Metade da população mundial são pobres e 30% são
mal-nutridos. Existem mais de 22 milhões de prostitutas no mundo, essencialmente por causa da pobreza. Estima-
se que 80% das jovens no mundo--1,4 bilhões--estão crescendo em ambientes ou lares não cristãos. Metade das
mulheres do mundo e um terço dos homens são analfabetos. A igreja necessita trabalhar para revelar a Palavra de
Deus a quem desconhece as letras. É urgente o tempo de levantar os olhos, em direcção às províncias menos
evangelizadas: Kuanza Norte, as Lundas, Moxico, Cuando Cubango, Cunene e Namibe. São várias as tribos que
nunca ouviram de Jesus.
Os olhos do salvo têm possibilidade de: Ver (Gn 45:12); Descobrir (Jo 28:10); Desejar (Ec 1:0); Compadecer
(Ez 16:5). Uma igreja que não vê os perdidos, não descobre os perdidos, e não deseja os perdidos, nunca
alcançará concretizar o plano de salvação a todos os homens. Que Deus nos ajude a cumprirmos os planos
traçados por Jesus em relação ao evangelismo.

I. QUAL A SITUAÇÃO ESPIRITUAL DA HUMANIDADE


A. Todo o corpo está doente
1. A cabeça está doente (Is 1:6)
* Seus pensamentos e planos sofrem de enfermidades.
2. A garganta um sepulcro aberto (Rm 3:13)
* Falam o que seus corações estão cheios (Mt 15:19)
* A boca cheia de maldição e amargura (Rm 2:14)
3. O coração é de pedra ou fraco (Ez 11:19; Is 1:5)
* Fala da incredulidade humana.
4. Os olhos são altivos ou cegos (Is 2:11)
* O pecado de Adão e Eva entrou pelos olhos (Gn 3:6).
5. A testa é de bronze (Is 48:4)
* Fala da insensibilidade em desejar as coisas de Deus.
6. As mãos sanguinárias e violentas (Is 1:15; Sl 58:2)
* Homicídios, roubos, estupro são frutos da violência que está enraizada no coração do homem.
7. Seus pés são velozes para derramar o sangue (Rm 3:15)
B. Satanás o pai da mentira os engana de diversas formas
1. A vontade está sob o domínio da carne (Ef 2:3).
2. Estão presos pela natureza pecaminosa.
3. Estão no pecado (Ef 2:1).
3. Estão condenados (Jo 3:18).
5. Hoje Jesus é advogado, amanhã será juiz; hoje há possibilidade de escape, amanhã será o dia de
condenação.

II. O TRABALHO DO INFERNO NO MUNDO


A. A apostasia
1. “Apostasia” é um termo usado para quem se separa da verdade; aponta para o abandono
deliberado da fé cristã para seguir a bruxaria, feiticismo e toda a forma de misticismo, ateísmo
declarado, materialismo baseado na ganância pelo poder (II Pe 2:3)
2. Falsas religiões enganam, conduzindo o homem a se afastar das verdades de Deus.
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B. A violência
1. A violência faz parte de uma das maiores actividades do homem.
2. Roubos, crime organizado, um assassínio a cada 24 segundos, 25 violações sexuais por dia.
3. A violência ataca em diversas áreas: está entre a nações, entre a família, entre a etnia.
C. A fome
1. Morrem no mundo 20 milhões de pessoas por ano por causa da fome.
2. A carência alimentar está matando mais que as armas de guerra.
D. A pestilência
* A cada tempo surge uma nova enfermidade; cada humano está marcado por uma enfermidade.
E. Angústias na terra (Mt 24:7)
1. Angústias geradas pela insegurança do amanhã
2. O homem vivendo em perplexidade (Lc 21:25,26)
3. A neurose (perturbação mental) mundial (Rm 8:20-22)
F. Sua acção é conhecida
1. Enganar a humanidade (Jo 8:44; Mt 24:24)
2. Seduzir (Ap 12:9)
3. Mentir (Jo 8:44)
4. Tentar (Mt 4:3)
5. Semear joio na plantação (Mt 13:39)
6. Matar, roubar e destruir (Jo 10:10; Mt 8:44)
7. Estorvar e infiltrar-se (II Co 2:11)
8. Personificar-se no sexo, na música, em anjo de luz (II Co 11:14)

III. A PALAVRA “EVANGELISMO”


A. A origem e significado da palavra
1. A palavra “evangelismo” provém da palavra grega evaggelizo, cujo significado é “anúncio de boas
novas”.
2. Literalmente “evangelho” significa “boas novas”.
3. Estudiosos afirmam que na antiguidade, os gregos usavam a palavra evaggélion para indicar boas
notícias do campo de batalha.
B. A palavra na Bíblia
1. Na palavra “evangelismo”, o “-ismo” indica sistema; é o acto de levar as boas novas com método,
estratégias e técnicas apresentados no Novo Testamento.
2. A palavra “anunciar” que aparece nos versículos a seguir, refere-se à palavra “evangelismo” ou
“evangelizar” (Gl 3:8; Lc 20:1; At 8:46).
3. O Evangelho começou nos planos de Deus, foi efectuado por Jesus Cristo e auxiliado pelo Espírito
Santo (Jo 3:16,17; At 1:8).

IV. O QUE SIGNIFICA EVANGELIZAR


A. “Evangelizar” é apresentar Jesus Cristo ao mundo.
1. Apresentá-Lo através do poder do Espírito Santo (At 1:8)
* A Igreja deve estar preparada, “revestida” de poder para cumprir seu papel evangelístico na
terra.
2. Somente pelo poder do Espírito Santo as pessoas terão a oportunidade de:
* se arrependerem dos seus pecados.
* aceitarem Jesus Cristo, como Salvador e Senhor das suas vidas (Lc 4:18,19).
B. Anúncio das “boas novas” de Jesus Cristo
1. Ele ama (Jo 3:16)
2. Ele morreu pelo pecador (Jo 10:15)
3. Ele perdoa (Mt 9:6)

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4. Ele salva (Lc 19:10)
5. Ele cura (Mc 16:18)
6. Ele liberta (Jo 8:32)
7. Ele abençoa (Sl 126:1-3)
C. Evangelismo é dimensional
* Evangelizar é:
1. Arrebatar as almas do fogo (Jd 22,23)
2. Granjear frutos (Sl 126:5,6; Rm 10:15)
3. Semear para o Reino de Deus (Sl 126:5,6)
4. Colher frutos (Mt 4:35,36; I Co 9:11-14; Mt 9:37,38)
5. Ganhar almas e granjear coroas (I Ts 2:19,20; I Co 3:8; Dn 12:3)
D. Evangelismo é uma responsabilidade
1. É urgente a tarefa de ganhar almas (Ez 3:16-21)
2. É urgente preparar “celeiros” para que o fruto permaneça.
* Faz parte da prudência preparar celeiros pela quantidade de frutos a colher.
V. O FUNDAMENTO DO EVANGELISMO
A. No plano redentor de Deus.
1. Já estava no plano divino o resgate da humanidade (Gn 3:15)
2. O resgate foi profetizado: “Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões; o castigo que nos traz a
paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados…” (Is 53:5)
B. O próprio desejo de Deus
1. Deus amou “o mundo” (Jo 3:16)
2. Cristo cumpriu o desejo de Deus (Lc 19.10)
* sendo obediente ao propósito de Deus (Is 53.7; Fp 2:8)
* ensinando-nos basicamente a obediência para a missão de ir (Mt 7:29; Jo 8:28)
* dando-nos o exemplo como sofredor, expiando os nossos pecados (I Pe 2:24)

VI. A FUNÇÃO DO ESPÍRITO SANTO NO EVANGELISMO


A. O triplo propósito do Espírito Santo no evangelismo (Jo 16:7-11)
“Todavia, digo-vos a verdade, convém-vos que eu vá; pois se eu não for, o Ajudador não virá a vós;
mas, se eu for, vo-lo enviarei. E quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do
juízo.”
B. O Espírito Santo opera na vida do pecador
* Opera a conversão, transformando pelo novo nascimento (Jo 3:3)
C. Deixar o Espírito ungir a mensagem, porque:
1. É uma responsabilidade falar da parte de Deus; necessitamos da Sua autorização, e a unção (Jr
23:29).
2. É uma necessidade receber conselho da parte de Deus, para ministrar ao pecador. Ao evangelizar
uma pessoa devemos ouvir de Deus para dar resposta às suas dúvidas e ansiedades.
3. É uma declaração de guerra ao diabo; evangelizar é resgatar almas presas (Ef 6:16,17).
“Mas, se é pelo Espírito de Deus que eu expulso os demónios, logo é chegado a vós o reino de
Deus. Ou, como pode alguém entrar na casa do valente, e roubar-lhe os bens, se primeiro não
amarrar o valente, e então lhe saquear a casa?” (Mt 12:28,29)
4. Satanás deseja guardar todas as almas para si mesmo; é nosso dever tirá-las das mãos do nosso
adversário (I Pe 5:8).
5. A igreja primitiva crescia pela acção do Espírito Santo na vida dos salvos; foi pela acção do Espírito
Santo que conseguiram vencer todos os obstáculos existentes na nova igreja (At 5:1-5).
D. Ser sensível à voz do Espírito Santo (At 8:29)
* O Evangelho é proclamado por homens espirituais:

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“Pois as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus, para demolição de
fortalezas; derribando raciocínios e toda a baluarte que se ergue contra o conhecimento de
Deus, e levando cativo todo o pensamento à obediência a Cristo” (II Co 10:4,5).

VII. A RESPONSABILIDADE DA IGREJA


A. A missão da Igreja é IR (SAIR), não ficar dentro das suas portas.
1. Fazendo discípulos (Mt 28:19)
2. Baptizando (Mc 16:15)
B. Para entendermos a missão da Igreja, temos de entender a missão de Jesus.
1. “Como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós” (Jo 20:21).
2. Ele nos envia ao “mundo” (Jo 3:16; 17:18).
3. Cristo nos envia ao mundo para servir (Mc 10:45).
4. Para servir, Jesus tomou a posição de servo; não será diferente connosco (Fp 2:7).
C. Não esperar que as almas venham (Lc 14:21)
* O evangelismo só se torna completo quando se vai; buscar almas e fazê-las permanecer (Jo 15:16).
D. Ir é uma responsabilidade
* Nós preparamos quando:
1. Aceitamos ficar em Jerusalém para receber o poder (Lc 24:49).
2. Nos revestimos de autoridade para ir (Mc 16:15-18).
E. Assumindo uma tarefa deixada por Cristo
1. Jesus veio buscar e salvar (Lc 19:10).
2. Jesus foi a Samaria; o texto diz que era necessário passar por Samaria (Jo 4:4).
3. Jesus entrou em Jericó; ia passando quando descobriu Zaqueu (Lc 19:1).
4. O evangelismo torna-se real quando assumimos andar pelo mesmo caminho que Jesus andou
(caminho dos pecadores; Lc 14:23); Jesus foi acusado de conviver com pecadores, mas mesmo
assim, cumpriu a vontade do Pai.
F. A igreja e a importância de ganhar almas
1. Ganhar almas é um dever da igreja (II Tm 4:2)
2. Ganhar almas é um privilégio da igreja (Jo 20:21)
3. Ganhar almas é uma obrigação da igreja (I Co 9:16)
4. Ganhar almas é um mandamento à igreja (Mc 16:15)
5. Ganhar almas é uma responsabilidade da igreja (Ez 33:7,8)
6. Ganhar almas é um desafio para a igreja (Mt 18:12,13)
7. Ganhar almas é uma condição de crescimento à igreja (At 2:47)

VIII. AS LEIS DA SEARA


Cinco leis que funcionam:
A. Lei da Provisão: Diz que precisamos de semente para semear (Is 55:10; Lv 8:11).
B. Lei da Acção: Colhemos se de facto lançamos a semente (Pv 12:11; Gl 6:9).
C. Lei da Natureza: Colhemos o que semeamos (Gl 6:7,8; Mt 7:16-20).
D. Lei da Proporção: Colhemos à medida que semeamos (I Co 9:6; Pv 11:24).
E. Lei da Oportunidade: Temos de colher senão perdemos a semente da seara (Jo 4:35,36; Pv. 10:5)

IX. OBSTÁCULOS À SUA EXECUÇÃO


A. Superficialidade
1. Uso de métodos que não alcançam o alvo desejado.
2. Nos viciamos a métodos que não funcionam.
B. Metas introspectivas
1. Olhar somente para a igreja, em suas actividades costumeiras, sem dar conta da necessidade de
ganhar almas.
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2. Finanças para diversos fins, menos para o evangelismo.
3. Actividade eclesiástica em demasia durante a semana, não restando tempo para o evangelismo.
C. Falta de planejamento
1. Planejamento do evangelismo colocado em segundo plano.
2. Falta de visão para seu planejamento.
D. Debilidade no compromisso
1. Não se comprometer com o evangelismo é uma das razões do seu fracasso.
2. Todos devem estar comprometidos com o evangelismo.
a. Para realizarmos o evangelismo é necessário um sério planejamento, comprometendo o
ministério e toda a igreja; fora deste contexto é dar golpes no ar.
b. A igreja deve assumir a responsabilidade por meio dos seus diversos sectores da igreja:
Escola Dominical, sociedade de senhoras, grupos corais, juventude, enfim, todos devem
assumir esta tarefa.
3. O evangelismo só se torna uma realidade quando:
a. A igreja se dispõe a pregar.
* Mensagens ungidas que venham ao encontro do pecador. O ministério de evangelista
que atrai pessoas a Cristo deve ser exercido na igreja--onde estão os evangelistas (Ef
4:11)?
b. A igreja se dispõe a orar.
* A igreja primitiva orava para evangelizar. Muitas das nossas igrejas estão paradas por
falta de oração. Uma das forças que acciona o evangelismo é a oração.
c. O ministério se dispõe a organizar.
* Uma administração que não se importa com o evangelismo pouco entende do reino de
Deus. Nosso dinheiro deve ser empregado no evangelismo e em sectores tais como
discipulado, Escola Dominical e construção de templos, que são sectores frutos do
evangelismo.
d. Todos se dispõe a fazer.
* Muitas pessoas que fazem de tudo, inclusive planos, falham quando não colocam os
planos em acção. Evangelismo é prática, não apenas planos.
4. Incentivo ao evangelismo
* Incentivar constantemente os adolescentes, os jovens e os adultos, apoiando-os nas suas
iniciativas, que visem a evangelização.
E. Falta de treinamento
* Devemos treinar pessoas para esta tarefa tão importante:
1. Patrocinando seminários sobre evangelismo;
2. Treinando líderes que executem evangelismo;
3. Escolhendo pessoas com um profundo amor pelo evangelismo.
F. Falta de oração
* A falta de oração bloqueia um pedido feito por Jesus.
“Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque andavam desgarradas e errantes, como
ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: Na verdade, a seara é grande, mas
os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a
sua seara” (Mt 9:36-38).
G. Preconceito contra pecadores
1. O que pensava Jonas?
a. Pensava que Deus era Deus de Israel, portanto não podia ser Deus de mais ninguém.
b. Quando Deus salvou os ninivitas Jonas ficou irado, indignado pelo zelo de Deus (Jn 4:2).
2. Os discípulos ficaram “maravilhados”
* Por Jesus estar falando com uma mulher samaritana (Jo 4:27)

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X. O ALVO DO EVANGELISMO
A. Mostrar ao pecador o que é o pecado
1. O pecado é a transgressão da lei de Deus (Sl 52:5; Lc 15:29).
2. É toda a injustiça (I Jo 5:17).
3. É a prática de coisas duvidosas (Rm 14:23).
4. Insultar a Deus por rejeitar a Cristo (Jo 16:8,9).
5. Errar o verdadeiro alvo (Rm 3:23).
B. Mostrar a universalidade do pecado.
1. O homem não é pecador porque peca, mas ele peca por ser pecador.
2. Todos são pecadores, porque todos pecaram (Rm 3:23; 5:12).
C. Mostrar as consequências do pecado
1. O pecado traz aflição e inquietação à humanidade (Is 48:22).
2. O pecado interrompe a comunhão com Deus (Is 59:2).
3. O pecado escraviza o homem (Jo 8:34).
4. O pecado conduz à morte eterna (Jo 3:18; I Co 6:9).
D. Mostrar o remédio ao pecador
1. O amor de Deus é o maior e melhor remédio para o pecador (Jo 3:16).
2. O sangue de Jesus Cristo é o agente da purificação (I Jo 1:7).
3. A Palavra nos limpa, nos preparando para a eternidade (Jo 15:3).
4. A Sua graça se manifesta para resgatar o homem do seu estado pecaminoso (Ef 2:5-8).
5. Suas mãos estão estendidas para levantar o mais vil pecador (Is 59:1).
6. Seu convite é medicamento para os cansados e oprimidos (Mt 11:28).
E. Mostrar ao pecador o que necessita fazer
1. Crer no Senhor Jesus para ser salvo (At 16:31; Rm 10:9,10);
2. Arrepender-se de todo o pecado (Ez 18:31; Is 5:7);
3. Confessar os seus pecados (I Jo 1:9);
4. Entregar sua vida a Jesus (Jo 1:12);
5. Confiar nas promessas da vida eterna (Jo 5:24);
6. Ir a Jesus, não importa a situação.
a. Zaqueu procurou conhecer Jesus (Lc 19:3).
b. Nicodemos foi ter com Jesus (Jo 3:2).
F. Mostrar o que Deus faz
1. Deus perdoa o mais vil pecador (I Jo 1:9; Is 1:18);
2. Deus redime o pecador (I Pe 1:18; Ef 1:7);
3. Deus regenera o pecador (Jo 3:3; II Co 5:17);
4. Deus reconcilia o pecador (Rm 5:10).

XI. EVANGELISMO PESSOAL


A. O que faz o evangelismo pessoal?
1. Atende às necessidades pessoais.
* O evangelismo pessoal atende particularmente a todas as ansiedades e dúvidas do pecador.
2. É um confronto directo com o pecador.
3. É um dos meios de comunicação eficaz por ser cara a cara, não exigindo um intermediário.
4. O evangelismo pessoal adapta-se a todas as culturas por ser um veículo de comunicação verbal.
5. Adapta-se às condições espirituais de qualquer pessoa; o homem em si é um problema.
6. Promove mais rapidamente o crescimento da igreja.
7. Desperta maior interesse de quem ouve.
B. Como organizar o evangelismo pessoal
1. Capacitar os crentes com a Palavra de Deus.
2. Torná-los conscientes deste grande responsabilidade.

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3. Organizar a ponto de envolver todos os crentes, não lançando esta responsabilidade sobre um
grupo. Neste sentido a conscientização evangelística é um dos fundamentos para o progresso
desta tarefa.
C. Onde realizar o evangelismo pessoal
1. Nos lares, por meio de células, grupos familiares (At 20:20)
2. Nos transportes: Filipe evangelizou o eunuco, um alto funcionário de Candace, rainha dos etíopes
(At 8:27,30).
3. Nos locais de trabalho, seja ele onde for. Com sabedoria o salvo deve evangelizar seu colega de
trabalho.
4. Nos hospitais. É um óptimo lugar para falar do poder de Cristo; as pessoas estão em extrema
necessidade, precisando de consolo e de cura para seu corpo.
5. Nas prisões. A igreja deve evangelizar, alcançando todas as massas da sociedade, inclusive os
presos. Paulo evangelizou na prisão (At 16:30).
D. Regras de ouro para o evangelismo pessoal
1. Seja você! Seja natural!
* Sinceridade vale muito, mas cuidado que sua vida seja consoante com aquilo que você fala.
2. Seja positivo!
* Se atacarmos a posição, a fé ou a prática da pessoa a ser evangelizada, já perdemos a
possibilidade de ganhá-la para Cristo.
3. Seja pronto para ouvir!
* Saiba dialogar e fuja à pregação. Assim levaremos a pessoa connosco passo a passo durante
a nossa palestra.
4. Seja humilde!
* Mostre que você e ele dependem da Palavra de Deus.
5. Seja alerta!
* Sua experiência pessoal pode ter sido semelhante a da pessoa a ser evangelizada.
Testemunhe daquilo e de como Cristo ajudou você.
6. Seja compreensivo!
* A outra pessoa pode ter dúvidas e receios. Tente entender e explicar a resposta bíblica,
estendendo a sua mão de amor.
7. Seja paciente!
* Muitos não recebem o Evangelho à primeira vista. Alguns querem nos irritar.
8. Seja cortês!
* A pessoa a ser evangelizada ainda não percebe sua necessidade e nem a nossa
responsabilidade em evangelizá-la. Deixemos um cheiro suave de Cristo e não a impressão de
que não temos educação.
9. Seja urgente!
* Jesus é o único Salvador e o salário do pecado é a morte.
10. Ame a pessoa!
* Não queremos que ele se perca, nem que não saiba o único caminho, ou seja ofendido por
uma palavra inoportuna (I Co 13:4-8).

XII. O EVANGELISMO EM MASSA


A. Sua preparação: organizar comissões
1. Comissão de divulgação
a. Publicidade: folhetos distribuídos com fartura a toda a população.
b. Convites especiais: neste convite devemos incluir as autoridades locais.
c. Faixas e cartazes feitos por pessoas com capacidade; estes devem ser atraentes para
chamar atenção da população.
d. Divulgação pelo rádio: o anúncio deve ser bem objectivo, mostrando ao ouvinte a sua
necessidade e a solução para seu problema.
e. Publicidade nos jornais: um anúncio no jornal divulgará com mais precisão, atingindo um
grande número de leitores.
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f. Propaganda verbal: equipes de jovens devem sair com antecedência ao local da campanha
com faixas e cartazes anunciando o grande evento.
2. Comissão de discipulado
* Está encarregada de organizar o discipulado, criar condições para receber o novo convertido.
a. Preparar pessoal para atender os novos convertidos, anotando nomes e endereços.
b. Se não existe um plano bem elaborado para cuidar dos novos convertidos, em vão será
realizar uma grande cruzada.
c. Preparar classes organizadas por sectores.
d. Certificar-se que existem condições para acompanhar os novos convertidos com pessoal e
material.
3. Comissão de finanças
* Está encarregada de procurar patrocinadores para a cruzada. Numa cruzada evangelística
existem despesas de material, aluguer de aparelhos sonoros, combustíveis e outros.
4. Comissão técnica de som
* É a escolha de pessoal que realmente entende de aparelhos sonoros.
5. Comissão de intercessão
* Este grupo deve envolver toda a igreja em oração, motivando intercessão pelas almas presas
pelo pecado e toda a sorte de feitiçaria, para Deus ungir o pregador, e por todas as actividades
da cruzada.
a. A preparação espiritual é, antes de tudo, a edificação dos santos.
b. É impossível realizar com êxito uma campanha de evangelização sem fervor espiritual.
c. Entrando em oração em casa e no templo, com grupos específicos de oração.
d. O motivo principal é interceder pela campanha, orar pelo pregador e pela salvação das almas.
e. Grupos de intercessão para libertação das almas presas por acções de demónios.
B. No dia da campanha
1. Iniciar no horário previsto.
2. Não deixar lacunas no programa.
3. Preparar o som com antecedência, evitando os atropelos de última hora.
4. Não enfadar os ouvintes com histórias e músicas; o programa dever ser atractivo.
5. Normalmente as mensagens evangelísticas não são prolongadas.
6. Os anúncios devem ser breves.

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DISCIPULADO
I. OBSTÁCULOS À SUA FORMAÇÃO
A. Falta de organização da igreja local
1. Debilidade no crescimento--porque?
a. Descentralização de métodos bíblicos (At 2:41-44)
* Como igreja de Cristo temos negligenciados os princípios fundamentais que transformam
a igreja evangélica numa igreja evangelística. A igreja evangélica tem título, a igreja
evangelística tem acção. Ela trabalha em favor do crescimento por meio do discipulado.
b. Não dar prioridade ao discipulado (At 20:20).
c. Adiar a organização, deixando para mais tarde.
2. Enquanto não se organizar o discipulado e colocá-lo em prática, dificilmente teremos crentes
maduros para exercer os mais diversos tipos de ministérios.
3. Justamente pela facilidade de dispersão das ovelhas, é necessário de quem as cuide, o discipulado
edifica e ajuda os novos convertidos a se pautarem pela Palavra de Deus (Jo 10:12,13). Que
Deus nos ajude a não fazermos o papel de mercenário.
B. Falta de estrutura da igreja local
1. Necessitamos de pessoal capacitado para ministrar aos novos convertidos.
2. Essencialmente devemos atingir três grupos de não discipulados na igreja:
a. Os novos convertidos: os que acabaram de decidir a servir a Cristo e ficar na igreja
b. Os antigos crentes: já estão na igreja e não são atingidos pelo discipulado
c. Os que tomam uma decisão, mas não voltam à igreja.
3. Uma organização para discipular envolve:
a. Pessoal chamado por Deus para desenvolver um ministério entre os novos convertidos.
b. Material especialmente elaborado que venha ao encontro das suas necessidades, e que seja
de fácil assimilação.
c Estrutura adequada para receber os novos convertidos de diferentes classes sociais.
Salas e cadeiras são essenciais à estrutura de uma igreja local.
C. Falta de motivação
1. Não devemos ficar desanimados quando nos falta condições para desenvolver o discipulado.
2. Duas fontes de motivação:
a. A Palavra de Deus: nos dá o motivo certo para discipular (Mt 28:19). A Palavra nos anima,
incentiva e encoraja a cumprir esta grande tarefa.
b. A oração: nos dá força para agirmos a favor da edificação dos novos convertidos. Em horas
difíceis teremos um refúgio em oração (Sl 126:5,6).
v. 5: Os que semeiam em lágrimas, com cânticos de júbilo segarão.
v. 6: Aquele que sai chorando, levando a semente para semear, voltará com cânticos de júbilo,
trazendo consigo os seus molhos.
D. Ataques dos agentes das trevas
1. Tudo o que é de Deus sofre oposição. Temos de lutar a favor dos novos convertidos.
2. Discipular é retomar uma posição perdida por causa da nossa negligência.
3. Como soldados de Cristo não devemos temer aos ataques de Satanás. Temos poderosas armas
contra este terrível agente das trevas (Ef 6:17).

II. DISCIPULAR É UMA PRIORIDADE


A. Jesus é o maior exemplo
1. Ele formou discípulos para executarem o reino de Deus.
2. Jesus os chamava, e os capacitava (Mc 1:17).
3. Diz que os discípulos permaneciam na palavra (Jo 8:31).
4. Por meio dos discipulados podemos colher frutos (Jo 15:8).
5. Quando havia falta de homens Ele os chamava.
6. Quando havia problemas financeiros Ele os supria.
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7. Quando havia problema de instrução Ele ensinava.
B. Cristo tinha alvos no discipulado
1. Nunca ninguém conseguiu tantos resultados em tão pouco tempo.
2. Ele montou uma estratégia tão eficaz que causou um tremendo impacto, vivido por nós até hoje.
3. Jesus não estava tão ocupado com as pessoas que não podia planejar estratégia de discipulado.

III. DISCIPULAR É UM DEVER


A. Temos responsabilidades em edificar
1. Criar raízes nos novos convertidos, edificar por meio de discipulado dinâmico.
* Construímos uma base sólida na vida do novo convertido quando o ensinamos a dar os
primeiros passos na vida cristã.
2. Devemos ver (analisar) como estarmos edificando (I Co 3:10)
a. Ver ou analisar de forma profunda e não superficial. De nada vale saber que existe
necessidade de organizar o discipulado; é necessário fazê-lo funcionar.
b. Quando analisamos de forma profunda, reconhecemos nossa fraqueza em relação ao
trabalho que deve ser feito.
3. Existe uma necessidade urgente de organizar o ensino ao novo convertido.
4. Será possível organizar o discipulado, quando a igreja decide envolver-se com a organização. Igreja
é todo o corpo de Cristo.
5. Existe uma profunda mudança quando a igreja se envolve na organização, com o fim de estruturar,
resgatando a forma bíblica de discipular. Mudanças:
a. No número quantitativo de pessoas que decidem seguir a Jesus
b. Pelo facto de termos obreiros treinados e capacitados para ajudar os novos convertidos.
c. No sector administrativo da igreja.
d. No sector financeiro da igreja. A igreja deve empenhar-se em dar capacidade de resposta ao
discipulado, principalmente em material aos professores e novos convertidos, bem como
em construir diversos templos para abrigar as novas almas.
B. Três elementos-chave do discipulado
1. Uma visão bíblica de discipular:
a. O pastor juntamente com o ministério devem ter visão para pôr o discipulado a funcionar.
b. O discipulado funciona quando existem olhos abertos (Jo 4:34-36)
v. 34 “Disse-lhes Jesus: A minha comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e completar
a sua obra.”
* Discipular é uma “comida”, um compromisso sério da igreja evangelística
v. 35 “Não dizeis vós, Ainda há quatro meses até que venha a ceifa? Ora, eu vos digo: levantai
os vossos olhos, e vede os campos, que já estão brancos para a ceifa.”
* Levantar os olhos pela razão (ao baixá-los, tiramo-los da direcção, do alvo de Deus)
v. 36 “Quem ceifa já está recebendo recompensa e ajuntando fruto para a vida eterna; para que
o que semeia e o que ceifa juntamente se regozijem.
* O que ceifa, recolhe frutos, causando grande alegria pelo facto de estarem cumprindo
com o imperativo de Jesus, fazei discípulos
* Semear é colocar a Palavra no coração do homem, envolve um trabalho evangelístico
* Ceifar é o acto de armazenar, envolve o sistema logístico, é o discipulado em acção.
2. Uma organização bíblica para discipular
* Partindo do princípio de que existe uma visão da necessidade de discipular, cabe ao ministério
concentrar forças para a organização do mesmo.
3. Uma organização para executar
* Começar a executar: de nada vale um esforço, uma visão, uma palestra sobre discipulado sem
meios executivos.
C. Os dois imperativos apontam para responsabilidade
1. Ide e pregai (Mc 16:15): Responsabilidade em divulgar o Evangelho, Evangelizar
2. Ide e ensinai (Mt 28:19): Responsabilidade em Discipular

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D. Um edifício exige fundamento (I Co 3:14)
1. A fundação de um edifício exige planejamento (Mt 7:24)
2. Envolve trabalho, esforço (Mt 28:19)
3. Uma obra permanecerá em função do seu bom fundamento.
4. A finalidade do discipulado: treinar para edificar, organizar para criar raízes nos novos convertidos
(Cl 2:7).

IV. O CRESCIMENTO DO NOVO CONVERTIDO


A. Seu crescimento tem envolvimento (Mt 13:30)
1. O joio nasce com o trigo. O novo convertido deve ser edificado e moldado pelos princípios
fundamentais da Palavra de Deus. Aprender a viver com o joio. Orientar o novo convertido que nem
todos os que dizem “Senhor, Senhor,” são salvos.
2. Muitos dos novos convertidos, ao experimentarem o novo nascimento, isolam-se do seu meio
ambiente. O novo crente deve ser ajudado para poder conviver dentro do seu contexto social e
cultural, sem afectar a sua vida espiritual.
3. Jesus orou para nos livrar do mundo, não nos tirar do mundo (Jo 17:15).
4. O discipulado procura dar ao novo convertido uma visão clara de que, estando em Cristo, nada o
poderá separar da salvação.
B. A boa fonte consolida a vida do novo convertido
1. Deus é a fonte que gera crescimento na vida do novo crente. Não incutir sabedoria humana e sim
dar Deus pela Sua Palavra ao novo convertido (Cl 3:6; Sl 1:3).
2. O crescimento envolve atender o apelo de Deus (I Pe 2:1,2)
“Deixando, pois, toda a malícia, todo o engano, e fingimentos, e invejas, e todas as murmurações,desejai
como meninos recém-nascidos, o puro leite espiritual, a fim de por ele crescerdes para a salvação.”
3. Jesus nos ensinou a verdadeira fonte (Jo 4:10-14)
“Respondeu-lhe Jesus: Se tivesses conhecido o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe
terias pedido e ele te haveria dado água viva. Disse-lhe a mulher: Senhor, tu não tens com que tirá-la, e o
poço é fundo; donde, pois tens essa água viva? És tu, porventura, maior do que o nosso pai Jacó, que nos
deu o poço, do qual também ele mesmo bebeu, e os filhos, e o seu gado? Replicou-lhe Jesus: Todo o que
beber desta água tornará a ter sede; Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede; pelo
contrário, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna.”
4. O alimento dado ao novo convertido deve ser extraído de uma fonte limpa (II Pe 2:17).
5. O novo convertido é considerado um “menino”; necessita de princípios fundamentais para viver pela
fé (Hb 5:12).
C. Crescemos pela formação
1. O crente deve ser formado em Cristo (Gl 4:19)
2. Paulo apela para uma transformação ainda mais sublime e sincera dos Gálatas.
3. Paulo pediu que os irmãos estivessem arraigados e fundados em amor (Ef 3:17,18).
D. Três princípios a serem seguidos na formação
1. Devemos ensinar o que devem comer (I Pe 2:2)
2. Devemos ensiná-los a se protegerem; são muitas as seitas que tentam arrastar o rebanho ao
abismo.
3. Ensinar o que devem fazer na vida cristã (I Ts 2:11,12).
E. Fazê-los entender a transformação (II Co 5:17)
1. O novo convertido deve entender que uma nova pessoa está sendo formada nele; tudo é novo,
diferente (Rm 8:1-4).
2. Sua mente está passando por uma renovação (Rm 12:2).
3. Paulo diz que esta nova vida é um processo contínuo (II Co 3:18).
4. Uma nova vida será vivida pelo novo convertido. A definição bíblica: um estado de glória (doxa),
reputação (kãbôd), honra, novo respeito.

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5. O ambiente influencia a formação do novo convertido. Ao chegar à igreja ele deve participar num
grupo, senão será tentado a voltar ao seu antigo modo de vida. A verdadeira formação integra o
elemento.
F. O crescimento tem ascendência
1. O novo convertido cresce como a palmeira (Sl 92:12).
2. O novo convertido cresce em força (Sl 84:7).
3. Cresce até que seu progresso seja manifesto (I Tm 4:15).
G. O crescimento envolve espaço
1. O novo convertido deve crescer na graça e no conhecimento da Palavra.
2. Deve crescer preparado para testemunhar da sua fé.
3. Crescer num ambiente de fervor espiritual.
4. Por vezes estes ambientes devem ser preparados para a vivência do novo convertido.
5. O discipulado abre portas para o crescimento do novo convertido. Espaço para testemunhar e
participar, fazer algo a favor do reino de Deus.
H. O crescimento aperfeiçoa
1. Este aperfeiçoamento nos leva a uma vida de pureza (Mt 15:3).
2. Nos leva ao ajuste no reino de Deus (Ef 4:17,18).
3. Nos leva ao abandono das coisas que não prestam (Ef 4:22).
4. Nos leva a renovação (Ef 4:23).

V. CRIANDO FILHOS ESPIRITUAIS


A. Dar a conhecer o novo convertido:
1. Sua paternidade: Somos filhos de Deus mediante a declaração da Palavra de Deus (Jo 1:12).
* Nós não fizemos, Deus nos deu este direito (Sl 100:3).
2. Sua formação: Mediante a Palavra para uma nova vida (I Pe 1:18).
3. Somos herdeiros: Deus tem em nós a herança da Sua glória (Ef 1:18).
B. Necessidade de ensiná-lo
1. É urgente a tarefa de ensinar o novo convertido o que ele é no reino de Deus.
2. Dar a conhecer o seu novo viver (Gl 2:20)
3. O novo convertido deve entender que representa o reino de Deus (Ef 4:1); ele tem
responsabilidades para com Deus e para com a igreja.
C. Três fases na vida de um novo convertido
1. A primeira fase é a da conversão.
* Na primeira fase ele é envolvido por uma transformação; envolve abandono das trevas e das
correntes do pecado (Jo 8:32-36). É aqui que aceitamos o convite de Cristo (Mt 11:28).
2. A segunda fase é a da debilidade (fraqueza).
* Muitas coisas lhe vêm à mente. Necessita de tutores na fé, o apoio por visitas e um curso
básico que lhe introduza no reino de Deus.
3. A terceira fase é a da firmeza.
* Nesta fase já pode andar sozinho. Seu crescimento dá-se pela busca a Deus e conhecimento
da Sua Palavra.

VI. A ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL


A. Organizar o corpo docente
1. Devemos seleccionar pessoal e capacitá-lo mediante a Palavra de Deus.
2. Responsabiliza-los para edificar a vida dos novos convertidos.
3. Estes professores devem ter experiência e maturidade para ministrar aos novos convertidos.
4. Devem ter noção da Palavra de Deus para ensinar somente a verdade (II Tm 2:15).
B. Organizar o currículo
1. Quais as matérias a serem leccionadas?

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2. Qual o espaço de tempo que deve ser ministrado?
3. Como adquirir o material a ser leccionado?
4. Qual o seu custo?
C. A organização funcional
1. É muito importante organizar o local onde se vai ministrar o discipulado.
2. O local é o ponto de referência ao desenvolvimento espiritual do novo convertido.
3. O local deve ter condições para receber o novo crente, incluindo:
* espaço físico, ventilação, comodidade, ao ponto de atrai-los.
D. Organizar uma secretaria funcional
* A função do secretário é organizar um arquivo contendo todos os papéis referentes ao discipulado, a
saber:
1. Ficha do novo convertido;
2. Modelo da carta dado ao convertido no dia da sua decisão;
3. Prestação de um relatório de todas as actividades do discipulado em seu núcleo.
E. Avaliação do seu desenvolvimento
* Deve-se manter os olhos no desenvolvimento dos discipulados, tendo em consideração o seguinte:
1. Avaliar se os alvos estão sendo atingidos;
2. Avaliar o cumprimento das tarefas;
3. Mudar de método quando se avalia que o actual não se desenvolve.

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A FAMÍLIA CRISTÃ

INTRODUÇÃO
Sabemos que a família cristã assume o papel de preservar os preceitos de Deus diante da sua geração. As
mudanças sociais, económicas, políticas e culturais, às quais está sujeita nossa geração, não devem afectar a
Igreja de Jesus Cristo. É dever da Igreja manter a família unida em torno da Palavra de Deus.
Devemos entender que a família foi constituída por Deus. Não devemos aceitar a teoria de que ela procede
de uma fonte animal. No meio da manifestação do poder do pecado, a família é defendida por Deus, por meio da
Sua Palavra. A Bíblia mostra um modelo divino que deve ser seguido pela família. Fugindo deste modelo estaremos
fugindo do plano de Deus, atraindo sérias consequências do pecado.
A família deve ser uma bênção para esta geração, sendo uma testemunha para o mundo em que vivemos.
Ainda que rodeada de problemas, a família aprende em Cristo a vencer todas as barreiras.

I. A ORIGEM DA FAMÍLIA
A. A família planejada por Deus (Gn 2:18)
1. A família nasceu da mente divina; não foi um cientista que a planejou.
2. O homem e a mulher foram feitos pelo plano divino (Gn 1:26; 2:18-25).
3. As provas deste planejamento estão nas seguintes razões:
a. Deus transmitiu da Sua própria vida para o homem, soprando nas suas narinas o fôlego de
vida (Gn 2:7).
b. Deus delegou responsabilidade ao homem dizendo: da árvore do conhecimento do bem e do
mal não comerás (Gn 2:16,17).
c. Deus deu liberdade ao homem; não o fez uma pessoa sem raciocínio, sem opção de escolha
(Gn 2:17).
4. Na actualidade os agentes das trevas têm procurado a todo o custo abalar a família. Satanás tem
procurado destruir, matando e roubando a paz, a felicidade e a harmonia do lar. Sua função é
destruir tudo o que é bom, puro e correcto (Jo 10:10).
B. Três aspectos relacionados com o casamento
1. O casamento é desejado por Deus.
a. Deus deseja que os homens se casem (Hb 13:4).
b. Deus mesmo preparou as condições para este casamento (Gn 2:18).
c. Deus deu requisitos para este casamento (I Tm 3:12).
d. Deus deu leis que dirigem o casamento (Rm 7:1,2; I Tm 5:14).
e. Deus ligou dois polos no casamento (Gn 2:23,24).
f. O primeiro plano de Deus em relação ao homem foi dar-lhe uma companheira; outro
pensamento que não obedeça o pensamento divino deve ser repudiado. Incluimos aqui o
falso conceito de que a mulher é um objecto para uso sexual e procriativo.
2. O casamento é uma determinação divina.
a. O casamento é determinado para cumprir dois grandes propósitos:
* para união matrimonial (Gn 2:23);
* para que o homem não esteja sozinho (Gn 2:18).
b. O casamento é determinado para recreação (prazer sexual, mantido dentro do matrimónio; I
Co 7:4,5).
* Por natureza e por mandamento bíblico, tanto o homem como a mulher necessitam um
do outro para satisfazer seu instinto sexual.
* O sexo deve ser mantido dentro do casamento. Paulo usa a expressão “incontinência da
carne”. Incontinências são actos involuntários, actos criados pela natureza própria do
homem. São dominados e nunca exterminados (Rm 8:7,8).
c. O casamento é determinado para procriação (Gn 1:28).
* O casamento é o único meio legal desta determinação.
3. O casamento é defendido por Deus.
a. Judicialmente o casamento é um contrato, podendo ser anulado (Mc 10:2-12).

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b. À luz da Bíblia o casamento é indissolúvel (Mt 19:5,6; 5:31).

* A razão do anulação é a dureza do coração humano em rejeitar os princípios de Deus


(Mc 10:5,9).
c. Cabe à Igreja defender o casamento à base da Palavra de Deus.

A defesa do casamento exige quatro elementos chaves:


1. Sacrifício: Uma família não será abençoada sem algum sacrifício. O perdão, deixar de
sustentar uma vaidade, amar, são deveres que exigem sacrifício (Jó 1:5).
2. Compreensão: A cada dia na vida surgem novos problemas. Cabe ao casal ter
paciência para resolver seus problemas.
3. Responsabilidade: A defesa do casamento exige senso de responsabilidade; não se
cumpre o matrimónio sem responsabilidade (Gn 2:15).
4. Obediência: Cuidado para não atrair lutas e dissabores ao lar por meio da
desobediência a Deus.

