Apresentação Administrativo II II 1 Parte

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DIREITO

ADMINISTRATIVO II

3º ANO
UNTL
PARTE II
EXERCÍCIO PODER
ADMINISTRATIVO

MÓDULO II – ATO ADMINISTRATIVO


ATO ADMINISTRATIVO
Artigo 39º LPA

Ato unilateral praticado, no exercício do poder administrativo,


por um órgão da Administração ou por uma outra entidade
pública ou privada para tal habilitada por lei, e que traduz a
decisão de um caso considerado pela Administração, visando
produzir efeitos jurídicos numa situação individual e concreta.
ATO ADMINISTRATIVO
a) Ato jurídico – ou seja, é uma conduta voluntária produtora de efeitos
jurídicos. Sendo um ato jurídico, significa que ficam de fora do
conceito: as atividades juridicamente irrelevantes, os factos
involuntários juridicamente relevantes, as operações materiais, uma
vez que não visa produzir efeitos jurídicos.

b) Ato unilateral – é um ato jurídico que provém de um só autor, cuja


declaração é completa independentemente do concurso de vontades
de outros órgãos ou sujeitos de direito. Assim, o ato administrativo
não se confunde com o contrato. O contrato é um ato bilateral, o ato
é unilateral.
ATO ADMINISTRATIVO
c) Ato praticado no exercício do poder administrativo – só são atos
administrativos os atos praticados no exercício de um poder público,
isto é, ao abrigo de normas de direito público, para o desempenho de
uma atividade administrativa de gestão pública.

d) Ato de um órgão administrativo – ato praticado por um órgão da


Administração em sentido orgânico ou por um órgão de uma pessoa
coletiva privada, um órgão do Estado não integrado no poder executivo
que tenham sido habilitados por lei a fazê-lo.
ATO ADMINISTRATIVO
e) Ato decisório – os atos administrativos são decisões. Os atos
jurídicos não decisórios e que desenvolve apenas uma função auxiliar
em relação aos atos administrativos são atos instrumentais – estes são
atos jurídicos menores, não produtores de efeitos diretos no
ordenamento geral.

f) Ato que versa sobre uma decisão individual e concreta – As


características geral ou individual têm a ver com os destinatários dos
comandos jurídicos; as características abstrato ou concreto têm a ver
com as situações da vida que os comandos jurídicos visa regular.
ESTRUTURA DO ATO ADMINISTRATIVO
i. Elementos subjetivos

O ato administrativo típico põe em relação dois sujeitos de direito:


(i) Administração e um particular;
(ii) Dois sujeitos de direito, podendo ser duas pessoas coletivas públicas ou duas
pessoas coletivas privadas.
Um dos sujeitos do ato é uma pessoa coletiva pública que integra a Administração:
é dessa pessoa coletiva que o ato emana.
O outro sujeito que o ato administrativo põe em cena é o destinatário do ato que,
normalmente, é um particular.
ESTRUTURA DO ATO ADMINISTRATIVO
i. Elementos formais

Todo o ato administrativo tem necessariamente uma forma, isto é, um


modo pelo qual se exterioriza ou manifesta a decisão voluntária em
que o ato consiste.
Além da forma do ato administrativo, deve ainda atender-se às
formalidades prescritas pela lei para serem respeitadas na fase de
preparação da decisão ou na própria fase de decisão – os trâmites que
a lei manda observar com vista a garantir a correta formação da
decisão administrativa à luz do interesse público, bem como o respeito
pelos direitos subjetivos e interesses legítimos dos particulares.
ESTRUTURA DO ATO ADMINISTRATIVO
i. Elementos objetivos

Conteúdo – substância da decisão voluntária em que o ato consiste. Fazem parte do


conteúdo: a decisão principal tomada pela Administração e as clausulas acessórias:
Conteúdo principal é o necessário, aquele que permite identificar o ato;
Conteúdo acessório é facultativo, e consiste nos elementos que a Administração pode
acrescentar aos elementos que corresponde ao conteúdo principal – incluem-se as
cláusulas acessórias do ato administrativo, tais como o modo, a condição, o termo, a
reserva de revogação, etc.

