Casos Clinicos - Round Distuìrbios Hidroeletroliìticos
Casos Clinicos - Round Distuìrbios Hidroeletroliìticos
Casos Clinicos - Round Distuìrbios Hidroeletroliìticos
CASO 1
Hipocalemia;
Alcalose metabólica;
o PH: 7,52;
o HCO3 = 35;
o Alcalose cloro-responsiva;
Na urinário < 20 = IRA PRÉ – RENAL;
Matilde, 77 anos, vem trazida à UPA por familiares com história de prostração e hiporexia há
10 dias, evoluindo há 3 dias com sonolência e certa lentificação do raciocínio. Desde ontem,
sem aceitar alimentos e líquidos, começou a apresentar febre recorrente.
Familiares informam que ela vinha apresentando diurese em grande quantidade, mas com
mau cheiro na urina.
Ao exame,
Abdome flácido, dolorido no andar inferior de forma mal definida (em grau leve). RHA+.
Descompressão brusca negativa
Hb 15,9 / Ht 49,8%
Plaqueta 160.000
Creatinina 1.4mg/dl
Uréia 100mg/dl
Na = 163
K = 5,9
Glicemia = 390mg/dl
OSMOLARIDADE SÉRICA = 2XNA + GLICOSE/18 + UREIA/6
= 364,32
Um paciente de 48 anos, pardo, portador de doença renal crônica por uma glomerulonefrite
crônica, já com redução significativa da taxa de filtração glomerular, comparece ao
ambulatório para consulta de rotina. Queixa-se de prurido generalizado há cerca de 2 meses.
Hb 11,2 / Ht 33%
Plaqueta 180.000
Na 136 K 5,2
Glicemia = 102mg/dl
DRC:
ACIDOSE METABÓLICA
Gasometria venosa:
o pH: 7,25 (VR 7,35 - 7,45);
o HCO3: 14 (VR 22-25 meq/L);
b. Discuta sobre os distúrbios eletrolíticos do paciente. Etiologia e fisiopatologia
HIPOCALCEMIA:
Insuficiência renal crônica. Cursa com PTH alto e ocorre por diminuição da produção de
vitamina D. Tipicamente ocorre com clearence de creatinina menor que 15mL/min.
HIPERFOSFATEMIA:
No paciente com DRC, o balanço de fósforo é alterado devido à perda dos néfrons, desta
forma há uma redução nas taxas de excreção de fósforo, levando à hiperfosfatemia.
A retenção de fósforo pode também funcionar como inibidor indireto da produção da forma
ativa da vitamina D devido à inibição da enzima 1-a-hidroxilase renal, que é responsável pela
conversão da vitamina D em sua forma ativa (1,25(OH)2D3). Como consequência da
diminuição da vitamina D ativa, ocorre uma redução na absorção intestinal e reabsorção óssea
de cálcio, favorecendo o desenvolvimento de episódios mais frequentes e sustentados de
hipocalcemia.
Assim, a perda progressiva de massa renal determina queda dos níveis circulantes da forma
ativa da vitamina D e uma drástica redução na absorção intestinal de cálcio. A tendência
resultante à hipocalcemia leva ao estabelecimento de um quadro de HPTS, que permite
manter o cálcio plasmático em nível normal ou pouco reduzido à custa de uma mobilização das
reservas ósseas e do estabelecimento de um balanço negativo de cálcio, resultando em uma
progressiva descalcificação óssea, uma vez que o PTH vai buscar no reservatório ósseo o cálcio
que deveria provir da absorção intestinal.
Outras causas. A hipoalbuminemia pode levar à mensuração de cálcio total diminuído; por
esse motivo, a concentração de cálcio sérico deve ser ajustada para a concentração de
albumina
Conduta:
O carbonato e o acetato de cálcio são usados com frequência como ligantes de fosfato. Mas
seu uso exige monitoramento rigoroso pela possibilidade de excesso de cálcio × produtos do
fosfato, causando calcificação vascular nos pacientes em hemodiálise que tomam ligantes
contendo cálcio.
Uma resina ligante de fosfato sem cálcio, sevelamer, é amplamente utilizada em pacientes sob
diálise em doses de 800-2400 mg VO 3xdia, com as refeições. O carbonato de lantânio é outro
ligante de fosfato sem cálcio, sendo utilizado nos pacientes em diálise. É administrado em
doses de 500 mg a 1000 mg VO3xdia, junto com as refeições.
Oxihidróxido sucroférrico combina a deficiência que muitos pacientes em diálise têm de ferro
elementar com a ligação de fosfato. Ele é administrado em doses de 500 mg VO3xdia, junto
com as refeições.
Usar diurese com soro fisiológico para melhorar a eliminação de fosfato nos casos de
hiperfosfatemia aguda em pacientes com função renal preservada. A hemodiálise pode
diminuir os níveis de fosfato nos casos de hiperfosfatemia aguda grave.
Pacientes assintomáticos com cálcio total com queda aguda para valores <7,5mg/dL
Uso de gluconato de cálcio 10%, 2 ampolas, EV, em 10 a 20 minutos (infusão rápida causa
assistolia). Manter infusão de 0,5 a 1,5mg de cálcio elementar por kg por hora, durante 4 a 6h.
Em pacientes dialíticos, o cálcio pode ser acrescentado em diálise. Em casos assintomáticos,
leves ou crônicos pode-se usar suplementos oral com 1000-2600 mg/d.