II. O LAR CRISTÃO: RELACIONAMENTO COM DEUS


A. O Relacionamento “Deus e Lar”
1. Deus deve ser a base do lar cristão (Mt 22:36-38)
2. Os preceitos divinos devem estar estabelecidos no lar (Dt 31:12)
3. Um lar sem os alicerces de Deus pode causar desmoronamento em toda a família.
4. Um lar sem Deus é um lar sem alegria, sem comunhão, sem entendimento.
B. Exemplos de Relacionamento entre Deus e a Família
1. O relacionamento entre Deus e o lar de Noé
a. Noé obedecia a Deus (Hb 11:7).
b. Noé importava-se com Deus (Gn 8:20).
2. O relacionamento entre Deus e o lar de Jó
a. Jó mantinha sua comunhão com Deus (Jó 1:20,21).
b. Jó mantinha-se fiel ao seu Deus (Jó 1:1).
c. Jó cultuava a seu Deus (Jó 1:5).
d. Essas atitudes faziam de Jó um servo exemplar (Jó 1:1).
3. O relacionamento entre Deus e o lar de Abraão
a. Abraão acreditava no seu Deus (Gn 12:4).
b. Abraão obedecia a Deus (Gn 22:1,5).
c. Abraão temia a Deus (Gn 22:12).

III. O LAR CRISTÃO: COMUNICAÇÃO


A. O que é comunicação
* Comunicar é o acto de transmitir ou receber uma mensagem.
B. A comunicação no lar
1. Os pais devem manter um canal de comunicação entre eles, e devem comunicar com os filhos. O
bloqueio comunicativo no lar causa acúmulo de problemas.
2. Resolver os problemas quando acumulados é tentar apagar fogo com gasolina. O casal deve manter
um canal de comunicação para que seus problemas sejam resolvidos no dia a dia.
3. Muitas são as fontes de comunicação
a. Visitas aos parentes e aos amigos
b. Meios de comunicação tais como: rádio, televisão, jornais e revistas.
c. Cabe a nós uma séria advertência sobre os meios usados na actualidade para cortar a
comunicação entre os da família. O diálogo é de suma importância para a sua edificação.
d. Cuidado que os amigos e parentes não sejam mais importantes que os da sua casa. Existem
pessoas que preferem a televisão, outras uma conversa com os amigos, em substituição
ao diálogo com a esposa e filhos.
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C. Maneiras de interpretação
1. O que quero comunicar
a. Nossa comunicação deve ser clara, revelando a realidade dos factos.
* Quando escondemos nossos problemas armazenamos angústia, solidão, crueldade.
b. Paulo nos ensina a ser uma carta aberta.
* Seja sincero com seu cônjuge; por vezes falar constituiu um grande obstáculo que
necessita de ser vencido.
2. O que seu receptor está ouvindo
a. Nem tudo o que fgalamos é o que osso receptor está entendendo.
b. Por vezes a ira ou conflito faz com que entendemos coisas que não foram faladas.
c. Por vezes os demónios trocam palavras no ouvido do receptor, aumentando ainda mais o
problema.
D. Os quatro níveis de comunicação
1. Conversa superficial
* Este é o tipo de conversa rotineira, forma de cumprimentos (bom dia, boa tarde). Este tipo de
comunicação não serve para um bom relacionamento familiar. Tanto o esposo como a esposa
não devem se conhecer a este nível; um casal com este nível de comunicação nunca conhecerá
o amadurecimento de uma vida conjugal sadia e evolutiva.
2. Conversa expondo meus sentimentos
a. Neste tipo de conversação falamos o que sentimos; estando certo ou errado, abrimos o que
está dentro. Não existe um depósito, mas fala o que sente. Normalmente este tipo de pessoa
é sincera.
b. Principalmente o homem deve respeitar o sentimento feminino. A mulher é mais afectiva, o
homem sendo mais racional.
3. Conversa relatando factos
* Neste tipo de comunicação não falamos o que sentimos; não existe uma abertura para um
relacionamento mais profundo. Aqui aparecem três obstáculos: o medo, a vergonha e o orgulho.
Estes são três grandes inimigos para um bom relacionamento.
4. Conversa verdadeira
* Este tipo de comunicação deveria tomar prioridade no nosso lar. É o tipo de comunicação que
poucos têm coragem de ter, pois exige três elementos: sinceridade, coragem e maturidade.
E. Problemas comunicativos
1. O silêncio de ambos os lados
* Quando os dois lados ficam em silêncio os problemas ficam agravados pela falta de um
rompimento do silêncio. O silêncio na vida do casal é como um balão de ar armazenado: a
pressão do ar o faz explodir. A paciência é a arma para iniciar uma conversa. Temos de
enfrentar os problemas; devemos ter consciência dos factos. Uma vez accionado o diálogo por
uma das partes, o rompimento do silêncio será inevitável. Quando isso acontece o início de um
novo relacionamento começa a brotar.
2. Comunicação de um lado
a. Por vezes um deseja comunicar e enfrenta o bloqueio do seu receptor.
b. Devemos quebrar o bloqueio comunicativo analisando a sua causa: Porque o outro não
comunica? Falta de sinceridade? Falta de confiança? Onde está localizado o problema?
3. Comunicação indirecta
a. A comunicação indirecta é quando se usa terceiros.
b. Dentro da cultura quais seriam os meios usados para esta comunicação? Seria certo ou
errado comunicar por meio de terceiros?
c. O casal deve ter maturidade para resolver seus problemas. Leve o problema ao líder da igreja
quando não há possibilidade de se resolvê-los.
F. O companheirismo e o diálogo
1. Devem ser mantidos à base de sinceridade.
2. Devem ser mantidos à base de respeito.
3. Devem ser mantidos à base de paciência.
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IV. O LAR CRISTÃO: COMPONENTE DE AMOR (I Co 13:1-13)
A. Definições de amor
1. O que é o amor: sofredor, benigno, crê, espera, verdadeiro e justo.
2. O que não é amor: invejoso, interesseiro, irritador.
3. O amor deve ser cultivado no coração de cada componente da família; sem amor tudo falha (I Co
13.2).
B. O amor em suas quatro formas
1. Amor EROS
a. O amor eros é a atracção física, o amor instintivo. O amor instintivo não é errado, porém se
reinar sozinho torna-se puramente interesseiro. É legítimo quando mantido dentro dos
seus limites.
b. Existe uma designação para o amor instintivo que se chama akrasia que é a falta de controlo
(I Co 7:5; II Tm 3:3).
c. Temos dois exemplos de amor eros:
* Salomão amou muitas mulheres (I Rs 11:1); a esposa de Potifar amando José (Gn 39:7-10)
2. Amor STORGE
a. Storge é o amor romântico.
b. O amor storge une vidas e corações e não apenas corpos; este amor é afectivo e comunica
ao ser amado.
c. O amor afectivo exige disciplina, lealdade, respeito e dignidade.
3. Amor PHILEO
a. O amor phileo é o amor fraternal; é amigo.
b. A palavra “filantrópico” vem de phileo, fraternal. É o tipo de amor comunitário, patriótico,
cívico.
c. No meio familiar é necessário este tipo de amor: sua esposa e seus filhos devem ser seus
amigos (Jo 15:12). Devemos fazer amigos, iniciando pelo lar.
4. Amor AGAPE
a. Agape é o amor divino, e Deus é a personificação deste amor (I Jo 4:16).
* Cristo é o exemplo deste amor (Jo 3:16).
* A perfeição é a descrição deste amor (I Co 13:1-13).
b. Deus deseja que este amor esteja entrelaçado no seio familiar: amor agape entre esposo e
esposa, filhos e pais, pois este amor habitando em nós é sinal de nova vida (I Jo 3:14).
c. Veja que amar a esposa com amor agape não é uma opção, mas é um mandamento que por
sinal não deve ser rejeitado (Ef 5:25).
d. Qual seria o mandamento mais forte e difícil de ser cumprido neste sentido: “ser submissa ao
marido” ou “amar a esposa como Cristo amou a Igreja”?

V. O PADRÃO DIVINO PARA O ESPOSO


“Vós, maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para a
santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem
mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível. Assim devem os maridos amar a sua própria
mulher como a seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher ama-se a si mesmo. Porque nunca ninguém aborreceu a
sua própria carne; antes, a alimenta e sustenta, como também o Senhor à igreja; porque somos membros do seu
corpo. Por isso, deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e serão dois numa carne. Grande é este
mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja. Assim também vós, cada um em particular ame a sua própria
mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido.” Ef 5:25-33
A. O esposo como porta-voz de Deus
1. O porta-voz está encarregado de anunciar os ensinos de Deus à sua família.
2. As actividades de esposo porta-voz:
a. Ensina pela Palavra.
b. Sabe comunicar a Palavra.
c. Prática do culto doméstico envolvendo: leitura bíblica, oração, adoração, intercessão.

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d. Leva sua família à igreja.
3. Veja a preocupação de um esposo porta-voz:
a. Abraão e Noé, dois homens que deram prioridade ao altar (Gn 12:9; 8:20).
b. Em todas as circunstâncias da vida o esposo assume esta importante tarefa, ora levando sua
família a interceder pelas necessidades, ora levando sua família a agradecer a Deus
pelas bênçãos recebidas.
B. O esposo como provedor
1. O sustento do lar (Gn 3:19)
2. O homem não deve lançar sobre a mulher esta responsabilidade, pois cada qual cumpre uma
função diferente na família.
3. Seria sensato dizer que em caso de aperto financeiro a esposa podia apoiar a família, mas que isso
não fosse uma regra e sim uma excepção.
4. Fugir desta responsabilidade não é uma virtude (Pv 19:15; Ec 10:18).
5. Existe uma analogia que deve ser avaliada (I Tm 5:8).
6. O casamento é uma responsabilidade onde as duas partes devem cumprir o que é acordado pela
Bíblia.
C. O esposo como líder em seu lar
1. O líder delega responsabilidades
* Na família todos têm uma responsabilidade; pais e filhos cumprem um propósito no lar.
2. O líder mantém a unidade na família
* Um dos deveres do pai é manter a unidade no lar; sem união não existe bondade e suavidade
(Sl 133:1).

3. O líder planeja
* Nunca pense em planejar sozinho; uma família existe para viverem juntos, planejar, discutir as
prioridades e encontrar soluções para seus problemas.
4. O líder possui autoridade de líder
* Sem uma sábia liderança seu lar será destruído. Cabe ao esposo assumir a responsabilidade
de liderar seu lar.
D. O esposo como consultor
1. O esposo consultor é aquele que procura sua esposa para um planejamento de uma compra.
* Deus deu ao homem uma adjutora idónea (Gn 2:18). É bom lembrar que casamento é feito por
pessoas que têm responsabilidades.
2. O homem por mais sábio que seja não é dono da razão.
a. Diz o pregador que onde não há conselhos, os planos saem errados (Pv 15:22).
b. Um dos erros de Pilatos foi não ouvir o conselho da sua esposa (Mt 27:19).

VI. O PADRÃO DIVINO PARA A ESPOSA


“Vós, mulheres, sujeitai-vos a vosso marido, como ao Senhor; porque o marido é a cabeça da mulher, como também
Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo. De sorte que, assim como a igreja está sujeita a
Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo sujeitas a seu marido.” Ef 5:22-24
A. A esposa como auxiliadora
1. Auxiliadora no sentido afectivo
* Neste sentido a esposa faz do homem um ser inteirado ou completo; seu amor, sua maneira
de ser e sua atenção pelo lar fazem da família um lar feliz. Quantas mulheres estão derrotando o
seu próprio lar por não cumprir o seu papel de auxiliadora?
2. Auxiliadora no sentido social
* A esposa pode contribuir para manter a imagem do seu esposo diante da sociedade e da
igreja; neste sentido a sociedade vê o esposo do jeito que ela lhe trata.
3. Auxiliadora no sentido profissional

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* Quando num aperto financeiro, a esposa deve dar sua contribuição até que tudo volte à
normalidade. Neste sentido o lar actual tem se desviado dos alicerces que podem edificar a
família. Cresce a busca do poder aquisitivo, e com isso cresce a falta de uma mãe na família.
4. Auxiliadora no sentido espiritual
* O auxílio espiritual prestado em favor do esposo é um investimento que sempre terá retorno;
vale a pena orar e jejuar pelo esposo, mesmo este não sendo crente (I Pe 3:1).
B. A esposa virtuosa: nove qualidades de Provérbios 31
1. Laboriosa, amiga do trabalho (vv.13,19,24)
2. Ajuizada, sensata (vv.16,18)
3. Sábia (v. 26)
4. Saudável, forte (v.17)
5. Dona de casa (v. 15)
6. Caridosa (v. 20)
7. Boa mãe (v. 28)
8. Boa esposa (vv, 10,13)
9. Temente a Deus (v. 30)
C. A esposa submissa
1. Para muitas mulheres a palavra “submissa” gera pavor, medo e vergonha.
* Não é este o alvo da Palavra de Deus. O princípio de Deus está baseado na autoridade. Esta
palavra refere-se à submissão numa ordem hierárquica, pois em questão de ordem alguém tem
de ser a “cabeça”. Deus é a máxima autoridade; o homem é uma autoridade delegada por Deus
na família. A esposa deve viver em comunhão com o esposo, respeitando-o como autoridade de
Deus (I Co 11:3).
2. Onde podemos ver a submissão da esposa:
a. A esposa está submissa à autoridade do esposo.
b. A esposa deve ser submissa ao seu esposo, mesmo este não sendo salvo (I Pe 3:1).
3. A falta de submissão de uma esposa pode causar sérios problemas ao lar.
4. A submissão da esposa deve ser tão espontânea quanto ao seu amor.
D. A esposa como mãe
1. Capacidade de procriação (Gn 1:28; Sl 127:3; 128:3)
2. O propósito de ser mãe:
a. educar os filhos;
b. formar um lar sadio;
c. promover alegria no lar.
E. A esposa como administradora
1. A mulher administradora é prudente (Tt 2:3-6)
2. A mulher deve saber administrar seu lar; olha para o governo da sua casa (Pv 31:27)
3. A esposa administradora gera conforto e segurança no seu lar.
F. A esposa e o respeito
1. O relacionamento esposa e esposo implica respeito.
2. Existe esposa que leva seu lar a ser ridicularizado.
a. Conta segredos íntimos a outras pessoas, levando seu esposo a uma crítica situação (I Pe
3:8,9; Ef 5:33).
b. Se você tiver alguma coisa a dizer ao seu esposo, não fale à frente de outras pessoas.
c. Quando aparecer um problema que envolve seu esposo, procure seu pastor para receber dele
orientações.
G. A esposa e suas vestes
1. Deve se vestir de modo decoroso (I Tm 2:9)
2. Não deve usar a roupa com propósito provocativo.
3. A mulher deve tomar cuidado para não fazer das suas vestes uma fonte de impureza, usando
roupas transparentes ou coladas ao corpo (Is 3:16).

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H. A esposa e seu tipo
1. Não curiosa como Eva, conduzindo Adão ao fracasso (Gn 3:6);
2. Não como Marta que vivia preocupada (Lc 10:40);
3. Não como Jezabel que mandava em Acabe (I Rs 21:7);
4. Não como Dalila que mentia a Sansão (Jz 16:6).
5. A verdadeira esposa é constante como Rute (Rt 1:6), humilde e abençoada como Ana (I Sm
1:10,11).

VII. EDUCAÇÃO SEXUAL


A. O desvio e a perversão do sexo
1. O homem foi entregue às suas paixões (Rm 1:24; Ec 12:14; I Jo 1:16)
2. O homem mudou a verdade de Deus em mentira (Rm 1:26)
3. O homem ficou cheio de injustiça (Rm 1:29)
4. O homem foi entregue aos seus desejos (Rm 8:4,5)
B. O problema da imoralidade
1. Os meios de comunicação têm sido um canal para denegrir a palavra “sexo”. As telenovelas, os
vídeos e as revistas pornográficas são meios usados para mentalizar de forma errada a palavra
“sexo”.
2. É dever da família cristã não aceitar a imoralidade.
3. Para muitos a imoralidade é vista como um avanço da actual geração.
4. Chamam de liberdade de expressão o que na realidade é diabólico.
5. A Igreja deve fechar a porta para toda sorte de imoralidade, e permitir que o modelo divino seja
estabelecido.
6. Os assuntos sobre o sexo devem ser ensinados:
* Uma séria orientação sexual, segundo o modelo bíblico, consolida a igreja, edifica a vida dos
jovens e corrige as anormalidades nos adolescentes. Não falar escurece a mente das pessoas e
não as prepara para a realidade existente acerca do sexo.
* É bom lembrar que um dos métodos de ensino é procurar dar resposta às perguntas e dilemas
enfrentadas, principalmente pela nossa juventude.
C. O que a Bíblia diz sobre as anormalidades sexuais
1. Prostituição
* O termo original para a palavra “prostituição” é porneia, ou pornografia (Mt 19:9; I Co
6:10,13,18; Gl 5:19).
2. Adultério
* O adultério (moichao) é a prática ilícita com o cônjuge que não é seu (Mt 19:9; 15:19; Jo 8:3).
3. Homossexualismo
a. O homossexualismo pode ser definido em duas classes:
* Prática sexual entre o sexo feminino (Rm 1:26)
* Prática sexual entre o sexo masculino (Rm 1:27)
b. Esta prática era condenada no A.T. (Lv 18:22; 20:13; Dt 23:17,18).
c. Esta prática era condenada no N.T. (I Co 6:9; I Tm 1:10; Ap 21:8).
d. Por ser uma anormalidade de procedência maligna, o homem está recebendo no corpo sua
recompensa (Rm 1:27).
4. Zoofilia
a. Zoofilia é a prática do sexo com animais (Êx 22:19; Lv 18:23; 20:16; Dt 27:21).
b. Veja que esta anormalidade não é decorrente de uma falha psicológica, mas é de
procedência satânica.
5. Incesto
* É a prática sexual com parentes consanguíneos (II Sm 13:11).
D. O desenvolvimento das anormalidades sexuais
* A ciência define as anormalidades sexuais usando as seguintes palavras:
1. Escopofília
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a. Sentir o prazer sexual em ver o corpo nu, como em pornografia.
b. É uma das maneiras usadas para se auto satisfazer (inclui masturbação).
2. Satiríase
* Desejo sexual exagerado, descontrolado, insaciabilidade sexual.
3. Necrofilia
* Prática sexual com pessoas mortas. Esta acção satânica tem sido praticada na actualidade;
tais pessoas estão possuídas por demónios.
4. Pedofilia
* Prática sexual com crianças.
E. Quatro razões ou causas de ter sexo
1. Causa comercial
a. Na causa comercial tanto o homem como a mulher vendem seu corpo para fins lucrativos;
usam o corpo para prostituir.
b. Pais vendem seus filhos para prostituirem principalmente em países do terceiro mundo, onde
a fome por causa do desnível social e outros factores desestabilizam a família.
2. Causa erótica
* Prática do sexo sem base amorosa. “Erótica” é o amor lascivo, sensual.
3. Causa biológica
a. Prática sexual para a procriação. Em muitos países a mulher é vista como uma máquina para
gerar filhos.
b. O homem deve lutar para descobrir a mulher ao todo; ela precisa de afecto, amor, carinho,
compreensão e não somente o sexo.
4. Causa amorosa
* É a prática sexual tendo como base o amor, amor este que deve ser demonstrado. A mulher
não só necessita satisfazer seu instinto sexual, como deve se saciar de amor, mesmo
após o acto sexual.
F. Biblicamente o sexo é bom
1. Deve ser mantido dentro do modelo estabelecido por Deus.
2. Existem leis (Gn 4:1; 2:24; Mt 19:6)
3. Possui finalidades criativas (Gn 1:28)
4. Finalidade de compartilhar (I Co 7:1-5)
5. Suprimento de uma necessidade biológica (I Co 7:3,4)
6. Mesmo na questão da privacidade deve haver um consenso (I Co 7:5)
G. O sexo para procriação
* O homem é instruído para se multiplicar (Gn 1:28).
1. Os filhos são herança do Senhor (Sl 127:5).
2. Os filhos são como plantas de oliveira (Sl 128:3).
3. O homem participa do plano divino quando procria; isso deve ser planejado, calculado (Lc 14:28; I
Tm 5:8)
H. O assunto sexual ensinado aos filhos
1. Existe uma forma de nossos filhos ficarem sabendo do assunto. Alguém deve ensinar, e para isso
acontecer, nossas explicações e respostas sobre o assunto têm que ser claras e bem definidas.
2. Não adianta fugir às perguntas das crianças; quando uma pergunta não está na boca, está no
coração.
3. Cuidado pois o pecado ensina de forma negativa. Nossos filhos convivem com pessoas que
aprendem de forma negativa sobre o sexo. Cabe aos pais dar orientação sobre tão importante
assunto.
4. Os pais devem vencer a barreira de vergonha ou timidez em falar do assunto. Devem encontrar a
solução, porque do contrário a perda será grande.
5. A época que mais desperta o interesse sexual na pessoa é o período da adolescência. Neste
período eles fazem perguntas que exigem respostas.

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VIII. A EDUCAÇÃO DOS FILHOS
A. Dever de ensinar
1. Não devemos lançar a responsabilidade de ensinar sobre os professores, sejam dentro ou fora da
igreja.
2. O que nossos filhos não aprendem em casa, não vão aprender fora de casa.
B. A educação judaica
1. A criança judaica aprendia pelos hábitos dos pais.
2. As ordenanças eram ensinadas por determinação divina (Dt 6:20; Js 4:6,7).
3. Um menino judeu começava sua educação religiosa e moral aos seis anos. Estudava as leis, os
profetas, as poesias e a história do seu povo. Aos quinze anos estudava as interpretações orais
da Lei.
C. O propósito da educação cristã
1. Preparação
a. Nossos filhos devem estar preparados parar serem integrados na sociedade. Esta sociedade
está cheia de maus hábitos, e seus costumes estão corrompidos.
b. Espiritualmente nossos filhos devem estar preparados para enfrentar o pecado.
c. Muitas vezes nossa auto-protecção não ajuda em nada. Devemos preparar nossos filhos
diante de uma sociedade comprometida com o erro.
2. Participação
a. Necessitamos da participação dos pais na educação religiosa. É uma responsabilidade que
deve ser enfrentada com realismo. Infelizmente muitos desejam entregar esta
responsabilidade a outros.
b. A omissão do ensino religioso trará danos irreparáveis ao lar.
3. Evangelização
a. Estamos evangelizando nossos filhos?
b. Que tipo de evangelização podemos fazer?
c. O propósito da educação cristã é ensinar o caminho da salvação (Pv 22:6).

IX. O LAR E A DISCIPLINA


A. A necessidade da disciplina
* Necessário para a formação do carácter da criança
1. Até aos três anos de idade, a criança aprende de 30% do que ouve e vê.
2. Até aos cinco anos de idade, a criança aprende de 70% do que ouve e vê.
3. Até aos sete anos de idade, a criança aprende de 100% do que ouve e vê.
* Conclusão: Para os pais, vale a pena esforçar-se muito na formação do carácter dos filhos até aos
sete anos de idade.
B. O que não é disciplina
1. Constantes castigos
2. Exageros de tarefas
3. Os olhares de bravura dos pais
C. Obstáculos à disciplina
1. Pensamento humanista
a. O pensamento humanista diz que a criança deve aprender sozinho.
b. Não devemos disciplinar a criança pois ela descobrirá que está errada e fará as coisas certas.
c. O pensamento humanista afirma que as crianças devem crescer livres.
d. Veja o que a Bíblia diz sobre o assunto (Pv 22:15).
2. Falsa noção de amor
a. Pais que evitam a disciplina, alegando o amor (Pv 12:24). O amor disciplina, corrige.
b. Seu filho lhe agradecerá no futuro pela disciplina aplicada no período da sua infância.
3. Incómodo
a. Os pais dizem, “Não vou mais me preocupar com este miúdo; já o corrigi. Deixe-o.”

29
b. Um filho é como uma lavra: deve ser cuidado até que comece a dar fruto. Temos um
compromisso, uma responsabilidade para com nossos filhos que não é transferível.
4. Pais emotivos
a. Este tipo de pai diz que quer corrigir, porém não consegue.
b. Normalmente são pessoas inseguras, necessitando de uma firme orientação bíblica sobre o
assunto.
5. Medo de disciplinar
a. Pensam que a disciplina causará revolta nos filhos. Abandonar o lar, fugir e ir prostituir, ir viver
nos vícios, tudo isso é resultado de medo, um verdadeiro obstáculo à disciplina.
b. A palavra “medo” no grego é phobos, que significa medo, terror, reverência.
6. Falta de paciência
* Para dar seus frutos, uma lavra necessita de cuidados; exige trabalho, sacrifício.
7. Conclusão: cabe aos pais avaliar estes três pontos significativos
a. Responsabilidade, para o cuidado dos filhos:
* Uma pessoa casa por saber que é responsável;
* Os filhos são fruto de responsabilidade;
* A responsabilidade no casamento deve atingir todas as áreas na vida dos filhos:
alimentação, vestuário e educação.
b. Maturidade, para o desenvolvimento dos filhos:
* Os pais devem ter maturidade suficiente para poder criar seus filhos;
* Não devemos ter filhos simplesmente para dizer aos outros que os temos;
* Os filhos devem nascer quando os pais adquirirem maturidade suficiente para esta tão
grande bênção.
c. Condições, para o sustento dos filhos:
* Os pais devem criar as mínimas condições necessárias para cuidar dos filhos.
D. Momentos em que não devemos disciplinar
1. Por criancices
a. Existem coisas que são próprias de crianças, que nós adultos ignoramos.
b. Neste aspecto as crianças estão perdendo seu espaço, pois estamos dentro de uma
sociedade que não observa o mundo da criança, onde seus direitos são constantemente
violados.
2. Por acidente
a. Uma chávena que cai ao chão acidentalmente não é motivo para disciplina.
b. Tudo o que tiver acontecido acidentalmente, ou sem querer, não deve ser alvo de disciplina.
3. Sem informação completa
a. Na questão da disciplina a informação é um facto que não deve ser ignorado.
b. Antes da disciplina, os filhos devem ser ouvidos; não discipline sem comunicação. Inteire-se
dos factos antes da disciplina, e comunique a razão da disciplina.
E. O mau uso da disciplina
1. Prometer sem cumprir
a. Quando falamos e não cumprimos, corremos o risco de perder a autoridade.
b. Nunca prometa sem cumprir. Se assim proceder, perderá a sua autoridade, e perderá a sua
credibilidade diante dos filhos.
2. Incoerência na disciplina
a. A disciplina tem o objectivo de corrigir. Deve ser constante, até que o problema seja
solucionado e a criança aprenda a executar o que foi mandado.
b. Seja perseverante na disciplina, não desista de corrigir, de ensinar.
F. Fraquezas em relação à disciplina
1. Homens tolerantes
a. Davi: não contrariava seus filhos (I Rs 1:6)
b. Samuel: seus filhos não andaram em seus caminhos (I Sm 8:3)
c. Eli: não repreendeu seus filhos (I Sm 2:29)
2. Os pais em relação à disciplina
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a. Não ser dominados pelas fraquezas dos filhos
b. Não ceder aos seus instintos pecaminosos
G. Conheça a natureza do seu filho
1. Estultícia, tolice (Pv 22:15)
2. Traz vergonha (Pv 29:15)
3. Simples, tolo (Pv 22:3)
4. Trabalhador, ou preguiçoso? (Pv 26:13)
H. Deveres dos pais em relação à disciplina
1. Ensinar os filhos (Dt 6:7)
2. Treinar os filhos (Pv 22:6)
3. Criar os filhos (Ef 6:4)
4. Controlar os filhos (I Tm 3:4,12)
5. Corrigir os filhos (Pv 13:24; 19:18; 23:13,14)
I. Responsabilidades paternais
1. Amar os filhos
a. Devemos amar nossos filhos porque são herança do Senhor (Sl 127:3)
b. Os filhos necessitam do afecto demonstrativo dos pais.
2. Dedicar tempo aos filhos
a. Tempo para recreação com os filhos, passear, rir e brincar.
b. Tempo para cultuar com os filhos, orar, mostrar as grandezas de Deus face as dificuldades
vividas.
c. Tempo para conversar, ter um relacionamento com eles.
3. Não irritar os filhos
a. A Palavra de Deus nos admoesta a não irritar os filhos (Ef 6:4)
b. Como não os irritar:
* Procurar sua amizade, seja acessível aos filhos, procurar ser companheiro, amar seu
filho.
J. O duplo aspecto da disciplina
1. Instruir a criança
a. Ensinar o que fazer.
b. Ensinar como fazer.
* Não basta dizer à criança: “faça!” É necessário ensinar como fazer, mostrar a maneira
certa de executar.
2. Corrigir a criança
a. A correcção molda a criança, fazendo dela um modelo a ser seguido pelos outros.
b. A correcção retira suas anormalidades. O erro é instintivo no mundo da criança; ela necessita
de ajuda para ser modelada. O que ela não consegue sozinho conseguirá com ajuda dos
pais, por meio da correcção.

X. A PROTECÇÃO DO LAR
A. Deus deve ser a segurança de um lar
* O casal deve confiar no Senhor em qualquer situação (Sl 127:1-5)
1. Deus mantinha um relacionamento de comunhão com a família de Noé (Gn 7:1).
2. Deus mantinha um relacionamento de comunhão com a família de Ló (Gn 19:12).
3. Deus mantinha um relacionamento de comunhão com a família de Abraão (Gn 22:10,11).
4. Deus mantinha um relacionamento de comunhão com Jó (Jó 2:7-10; 2:3,10).
B. Proteja seu lar com instrução religiosa
1. Instrua com a Bíblia: pratique o culto em seu lar.
2. Instrua com perseverança: seja constante.
* Somente os que perseveram alcançam o alvo de Deus na sua família.
3. Instrua com dedicação: dedique-se à família, ao esposo, aos filhos.

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* Esforça-se para encontrar tempo para estar com a sua família.
4. Instrua com amor: o amor nos impulsiona a instruir a resgatar nossa família.
C. Proteja seu lar com amizade
1. Mais do que nunca, os pais necessitam ser amigos dos filhos. A falta deste relacionamento tem
levado lares à derrota. Converse com seus filhos; seja amigo deles; desenvolva um
relacionamento de amizade com eles.
2. O amor, a comunhão e o lazer devem fazer parte do lar.
3. Devemos ter tempo para o lar, principalmente os obreiros, que dia a dia estão atarefados com os
trabalhos.
D. Proteja seu lar com estabilidade
1. Estabilidade nas finanças, na educação e na comunhão.
2. Existe tempo para todo o propósito (Ec 3:1,2)
3. Façamos tudo com ordem; cultivar o hábito de manter as coisas em ordem (I Co 14:40; Cl 2:5)
* Por exemplo: Habitue seus filhos a dormirem na hora certa.
4. Os hábitos adquiridos bem cedo podem construir uma vida de vitória.
E. Proteja seu lar com perdão
1. Por mais correcto que for um pai de família, ele nunca deixará de errar. Por isso torna-se necessário
o perdão.
2. Dois alvos do perdão:
a. Perdoar quem deve (Mt 6:12)
b. Perdoar quem nos ofende (Mt 6:14,15)
F. Proteja seu lar com oração
* A razão da oração:
1. Temperamentos diferentes
2. Harmonia no lar
3. Quebra dos laços satânicos

XI. FINANÇAS E ORÇAMENTOS


A. O desejo de Deus
1. Ver a família prosperar
2. Abençoar a família na vida financeira.
* Na Palavra encontramos o princípio da prosperidade material decorrente da prosperidade espiritual
(Mt 6:33).
B. O que a Bíblia diz sobre o dinheiro
1. Não colocar seu coração no dinheiro (I Tm 6:10).
2. Buscar primeiro o reino de Deus (Mt 6:33).
C. Falsa noção de riquezas
1. Descentralização do espiritual para o material
2. Falta de estabilização no lar
a. Prejuízos na busca das riquezas
b. Falta de comunhão pelo factor de tempo dedicado à busca das riquezas
c. Problemas na educação dos filhos.
* O dinheiro pode comprar uma casa mas não pode comprar um lar.
D. A administração do dinheiro
1. No planejamento devemos calcular o que temos para não gastar mais do que ganhamos.
2. Não alimentar vaidades para ficar devendo, às vezes fazendo a família passar necessidades.
E. A esposa em relação à economia
1. Cuidados nas compras
2. Cuidados na alimentação
3. Ser fiel ao esposo em relação às finanças
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* O casal deve ser sincero nesta questão, lembrando-se que o casamento é uma união; não desfaça
esta união pela infidelidade financeira.
F. O esposo em relação à economia
1. Sustentar a casa (I Tm 5:8; Gn 3:19)
2. Proporcionar segurança ao lar

XII. O CULTO DOMÉSTICO


A. Deve ser uma prática
1. Mais do que nunca, necessitamos estabelecer a comunhão em nossos lares.
2. O culto de adoração no lar estabelece a superioridade de Cristo.
B. Deve ser em conjunto
1. Os filhos devem participar do culto, orando e lendo a Bíblia.
2. A oração faz parte:
a. As necessidades da família devem ser explanadas, e levadas a Deus em oração.
b. Ore pela saúde da família
c. Ore especificamente pelos filhos, colocando seus problemas diante de Deus.
C. Deve ser Cristo-cêntrico
1. Estabeleça o nome de Jesus na sua casa.
2. Estabeleça a oração em nome de Jesus em sua casa.
3. Engrandeça a Jesus em sua casa.

D. Vencendo no lar
1. Vencer, mantendo a comunhão
a. O que mais os demónios desejam é retirar do lar a comunhão que temos por meio do sangue
de Cristo.
b. A família deve estar alerta para as astutas ciladas do diabo.
c. O rompimento da comunhão no lar atrai a ira, o descontrolo e a discórdia.
2. Vencer, mantendo a oração.
* Parando de orar, a comunhão que temos com Jesus desaparece: devemos manter uma vida
de oração.
3. Vencer pelo sangue.
* A vitória da família está no sangue vertido, sangue que limpa de todas as impurezas, e que nos
dá vitória.

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ESCOLA BIBLICA DOMINICAL

I. DEFINIÇÃO
A Escola Bíblica Dominical (EBD) refere-se a uma escola que se realiza aos domingos, e na qual se ensina a
Bíblia. É a escola de ensino bíblico da igreja, que evangeliza enquanto ensina, conjugando assim dois lados da
Grande Comissão de Jesus (Mt 28:19,20 e Mc 16:15). Não é uma parte da igreja, mas é a própria igreja ministrando
ensinos bíblicos. A EBD, devidamente funcionando, é o povo do Senhor, estudando a Sua Palavra, sendo edificado
por ela. Todas as doutrinas bíblicas devem ser ensinadas a ponto de vermos o crescimento espiritual dos salvos. A
EBD dá estrutura à igreja como agência de ensino organizada. Aprofundamos o conhecimento dos salvos por meio
de uma agência de ensino confiável. Uma EBD, profundamente espiritual e organizada, cuja direcção e professores
são espirituais e idóneos, treinados para o ensino bíblico e equipados com literatura e meios apropriados, é um
poderoso e eficiente meio para alcançar a todos na igreja, na família e na comunidade.

II. A HISTÓRIA DA EBD


A. Seu início
* A EBD tal como temos hoje é uma instituição moderna, mas tem suas raízes profundadas na
antiguidade do Antigo e Novo Testamentos.
B. No Velho Testamento
1. Nos dias de Moisés:
a. Os pais eram os próprios responsáveis pelo ensino da revelação divina no lar.
b. O lar, então, era de facto uma escola onde os filhos aprendiam a temer e amar a Deus (Dt
6:7,11,18,19).
2. Na época dos sacerdotes, reis e profetas
a. Além do culto, os sacerdotes tinham o encargo do ensino da Lei (II Cr 15:3; Dt 24:8; I Sm
12:23)
b. Os reis piedosos de Judá aliavam-se aos sacerdotes na promoção de ensinos bíblicos (II Cr
17:7-9)
3. Durante o Cativeiro Babilônico
a. Nessa época, os Judeus no exílio, privados do seu grandioso Templo em Jerusalém,
instituiram as sinagogas tão mencionadas no Novo Testamento.
b. As sinagogas eram usadas como escolas bíblicas, casas de cultos e escolas públicas.
4. No pós-cativeiro
* Nos dias de Esdras e Neemias, lemos que quando o povo voltou do cativeiro, um grande
avivamento espiritual teve lugar entre os israelitas. É dessa época que temos o relato do
primeiro movimento de ensino bíblico, semelhante ao da nossa EBD.
C. Nos dias de Jesus
1. Jesus foi o grande Mestre, glorificando assim a missão de ensinar.
2. Grande parte do ministério do nosso Senhor foi ocupado com o ensino (Lc 20:1; Mt 4:23; 9:35).
A quem e onde é que Jesus ensinava?
* Nas sinagogas (Mc 6:1) * A pequenos grupos e indivíduos (Lc 24:47; Jo 3:4)
* Nas aldeias (Mc 6:6) * Às multidões (Mc 6:34)
* Nos templos (Mc 12:35) * Em casas particulares (Mc 2:1; Lc 5:17)
* O ministério de Jesus era tríplice: Ele pregava, ensinava e curava.
D. Nos dias da igreja primitiva
1. Após ascensão do Senhor, os apóstolos e discípulos continuavam a ensinar.
2. A Igreja dos dias da igreja primitiva dava muita importância a este ensino (At 5:41,42).
E. A fase actual da EBD
1. O movimento religioso que nos deu a EBD, como vemos hoje, começou em 1780 na cidade de
Gloucester, na sul da Inglaterra.
2. O fundador foi o jornalista evangélico Roberto Raikes, de 44 anos, redactor do Gloucester Jornal.
Em Janeiro de 1782 funcionou a primeira Escola Dominical em carácter permanente.

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3. O trabalho começou a crescer e Raikes resolveu dar início a um movimento de expansão, criando
novas escolas.
4. Início desse movimento deu-se em 3 de Novembro de 1783, até hoje considerado como o dia
natalício da EBD Foi realmente nessa data que o movimento firmou-se, tomando posição e
carácter permanente.

II. OS OBJECTIVOS DA EBD


A. Ganhar almas para Jesus
1. Orar diante de Deus no sentido de que todos os alunos aceitem Jesus como Salvador e sigam-No
como seu Senhor e Mestre.
2. O meio certo de levar almas a Cristo é usar a Palavra e confiar na operação do Espírito Santo (Jo
16:7,8).
3. O professor não pode salvar seus alunos mas pode levá-los a Cristo, como fez André (Jo 1:42).
4. A Bíblia nos diz: Ensina a criança no caminha em que deve andar, e quando for velho, não desviará
dele (Pv 22:6).
B. Desenvolver a espiritualidade dos alunos
* Formá-los em Cristo e para Cristo
1. Ganhar o aluno para Cristo é apenas o início da obra; é mister cuidar e em seguida formar hábitos
de cristão, os quais resultarão num carácter ideal modelado pela Palavra de Deus.
2. Não podemos esperar isso da escola pública; é a igreja evangélica que tem de cuidar disso por meio
da sua agência de ensino que é a EBD.
3. O futuro do novo convertido depende do que é ensinado agora. Neste sentido, o alvo do professor
deve ser o de ajudar cada aluno a viver uma vida verdadeiramente cristã, em inteira
consagração a Deus, sendo cheio do Espírito Santo.
4. Vê-se portanto que a tarefa do professor é de máxima importância e de maior alcance, precisando
não somente de conhecimento da matéria (Bíblia) mas também a arte de ensinar.
C. Treinar o cristão para o serviço do Mestre
* a fim de que possam ser uma testemunha de Jesus
1. A EBD apresenta ao aluno oportunidades ilimitadas de servir ao divino Mestre.
2. Inúmeros obreiros são fruto da E.B.D; talvez você seja um deles.
3. Deve ser executado em todas as partes do mundo, até onde o Senhor enviar.
4. Enquanto os crentes descansam, Satanás trabalha, semeando coisas más no meio da boa
plantação (Mt 13:25). Trabalhemos para que a boa semente seja plantada nos corações dos
homens. Uma das actividades predilectas de Satanás é roubar a Palavra de Deus que caiu no
coração do homem (Mt 13:19).
D. Atingindo os alvos da EBD
1. Devemos sofrer uma dependência de Deus, tanto na parte espiritual como financeira.
a. Na parte espiritual necessitamos de obreiros cheios do Espírito Santo, chamados para
ministrar a Palavra de Deus, homens de fé.
b. Na parte financeira necessitamos de uma organização dentro da igreja para suprir as
necessidades, gastos materiais tais como: quadros, giz, material para crianças, etc.
2. É necessário ter visão plena para implantar a EBD.
3. Temos de preparar condições para o início da EBD.
* Não esperar que 100% da estrutura esteja pronta para o início.

III. A ORGANIZAÇÃO GERAL DA EDB


A. A Organização Pessoal
1. Oficiais da EBD
* É a directoria da Escola Dominical, composta do seu responsável principal que é o Pastor da
igreja, e um superintendente.
2. Professores da EBD

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a. É o corpo docente da Escola Dominical. Eles têm sobre si a maior responsabilidade, pois
lidam directamente com o aluno e o ensino.
b. Requisitos para ingresso no corpo docente:
* Ser salvo na pessoa de Jesus;
* Ser membro da igreja;
* Ter desejo ardente de servir ao Senhor Jesus;
* Ser aplicado no estudo da Palavra de Deus, para bom desempenho da sua missão;
* Frequentar as reuniões de estudos para professores;
* Aperfeiçoar seus talentos, perguntando e pesquisando; e
* Participar nas reuniões relativas ao departamento da EBD.
3. Alunos da EBD
a. É o corpo discente da escola, a matéria prima da mesma. A EBD existe por causa do aluno,
para atender às suas necessidades.
b. Sua organização (com sua força e actividade) está centrada na pessoa do aluno.
c. Organizar o seu agrupamento por idade
* Infância: dos 3 aos 6 anos de idade
* Primários: dos 7 aos 11 anos de idade
* Jovens: dos 12 aos 17 anos de idade
* Adultos solteiros: a partir dos 18 anos de idade
* Adultos casados: a partir dos 18 anos de idade
d. O agrupamento por idades deve ser feito considerando a disponibilidade da igreja em: espaço
físico, professores e materiais didácticos.
B. A Organização Material
1. O prédio:
* A EBD deve funcionar em instalações apropriadas, tendo salas de aulas independentes. Um
dos maiores obstáculos para a organização da EBD é a falta de espaço físico. Que tenhamos
em mente que uma boa sombra serve para termos um grupo de alunos da E.BD., não
necessitando de um edifício para o início da mesma.
2. O mobiliário:
* Deve ser apropriado aos fins, e de conformidade com a idade dos alunos.
3. O material didáctico:
a. Abrange as revistas do aluno e professor.
b. Deve obedecer a um currículo bíblico, de acordo com o agrupamento de idades.
4. A manutenção:
a. Provida pela tesouraria da igreja, uma vez que todo o dinheiro é encaminhado à tesouraria.
b. Seus compromissos: o sistema de manutenção da EBD deve ser um assunto discutido pelo
ministério da igreja local.
C. A Organização com Carácter Espiritual
1. Cuida da espiritualidade:
a. A vida espiritual compreende o estado da escola quanto a oração, conduta cristã, santificação
bíblica, consagração a Deus e predomínio do Espírito Santo.
b. Uma EBD onde não prevalece a essência do Espírito Santo, incluindo os frutos e dons, deixa
de existir como agência de Deus aqui na terra, e torna-se apenas “mais uma escola”.
2. Cuida do ensino da Palavra:
a. Manter o estudo e ensino da Palavra livres de extremismo, modernismo, fanatismo e
doutrinas falsas.
b. Segundo a promessa divina em Isaías 55:11, com toda a certeza, frutos seguirão.
3. Cuida da eficiência:
a. Aqui a escola cuida em prover abundante ensino através de professores idóneos, espirituais,
treinados, cheios do Espírito Santo e zelo pela obra de Deus.
b. Não confundir “idóneo” com “idoso”.
c. A eficiência é vista através do crescimento em todos os sentidos.