Objeto do ato administrativo consiste na realidade exterior sobre a qual o ato incide. Ex: na
revogação, o conteúdo do ato é a decisão de extinção dos efeitos jurídicos emergentes de
um ato anterior, enquanto o objeto é o ato anterior que se revoga.
ESTRUTURA DO ATO ADMINISTRATIVO
i. Elementos funcionais
• A causa é a função jurídico-social de cada tipo de ato administrativo e, por outro
lado, o motivo típico imediato de cada ato administrativo (ex. a causa da
nomeação é o preenchimento de lugares vagos).
• Os motivos (porquê?) são todas as razões de agir que impelem o órgão da
administração a praticar um certo ato administrativo ou dotá-lo de um
determinado conteúdo.
• O fim (para quê?) trata-se do objetivo ou finalidade a prosseguir através da
prática do ato administrativo. Deve distinguir-se entre o fim legal, isto é, o fim
visado pela lei na atribuição de certa competência a determinado órgão da
Administração; e o fim efetivo, real, ou seja, o que seja ou tenha sido prosseguido
de facto pelo órgão administrativo num determinado caso.
ESTRUTURA DO ATO ADMINISTRATIVO
a)Elementos – são as realidades que integram o próprio ato, em si mesmo
considerado. Podem ser essenciais, aqueles sem os quais o ato não existe
enquanto tal e nem é sequer qualificável como ato administrativo; ou
acessórios, que podem ou não ser introduzidos no ato pela Administração.
b)Requisitos – exigências que a lei formula em relação a cada um dos
elementos do ato administrativo, para garantia da legalidade e do interesse
público ou para proteção dos direitos e interesses legítimos dos particulares.
Dividem-se em requisitos de validade, sem os quais o ato será inválido e os
requisitos de eficácia, sem os quais o ato será ineficaz.
c) Pressupostos - situações de facto de cuja ocorrência depende a possibilidade
ou o dever legal de praticar certo ato administrativo ou de o dotar com um
determinado conteúdo.
ESTRUTURA DO ATO ADMINISTRATIVO
Menções obrigatórias

O artigo 42º LPA enumera o conjunto de menções obrigatórias do ato


administrativo, ou seja, as referências ou indicações que devem sempre constar
do ato.
Há 5 menções que a lei exige e todo e qualquer ato administrativo: indicação
do autor do ato, identificação dos destinatários, conteúdo da decisão, data da
decisão e assinatura do seu autor ou representante.
Há ainda 3 menções que só são exigidas quando for caso disso: a menção da
delegação de poderes, a enunciação dos antecedentes de facto que estivera na
origem da prática do ato administrativo e a fundamentação da decisão.
ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO

ATOS SECUNDÁRIOS
ATOS PRIMÁRIOS
São aqueles que versam sobre um
São aqueles que versam pela ato primário anteriormente
primeira vez sobre uma determinada praticado, tendo por objeto um ato
situação da vida. primário preexistente ou versando
sobre uma situação que já tinha sido
regulada através de ato primário.
ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO

ATOS IMPOSITIVOS

ATOS PRIMÁRIOS
ATOS PERMISSIVOS
ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO
ATOS PRIMÁRIOS
ATOS IMPOSITIVOS
Aqueles que impõem a alguém que adote uma conduta ou que colocam o seu destinatário em situação de
sujeição a um ou mais efeitos jurídicos.

ATOS DE COMANDO
ATOS PUNITIVOS

ATOS ABLATIVOS

JUÍZOS
ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO
ATOS IMPOSITIVOS

ATOS DE COMANDO
Aqueles que impõem a um particular a adoção de uma conduta positiva (ordens) ou negativa (proibições)

ATOS PUNITIVOS
Aqueles que impõem a alguém, indivíduo ou pessoa coletiva, uma sanção de caráter administrativo