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IV. A DIRECTORIA DA EBD
Uma EBD de grande porte, plenamente desenvolvida, deverá ter directoria assim constituída:
A. O Superintendente
* É o responsável pela EBD para desempenhar algumas tarefas:
1. Estimular os professores, aconselhar, solucionar problemas.
2. Informar ao pastor de como vai o trabalho.
3. Reunir os professores mensalmente para:
* compartilhar ideias e experiências;
* saber das necessidades materiais didácticos;
* incentivá-los;
* patrocinar seminários e outros trabalhos.
B. O Secretário
* Cuida dos relatórios, matrículas, ficheiros, transferência de classe, venda de revista, distribuição de
material aos professores, prestação de relatórios ao superintendente de todas as actividades da EBD.
C. O Tesoureiro
* Deve ser pessoa competente fiel, organizada para cuidar das finanças da EBD.
D. Os Porteiros
* Podem ser os mesmos que servem a igreja. Têm elevada importância na orientação geral de alunos
e visitantes. Lembremo-nos que o povo entra onde é convidado, e fica onde é bem-recebido.
E. O Bibliotecário
* É a pessoa que cuida da biblioteca contendo: livros, revistas, jornais, folhetos, artigos, gravuras,
slides, quadros e murais. Guarda e conserva o material da EBD.

V. O QUE É A PEDAGOGIA?
A. Definição: Pedagogia é a arte de ensinar e educar
B. Pedagogia e Técnicas de Ensino
1. As técnicas de ensinar exploram as leis psicológicas que regem o crescimento e comportamento do
ser humano.
2. A Palavra de Deus pode ser ensinada através de técnicas, sem em nada prejudicar a vida espiritual
do aluno desde que elas sejam usadas com sabedoria em seu devido lugar.
C. Pedagogia como arte de ensinar
1. Ensinar é promover aprendizagem por parte do aluno e não apenas transmissão de conhecimento.
2. Se não houver aprendizagem não há ensino.
3. Para que haja aprendizagem o professor deverá despertar, motivar e interessar a mente do aluno.
4. Um dos alvos do professor na arte de ensinar é dirigir o aluno no processo de aprendizagem.
D. Leis do ensino
1. Definição de leis: São princípios emanantes e imutáveis que regem os actos e comportamentos de
todas as coisas, inclusive o ser humano.
2. Leis do ensino: são leis da teoria e da prática educacional, utilizadas pelo professor para criar no
aluno condições ideais para que o mesmo aprenda o que se ensina.
E. O que é “ensinar”
1. É despertar a mente do aluno e guiá-lo no processo de aprendizagem.
* O aluno aprende através da mente.
2. É explicar, guiar, comunicar.
3. É ajudar a aprender; é moldar vidas.

VI. O PROFESSOR E O ENSINO


A. Por que é que eu ensino?
R: Ensino por amor e gratidão a Deus, e também em obediência do “ide” de Jesus (Mt 28:19,20)
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B. Qual o propósito no ensino?
R: Existe um tríplice propósito: 1) Salvar pecadores; 2) Edificar os salvos; e 3) Treinar futuros obreiros
C. O que ensinarei?
R: Ensinarei a Bíblia e suas doutrinas, consolidando assim o ensino da Palavra de Deus.
D. A quem ensinarei?
R: A grupos de alunos de diferentes idades, homens e mulheres, jovens e crianças (Dt 31:12).
E. Como ensinarei?
R: Capacitado por Deus e preparado no que depender de mim (I Pe 3:15).

VII. O MÉTODO DE ENSINO


A. Finalidade
* A finalidade dos métodos de ensino é adaptar a lição ao aluno.
B. Tipos de métodos
1. Pergunta e resposta
a. Podemos usar este método com jovens e adultos. Neste método as suas perguntas exercitam
aos alunos a pensar por si mesmos.
b. Faça perguntas resumidas e claras; dirija-se à classe toda, e evite perguntas cujas responsas
serão “sim” ou “não”.
c. Exemplo: Jesus transformou água em vinho em Caná da Galileia? Melhor seria perguntar:
Que milagre fez Jesus em Caná da Galileia?
2. Leitura
* O professor pode mandar os alunos procurarem textos em suas Bíblias e lerem; isto tem muito
valor.
3. Tarefas (o aluno aprende fazendo)
a. Ele faz a lição, faz trabalhos manuais como um mapa ou figura bíblica, etc.
b. Este parece ser um bom método para ser empregado especialmente com crianças.
4. Demonstrativo
a. É o método de ensinar fazendo, marchando, cantando, gesticulando.
b. Para os pequeninos, tem grande valor quando demonstramos.
5. Painel
a. É um método bastante útil com jovens e adultos.
b. Coloca-se uma ou mais pessoas à frente da classe que de antemão saiba do assunto; deixa
os alunos fazerem perguntas a respeito do assunto determinado.
6. Memorização
* Usado com todas as idades, este método ajuda os alunos a memorizarem versículos bíblicos.
7. Contar histórias
a. Usado com crianças (e não só), este método é uma narração metódica de factos notáveis
ocorridos na vida de uma pessoa.
b. Este método ajuda o aluno a pensar como ele resolveria um problema semelhante.

VIII. COMO O ALUNO APRENDE


O aluno aprende melhor quando:
A. É motivado
* O aluno deve ser despertado para a realidade.
B. Gosta ou tem prazer
* Gosta por escolha experimental.
C. Observa como fazer
* É o ensino pela demonstração, se outros conseguem, ele também pode conseguir.
D. Tem uma necessidade
* Prevendo uma necessidade de colocar em prática no momento ou no futuro.
E. Faz ou participa

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* É a aplicação prática, de experimentar.
F. Crê ou confia
* Confia em si próprio, na organização da escola e na capacidade dos professores.
G. Ora
* Através da oração Deus pode restaurar a confiança do aluno. Cada aluno deve pedir a Deus
sabedoria sentido de aprender a matéria leccionada.
H. Mentaliza
1. Aprende pelos sentidos físicos
2. Aprende pela inspiração divina
3. Aprende pela revelação divina.

20% do que se ouve.


Para termos uma 50% do que se ou e vê.
ideia do papel dos 70% do que se ouve, vê e examina.
estímulos no ensino 90% do que se ouve, vê, examina e faz
vejamos que se lembra: (90% do que se participa activamente).

IX. O PROFESSOR EFECTIVO


A. Qualidades do professor efectivo:
1. Salvo
* Pelo facto de estar à frente da sua classe você está dizendo: pode seguir o meu exemplo.
2. Maturidade Espiritual
a. Para ser um ensinador eficaz o professor deve ter maturidade, “alguém que passou por um
processo de crescimento e desenvolvimento.”
b. A base: o seu amadurecimento é analisado pelo seu comportamento.
3. Cultiva a sua espiritualidade
* O cultivo espiritual vem pela meditação da Palavra. Temos de ter um tempo para meditar e
orar.
4. Bom testemunho
* Bom testemunho em casa (dentro) e perante os vizinhos (fora). Você é um exemplo aos seus
aluno; se não der um bom testemunho então não serás um exemplo a ser seguido.
5. Acessível
* Pessoa aberta e pronta a aprender, um professor não se fecha pensando que sabe tudo.

6. Paciente
* Para ser um ensinador você deve cultivar a arte da paciência. Ao ficar agitado diante da classe
seus alunos notarão imediatamente que você não tem domínio próprio. Não se pode perder
a paciência, ou perderá a confiança da sua classe.
7. Amoroso
* O professor deve mostrar um profundo amor na arte de ensinar.
8. Pontual
* O professor que tem o hábito de chegar atrasado está dizendo com seu acto que os alunos o
podem seguir, e que as coisas do mundo são mais importantes que as coisas de Deus.
9. Responsável
* Responsabilidade que na falha de uma aula, avisar com antecedência o superintendente da
EBD. Só o superintendente poderá substitui-lo.
10. Atencioso
* Demonstrar atenção por seus alunos; mostrar interesse neles quando ministra a aula, interesse
pelo desenvolvimento espiritual do aluno.

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O que podemos entender por “professor”?
Paciente
Rico em Amor
Organizado
Firmeza do Ensino
Exigente na Disciplina
Sendo o Exemplo
Sempre Constante
Orando pelo Alunos
Radiante de Alegria

B. Requisitos do professor efectivo


1. O preparo espiritual
a. O professor deve ter preparo espiritual para desempenhar tal função (I Pe 3:15; Ed 7:10).
b. Deve ser cheio do Espírito Santo, sendo motivado por ele para executar esta árdua tarefa.
2. O preparo intelectual
a. Conhecimento da cultura geral
b. Conhecimento de Sociologia
c. Conhecimento dos mais variados pensadores
3. O preparo individual
* Cuidado na sua apresentação física (roupa, cabelo), e sua saúde.
4. Fidelidade no dever
a. Ser disciplinado e paciente na execução da sua tarefa (Gl 5:22).
b. Ser dedicado (Ec 9:10; Rm 10:12; Jr 48:10)
c. Jesus foi o maior exemplo de fidelidade; andava sempre na hora (Jo 2:4).
5. O preparo material
* O professor deve estar equipado com literatura apropriada, Bíblia, comentários bíblicos,
concordância bíblica e todo o material que possa ajudar em pesquisas.
6. O preparo em experiência
a. Moisés passou 40 anos na corte de Faraó onde aprendeu a ciência do Egipto, mais 40 anos
trabalhando com seu sogro no deserto.
b. Daniel e seus companheiros para servirem na corte tiveram que se preparar.
c. O professor deve saber o que vai fazer (Jo 6:6); a essência do fazer é ter aprendido como
executar.
C. Responsabilidades do professor
1. Para com Deus
* Deus o pôs no trabalho, isso requer responsabilidade (I Tm 1:12; Lc 19:13-15)
2. Para com a igreja
a. Cada professor tem o dever de orientar seus alunos às responsabilidades.
b. Responsabilidade de evangelizar.
c. Responsabilidade em contribuir com seus dízimos e ofertas.
3. Para com a EBD
a. Conhecer a organização e funcionamento da EBD.
b. Trabalhar em harmonia e cooperação com os demais obreiros (Rm 12:10; Fp 2:3).
4. Para com a classe
a. Promover a edificação e crescimento da classe.
b. Conhecer pessoalmente cada aluno pelo nome.
c. Visitar seus alunos quando necessitados.
d. Orar pelos alunos individualmente.
e. Há por ai professores que são matadores de classe (não se importam com os alunos, não
cuidando devidamente deles)

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X. O PREPARO DA LIÇÃO
*Um dever semanal do professor
A. Quando preparar
1. Começar a preparação da lição no princípio da semana.
2. Isto dá tempo suficiente para pesquisas, oração e a organização da lição.
B. Como iniciar o estudo
1. Orar antes de iniciar o preparo da lição.
2. Procurar juntar os materiais básicos para seu estudo:
* Bíblia (para estudo do texto da lição), revista do professor, apontamentos pessoais do
professor, livros, dicionários bíblicos, concordância e outros materiais de pesquisas.
3. Estabelecer um objectivo ou alvo para a lição
a. Cada lição precisa de um fim que encaminhe as acções e pensamentos do aluno.
b. Cada professor deve saber onde quer chegar com o estudo ministrado à sua classe.
c. Escolher uma lição que supra as necessidades dos alunos.
4. Juntar material que possa ser útil para ilustrar a lição (mapas, tabelas, desenhos, etc.).
C. Fazer uma revisão da sua lição
1. Depois de completar o plano da aula o professor deve:
a. voltar a reler os detalhes várias vezes;
b. ler os versículos e procurar verdades que venham dar volume de conhecimento à sua classe.
2. Ensinar é um dom de Deus e merece o nosso esforço no preparo.
E. A apresentação da lição
1. Chegar cedo
2. Antes da apresentação da lição o secretário da classe cuidará das seguintes providências:
a. arrumação do local onde se vai ministrar a aula;
b. apontamentos da classe;
c. bem-vindo aos visitantes;
d. cumprimentos a aniversariantes;
e. matrículas de novos alunos.

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HERMENÊUTICA

I. INTRODUÇÃO
A. Uma das primeiras regras que convém ao pregador conhecer é a Hermenêutica Bíblica, conhecida como
“a arte de interpretar textos sagrados”.
B. A Hermenêutica tem sua origem na palavra grega hermeneutes que significa “intérprete”.
C. A Hermenêutica forma parte da “teologia exegética” que é a ciência da interpretação bíblica. Trata do
conhecimento exacto da interpretação correcta das Escrituras.
D. Nosso desejo é que no decorrer deste estudo você esteja mais apto para manejar a Palavra da verdade (II
Tm 2:15).

II. A NECESSIDADE DO ESTUDO


* As Diversidades de Circunstâncias:
A. Em relação ao nível de vida
1. Alguns eram sacerdotes como Esdras
2. Outros poetas como Salomão
3. Profetas como Isaías
4. Guerreiros como Davi
5. Pastores como Amós
6. Estadistas como Daniel
7. Sábios como Moisés e Paulo
8. Pescadores como Pedro
B. Em relação ao tempo
1. Moisés viveu 400 anos antes do cerco de Tróia e 300 anos antes do aparecimento dos mais antigos
sábios da Grécia.
2. João o Evangelista viveu ao menos mil e quinhentos anos depois de Moisés.
3. O tempo apagou a memória dos homens, mas não apagou a omnisciência divina. Através dos
tempos, Deus continuou pelo Espírito Santo a fazer Sua história. Usou diversos homens, em
tempos diferentes, com mentalidades diferentes, para que a Bíblia fosse uma realidade até à
humanidade.
C. Em relação aos lugares onde foram escritos
1. Centro da Ásia, nas areias da Arábia, nos desertos da Judeia
2. Nos pórticos dos templos, nas escolas dos profetas, nas prisões
3. Apresentada a diferentes mentes, classes sociais e nas mais diversas circunstâncias a Bíblia
aparece inalterada.

III. NA INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA TORNA-SE NECESSÁRIO


A. Comparar as coisas espirituais com as espirituais
I Co 14:37; Cl 1:9; I Pe 2:5; I Co 2:15; 3:1
B. Procurar conhecer a verdade e a realidade
II Tm 2:25; 3:7; I Tm 2:4; Cl 1:5; Ef 4:15,21
C. Ser sensato e saber raciocinar
Pv 2:3-6; Tg 1:5; Rm 12:16
D. Ser simples e sem altivez
Pv 11:2; Sl 19:7; 119:130; 138:6
E. Saber principalmente que as Escrituras tratam de Cristo que é seu centro
F. Tratar de assuntos materiais e espirituais, tempo e eternidade, terra e céu, presente e futuro.
I Cr 16:36; Ne 9:5,6; Sl 41:13; 90:2; 93:2; Is 57:15

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IV. A HERMENÊUTICA LIGADA A ALGUNS FACTORES
A. A Operação do Espírito Santo
1. Sem a operação do Espírito nada podemos saber (Jo 3:5)
2. O que entendemos da Bíblia é por meio do Espírito; as outras fontes são secundárias.
a. É aconselhável não recorrer à segunda maneira sem antes tentar a primeira: entender pelo
discernimento espiritual, buscando a revelação do Espírito Santo.
b. Somente uma pessoa espiritual pode conhecer, discernir e se edificar (I Co 2:10; Jo 14:26).
B. A Espiritualidade do Salvo
1. O homem espiritual sabe discernir bem em tudo (I Co 2:15)
2. O homem espiritual discerne bem em particular (Mc 4:33)
3. O homem espiritual tem afinidade com o Espírito Santo; por isso goza de um grande privilégio.
C. A Oração: Aliança no Conhecimento
1. Normalmente a falta de sabedoria é devido a falta de oração (Tg 1:5)
2. Pela oração muito pode ser revelado (Pv 2:3-6)
3. A sabedoria que desejamos vem do alto (Tg 3:17)
* Nesta sabedoria não existe variação; ela é pura, santa e verdadeira.
D. Conhecimento Básico da Linguagem Original
* Uma grande parte da Bíblia apresenta palavras que para melhor esclarecimento devem ser
estudadas na sua língua original, ficando assim isentas de má interpretação (Mt 27:46,47; Jo 1:41)
E. Conhecimento de Hermenêutica
a. O conhecimento de Hermenêutica nos tira dúvidas (II Pe 3:16)
b. Nos mostra maneiras de como extrair o significado verdadeiro do texto.

V. PARA QUE CONHECERMOS REGRAS DE HERMENÊUTICA


A. Porque a Bíblia é um livro espiritual
* A Bíblia apresenta assuntos espirituais que o homem natural não entende (I Co 2:14).
B. Porque a Bíblia é um livro sobrenatural
1. Por “sobrenatural” entende-se o que está fora do natural.
2. A salvação e os milagres não são coisas naturais; isso para o homem é loucura (I Co 1:18-25).
3. Os milagres na Bíblia não são acontecimentos imaginários, mas são verídicos ou reais (Êx 40:36).
4. Os milagres na Bíblia não têm relação com magia ou feitiçaria, mas foram feitos com propósito
divino e lógico.
C. Porque a Bíblia é um livro revelador
1. As verdades divinas podem chegar até nós reveladas pela Palavra.
* Estas verdades podem ser reveladas através de palavras comuns
2. As palavras possuem profundas riquezas e significados; estas riquezas só podem ser entendidas
quando reveladas pelo Espírito Santo.
3. Neste contexto alguns elementos indispensáveis devem ser obedecidos:
* Uma afinidade do salvo com o Espírito Santo
* Uma busca à base de meditação, não de leitura
* Um discernimento à base da própria Bíblia. (Fugir dos seus próprios conceitos quando na
busca da realidade divina. Por vezes o que você pensa não é o que a Bíblia revela; não
posicione a Bíblia, mas deixe que ela lhe dê o sentido exacto do que ela quer dizer.)

VI. CINCO REGRAS DE HERMENÊUTICA QUE DEVEM SER OBSERVADAS


A. Tomar as palavras no sentido usual e comum.
1. Os escritores da Bíblia empregaram palavras que conheciam, dando o significado que geralmente
possuíam.
2. Devemos nos empenhar em saber e determinar qual teria sido este sentido. Para isso devemos
tomar os seguintes cuidados:
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a. Não tomar as palavras ao pé da letra; cada idioma possui o seu próprio modo de expressão
que lhe é peculiar.
b. Saber que eles não escreveram a uma classe social específica.
c. Lembrar que não se valeram de uma linguagem científica, antes se valeram de uma
linguagem figurada e popular. Isso explica a variedade de parábolas e expressões
simbólicas, além do idioma hebreu, chamado “hebraísmo”.
d. Analisar o que está sendo falado. Exemplos em Gn 6:12: “carne” aponta para o ser humano;
“caminho” aponta para os costumes.
B. Tomar as palavras no sentido que indica o conjunto da frase.
1. É importante observar qual seja o pensamento especial do autor, sentir qual seja a especificação do
autor em relação ao assunto (ver Mt 26:26; Mt 16;19; Jo 20:23)
2. As palavras na Bíblia têm um significado abrangente; é necessário observar qual deste pensamento
tem a ver com o que está sendo falado.
3. Exemplo: a palavra “salvação”--devemos verificar qual seja o tipo específico de salvação que
desejamos falar
a. Aparece como “livramento” (Êx 14:13; 15:2; II Cr 20:17)
b. Aparece como “cura” (Tg 5:15)
c. Aparece como “revelação” (Rm 13:11; I Pe 1:5,9)
4. Exemplo: a palavra “fé”
a. Aparece como “doutrina do evangelho” (Cl 1:23; 2:7; Rm 10:8)
b. Aparece como “verdade e fidelidade” (I Tm 3:9; 4:1; At 24:24)
c. Aparece como base de “perdão e justificação” (Rm 3:28-30; Gl 3:8)
d. Aparece “definida” (Hb 11:1)
5. Exemplo: a palavra “graça”
a. Aparece como “propósito divino de redenção” (Gn 6:8; Ef 2:7)
b. Aparece como “justificação” (Tt 3:7; Rm 3:24)
c. Aparece como “força e santidade” (II Co 12:7; I Co 15:10; II Co 1:12)
d. Aparece como “doutrina” (Hb 13:9; I Pe 5:12)
e. Aparece como “salvação” (I Pe 1:10-13; II Co 4:15)
C. Tomar as palavras no sentido do seu contexto.
1. Por “contexto” entendemos o que temos antes e o que temos após; uma leitura contextualizada
pode revelar ao aluno verdades fundamentais.
2. Por vezes a leitura de uma frase não nos deixa esclarecido, sendo necessária uma leitura
contextualizada.
3. Para termos um melhor campo de esclarecimento siga as indicações abaixo:
a. Quando tiver dificuldade de interpretar uma passagem bíblica, recorra à palavra obscura para
saber o pensamento do autor.
b. Às vezes a explicação está numa palavra chave, de uma leitura contextualizada.
Exemplos:
* “mistério” (Ef 3:4,6)
* “mãos impuras” (Mc 7:2; Mt 15:2): eles comiam sem cumprir o cerimonial.
* “rudimentos do mundo” (Gl 4:3,9): práticas judaicas
c. Às vezes a resposta está no mesmo versículo
* Ex: Rm 6:23 “O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna.”
d. Ocorre a resposta pela expressão oposta
* Ex: Jo 3:36 “o crê, pelo não crer”
e. Tomar as palavras em sentido restrito
* Ex: Sl 7:8--palavras “justiça” e “integridade”
* Ex: Mt 26:26,27 “comer a minha carne e beber do meu sangue”
* Ex: Ap 19:7,8--a Igreja como uma noiva
* Ex: I Co 12:12--a Igreja como um corpo
D. Considerar o desígnio e objectivo do livro.
1. O desígnio da Bíblia (Rm 15:4; II Tm 3:16,17)
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2. O objectivo dos Evangelhos (Jo 20:31)
3. O objectivo da Epístola de Pedro (II Pe 3:1,2)
4. O objectivo dos Provérbios (Pv 1:2-4)
E. Consultar passagens paralelas.
1. Considerações:
a. Passagens paralelas são passagens que fazem referência uma a outra.
b. São passagens que têm relacionamento.
c. Não existe paralelo de palavras se as duas passagens não possuem uma ligação.
d. Há procedimentos para obter a ideia exacta e completa do que nos dizem as Escrituras.
2. Existe paralelo de palavra.
a. Procedimento:
i. Achar a palavra duvidosa na leitura
ii. Procurar a palavra duvidosa na mesma passagem
iii. Caso não achar, procurar no mesmo livro, ou em qualquer livro das Escrituras
b. Exemplos:
i. Palavra “corpo” (Gl 6:17; II Co 4:10; II Co 11:23-25)
ii. Palavra “revestimento” (Gl 3:27; Cl 3:12-14)
iii. Escolha de David (At 13:22; I Sm 13:14)
3. Existe paralelo de ideias
a. Procedimento:
i. Consultar os ensinos contidos no texto
ii. Consultar as narrações contidas no texto
b. Exemplos:
i. Jesus ordenou que todos participassem da Ceia, comer o pão e beber o vinho (Mt
26:27; ver I Co 11:22-29)
* A Igreja Católica Romana desistiu desta verdade; seus adeptos não bebem o vinho
na ceia
ii. A afirmação de Pedro (Mt 21:42-44; ver I Pe 2:4-8 onde Pedro diz que a pedra é Cristo)
* A Igreja Católica usa Mt 16:18 para dizer que Pedro é a pedra.
* Passagem paralela: Paulo escreve que Jesus é o fundamento (I Co 3:10,11).
4. Existe paralelo de ensino geral
a. Quando observamos o paralelo de ensino geral temos em mente o teor geral do ensino;
passamos a ter uma sólida compreensão do que dizem as Escrituras, analisando o
aspecto global do ensino.
b. Neste sentido é bom recordarmos que a Bíblia é a sua própria intérprete.
c. No paralelo de ensino geral encontramos temas como:
* a doutrina das últimas coisas * a doutrina do pecado
* a doutrina da salvação * a doutrina de Deus
* a doutrina dos anjos
Olhando para o paralelo de ensino geral verificamos a extensão global dos referidos ensinos.

VII. TÉCNICAS DE APRENDIZAGEM


A. Técnica de pergunta “sim” ou “não”
1. Jesus usou este método para ensinar as pessoas verdades fundamentais.
2. Exemplo de Mc 3:4
“É lícito no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar a vida ou matar?
3. Este tipo de pergunta conduzia as pessoas a reflectir.
B. Técnica de perguntas identificadoras
1. Consistem nas palavras “quem” e “que”.
2. São perguntas que esclarecem factos. Exemplos:
Quem pode ser? Quem está falando? Quem está a ouvir? O que está a ser feito?
Quem será afectado pelo que está a ser falado? Que termos estão a ser usados?

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C. Técnica de perguntas modais
1. Consistem na referência “como”
2. Exemplos:
Como se consegue isso? Como foi usado?
Fp 1:12-14 (como as prisões de Paulo foram usadas para o progresso do Evangelho)
D. Técnica de perguntas temporais
1. Consistem na palavra “quando”
2. Exemplos:
Quando aconteceu isso? Quando foi realizado? Quando vai acontecer?
3. A finalidade é saber se foi no passado, presente ou futuro.
E. Técnica de perguntas locais
1. Consistem na palavra “onde”
2. Exemplos:
Onde está? Onde mora?
3. Este tipo de pergunta fixa a localidade e área geográfica (montanhas, desertos, planície, mar) onde
aconteceu, qual o local.
F. Técnica de perguntas definidoras
1. O que significa isso
2. A pergunta definidora exige uma resposta explanatória.
3. Exemplos:
O que significa “a guarda de pretória” (Fp 1:13)
O que significa “cear” (I Co 11:25)
G. Técnica de perguntas racionais
1. Consistem em palavras que descobrem o motivo, causa ou propósito
2. Exemplos:
Por que isso foi dito?
Por que é usado aqui?
Que posição ocupa na narrativa?

VIII. DEFINIÇÃO DO ESTUDO POR MÉTODOS


A. Método Sintético
1. O método sintético corresponde ao estudo a nível geral.
2. “Sintético” significa posto junto, sintetizar.
3. Pelo método sintético podemos ter uma visão mais ampla do livro que estamos estudando.
4. O primeiro passo para o método sintético é o estudo de um livro inteiro, retirando dele as
informações.
B. Método de Composição
1. A composição agrupa várias partes para dela fazer um todo; você pode estudar um livro e retirar
pensamentos.
2. A composição deverá expressar unidade.
3. A composição deverá comunicar pensamentos que tenham começo, meio e fim.
4. Com a linguagem em ordem ou organizada podemos entender os princípios que a linguagem nos
oferece.
C. Método de Recursos Literários
No grupo literário podemos usar:
1. A comparação
a. De pessoas, lugares, objectos, ideias
b. Exemplo: I Sm 13:5 fala do povo como areia do mar.
2. O contraste
a. O contraste pode ser indicado por palavras tais como: mas, ou, de outra forma, entretanto.

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b. Exemplo: O Salmo 1:6 está baseado no contraste: “O Senhor conhece o caminho do justo mas
o caminho do ímpio perecerá.”
3. Repetições
a. De frases, palavras, orações
b. Exemplos: * Isaías 9:12,17,21; 10:4 encontramos repetições da palavra “mãos”.
* Mateus 23:13-16,23-29 encontramos repetições da palavra “ai”.
4. Intercâmbio de assuntos
a. São assuntos que aparecem um em seguida do outro.
b. Exemplo: Joaõ caps. 1 e 2--os nascimentos de Jesus e João Baptista
c. Exemplo: conselhos para pais e filhos (I Jo 2:12-14).
5. Gradações
a. A gradação ocorre em passagens onde se repete o uso dos termos, onde são mais ou menos
iguais.
b. Gradação é o movimento em direcção a certo ponto
c. Exemplos:
* Am 1:6-2:6
* Hb 4:1-11 Se referindo ao descanso, o escritor aos Hebreus cita diversas maneiras pelas
quais aparece esta palavra
6. A continuação
a. Envolve uma prolongada apresentação
b. Encontramos este tipo em passagens e narrativas históricas
c. Exemplo: o profeta Jonas
* A palavra veio a Jonas (1:1)
* Levanta-te e vai à cidade de Nínive (1:2)
* Jonas levantou-se e desceu a Jope (1:3)
* Em Jope achou um navio que ia a Tarsis (1:3)
* Pagou a sua passagem (1:3)
* Desceu para dentro do navio (1:3)
7. O clímax
a. Envolve a chegada de um ponto crítico de uma narrativa
b. O pregador deve levar a sua mensagem a atingir um clímax
c. As pessoas devem perceber que a mensagem está a chegar ao seu fim
8. A particularização
a. É o caminho do assunto geral para o específico
b. Na particularização toma-se o todo pela parte
c. Podemos chamar de ponto deductivo
d. Jesus particularizou do geral para o específico em Mateus 6:1-18.

9. A generalização
a. É o andamento de pensamentos do específico para o geral
b. Exemplo: Tiago muda o assunto do específico para o geral em Tg 2:1-26
* Tiago começa falando pontos específicos da conduta cristã: amar os pobres, amar o próximo,
obedecer os mandamentos.
* Termina com um princípio geral: como o corpo sem espírito é morto, assim também a fé sem
as obras é morta (v. 26)
10. O efeito
a. Trata do motivo e dá o resultado
b. Exemplo: Romanos 6:23 * O salário do pecado: a causa ! A morte: o efeito
* O dom gratuito de Deus: a causa ! É a vida eterna: o efeito
11. A substância
a. O inverso da causa, parte do efeito para a causa
b. Exemplo: Cl 1:12,13
* Dar graças ao Pai (v 12): o efeito
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* Nos tirou do poder das trevas: a causa
12. A instrumentação
a. É o uso de instrumentos para que alguma coisa aconteça.
b. Constrói uma ponte para a construção de uma frase, dando a entender um alvo.
c. Sem instrumentação não poderíamos analisar fundos que são grandes verdades.
d. Exemplos:
* As palavras chaves são: “por mim” (Jo 14:6); “pelas obras” (Tg 2:21); “sem mim” (Jo 15:5)
13. A explanação
a. A finalidade é esclarecer, analisar, explicar
b. Exemplo: A razão de Jesus não fazer muitos milagres na Sua cidade (Mt 13:58)
14. A preparação
a. É o material introdutório
b. Exemplo: Paulo chamado para ser apóstolo (I Co 1:1)
15. O resumo
a. É a informação de forma abreviada, um sumário do que já foi dito.
b. Exemplo: Em Js 24:1-15 verifica-se o alvo directo do assunto em v. 14.
16. A interrogação
a. É fazer perguntas; por vezes os escritores sagrados faziam a pergunta e davam a resposta
b. Exemplos: * Rm 3:31; Gl 3:5,6; Ml 1:2-14
17. A harmonia
a. Envolve unidade por acordo; cada ponto apresenta unidade com o outro ponto.
b. Chamamos isso “lei da harmonia” ou “lei da verdade”.
c. Temos o exemplo de toda a Escritura: ela apresenta-se como uma verdadeira harmonia.
d. Exemplos:
* Harmonia nas promessas e seus cumprimentos; nas doutrinas; nas narrativas
* Rm 3:20,21,31; Rm 1:18-20
18. A principalidade ou tema
a. Envolve a ideia principal, apoiada por ideias subordinadas.
b. Este tipo de recurso é visto nas parábolas de Jesus.
c. O que envolve a principalidade é a concentração do assunto principal.
d. Exemplo: Em Mt 13:47-50 o assunto principal é a separação dos bons e dos ímpios

IX. O USO DA LINGUAGEM FIGURADA


A. Nas Parábolas
1. Jesus usou as parábolas com alvos específicos
a. Mostrar verdades aos receptivos
b. Encobrir verdades aos não receptivos (Mt 13:11)
2. Jesus usou as parábolas para recordar factos
a. As parábolas esclarecem factos
b. Jesus usava exemplos terrenos e acontecimentos comuns
* perda de uma moeda, luz brilhando no escuro, lavrador lançando semente, homem rico
e homem pobre, construção de uma casa
c. Uma parábola sempre tem uma lição espiritual, uma verdade espiritual em cada parábola.
d. Existe sempre uma analogia em comparação.
e. Os personagens e actos nas parábolas precisam de identificação.
f. As apresentações difíceis e abstractas devem ser interpretadas à base da analogia bíblica.
3. A compreensão das parábolas
a. Devemos obedecer quatro princípios:
i. O que esta parábola tem a ver com Cristo (Mt 13:37)
ii. Verificar se existe uma personagem que representa Cristo.
iii. Verificar se existe ensinamentos acerca de Cristo.
iv. Verificar se existe um relacionamento com o reino de Deus.
b. As parábolas devem ser estudadas à luz do lugar e da época em que foram escritas.

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c. Será de grande importância o aluno estudar os costumes e cultura bíblica, isso para dar uma
melhor visão dos significados.
4. Procurar explicações
a. Muitas vezes a explicação dos significados vem em seguida à narrativa (Lc 15:7-10; 8:4-9)
b. Comparar os ensinamentos das escrituras baseando-se no contexto.
B. Nas Profecias
O problema na interpretação das profecias:
1. O constante uso de linguagem figurada
a. Quando é uma profecia cumprida a sua interpretação está na própria Bíblia. (Ver o sermão de
Pedro no dia de Pentecostes, At 2:25-33; também Sl 16:8-11).
b. Nas profecias é onde encontramos mais a linguagem figurada.
2. Os profetas escreviam o que era revelado por meio de visões.
a. Torna-se difícil ter uma ideia exacta do que o profeta viu; normalmente temos uma ideia global
e não exacta.
b. Cabe a nós com ajuda do Espírito Santo termos uma ideia clara no factor “visão, revelação”
nas profecias.
3. Os “tipos” representando alguma coisa nas profecias
a. Os tipos são lições concretas de Deus.
b. O tipo deve parecer com o que está sendo representado e não pode ser uma figura real do
que representa. Exemplo: Adão foi um tipo de Cristo mas não era Cristo.
c. O uso dos tipos nas profecias:
* Devemos analisar os tipos aplicados, principalmente no que dizem as profecias.
* O leão pode significar Jesus (Ap 5:5) como pode significar Satanás (I Pe 5:8).
4. O elemento “tempo” nas profecias
* As profecias podem ser cumpridas em três tempos:
a. Tempo passado: profecias que se cumpriram
b. Tempo presente: profecias que estão se cumprindo
c. Tempo futuro: profecias que vão se cumprir
C. Nas Poesias
1. A poesia hebraica
a. O poema hebraico é construído em torno de um padrão de pensamento
b. Muito da poesia hebraica vem do paralelismo:
2. Os paralelismos
a. Paralelo sinónimo
i. São repetições das verdades contidas na primeira linha
ii. Exemplo: Salmo 24:1
* Do Senhor é a terra
* E tudo o que nele habita
b. Paralelo antitético
i. São encontrados quando a primeira linha contrasta com a segunda
ii. Exemplo: Salmo 1:6
* O Senhor conhece o caminho do justo
* Mas o caminho do ímpio perecerá
c. Paralelo sintético
* É quando a segunda linha acrescenta alguma coisa a algo da primeira linha

X. A LINGUAGEM FIGURADA CLASSIFICADA


A. Metáfora
1. É a semelhança entre duas coisas; os dois objectos se aplicam ao mesmo termo.
2. Exemplos:
a. Jesus disse ser uma videira (Jo 15:1)
b. Jesus disse ser o caminho (Jo 14:6)
c. Os salvos são chamados de luz do mundo (Mt 5:14) e as varas (Jo 15:1-5)
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B. Sinédoque
1. Quando são mencionadas duas coisas que existe uma relação
2. Sinédoque é uma palavra extraída do grego sun ekdechomai, associado um com o outro.
3. Exemplos:
a. O cálice do Senhor é representado pelo todo (I Co 11:27)
b. Ao invés de carne seria corpo (Sl 16:9)
C. Metonímia
1. Palavra extraída do grego meta (mudar) e onoma (o nome); mudar de nome ou dar outro
significado.
2. Metonímia é algo não visível formado apenas na mente.
3. Exemplo: João 13:8-13
a. A palavra “lavar” significa “purificar”
b. Pedro confunde o símbolo com a realidade; a lavagem dos pés significa purificação completa
ainda que somente os pés foram lavados.
D. Prosopopeia
1. É a personificação das coisas inanimadas.
2. Palavra extraída do grego presopem (pessoas) e poein (fazer),
3. Dando luz a este termo, significa fazer um objecto pessoal, falar ou agir como se fosse pessoa.
4. Exemplos: I Co 15:55; I Pe 4:8; Sl 85:10,11; Is 55:12
E. Ironia
1. Expressão que significa o contrário do que se está pensando ou sentindo.
2. Expressão aplicada para diminuir ou depreciar, ou louvar e engrandecer; uma maneira satírica de
expressar.
3. Exemplos: I Rs 18:27; Jó 12:2; II Co 11:5-13; 12:11
F. Hipérbole
1. O exagero poético ou metafórico.
2. Podemos engrandecer ou diminuir exageradamente a verdade das coisas.
3. Exemplos: Dt 1:28; Jo 21:25; Nm 13:33; Sl 6:6
G. Alegoria
1. Uma figura de retórica que consistem em várias metáforas unidas, cada uma expressando ou
representando o que corresponde.
2. Do grego allos (outro) e agoreyein (falar); dizer uma coisa sobre o que a outra significa
3. Exemplos: “Eu sou o pão vivo” (Jo 6:51); a armadura de Deus (Ef 6:11-17)
H. Fábula
1. Uma alegoria narrativa; conta um facto ou circunstância em forma narrativa.
2. Exemplos:
a. Uma árvore ungindo um rei (Jz 9:15)
b. O cardo e o cedro (II Rs 14:9; II Cr 25:18)
c. Certas fábulas do N.T. (I Tm 1:4; 4_7; II Pe 1:16)
I. Enigma
1. É entendido com muito esforço.
2. Exemplos:
a. Deus falou que publicaria enigmas (Sl 78:2)
b. Deus falou com Moisés sem enigma (Nm 12:8)
c. Sansão falou um enigma (Jz 14:13,14)
d. Paulo declara que vemos agora por enigma (I Co 13:12)
J. Símbolo
1. É uma espécie de tipo
2. Do grego syn e ballo (jogar, lançar), de tal maneira que um passa a representar o outro.
3. Exemplo: surgiu um (chifre de) a salvação na casa de Davi (Lc 1:69)

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L. Parábola
1. Uma metáfora aumentada, uma metáfora em forma de história.
2. Seu objectivo é esclarecer assuntos obscuros.
3. Ilustrar verdades importantes (Lc 18:1-7)
M. Símile
1. Comparação implícita entre duas coisas.
2. Palavra extraída do latim similes (parecido com)
3. Exemplos:
a. A elevação do céu, o crente em Jesus (Sl 103:11-16)
b. Os desígnios de Deus e os desígnios do crente (Is 55:8-11)
c. David considerava os guardas como cães fortes (Sl 59:6)
d. O homem comparado a flor, pó (Sl 103:14,15)
N. Interrogação
1. Este método forçará o entendimento do ouvinte
2. Exemplos:
a. “Quem intentará acusações contra seus escolhidos?” (Rm 8:33)
b. “Quem os condenará?” (Rm 8:34)
c. “Quem nos separará do amor de Cristo?” (Rm 8:35)
O. Apóstrofe
1. No grego esta palavra tem o sentido de virar, passar de um lado para outro.
2. Pára-se de falar aos ouvintes e começa a falar com um outro objecto imaginário.
2. Exemplos: Dt 32:1; II Sm 18:33; Jr 22:29; Lc 13:34
P. Antítese
1. Significa o oposto de pensamentos ou palavras.
2. Quase sempre apresenta o contraste entre o bem e o mal, o falso e o verdadeiro.
3. Exemplos:
a. “Bendizei os que vos maldizem” (Mt 5:43,44)
b. “Entrai pela porta estreita porque a porta larga conduz à perdição...” (Mt 7:13,14)
Q. Provérbio
1. É um ditado sábio e significativo e comum a certo povo.
2. Contém verdades que podem ser aplicadas à vida prática.
3. Exemplo: “Médico, cura-te a ti mesmo” (Lc 4:23)
R. Acróstico
1. Uma composição que se toma em certa ordem
2. Exemplo: o Salmo 119 possui 176 versos e contém 22 estrofes, com uma secção para cada letra do
alfabeto em hebraico.
S. Paradoxo
1. É uma declaração contrária à opinião
2. Exemplos:
a. “Qualquer que quiser salvar a sua vida perdê-la-á” (Mc 8:35).
b. “Acautelai-vos do fermento dos Fariseus,” referindo-se às suas doutrinas (Mt 16:6).
c. Outros: Lc 9:61,62; II Co 4:18; 6:8; 12:10.
XI. TIPOLOGIA BÍBLICA
A. O tipo representa alguma coisa, tipificando:
* Pessoas, coisas materiais, marcas, figuras ou modelos.
B. Tipologia no grego
1. Tipo de sinal (Jo 20:25)
2. Tipo de figura (Rm 5:14; I Co 4:6; I Pe 3:21)
3. Tipo de forma (Rm 6:17)
4. Tipo de modelo (At 7:44)
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5. Tipo de maneira (At 20:18; 23:25)
6. Tipo de exemplo (Fp 3:17; II Ts 3:9; Tt 2:7; I Pe 5:3)
7. Tipo de sombra (Cl 2:17)
8. Tipo de imagem (Hb 10:1)
C. Classificação de Tipos

1. De pessoas
* Adão tipifica Cristo no V.T. (I Co g. de construtor
15:21,22) e h. de autor
Eva tipifica a Igreja 4. Tipos de eventos
2. De coisas e acontecimentos a. a noite de Páscoa
a. ofertas pelo pecado b. a descida do maná
b. ofertas pela paz c. o sacrifício de Abraão
c. a rocha ferida d. o dilúvio
d. a serpente de bronze e. adoçando as águas amargas
e. o cordeiro pascoal 5. Tipos de acções
f. a água transformada em vinho a. lavagem dos pés (Jo 13:5)
3. Tipos de ofícios b. andar duas milhas (Mt 5:41)
a. de sacerdote c. virar o rosto (Mt 5:39)
b. de servo 6. Tipos de instituições
c. de ensinador a. o baptismo nas águas (Mc
d. de pastor 16:15)
e. de rei b. a Ceia do Senhor (I Co 11:23-
f. de profeta 38)

D. Tipos não humanos de Jesus


1. A Luz--um tipo de Cristo, símbolo de:
a. prosperidade (Is 58:8; Et 8:16)
b. alegria (Sl 97:11)
c. comunhão (I Pe 2:9)
d. conversão (At 26:13)
e. conforto e segurança (Sl 27:1; Jo 12:36; Ef 5:8)
2. A Arca--um tipo de Cristo
a. Era o único meio de escape (I Pe 3:20,21; Lc 17:26).
b. Foi planejada antes de ser construída; Cristo foi profetizado antes de vir ao mundo.
3. O Cordeiro--um tipo de Cristo
a. A pergunta de Isaque, “Onde está o cordeiro?” foi respondida por João Baptista (Jo 1:29,36).
b. Todo o processo para o sacrifício de um cordeiro no V.T. tipifica Cristo no N.T. (Êx 12:8; I Co
5:7).
4. A Serpente de metal--um símbolo de Cristo
a. A salvação está relacionada com os olhos (Nm 21:8; Is 45:22).
b. A salvação está relacionada com a petiçao (Nm 21:7).
c. A salvação está relacionada com a confissão (Nm 21:7).
5. A Estrela--um símbolo de Cristo
a. Uma estrela procederá de Jacó (Nm 24:17).
b. Jesus é a resplandecente Estrela da manhã (Ap 22:16).
c. Esta estrela apareceu (Mt 2:2).