Sanções disciplinares internas


Sanções disciplinares externas
Sanções administrativas institucionais
Sanções administrativas municipais
ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO
ATOS PUNITIVOS
- Sanções disciplinares internas, às quais estão sujeitos os trabalhadores que
exercem funções públicas e fazem parte da organização administrativa.
- Sanções disciplinares externas, às quais estão sujeitos por lei alguns particulares,
enquanto utentes de certo tipo de serviços públicos.
- Sanções administrativas institucionais, às quais estão sujeitas por lei as empresas
abrangidas pela supervisão ou fiscalização de determinados institutos públicos
bem como os cidadãos inscritos em certas associações públicas.
- Sanções administrativas municipais, às quais estão sujeitos por lei todos os
residentes em cada município do país, e por vezes os indivíduos que lá passem ou
que aí se encontrem, se violam as normas contidas nos regulamentos municipais.
ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO
ATOS IMPOSITIVOS

ATOS ABLATIVOS
Aqueles que impõem a extinção ou a compressão do conteúdo de um direito

JUÍZOS
Atos pelos quais um órgão da Administração qualifica, segundo valores de justiça
ou critérios técnicos, pessoas, coisas ou atos submetidos à sua apreciação
ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO
ATOS PRIMÁRIOS
ATOS PERMISSIVOS
Aqueles que possibilitam a alguém a adoção de uma conduta ou a omissão de um comportamento que de
outro modo lhe estariam vedados.

ATOS QUE CONFEREM OU AMPLIAM VANTAGENS

ATOS QUE ELIMINAM OU REDUZEM ENCARGOS


ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO
ATOS PERMISSIVOS
ATOS QUE CONFEREM OU AMPLIAM VANTAGENS

AUTORIZAÇÃO
LICENÇA
CONCESSÃO
DELEGAÇÃO
ADMISSÃO

SUBVENÇÃO
ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO
ATOS QUE CONFEREM OU AMPLIAM VANTAGENS

Autorização - ato pelo qual um órgão da administração permite a alguém o


exercício de um direito ou de uma competência preexistente.

Licença - é o ato pelo qual um órgão da Administração atribui a alguém o direito de


exercer uma atividade privada que é por lei relativamente proibida.

Concessão - ato pelo qual o órgão da administração transfere para uma entidade
privada o exercício de uma atividade pública, que o concessionário desempenhará
por sua conta e risco, mas no interesse geral.
ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO
ATOS QUE CONFEREM OU AMPLIAM VANTAGENS

Delegação: ato pelo qual um órgão da administração, normalmente competente para


decidir em determinada matéria, permite, de acordo com a lei, que outro órgão ou agente
pratique atos administrativos sobre a mesma matéria

Admissão: ato pelo qual um órgão da Administração investe em particular numa


determinada categoria legal, de que decorre a atribuição de certos direitos e deveres.

Subvenção: ato pelo qual um órgão da Administração Pública atribui a um particular uma
quantia em dinheiro destinada a cobrir custos inerentes à prossecução de uma atividade
privada reconhecida de interesse público.
ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO
ATOS PERMISSIVOS

ATOS QUE ELIMINAM OU REDUZEM ENCARGOS

DISPENSA

RENÚNCIA
ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO
ATOS QUE ELIMINAM OU REDUZEM ENCARGOS

Dispensa: ato administrativo que permite a alguém, nos termos da lei, o não
cumprimento de uma obrigação geral:
- Isenção, se concedida pela Administração a particulares para a prossecução de
um interesse público relevante;
- Escusa, se é concedida por um órgão da Administração a outro órgão ou agente
administrativo a fim de garantir a imparcialidade da Administração.

Renúncia: ato pelo qual o órgão da administração se despoja da titularidade de um


direito legalmente disponível. Equivale à perda do direito.
ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO

ATOS INTEGRATIVOS

ATOS SECUNDÁRIOS ATOS SANEADORES

ATOS DESINTEGRATIVOS
ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO
ATOS SECUNDÁRIOS

ATOS INTEGRATIVOS
Aqueles que visam completar atos administrativos anteriores

APROVAÇÃO
VISTOS

ATO CONFIRMATIVO

RATIFICAÇÃO-CONFIRMATIVA
ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO
ATOS INTEGRATIVOS

APROVAÇÃO
Ato pelo qual um órgão da Administração exprime a sua concordância com um ato anterior existente, já
praticado por outro órgão administrativo, e lhe confere eficácia.