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LIDERANÇA CRISTÃ

INTRODUÇÃO
Nosso desejo é que por meio deste estudo você possa ter visão de princípios de liderança cristã. Muitas são
as fontes de estímulo para um líder não cristão: o dinheiro, o luxo, o sexo, a fama. Ao líder cristão sua fonte de
motivação é o oposto do que descrevemos: a graça de nosso Deus, o amor pela obra, a unção adquirida, a
presença divina na liderança—todos fazem parte de bons motives para liderar.

I. DEFINIÇÃO DE LIDERANÇA
A. Palavra adoptada por A. Binet a partir de 1900, para definir uma pessoa que comanda.
B. Palavra extraída do inglês (leader): líder.
C. Palavra que define uma pessoa que está à frente de um grupo a fim de o guiar.
D. Pessoa que dirige a fim de levar a um alvo.

II. COMO NASCE UM LÍDER


A. Abrindo seu próprio caminho
1. Esta forma é incorrecta, tratando de liderança cristã; prejudica todo o grupo.
2. Quem deve abrir a porta para o líder é o Senhor da porta.
3. Quando é realmente o Senhor que abre as portas para liderar, passamos pelos lugares mais difíceis
e realizam-se grandes coisas para Deus.
B. Sendo indicado por alguém
1. Neste caso corremos o perigo de perda de autoridade.
2. As pessoas podem não ver na pessoa indicada a pessoa certa para liderar.
3. Pode correr o risco de não cair na graça do povo, o que é muito importante.
C. Sendo escolhido pelo grupo
1. Esta tem sido a forma correcta na escolha de um líder.
2. O grupo fica mais coeso no trabalho que o líder estabelece.
3. O líder sente-se mais seguro.
4. O líder sente-se mais livre para administrar, porque tem apoio do grupo.

III. DIFERENÇAS EM LIDERANÇA


A. Chefiar um grupo
1. Chefiar é atingir alvos através de recursos humanos e materiais.
2. O chefe nasce de um acto burocrático.
3. Podemos ter um chefe e pouca organização; isso acontece quando não há liderança.
B. Liderar um grupo
1. Liderar é levar as pessoas a atingir o salvos tendo como base a sua liderança.
2. O líder nasce por escolha democrática sem bajulação; quando isso acontece fica mais fácil a
aceitação pelo grupo com determinados planos.

IV. O TRABALHO DE UM LÍDER


A. O líder determina objectivos
1. O líder determina o que alcançar: somente mostrando ao grupo o que alcançar é que podemos
determinar os objectivos.
2. Não basta ao líder mostrar; é necessário ensinar como chegar ao alvo.
3. O líder deve ser específico no que vai fazer e como vai fazer.
4. O líder deve apontar o alvo, para que todos vejam onde o líder deseja chegar.
B. O líder determina tarefas
1. O líder planeja actividades específicas.
* Não deixa que seu grupo fique sem saber o que fazer e como fazer.
2. O líder determina com clareza.
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3. O líder não determina actividades complexas.
4. O líder tem clareza nos seus objectivos.
C. O líder estabelece prioridades
1. O líder deve ter visão do que é mais necessário.
2. Para ter uma visão clara de prioridades o líder deve se questionar:
a. O que tenho que fazer? Uma casa pastoral, uma congregação, uma creche ou um orfanato?
b. Porque fazer: Qual o objectivo da obra? Qual a sua necessidade?
c. Localização do projecto: Onde fazer?
d. Quem vai fazer? Um projecto envolve pessoas, dinheiro, leis, etc.
D. O líder estabelece responsabilidade
1. O líder não centraliza o trabalho em si.
2. O líder deve delegar responsabilidade, confiando em seus companheiros.
3. Um dos problemas encontrados numa má liderança é visto quando o líder tem medo de
descentralização.
4. Por vezes o medo de descentralização gera divisão e descontentamento.
E. O líder estabelece canais de comunicação
1. O líder é uma pessoa que não se isola; sua liderança tem acesso, e as pessoas sabem que ele
escuta.
2. Por vezes a falta de comunicação é falta de maturidade; ele não partilha informação para não ter de
dar explicações.
3. Um líder que tem esta falta deve analisar como corrigir isto (ver o caso de Moisés que aceita o
conselho do seu sogro).
F. O líder repreende:
1. Com amor;
2. Para estruturar o grupo que lidera;
3. Para harmonizar o grupo;
4. Para não perder a autoridade.
G. O líder elogia o seu grupo:
1. Deve ser elogio sincero;
2. Deve ser para fortalecer seu grupo;
3. Para encorajar outras actividades;
4. Para estimular o grupo mantendo a unidade.

V. PERIGOS NA LIDERANÇA
A. Perigo da auto-confiança
1. Confiança é uma tendência natural quando as coisas estão a correr bem.
2. Não podemos confiar em nossa habilidade ou na nossa forma de administrar.
3. Podemos nos esquecer do Senhor quando confiamos em nós (Fp 2:13; Sl 127:1; Jr 10:23; II Co 3:5).
B. Perigo de não reconhecer suas limitações
1. O líder deve saber que está limitado em alguns aspectos:
a. Limitação quanto à organização;
b. Limitação quanto à idade;
c. Limitação quanto ao tempo.
2. O líder deve reconhecer quando deve passar a liderança a outros.
a. Ninguém consegue liderar um grupo durante anos no mesmo ritmo.
b. Aqui temos um grande perigo: o grupo pode ficar demasiado acostumado, dependendo do
tipo da sua liderança.
C. Perigo da negligência
1. O líder não deve abandonar a fonte da sua motivação.
2. A adoração, o louvor e a leitura da Palavra de Deus devem ser uma fonte da vida ao líder.

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3. É na oração que o líder encontra forças para motivar sua liderança (Gl 5:22; Jo 10:9).

VI. O PREÇO DA LIDERANÇA


A. O preço da renúncia (Lc 9:23,24)
1. Renúncia do ego
2. Renúncia dos seus métodos
3. Renúncia da sua confiança
4. Renúncia da sua formação secular
* Nossa sabedoria pode apenas servir como esterco, nunca como base.
B. O preço da abstinência (I Co 9:25-27)
* Abstinência daquilo que a carne nos oferece.
C. O preço das dificuldades
1. Dificuldade em material, em pessoal treinado, em finanças.
2. Tudo isso põe em prova a verdadeira liderança.
3. Liderar onde tem é apenas administrar; liderar onde não tem é capacidade, potencial em liderança.
D. O preço das críticas
1. O líder deve reflectir nas críticas em oração.
2. O líder deve mostrar controlo emocional e espiritual ao receber uma crítica.
E. O preço das decisões
1. Decisão de se afastar
2. Decisão de ordem administrativa; lembre-se que uma decisão não agrada a todos.

VII. LIDERANÇA E ORGANIZAÇÃO


A. O líder organiza
1. A organização envolve análise
* Quais os sectores que requerem organização:
a. Escola Dominical
b. Discipulado
c. Construção
d. Finanças e orçamento, envolvendo contribuições (ofertas e dízimos).
2. Sem uma visão do que está errado é impossível organizar
a. Ezequias foi um líder de visão (II Cr 32)
* Ele viu Senaqueribe vindo (v. 2)
* Depois de ver, teve conselhos (v. 3)
* Assim o povo se ajuntou a ele (v. 4)
b. Se realmente queremos ajuda do povo, coloquemos a casa em ordem.
3. Organize treinando pessoas
a. Homens de qualidade (Êx 18:21)
b. Homens tementes a Deus
c. Homens sem avareza
d. Homens verazes
e. Estes homens devem estar preparados para:
* Saber o que fazer, e saber como executar
4. Organize dando ordens claras
a. O líder não deve complicar; deve ministrar ordens ao ponto que todos entendam.
b. O líder deve esclarecer, dando objectivos claros.
c. Para conseguir bons resultados na sua liderança, você deve dar a entender ao seu grupo o
que deseja.
B. Organizar é controlar
1. Primeiro, fazer as contas

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* Antes de fazer planos ou organizar melhor o trabalho é necessário verificar o que já temos (Lc
14:28,29)
2. Aproveitar as estatísticas
1. Na igreja primitiva a estatística jogou um papel importante (At 2:41; 4:4)
2. A falta de estatística nas nossas igrejas mostra por si a falta de organização.
3. Ideias para ajudar a controlar
a. Ficha do novo convertido
b. Ficha do membro contendo dados no que diz respeito a ele: nome, endereço, data do
baptismo nas águas, etc.
c. Cartão do membro--verificar o modelo.
d. Estatística mensal e anual de todas as actividades
* Número financeiro, convertidos, baptizados, crianças apresentadas, crescimento ou
decréscimo da Escola Dominical.
* Inclua uma estatística para cada culto: quantos membros, crianças, visitantes, ofertas,
dízimos.
C. Organizar é arquivar
1. Informação acessível
* Para a organização ter valor é necessário que as informações e trabalhos sejam acessíveis a
quem tem direito.
2. A ciência de arquivar
a. É colocar os dados adquiridos onde mais tarde podem ser encontrados.
b. Não vale a pena preencher fichas se vão acabar num canto qualquer da igreja.
3. Um arquivo para cada departamento
* Graças ao bom arquivo da Pérsia, os israelitas poderão concluir os trabalhos da restauração
do Templo Ed 5:17; 6:7).
4. Os arquivos podem incluir:
a. Correspondência
b. Assuntos individuais
c. Requisições
d. Actas
e. Documentos oficiais
f. Estatísticas
g. Fichas de membros, de novos convertidos, etc.
h. Escalas de obreiros
D. Organizar é cuidar das finanças da igreja
1. Prestando contas
1. Todos nós seremos chamados a prestar contas.
2. Estamos conscientes da condenação daquele servo que não tratou bem do dinheiro do
Senhor (Mt 25:26-30)?
3. O dinheiro é do Senhor da igreja e não do pastor, nem do tesoureiro da igreja.
4. O povo que contribui com as finanças tem todo o direito de exigir que o dinheiro seja
controlado, devidamente contabilizado, e sabiamente gasto.
2. Sistema de contabilidade
a. Ter um sistema de controlo da contabilidade do dinheiro da igreja é indispensável.
b. Isto não serve somente para a igreja, mas também perante as autoridades governamentais.
c. Impressos para a contabilidade:
* Folha de ofertas: Cada oferta é conferida por pelo menos duas pessoas de confiança na hora
em que é levantada. Eles devem entregar o dinheiro e assinar numa folha a quantia entregue
à tesouraria.
* Entradas e saídas: Documentos onde se controla cada kwanza da tesouraria. Cada saída deve
ter uma autorização superior.
* Folha de contabilidade: Onde consta todas as entradas e saídas por número e o saldo a todo
o momento.

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* Resolução e verificação das contas: Onde semanalmente ou mensalmente saem as contas
para divulgação ou outros fins.
E. Organizar é divulgar
* Jesus disse que não se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador (Mt 5:15).
Podemos ter o melhor plano do mundo mas se ninguém sabe, nada vale.
1. Comunicar aos membros e frequentadores da igreja
a. Anúncios verbais de programas incluindo os horários.
b. Explicações verbais (por exemplo, as três bacias de oferta são para quê?)
c. Reuniões administrativas: explicar o programa da construção.
d. Quadro de anúncios bem tratado e em dia.
e. Carta informativa aos membros: seminários, pregadores visitas, eventos especiais.
f. Manter o ministério da igreja bem informado.
2. Comunicar com as entidades governamentais ou empresas:
a. Contacto por telefone
b. Contactos pessoais
c. Comunicação escrita
3. Comunicação externa
* Meios de comunicação social, cartazes, convites e anúncios duplicados
F. Organizar é planejar
1. Ainda que não fosse construir, Davi planejou muito bem a futura construção do Templo (I Cr
22:12,16).
2. Planejar é pensar e escrever
* Escreva o que pensa, até ter a oportunidade de o colocar em prática.
3. Planejar e reflectir acerca do que deve ser feito.
G. Organizar é efectuar
* Os líderes devem cumprir e fazer cumprir o planejamento feito. O início para uma grande acção
sempre terá dificuldades. Cabe ao líder motivar e efectuar os planos elaborados.

57
TEOLOGIA DO MINISTÉRIO

I. TERMINOLOGIA BÍBLICA DA PALAVRA “MINISTÉRIO”


A. Definição
1. “Ministério” é um termo colectivo que aponta para vários oficiais e autoridades religiosos e civis.
2. A palavra é usada para traduzir certo número de vocábulos hebraicos e gregos, que também podem
denotar ofícios específicos.
B. Palavra hebraica
* sharath: alguém que assessorava pessoas de alta categoria (Êx 24:13; Js 1:1; II Rs 4:43); auxiliares
dos sacerdotes (Is 61:6; Ez 44:11; Jl 1:9-13)
C. Palavras gregas
1. diakonos
a. Essa palavra apontava para todo tipo de trabalho secular e religioso (Lc 17:8; “Marta serviu”--
Jo 12:2).
b. Aponta para todo tipo de serviço e ministério de ordem espiritual (At 21:19; I Co 16:15; “para a
obra do ministério”--Ef 4:12).
c. diakonia, diakoneo (Mt 20:28): sugere algo como servir à mesa, e relembra a ocasião na
qual Jesus ensina a mãe de João e Tiago sobre a verdadeira grandeza (servir).
2. huperetes (huperteo)
a. O uso clássico e original da palavra apontava para os remadores do nível mais inferior de
uma embarcação.
b. Esta palavra grega foi usada para traduzir o termo hebraico chazem, nome que se dava a um
assistente de uma sinagoga. Seu dever era abrir e fechar o edifício, apresentar e
substituir livros, e ajudar aos sacerdotes ou mestres em tudo quanto fosse necessário.
c. Destaca-se a ideia de assistência pessoal (Lc 1:2; At 26:16); o sub-remador fazia o seu
trabalho sob ordens do capitão do barco.
3. doulos
a. O sentido primário dessa palavra era o trabalho feito por um escravo, que cumpria a vontade
expressa do seu senhor.
b. O facto principal ligado ao escravo é que ele cumpre a vontade do seu senhor, e não a
própria. Ex: Lc 12:37; Lc 17:7; Jo 13:16 (Jesus lavou os pés dos discípulos); At 4:29; I Co
7:22; Gl 1:10; Cl 4:12.
4. episkopos
* O sentido primário é “bispo” ou supervisor (I Tm 3:12; I Pe 5:1).

II. A CHAMADA PARA O MINISTÉRIO


A. Etimologia da palavra “chamada”
1. No hebraico, qara (“chamar”); no grego, kaleo (“chamar”)
2. A língua portuguesa define “chamar” como: dizer em alta voz o nome de alguém, para que venha, ou
para verificar se está presente.
3. Convidar alguém a assumir um dever, mediante a palavra, ou através do poder impulsionador do
Espírito Santo.
4. Devemos saber que existe lugar para ser preenchido nos mais diversos tipos de ministérios (At 1:20-
25).
5. Essencialmente o chamado deve ter uma chamada conforme lemos em Actos 6:4, para exercer um
tipo de ministério.
B. Autoridade da chamada
1. O termo “autoridade” vem do latim auctoritate (patrocinador, promotor, fiador).
a. Deus é o único que pode patrocinar, promover, afiançar a chamada (Gn 12:1).
b. Somente o autorizado (chamado) pode fazer o trabalho (Lv 10:1,2).
c. Fazer sem ser mandado é falar por si (Jr 23:30-32).

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2. A autoridade de Deus em relação à chamada envolve a disponibilidade da pessoa (Is 6:8; Êx
3:11,12).
3. A autoridade tem como fundamento “o direito de poder mandar”:
a. Exercer uma autoridade (Mt 10:1; Ap 2:26)
b. No ministério da Palavra a autoridade é fundamental (Mt 7:29); sem autoridade não existirá
êxito no ministério.
4. Podemos usar Seu nome em submissão à Sua autoridade (I Tm 1:1; Mt 3:13,14).
5. Seu nome é autoridade para alicerçar a igreja (At 3:6-12).
6. Ministério e o ministro devem se esconder atrás de Cristo, deixando transparecer Sua autoridade (I
Tm 2:7).
7. O ministério deve:
a. Se coadunar com os ensinamentos de Cristo;
b. Pautar a conduta ministerial segundo a Palavra de Deus;
c. Nunca pensar que o ministério por si poderá tomar a autoridade, sem consultar a Deus.
C. Chamada e chamado são produzidos por Deus
1. Ele mesmo deu uns... (Ef 4:11); Deus Se encarrega de “fazer” este obreiro.
2. O verdadeiro obreiro não se faz por ele mesmo; ele é feito, moldado pelo Senhor.
3. A maturidade de um obreiro depende da sua formação, “...até que Cristo seja formado em vós” (Gl
4:19).
4. A criação do físico humano foi do pó, conforme lemos em Génesis 2:7; no sentido espiritual, Deus
“quebra” o homem velho e o faz novo (Jó 33:6).
5. No exercício do ministério o “barro” não questiona o oleiro (Is 45:9).
6. No ministério tudo deve partir de Deus ao ministro; somos d’Ele, e para Ele estamos a trabalhar. O
ministro deve depender de Deus em tudo.
7. Para ter um ministério próspero devemos ter de Deus a revelação (II Sm 7:27), a unção (I Sm
16:13); e entender que somos guiados por Ele (Jo 16:13; Rm 8:14; Gl 5:18).
8. Uma das formas de Deus fazer um obreiro é pela Palavra (II Tm 3:15); o ministro deve se espelhar
na Palavra se deseja realmente ser moldado por ela. O obreiro feito de barro terá consistência
em armazenar “tesouros” de Deus (II Cor 4:7); infelizmente, muitos estão no ministério como
vasos de ferro, tornando impossível que Deus guarde qualquer tesouro nele.
D. Método de chamada
1. Deus chama directamente (Gn 12:1).
2. Deus chama indirectamente (Nm 27:15-23).

III. O OBJECTIVO DO MINISTÉRIO


A. Actividades eclesiásticas
1. A actividade ministerial tem por fim a edificação do corpo de Cristo (Ef 4:12,13).
2. Deveres cerimoniais também estão incluídos no ministério cristão (I Co 1:17; Mt 28:19,20). O
baptismo é exercido por salvos que foram chamados a exercer o ministério.
3. Promover os elevados propósitos da participação dos remidos na própria imagem e natureza de
Cristo (Rm 8:29; II Co 3:18).
4. Dedicação e cumprimento das mais diversas tarefas no ministério
* Ocupe-se destas coisas, dedique-se inteiramente a elas (I Tm 2:15):
a. Orar pelos enfermos (Tg 5:15);
b. Ajudar os fracos (I Co 8:7; 11:30)
c. Consolar os tristes (Lc 4:18,19)
d. Restaurar os caídos (Is 61:1; Jo 20:21)
B. Organização ministerial na igreja
1. Colocar em prática princípios bíblicos
a. Princípios que venham organizar um ministério (Ef 4:11)
b. Os mais diversos ministérios apontados pela Bíblia são para ser exercidos; foram concedidos
por Deus e conquistados por Cristo (Ef 4:9,10).
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c. Nunca esquecer que o alvo do ministério é a edificação da casa do Senhor (II Cr 29:35; Ef
4:12).
2. Paulo exorta a organização ministerial
a. Paulo exorta a Tito que coloque em ordem o que ainda resta (Tt 1:5).
b. Uma das dificuldades da igreja local é a falta de estabelecer princípios de ministério.
c. Temos de saber que existem diversos tipos de ministérios hoje, e o seu cumprimento é uma
ordem divina (II Tm 4:5).
d. Paulo foi feito ministro para cumprir o estabelecido pela Palavra de Deus (Cl 1:25).
3. A função principal é prestação de serviço à congregação (Nm 18:21).
4. Os Levitas foram seleccionados para exercer os mais diversos tipos de ministérios.
5. Para organizar um ministério na igreja local:
a. Reconhecer que os mais diversos sectores da actividade eclesiástica necessitam de homens,
capazes e chamados para exercer um ministério.
b. O recrutamento obedece a normas precisas, e os obreiros são colocados na sua função pela
imposição de mãos (I Tm 5:17-22).
c. É necessário colocar pessoas certas no lugar certo para exercer o ministério.
d. Todas as comunidades judaicas tinham anciãos (presbuteros ou presbuterion no grego) à
sua frente. Paulo estabeleceu presbíteros nas igrejas (At 14:23).
e. Treinar pessoas e capacitá-las para o ministério: o que estamos a fazer para treinar pessoas?
f. Para organizar é necessário seleccionar. As epístolas pastorais estabelecem regras para
seleccionarmos pessoas ao trabalho do Mestre Jesus; esta escolha deve ser feita com
cuidado (I Tm 3:1-7; Tt 1:5-9).
C. A comunicação da Palavra
1. Os apóstolos foram chamados para anunciar (Mc 3:14; Lc 3:18; At 10:42).
2. Existem dois alvos específicos deste anúncio:
a. Anunciar aos que não conhecem (Mc 16:15). É por meio do ministério evangelístico que o
mundo perdido será alcançado.
b. Anunciar aos que já conhecem (Mt 28:19). Pelo ministério do ensino criamos raízes,
fortalecendo a fé dos salvos.
3. O anúncio da Palavra é um processo através dos tempos.
a. Isaías profetizou sobre João Baptista (Mt 3:3).
b. João anunciou a proximidade do reino (Mt 3:2; Lc 3:18).
c. Jesus deu continuidade à mensagem de João Baptista (Mt 4:17).
d. Pedro pregou sua mensagem neste processo (At 2:38).
e. A Igreja primitiva crescia obedecendo este processo (At 2:40-42; 20:20).
4. O ministério deve ser estabelecido com base bíblica; sem visão bíblica é como uma lâmpada
necessitando de energia, pois por si mesmo não consegue viver (Sl 119:105).
D. O ensino da Palavra
1. A igreja necessita de conhecer o poder da Palavra; sem conhecimento da Palavra o povo se
corrompe (Os 4:6)
2. A Palavra não passa sem causar efeito (Lc 21:33; Is 55:11)
3. A Palavra tem poder para efectuar (Mt 8:8)
4. A Palavra tem conteúdo diferente (I Co 2:4)
5. A igreja cresce pelo ensino; o ensino gera conhecimento (Cl 1:10; At 12:24).
a. Crescimento na graça e conhecimento (II Pe 3:18)
b. Crescimento numérico (At 16:5)
6. Cabe ao ministro a responsabilidade de edificar a igreja fazendo-a crescer.
* O crescimento da igreja depende muito do ensino (II Tm 3:16).
E. O valor da Palavra
1. A igreja necessita ser corrigida pela Palavra (Rm 9:29).
2. A igreja necessita viver pela Palavra; deve entender que nem só de pão viverá o homem (Mt 4:4).
3. A igreja necessita guardar a Palavra, para estar protegida das ciladas do diabo (Fp 2:16).

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F. O alvo da Palavra
1. Vencer os contradizentes (Tt 1:9-11)
2. Anúncio dos conselhos de Deus (At 20:27)
3. Edificação (I Co 14:4,5; Ef 2:20; Cl 2:6,7)
4. Corrigir, instruir, repreender (II Tm 3:16)
G. O pregador e o ensino
1. Ensinar avaliando se realmente estamos atingindo a meta de Deus. Não criar somente ensino mas
sim aprendizagem.
2. Ensinar visando a glória do reino de Deus.
3. Ensinar com alvo de edificar, corrigir, instruir (Dt 20:18).
4. Fazer com que todos cresçam e se edifiquem (At 6:7).
H. Os meios aos quais está ligado o ensino
1. O ensino está ligado à autoridade (Mt 7:29).
2. O ensino está ligado ao Espírito Santo (Lc 12:12).
3. O ensino está ligado à precisão (At 18:25).
4. O ensino está ligado à unção (I Jo 2:27).
5. O ensino está ligado ao temor (Sl 34:11).
6. O ensino está ligado à disposição (Êx 35:34).
7. O ensino está ligado à oração (At 6:4).
* Quando não ligamos o ensino a estes factores importantes fazemos do ensino um sal sem sabor.

IV. QUALIDADES DO MINISTRO


A. O ministro deve ser irrepreensível
1. Ser irrepreensível é ser sem defeito (Lv 21:18-20).
* Aponta para as qualificações espirituais requeridas por Deus para os ministros. Aquele que
serve no ministério deve ser inculpável (I Tm 3:2).
2. Neste aspecto o obreiro é uma carta aberta (II Co 3:2).
3. Irrepreensível diante da sua família
4. Irrepreensível diante da sociedade
5. Irrepreensível diante da igreja
6. Irrepreensível diante da sua consciência
7. Um homem que não sofra reprovação (II Tm 2:15)
B. O ministro deve ser sóbrio (I Tm 3:2)
1. Ser sóbrio nas dificuldades (I Tm 4:5)
2. Ser sóbrio é ser lúcido dos factos; é não se abalar com as tormentas.
3. O sóbrio é humilde e prudente; não se precipita diante das mais difíceis situações.
4. A recomendação bíblica é ser sóbrio em tudo (II Tm 4:5).
5. O obreiro sóbrio está pronto para enfrentar todos os tipos de dificuldades (II Co 6:3-10).
6. O sóbrio é caracterizado pela exclusão de luxo, e de todo tipo de excessos.
7. “Sê sóbrio e vigilante” (I Pe 4:7); o diabo procura acabar com o ministério que exercemos (I Pe 5:8).
8. O dicionário português define a palavra “sóbrio” como pessoa moderada no comer ou beber.
C. O ministro deve ser ordeiro
1. Ordem na administração (ver também a lição “Liderança Cristã”, secção VII)
a. Tudo organizado: tesouraria, secretaria, arquivos, contabilidade
b. A organização reflecte a liderança do obreiro. Paulo deixou Tito em Creta para colocar em
ordem o que ainda restava (Tt 1:5).
c. O ministério mal executado será censurado, e com razão: o ministro é um espelho às ovelhas
(II Co 6:3).
2. Ordem nas coisas espirituais
* O culto em ordem, com a manifestação dos dons em ordem (I Co 14:40).
3. Ordem na vida espiritual do obreiro

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a. O seu relacionamento com a oração e meditação na Palavra deve ser uma realidade
executada todos os dias.
b. Antes de alimentar o rebanho o obreiro deve ter o cuidado de se alimentar, fortalecendo os
laços entre ele e seu Senhor.
4. Ordem na sua casa (I Tm 3:4,5)
* Deve assumir a responsabilidade de ministro de Deus no lar. Há obreiros que na prática
abandonam seu lar, privando sua família de ser abençoada. Este é um mal que deve ser
retirado do lar do ministro.
D. O ministro deve ser hospitaleiro na igreja
1. Recepção de descrentes
a. As pessoas sentem-se bem ao serem bem recebidas, à porta do templo, na saudação de
boas vindas e no cumprimento individual.
b. A pessoa descrente deve ver no obreiro e na igreja carinho e amizade.
c. As pessoas devem ver no obreiro uma pessoa hospitaleira, aberta, acessível.
2. Recepção de membros da igreja
a. O obreiro deve ser uma pessoa acessível, não iracundo.
b. Para que os membros tenham acesso ao obreiro, este deve se mostrar aberto para que os
membros vejam nele um amigo, um conselheiro.
3. Recepção de autoridades
* O obreiro deve dar o devido valor às autoridades, mas ter cuidado para não ser manipulado
pelos políticos, nem fazer do púlpito uma tribuna para apoio de partidos.
4. Recepção de obreiros
a. O obreiro bem atendido desempenha com mais entusiasmo o seu ministério.
b. Na recepção de obreiros devemos saber como apresentá-los devidamente, para que ao sair
tenham boa impressão daquela igreja.
E. O ministro deve ser apto para ensinar (I Tm 3:2)
1. Ser apto é ser capaz, e esta capacidade vem do alto (Tg 3:17).
2. A capacidade vem por meio de uma constante busca (Is 3:17; Jr 33:3).
3. O obreiro deve ter seu “celeiro” cheio para poder ministrar às ovelhas.
F. O ministro não deve ser arrogante (Tt 1:7)
1. Normalmente o obreiro arrogante é obstinado em suas opiniões; não aceita conselhos mesmo que
sejam de um colega. Quando repreendido age negativamente.
2. Definição da palavra “arrogante” no Antigo Testamento: ga’avah (Is 16:6); ga’on (Jr 13:9; Pv 16:18):
altivo, insolente, orgulhoso, presumido (arrogância: insolência, altivez, orgulho, soberba).
3. Infelizmente muito ainda exercem “ministérios” com estas más qualidades. A soberba que procede a
ruína é chamada de ga’on, que significa “excelência inchada” (Pv 16:18).
4. O arrogante busca prevalecer nas suas ideias; é uma pessoa teimosa. Não devemos separar para o
ministério uma pessoa com esta má qualidade.
G. O ministro não deve ser irascível (Tt 1:7)
1. Definição:
a. A palavra “irascível” significa “inclinado à ira” (alguém que se ira com facilidade), referindo-se
à maneira intensa e egoísta como o homem protege seus vícios ou paixões.
b. O termo grego para ira é thumos, que significa ira ou fúria explosiva que irrompe através de
palavras e acções violentas (Cl 3:8).
2. Paulo descreve a ira como fruto da carne (Gl 5:20).
3. O obreiro não deve ser violento
* na administração, na conversação, no trato com as ovelhas, no púlpito.
4. Há obreiros que atacam suas ovelhas do púlpito, descarregando a sua ira por meios de “sermões”.
5. A ira pode ser uma porta aberta para uma operação satânica (Ef 4:26,27); um obreiro irado levanta
problemas (Pv 15:18).
6. “Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem” (Rm 12:19-21; II Co 12:10; Gl 5:19,20;
Tg 1:19,20).
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7. Como obreiros exercendo um ministério, devemos mostrar maturidade, sendo “tardio para se irar”
(Tg 1:19).
H. O ministro não deve ser cobiçoso (At 20:33; Tt 1:7)
1. O termo hebraico “cobiça”
a. chamad: o desejo pela possessão alheia (Mq 2:2; Dt 5:21; Êx 20:17)
b. betsa: o desejo por lucro desonesto (Pv 28:16; Jr 6:13)
c. avah: o desejo forte, egoísta, somente para si (Dt 5:21; Pv 21:26)
“Não cobiçarás (chamad) a mulher do teu próximo, e não desejarás (avah) a casa do teu
próximo, nem o seu campo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem jumento, nem
qualquer coisa que é do teu próximo” Dt 5:21.
2. O termo grego “cobiça”
a. epithumeo, epithumia: expressa qualquer desejo intenso, o qual, se mal orientado, poderá
ser concentrado sobre o dinheiro, ou por aquilo que é proibido (At 20:33; I Tm 6:9; Rm
7:7)
b. pleonekteo: explorar, enganar para seu próprio proveito (Lc 12:15; Ef 5:5; Cl 3:5; I Ts 2:5; II
Pe 2:14); no caso encontrado em II Co 7:2, o apóstolo Paulo se defende, escrevendo que
não explorou ninguém ou buscou seu próprio proveito.
c. aischrokerdes: avareza (Tt 1:7 “cobiçoso de torpe ganância”)
d. oregomai: desejar, estender-se para alcançar (I Tm 6:10)
“Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se
desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos de muitas dores” I Tm 6:10.
3. O que não se deve cobiçar:
* As ovelhas de outro pastor, outra igreja, outro ministério, outro dinheiro, outro poder.
I. O ministro não deve ser um dominador (I Pe 5:3)
1. O obreiro dominador age como se a igreja fosse seu património.
2. O obreiro não deve liderar a base de domínio próprio; deve ser um homem de Deus reconhecendo
sua soberania. Paulo declara: “Vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim...” (Gl 2:20).
3. O obreiro deve respeitar o factor “tempo”, não pensando que uma vez colocado à frente do rebanho,
deve para sempre ali permanecer.
4. Israel andava e parava conforme a vontade de Deus (Êx 40:36,37).
5. O obreiro deve ter visão espiritual para saber se o exercício do seu ministério deve ser contínuo ou
não. (Devo ou não parar? Transferência para outro campo? Tenho maturidade para uma
mudança?)
6. O obreiro deve ir ou vir impulsionado pelo Espírito Santo.
* Deus não vai abençoar um obreiro que está no lugar errado; por certo este obreiro irá trabalhar
contra a vontade de Deus, deixando de realizar os planos d’Ele.

V. O MINISTRO E OS SEUS RELACIONAMENTOS


A. Seu relacionamento com a Bíblia
1. Sabe manejar a Bíblia (II Tm 2:15).
2. Sabe pregar o que tem na Bíblia.
3. Sabe dar ouvidos à Bíblia (Is 1:19).
4. Crê na inspiração da Bíblia (II Pe 1:21).
5. Medita na Bíblia (I Tm 4:13).
6. Um obreiro acomodado não oferece resistência ao seu adversário.
B. Seu relacionamento com a oração
1. A oração frutifica nosso ministério.
* Quando pregamos ou aconselhamos com base numa vida de oração, nosso ministério se torna
frutífero.
2. A oração defende nosso ministério.
a. Porquê é que crentes saem da igreja dizendo, “Hoje não recebi nada”--não será por falta de
poder em nossas vidas?

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b. Onde está a unção que devemos receber d’Ele? Por vezes somos criticados de sermos frios,
sem mensagens, por falta de oração.
3. A oração alicerça o nosso ministério.
a. Cria raízes mais profundas, nos leva a novas descobertas e edifica a nossa vida.
b. Uma árvore necessita da seiva (oração) para dar fruto (Sl 1:3; Lc 6:43).
4. A oração dá saúde ao nosso ministério.
a. Porque hoje nos deparamos com “ministros enfermos”? Falta de oração.
b. A oração nos faz reflectir como estamos, e aponta à solução para nossos problemas (Is 38:1-
3).
5. A oração produz crescimento no nosso ministério
* Para se desenvolver um ministério é necessário ter uma vida de oração (I Ts 5:17).
C. Seu relacionamento com as finanças
* A queda de muitos obreiros dá-se pelo facto da falta de vigilância na área financeira (I Tm 6:10).
1. Ter uma tesouraria organizada.
2. Ter sabedoria na administração.
* Saber que tudo o que está realizando é para o seu Senhor; somos mordomos (Sl 24:1)
3. Ter uma comissão de finanças
* O objectivo da comissão é apoiar o pastor, dando mais transparência no sector administrativo.
4. Fugir da aparência do mal.
D. Seu relacionamento com o sexo oposto
* O obreiro deve tomar alguns cuidados:
1. Nos aconselhamentos;
2. No tratar de assuntos íntimos;
3. No andar sozinho com o sexo oposto.
E. Seu relacionamento com a popularidade
1. A popularidade pode servir de bênção ou tropeço, dependendo da maturidade do obreiro.
2. A popularidade e o ensino de Jesus (Jo 15:5).
3. A popularidade e o ensino de Paulo (I Co 15:10).

VI. O MINISTRO E SUA FAMÍLIA (ver também a lição: A Família Cristã)


A. Cuidando do seu relacionamento com a família
1. É um dever a ser assumido como cabeça e líder do lar.
2. É um dever a ser cumprido amar a esposa como Cristo amou a Igreja (Ef 5:25).
3. O diálogo com a esposa e os filhos faz parte de um bom relacionamento familiar.
B. Cuidados que o ministro deve ter em relação à sua família
1. Atenção demasiada à igreja, privando assim a sua família da sua presença, carinho e amizade.
2. Não que o obreiro tenha de abandonar a igreja para ficar com a família; temos de ser sensatos
tendo em conta o seguinte:
* Deus: Acima de todas as coisas
* Família: Assume o 2º lugar
* Igreja: Assumo o 3º lugar
3. A igreja não pode retirar a responsabilidade de todas as actividades do obreiro em sua família (I Tm
3:1-5).
4. O acúmulo de funções pode prejudicar a vida familiar do ministro.
5. O ministro deve participar activamente nas suas funções familiares (I Tm 5:8).
* Participar na educação dos filhos, orientando-os pela Palavra de Deus (Pv 22:6; Dt 11:19).
6. Instruir é orientar, mostrar o caminho certo a quem se dirige pelo caminho errado.
* Nossos filhos são assaltados pôr temores; se frustram na escola, na igreja, na família, com
problemas inerentes à sua idade.
* É dever do ministro participar dos problemas dos seus filhos.

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C. Obedecendo três princípios como obreiro e pai
1. Princípio da comunhão
a. Na declaração do salmista a comunhão é boa e suave (Sl 133:1--no hebraico as duas
palavras usadas juntas nesta passagem para exprimir “comunhão” são gam + yachad)
b. Uma palavra grega que significa “comunhão” é koinonia; envolve a ideia de participação,
companheirismo e contribuição (At 2:42; I Jo 1:3).
c. Outra palavra grega para “comunhão” é homileo, que significa “estar junto com, em
conversação” (Lc 24:15; At 24:26).
d. Comunhão consistem em um acordo em que diversas pessoas unem-se e chegam a
participar juntas em uma determinada coisa (II Co 6:14; I Jo 1:3).
e. Como porta-voz de Deus à sua família, o ministro deve assegurar a comunhão dentro dos
seus limites, pois existem elementos da comunhão que somente o Espírito Santo pode
assegurar.
2. Princípio da reciprocidade
* É o princípio de viver juntos em confiança e concessões. Não existirá comunhão no lar
enquanto não houver confiança. Esposo e esposa, filhos e pais devem viver com base em
concessão e confiança, para gerar um clima d estabilidade no lar.
3. Princípio da autoridade (Ver secção IIB desta lição)
a. Nunca confundir autoridade com autoritarismo; o termo “autoridade” vem do latim
auctoritate, derivada de auctore (“causa”, “patrocinador”, “promotor”, “fiador”). Era um
termo romano usado para indicar a fiança em uma transacção, a responsabilidade por um
menor de idade.
b. O ministro é o patrocinador, o fiador, responsável pela sua família; fugindo deste princípio
existira perda de autoridade.
c. Tudo indica que Davi perdeu a autoridade sobre seus filhos (II Sm 12:9,10); pelo facto de dar
mau exemplo ele sofreu sérias consequências (II Sm 13:1,2). A perda de autoridade leve
um lar à desgraça.
D. Discipulando a esposa para o ministério
* O ministro de Deus deve agir no sentido de ter o apoio da esposa, lembrando os seguintes princípios:
1. Amar a esposa. Não se irritar contra ela (Cl 3:19), mas ter paciência; procurar não irritar a sua
esposa, mas criar um clima de amor e harmonia.
2. Procurar respeitar seus sentimentos, se preocupar com a sua saúde e com seu vestir. Ser gentil e
educado com a sua esposa, e não lhe tratar como “minha cruz”, “minha velha”, “minha patroa”.
Transformar este quadro, dizendo “meu bem” (é bíblico e bonito--Pv 18:22).
3. Falar que ela é importante para si e para Deus. Procurar andar com sua esposa, conversar, passar
tempo com ela. Compartilhar com sua esposa do seu ministério. Orar e jejuar com ela, e se
preocupar com a sua vida espiritual, pois à medida em que ela for ajudada poderá ajudar outros.
4. É bíblico a mulher estar preocupada com Deus e com Seu reino (I Co 9:5), mas não ao ponto de
estar “distraída, ansiosa e afadigada” como Marta (Lc 10:40,41).
5. Atrair a sua esposa para o apoiar no ministério.
6. Na verdade Deus colocou a mulher num lugar abrangente na vida do homem... “uma adjutora que
esteja como diante dele” (Gn 2:18). Entender que a esposa é uma auxiliadora em todas as
actividades do homem; um dos erros de relacionamentos é o homem tentar deixar a esposa de
lado; isto fere o princípio divino.
E. Características do obreiro em relação à sua família
1. Marido de uma mulher (I Tm 3:20)
a. A palavra “marido” refere-se ao homem casado, em relação à mulher a quem se uniu.
b. Quando Abraão foi chamado para a obra de Deus, levou a sua esposa (Gn 12:5); tudo indica
que gostava de proteger a sua esposa (Gn 12:10-13).
2. Governa a sua casa (I Tm 3:4)
* De nada vale o obreiro estar preocupado com o rebanho fora do seu lar, se sua casa está
desarrumada.
.
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3. Bom testemunho (I Tm 3:7)
* Na galeria de testemunhos Noé se apresenta juntamente com sua família (Hb 11:7); todos que
viviam com ele foram salvos (Gn 7:7). O próprio Deus viu o testemunho de Noé e disse: “Entra
na arca, tu e a tua casa” (Gn 7:1), partindo de Deus, é um grande testemunho. Deus abençoou a
Noé e os seus filhos (Gn 9:1). Jó possuia qualidades (Jó 1:1): ele se desviava do mal e
intercedia pela sua família (v. 5).