VISTO
Ato pelo qual um órgão competente declara ter tomado conhecimento de outro ato, sem se pronunciar sobre
o seu conteúdo (visto cognitivo) ou declara não ter objeções de legalidade ou de mérito, sobre o ato
examinado e por isso lhe confere eficácia (visto volitivo)
ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO
ATOS INTEGRATIVOS

ATO CONFIRMATIVO
Ato administrativo pelo qual um órgão da Administração reitera e mantém em vigor um ato administrativo
anterior.

RATIFICAÇÃO-CONFIRMATIVA
Ato pelo qual o órgão normalmente competente para dispor sobre certa matéria exprime a sua concordância
relativamente a atos praticados, em circunstâncias extraordinárias, por um órgão excecionalmente
competente.
ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO

SIMPLES DECLARAÇÕES
ATOS INSTRUMENTAIS

São as pronúncias ou comandos


administrativos que não envolvem uma
decisão de autoridade, antes são
auxiliares relativamente a atos ATOS OPINIATIVOS
administrativos decisórios.
ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO
ATOS INSTRUMENTAIS
SIMPLES DECLARAÇÕES
Atos auxiliares pelos quais um órgão ou agente da Administração exprime oficialmente o conhecimento que
tem de certos factos ou situações

ATOS OPINIATIVOS
Atos pelos quais um órgão da Administração emite o seu ponto de vista ou parecer (ou opinião) fundamentado
acerca de uma questão técnica ou jurídica.

INFORMAÇÕES BUROCRÁTICAS
RECOMENDAÇÕES

PARECERES
ESPÉCIES DE ATO ADMINISTRATIVO
ATOS OPINIATIVOS

Informações burocráticas – opiniões prestadas pelos serviços ao superior


hierárquico competente para decidir.
Recomendações – atos pelos quais se emite uma opinião, consubstanciando um
apelo a que o órgão competente ou outro destinatário decida de certa maneira,
mas que não o obrigam a tal.
Pareceres – são atos opinativos elaborados por peritos especializados em certos
ramos do saber ou por órgãos colegiais de natureza consultiva. Podem ser:
- Obrigatórios ou facultativos: conforme a lei imponha ou não a necessidade de
serem emitidos;
- Vinculativos ou não vinculativos: conforme a lei imponha ou não a necessidade
de as suas conclusões serem seguidas pelo órgão decisório competente.
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
QUANTO AO AUTOR

ATOS
ATOS SIMPLES
DELIBERAÇÕES COMPLEXOS
DECISÕES
Aqueles que
Decisões tomadas Aqueles que são
provêm de um só
Todos os atos por órgãos feitos por dois ou
órgão
administrativos colegiais mais órgãos
administrativo
administrativos
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
QUANTO AOS DESTINATÁRIOS

ATOS PLURAIS ATOS GERAIS


ATOS COLETIVOS
ATOS Atos em que a Atos que se aplicam
SINGULARES Atos que têm por Administração de imediato a um
destinatário um Pública toma uma grupo inorgânico de
Atos que têm um conjunto unificado decisão aplicável por cidadãos, todos bem
destinatário concreto de pessoas igual a várias pessoas determinados, ou
diferentes determináveis
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
QUANTO AO CONTEÚDO

ATOS COM
ATOS COM CONTEÚDO DUPLO CONTEÚDO
ATOS COM CONTEÚDO DE DIREITO PRIVADO Atos administrativos em que,
DE DIREITO para poder ser tomada uma
ADMINISTRATIVO Atos que incorporam, ou dão decisão da sua competência
forma legal, a atos ou legal, um órgão da
Atos que fazem aplicação de contratos privados, que administração tem de,
normas de Direito aplicam normas de Direito simultaneamente fazer
Administrativo a questões Privado a questões reguladas aplicação de normas de
reguladas por este por este Direito Administrativo e de
Direito Privado
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
QUANTO AOS EFEITOS