VII. O MINISTRO E A SUA CAPACIDADE


A. Definição
* Cinco aspectos de “capacidade”:
1. Inteligência
* A capacidade de reter o que se vê fazer, o que se ouve falar (Dn 1:17); é fruto da capacidade
espiritual (espírito excelente--Dn 5:12).
2. Habilidade
* A perícia, destreza, destreza para o desembaraço.
3. Idoneidade
* Está ligada à competência (I Sm 17:40). Nem sempre há idade da capacidade para o exercício
do ministério. A velhice não é símbolo de competência para exercer um ministério.
4. Aptidão
* Ser apto é ser capaz (ou “pronto”, em termos bíblicos) de colocar as coisas no lugar (Jz
7:16,17).
5. Maturidade
* Ser maduro é ter passado por um processo. Em termos bíblicos é ser equilibrado. É ser
experimentado (Nm 11:16), já não ser menino (o menino é instável, facilmente enganado pelos
ventos de doutrinas--Ef 4:14).
B. A capacidade ligada ao Espírito Santo
1. Todo o dom, toda a dádiva vem de Deus (Tg 1:17).
2. Nossa capacidade deve sempre brotar de cima (Tg 3:17).
3. Não faremos a obra do Senhor com a sabedoria terrena; necessitamos da manifestação do dom da
sabedoria (I Co 12:8).
4. Todos os homens capazes de fazer uma obra material deviam ser cheios do Espírito Santo (Êx
28:3).
5. Para o exercício de uma obra artística deveriam ser cheios do Espírito Santo (Êx 31:3; I Rs 7:14).
6. Homens que tinham uma capacidade vinda de Deus:
a. Davi governou por estar cheio do Espírito Santo (I Sm 16:13).
b. Sansão vencia batalhas por ser cheio do Espírito Santo (Jz 13:24,25).
c. Pedro pregava com ousadia pela acção do Espírito Santo (At 3:12).
7. Um ministério sem a acção do Espírito Santo está condenado ao fracasso.

VIII. OS DONS MINISTERIAIS


A. O ministério apostólico
1. Seu significado
a. A palavra “apóstolo” deriva-se da palavra grega apóstolos, do latim apostolu. Na linguagem
marítima significava um navio de carga, ou frota enviada.
b. Mais tarde veio a significar o comandante de uma expedição; no grego significa “enviado” ou
“mensageiro”
2. A razão de ser do apostolado
a. Para estarem com o Senhor (Mc 3:13).
b. Enviados a pregar (Mc 3:14).
c. Enviados a expulsar demónios (Mc 3:15)
d. Para lançar o fundamento da Igreja (Ef 2:20).
e. O tempo não apagou a razão de ser do apostolado; ainda hoje pode haver apóstolos.
3. Qualificações para ser apóstolo:
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a. Alguém que tivesse livre acesso entre os demais apóstolos (At 1:21).
b. Alguém que tivesse visto Cristo ressurrecto (At 1:22).
c. Os milagres operados eram suas credenciais (Mt 10:1).
d. Eram preceptores tanto do reino como da Igreja (Mt 10:5,6; Ef 2:20).
e. Deviam ser escolhidos pelo próprio Cristo (I Co 9:1; At 1:21,22; Gl 1:1).
B. O ministério de profeta
1. Quem eram os profetas
a. Os profetas da igreja primitiva eram homens de considerável aptidão espiritual
b. Eram conhecidos pelas declarações espirituais e verídicas que proferiam.
2. O profeta é aquele que fala inspirado por Deus.
* Geralmente fala ou prega obedecendo ao impulso duma repentina inspiração, à luz duma
súbita e momentânea revelação.
3. A natureza básica e fundamental do ministério do profeta:
* É que ele fala por uma revelação imediata que se pode relacionar tanto com eventos futuros,
como com o que o Espírito Santo tem para falar em geral.
4. A finalidade do ministério profético é:
* Fundamentalmente consolar, edificar, exortar, comunicar mistérios de Deus.
5. Advertência contra falsos profetas
a. “Acautelai-vos dos falsos profetas” (Mt 7:15); vêm vestidos de ovelhas; são lobos devoradores
(Mc 13:22).
b. A falsa profecia é que revela a falsidade do profeta (I Jo 5:1); não existe nenhuma ligação de
verdade bíblica entre o verdadeiro profeta e o falso profeta (I Jo 4:6).
c. O falso profeta profetiza o que ele próprio vê, ao contrário ao profeta verdadeiro (Jr 13:1-4:
14:14).
d. O falso profeta não fala autorizado pelo Senhor (Ez 13:6).
e. Enganam dizendo paz, quando eles mesmo não têm paz (Ez 13:16)
f. É necessário um alerta constante contra os falsos profetas (Mt 24:24); surgirão falsos profetas.
C. O ministério de evangelista
1. Quem é o evangelista
a. É um mensageiro de boas novas, possuidor de um ministério acompanhado por milagres.
b. Difere do pastor: o evangelista atrai para Cristo, e o pastor cuida para Cristo.
2. Sua actividade
a. O ministério de evangelista pode ser uma subsequência de um outro ministério. Filipe foi
separado ao diaconato e sucessivamente a evangelista (At 6:5; 21:8).
b. Paulo sentiu a urgência de Timóteo fazer a obra de um evangelista (II Tm 4:5): “Tu, porém, sê
sóbrio em tudo, sofre as aflições, faz a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério.”
* A palavra “cumprir” (o ministério) aparece para reforçar o pensamento de que o
evangelista deve estabelecer de imediato o imperativo de Cristo (Mc 16:15).
c. É possível que um evangelista ocupa-se do trabalho missionário (At 21:8), ou na liderança da
igreja (II Tm 4:5).
D. O ministério pastoral
1. Quem é o pastor
a. Línguas originais da Bíblia:
* Hebraico: ra’ah, significa cuidar de um rebanho (Sl 23:1)
* Grego: poimen, significa apascentador (Mt 9:36; Jo 10:2)
b. O verdadeiro pastor conhece as ovelhas e delas é conhecido (Jo 10:14)
2. Concessão ao ministério
* Ser pastor parte de um princípio divino. “Ele concedeu uns para ...pastores” (Ef 4:11). O
homem por si, ou por outro homem, não pode exercer este ministério.
3. O que é exigido do pastor
* Um senso de responsabilidade em três aspectos distintos:
a. Responsabilidade em ficar perto do rebanho, guardando-o dos lobos devoradores (Jr 31:10).
b. Protegendo as ovelhas dos lobos cruéis e seus erros doutrinários (Sf 3:3,4).
67
c. Responsabilidade em guiar o rebanho a pastos verdejantes (boa doutrina).
4. Consequências da negligência pastoral (Ez 34:5):
a. As ovelhas se espalham por não haver pastor; não se refere a títulos, pois estes existem aos
montões, mas a pastores chamados por Deus e comprometidos com a Sua Palavra (Jr
3:15).
b. Tornam-se pastores das feras dos campos. É bom lembrarmos que o símbolo das feras são
os demónios; o campo é o mundo.
c. Por fim se espalham. A procura de “boa comida” as leva a sairem do “curral”; desesperadas,
buscam alimento. A negligência de ministros e “ministérios” que não querem pagar o
preço do “título” que possuem, leva suas ovelhas, cada vez mais, a perder quilos de
gorduras, exigindo dízimos e ofertas. As ovelhas produzem à medida da sua alimentação.
E. O ministério de mestre
1. O verdadeiro e o falso
a. Somos advertidos pela Palavra de que nem todo o ensinador é mestre; a igreja deve estar
consciente de que no meio dos verdadeiros ensinadores existem os falsos mestres, e
deve usar discernimento (II Pe 2:1).
b. Uma das características do falso mestre é rejeitar autoridade ministerial e até a blasfemar.
2. Qualidades do mestre
a. O mestre busca a lei do Senhor (Ed 7:10).
* Esta busca deve ser constante no ministério do ensino; está alicerçada no dom que vem
do céu, actuando no ministério e na vida do ensinador (Ec 7:19).
b. O mestre cumpre a lei do Senhor (Ed 7:10)
* Mais do que nunca necessitamos de ensinadores que vivam o que falam, pois falar e
não cumprir constitui pecado.
c. O mestre ensina a lei do Senhor (Ed 7:10)
* Temos uma grande necessidade de ensino; o ensino à igreja trará grandes benefícios
ao povo de Deus. Sem ensino o povo será derrotado (Os 4:6).
* O ensino gera liberdade (Sl 119:170) e fé (Rm 10:17).
* O ensino corrige tanto os mais velhos como os mais novos (I Pe 2:2,3; I Tm 4:13).
* Na igreja de Antioquia havia mestres que consolidaram o avanço firme e objectivo da
nova igreja (At 13:1-3).
* Pelo ministério do ensino fixamos os pés dos que tendem a se desviar da verdade (Ec
12:11).
* Na unção de Deus o mestre é capacitado para “reparar os estragos da casa” (II Rs
22:5).
3. O que deve estar ligado ao ensino
a. Dedicação ao ensino (Rm 12:7)
b. Fidelidade no ensino (Rm 2:21)
c. Saúde espiritual pelo ensino (Sl 107:20)
d. Transmissão no ensino (II Tm 2:2)
e. Instrução pelo ensino (Is 30:21; Gl 6:6)

IX. O SUSTENTO DO MINISTRO


A. O direito do sustento
1. É dever da igreja disponibilizar finanças para o sustento do seu obreiro.
* O sustento do pastor deve ser liberado tão conscientemente quanto a qualquer trabalhador,
visto ser o pastor e sua família humanos tendo as mesmas necessidades de uma família normal.
* O modelo bíblico para o obreiro atinge dois parâmetros: ele deve ser casado (para cumprir um
mandamento encontrado em I Tm 3:2), e deve ser sustentado (tem família e obrigações para
com ela).
2. A igreja deve observar o ensino bíblico
* O sustento do ministro é determinado pelo próprio Deus (I Co 9:14).
3 Deus ordena o sustento dos Seus ministros
68
* Os Levitas separados para exercer o ministério eram sustentados pelo povo (Lv 7:7; 14:13).
* Não é justo o obreiro passar necessidade tendo uma igreja que lhe possa sustentar. O obreiro
deve usufruir deste direito (I Co 9:4-12).
* No caso de Arão e seus filhos a lei estipulou que deviam ser sustentados pelas ofertas do
templo (Nm 18:8).
* Deus Se encarrega de cuidar do obreiro (Mt6:25,26); não devemos estar ansiosos quanto à
vida material. O importante é estarmos preocupados com a obra; as demais coisas serão
supridas pelo Senhor (Mt 6:33).
* Deus não abandona Seus servos a quem um dia chamou (Êx 14:12-16; II Co 12:9).
B. Ordenanças bíblicas
1. Os que administram coisas sagradas comem do que é dado ao templo (I Co 9:13).
2. Quem vai à guerra à sua própria custa?
* A igreja deve assumir o mandamento bíblico, sustentando o seu obreiro (I Co 9:7); são os
obreiros que cuidam das vossas almas (Hb 13:17).
3. Os que anunciam o Evangelho vivam do Evangelho (I Co 9:14).
4. É responsabilidade da igreja sustentar o obreiro que envia para cumprir uma missão.
* Paulo exorta a igreja em Roma dizendo: “como pregarão se não forem enviados?” (Rm 10:15)
5. O obreiro integrado deve receber atenção especial por parte da igreja (I Ts 5:12,13; I Tm 5:17,18).

6. A igreja deve honrar seus obreiros:


“Rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós, e que presidem sobre vós
no Senhor, e vos admoestam; e que os tenhais em grande estima e amor, por causa da sua
obra...” (I Ts 5:12,13).
C. Nem todos são sustentados pela igreja
1. Paulo fazia tendas como meio de subsistência, e também vivia a tempo integral da igreja (At 18:3;
Fp 4:15,16); ele não tinham um sustento fixo.
2. Paulo não recebia sustento integral da igreja em Corinto por duas razões:
a. Não queria servir de escândalo aos irmãos mais fracos na fé (I Co 9:12)
b. Não queria ser um peso para a igreja a quem servia, pois a mesma não estava preparada
para tal acção (II Co 11:8,9).
3. Hoje em dia o obreiro pode não ser assalariado pela igreja por três razões:
a. Falta de ensino bíblico.
* Neste parâmetro o obreiro pode pensar que deve continuar sem salário; se tiver de ser
sustentado, é a igreja e o ministério que têm de tomar a iniciativa.
b. Recursos próprios, não necessitando ser assalariado.
* Há obreiros que acham não ser necessário um sustento da igreja por já ter o suficiente.
c. Falta de maturidade da igreja em relação ao sustento do obreiro (I Ts 2:9).
* Neste caso é necessário criar uma visão bíblica na igreja, acerca dos seus
compromissos para com o mundo e para com seus ministros.
D. Condição mínima de sustento
1. Devemos estar contentes, ao ter sustento e com que vestirmos (I Tm 6:8).
* Há obreiros mal vestidos trabalhando por amor à obra, sofrendo a incompreensão da igreja e
ministério (I Co 9:16-18).
2. Deus usa diversos meios para suprir as necessidades dos Seus ministros (I Rs 17:6; 19:5-7).
* A igreja deve assumir a responsabilidade do sustento pastoral.
3. O salário deve ser adequado ao tamanho da família do ministro.
4. Deve ser o suficiente para: alimentação, roupa, medicação, transporte, colégio, etc.
5. A igreja deve sempre estar atenta às despesas extras como: visitas, enfermidades, etc.

X. MINISTÉRIO DE APOIO
A. O que faz o ministério de apoio
69
1. Apoia os mais diversos trabalhos estabelecidos por Jesus na Sua Igreja.
2. Não são somente os dons ministeriais que devem estar em execução.
* As divisões do ministério de apoio:
a. Servir, serviço (At 6:4; II Co 11:8; Ef 4:12; Hb 1:14; Ap 2:19)
b. Ofício ministério (At 1:17; 20:24; Rm 12:7; I Co 12:5; II Co 5:18).
c. Auxílio, apoio, distribuição (At 6:1; 11:29)
3. Responsabilidades gerais:
* Trabalhar com a visão do seu pastor. O pastor como dirigente do rebanho recebe de Deus
planos para serem executados, necessitando de ajuda por parte dos diversos departamentos.
Ser submisso às ordens ministradas pelo líder da igreja. Por vezes questionamos as ordens,
principalmente quando a ideia não é nossa.
B. Quem faz parte do ministério de apoio
1. Os diáconos
a. Seu significado: servente, servo, servidor (Mt 20:26; 22:13)
b. Tem sentido específico para garçon (Jo 2:5-9)
c. O diácono pode servir em várias áreas, dependendo do seu ministério.
d. Suas qualidades (At 6:3):
1) Homens de boa reputação
2) Homens cheios do Espírito Santo
3) Homens de sabedoria
2. Os professores
a. Suas qualidades
1) Pessoa piedosa, que tenha dedicação ao ensino
2) Pessoa que tenha responsabilidade com o que ensina.
3) Pessoa com maturidade para ensinar
b. Suas responsabilidades
1) Para com os alunos
2) Para com Deus
3) Para com o departamento de ensino (horários, materiais, reuniões).
3. A liderança da Sociedade de Senhoras (Círculo de Oração)
a. Seu trabalho
1) Assistir os fracos na fé.
2) Visitação; suprir necessidades materiais e espirituais.
* Amparar órfãos e viúvas.
3) Intercessão pelas necessidades da igreja.
b. Seu dever
1) Ser exemplo na oração.
* O trabalho da Sociedade de Senhoras exige muita oração, principalmente por se
tratar de liderar mulheres que têm na vida diária problemas dos mais diversos.
2) Trabalhar com a visão do seu pastor.
* Como dirigente do rebanho, o Pastor recebe de Deus planos para serem
executados, necessitando de ajuda por parte dos vários departamentos existentes
na igreja. Cabe à Sociedade de Senhoras trabalhar conforme o desejo do coração
do seu pastor, ajudando-o a promover as diversas actividades.
3) Ser submissa às ordens ministradas.
* Por vezes não entendemos determinadas tarefas, principalmente quando a ideia
não é nossa; questionamos as ordens, causando transtorno na obra de Deus.
c. Seu alvo principal: ajudar o Pastor na liderança da igreja.
* O alvo da líder da Sociedade de Senhoras não deve ser o de juntar um grupo
semanalmente para cantar e orar, ainda que necessário; o grupo deve se integrar
com mais dinamismo na grande seara do Mestre.
4. O líder da juventude
a. Quem é o líder

70
* Aquele que lidera na base da sua experiência; a sua liderança está limitada à unção que
possui.
* Aquele que comanda, e uma base da sua liderança é o respeito e autoridade.
b. Qualidades de um líder da juventude
* Possui pureza, principalmente no meio juvenil.
* Possui maturidade espiritual para exercer a função.
* Tem cuidado no trato e na palavra.
c. Como trabalha um líder da juventude
* Com base na liderança do seu pastor.
* Busca conselho dos mais velhos.
* Respeita a juventude.
5. A comissão de construção
* Seu objectivo:
a. Escolha de pessoal capacitado, pessoas que entendem realmente de construção.
b. Planejamento de construções, saber os custos do plano elaborado.
c. Supervisionar a obra em execução.
6. A comissão de finanças
* Sua função:
a. Organizar a contabilidade e mantê-la em ordem.
b. Prestação de relatórios aos membros do comité por parte do tesoureiro.
c. Avaliar e determinar o orçamento.
7. A comissão de ensino
* Seu objectivo:
a. Organizar e patrocinar seminários para alcançar os mais diversos alvos estabelecidos pela
comissão.
b. Organização de departamentos de ensino:
* Escola Dominical, escola teológica, escola secular, organizar o discipulado.
c. Uma comissão de ensino bem estruturada pode contribuir de forma a minimizar a carência do
ensino na nossa igreja.
d. A comissão de ensino deve procurar estruturar os mais diversos departamentos da igreja
onde se faz sentir a sua organização.

71
COMO PREPARAR SERMÕES

INTRODUÇÃO
Todo pregador deve conhecer princípios de interpretação (hermenêutica) e princípios de explanação
(homilética). Sem conhecimentos de ambos, pouco ou nada podemos para ajudar nossos ouvintes a entender o que
pregamos. O alvo principal de uma pregação é exibir a Palavra de Deus, e explicá-la por métodos sem em nada
distorcer o propósito espiritual. A finalidade desta lição é ajudar todos que desejam sinceramente aprender a pregar
a Palavra de Deus sob a unção do Espírito Santo.

I. USANDO A FERRAMENTA CERTA


A. A Bíblia deve ser a fonte da mensagem.
1. Crer que dela posso extrair uma mensagem para o povo de Deus.
2. Não devemos pregar o que nossa mente deseja mas sim o exposto pela Palavra de Deus.
3. O alvo de uma interpretação não é descobrir o que ninguém jamais viu; o alvo é procurar entender o
que o autor pretendeu nos comunicar (At 8:30).
4. Tenha em mente que a Bíblia é um livro singular; todos os demais livros não se comparam a ela.
B. Três conselhos úteis ao pregador
1. Procure conhecer a verdade e a realidade da passagem bíblica que lê; não interprete uma
passagem bíblica até ter a certeza dos factos.
2. Seja simples e sem altivez (Pv 11:2).
3. Seja sensato e raciocine (pense; Pv 2:3).
C. A boa interpretação está ligada a três factores
1. A poderosa acção do Espírito Santo na vida do pregador; sem Ele nada vemos (Jo 3:3-5).
a. Nosso canal de entendimento é o Espírito Santo; as outras fontes são alternativas ou
secundárias.
b. O pregador não pode entender de forma satisfatória e profunda as Escrituras por meio da
mente humana (I Co 2:14).
2. O cultivo da vida espiritual do pregador
a. Somente os puros podem alcançar a mensagem de Deus e a entregar aos homens;
humanamente isto é impossível, mas com Deus tudo é possível (Jr 1:4-9).
b. O espiritual discerne bem e tudo (I Co 2:15)
c. O espiritual tem afinidade com o Espírito Santo; por isso goza de um grande privilégio.
4. O cultivo de uma vida em oração (I Tm 2:1-4)
“Exorto, pois, antes de tudo que se façam súplicas, orações, intercessões e acções de graças por
todos os homens, pelos reis, e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma
vida tranquila e sossegada, em toda a piedade e honestidade. Pois isto é bom e agradável diante
de Deus nosso Salvador, o que deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno
conhecimento da verdade.”
a. Normalmente a falta de sabedoria é falta de oração (Tg 1:5).
b. Pela oração Deus revela coisas grandes e profundas ao pregador (Jr 33:3).
c. A sabedoria que desejamos para ministrar a Palavra de Deus vem de cima (brota de Deus--Tg
3:17).

II. UTILIZANDO O MÉTODO CERTO


A. Perguntas que identificam ao estudar o texto bíblico
1. Quem pode ser?
* Identifique a pessoa, o elemento chave do assunto falado.
2. Quem está falando?
* Identifique a personagem.
3. Quem está ouvindo?
* Identifique a quem está sendo dirigida a palavra.
4. Quem será afectado?
72
* Identifique quem estar sendo afectado pela mensagem.
5. Que termos o autor utiliza?
* Identifica a forma de expressão do autor.
B. Perguntas que apelam ao raciocínio
1. Por que isso foi dito?
2. Por que é usado aqui; o que levou o autor a falar assim?
3. Que posição ocupa na narrativa?
* Retire as informações específicas desejadas (Js 24:1-24)
C. Formas de prepararmos um estudo bíblico
1. A forma indutiva
* O estudo indutivo parte do geral para o particular ou específico. Neste caso, o estudo
começaria pelas Escrituras de onde se extrairiam as ideias e doutrinas. Será necessário ao
aluno conhecimento geral da Bíblia para que este tipo de estudo tenha êxito.
2. A forma dedutiva
* O estudo dedutivo começa com uma ideia ou doutrina, e então busca na Bíblia o necessário
apoio para ela.
3. Método sintético
* Esse método requer que primeiro o estudante da Palavra vá ao texto bíblico. É a Bíblia que
determina os resultados do estudo.
D. Ajudas práticas na preparação do estudo bíblico
1. Observação
* Ler várias vezes as passagens, extraindo os pontos principais, os personagens, os
acontecimentos. Tentar entender as circunstâncias daquela passagem bíblica.
2. Interpretação
* O que quis dizer o autor ao escrever tal passagem? Quando damos resposta a esta pergunta
estamos interpretando o texto.
3. Avaliação
* A tarefa básica da avaliação consiste em analisar a passagem a fim de determinar qual das
verdades é para todos os tempos. Algumas regras encontradas no A.T., com restrições a certos
alimentos, aplicam somente a Israel. Porém em Deuteronómio 27 e 30 encontramos promessas
de bênçãos físicas e espirituais se o povo obedecer a Deus. A mensagem desse texto para hoje
é que a bênção acompanha a obediência.
4. Aplicação
* O estudante das sagradas Escrituras verá a diferença entre aquele que coloca as palavras em
prática, e aquele que assimila com a mente, mas se recusa a viver pelo princípio da Palavra.
5. Correlação
* O estudante toma a verdade que acabou de aprender e a compara com outras verdades
reveladas na Bíblia.
6. Leitura contextualizada
* O estudante deve ler sempre o contexto. Contexto é analisar a leitura do texto antes e depois
do texto. Somente assim o aluno terá uma definição mais sólida da leitura bíblica.
E. Sugestão na escolha de informações.
1. Usar dicionários bíblicos que forneçam informações sobre pessoas, lugares e dados bíblicos.
2. Usar uma concordância bíblica, a fim de localizar passagens relacionadas.
3. Usar comentários bíblicos que ajudem a detalhar determinadas passagens bíblicas.
4. Dentro do possível, usar várias versões da Bíblia.

III. MINISTRANDO A PALAVRA


A. O desenvolvimento do raciocínio
* O pregador forma a mensagem no raciocínio:
1. Por meio do raciocínio o pregador forma uma cadeia de argumentos. Este argumento é adquirido
por meio da meditação na Palavra.
73
2. O estudo que mais aproveitamos é o que leva nossa mente a mergulhar no assunto (I Tm 4:13).
3. Por Sua Palavra, e pelo Espírito Santo, Deus revela à nossa mente o que deseja transmitir à Sua
igreja.
B. O alvo da mensagem
1. O propósito da mensagem não é exibição do pregador.
2. A mensagem certa é aquela que atinge o seu objectivo.
3. Os salvos são edificados pela mensagem da Palavra de Deus. Crescemos na graça e no
conhecimento quando entendermos as Escrituras (II Pe 3:18).
4. Um sermão deve levar os tristes à alegria; o salvo é conclamado a testemunhar de Jesus Cristo. Um
sermão deve ensinar os salvos a se pautarem pela Palavra de Deus.
C. O pregador e a arte de expressão
* O sucesso do pregador depende da oração, do estudo e também da capacidade de expressão.
1. A voz é um canal chave na arte de expressão
* Para que sua voz saia de forma livre e agradável, tenha em consideração o seguinte:
a. Dispense falar alto demais
b. Dispense falar baixo demais
c. Aprenda a utilizar a sua voz
2. Saiba utilizar os movimentos do corpo numa pregação
a. Os movimentos do corpo:
* Devem ser coordenados consoante ao que se fala.
b. O uso correcto dos olhos
* Mantenha seus olhos sobre os ouvintes; não pregue olhando para um lugar fixo, seja a
Bíblia, um esboço, uma pessoa.
* Quando expressar um pedido a Deus eleve seus olhos ao céu.
c. O uso correcto das mãos:
* Abra os braços para citar Mt 11:28,29; use as mãos indicando o céu como nosso lugar
de eterno repouso.
d. Cuidados observados
* Não use o púlpito como escoro
* Não pregues com as mãos no bolso ou com os braços cruzados
e. A roupa do pregador
* O pregador deve vestir-se convenientemente. Sua roupa deve combinar na cor e no
tamanho, bem limpa e engomada. Sua gravata deve ser usada correctamente e os
sapatos devem estar limpos.
D. Organize seu sermão
1. O sermão deve ter unidade
* Alguém disse que muitos sermões são semelhantes a dicionários, com ideias interessantes e
observações importantes, mas sem um fio de pensamentos para ligá-los.
2. O sermão deve ter uma ordem lógica
* Um filósofo observou certa vez que os bons pensamentos são abundantes, mas a arte de
organizá-los não é nada fácil.
3. O sermão deve ter proporção
* Quando falamos de proporção estamos nos referindo à porção de tempo gasto na explicação
de cada divisão.
4. O sermão deve ter progresso
* Um bom sermão deve marchar para o seu alvo com uma intensidade crescente. Cada divisão,
sub-divisão, e até às ilustrações devem apontar como uma flecha na direcção do alvo.

IV. AS BASES DE UM SERMÃO


A. O texto de um sermão
1. Definição da palavra
a. A palavra “texto” deriva-se da palavra latina texere (tecer, desfiar).
74
b. Assim vemos que todo pano parte de um fio; o texto é o tecido que dá roupa à pregação.
2. Necessidades da escolha de um texto
* O texto unifica o sermão, dando autoridade à mensagem; mantém o pregador dentro do tema e
exerce mais influência em seus ouvintes.
3. Saiba escolher seus textos
* Escolha textos que expressem pensamentos completos, os que você mesmo entenda, que não
deixem dúvidas, que estejam dentro dos seus limites de percepção, que justifiquem o que você
está a pregar e que despertem interesse nas pessoas.
4. O uso dos textos
a. Os textos podem ser empregados para fazer perguntas e dar respostas (Rm 8:16).
b. Os textos podem indicar um problema e apontar à solução (Jo 14:27).
c. Podem nos obrigar a ver vários aspectos de uma mensagem (Gl 6:2,5; Sl 55:22)
B. O tema de um sermão
1. Definição e comunicação
a. O tema é o assunto chave de um sermão; é a verdade central, a ideia de um sermão.
b. O tema pode ser explicado através de definições, divisões e exemplificações.
2. A importância de um tema
a. O tema é como o comandante de um navio; é o tema que conduz o ouvinte ao alvo desejado.
b. O sermão não deve parecer um navio perdido sem direcção.
c. A mensagem deve conter um início, um curso a ser seguido e uma conclusão.
d. O tema dá ao pregador a possibilidade de iniciar e terminar sua mensagem dentro de um
assunto sem desvios.
3. Coerência entre o tema e o texto
* O texto escolhido deve possuir um relativismo forte com o tema a ser abordado.
4. Tipos de temas
a. Tema imperativo:
Exemplos: “Ide e pregai” (Mc 16:15); “Sede santos” (I Pe 1:18)
b. Tema histórico
Exemplos: o dilúvio, Sansão e os Filisteus; Davi e Golias, Cristo e Zaqueu.
5. Qualidade de temas
a. O tema objectivo já mostra onde se deseja chegar e o que se deseja atingir (alvo).
b. O tema vital não aponta assuntos vulgares ou sem importância.
c. O tema deve sempre possuir um relativismo com a Bíblia; deve sempre estar relacionado com
o que se vai pregar.
C. A introdução do sermão
1. A introdução serve para dar início ao assunto
a. Serve para introduzir os ouvintes dentro do sermão.
b. Serve de ponto de contacto para que os ouvintes tenham a ideia daquilo que se vai pregar.
2. Requisitos para uma boa introdução
a. A introdução deve ser breve
b. Existem pregadores que demoram tanto a servir a “mesa” que ao servir o alimento está frio.
c. Uma breve introdução despertará os ouvintes no sentido de acompanhar a mensagem com
mais interesse.
3. Como dar uma boa introdução
* Observe o conteúdo do sermão; anuncie uma passagem bíblica conectiva do assunto chave.
D. As divisões de um sermão
1. As divisões mantêm o sermão em ordem.
a. Quando bem planejadas as divisões mantêm o pregador em ordem.
b. Pregar sem ordem é levar os ouvintes em várias direcções; assim fazendo, os ouvintes
perderão o conteúdo do sermão.
2. Cuidado nas divisões de um sermão

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a. Se seu sermão possui muitos pontos negativos, inicie anunciando os pontos negativos, e
depois os positivos. (Exemplo: Ao falar de salvação e perdição, coloque em ordem: fale
de perdição em primeiro lugar e depois a salvação).
b. Cada ponto tem uma relação com o próximo ponto; seria o mesmo de você ter um destino a
seguir, os passos em direcção ao lugar certo o conduzirá ao alvo.
c. Os pontos devem estar em harmonia; todos têm relação com a aplicação presente. Cada
palavra, cada gesto, cada versículo deve condizer com o ponto citado.
d. O pregador deve tomar o cuidado para não se desviar do rumo. Não falar posteriormente o
que não falou no ponto já explicado; não desviar a atenção do auditório com assuntos que
não dizem respeito ao sermão; não começar falando sobre salvação e terminar com
anjos.
3. O número de divisões
a. O número de divisões pode ser determinado pela natureza do tema.
b. Normalmente não pode ser menos de dois, e em geral não passam dos cinco pontos.
c. O pregador deve anunciar na introdução os números de divisões.
d. Não se esquece que um número elevado de divisões cansará os ouvintes, perdendo assim o
interesse pela mensagem.
e. O pregador não pode esquecer que o tempo dos pontos deve ser bem planejado; nunca
esquecer que em geral não devemos usar muito tempo num ponto e pouco tempo noutro
ponto.
4. A conclusão de um sermão
a. Conclua pela razão de ter terminado a tarefa.
b. Conclua recapitulando; não confundir recapitular com pregar de novo o sermão. A
recapitulação ajudará os ouvintes a guardarem de um só lance a perspectiva geral do
caminho percorrido.
c. Conclua aplicando as verdades fundamentais do seu sermão.
d. Conclua demonstrando aos ouvintes como dar cabo à tarefa ao desafio apresentado pelo
sermão.
e. Conclua persuadindo. Todos têm um desejo, um problema, uma dúvida; convide a pessoa a
dar um passo no caminho da vitória.

76
DOUTRINAS FUNDAMENTAIS

INTRODUÇÃO
A. Noção geral sobre doutrina
1. O que é “doutrina”?
“Conjunto de princípios em que se baseia o Cristianismo.”
a. A palavra “doutrina” significa “ensino” ou “instrução”, “disciplina”.
“Caia como a chuva a minha doutrina; destile a minha palavra como o orvalho, como chuvisco
sobre a erva e como chuvas sobre a relva” (Dt 32:2).
b. A palavra “doutrina” procede da palavra latina doctrina, cuja forma verbal é docere (ensinar).
c. As palavras gregas assim traduzidas são didaskalia e didache. Essas duas palavras
aparecem por quarenta e oito vezes no grego do N.T. A ideia essencial é “ensino”, a
comunicação de conhecimentos.
d. Paulo fala do dom de ensinar (Ef 4:11), conferido a indivíduos especiais da Igreja cristã, a fim
de que a mensagem cristã possa ser anunciada de forma mais eficaz.
2. Quais os tipos de doutrinas encontradas?
* Conforme a raiz (fonte) de onde procede a doutrina, ela pode ser:
a. Doutrina do homem (Mt 15:7-9)
b. Doutrina do diabo (I Tm 4:1)
c. Doutrina de Deus, sã e pura (Jo 7:16,17; Pv 30:4,5; Sl 12:6; 18:30; II Tm 3:16).
d. As verdades fundamentais da Bíblia expostas em forma sistemática: isto chamamos de
“Teologia” (estudo racional acerca de Deus).
B. A importância da doutrina bíblica
* Crença firme produz carácter firme. Não vemos a espinha dorsal; ela porém é essencial ao corpo, e
assim como a doutrina é para a religião.
1. Porque a doutrina é importante?
a. Ajuda a discernir entre o certo e o errado (Jo 7:17).
b. É uma defesa contra o erro (Mt 22:29; Gl 1:6-9; II Tm 4:2-4).
2. Qual o compromisso da Igreja com a sã doutrina?
a. De prioridade
* Era uma das principais actividades da igreja primitiva (At 2:42).
b. De divulgação
* Os apóstolos encheram Jerusalém com a boa doutrina (At 5:28).
c. De zelo
* Evitando quem é contrário à boa doutrina (Rm 16:17; II Jo 10).
* Para os infractores há um juízo (I Tm 1:9-11).
3. Cuidando da doutrina (I Tm 4:16)
a. É dever da igreja ensinar seus membros a fim de não serem enganados (I Tm 1:3).
* O ensino deve ser divulgado a todos, mesmo que não haja boa recepção (II Tm 4:2-4).
b. Advertir os falsos ensinadores (I Tm 1;3,4)
c. Um método simples de memorizar as 10 doutrinas fundamentais:

As Escrituras nos revelam que Deus criou os anjos e o homem.


O homem porém pecou e necessita de Jesus Cristo para expiar
os seus pecados e salvar a sua alma.
Jesus ao subir aos céus enviou o Espírito Santo
para que assista a igreja, a quem foi dada
a revelação das últimas coisas.

I. A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS (A Bíblia)


A. É da Bíblia onde tiramos as doutrinas.
* A Bíblia é a fonte de inspiração; retenhamos firme a sua inspiração.

77
B. Toda a escritura é inspirada
* As Escrituras quando proferidas atingem quatro alvos (II Tm 3:16,17):
1. A Palavra é apta para ensinar--todas as verdades de Deus devem ser expostas.
2. A Palavra é apta para redarguir--refutar erros que possam surgir.
3. A Palavra é apta para corrigir--meter o errado no caminho certo.
4. A Palavra é apta para instruir em justiça--pôr na prática o ensino da Bíblia.
C. Jesus deu o Seu abono à Bíblia
1. Jesus leu a Bíblia (Lc 4:16-20).
2. Jesus ensinou a Bíblia (Lc 24:47).
3. Jesus chamou a Bíblia a Palavra de Deus (Mc 7:13).
4. Jesus cumpriu a profecia da Bíblia (Lc 24:25-27).
5. Jesus afirmou ser a Bíblia a Palavra de Deus (Jo 10:35).

II. A DOUTRINA DE DEUS (Teologia)


A. A natureza de Deus (quem ou que é Deus)
1. Deus é espírito (Jo 4:24; Jo 1:18).
2. Deus é omnipotente (todo poderoso--Jó 42:2; Ap 19:6).
3. Deus é omnipresente (está em todo lugar--Sl 139:7-12; Pv 15:3).
4. Deus é omnisciente (sabe tudo--Is 40:28; Mt 6:8).
5. Deus é soberano (faz como quer--Rm 9:20,21; Dn 4:35).
6. Deus é imutável (não muda--Tg 1:17; Gn 6:6).
7. Deus é eterno (existe desde sempre--Êx 3:13,14; Gn 21:33).
B. Os atributos de Deus em relação ao homem
1. Deus é santo (moralmente perfeito--Ap 4:8; Lv 11:45).
2. Deus é justo (nos Seus juízos--Gn 18:25; Rm 3:26).
3. Deus é fiel (digno de confiança--Jr 1:12; I Co 1:9; 10:13).
4. Deus é misericordioso (sabe como somos fracos--Sl 103:8-18; I Jo 1:9; Tg 3:5).
5. Deus é amor (Jo 3:16; I Jo 4:8).
C. A Trindade de Deus
1. O “único Senhor” (Dt 6:4), é uma trindade: Pai, Filho e Espírito Santo.
2. A Trindade é indicada no V.T. pelo uso do plural para Deus
a. Logo em Gn 1:1 a palavra hebraica para “Deus” é elohiym, que é plural: “No princípio criou
Deus os céus e a terra”, que indica o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
b. “Desçamos e confundamos a língua…” (Gn 11:7)
c. “Façamos o homem à nossa imagem…” (Gn 1:26)
d. “Quem há de ir por nós…” (Is 6:8)
3. A Trindade de Deus foi firmada por Jesus Cristo (Mt 3:16,17; 28:19; Jo 14:26).
4. A Trindade foi ensinada pelos apóstolos:
a. Paulo: II Co 13:13
b. Pedro: I Pe 3:18
c. João: I Jo 5:7
d. Judas: Jd 20,21
e. No baptismo de Jesus temos as três pessoas da Trindade (Mt 3:16,17):
* o Pai dizendo, “este é o meu filho”;
* sendo Jesus baptizado (Mt 3:16);
* o Espírito de Deus, em forma de pomba.
f. Na promessa do baptismo com o Espírito Santo, temos as três pessoas (Jo 14:26).
g. A bênção apostólica é feita pelos três nomes (II Co 13:13).
h. Os privilégios concedidos aos Cristãos para sua edificação espiritual são dados pelo Pai, Filho
e Espírito Santo (Jd 20,21).
D. Os nomes e títulos de Deus
1. A palavra traduzida para Deus é EL, uma palavra geral que pode referir-se a Deus ou a outro deus.
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* No A.T. a forma mais usada, traduzida “Deus”, é a forma plural, ELOIM ou elohiym (indica a
Trindade).
2. Jeová (yhovah, Yavé--Gn 3:15--“o Senhor, o Deus dos vossos pais…”; Êx 6:2)
* Uma tradução do nome YAHWEH na sua forma hebraica (YHWH).
* Estritamente falando é o único nome do Deus Pai.
3. Jeová-Jiré (Gn 22:14; referência a Gn 22:8): “O Senhor proverá”
4. Jeová-Rafa (Êx 15:26): “O Senhor que te sara”
5. Jeová-Nissi (Êx 17:15): “O Senhor é a minha bandeira”
6. Jeová-Shalom (Jz 6:24): “O Senhor é paz”
7. Jeová-Ra’ah (Sl 23:1): “O Senhor é meu pastor”
8. Jeová-Tsidkenu (Jr 33:16): “O Senhor é nossa justiça”
9. Jeová-Samá (Ez 48:35): “O Senhor está ali”
10. Jeová-Sebaoth (I Sm 17:45; Rm 9:29): “O Senhor dos exércitos”
E. O único Deus vivo e verdadeiro
1. Cremos em Deus e nos opomos ao materialismo.
* As sagradas Escrituras opõem-se à teoria de que tudo que existe se reduz â matéria (Ef 4:6; Is
40:7,8; Jo 4:24).
2. A Bíblia se opõe ao politeísmo (sistema religiosos que admite a pluralidade de deuses).
* Na Índia seus habitantes afirmam que existem mais deuses que a sua população, um contraste
com o ensino bíblico (Dt 6:4).
3. A Bíblia se opõe ao deísmo (crença de que existe um criador superior, um criador tão superior ao
homem que toda comunicação é impossível).
* Segundo a Bíblia, Deus é o nosso refúgio (Sl 46:1), nosso mediador (I Tm 2:5).
4. A Bíblia se opõe ao panteísmo (que afirma que Deus é tudo e tudo é Deus).
a. Segundo a Bíblia, Deus criou tudo, mas é superior a tudo; Ele é maior que tudo e todos.
b. Ele existia antes das Sua obras (Sl 90:2; Jo 17:5-24).
III. A DOUTRINA DE JESUS CRISTO (Cristologia)
A. Seu nascimento, Filho do homem
1. Nasceu de mulher, mas não teve pai humano (Gl 4:4; Mt 1:18).
2. Nasceu da descendência humana do Rei Davi (Rm 1:3).
a. Sua mãe era descendente de Davi (Lc 3:23-28).
b. Seu padrasto José era descendente de Davi (Mt 1:1-17).
3. Foi sujeito às leis de desenvolvimento humano (Lc 2:40-52).
4. Foi sujeito a limitações humanas:
a. Teve fadiga corporal (Jo 4:6) e teve necessidade de dormir (Mt 8:24)
b. Teve fome (Mt 21:18) e sede (Jo 19:28)
c. Teve morte física (I Co 15:3)
d. Como homem, não podia estar em dois lugares ao mesmo tempo.
B. Como Filho de Deus
1. Ele é espírito (Jo 1:1)
2. Ele é omnipotente (todo poderoso--Cl 1:13-19)
3. Ele é omnipresente (está em todo lugar--Mt 28:20)
4. Ele é omnisciente (sabe tudo--Lc 6:8)
5. Ele é soberano (faz como quer--Rm 9:5)
6. Ele é imutável (não muda--Hb 13:8)
7. Ele é eterno (Jo 6:55-58)
C. Cristo exerce direitos divinos
1. Ele afirmou que honrá-Lo era obrigação de todas as pessoas (Jo 5:23).
2. Perdoava pecados (Mc 2:7; Mt 9:2-6).
3. Exercia o direito de dar a vida eterna (Jo 5:21; 10:10)
4. Foi dado a Ele o direito de julgar (Jo 5:22).

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D. Jesus declara ser Deus
1. Quatro declarações bíblicas da Sua deidade:
a. “…deve morrer, porque se fez Filho de Deus” (Jo 19:7).
b. “Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida” (Jo 14:6).
c. “Naquele dia nada me perguntareis. Em verdade, em verdade vos digo que tudo quanto
pedirdes ao Pai, ele vo-lo concederá em meu nome” (Jo 16:23).
d. “Eu sou a videira; vós sois as varas. Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto;
porque sem mim nada podeis fazer” (Jo 15:5).
2. Foi adorado como Deus (Mt 8:2; Jo 8:27-29).
3, Os discípulos reconheceram a divindade de Cristo (Fp 2:6; At 2:33).
E. A obra de Cristo
1. A Sua morte expiatória (Rm 6:23; II Co 5:21; Ap 3:18; Fp 2:5-11)
* O símbolo do bode expiatório (Levítico capítulo 16); remissão dos pecados não pelo sangue de
animais, mas pelo sangue de Cristo (Hb 10:4;10-12)
2. A Sua morte voluntária na cruz (Jo 10:17,18).
3. Nossa redenção e remissão dos pecados (Ef 1:7; Lc 1:77)
4. A Sua ressurreição garante-nos a ressurreição à vida eterna (II Co 4:14; I Ts 4:14)
5. O Seu ministério actual garante-nos um intercessor e advogado no céu (Rm 8:34; I Jo 2:1).
6. Dar a libertação (Lc 4:18).
7. Chamar pecadores (Mt 9:13).
8. Dar testemunho da verdade (Jo 18:37).