ATOS DE
ATOS DE EXECUÇÃO
CONTINUADA ATOS NEGATIVOS
EXECUÇÃO ATOS POSITIVOS
INSTANTÂNEA A execução perdura no Atos que consistem
tempo, podendo tratar- Atos que produzem na recusa de
O cumprimento se de uma atividade de uma alteração na introduzir uma
esgota-se num só natureza continua, de ordem jurídica alteração na ordem
momento, através de um comportamento
jurídica
um ato ou facto constante ou de uma
isolado. série de atos ou factos
sucessivos
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
QUANTO À LOCALIZAÇÃO DO ATO NO PROCEDIMENTO E NA HIERÁRQUICA
ADMINISTRATIVA

ATOS DEFINITIVOS
ATOS NÃO DEFINITIVOS
Têm por conteúdo uma decisão horizontal e
verticalmente final. E Aqueles que não contenham uma resolução final ou
m sentido horizontal são a conclusão de todo um que não estejam praticados pelo órgão máximo de
processo que se vai desenrolando no tempo, o fim certa hierárquica, por órgão dotado de competência
do procedimento administrativo. própria, exclusiva ou reservada ou por órgão
Em sentido vertical, o ato é definitivo quando, por independente
ser praticado por um órgão superior, não pode ser
sujeito a recurso hierárquico
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
QUANTO À SUSCETIBILIDADE DE EXECUÇÃO ADMINISTRATIVA

ATOS EXECUTÓRIOS
ATOS NÃO EXECUTÓRIOS
Atos administrativos que sejam
simultaneamente exequíveis e eficazes Atos administrativos que não sejam
e cuja execução coerciva por via simultaneamente exequíveis e eficazes
administrativa seja permita ou não seja
vedada por lei
VALIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO
A validade é a aptidão intrínseca do ato administrativo para
produzir os efeitos jurídicos correspondentes ao tipo legal a
que pertence, em consequência da sua conformidade com a
ordem jurídica.

A invalidade de um ato administrativo será, portanto, a


inaptidão intrínseca para a produção de efeitos, decorrente de
uma ofensa à ordem jurídica.
VALIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO
REQUISITOS DE VALIDADE QUANTO AOS SUJEITOS

Os requisitos de validade de um ato administrativo relativos ao autor são os


seguintes:
a) Que o ato faça parte do âmbito das atribuições da entidade a que pertence o
órgão seu autor;
b) Que o órgão tenha competência para a prática do ato administrativo;
c) Que o órgão esteja concretamente legitimado para o exercício dessa
competência (ex: que o respetivo titular não sofra de quaisquer impedimentos
ou, se se tratar de um órgão colegial, que esteja regularmente constituído).
VALIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO
REQUISITOS DE VALIDADE QUANTO AOS SUJEITOS

Quanto ao destinatário, este tem de ser identificado de forma


adequada, para que se tenha o conhecimento claro e certo de
quem é o destinatário do ato e permitir a imputação subjetiva
dos respetivos efeitos a uma determinada pessoa.
VALIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO
REQUISITOS DE VALIDADE QUANTO À FORMA E FORMALIDADE

A forma consiste no modo pelo qual se exterioriza ou manifesta a


conduta voluntária em que o ato se traduz.

As formalidades consistem nos trâmites que a lei manda observar com


vista a garantir a correta formação da decisão administrativa ou o
respeito pelas posições jurídicas subjetivas dos particulares.
VALIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO
REQUISITOS DE VALIDADE QUANTO À FORMA E FORMALIDADE

O princípio geral é que todas as formalidades prescritas por lei são essenciais
No entanto, esta regra tem três exceções:
1. Não são essenciais as formalidades que a lei declarar dispensáveis.
2. Não são essenciais as formalidades cuja omissão ou preterição não tenha
impedido a consecução do objetivo visado pela lei ao exigi-las.
3. Não são essenciais as formalidades meramente burocráticas, de caráter interno,
tendentes a assegurar apenas a boa marcha dos serviços.
VALIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO
REQUISITOS DE VALIDADE QUANTO À FORMA E FORMALIDADE

A fundamentação de um ato administrativo consiste na enunciação explícita das


razões que levaram o seu autor a praticar esse ato ou a dotá-lo de certo conteúdo.

O dever de fundamentação dos atos administrativos encontra-se regulado nos


artigos 43º.