IV. A DOUTRINA DO ESPÍRITO SANTO (Pneumatologia)


A. Quem é o Espírito Santo
1. Características gerais
a. É a terceira pessoa da Trindade divina (Ver secção II-C desta lição)
* Ainda que a palavra “trindade” não apareça na Bíblia temos referências da sua actuação
Mt 3:16,17; Mt 28:19; Jo 14:26).
b. Chamado de paraclétos (traduzido “Consolador”, Jo 14:16,17)
c. É uma pessoa
* Tem personalidade (At 5:3)
* Age como pessoa (At 15:28)
* Tem capacidade para pensar (At 13:9; Rm 8:27)
* Opera como pessoa (At 2:4)
* Sente como pessoa (Ef 4:30; Rm 15:30)
* Tem capacidade de tomar decisões (I Co 12:11)
2. Tem características divinas
a. Ele é espírito (Mt 3:16)
b. Ele é omnipotente (todo poderoso, Lc 1:35)
c. Ele é omnipresente (está em todo lugar, Sl 139:7)
d. Ele é omnisciente (sabe tudo, I Co 2:10)
e. Ele é soberano (faz como quer, Is 40:13)
f. Ele é imutável (não muda, I Jo 5:6)
g. Ele é eterno (Hb 9:14)
“…o sangue de Cristo que, pelo Espírito eterno, a si mesmo se ofereceu sem mácula a Deus.”
h. Actua operando milagres (Mt 12:28)
i. O Espírito opera na ressurreição (Rm 8:11)
B. O Espírito Santo e outros espíritos
1. O Espírito Santo e Suas características distintas
a. É por natureza separado de outros espíritos; não tem ligações com os espíritos imundos.
b. Possui características de Santo (I Jo 5:7)
c. Ele não leva uma pessoa a pecar (Tg 1:13-17)
d. Ele não possui uma pessoa, mas sim habita nela (I Co 6:19)
80
e. Ele não força, mas opera pacificamente pela vontade e cooperação da pessoa (I Co 14:32; II
Co 3:17)
2. Os espíritos malignos e suas características (ver também Doutrina dos Anjos, Secção V.G., págs. 75,76)
a. Seus nomes: espíritos maus (Lc 7:21); imundos (Lc 6:18); malignos (Lc 8:2), de enfermidades
(Lc 13:11), de adivinhação (At 16:16).
b. Suas acções
1) Possuir as pessoas para eles
* Manifestarem impedimentos físicos e doenças (Mt 12:22)
* Fazerem acções descontroladas (Mt 17:14-18; Mc 9:17-28)
* Praticarem adoração falsa (Ap 9:20)
* Inventarem falsa doutrina (I Tm 4:1)
2) Cegar o entendimento das pessoas (II Co 4:4)
3) Inspirar falso milagres (II Ts 2:9)
4) Incitar as pessoas a pecarem (Jo 13:2)
c. Suas manifestações
* Pode se manifestar tanto numa vida bem degradada como no excesso de religiosidade
(Mc 5:1-5; Jo 8:39-44; I Tm 4:1-3; II Co 11:14)
* Todavia, nem todos os males vêm de espíritos malignos (Mt 8:16)
* Pode haver enfermidade pela acção de espíritos de enfermidades.
* Nem toda a enfermidade é devido a actividade de demónios (por exemplo: enfermidade
devido a alimentação inadequada, ou uma doença física como “epilepsia” ou “gota” que
produz convulsões.)
3. O espírito do homem
a. O espírito do homem também pode actuar
* O homem é fundamentalmente um “espírito” que habita num corpo (At 7:59; Tg 2:26)
* O homem pode inventar o que não é de Deus nem de Satanás, mas do próprio homem
(Tg 1:13-16)
* O espírito do homem é influenciado ou pelo Espírito de Deus ou por espíritos malignos
(Rm 6:16; 12:1,2)
* Para efeito é necessário discernir e julgar os espíritos: se é de Deus, do maligno, ou
simplesmente do espírito do homem (I Jo 4:1-6).
b. Avaliando
* O espírito confessa Cristo por palavras e acções?
* O espírito fala o que é da Palavra ou apenas palavras carnais?
* O espírito aceita a correcção e a liderança da igreja?
C. O Espírito Santo e os dois testamentos
1. O Espírito Santo no V.T.
a. O Espírito Santo na criação (Gn 1:2)
b. O Espírito Santo concede habilidades aos homens para:
* Lutar (Jz 13:24,25); Dirigir (I Sm 10:1-6); Construir (Êx 35:30-35); Falar (II Pe 1:21)
2. Diferenças de operações entre o N.T. e o V.T.
a. No Velho Testamento o Espírito Santo foi experimentado por poucas pessoas.
b. De um modo geral o Espírito Santo não permaneceu nas pessoas, mas vinha sobre eles e
depois saia.
c. No Novo Testamento o Espírito Santo permanece no crente fiel.
3. A obra do Espírito Santo no N.T.
a. Convencer do pecado (Jo 16:8)
b. Operar o novo nascimento (Jo 3:3-6)
c. Habitar no crente (I Co 6:19)
d. Dar poder ao crente para testificar (At 1:8)
e. Guiar o crente (Rm 8:14)
f. Interceder pelo crente (Rm 8:26,27)
g. Falar, orientando a Igreja (At 13:2)

81
D. O Espírito Santo habita em todos os salvos
1. É exigido o novo nascimento para esta habitação
a. O Espírito Santo nos transportou ao Seu reino
b. Aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus (Jo 3:3-5)
c. Agora vemos o reino de Deus (Jo 3:3), pelo novo nascimento.
2. Fomos formados pelo Espírito Santo
* “…até que Cristo seja formado em vós” (Gl 4:19)
3. Fomos feitos por Ele
* “Foi Ele quem nos fez, povo seu e ovelhas de seu pasto” (Sl 100:3)
4. O Espírito Santo habita no salvo (Jo 14:16,17)
a. “Habitar” não quer dizer “baptismo” no Espírito Santo
b. Podemos ter o Espírito Santo sem sermos baptizados com o Espírito Santo (Rm 8:9-11).
c. O Espírito Santo é o poder para sermos testemunhas (At 1:8).
d. Ele nos convenceu do pecado, da justiça e do juízo (Jo 16:8); Ele trabalhou desde o início da
conversão, e estará connosco (Jo 14:17).
E. O baptismo no Espírito Santo e as bases bíblicas
1. Definição da palavra “baptismo”
a. A palavra “baptismo” vem da palavra grega baptizo (de bapto) que significa “mergulhar”,
“submergir”.
b. É como um copo vazio mergulhado numa bacia de água; fica mergulhado, cheio por dentro e
por fora.
c. Todo crente baptizado no Espírito Santo fica imerso, cheio, mergulhado no Espírito Santo (Mt
3:11).
2. O baptismo no Espírito Santo é uma promessa
a. Foi prometido por Deus no V.T. “…derramarei do meu Espírito” (Jl 2:28)
b. Pronunciado por João Baptista (Mt 3:11)
c. Foi prometido por Jesus (Lc 24:49; At 1:5,8)
d. Os discípulos não deviam ausentar-se de Jerusalém sem a promessa (At 1:4)
* Experimentada por eles em At 2:4
e. A promessa é para todos os crentes (At 2:38,39; 8:14-17; 10:44-48; 19:1-6).
3. O propósito do baptismo no Espírito Santo
a. Ser testemunha (At 1:8)
b. Encher a pessoa de poder para servir ao Senhor (At 1:8)
c. Faz uma transformação na vida (At 2:12-17)

4. Cinco elementos chaves do baptismo no Espírito Santo


a. O baptismo deve ter evidência inicial clara (At 2:4)
“Enquanto Pedro ainda dizia estas coisas, desceu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a
palavra. Os crentes que eram de circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro,
maravilharam-se de que também sobre os gentios se derramasse o dom do Espírito Santo;
porque os ouviam falar línguas e magnificar a Deus.” (At 10:44-46)
* A evidência inicial do baptismo no Espírito é audível, sem dúvidas da sua actuação.
* É sinal do candidato estar mergulhado, submerso e não somente molhado.
b. O baptismo deve ser profundo; deve ter o sentido de fazer a pessoa (velha) desaparecer.
c. O baptismo deve ser extensivo (At 2:39); não é para uma só pessoa.
d. O baptismo deve ser um cumprimento (At 2:4,28)
* “Ora, o seu último dia, o grande dia da festa, Jesus pôs-se em pé e clamou, dizendo: Se alguém
tem sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura, do seu interior correrão
rios de água viva. Ora, isto ele disse a respeito do Espírito que haviam de receber os que nele
cressem; pois o Espírito ainda não fora dado...” (Jo 7:37,38)
e. O baptismo deve ser por concessão (At 2:4); é Ele que baptiza, e não um homem, nem uma
forma humana.
5. Como receber o baptismo no Espírito Santo
82
a. Ser crente obediente (At 5:32).
* Confessar e receber perdão dos seus pecados (At 2:38; I Jo 1:9).
b. Ter um profundo desejo de receber o baptismo no Espírito Santo; Pedir (Sl 42:2; Lc 11:13).
* Desejar o poder purificador de Deus para melhor O servir (Lc 11:5-13; Is 6:5-7).
c. Receber o baptismo pela fé (Gl 3:2; Hb 11:1).
* Concentrar-se em Jesus que é o Baptizador (Jo 1:33).
* Entrar em Sua presença com louvores e adoração (Sl 100:4).
d. Começar a pronunciar as palavras em línguas que você nunca falou (At 2:4).
* O Espírito Santo quer conceder línguas e não palavras gritos inteligíveis.
* As palavras que vêm à sua boca procedem de Deus e não da mente; não fique com
medo, mas fale pela fé. O Espírito Santo concede; você apenas fala.
6. Três propósitos de falar em novas línguas
a. É sinal de ter recebido o baptismo com o Espírito Santo.
* Todos os que já receberam o baptismo com o Espírito Santo falaram em novas línguas;
este padrão é estabelecido para todos os crentes (At 2:38): “...começaram a falar
noutras línguas…” (At 2:1-4); “…porque os ouviam falar línguas…” (At 10:45,46);
“…falavam línguas…” (At 19:1-6).
* A língua é um membro que ninguém consegue dominar por si (Tg 3:8); quando uma
pessoa recebe o baptismo com o Espírito Santo, a sua língua é dominada e usada
pelo Espírito Santo para a glória de Deus.
b. Uma manifestação para comunicar algo à igreja.
* Línguas são dons do Espírito Santo (I Co 12:10).
* Quanto ao uso de línguas no culto, deve haver um intérprete (I Co 14:26,27).
* Deve ser entregue de maneira calma e compreensível por quem está a interpretar.
c. Para edificação individual
* Todo crente baptizado no Espírito Santo pode exercer a capacidade de falar línguas (I
Co 14:4); podemos falar em línguas todos os dias.
* Quando não sabemos como orar, o Espírito Santo nos ajuda através das línguas.
“…Quando oro em línguas o meu espírito ora bem…” (I Co 14:14)
F. Três maneiras do Espírito Santo actuar na igreja
1. Pela diversidade de dons (I Co 12:4)
a. Um dom do Espírito Santo é uma capacidade ou habilidade espiritual que cada crente pode
ter para contribuir para o avanço da igreja.
b. Paulo aconselha-nos a não tentar ser o que não somos, ou manifestar o que não temos (Rm
12:3).
c. Paulo descreve uma lista incompleta de vários dons (Rm 12:6-8):
* Profecia: falar a mensagem de Deus
* Ministrar: servir outros (exemplo: diáconos)
* Ensinar: mostrar as verdades de Deus
* Exortar: aconselhar, animar através da Palavra
* Repartir: o dom de finanças
* Presidir: dirigir o culto
* Exercitar misericórdia: ajudar aos pobres
d. A lista podia incluir cantar, fazer contabilidade, construir, organizar, fazer limpezas, ministrar
às crianças.
2. Pela diversidade de ministérios (I Co 12:5)
a. Os ministros são os que Deus coloca à frente da Sua igreja (Ef 4:11,12).
b. A actuação de um obreiro é considerado espiritual, ao mesmo nível dos dons ou
manifestações.
c. Os dons não são mais importantes que um ministério.
d. O que é verdadeiramente espiritual reconhece a autoridade do ministério (Hb 13:17).
e. Manifestar pelo Espírito Santo não é desculpa ou razão para ultrapassar o ministério da igreja.
3. Pela diversidade de manifestações ou operações (I Co 12:6-11)
83
a. Manifestações de poder
1) A fé: Este tipo de fé age momentaneamente; é uma fé especial, diferente da fé
salvadora (At 14:8-10).
2) Dons de curar: Esta palavra está no plural indicando a sua diversidade. Cada acto de
cura manifesta-se por um dom (At 5:14-16).
3) Operações de maravilhas: São milagres que atraem as pessoas a ouvir o Evangelho
(At 3:1-8).
b. Manifestações de inspiração
4) Profecia: As profecias são para transmitir as revelações divinas de significado
temporário; isto é, dar a conhecer o que a igreja necessita saber “agora” ou num
tempo muito “breve” (At 20:23; 21:4-14). A profecia inclui raras predições de
acontecimentos futuros (At 11:28; 21:10). O alvo da profecia é a igreja (I Co 14:4-
22).
5) Variedades de línguas: É uma ferramenta para interceder (orar em línguas), e uma
mensagem à igreja (neste caso deve haver um intérprete--I Co 14:27,28).
6) Interpretação de línguas: É a interpretação de uma língua desconhecida pelo dom da
interpretação. Este tipo de mensagem pode ter um conteúdo exortativo ou
edificativo; é um meio de edificar a igreja (I Co 14:13-26).
c. Manifestações de revelação
7) Palavra da sabedoria: Trata-se de uma mensagem sobrenatural, anunciada mediante
a operação do Espírito Santo. A manifestação desta sabedoria esclarece, mostra a
saída para determinadas situações (At 15:28).
8) Palavra de ciência: Saber algo pelo Espírito Santo (Jo 4:17,18; I Co 12:8). Uma
pessoa com este dom recebe de forma profunda e entrega de forma inteligível.
Saber não quer dizer que tenha de publicar; o uso desta informação exige
autoridade e sabedoria.
9) Discernimento de espíritos: O uso deste dom analisa se é o Espírito Santo que está
actuando ou outro espírito (At 16:16-18). O uso deste dom é para evitar as falsas
doutrinas e penetrações de demónios na igreja (I Tm 4:1; Mt 24:5).
G. A base da actuação do Espírito Santo
1. Ferramentas de edificação (I Co 12:12)
a. O Espírito Santo opera com Seus dons para edificação e não para a destruição.
b. A base profunda para a actuação do Espírito Santo é o amor (I Co 12:6-11).
c. O facto duma pessoa ser usada com este ou com aquele dom não implica que a pessoa seja
mais ou menos importante; cada membro é importante e cada dom contribui para o
avanço da igreja (I Co 12:12-31).
2. Directrizes na actuação do Espírito Santo na igreja:
a. Deve ser de forma “inteligente”, amadurecida.
“…acerca das coisas espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes…” (I Co 12:1).
b. Deve ser decentemente e com ordem (I Co 14:40); algumas regras bíblicas:
* Deixar uns momentos especificamente para aguardar uma manifestação do Espírito.
* Encorajar os crentes a serem sensíveis à voz do Espírito Santo.
* Ensinar os crentes a manifestar-se de forma calma e controlada (I Co 14:32)
* Avaliar as manifestações e esclarecer à igreja caso saia uma coisa inútil (I Jo 4:1)
* Aconselhar os desordenados e se for necessário, discipliná-los ou expulsá-los (II Ts
3:6,14,15).
c. Concernente as manifestações dos dons
* Falar línguas:
1) Um recado em línguas deve ser entregue numa maneira calma e compreensível;
queremos o recado e não apenas o emocionalismo daquele que fala.
2) Deve haver uma interpretação para que todos entendam e sejam edificados;
queremos o que o Espírito diz (I Co 14:27,28); dois ou três recados em
línguas ao máximo. Se não houver intérprete, esteja calado.
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* Profecia, revelação:
1) A profecia deve ser avaliada pelo fruto do profeta (Mt 7:15-20; II Co 11:13-15).
2) A profecia deve trazer glória a Cristo e não ao profeta (Ap 19:10; Jo 16:13-15).
3) O conteúdo da profecia deve estar de acordo com as Escrituras (II Ts 3:16,17).
4) A profecia deve cumprir-se a 100% (Dt 18:20-22).
5) Cumprindo-se deve levar pessoas a Cristo (Dt 13:15)
6) Deve trazer liberdade e edificação (I Co 14:3)
7) Deve bater bem com a unção que nós temos (I Jo 2:20-27)
8) Uma revelação deve ser entregue com calma e ponderação (I Co 14:30)
* Cânticos em línguas
+ Pode cantar no espírito, desde que seja em voz baixa; num culto não se deve
ouvir as pessoas a gritar em línguas (I Co 14:26).
H. O fruto do Espírito Santo no salvo (adaptado da Bíblia de Estudo Pentecostal)
* Introdução: Fruto são manifestações vistas
a. Aparece na linguagem bíblica como “produto” da terra (Tg 5:7-18; Lc 20:10).
b. O fruto aparece determinado pela qualidade da semente (I Co 15:35-44).
c. É pelo fruto que conhecemos a árvore (Mt 12:33; 7:16-20)
* O fruto é que determina a qualidade do crente.
d. O salvo deve despertar o homem comum com o fruto do Espírito Santo.
1. O fruto do Amor (Gl 5:22)
a. Amor que se revela por sacrifício de si mesmo (Jo 3:16)
b. O amor age voluntariamente com base no que é fraterno (II Pe 1:7)
c. Este amor ultrapassa obstáculos (I Co 13:7)
2. O fruto do Gozo
a. Satisfação, alegria em servir (III Jo 4).
b. As lutas não podem tirar este gozo (Tg 1:2)
c. A verdadeira alegria está interligada com o Espírito Santo (Rm 14:17)
3. O fruto da Paz
a. Paz é a tranquilidade que o crente tem num mundo perturbado.
b. A paz deve ser um exercício espiritual (Tg 3:18).
c. A paz deve ser dimensional: Paz com Deus (Rm 6:1); Paz com os irmãos (I Ts 5:13)
4. O fruto da Longanimidade
a. A característica do longânimo é a paciência (Cl 1:11).
b. Mansidão é uma virtude da longanimidade (Cl 3:12)
c. Ser longânimo é ser paciente com as pessoas; saber ouvir, ser grande em ânimo
d. O longânimo espera com paciência, não se precipita.
5. O fruto da Benignidade
a. Uma atitude de pensar bem das pessoas.
b. Não querer magoar ninguém, nem lhe provocar dor (Ef 4:32; Cl 3:12; I Pe 2:3).
c. Ser benigno ou bondoso é uma virtude do Espírito Santo em nós; ser benigno ou bondoso não
nos tira a autoridade do que somos no reino de Deus.
6. O fruto da Bondade
a. Agir de forma positiva com as pessoas.
b. Zelo pela verdade e rectidão.
c. A bondade afasta o sentimento de repugnância (Lc 7:37-50).
7. O fruto da Fé
a. Lealdade e fidelidade constante e inabalável com alguém que estamos unidos por promessa.
b. Ser fiel para com os homens é uma virtude de quem possui o fruto do Espírito.
8. O fruto da Mansidão
a. Ser manso é ser moderado, associado à força.
b. A mansidão descreve alguém que pode irar-se com equidade quando for necessário, e
também humildemente submeter-se quando for preciso (II Tm 2:25; I Pe 3:15; Mt 11:29).
9. O fruto da Temperança
a. Controle de si mesmo, auto-domínio.
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b. Controle sobre nossos próprios desejos e paixões (I Co 79; Tt 1:8; 2:5)
c. Sujeição a Deus (Tg 4:7)
d. Qualidade ou virtude de quem é moderado.

V. A DOUTRINA DOS ANJOS (Angelologia)


A. Etimologia da palavra “anjos”
1. A doutrina dos anjos é chamada de “Angelologia”.
a. Deriva-se do grego aggelos que significa “mensageiro”, “enviado”.
b. Logos ou “-logia” significa “estudo”, portanto Angelologia é o estudo bíblico acerca dos anjos.
c. No hebraico ma’lak significa “mensageiro”.
B. Seis aspectos da natureza dos anjos
1. Os anjos são seres criados.
* Foram feitos do nada pelo pode de Deus (Sl 148:2-5).
2. Os anjos são espíritos
* Mesmo assim, têm poder de assumirem forma de corpos humanos (Gn 19:1-3).
3. Os anjos são imortais
* Não estão sujeitos à morte; nunca morrerão, nem cessarão de existir, porque não é da vontade
de Deus que retornem à sua existência original (Lc 20:35,36).
4. Os anjos são numerosos
* São descritos como “milhares de milhares (Dn 7:10); multidão dos exércitos (Mt 26:53);
milhares de anjos (Hb 12:22).
5. Os anjos não têm sexo
* Ainda que são descritos como varões, na realidade não têm sexo, e não propagam a sua
espécie (Lc 20:34-36; Mt 22:30).
6. São atribuídas características pessoais
a. São dotados de vontade e actividade (II Sm 14:20; Jd 6).
b. Os anjos são velozes (Dn 9:21); há interferência imediata nas orações (Mt 26:53).
C. Seis outros aspectos dos anjos
1. Obedientes
* Eles cumprem seus encargos sem questionar ou vacilar (Êx 33:2; Sl 103:20; Mc 8:38).
2. Reverentes
* Sua actividade mais elevada é a adoração a Deus (Ne 9:6; Fp 2:9).
3. Sábios
a. A sabedoria dos anjos é aplicada como uma expressão proverbial (II Sm 14:17-20).
b. Sua sabedoria é finita; não podem discernir nossos pensamentos (I Rs 8:39).
4. Mansos
* Não guardam ressentimentos pessoais, nem injuriam seus opositores (II Pe 2:11; Jd 9).
5. Poderosos
* Os anjos são dotados de poder magnífico (Sl 103:20; II Pe 2:11; Mt 28:2).
6. Santos
* Sendo separados por Deus e para Deus, são “santos anjos” (Ap 14:10).
D. O ministério dos anjos
1. Adorar a Deus
* Sl 103:20; 148:2; Ap 5:11; 7:11; 14;10
2. Auxiliar o povo de Deus
a. Ministraram a Jesus (Mt 4:11; Lc 22:43)
b. Guiar (At 8:26)
c. Encorajar e fortalecer (At 27:23,24; Hb 1:14)
d. Proteger, guardar, libertar (Sl 91:11; Dn 6:22; At 5:19)
3. Executar juízos divinos
a. Os anjos cegaram os que tentaram impedir sua missão de executar juízo em Sodoma e
Gomorra, e destruíram as cidades (Gn 19:9-13).
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b. Um só anjo destruiu cento e oitenta e cinco mil inimigos de Israel (II Rs 19:35).
c. Um anjo matou todos os primogénitos do Egipto (Êx 12:18-30).
d. Participam do castigo aos ímpios, juízos divinos (Mt 13:39-42; Ap 20:11-15).
E. Classificação de anjos de Colossenses 1:16
1. Tronos
* Refere-se a uma classe de anjos chamados os “carros”, sobre os quais Deus ostenta Seu
poder e glória (Sl 68:17; Hc 3-8).
2. Domínios ou soberanias
* Esta classe refere-se aos anjos que possuem funções executivas sobre a autoridade de Cristo;
tudo foi criado por Ele e para Ele (Cl 1:16).

3. Principados
* Refere-se aos que possuem autoridade semelhante ao do primeiro ministro de uma nação;
talvez esteja ligado à categoria dos arcanjos, ainda que a Bíblia refira-se apenas a um
arcanjo (Jd 9).
4. Potestades
a. Refere-se à autoridade incorporada na posição.
b. São anjos poderosos, mas seus poderes não são independentes; possuem poderes
delegados para salvar ou destruiu. Exemplo: o anjo da morte ou destruidor (I Cr 121:15).
c. Podem referir-se aos anjos guardiões de nações e mundo (Ef 1:21).
F. Outras classificações de anjos
1. Anjo do Senhor
a. A maneira pela qual o “anjo do Senhor” é descrito, distingue-o de qualquer outro anjo.
b. No V.T. em quase todos os usos, este mensageiro é considerado deidade, no entanto,
distinguido de Deus (Gn 16:7-14; 22:11-18; 31:11; Êx 3:2-5; Nm 22:22-35; Jz 6:11-23;
13_2-25; I Rs 19:5-7; I Cr 21:15-17).
c. Várias actividades, incluindo guardar o povo e conduzi-lo pelo caminho até o lugar destinado
(Êx 23:20).
d. Sua autoridade: ele pode reter o perdão (Is 63:9; Êx 23:21).
e. Sua relação com Jeová: ele é descrito como a presença de Jeová (Êx 23:17; 33:2).
2. Arcanjos
* A palavra “arcanjo” é de origem grega archaggelos: “arch” significa “chefe”; literalmente é
“anjo chefe” (I Ts 4:16; Jd 9).
3. Querubim
* Em hebraico o vocábulo keruwb ou kerubhim, significa um “espírito celeste”. Em Gn 3:24
estes anjos são responsáveis pela guarda e protecção de coisas relacionadas com a
criação.
4. Serafins
* O vocábulo “serafins” deriva-se do hebraico saraph, cujo significado é “ardente, refulgente,
brilhante. De acordo com Is 6:2,3 são uma classe de anjos especificamente designada
para o serviço e adoração ao Deus Todo Poderoso.
G. Satanás: um anjo caído
1. Seu carácter
a. Presunçoso (Jó 1:6; Mt 4:5,6)
b. Orgulhoso; seu orgulho e presunção são evidentes pela declarações “eu subirei”, “assentar-
me-ei”, “subirei acima”, “serei semelhante ao altíssimo” (Is 14:12-15).
c. Poderoso: Satanás tem poder, mas não tem todo o poder. O seu poder está inserido no
domínio que ele tem sobre os homens que se deixam dominar por ele. Não devemos
exagerar o seu poder e tão pouco ignorar os seus ardis (Ef 2:2; 6:12; Jó 1:2,3,12; II Co
2:11)
d. Feroz e cruel (Lc 8:29; 9:39-42; I Pe 5:8)
“…pois um espírito se apodera dele, fazendo-o gritar subitamente, convulsiona-o até escumar e,
mesmo depois de o ter quebrantado, dificilmente o larga. E roguei aos teus discípulos que o
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expulsassem, mas não puderam. Respondeu Jesus: Ó geração incrédula e perversa! Até quando
estarei convosco e vos sofrerei? Trazei-me cá o teu filho. Ainda quando ele vinha chegando, o
demónio o derribou e o convulsionou; mas Jesus repreendeu o espírito imundo, curou o menino e
o entregou ao seu pai. E todos se maravilhavam da majestade de Deus. e admirando-se todos de
tudo o que Jesus fazia…” (Lc 9:39-42)
2. Suas actividades
a. Causar divisões e dificuldades
* Satanás causa divisões e muitas dificuldades à Igreja. Ele não é apenas o adversário de
Cristo, mas também o é dos remidos (Ef 4:3; Pv 6:16-19; Mt 13:38,39).
b. Tentador
* Tenta o crente à desobediência a Deus (Gn 3:4,5; Jó 1:9-11).
c. Instigador
* Instiga os homens a pecarem (Jó 1:3,7,12,22).
d. Opositor
* Opõe-se aos justos (Zc 3:1)
* Tenta arruinar os fiéis através de:
1) Promessas mentirosas (Gn 3:5)
2) Planos astuciosos (II Co 2:11)

e. Pervertedor
* Como parte das suas actividades ele procura perverter a doutrina e ensinar heresias (I
Tm 4:1)
f. Provocador de rebelião
* Tenta causar o homem a rebelar contra Deus (Ap 16:14).
g. Possessor
* A possessão descrita pela Bíblia é a habitação de um ou mais demónios numa pessoa
(Mt 4:24), ou animal (Mc 5:13).
* Alguns efeitos da possessão maligna (nem todos são resultado de possessão maligna):
1) Doenças físicas (Mt 9:32,33) 2) Distúrbios mentais (Mt 17:15)

VI. A DOUTRINA DO HOMEM (Antropologia)


A. Estudo acerca do Homem
1. Sócrates, filósofo grego, sabiamente disse: “Conhece-te a ti mesmo.” Paulo, inspirado por Deus
disse: “Examine-se pois, o homem a si mesmo” (I Co 11:28).
2. O Homem pode ser estudado sobre vários aspectos:
a. Sociologia: estuda a sociedade moderna, o conhecimento dos agrupamentos humanos e das
leis que os regem.
b. Antropologia Cultural: ramo da antropologia que estuda a cultura dos chamados povos
naturais; estudo da origem cultural de um povo.
c. Psicologia: estuda o comportamento do homem junto à sociedade.
B. A origem do Homem
1. Sua origem tem sido um enigma para os estudiosos não crentes.
2. Podemos definir o homem segundo alguns conceitos:
a. O conceito bíblico da palavra grega anthropos, “aquele que olha para cima”.
b. O conceito do latim homo, o que fala. Palavra que segundo opinião de vários filósofos vem de
“humus” (terra).
c. No hebraico adam, nome dado ao primeiro homem, Adão significa aquele que tirou a sua vida
da adamah ou terra.
d. Afirmação bíblica: “E disse Deus: façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa
semelhança” (Gn 1:26).
3. Adão é chamado o primeiro homem (I Co 15:45).
4. Eva foi considerada a “mãe de todos os viventes” (Gn 3:20).
5. O Jardim do Éden foi escolhido por Deus para dar origem à raça humana (Gn 2:8).

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6. Foram criados segundo uma ordem inferior, e eram dependentes de Deus (Sl 8:5).
7. Tanto o homem como a mulher foram uma criação especial de Deus, não um produto da evolução
(Gn 1:27; 2:7; Mt 19:4; Mc 10:6).
8. O livro de Darwin publicado em 1859 teve êxito estrondoso mas completamente alheio aos
ensinamentos da Bíblia. Parece que as teorias foram feitas a propósito para dar fundamento
científico ao materialismo.
C. A natureza do Homem
* Deus criou o homem como um ser tríplice, isto é: corpo, alma e espírito (II Co 4:16; Ef 3:16; Mt 10:28;
Tg 2:26).
1. A alma do homem
a. É a sede ou o centro das suas emoções; desejos, sentimentos, “a minha alma tem sede de
Deus” (Sl 42:2), são características expressas da alma.
b. A alma se alegra (Sl 35:9)
c. Ama a Deus (Mt 22:3-7)
d. Sente tristeza (II Rs 4:27)
e. Ao morrer o corpo, a alma sobrevive (Gn 35:18; S 42:1,2)
2. O corpo do homem
a. É a sede dos sentidos: visão, audição, tacto, olfacto, paladar.
b. Teologicamente o corpo é chamado: casa ou tabernáculo (II Pe 1:13,14; Zc 12:1); templo (I
Co 6:19,20).
c. A Bíblia nos ensina que teremos um corpo glorificado; não estará mais sujeito a dores e
enfermidades (I Co 15:35-42).
3. O espírito do homem
a. A Bíblia declara que o homem tem espírito (At 7:59)
b. Diz que o espírito está pronto (M 26:41)
c. Tem possibilidade de comunhão com Deus (Jo 4:23; Rm 8:16).
VII. A DOUTRINA DO PECADO (Hamartiologia)
A. Etimologia da palavra “pecado”
1. No hebraico a palavra mais usada para “pecado” é chatta’ah (ofensa);
2. No grego é hamartia (ofensa).
3. “Pecar”, segundo a palavra de Deus, é errar o alvo, ou falhar em alcançar um modelo, ou falhar em
obedecer à autoridade.
B. A criação e a queda
1. O homem foi criado sem pecado
a. Por decisão própria e por instigação de Satanás o homem tornou-se pecador.
b. Assim toda a humanidade herdou o fardo do pecado; todos pecaram (Rm 3:23).
2. O local da sua queda
* Satanás penetrou no Jardim do Éden para levar o homem a pecar (Gn 3:1-24).
3. Os resultados da sua queda
a. Perdeu a comunhão com Deus (Gn 3:8-12)
b. Experimentou a morte espiritual e tornou-se pecador por natureza (Ef 2:1; Rm 5:12,19).
c. Começou a experimentar a morte física (Gn 2:17).
d. Encontrou o seu ambiente cheio de resultados do pecado (Gn 3:17-19).
e. O nosso instinto de auto-desculpa é muito forte, sendo ele mesmo produto do pecado (Gn
3:12,13).
C. Classificações de pecado
1. Pecado por cometer
a. Desobedecer a Palavra de Deus (Gn 2:17).
b. Desviar do caminho que Deus determinou (Êx 32:8).
c. Avançar por um caminho proibido, um caminho da sua própria escolha (Is 53:6).
2. Pecado por omissão
* Não cumprir a Palavra de Deus (Tg 4:17).
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3. O pecado imperdoável
a. O único pecado imperdoável é com conhecimento da verdade e com malícia.
b. Negar o Espírito Santo, endurecendo-se para não receber a Sua voz.
c. Abandonar a Palavra de Deus e deixar a salvação de vez (Mc 3:2-30)
d. Não se pode cometer o pecado imperdoável por ignorância ou engano (I Tm 1:13).
e. O crente que se desvia ainda pode ser recuperado (Tg 5:19,20)
f. O perigo espiritual está descrito em Hb 6:1-12.
D. O pecado e o crente
1. Existe a possibilidade do crente pecar? (I Jo 1:8,9)
2. Sim, e cada vez que cometer um pecado deve reconhecê-lo (Sl 51:3).
3. O crente deve evitar o pecado (I Tm 5:22)
4. O crente deve odiar o pecado (Hb 1:9).
5. O crente deve resistir ao pecado (Tg 4:7-9).
6. O crente deve confessar seu pecado (I Jo 1:9).
7. O crente deve abandonar o pecado (Pv 28:13).
E. A manifestação e resultados do pecado
1. Os pecados da carne são manifestos (Gl 5:16-19). Não há meios de escondê-los eternamente.
2. O pecado gera um estado de condenação
a. A alma que pecar, essa morrerá (Ez 18:20).
b. Quando um pecou, todos pecaram (Rm 5:12; 15:19).
3. O pecado produz contaminação
a. Todo o interior do homem está contaminado (Mc 7:18-23).
b. O sangue de Jesus Cristo é o meio mais eficaz para nos purificar de todo o pecado (I Jo 1:7).
4. O pecado bloqueia a consciência
a. A sua consciência é sensível à voz de Deus (Ef 4:18,19).
b. É precisamente isso o que a Bíblia quer dizer quando fala sobre o homem caído no pecado
como “filho do diabo” (Jo 8:44; Mt 13:38; At 13:10).
5. O pecado é um estado de incapacidade
a. Para nós é impossível nos salvar; a inclinação da carne é inimizade contra Deus (Rm 8:7,8).
b. Os que estão na carne devem se arrepender (At 17:30).
6. O pecado é um estado de morte
* Os pecadores estão num estado de morte (Ef 2:1; Rm 6:23).

VIII. A DOUTRINA DA SALVAÇÃO (Soteriologia)


* Do hebraico yeshuwa (libertação, vitória); do grego soteria (libertação, saúde)
A. A natureza da salvação
1. A salvação é proveniente de Deus e não do homem (Rm 6:23).
2. A salvação é em nome de Jesus Cristo (At 4:12; Jo 14:6).
3. A salvação é obtida pela graça e não pelas obras (Ef 2:8-10).
4. A salvação abrange o espírito, a alma e o corpo (I Ts 5:23)
a. O nosso espírito foi salvo no momento do novo nascimento (Jo 3:3).
Passos do homem:
b. O nosso corpo será transformado na ressurreição (I Co 15:50-54).
1. Confessar o pecado
B. Os passos da salvação 2. Crer em Jesus: Ele
1. Homem: o passo do arrependimento--é uma posição a ser tomada (Mt 3:1-10; morreu pelos pecados
Lc 13:1-5; At 2:38; Hb 6:1; Lc 15:17-20). 3. Convidar/Recebê-Lo
2. Deus: o passo da regeneração: é o novo nascimento operado em nossa vida como Salvador
(Jo 3:3-8; II Co 5:17)
C. Os resultados da salvação
1. Reconciliação com Deus (Rm 5:10)
2. Redenção (libertação da vida pecaminosa--I Pe 1:18,19).
3. Justificação (a declaração legal da nossa inocência mediante a obra de Cristo--Rm 3:20-28).

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4. Adopção (fomos feitos filhos de Deus--I Jo 3:1,2).
5. Santificação (o processo de Deus em fazer o crente puro--II Co 7:1).
* A santificação é obra de Cristo em nós. Ideias erradas sobre como alcançar a santificação:
a. O legalismo (imposição de muitas leis pela igreja): não traz a santificação, visto que a
santificação é uma obra do Espírito Santo de dentro para fora.
b. O ascetismo: a santificação não se obtém por meio de penitências, privações ou sofrimentos.
D. A salvação é uma carreira
1. Um caminho estreito que deve ser percorrido do momento da nossa conversão até ao céu.
2. A pessoa entra neste caminho por sua decisão e pode sair dela da mesma maneira.
3. A pessoa não “perde” a salvação, ele deixa a sua salvação e volta para o mundo (II Pe 2:2-22).
4. Se um crente apenas tropeçar e cometer um pecado não significa que ele esteja afastado da
salvação. ele apenas confessa e deixa o seu pecado, continuando no caminho (I Jo 1:8,9).
5. Se a pessoa não confessar a Deus e não desistir do seu pecado, ele efectivamente está a decidir
deixar o caminho da salvação. O caminho continua em seu lugar; quem desistiu do caminho foi
o transgressor.

IX. A DOUTRINA DA IGREJA (Eclesiologia)


* Do grego ekklesia ou eclesia, significa “assembleia”
A. O que a Igreja é:
1. A Igreja é um grupo de pessoas salvas, que vivem em um determinado local (At 8:1; 9:31; I Co 1:2).
2. A Igreja é um corpo vivo (I Co 12:27; Ef 1:22,23; Cl 1:18).
3. A Igreja é universal, composta de todos os nascidos de novo (Hb 12:22-24).
4. A Igreja é invencível (Mt 16:18), pelo facto de Jesus tê-la edificado.
B. Os propósitos da Igreja
1. Ministrar ao Senhor (I Pe 2:5; Jo 4:23,24; II Cr 5:11-14).
2. Ministrar ao mundo (Mt 28:19; At 13:1-3; Rm 13:15).
3. Ministrar aos seus membros (Hb 10:24)
a. Ministrar carinho uns aos outros (Rm 12:10,16; 15:14; I Co 12:25; Ef 4:32)
b. Ministrar disciplina aos membros e obreiros (I Co 5:1-13; I Ts 5:14; Tg 5:16).
C. O trabalho da igreja (At 2:41-47)
1. Ganhar e baptizar pessoas (v. 42)
2. Ensinar a doutrina (v. 42)
3. Compartilhar na vida social (v. 42)
4. Participar na Ceia do Senhor (v. 42)
5. Contribuir para a obra do Senhor (v. 45)
6. Louvar ao Senhor (v. 47)
D. Obrigações dos membros da igreja
1. Assistência: o crente deve ser fiel aos cultos e programas da igreja (Hb 10:25)
2. Mordomia: o crente deve ser fiel nos seus dízimos e ofertas à igreja e também com o seu tempo e
dons para o serviço do Senhor (I Co 16:2; Rm 12:6-8)
3. Lealdade e obediência: o crente deve respeitar e obedecer os seus líderes (Hb 13:17)
* porém não devem segui-los para o mal ou para a doutrina errada
E. O baptismo nas águas
1. A importância do baptismo nas águas
a. Pelo exemplo de Jesus (Mt 3:13-17)
b. Pelo mandamento de Jesus (Mt 28:19)
c. Por uma necessidade espiritual (Mc 16:16; I Pe 3:21)
d. Pelo exemplo da igreja primitiva (At 2:38)
2. O Significado do baptismo nas águas (Rm 6:1-6)
a. Mergulhar nas águas simboliza sepultar o homem velho.
b. Sair das águas simboliza ressuscitar como homem novo.
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c. O baptismo para o crente é semelhante à circuncisão dos israelitas, identificando o crente
como seguidor de Cristo (Cl 2:11-13).
3. O modo de efectuar o baptismo nas águas
* A palavra “baptizar” significa “mergulhar”. No N.T. sempre que se fala de baptizar, entende-se
que a pessoa mergulhava-se na água (At 8:38,39).
4. A fórmula é no nome do Pai do Filho, e do Espírito Santo (Mt 28:19)
5. Requisitos para o baptismo
a. O baptismo é para as pessoas convertidas, excluindo bebés e crianças (At 2:38)
b. É para os arrependidos, nascidos de novo, mortos para o mundo e vivos para Deus (Rm 6:2).
6. O lugar do baptismo
* Qualquer lugar onde haja água suficiente para mergulhar o candidato: no rio, no mar, no lago,
no baptistério da igreja, num tanque.
F. A Ceia do Senhor
1. O significado da Ceia do Senhor
a. É um memorial que comemora o sacrifício de Jesus; nos lembra da Sua morte por nós e os
benefícios que temos n’Ele (I Co 11:23-25; Sl 103:1-5).
b. É um momento que nos recordamos da Sua vinda quando iremos beber com Ele o fruto da
vide (I Co 11:26; Mt 26:29).
c. É um momento solene de examinarmos e avaliarmo-nos perante o Senhor (I Co 11:28).
2. A sua instituição
a. A Ceia foi instituída por Jesus Cristo na véspera da Sua morte (Mt 26:17-20).
b. Consiste em tomar o pão e vinho, símbolos respectivos do corpo e sangue de Jesus (Mt
26:26-30; Lc 22:15-20).
3. Ensinos sobre a ceia do Senhor
a. O pão e o vinho são apenas símbolos e não se transformam literalmente na carne e no
sangue de Cristo (I Co 11:23,24).
b. Ele não comeu a Sua própria carne, nem bebeu Seu próprio sangue (v. 23,24).
c. Não há qualquer regra estipulada para a ceia do Senhor; “todas as vezes” pode ser toda a
semana, quinzenal ou mensalmente (v. 25).
d. Todos os crentes devem participar (v. 28).

X. A DOUTRINA DAS ÚLTIMAS COISAS (Escatologia)


A. Introdução: Para melhor entender as profecias
1. A compreensão das profecias bíblicas baseia-se em entender o relacionamento correcto entre Israel
e a Igreja (Rm 11:11-26).
a. Não se deve confundir Israel com a Igreja no estudo da profecia bíblica.
b. De modo geral, as profecias feitas no A.T. dizem respeito a Israel e não à Igreja.
c. A Igreja, na qual Deus está a chamar um povo de todas as raças, foi implantada depois da
rejeição e crucificação de Cristo pelos Judeus.
d. Mas quando acabar o tempo determinado, a Igreja será arrebatada para o céu e Deus voltará
a trabalhar com a nação de Israel para cumprir toda a profecia, incluindo a salvação dos
Judeus (Rm 11:25,26).
2. A rejeição de Cristo pelos Israelitas abriu a porta aos Gentios (pessoas fora da raça israelita ou
judaica) para a salvação (Rm 11:11).
3. O seguinte esboço segue os acontecimentos dos últimos tempos em ordem cronológica.
B. O Arrebatamento da Igreja
1. O próximo evento do calendário profético é de tirar a Igreja do mundo.
a. Este evento é chamado o “arrebatamento”, devido ao emprego bíblico da frase “seremos
arrebatados” (I Ts 4:17).
b. A palavra “arrebatamento” tem o significado de “tirar com violência, “transportar com força”.
2. A Igreja será arrebatada para o céu antes do princípio da tribulação
a. A tribulação é a ira de Deus; Deus não nos destinou para a ira (Ap 6:17; I Ts 5:9; 1:10; Ap
3:10).
92
b. A tribulação diz respeito a Israel e não à Igreja (Rm 9:9-11; Dn 9:24-27).
3. A Bíblia não dá outro evento ou sinal para se cumprir antes do arrebatamento (I Ts 4:13-18; I Co
15:51-58).
4. O próprio Apóstolo Paulo estava à espera do arrebatamento em qualquer momento, já no seu tempo
a. Em I Ts 4:17 Paulo incluiu a sua pessoa dizendo, “…nós, os que ficarmos vivos, seremos
arrebatados.”
b. Quanto mais nós devemos estar à espera do som da trombeta!
5. A atitude do crente que está à espera do regresso do seu Senhor:
* Orar e vigiar, e de manter-se preparado e santificado, mas ao mesmo tempo trabalhando para
levar mais pessoas ao céu (Fp 3:20,21; Hb 9:28).
6. A promessa do arrebatamento
a. “Onde está a promessa da sua vinda?” (II Pe 3:4).
b. “O Senhor não retarda a sua promessa” (II Pe 3:9).
c. “Virei outra vez, e vos levarei” (Jo 14:3).
7. A esperança do arrebatamento
* O Espírito Santo fortalece nossa esperança (II Co 2:1-5).
8. Para este grande dia devemos estar preparados:
a. Ser sincero em dias de falsidade;
b. Sem escândalo, em dias de decadência moral;
c. Ser perseverante, em dias de negligência.
C. A Tribulação
1. Logo após o arrebatamento da Igreja, iniciará um período de sete anos dos juízos de Deus,
conhecido pelo nome “tribulação”.
2. Este período não é apenas tribulações mas a tribulação. Sete anos dos mais terríveis juízos sobre a
terra.
3. A tribulação tem dois objectivos principais:
a. Salvar e purificar a nação de Israel (Rm 11:26; Zc 13:7-9; Dn 9:24-27).
b. Derramar a ira de Deus sobre o mundo rebelde e pecador que recusou ouvir a mensagem de
salvação (Jl 3:1-7).
4. Acontecimentos da tribulação: os sete selos abertos por Cristo (Ap 6; 8:1; Mt 24:5-8):
a. O cavalo branco: o anticristo vem como pacificador para ganhar o poder e influência. É o falso
“cristo” (Ap 6:2)
b. O cavalo vermelho: guerra e rumores de guerra (6:3,4)
c. O cavalo preto: significa a fome (6:5,6)
d. O cavalo amarelo: significa a morte; uma quarta parte da população mundial morre (6:7,8)
e. Vê-se os que foram mortos por aceitar Cristo depois do arrebatamento da Igreja (6:9-11)
* Muitos desviados e os que nunca responderam ao apelo do pregador render-se-ão a
Cristo nesta época mas terão que sofrer até à morte para ir para o céu.
f. Sinais no céu e na terra (6:12-17)
g. Silêncio que leva às sete trombetas (Ap 8:1)
5. Acontecimentos da tribulação: o toque das sete trombetas (Ap 8, 9)
a. Um terço da verdura da terra queimada (8:7)
b. Um terço da vida do mar morre (8:8,9)
c. Um terço da água doce torna-se amarga (8:10,11)
d. Um terço das luzes celestiais apagam-se (8:12)
e. Um exército de demónios atormentam os homens por cinco meses (9:1-11).
f. Um exército de 200 milhões mata um terço da população mundial (9:13-21).
g. O anúncio da ira de Deus (11:18,19)
h. O reino do anti-cristo e o falso profeta (Ap 12:1; capítulos 13 a 18)
6. Acontecimentos da tribulação: as sete taças de juízo derramadas sobre a terra (Ap 16:1-21)
a. A taça derramada sobre o mar; sua água torna-se em sangue com a morte de toda vida nele
(16:3).
b. A taça derramada sobre os rios e a água doce torna-se em sangue (16:4)

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c. A taça derramada sobre o sol e os homens são abrasados, ou aquecidos, acalorados ao
extremo (16:8,9).
d. A taça derramada sobre o trono da besta; refere-se a apostasia religiosa, ao falso poder que
estará imperando (16:10,11). A palavra “blasfémia” no grego (blasphemeo) quer dizer
“injuriar”, “dizer coisas abusivas”.
e. A taça derramada sobre o Rio Eufrates: três espíritos imundos surgem (16:12-14);
* Os exércitos congregaram-se em Armagedom (16:16)
f. A sétima taça derramada: relâmpagos, trovões, terramoto, cidades cairam, as ilhas fugiram,
pedras de saraiva caíram (16:17-21).
7. A queda da falsa religião e da economia do mundo
D. O Retorno de Cristo com os santos; a Campanha de Armagedom
* Cristo virá fisicamente para tomar o Seu trono e reger sobre o mundo (Jl 3:14; Mt 24:30; Ap 16:14-16;
Ap 19:11-21).
E. O Milénio
* 1000 anos do reino de Cristo na terra durante o qual Satanás será preso; haverá paz e tranquilidade
(Ap 20:1-5; Is 11:6-9).
F. A Última Batalha: entre Gog e Magog
* Ao fim do Milénio Satanás será solto e enganará as nações para se rebelarem contra Cristo mas
serão destruídas por fogo do Céu (Ap 20:7-10; Ez 38,39).
G. O Juízo do Trono Branco
* Os ímpios serão condenados ao lago de fogo para toda a eternidade; a Terra será destruída por fogo
(Ap 20:11-15).
H. Os Novos Céus e a Nova Terra, Nova Jerusalém
* Onde habitarão os remidos durante toda a eternidade (Ap 21, 22)

QUADRO DA PROFECIA BÍBLICA

Os santos voltam
com Ele

Ceia das Bodas


Terra destruída
por fogo

Arrebatamento Retorno
Juizo do Trono Novos Céus
Os santos sobem Branco
a encontrá-Lo
Nova Terra

Milénio

Mil anos
Tempo da Igreja Tribulação 7 anos de paz

Batalha de
Armagedom A Última Batalha Nova Jerusalém

por Professor Constantino Ferreira para “Profecia Bíblica”, Raízes da Fé


2007, Monte Esperança Instituto Bíblico das Assembleias de Deus, Portugal
94
HERESIOLOGIA

I. INTRODUÇÃO
A. O porque deste estudo
O motivo principal deste estudo é dar a conhecer à Igreja de Cristo que as palavras de Jesus
continuam a ser alvo de distorção por parte das seitas. Declarações absurdas são feitas pelos falsos cristos,
com o intento de exaltar mais os seus nomes do que o de Jesus. Homens amantes de si mesmos introduzem
no meio da boa plantação o conhecido “joio”, a semente do maligno (I Tm 4:1,2; II Tm 4:3-5; Mt 13:25).
A heresia pode penetrar na igreja e no mundo por meio de duas fontes: doutrinas de homens, e
doutrinas de demónios. Ambas procuram destruir as verdades de Deus, confundindo a mente humana.
Segundo a Bíblia, até um anjo pode servir de falso mensageiro; mesmo uma revelação ou uma profecia deve
estar de acordo com a Palavra de Deus (Gl 1:8) ou sobre julgamento (I Co 14:28,29).
As seitas são formadas pela mente de homens que isolaram determinados pensamentos, escreveram
e traduziram-nos à base de má interpretação (II Pe 2:1-3). Estavam no nosso meio, saíram por não aceitar a
realidade da Palavra de Deus.
As seitas sabem que todo homem necessita de algo “religioso”; seu mercado é o homem, suas
mercadorias são suas ideias. Não tenhamos dúvida de que existe um farto mercado e farta mercadoria,
inclusive bem estragada, no mercado espiritual.
Cada seita tem algo em segredo, algo em oculto que atrai as pessoas a lhe seguirem. Esta atracção
procede de uma fonte diabólica, e visa destruir a verdadeira fé pronunciada pela Palavra de Deus. O ser
humano é incuravelmente religioso; se não for conduzido à religião certa, inventará uma para si, ou com
entusiasmo se apegará a outra que lhe for proposta.
B. Advertência bíblica (Ef 4:17,18)
“Portanto digo isto, e testifico no Senhor, para que não mais andeis como andam os gentios, na verdade
da sua mente, entenebrecidos no entendimento, separados da vida de Deus pela ignorância que há neles, pela
dureza do seu coração, os quais, tendo-se tornado insensíveis, entregaram-se à lascívia para cometerem com
avidez toda sorte de impureza.”
1. A Bíblia fala de heresia (II Pe 2:1-3)
“Mas houve também entre o povo falsos profetas, como entre vós haverá falsos mestres, os quais
introduzirão encobertamente heresias destruidoras, negando até o Senhor que os resgatou, trazendo
sobre si mesmos repentina destruição. E muito seguirão as suas dissoluções, e por causa deles será
blasfemado o caminho da verdade; também movidos pela ganância, e com palavras fingidas.”
2. Afirma que é um fruto da carne (Gl 5:19-21)
“Ora as obras da carne são manifestas, as quais são: a prostituição, a impureza, a lascívia, a
idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as contendas, os ciúmes, as iras, as facções, as dissensões, os
partidos, as invejas, as bebedices, as orgias, e coisas semelhantes a estas, contra as quais vos previno,
como já antes vos preveni, que os que tais coisas praticam não herdarão o reino de Deus.”
C. O significado da palavra “seita”
1. Palavra grega hairesis significa “escolha, selecção”.
2. Termos bíblicos que identificam a seita:
a. Individuo que se afastou da Palavra de Deus.
b. Doutrina originada pelo abandono da verdade religiosa (II Pe 2:1).
D. O que as seitas oferecem
1. As seitas oferecem respostas
* Procuram dar respostas aos problemas mais directamente relacionados à vida eterna.
2. Exemplos:
a. Os Adventistas afirmam que após morte nossa alma dormirá, até ao dia da ressurreição.
b. As Testemunhas de Jeová dizem que 144 mil morarão no céu, e os restantes salvos reinarão
na terra com Jeová.
c. O Catolicismo Romano afirma que na morte a alma vai ao purgatório para purgar (eliminar) os
pecados, preparando a pessoa para entrar no céu.
d. O Espiritismo oferece uma conversa com os espíritos dos mortos.
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II. AS SEITAS E SEUS OBJECTIVOS
A. Aparecem com inovações, utilizam métodos que são aceitáveis à cultura.
1. Aparecem com as suas ideias dentro da própria cultura para levar o erro através da religião.
2. Em África a superstição dos ancestrais fazem parte da religião; uma “igreja” que tem métodos dos
antepassados será aceite com mais facilidade pela cultura. Aqui ocorre o erro de ter uma
tradição dos antepassados sem a verdade da Palavra de Deus.
B. Atingem directamente os principais problemas
1. Seu objectivo é dar um alívio momentâneo, enganando com subtileza do evangelizado.
2. Não conseguem atingir longe e estão limitados a determinados ensinos; suas doutrinas são
“simples” de se conhecer.
* Neste aspecto sabemos quais são as principais doutrinas das “Testemunhas de Jeová”, dos
Quimbanguistas, dos Adventistas e do Catolicismo Romano.
3. Eles não se apegam ao todo e sim a detalhes para confundir a mente humana sobre o simples plano
de salvação, na pessoa de Jesus Cristo.
4. Falam muito sobre um dos maiores dilemas da humanidade, a morte, um novo mundo, a felicidade
eterna, o purgatório como meio de livramento dos pecados. Isto atrai as pessoas, pois vivemos
num mundo conflituoso.
5. Neste aspecto as seitas suprem com erros doutrinários o desejo da alma humana.
C. Assumem rapidamente os meios disponíveis
1. Muitas destas seitas utilizam os meios disponíveis, porém sem segurança e limitados a um tempo.
Parece que não vêm para fiar.
2. Em Angola temos a farta literatura distribuída pelas “Testemunhas de Jeová”; são meios usados
para atrair as pessoas por meio de literatura atraente.
3. Outras seitas utilizam a rádio para divulgar seus métodos e atrair pessoas.
D. Penetram na camada social mais indouta
1. Para eles, esta camada é mais fácil de atingir.
2. A Igreja Católica patrocinava a ignorância ao encobrir as verdades da Palavra de Deus.
* Em muitos lugares diziam (ou ainda dizem), que não se pode ler a Bíblia pois podemos ficar
malucos.
3. Pela falta de ensino secular o erro tem mais facilidade de penetrar; um indouto aceita com mais
facilidade a doutrina de uma seita.
E. Se misturam com religiões dos ancestrais
1. Em África temos uma mistura; por exemplo, uma pessoa pode professar ser da Igreja Católica,
enquanto mexe com feitiço.
a. Mesmo um “crente” pode professar ser crente, voltando de vez em quando à prática de
feiticismo.
b. Observando a Palavra de Deus vemos que isto é abominação: Dt 18:10-12
“Não se achará no meio de ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem
adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro, nem encantador, nem quem
consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos.”
2. As seitas têm uma conexão muito grande com o misticismo, pois o misticismo dá uma maior clareza
do ser religioso.
a. O homem necessita do místico para se sentir religioso.
b. A magia ou superstição não pode prevalecer no sistema que liga o homem e Deus (At
19:19,20).
F. As seitas suprem o que é visível mas não atingem o interior
a. Os adeptos das seitas têm ensino mas não têm a verdade.
b. Têm uma aparente alegria mas não têm a profunda paz.
c. Têm suas ideias sobre o reino de Deus mas não têm a vida eterna (Jo 5:24).
G. As seitas vêm para remediar
a. Não vem para dar o novo, mas para cobrir e não para apagar.
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b. O adepto duma seita continuará perdido até que encontre a verdade que liberta (Jo 8:32,36).

III. PORQUE SURGEM AS SEITAS?


A. Acção diabólica no mundo (II Co 4:4)
1. O campo é o mundo, e é aqui onde os demónios concentram sua força para contrariar as verdades
divinas (Mt 13:38).
2. Os demónios concentram grande força do seu exército no mundo para:
a. Fazer promessas mentirosas (Gn 3:5)
b. Fazer mau uso das Escrituras (Mt 4:6).
c. Fazer planos astutos (II Co 2:11)
d. Mostrar-se como anjo de luz (II Co 11:14)
B. Acção diabólica contra a Igreja (Mt 13:25)
1. A ordem de Satanás contra a Igreja é destruidora.
2. Cabe à Igreja estar alerta e investigar todos os passos dos agentes invisíveis que querem nos
destruir; sabemos que em matéria de destruição ele é sagaz (Jo 10:10).
3. O diabo sabe que a Igreja é a coluna da verdade aqui na terra (I Tm 3:15).
4. A Igreja é o único organismo divino sobre o qual as portas do inferno não prevalecem (Mt 16:18).
C. Acção diabólica contra a Palavra de Deus (Mt 13:19)
1. Um reino dividido contra si não pode prosperar; é isso que Satanás tem em mente quando utiliza a
Palavra de Deus.
2. As “Testemunhas de Jeová”, os Adventistas, os Quimbanguistas, os Espíritas, os Muçulmanos, o
Catolicismo e tantos outros, usam passagens bíblicas para confundir a mente humana.
D. Descuido da Igreja em pregar o Evangelho completo (Mt 13:25)
1. Falta da verdade aprisiona a humanidade; somente a Igreja de Cristo possui a verdade que liberta
(Jo 8:32,36).
2. Os erros doutrinários são aceites por igrejas que não estão preparadas pela Palavra de Deus.
E. A falsa hermenêutica (II Pe 3:16)
1. 1. A falsa hermenêutica é a interpretação isolada, sem uma ampla explicação do assunto abordado.
2. As seitas isolam determinados versículos, e fazem deles uma “doutrina”
3. Falsos mestres introduzem heresias, colocando em perigo as verdades da Palavra de Deus.
a. Não entendem nem o que dizem, nem o que afirmam (I Tm 1:7).
b. As falsas doutrinas procedem de demónios, pela mente dos falsos mestres:
“Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando
ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demónios, pela hipocrisia de homens que falam
mentiras e têm a sua própria consciência cauterizada.” (I Tm 4:1,2).
c. Ensinam por ganância, pelo poder, para alcançar uma posição (Tt 1:11).
d. Ensinar outra doutrina é alimentar a soberba (orgulho, arrogância--I Tm 6:3).
F. Falta de conhecimento e rejeição da verdade (I Tm 2:4)
1. A falta de verdade leva o homem à derrota espiritual, o conduz à procura do duvidoso, do
desconhecido.
2. A falta de conhecimento leva à apostasia.
* “Apostasia” no grego é aphistemi, que significa “apartar, deserção, rebelião, abandono”.
Significa retirar-se ou afastar-se daquilo a que antes se estava ligado, cortar o relacionamento
salvador com Cristo, ou apartar-se da união vital com Ele.
3. Existem dois tipos de apostasia:
a. Apostasia teológica
*A rejeição de todos os ensinamentos de Cristo e dos apóstolos, com Paulo adverte a
Timóteo em I Tm 4:1-3 (“…em tempos posteriores alguns apostatarão da fé…”).
b. Apostasia moral
* Aquele que era crente e deixa de permanecer em Cristo, voltando à condição de
escravo de pecado. A carne pode nos levar a apostasia:
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“Pois quê? Havemos de pecar porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De
modo nenhum. Não sabeis que daquele a quem vos apresentais como servos para lhe obedecer,
sois servos desse mesmo a quem obedeceis, seja do pecado para a morte, ou da obediência para
a justiça? Mas graças a Deus que, embora tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração
à forma de doutrina a que fostes entregues; e libertos do pecado, fostes feitos servos de justiça.
Falo como homem, por causa da fraqueza da vossa carne. Pois assim como apresentastes os
vossos membros como servos da impureza e da iniquidade para iniquidade, assim apresentai
agora os vossos membros como servos da justiça para santificação” (Rm 6:15-19).
G. Falta de maturidade espiritual (Ef 4:14)
1. Os demónios têm uma ordem de ataque contra a Igreja de Cristo; os métodos usados por eles são
muito diversificados, inclusive penetrando no “religioso”.
2. Uma igreja que não se prepara pela Palavra para se conservar a si mesmo pura, aceitará o erro,
ficando contaminada pela sujeira da heresia.

IV. OS PRINCIPAIS ERROS DAS SEITAS


* Para melhor conhecer os oito pontos a seguir, o aluno deve consultar a lição sobre Doutrinas
Fundamentais.
A. Negam a autoridade da Bíblia
1. Não têm a Bíblia como fonte reveladora ou edificativa; têm nas obras, aplicam determinadas
passagens bíblicas sem fundamento, não tendo a verdadeira interpretação (Ef 2:8,9).
a. Os Muçulmanos têm o Alcorão
b. Os astrólogos têm “as estrelas”
c. Os espíritas se asseguram nas boas acções
d. As “Testemunhas de Jeová” têm a tradução “O Novo Mundo”
e. O Catolicismo têm seus dogmas.
2. As seitas se asseguram numa “visão ou sonho” de uma pessoa, nunca na revelação da Palavra de
Deus.
3. Estão bem arraigados no que seu fundador “viu” e “sentiu”.
a. A Ciência Cristã está arraigada no que a Sra. Eddy escreveu sobre “Ciência e Saúde”. A Sra.
Eddy negava a realidade da doença e da morte.
b. Os Adventistas estão arraigados no que a Sra. White “viu”; diz a história que ela viu as duas
tábuas de pedra que continham os Dez Mandamentos e o sábado se sobressaia com uma
aureola de luz.
c. As “Testemunhas de Jeová” (com sua tradução “O Novo Mundo”) torcem para si versículos e
passagens bíblicas; as mesmas passagens lhes servirão de condenação diante de Deus
(Mt 25:41).
d. O que a Bíblia diz é único e indivisível (II Pe 1:20,21; II Tm 3:16,17).
B. Negam a doutrina da Trindade
1. Ainda que a palavra “trindade” não aparece na Bíblia, a revelação da Trindade está em toda a Bíblia
(Gn 1:26).
2. Elohim (ou elohiym) é um substantivo que contém a pluralidade (Sl 2:7; Is 48:16).
* A revelação trina e una de Deus só se torna clara quando chegamos ao N.T. (Mt 3:17; Mc
1:11; I Pe 1:2; Jd 20,21; II Co 13:13).
C. Negam a divindade do Senhor Jesus (Jo 1:14; Is 9:6; Lc 1:35; 14:9)
1. A seguinte declaração de Jesus, para quem não aceita a Sua divindade, se torna chocante:
“Respondeu-lhes Jesus: Já vo-lo disse, e não credes. As obras que eu faço em nome de meu Pai, essas
dão testemunho de mim. Mas vós não credes, porque não sois das minhas ovelhas. As minhas ovelhas
ouvem a minha voz, e eu as conheço, e elas me seguem; eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão;
e ninguém as arrebatará da minha mão. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode
arrebatá-las da mão de meu Pai. Eu e o Pai somos um” (João 10:25-31).

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2. O testemunho do baptismo de Jesus:
“Baptizado que foi Jesus, saiu logo da água; e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito Santo de
Deus descendo como uma pomba e vindo sobre ele; e eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu
Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3:16,17).
3. “Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu filho unigénito…” (Jo 3:16).
D. Negam a personalidade do Espírito Santo
1. O Espírito Santo age como Deus (Jo 14:16; Jo 10:26; 16:8).
2. O Espírito Santo dirige (At 8:29; 16:6,7; Rm 8:14; Ap 22:17).
3. As seitas não entendem esta união em operação vista no poder do Deus “trino”; não entendem a
operação por três pessoas e em três pessoas.
E. Negam a existência de demónios
1. Satanás era o querubim ungido (Ez 28:14)
2. Foi lançado for a (Ez 28:16)
3. Os demónios possuem uma organização tendo um chefe (Mt 9:34; 12:24).
4. Ele é o adversário de todos os homens (I Pe 5:8).
F. Negam a existência da ressurreição do corpo
1. A Bíblia fala da ressurreição de Jesus (Jo 5:28,29).
2. A Bíblia fala da primeira ressurreição (I Ts 4:16,17; Ap 20:5,6).
3. A Bíblia fala da segunda ressurreição (Ap 20:11,12).
G. Negam a existência do céu e o inferno
1. Na eternidade existem lugares separados para todos os homens (Mt 24:50,51)
2. Para os salvos existe o lugar de descanso (Lc 23:43; I Ts 4:16,17).
3. Para os perdidos existe o Hades (Lc 16:22,23).
4. Segundo a Bíblia existe um lugar chamado “inferno” (Mt 18:9; Mc 9:47).
V. EMPREGANDO SEUS PRECEITOS
* Abaixo transcrevemos alguns dados de preceitos:
A. Casamento celestial, uma doutrina da igreja dos Mórmons (Mt 22:29,30)
B. Impedir o casamento do sacerdote, como é o caso da Igreja Católica Romana; um falso conceito acerca
do casamento (I Tm 3:2).
C. Guardar o sábado (Rm 3:20; Gl 4:10,11)
D. O uso de determinadas roupas, cores na roupa, lenços, uso de barba, cabeça raspada
* O uso obrigatório de determinadas roupas são preceitos de homens.
VI. SÃO TREINADOS A FALAR O QUE APRENDERAM
A. Cada membro é um porta-voz da sua seita
* Falam com certeza, convencendo os menos esclarecidos (Jo 6:46).
B. Se consideram possuidores da verdade
* Para um sectário sua doutrina é a única verdade; fora deste contexto tudo é errado.
C. Nossa debilidade em ser testemunha dá força às seitas
a. Infelizmente sofremos esta grande debilidade
b. Nossos membros não falam por alguns factores:
* Medo de não falar o desejado, falta de convicção;
* Falta de conhecimento da Palavra de Deus; mau testemunho.
VII. COMO ENFRENTAR AS SEITAS
1. Preparando nossos membros pela Palavra
a. Nada pode vencer um crente cheio da Palavra; Jesus usou a Palavra para vencer Satanás (Mt
4:3,4).
b. A Palavra de autoridade vence os contradizentes (Lc 4:32; Tt 1:9).
c. O opositor é vencido com argumentos encontradas na Palavra.

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2. Deixe de esconder a verdade.
a. Estamos dando abertura às seitas por não cobrir nosso espaço; se cada crente ocupasse seu
espaço como salvo na sociedade, as seitas teriam seu rendimento reduzido.
b. O conhecimento da verdade traz libertação (Jo 8:32-36).
c. A verdade é única em termos de salvação (Jo 14:6).
d. Quando omitimos as verdades sobre o inferno, salvação e justificação, as seitas ganham adeptos.
e. O inferno está cheio de pessoas enganadas pelo diabo, o nosso maior inimigo.
f. Jesus deixou uma ordem, e não um pedido, para pregar: “ide” (Mc 16:15).
3. Procure conhecer as raízes das seitas
a. Quem foi seu fundador?
b. Quais são os principais ensinamentos?
c. Quais são as suas áreas em conflito directo com a Bíblia?
d. Evite discutir “genealogias” (leis e regras--Tt 3:9).
5. Esteja preparado psicologicamente
a. Não demonstre nervosismo quando confrontado com suas ideias.
b. Caso tenha dúvida, seja sincero, dizendo que vai pesquisar melhor o assunto.
c. Uma arma poderosa é contar o seu testemunho: como Jesus transformou a sua vida.
6. Seja educado e cordial, deixando o opositor falar primeiro.
a. Isso te dará uma vantagem de saber no que ele crê.
b. Analise com cuidado os pontos fracos; tente provar com argumentos bíblicos tal oposição.
c. Tente se conter o máximo para poder contra atacar.
d. Nunca dê o seu parecer, mas prove pelas Escrituras.

100
IMPLANTAÇÃO DE NOVAS IGREJAS

INTRODUÇÃO
“Implantar” é definido como “fixar, estabelecer ou introduzir”. O termo bíblico usado para esta palavra é
“introduzir na terra para criar raízes” (Mt 15:13). Implantar igreja é introduzir a Palavra nos corações para que
cresçam, ou sejam uma árvore a dar frutos.
“Eu plantei; Apolo regou; mas Deus deu o crescimento. De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem
o que rega, mas Deus, que dá o crescimento. Ora, o que planta e o que rega são um; mas cada um receberá o seu
galardão segundo o seu trabalho. Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de
Deus” (I Co 3:6-9).
Para a implantação de novas igrejas é necessário obedecermos princípios que nos levem ao alvo desejado.

I. O PRINCÍPIO DE VISÃO
* Três princípios de visão:
A. Visão para localizar (Ne 2:13-15)
* Saber onde existe necessidade. Neemias contemplou os muros fendidos e as portas queimadas.
O princípio de ver é importante pelo seguinte:
1. Ver nos traz clareza de objectivos
2. Ver leva-nos a mais comunhão com Deus (Mt 13:16,17; Lc 10:23)
3. Ver nos leva a convicção (Jo 8:38; I Jo 1:3)
B. Visão para organizar estratégias (Ne 2:7-11)
1. A base desta visão está na liderança. Se o líder não vê, os liderados não terão oportunidade de
executar.
2. Neemias pediu cartas para os governadores (v. 7). Um trabalho bem organizado envolve
autoridades do local; não devemos menosprezá-los.
3. Carta para o guarda do jardim (v. 8). Aqui podemos fazer uma aplicação bíblica, dizendo que este
guarda é o Anjo do Senhor; sem a sua bênção e protecção nada podemos fazer a favor das
almas perdidas.
4. A madeira necessária para a construção das portas deveria ser tirada sobre autorização. O princípio
divino é ir enviado por Ele, e fazer sob a Sua autorização.
C. Visão para executar (Ne 3:1)
1. Começaram a restaurar as portas (v. 1)
* Começar onde houver mais necessidade.
2. Três elementos base de uma visão
a. Paulo localizava por visão (At 16:9): Após o princípio de localização geográfico Paulo
procurava partir para o cumprimento (At 16:10).
b. Paulo recebia por visão (At 18:9): A coragem é fundamental para quem vai abrir um novo
trabalho (Mq 3:8; Mt 11:12). Por um ano e seis meses Paulo abriu as portas para lançar o
fundamento da igreja (At 18:11).
c. Paulo declarava por visão (At 26:17-19): Paulo declara ser obediente à visão de Deus.
O progresso da igreja depende da visão do ministério. Implantamos à medida da nossa visão (Jo
4:35). Os discípulos não mediram a extensão da seara quando disseram, “Faltam quatro meses” para
a sua colheita. Eles tinham uma visão demasiado curta no que se refere a colheita. Implantar é ver
longe.

II. O PRINCÍPIO DO SEMEADOR


A. O princípio da acção, agir para plantar (Mt 13:3)
1. O que olha para o vento nunca semeará (Ec 11:4).
2. O princípio de Jesus era plantar independentemente do tipo de solo (Mt 13:4-8); agir na certeza que
uns grãos darão frutos (Mt 13:8).
3. O semeador saiu a semear; este é o facto real da parábola (Mt 13:3).
101
4. Ir é obedecer o maior princípio (Mc 16:15). Comece, não importando o número de pessoas; comece
por uma pessoa ou por uma casa.
B. O princípio da proporção
1. Colhemos o que plantamos com lágrimas (Sl 126:5,6).
2. Colhemos à medida da nossa obediência (Lc 5:4-6).
C. O princípio da oportunidade
1. Colher para não estragar, sabendo que está na hora da sega (Mc 4:29).
2. Toda a oportunidade deve ser aproveitada, seja por meio de comunicação pessoal, televisiva, rádio
ou imprensa.

III. O PRINCÍPIO PAULINO


A. O envio de missionários (At 13:1-4; 15:39,40)
* O envio destes missionários tinham em comum três aspectos.
1. Eles estavam servindo ao Senhor (v. 1)
2. Eles estavam jejuando (v. 2)
3. Eles estavam sensíveis à voz do Espírito Santo (v. 3)
B. O contacto com o alvo (At 18:19; 19:1-9)
1. Localizando o alvo
a. Chegou a Éfeso (At 18:19)
b. Chegou a Cesareia (At 18:22)
c. O contacto com a igreja (At 19:1,2)
d. O contacto com a sinagoga (At 19:8)
* O contacto com uma escola de um certo tirano (senhor absoluto, mestre de filosofia,
escriba judaico que dava instruções sobre a lei--At 19:9)
2. Sabedoria para a penetração
a. Paulo circuncidou Timóteo--porque? (At 16:1) O Evangelho deve penetrar na cultura sem
destruir o seu modo de vida.
b. Jesus demonstrou o que é penetrar noutra cultura adaptando-se a ela (Jo 1:14).
3. Para que a implantação de uma nova igreja tenha sucesso devemos analisar o seguinte:
a. Onde estão localizados (qual a sua cultura, língua)
Três tipos de sociedade a ser alcançada:
* Urbana: os que vivem nas grandes cidades
* Camponesa: os que vivem nas pequenas cidades de uma nação
* Primitiva: os que vivem em pequenas aldeias ou quimbos.
b. Que recursos temos para alcançá-los (pessoal, apoio, finanças)
* Recursos em planos baseados em fé
c. Quem irá implantar este novo trabalho?
* Pessoa da mesma cultura? Seria viável alguém com uma cultura diferente?
* Um homem viável àquela cultura
* Um homem chamado por Deus para aquela cultura
* Um homem que tenha maturidade
* Um homem seleccionado (At 13:1-4)
* Deus falou a eles, falou à igreja; Deus falou aos líderes.
* Por vezes a fome de abrir um novo trabalho nos leva a dar passos precipitados.
C. A comunicação do evangelho (At 19:4-10)
1. O Evangelho retira da ignorância e da dúvida; dá à pessoa uma visão de Deus.
* A pessoa passa a possibilidade de participar das coisas de Deus (At 19:5,6).
2. Um novo trabalho não começa com mensagens complexas cheias de palavras que o novo não
entende (I Co 2:4).
D. Os ouvintes convertidos (At 13:48; 19:5)
1. Os que “ouviram” foram baptizados (Rm 10:14)

102
2. O tempo de pregação para a conversão: “Durou isto por dois anos, de maneira que todos os que
habitavam na Ásia, tanto judeus como gregos, ouviram a palavra do Senhor.” (At 19:10)
3. O resultado foi conversão: “E muitos dos que haviam crido vinham, confessando e revelando os
seus feitos. Muito também dos que tinham praticado artes mágicas ajuntaram os seus livros e os
queimaram na presença de todos; e, calculando o valor deles, acharam que montava a
cinquenta mil moedas de prata. Assim a palavra do Senhor crescia poderosamente e prevalecia”
(At 19:18,19).
E. Os crentes congregados (At 13:43)
1. A graça de Deus manifesta traz salvação (Tt 2:11)
2. O fruto congregacional era real na vida da nova igreja.
* Ouviram a Palavra (At 13:44)
* Era uma multidão que ouvia (At 13:45)
* Os que creram foram salvos (At 13:48)
* O princípio congregacional de Actos 2:46 estava alicerçado na palavra “todos”.

F. A fé confirmada (At 14:21,22; 20:20-27)


1. A fé viva e vibrante era para Paulo a força da nova igreja (At 14:22)
2. Paulo os exortava a permanecer na fé (v. 22)
3. A fé é confirmada desde que as obras sejam manifestas (Tg 2:14-22)
4. A fé dos crentes era confirmada pelas obras em diversos aspectos: havia cura, baptismo com o
Espírito Santo, milagres e maravilhas.
G. Os líderes separados (At 14:23)
1. Uma nova igreja não começa com a formação do ministério e sim de um grupo de pessoas salvas.
2. É deste grupo que brotarão novos obreiros.
3. A separação foi feita pela igreja local.

IV. O PRINCÍPIO DA ACÇÃO


A. Acção mútua na pregação (At 2:14)
1. Pedro se coloca de pé com os onze. A acção de todos de ficarem de pé causou grande impacto;
todos os presentes estavam plenamente de acordo com a mensagem de Pedro.
2. Enquanto um pregava o restante confirmava de pé as palavras proferidas pelo servo de Deus.
3. Uma igreja que deseja implantar um novo trabalho deve viver o princípio da mutualidade no poder
da Palavra pregada: o que é pregado é confirmado pelos demais.
B. Acção mútua no acolhimento da doutrina (At 2:42-44)
1. Vejamos abaixo as frases contidas nesses versículos:
“De sorte que foram baptizados os que receberam a sua palavra; e naquele dia agregaram-se quase três
mil almas; e perseveraram na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em
cada alma havia temor, e muitos prodígios e sinais eram feitos pelos apóstolos. Todos os que criam
estavam unidos e tinham tudo em comum.”
2. A doutrina provoca três qualidades de vida na igreja:
a. Perseverança
* “Portanto, nós também, pois que estamos rodeados de tão grande nuvem de testemunhas,
deixemos todo embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com perseverança
a carreira que nos está proposta” (Hb 12:1).
* A Bíblia diz que devemos ter paciência (Hb 10:36).
b. Comunhão
* “…sim, o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que vós também tenhais comunhão
connosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo. Estas coisas vos
escrevemos, para que o nosso gozo seja completo. E esta é a mensagem que dele ouvimos, e
vos anunciamos: que Deus é luz, e nele não há trevas nenhumas. Se dissermos que temos
comunhão com ele, e andamos nas trevas, mentimos e não praticarmos a verdade” (I Jo 1:1-6).

c. Oração
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* “E isto peço em oração: que o vosso amor aumente mais e mais no pleno conhecimento e em
todo o discernimento, para que aproveis as coisas excelentes, a fim de que sejais sinceros, e sem
ofensa até ao Dia de Cristo; cheios do fruto de justiça, que vem por meio de Jesus Cristo, para
glória e louvor de Deus” (Fp 1:9-11).
C. Organizar para ganhar almas
* Acção mútua na organização com finalidade de ganhar almas para Cristo.
1. Convocaram os discípulos (At 6:2)
* Para organizar uma nova igreja é necessário considerar o parecer do ministério.
2. Seleccionaram pessoal para o trabalho da nova igreja (At 6:5)
a. A escolha de ministros certos para um trabalho (At 9:15)
b. Na igreja havia profetas e mestres (At 13:1)
c. Timóteo for a escolhido para edificar novas igrejas (At 16:1-5)
d. Os dons do ministério contribuem para a edificação do novo trabalho (Ef 4:11,12)

V. O PRINCÍPIO DE FÉ
A. O princípio de fé para a implantação
* A fé opera sobre dois grandes princípios:
1. O princípio dunamis (poder “dinamite”)
a. Poder explosivo para causar impacto.
b. Implantar deve ter como base a acção do poder (At 1:8).
c. Poder para produzir filhos espirituais (Jo 1:12); poder para administrar (I Pe 4:11).
2. O princípio “comparativo”
a. O mundo precisa de ver a diferença entre o verdadeiro e o falso (At 13:11,12).
b. A nova igreja surge para causar impacto, tirando a igreja local do conformismo
congregacional.
c. A nova igreja causa revelação de novos valores.
d. Existe em nosso meio muita gente sem fazer nada; há falta de trabalho de implantação.
B. O princípio de fé exige renúncia
1. Abraão chamado para ser pai de uma nação (Gn 12:2).
2. Abraão obedeceu para ir (Gn 12:4).
3. Abraão obedeceu para procriar (Gn 17:17).
4. Abraão obedeceu na entrega do seu filho (Gn 22:2,3).
* A primeira coisa que Deus pediu a Abraão foi seu único filho (v. 2). Deus o provou dizendo:
“Oferece teu filho em uma das montanhas.” Como explicar a implantação de uma nação quando
a única possibilidade estava sendo tirada!
5. A implantação depende totalmente de Deus; o homem é o instrumento afinado por Ele, para
executar Seus planos (Gn 22:8, 16-18).
6. Deus queria que Abraão ficasse sem orgulho, e acima de tudo sabendo que todas as coisas
dependiam d’Ele.
7. Implantar um novo trabalho exige sacrifício, amor, graça, oração e muita convicção por parte dos
empenhados.
C. Ezequiel chamado a profetizar
1. Profetizar a um povo rebelde (Ez 2:3)
2. A um povo que não queria ouvir (Ez 2:7)
3. A um vale de ossos secos (Ez 37:1)
* Para todos os planos Deus tem um homem que se coloca diante d’Ele.
D. O princípio de fé exige concordância
1. Isaque concordou com seu pai (Gn 22:7-9).
2. “Tudo o que ligardes na terra, será ligado no céu” (Mt 18:18,19).
3. O sucesso de uma nova igreja está no princípio de concordância.
4. O pastor da igreja não deve sozinho assumir tamanha responsabilidade; ele, com o ministério e a
igreja, devem estar engajados nesta tarefa.
104
E. O princípio de fé requer grandeza
1. “Espera coisas grandes de Deus, tenta coisas grandes para Deus.” William Carey, chamado o “Pai
das Missões Modernas”.
2. Deus opera na dimensão dos nossos pensamentos, desde que reconhecemos Sua soberania (Is
55:9). Operar em grandeza depende do que pensamos e em que dimensão nós pensamos.
3. Deus disse a Abraão, “Far-te-ei uma grande nação” (Gn 12:2).
4. Somos tentados a pensar que não somos nada, que nossos recursos são poucos (Gn 13:2).
5. A palavra que define “grande” é megas; “grande” é o antónimo de micros (pequeno).
F. O princípio de fé requer obras
1. Fé é demonstrada através das obras (Tg 2:20-26).
2. Obras em execução são frutos do trabalho da fé,
* A obra da fé é o trabalho, caridade, paciência e esperança (I Ts 1:2).
3. Deus conhece a Sua Igreja por meio das obras da fé (Ap 2:19).
4. Para que uma nova igreja seja implantada, devemos planejar e executar; vamos tirar do arquivo
morto os projectos de implantação de novos trabalhos, e trabalhar no sentido de executá-los.
G. O princípio de fé requer vozes
1. Para uma boa implantação é necessário homens que tenham a voz do Evangelho (Fp 1:27).
2. É ouvindo com fé que opera a liberdade (Gl 3:2-9).
3. João Baptista foi uma voz ao trabalho de Deus no deserto (Mt 3:1,2).
* Era uma voz que cooperou para a transformação de vidas no deserto (Mt 3:5,6).
4. “Como ouvirão se não há quem pregue?” (Rm 10:14)

105
PROSPERIDADE BÍBLICA
I. DEFINIÇÃO DE PROSPERIDADE
A. O que é prosperar
1. Prosperar é a capacidade de Deus em satisfazer as necessidades do salvo.
2. A prosperidade visa alvos específicos: prosperidade do espírito, prosperidade da alma, prosperidade
do corpo, prosperidade nas áreas social e financeira.
B. Deus quer que você prospera?
* A resposta é “sim”, Deus quer que o seu povo prospere (III Jo 2): “Amados, desejo que te vá bem, em
todas as coisas, e que tenhas saúde, assim como vai bem a tua alma.”
C. Prosperar é ser alvo dos benefícios do Senhor (Sl 103:2-5)
1. Benefício espiritual: “É ele que perdoa as tua iniquidades… redime a tua vida da perdição (cova)…”
* Aqui fala do maior benefício, “o eterno” (I Co 15:19-22; Jo 5:24).
2. Benefício corporal: “…sara todas as enfermidades…”
3. Benefício material: “…enche a tua boca de bens…”
D. Não confundir “prosperar” com “enriquecer”
1. Prosperar é gozar as bênçãos de Deus porquanto busca o reino de Deus (Mt 6:33).
* Seu reino está em primeiro lugar; o fruto desta busca será acréscimos, atracção de bênçãos
materiais para ti.
2. Enriquecer é buscar como prioridade as coisas materiais.
a. Assim uma pessoa pode ser rica sem ser próspera.
b. Uma pessoa que procura enriquecer não conhece prosperidade, embora tenha muita riqueza
(Pv. 13:7).