O artigo 43º/1 estabelece o elenco de atos que devem ser fundamentados, sendo
aqueles que são lesivos de interesses de terceiros:
VALIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO
O dever de fundamentação tem quatro funções:
1. Defesa do particular – só consegue estruturar uma impugnação administrativa
ou contenciosa se conhecer todos os motivos que levaram a administração a
decidir em certo sentido.
2. Controlo da Administração – necessidade de ponderação de todos os fatores
que devam influenciar a decisão e a explicação dos motivos da prática de um ato
facilita o respetivo controlo pelos órgãos de supervisão.
3. Pacificação das relações entre a Administração e os particulares – os
particulares aceitam melhor as decisões que lhes sejam desfavoráveis se as
razões lhes forem comunicadas.
4. Clarificação e prova dos factos sobre os quais assenta a decisão – cumprimento
de exigências de transparência da atuação administrativa, bem como do
controlo jurisdicional dos atos administrativos.
VALIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO
A fundamentação tem de preencher os seguintes requisitos, de acordo com o
disposto no artigo 44º LPA:
a) tem de ser expressa, isto é enunciada de forma explicita no contexto do próprio
ato pela entidade decisória;
b) tem de consistir na exposição dos fundamentos de facto e de direito da
decisão, tendo de ser presentado o quadro jurídico que habilita a Administração
a decidir de certo modo.
c) tem de ser clara, coerente e completa. Será ilegal a fundamentação que for
obscura (quando não permite apurar o sentido das razões apresentadas),
contraditória (quando não harmoniza os fundamentos logicamente entre si), ou
insuficiente (quando não explica por completo a decisão tomada).
VALIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO
FORMA DOS ATOS
Os atos dos órgãos singulares devem ser praticados sob forma escrita,
desde que outra não seja prevista por lei ou imposta pela natureza e
circunstâncias do ato – 41º LPA.

Formas simples são aquelas em que para a exteriorização da vontade


do órgão administrativo a lei não exige a adoção de um escrito sujeito a
um modelo especial.
Formas solenes são aquelas em que o escrito tem de obedecer a um
certo modelo legalmente estabelecido.
VALIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO
REQUISITOS DE VALIDADE QUANTO AO OBJETO E CONTEÚDO

O objeto, ou seja, a pessoa, coisa ou ato sobre o qual incidem os seus efeitos, tem
de ser possível (possibilidade física e jurídica), determinado (identificado ou
identificável), idóneo (adequação do objeto ao conteúdo) e deve estar legitimado
para suportar os efeitos do ato.

O conteúdo, ou seja, os efeitos produzidos pelo ato, terá de ser determinado


(compreensível), possível e lícito e, no caso de atos certificativos, terá de ser
verdadeiro.
VALIDADE DO ATO ADMINISTRATIVO
REQUISITOS DE VALIDADE QUANTO AO FIM

A lei exige que o fim efetivamente prosseguido pelo órgão da administração


coincida com o fim legal, isto é, com o fim que a lei teve em vista ao conferir os
poderes para a prática do ato.

O critério prático para a determinação do fim do ato é o do motivo principalmente


determinante. Por isso, o que se exige é que o motivo principalmente determinante
da prática de um ato administrativo coincida com o fim tido em vista pela lei ao
conferir o poder discricionário. Caso contrário, o ato é ilegal e inválido
EFICÁCIA DO ATO ADMINISTRATIVO

A eficácia é a efetiva produção de efeitos jurídicos pelo ato, a projeção


na realidade da vida dos efeitos jurídicos que integram o conteúdo de
um ato administrativo.

A ineficácia será o fenómeno de não-produção de efeitos num dado


momento, qualquer que seja a sua causa.
EFICÁCIA DO ATO ADMINISTRATIVO
REQUISITOS DE EFICÁCIA

A regra no direito timorense é a de que o ato administrativo produz


efeitos desde o momento da sua prática, nos termos do artigo 45º LPA.
É o princípio da imediatividade dos efeitos jurídicos.