II. REQUISITOS PARA SER PRÓSPERO


A. O homem que prospera não vive à busca das riquezas.
1. Seu interesse é por amar a Deus, a comunhão com o seu Deus está em primeiro lugar (Mt 6:33).
2. A prosperidade o segue, sem que ele siga a ele; os sinais seguirão os que crêem (Mc 16:17).
3. Se ama a Deus Ele fará com que você prospere (Pv 8:17-21).
B. Nossos pedidos devem ser conhecidos (I Jo 5:15)
1. Não devemos ficar “inquietos” por coisa alguma (Fp 4:6).
2. “Pedi, e dar-se-vos-á...” (Mt 7:7)
3. “…nos dias em que buscou ao Senhor, Deus o fez prosperar (II Cr 26:5).
4. Para que a terra prospere é necessário orarmos (II Cr 7:14).
5. “…tudo o que pedirdes, orando, crede que o recebereis, e tê-lo eis” (Mc 11:24).
6. “Até o que não pediste te darei, riquezas como glória…” (I Rs 3:13).
C. Obediência à Palavra (Dt 28:1-14)
1. “…se ouvires a voz do Senhor, teu Deus, tendo o cuidado de guardar todos os seus
mandamentos…” (v. 1)
2. Bênção na vida urbana--na cidade (v. 3)
3. Bênção na vida rural--no campo (v. 3-8)
4. Bênção familiar, doméstica (v. 4-11)
5. Bênção ao visitares, entrando e saindo (v. 6)
6. Bênção atmosférica, chuvas para a plantação (v. 12)
7. Bênção de dar e não tomar emprestado (v. 12)

III. A PROSPERIDADE BASEIA-SE NO FACTO DE QUE TUDO PERTENCE A DEUS


A. A terra e tudo o que nele existe pertence a Ele (Sl 24:1,2)
1. O céu e a terra lhe pertencem (Dt 10:14).
2. A prata e o ouro é d’Ele (Ag 2:8)

106
3. Somos o “Seu” povo, ovelhas do “Seu” pasto (Sl 100:3)
4. “Porque nada trouxemos para o mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele” (I Tm 6:7.
B. Mordomia cristã
1. Todo o seu dinheiro, propriedades e até a sua vida pertencem a Deus; posperidade é reconhecer
este facto e agir conforme.
2. Este princípio é conhecido como mordomia, ou a administração dos bens que pertencem ao outro
(Lc 16:1-13).

IV. BUSCAR A RIQUEZA É PERIGOSO


A. O ensino de Jesus em Mateus capítulo 6
1. “Não ajunteis tesouros na terra onde a traça e a ferrugem “tudo” consomem, e onde os ladrões
minam e roubam” (Mt 6:19).
2. “Onde estiver o vosso tesouro, ai estará também o vosso coração” (Mt 6:21)
3. Não podeis servir a dois senhores, ou a Deus ou a “Mamon”.
* Mamon é a palavra traduzida do aramaico significando dinheiro ou outros bens terrenos
valiosos (Mt 6:24)
4. Conclusão: “Buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão
acrescentadas” (Mt 6:33).
B. O ensino do apóstolo Paulo (I Tm 6:5-19)
1. “Mas os que querem ser ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e
nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína” (v. 9).
2. “Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se
desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (v. 10).
3. “Manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das
riquezas, mas em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos” (v.
17).
4. Acumular riquezas é um trabalho tão envolvente que logo passa a controlar a mente e a vida da
pessoa, até que a glória de Deus deixa de ter primazia em nosso ser (Cl 3:1,2).
C. O perigo de ficar preso pelas riquezas
1. “Mas ele, pesaroso desta palavra, retirou-se triste; porque possuia muita riqueza” (Mc 10:22).
2. “Uma pessoa presa pelas riquezas, dificilmente entrará no reino de Deus” (Mc 10:25).
3. A riqueza por vezes inverte em avareza, que é apego excessivo ao dinheiro. (Mc 12:15)
* A palavra “avareza” no grego é pleonexia, sede de possuir mais.
4. O rico avarento dizia: meus celeiros, minhas novidades, minha alma (Lc 12:15-21).

V. A PROSPERIDADE DE DEUS NÃO ACRESCENTA DORES


A. A bênção do Senhor é que enriquece (Pv 10:22)
1. Muitas riquezas materiais procedem da iniquidade, da ganância, da avareza (Lv 19:35,36; Pv 11:1).
2. O salvo usufrui legitimamente dos bens da terra; somos o Seu povo e ovelhas do Seu pasto (Sl
100:3).
B. Um facto a ser lembrado
1. O facto de avisar-nos sobre o perigo de buscar as riquezas não indica que o Senhor queira que nós
andemos pobres, famintos e vestidos de trapos (Mt 6:28-33).
2. Nosso Pai celestial sabe que necessitamos de todas estas coisas (Mt 6:32).
3. Viver na dependência de Deus nos leva a gozar de muitos bens aqui na terra (Mc 10:28-30).
4. Deus nos dá abundantemente todas as coisas (I Tm 6:17).
C. Todo salvo fiel deve gozar de prosperidade
1. Gozamos de prosperidade quando buscamos a Deus.
* Uma vida de oração e fé atrai bênçãos de Deus sobre nossa vida.
2. Abraão era rico em gado, prata e em ouro (Gn 13:2).
3. Salomão recebeu sabedoria, riquezas, fazendas e honra (II Cr 1:12-15).
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4. Jó possuia gado, ovelhas, bois, jumentas e muitíssima gente ao seu serviço (Jó 1:3).
5. José de Arimateia era um homem rico (Mt 27:57).
6. José foi governador do Egipto (Gn 41:38-44); pelas mãos dele a terra produziu com fartura (Gn
41:47-49).
7. Jesus tinha Suas necessidades supridas.
a. Seu ministério itinerante não permitia uma residência fixa.
b. Tinha um tesoureiro (Jo 13:29) e pagou o tributo (Mt 17:24-27).
c. O jumentinho surgiu para Sua entrada em Jerusalém (Lc 19:29-35).
d. O cenáculo surgiu para a Ceia (Lc 22:7-13).
e. Possuia boa roupa--os soldados lançaram sorte para saber quem ficaria com aquela roupa
(Mc 15:24).

VI. SEMEAR E CEIFAR


A. O princípio para semear
1. Tudo o que semearmos dará fruto, ou do bem para o bem, ou do mal para o mal (Gl 6:7).
2. Se semear muito e recolher pouco é falta de princípios bíblicos (Ag 1:6); o povo estava muito
preocupado com a sua casa e esqueceram da casa do Senhor (v. 4,5)
3. Não olhe para as circunstâncias para semear (Ec 11:4).
a. Não diga “vou esperar até ter mais dinheiro para poder semear; semeia o que tem.
b. Seu dinheiro deve ser “semeado” para produzir prosperidade.
4. Não coma a semente; assim procedendo nunca terás possibilidade de uma colheita.
B. O princípio para colher
1. Boa medida, recalcada, sacudida e transbordando (Lc 6:38); a passagem no seu contexto refere-se
a atitudes.
2. “Honra ao Senhor com as tua fazendas e se encherão os teu celeiros abundantemente” (Pv 3:9,10).
C. Quanto devo semear
1. “O que semeia pouco, pouco também ceifará, e o que semeia em abundância, em abundância
ceifará” (II Co 9:6).
2. Colhemos pela quantidade de semente plantada.
D. Critérios da sementeira
1. Cada qual contribui, segundo propôs no seu coração (II Co 9:7).
2. Cada um semeia, segundo a sua decisão; vou ou não vou ser um semeador?
3. Não por desejo de enriquecer.
4. Não por cumprir uma norma da igreja, com dízimos e ofertas.
5. É um acto de obediência à Palavra de Deus.
6. Não com tristeza que é sinal de avareza e desejo de enriquecer.
7. Deus ama ao que dá com alegria (II Co 9:7; Mt 6:21).

VII. SEMEAR É PELA FÉ


A. Não olhando para o visível
1. “O que olha para o vento nunca semeará” (Ec 11:4).
* Se olharmos simplesmente pelos olhos naturais, não vamos “arriscar-nos” por dar, e assim
nunca teremos colheita.
2. O homem que diz “não posso dar,” está condenado a não prosperar, porquanto teme lançar a
semente.
3. A viúva da Sarepta pela fé deu “primeiro para o homem de Deus”; ela ceifou de maneira que
pudesse comer ela e a sua casa (I Rs 17:8-16).
4. Às vezes é necessário o sacrifício para lançar a semente mas no tempo da colheita receberemos
com alegria (Sl 126:5,6).
B. O dízimo é a base do nosso dar
1. Não sendo fiel na entrega do dízimo dificilmente seremos fiéis em outras área (Ml 3:10).

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2. O dízimo é a décima parte da sua renda.
3. Entregar o dízimo é reconhecimento do seu senhorio ( I Co 10:26).
4. Quando um crente recusa a entregar o dízimo, ele fecha as janelas dos céus, deixando de atrair a
bênção sobre a sua família (Ml 3:8-10).
5. Abrão, nosso pai na fé, entregou o dízimo (Gn 14:18-24).
6. Jesus ensinou a não omitir o dízimo (Mt 23:23).
7. Veja que Abraão não alcançou o tempo da Lei e é citado como dizimista (Hb 7:1-10).
C. Ofertas vão além do dízimo
1. Segundo a Palavra de Deus há vários tipos de ofertas além do dízimo:
a. Abel ofertava frutos (Gn 4:4).
b. Ofertas de prata, bronze e ouro (Êx 25:3).
c. Ofertas voluntárias (Êx 35:29).
d. Ofertas alçadas (Êx 36:3-7).
e. Esmolas (Mt 6:3; Lc 12:33).
2. Há muitas ofertas que podem ser feitas além do dízimo:
a. Ofertas para missões, enviar um obreiro onde não há nenhuma igreja.
b. Ofertas de amor, para o pastor da igreja, ou outra pessoa.
c. Ofertas para os pregadores.
d. Ofertas para projectos da igreja.
3. Oferta não é uma obrigação mas uma oportunidade para você semear; quem semear pouco,
também pouco ceifará.
D. O motivo para dar é o amor
1. Dar sem base no amor não vale nada.
2. Lucas 6:38 fala do resultado de dar (lembrando que o contexto é atitudes)
3. I Coríntios 13:3 fala do motivo de dar; “não busca seu interesse” (v. 5)
4. “Mais bem aventurada coisa é dar do que receber” (At 20:35).
5. Nós damos com alegria porque amamos a Deus, e não apenas porque queremos enriquecer.
* Se o nosso motivo de dar está certo, prosperaremos.

VIII. OS PRINCÍPIOS DE PROSPERIDADE BÍBLICA


* Sete princípios de prosperidade
A. Honestidade (I Ts 4:12)
* Sem honestidade é impossível prosperarmos.
B. Trabalhar (Ef 4:28)
* Prosperidade bíblica não é uma maneira de obter riqueza de um dia para o outro sem trabalhar ((II Ts
3:10)
C. Semear (Gl 6:7)
* Sem semente não há colheita; a Bíblia nos ensina a lançar a rede ao mar (Mt 13:47); lança o teu pão
(Ec 11:1).
D. Cuidar (I Tm 6:5-10)
a. Toda lavra deve ser cuidada; devemos tomar o cuidado para não cairmos no erro de não distinguir
entre a busca da riqueza e a prosperidade.
b. Não seja contado com aqueles que cuidam que a piedade seja causa de ganho ou que Deus seja
um bom negócio.
E. Dar (II Co 9:7)
* O princípio de dar é a alegria; não damos com o objectivo de receber mais.
F. Ceifar (Lc 6:38)
* Deus prometeu suprir todas as suas necessidades (Fp 4:19); segundo a vontade de Deus recebemos
boa medida, recalcada, sacudida e transbordando.
G. Gozar (I Tm 6:17)
* Gozar todas as coisas que Deus lhe der, e dar graças a Ele que é o Doador de todas as dádivas.

109
A LÍNGUA PORTUGUESA: GRAMÁTICA

INTRODUÇÃO
A. Definição
1. A gramática portuguesa é a disciplina que trata do aperfeiçoamento da língua portuguesa.
2. A gramática portuguesa está dividia em três partes:
a. Fonologia (fonética)
b. Morfologia
c. Sintaxe
B. Esboço geral da gramática portuguesa

Alfabeto
1. Fonologia Acentuação Ditongos
(fonética) Pontuação Separação das sílabas
Variáveis:
Substantivos Invariáveis:
Artigos Advérbios
2. Morfologia Adjectivos Preposições
Pronomes Interjeições
Nomes Conjunções
Numerais
Verbos
Frases
Parágrafos
3. Sintaxe Período
Sujeito
Oração Predicado
Complemento

I. FONOLOGIA (fonética)
* Fonologia é o estudo de sons, ou estudo de evoluções dos sons.
A. Alfabeto português
1. “Alfabeto” deriva das palavras gregas alfa (α) e beta (β), “a” e “b”, ou abecedário, abecê, ou abc.
2. As 23 letras são: a b c d e f g h I j l m n o p q r s t u v x z
3. Há 5 vogais: a e i o u
a. Vogais orais: exemplos incluem pá, tua, pele, vivo (ao pronunciar, o som sai pela boca)
b. Vogais nasais: exemplos incluem rã, tem, fim, tom, fundo (o som sai pela boca e pelo nariz)
* A nasalização das vogais indica-se por til (~) sobre elas, ou por acrescentamento de “m”
ou “n” (Ex: am, an, en, im, in, om, on, um, un; palavras: ampola, antena, perturbam,
entrar, inseparável, interno, infinito, ontem).
4. 18 consoantes: b c d f g h l m n p q r s t v x z
5. k w y: o “k” funciona como consoante; “w” e “y” como vogais
* Geralmente usam-se na escrita de nomes estrangeiros ou nas línguas nacionais de Angola.
B. Ditongos
a. Chamam-se ditongos as combinações de duas vogais pronunciadas por um só esforço de
voz. Os ditongos também se classificam como as vogais, em orais e nasais.
b. Ditongos orais (e exemplos): ao pronunciar o som sai pela boca
ai (pai) éu (céu) ou (dou)
au (mau) oi (boi) iu (fugiu)
ei (rei) ói (herói) ui (fui)
eu (meu)

110
c. Ditongos nasais (e exemplos): o som sai pela boca e pelo nariz
ãe (mãe) ão (mão) õe (põe)

C. Acentuação
1. Acento tónico
a. Definição: Em cada palavra existe uma sílaba que é pronunciada com mais intensidade que
as restantes; é a chamada sílaba tónica. A vogal da sílaba tónica recebe o acento tónico.
* Exemplos de palavras que requerem acentos gráficos para indicar a sílaba tónica:
oxítona, automóvel, canapé, armário, êxtase, irmão, órfão.
* Exemplos de palavras que não têm acento gráfico; indicamos a sílaba tónica: cadeira,
alto, nunca, mil.
b. Sílabas: são os sons representados por uma ou mais letras que se pronunciam numa emissão
de voz.
* Quanto ao número de sílabas, as palavras classificam-se em monossílabos (1 sílaba,
como pai ou tu), dissílabos (2 sílabas, como dado, foca), trissílabos (3 sílabas,
como menina, baleia), ou polissílabos (mais de 3 sílabas, como altamente,
avaliação).
c. Palavras: são os sons articulados com que transmitimos as nossas ideias.
* Cada palavra tem uma sílaba tónica.
* As outras sílabas que são com menos intensidade (sem acento tónico) são sílabas
átonas.
* Exemplo: na palavra “ca-dei-ra” (trissílabo), a segunda sílaba é tónica e a primeira e
última são átonas.
* Palavras agudas: a última sílaba é a sílaba tónica (ananás, café, tomar).
* Palavras graves: a penúltima sílaba é a sílaba tónica (ponte, carro, túnel).
* Palavras esdrúxulas: a antepenúltima sílaba é a sílaba tónica (exercício, mágico)
2. Acentos gráficos
* São sinais auxiliares da escrita que se empregam para tornar mais fácil a leitura das palavras.
Indicam vogais abertas ou fechadas, indicam as sílabas tónicas, e fazem a diferença entre
duas palavras semelhantes (pára e para, pôr e por, notámos e notamos).
a. O acento agudo (´)
* O acento agudo pode empregar-se sobre a vogal da sílaba tónica, se essa vogal for “a”,
“e” e “o” abertos, ou “i” ou “u”. Ex: cálice, automóvel, canapé, má, oxítona, lúgubre,
papéis, chapéu.
b. O acento grave (`)
* O acento grave emprega-se no caso da contracção de certas preposições: à noite (a+a),
às vezes (a+as), àquilo (a+aquilo).
c. O acento circunflexo (^)
* O acento circunflexo pode recair sobre as vogais a, e, o fechados, nunca sendo utilizada
sobre i ou u. Ex: câmara, êxtase, côvado, pôde, avô, vê.
d. O til (~)
* O til pode aparecer sobre a vogal nasal ou sobre a primeira vogal de ditongos nasais.
Ex: irmão, sairão, pão, pães, leão, leões, mamã
3. Acentuação gráfica (leis de acentuação)
* Outros empregos dos acentos:
a. As palavras agudas acabadas em “a” ou “o”, seguidas ou não de “s”, levam acento agudo ou
circunflexo. Ex: pá(s), má, mês, mó, mós, pós, gás, etc.
b. As vogais tónicas das palavras agudas terminadas em “a, e, o”, seguidas ou não de “s”, levam
acento agudo ou circunflexo. Ex: Papá, ananás, café, capilé, cortês, retrós, etc.
c. Algumas palavras monossilábicas terminadas em r levam acento circunflexo. Exemplo: pôr
(que é verbo--a preposição “por” não leva acento).
d. As palavras agudas terminadas com “em” ou “ens” levam acento agudo na sílaba tónica. Ex:
mantém, vinténs, etc.
111
e. As palavras graves de qualquer terminação que não seja “a, as, e, es, o, os, am, em, ens”
levam o acento agudo na sílaba tónica. Ex: cadáver, lápis, órfão, fácil, álbum, etc.
f. As palavras esdrúxulas levam sempre acento agudo ou circunflexo na antepenúltima sílaba.
Exemplo: sábado, êxito, gramática, físico, cúbico, tónico, relâmpago, amaríamos, etc.
g. Levam acento grave as vogais abertas átonas. Ex: àquilo, às.
h. Não levam o acento gráfico os advérbios terminados em “mente”, derivados de adjectivos
acentuados. Ex: facilmente (mas fácil); rapidamente (mas rápido).
D. Divisão ou separação das sílabas
1. Se uma palavra não cabe toda no fim da linha, passam para o princípio da linha seguinte as
restantes sílabas desta palavra.
2. Se o “s” de “des” ou “dis” (prefixos) é seguido de alguma consoante, e “s” separa-se dela, assim: dis-
tin-guir; mas se ao “s” se segue uma vogal, ela junta-se a essa vogal e forma a sílaba, assim:
de-ser-to, de-so-la-do
3. Se a palavra começa por “ex-“ (prefixo), fica “ex” separado do elemento que o segue quando se
dividir ou soletrar a palavra assim: ex-tem-po-râ-ne-o; ex-pe-li-do
4. Duas consoantes iguais separam-se sempre, ficando uma no fim da linha e a outra no princípio da
linha seguinte; assim: car-ro-ça, mas-sa, ne-ces-si-da-de
5. São inseparáveis os seguintes grupos de consoantes: bl, cl, fl, br, tl, cr, tr, dr, fr, gr, pr, vr, ch, lh, sc,
ps.
6. Se o “s”, na soletração é lido em separado do “c”, no interior da palavra, também se separa.
Exemplo: es-co-la
E. Os sinais de pontuação
1. Ponto final (.): Indica uma pausa grande. Usa-se no final da frase.
2. Vírgula (,): Indica uma pausa pequena, por conseguinte menor que a do ponto final.
3. Ponto e vírgula (;): Indica uma pausa bastante maior do que a da vírgula, em relação a que se
segue; mas é menor do que a do ponto final.
4. Dois pontos (:): Usa-se para introduzir as palavras do discurso directo, nas citações, enumerações.
5. Ponto de interrogação (?): Usa-se ao fim duma frase de interrogação.
6. Ponto de exclamação (!): Usa-se nas frases ou expressões exclamativas, exprimindo admiração,
ironia, entusiasmo, dúvida, incitamento, dor, etc.
6. Ponto de interrogação e de exclamação (?!): Indica que existe simultaneamente interrogação e
exclamação.
7. Travessão (--): Usa-se no discurso directo para introduzir a fala de cada interlocutor, e para separá-
la das palavras do discurso indirecto que se intercalam. Serve para separar a oração, expressão
ou palavra.
8. Reticência (…): Indica que algo mais ficou por dizer. Expressa hesitação, ironia, malícia, dúvida,
amargura; também mostra que a citação não têm o versículo completo da Bíblia.
9. Parênteses ( ): Isolam um elemento da frase ou até a própria frase. Geralmente aquilo que está
isolado apresenta um carácter de certo modo explicativo ou de aparte.
10. Aspas (“ “): Colocam-se no princípio e ao fim das citações.

II. MORFOLOGIA
* A morfologia é a parte da gramática que trata da forma das palavras. A morfologia inclui dez classificações,
seis das quais são variáveis e quatro invariáveis.
A. Substantivos
* Substantivos (ou nomes) são as palavras variáveis que dão a conhecer as pessoas, as coisas, as
qualidades abstractas, as acções e os estados
1. Classificações gerais
a. Substantivos próprios: são as palavras com que designamos as pessoas e as coisas dum
modo individual; escrevem-se com letra maiúscula. Ex: António, Carlos, Angola, Luanda,
Livro dos Salmos, a Igreja (sentido universal), etc.

112
b. Substantivos comuns: escrevem-se com letra minúscula. Ex: rapaz, país, cidade, ira, salmos e
cânticos, uma igreja (sentido local, sem ser o nome próprio)
2. Outras classificações
a. Substantivos concretos: são as palavras com que nomeamos os objectos reais. Ex: tinteiro,
lápis, chapéu, etc.
b. Substantivos abstractos: são as palavras que servem para nomear as acções, qualidades e
estados, quando separados dos seres a quem pertencem. Ex: trabalho, beleza, doença,
felicidade, mansidão, etc.
c. Substantivos colectivos: são as palavras que estando no singular designam agrupamento. Ex:
arvoredo, exército, rebanho, etc.
3. Flexões dos substantivos
a. Número
* Singular: indica só uma pessoa ou coisa. Ex: homem, livro, cão.
* Plural: indica mais de uma pessoa ou coisa. Ex: homens, livros, cães.
b. Género
* Masculino: indica os seres machos. Ex: senhor, pombo, gato, etc.
* Feminina: indica os seres fêmeas. Ex: senhora, pomba, gata, etc.
4. Formação do plural dos substantivos
a. Os substantivos que no singular terminam em vogal, passam para o plural acrescentando-lhes
um “s”. Ex: casa!casas; livro!livros; cadeira!cadeiras
b. Os substantivos que no singular terminam em “ão”, passam para o plural de três modos:
1º: Mudando o “ão” em “ões”: botão!botões; balão!balões; serão!serões
2º: Mudando o “ão” em “ães”: capitão!capitães; cão!cães; pão!pães
3º: Acrescentando ao singular um “s”: irmão!irmãos; mão!mãos; cidadão!cidadãos
c. Os substantivos que no singular terminam em “m”, passam para o plural mudando o “m” em
“ns”. Ex: homem!homens; som!sons; bagagem!bagagens
d. Os substantivos que no singular terminam em “al”, “ol”, “ul”, passam para o plural mudando o
“l” em “is”. Ex: quintal!quintais; lençol!lençóis. Observação: os substantivos “cal”, “mal”,
“cônsul”, não seguem esta regra e faz no plural “cales”, “males”, “cônsules”; “real”
(dinheiro) faz “reais”.
e. Os substantivos que no singular terminam em “el” passam para o plural mudando o “el” em
“eis”. Ex: pincel!pincéis: móvel!móveis.
f. Os substantivos que no singular terminam em “il” agudo passam para o plural mudando o “l”
em “s”. Ex: barril!barris; funil!funis; cantil!cantis.
g. Os substantivos que no singular terminam em “il” não agudo passam para o plural mudando o
“il” em “eis”. Ex: projéctil!projécteis; réptil!répteis.
h. Os substantivos que no singular terminam em “r” ou “z” passam para o plural acrescentando-
lhes “es”. Ex: flor!flores; mar!mares; perdiz!perdizes; voz!vozes
i. Os substantivos que no singular terminam em “as”, “es” e “is” passam para o plural
acrescentando-lhe “es”. Ex: gás!gases; português!portugueses, país!países.
j. Os substantivos que no singular têm o som “ô” passam para o plural mudando o “ô” em “ó” (o
som) e acrescentando “s”. Ex: potro!potros; globo!globos; lobo!lobos.
5. Formação do feminino dos substantivos
a. Os substantivos que no masculino terminam em “o” passam para o feminino mudando o “o”
em “a”. Ex: filho!filha; pombo!pomba; neto!neta.
b. Excepções a esta regra (palavras diferentes):
galo!galinha veado!corça padrinho!madrinha
genro!nora cavalo!égua carneiro!ovelha
macho(mulo)!mula padrasto!madrasta diácono!diaconisa
6. Os substantivos que no masculino terminam em “ão” passam para o feminino de quatro modos:
a. Perdendo o “o”. Ex: irmão!irmã; cidadão!cidadã.
b. Mudando o “ão” em “oa”. Ex: leão!leoa; leitão!leitoa.
c. Mudando o “ão” em “ona”. Ex: mocetão!mocetona; glutão!glutona; mandão!mandona.
113
d. Excepções a esta regra (palavras diferentes):
ladrão!ladra barão!baronesa cão!cadela
perdigão!perdiz sultão!sultana zangão!abelha
7. Os substantivos que no masculino terminam em “or” passam para o feminino acrescentando-lhe um
“a”. Ex: professor!professora; leitor!leitora.
* Excepções a esta regra (palavras diferentes): actor!actriz; embaixador!embaixatriz;
imperador!imperatriz

8. Outros substantivos que também forma o feminino por palavras diferentes:


abade!abadessa monge!monja rei!rainha
avô!avó pai!mãe príncipe!princesa
boi (touro)!vaca poeta!poetisa profeta!profetisa
bode!cabra compadre!comadre rapaz!rapariga
frade!freira conde!condessa réu!ré
herói!heroína infante!infanta sacerdote!sacerdotisa
homem!mulher mestre!mestra pardal!pardoca
hóspede!hospeda

B. Adjectivos
* São as palavras variáveis que qualificam os substantivos. Ex: homem honrado, rapaz doente. Como
os substantivos, os adjectivos têm duas flexões: género e número.
1. Flexões
a. Género
* Biformes: têm duas formas, uma para cada género. Ex: homem honrado, mulher
honrada; menino rico, menina rica. Os adjectivos que no masculino terminam em
“ão” passam para o feminino de três modos (seguem as mesmas regras que os
substantivos):
1º: perdendo o “o”: são!sã; vão!vã
2º: mudando o “ão” a “oa”: abegão!abegoa
3º: mudando o “ão” em “ona”: comilão!comilona; soberbão!soberbona
* Uniformes: têm uma só forma para ambos os géneros. Ex: homem feliz, mulher feliz;
menino doente, menina doente.
b. Número
* Os adjectivos seguem as mesmas regras que os substantivos, na formação do plural.
c. Grau (pormenorizado na secção seguinte)
2. O grau dos adjectivos (mostra o significado dos substantivos)
a. Definição
* O positivo: apenas exprime as qualidade dos substantivos. Ex: João é honrado.
* O comparativo: exprime a comparação entre dois ou três substantivos, classificado
como comparativo de inferioridade, igualdade ou superioridade.
* O superlativo: exprime a igualdade do substantivo no mais alto ou baixo grau
+ Absoluto: João é muito honrado (composto); João é honradíssimo (simples)
+ Relativo: João é menos honrado (inferioridade); João é o mais honrado
(superioridade)
b. Formação do comparativo
* Comparativo de inferioridade: forma-se pondo antes do adjectivo o advérbio “menos”, e
depois “que” ou “do que”. Ex: João é menos honrado que (do que) seu irmão.
* Comparativo de igualdade: forma-se pondo antes do adjectivo o advérbio “tão” e depois
“como”. Ex: João é tão honrado como seu irmão.
* Comparativo de superioridade: forma-se pondo antes do adjectivo o advérbio “mais” e
depois “que” (“do que”). Ex: João é mais honrado que (do que) o seu irmão.
c. Formação do superlativo

114
* Superlativo absoluto composto: forma-se pondo antes do adjectivo o advérbio “muito”.
Ex: João é muito honrado.
* Superlativo absoluto simples: forma-se de diversos modos, a saber:
1) Os adjectivos que no positivo terminam em “o” ou “e”, passam para o superlativo
absoluto simples, tirando o “o” ou o “e”, juntando-lhes depois “íssimo”, “íssima”,
“íssimos” ou “íssimas”. Ex: formoso!formosíssimo; grave!gravíssimo,
santo!santíssimo.
2) Os adjectivos que terminam em “vel” passam para o superlativo absoluto simples
mudando o “vel” em “bil” e acrescentando-lhe “íssimo”. Ex: amável!amabilíssimo;
agradável!agradabilíssimo.
3) Os adjectivos que no positivo terminam em “ão” passam para o superlativo absoluto
simples mudando o “ão” em “an” e acrescentando “íssimo”. Ex: vão!vaníssimo;
são!saníssimo.
4) Os adjectivos que no positivo terminam em “m” passam para o superlativo absoluto
simples mudando o “m” em “n” e acrescentando “íssimo”. Ex:
comum!comuníssimo; bom!boníssimo.
* Superlativo relativo de inferioridade: forma-se pondo antes do adjectivo as palavras “o
menos” e depois “de”. Ex: João é o menos honrado dos homens.
* Superlativo relativo de superioridade: forma-se pondo antes do adjectivo as palavras “o
mais” e depois “de”. Ex: João é o mais honrado dos homens.

d. Adjectivos com comparativo e superlativo especiais:


Positivo Comparativo Superlativo
bom melhor óptimo
mau pior péssimo
grande maior máximo
pequeno menor mínimo
alto superior supremo
baixo inferior ínfimo

e. Superlativos compostos e simples (irregulares)


* superlativo composto!superlativo irregular simples:
muito acre!acérrimo muito amigo!amicíssimo muito pobre!paupérrimo
muito antigo!antiquíssimo muito áspero!aspérrimo muito doce!dulcíssimo
muito célebre!celebérrimo muito cruel!crudelíssimo muito salubre!salubérrimo
muito frio!frigidíssimo muito humilde!humílimo muito difícil!dificílimo
muito nobre!nobilíssimo muito mísero!misérrimo muito fácil!facílimo

C. Artigos
1. Definição: os artigos são as palavras variáveis que se juntam aos substantivos para lhes
particularizar o sentido.
2. Classificação: há duas espécies de artigos:
a. Artigos definidos: são “o” e “a” no singular e “os e “as” no plural. Ex: o menino, as meninas.
b. Artigos indefinidos: são “um” e “uma” no singular e “uns” e “umas” no plural. Ex: um menino;
uma menina, uns meninos, umas meninas.
3. Contracções:
* Os artigos combinam-se com algumas preposições do seguinte modo:

Preposição + artigo = Exemplo Preposição + artigo = Exemplo


contracção contracção
a+a=à ela vai à cidade em + a = na na igreja há amor
a + as = às às vezes eu vou em + as = nas muitas pessoas nas ruas
a + o = ao ao mesmo tempo em + o = no no coração
a + os = aos dei pão aos filhos em + os = nos crianças nos carros
de + a = da da mesma forma por + a = pela vai pela mesma estrada
115
de + as = das uma das melhores aulas por + as = pelas pelas mesmas razões
de + o = do do Antigo Testamento por + o = pelo pelo menos três
de + os = dos um dos seus filhos por + os = pelos pelos montes
de + uma duma forma geral de + um do fundo dum saco
em + uma vou pensar numa ideia em + um num instante

D. Nomes Numerais
1. Definição: são as palavras que determinam os objectos em relação ao número.
2. Numerais cardinais (indicam quantidade): um, dois, três… dez… vinte, etc.
3. Numerais ordinais (designam o lugar numérico que os objectos ocupam): primeiro, segundo, quinto,
décimo primeiro, vigésimo, septuagésimo, etc.

E. Pronomes
1. Definição: são as palavras que dão a conhecer os objectos simplesmente indicando-os; usamo-los
em vez dos nomes.
2. Classificações
1ª pessoa 2ª pessoa 3ª pessoa
a. Pronomes pessoais: ele, ela
eu tu se, si
* Representam as três pessoas singular me, mim te, ti consigo
gramaticais: comigo contigo o, a
1ª pessoa: a que fala; lhe
2ª pessoa: aquela com quem se fala eles, elas
3ª aquela de quem se fala nós vós se, si
plural nos vos consigo
connosco convosco os, as
lhes

b. Pronomes possessivos singular plural


* Indicam a qual das masculino feminino masculino feminino
pessoas gramaticais meu minha meus minhas
um
teu tua teus tuas
pertencem os objectos. possuidor
seu sua seus suas
nosso nossa nossos nossas
vários
possuidores vosso vossa vossos vossas
seu sua seus suas

c. Pronomes demonstrativos singular plural


* indicam os seres, masculino feminino masculino feminino
determinando o lugar que este esta estes estas
ocupam ou os caracteres esse essa esses essas
variáveis aquele aquela aqueles aquelas
que os diferençam
o mesmo a mesma os mesmos as mesmas
o outro a outra os outros as outras
o tal a tal os tais as tais
invariáveis isto, isso, aquilo

d. Pronomes relativos singular plural


* Referem-se a uma masculino feminino masculino feminino
palavra ou sentido já cujo cuja cujos cujas
mencionada e servem variáveis quanto quanta quantos quantas
qual qual quais quais
para ligar duas
invariáveis que, quem
afirmações.

116
e. Pronomes interrogativos singular plural
* Servem para perguntar, masculino feminino masculino feminino
quanto? quanta? quantos? quantas?
directa ou indirectamente variáveis
qual? qual? quais? quais?
invariáveis que?, quem?

singular plural
f. Pronomes indefinidos masculino feminino masculino feminino
* Indicam os seres de um algum alguma alguns algumas
modo vago e nenhum nenhuma nenhuns nenhumas
indeterminado outro outra outros outras
variáveis todo toda todos todas
um uma uns umas
certo certa certos certas
muito muita muitos muitas
pouco, pouca poucos poucas
qualquer qualquer quaisquer quaisquer
invariáveis algo, alguém, ninguém, nada, tudo, outrem

F. Preposições
1. Definição: são as palavras invariáveis que exprimem relação entre duas palavra duma oração que
dependem uma da outra.
2. As principais preposições:
* afora, antes, após, até de, desde, durante, com, conforme, consoante, contra, em, entre,
excepto, para, perante, por, salvo, segundo, sem, sob, sobre, trás.
3. As principais locuções prepositivas:
* a par de, perto de, junto de, dentro de, longe de, abaixo de, cerca de, em vez de, por cima de,
ao lado de, próximo de, depois de.
4. Nunca se emprega hífen nas locuções, qualquer que seja a categoria.
G. Advérbios
1. Definição: são as palavras invariáveis que se juntam aos adjectivos, aos verbos e aos próprios
advérbios para lhes modificar a significação.
2. Os advérbios principais:
a. Advérbios de modo: assim, bem, mal, melhor, pior, devagar, depressa, facilmente,
dignamente, e outros terminados em “mente”.
b. Advérbios de lugar: eis, aqui, aí, acolá, lá, cá, além, onde, aonde, algures, perto, longe, etc.
c. Advérbios de quantidade: muito, tudo, nada, assaz, tão, quão, mais, menos, pouco, tanto,
todo, etc.
d. Advérbios de tempo: hoje, ontem, amanhã, agora, logo, depois, então, tarde, cedo, sempre,
nunca, etc.
e. Advérbios de afirmação: sim, certamente, efectivamente, etc.
f. Advérbios de dúvida: acaso, talvez, porventura, etc.
g. Advérbios de negação: não, nunca, jamais, etc.
h. Advérbios de exclusão: só, somente, sequer, apenas, unicamente, afora, senão, etc.
i. Advérbios de exclusão: como? onde? quando? por que? qual?
e. As principais locuções adverbiais:
* de perto, de longe, de dentro, de fora, de cima, de baixo, às direitas, às avessas, em geral, em
vão, às cegas, por baixo, por cima, em baixo, em cima, etc.

H. Conjunções
1. Definição: são palavras invariáveis que ligam orações (frases), ou outras partes duma oração, que
desempenhem a mesma função. Ex: Estava na praia quando tu chegaste; Não fui contigo nem
com ele.
2. Conjunções coordenativas:

117
* Essas conjunções podem ligar duas orações (frases), duas palavras, e ainda dois elementos,
que desempenhem a mesma função.
a. Copulativas: servem simplesmente para ligar
* Ex: e, nem, também, não só… mas também, outrossim, etc.
b. Disjuntivas: indicam inclusão ou alternativa
* Ex: ora…ora…, quer…quer…, já…já…, seja…seja, etc.
c. Adversativas: exprimem oposição
* Ex: mas porém, todavia, contudo, ainda assim, assim mesmo, não obstante, etc.
d. Conclusivas: exprimem a consequência da oração anterior
* Ex: logo, pois, portanto, conseguinte, etc.
3. Conjunções subordinativas:
* Essas conjunções ligam orações de natureza diferente, deixando uma delas dependentes da
outra.
a. Condicionais: exprimem uma condição
* Ex: quando, como se, uma vez que, contanto que, salvo se, a não ser que, etc.
b. Causais: exprimem uma causa ou um motivo
* Ex: que, porque, porquanto, com, pois, já, visto que, visto como, etc.
c. Finais: indicam fim
* Ex: porque, para que, a fim de que, etc.
d. Temporais: exprimem tempo, época
* Ex: como, quando, enquanto, logo que, desde que, assim que, ao passo que, à medida
em que, até que, no tempo em que, etc.
e. Comparativas: exprimem comparação
* Ex: que, como, segundo, conforme, do mesmo modo que, assim que como, bem como,
etc.
f. Consecutivas: indicam uma consequência da oração anterior
* Ex: que (depois) de tal, de maneira que, de tal sorte que, etc.
g. Concessivas: indicam um facto contrário a outro, mas que não se opõe à sua realização
* Ex: quando, embora, conquanto, ainda que, posto que, se bem que, etc.
h. Integrantes: introduzem uma oração que pode servir de sujeito, nome predicativo ou de
complemento directo da oração anterior
* Ex: que, se, se porventura, se acaso, etc.
I. Verbos
1. Definição: são as palavras que anunciam e atribuem a uma pessoa ou coisa uma acção, um estado
ou uma qualidade.
2. Classificações
a. Transitivos: são aqueles que exprimem uma acção que passa imediatamente a um objecto
em que ela se exercita. Ex: estudei a gramática; li a história, etc.
b. Intransitivos: são aqueles que exprimem uma acção que não passa imediatamente a um
objecto em que ela se exercita. Ex: as plantas nascem, vivem e morrem; o sol brilha; o
menino salta; etc.
c. Regulares: são aqueles que seguem o seu paradigma de conjunções. Ex: amar, dever, partir,
etc.
d. Irregulares: são aqueles que se afastam do seu paradigma de conjunções. Ex: estar, ter,
fazer, pôr, etc.
e. Auxiliares: são aqueles que se combinam com os tempos compostos. Ex: tenho amado,
tivesse atingido, etc.
f. Defectivos: raramente se conjuga em todas as formas do paradigma a que pertence
* pessoais: são os que se conjugam em quase todas as pessoas: adequar, precaver, falir,
banir, etc.
* unipessoais: são os que só se empregam na terceira pessoa (singular e plural): ladrar,
miar, uivar, piar, grunhir, etc.
* impessoais: são os que exprimem uma acção que não pode atribuir-se a nenhuma
pessoa gramatical. Ex: chover, anoitecer, nevar, etc.
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3. Flexões
a. Vozes
* activa: é aquela que indica que o sujeito praticou a acção. Ex: José comprou um livro.
* passiva: é aquela que indica que o sujeito recebeu a acção praticada. Ex: O livro foi
comprado por José.
* reflexa: é aquela que indica que o sujeito sofre a acção praticada por ele mesmo. Ex:
José feriu-se esta manhã.
b. Modos
* indicativo: apresenta como positivas e reais a acção, estado ou qualidade expressas
pelo verbo. Ex: Eu ando.
* condicional: apresenta como dependentes de condições a acção, estado ou qualidade
expressas pelo verbo. Ex: Eu andaria.
* imperativo: exprime pedido ou ordem. Ex: Anda!
* conjuntivo: apresenta sob a forma de desejo ou de concepção, a acção estado ou
qualidade expressa pelo verbo. Ex: Eu desejei que ele andasse.
* infinitivo: não determina, nem número nem pessoa. Ex: Andar é saudável.
c. Tempos
* presente: indica que a acção tem lugar na ocasião em que se enuncia. Ex: Minha mãe
está em casa.
* pretérito: indica que a acção teve lugar em ocasião que já passou. Ex: O povo
atravessou o Mar Vermelho.
* futuro: indica que a acção há-de ter lugar em ocasião que ainda não chegou. Ex: Um dia
Jesus voltará.
d. Números: singular e plural
e. Pessoas: primeira, segunda e terceira
f. Conjunções
* primeira conjugação: todos os verbos que no infinitivo terminam em “-ar”. Ex: amar, criar,
saltar, etc.
* segunda conjugação: todos os verbos que no infinitivo terminam em “-er”. Ex: receber,
dizer, etc.
* terceira conjugação: todos os verbos que no infinitivo terminam em “-ir”. Ex: pedir, partir,
rir, etc.
* quarta conjugação: todos os verbos que no infinitivo terminam em “-or”. Ex: pôr, dispor,
recompor, etc.

Não incluídos:
Conjugações dos verbos
Pronomes: complemento directo e indirecto
Interjeições

C. Sintaxe
Frases
Parágrafos
Período

Oração
Sujeito
Predicado
Complemento

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