Por sua vez, o número 2 do artigo 45º LPA estabelece que o ato
administrativo se considera praticado logo que se encontrem reunidos,
nos termos definidos pela lei, os seus elementos essenciais.
EFICÁCIA DO ATO ADMINISTRATIVO
REQUISITOS DE EFICÁCIA

O princípio da imediatividade dos efeitos jurídicos tem duas exceções:

1. Eficácia retroativa – o ato poderá produzir efeitos a partir de um


momento anterior ao da sua prática. O artigo 46º discrimina várias
hipóteses em que o ato tem eficácia retroativa.
2. Eficácia diferida ou condicionada – o ato poderá produzir apenas os
seus efeitos em momento posterior ao da sua prática, nos termos
do artigo 47º.
VALIDADE E EFICÁCIA DO ATO ADMINISTRATIVO
Um ato administrativo pode ser:
• Válido e eficaz – nomeação de um agente administrativo para um
determinado cargo feita em conformidade com a lei e aceite.
• Válido mas ineficaz – quando a nomeação não for aceite.
• Inválido mas eficaz – quando tenha sido aceite, mas o ato é ilegal e
essa ilegalidade gera apenas uma anulabilidade, por exemplo, por o
órgão que o emitiu ser relativamente incompetente.
• Inválido e ineficaz – quando a ilegalidade do ato for sancionada com
a nulidade, ou seja, quando o ato é nulo.
INTERPRETAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO
A interpretação do ato administrativo é o conjunto de operações
jurídicas que se traduzem na determinação do sentido e do alcance
juridicamente relevante de um ato administrativo.

Relativamente ao ato administrativo é necessário determinar a que tipo


de ato ele pertence, qual o significado da declaração de vontade que
ele contém, quais os efeitos que ele pretende produzir ou que a lei lhe
atribui e, finalmente, quais as operações jurídicas e materiais a levar a
cabo para que os efeitos do ato se traduzam no mundo jurídico ou
material.
INTERPRETAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO
O intérprete deve ter em conta 8 elementos:
a) o texto da decisão;
b) os respetivos fundamentos;
c) os elementos constantes do procedimento administrativo;
d) o comportamento posterior da Administração ou do particular;
e) o tipo legal de ato;
f) as normas aplicáveis;
g) o interesse público a prosseguir, bem como os direitos subjetivos e interesses
legítimos dos particulares que hajam de ser respeitados;
h) os princípios gerais de direito administrativo.
INTERPRETAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO
Na interpretação dos atos administrativos devem ter-se em conta
algumas presunções;
a) a presunção de que o autor do ato soube exprimir corretamente o
seu pensamento nas palavras que escreveu ou proferiu;
b) a presunção de que o órgão administrativo não quis afastar-se do
tipo legal do ato que praticou;
c) a presunção de que, salvo indicação expressa em contrário, a
Administração não terá querido decidir de modo diferente da sua
prática habitualmente seguida na resolução de casos semelhantes ou
na interpretação e aplicação dos mesmos princípios ou preceitos
(43º/1 e)).
INTERPRETAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO
• Cabe aos tribunais a última palavra sobre a interpretação dos atos
administrativos. Mas a Administração, em especial o autor de cada ato, também
pode interpretar os seus atos através de atos secundários, chamados atos
interpretativos ou aclarações.
• Se o ato interpretativo se contém nos limites do ato praticado, temos uma
aclaração declarativa ou confirmativa. Se, porém, a interpretação exceder os
limites do ato interpretado, então haverá uma revogação ou modificação do ato
primário – aclaração revogatória ou modificativa.
• No caso dos atos vinculados importa sobretudo apurar o disposto na lei,
interpretando-se o ato, sempre que possível, de acordo com as exigências legais
formuladas. Por outro lado, nos atos discricionários, interessa sobretudo apurar a
vontade real ou psicológica do órgão administrativo que foi seu autor e, na falta
dela, a vontade hipotética desse órgão.
INTEGRAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO

Os mesmos princípios aplicam-se à integração de lacunas do


ato administrativo. Assim, há nomeadamente que recorrer
sobretudo à lei para preencher as lacunas dos atos vinculados,
e sobretudo à vontade hipotética do autor do ato para
preencher as lacunas dos atos discricionários.

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