Al - Autolesão Na Adolescencia - MPC
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DEFINIÇÃO DE AUTOLESÃO
Entender o que ocorre e como ocorre, pode nos ajudar a desmistificar muita coisa a
respeito desse comportamento, que dá um nó na cabeça de muitos, já que a primeira coisa
que pensamos, na maioria das vezes é: “Como alguém pode ‘gostar’ ou querer se
machucar?” ou ainda “Como alguém pode se sentir bem provocando o próprio
machucado”. Na realidade, via de regra, a emissão desse comportamento é muito doloroso
para quem o pratica e tido como vergonhoso para eles. Isso é visto e tomado como uma
fuga, uma forma de expressar algo que não se conseguiu de outra forma. Não é algo que se
goste de contar ou mostrar, mas que traz um sentimento de profunda vergonha e dor física
e emocional. O que temos presenciado nos últimos tempos, em grande parte dos casos, foi
classificado como autolesão sem intensão suicida.
A autolesão não suicida trata-se de um dano intencional autoafligido na superfície
do corpo, provavelmente induzindo sangramento, contusão ou dor com expectativa de que
a lesão levará a um dano físico menor ou moderado, sem intenção suicida declarada pelo
indivíduo. Este comportamento tem como característica ser repetido chegando, em alguns
casos, a mais de 100 repetições em um ano. Tal comportamento é um ato espontâneo, não
sendo explicado por demais transtornos psicológicos (ex: transtornos psicóticos, transtorno
de espectro autista, transtorno de personalidade borderline, transtornos psicóticos,
transtorno de escoriação, etc.), outras condições médicas, comportamento suicida, ou
intoxicação, abstinência ou uso de substâncias.
O comportamento autolesivo pode ser classificado em quatro categorias:
estereotipado, maior, compulsivo e impulsivo. A autolesão sem intenção suicida entra na
classificação impulsiva, sendo o mais comum onde o alvo da agressão é o próprio
indivíduo costumando ocorrer após a vivência de uma forte emoção (como por exemplo, a
raiva) sendo o comportamento visto como uma forma de lidar com a emoção predominante
no momento. A autolesão ocorre com a finalidade de reduzir emoções negativas como,
tensão, tristeza, decepção, frustração, raiva, ansiedade, autocensura, ou tentativa de
resolução de uma dificuldade interpessoal, chamar atenção de alguma pessoa significativa,
necessidade de autopunição, entre outros. Podendo ser desencadeados por uma vivência
traumática ou apenas a sua lembrança.
Pode-se citar como prováveis fatores de risco ligados ao comportamento autolesivo
o abuso emocional, físico, ou sexual na infância; conflitos familiares; conhecimento ou
vivência com algum familiar e/ou colega que apresente comportamento autolesivo; ser
vítima de bulling na infância e/ou adolescência; presença de sintomas depressivos,
ansiosos e impulsividade; baixa autoestima.
Hipóteses
Processo
Consequências
Tratamento
Quando vemos uma situação assim em tamanha crescente se passa em nossa cabeça
qual seria o nosso papel, o que poderíamos fazer para ajudar esses jovens e adolescentes,
até onde podemos ir?
Os tratamentos, médico e psicoterápico, são indispensáveis para que possa
realmente haver uma reabilitação em relação a esse tipo de comportamento. Cremos em
um Deus que pode todas as coisas e realmente ele pode curar alguém apenas com um toque
ou uma palavra, porém, em sua grande maioria, se faz necessário passar pelo processo de
reestruturação emocional, cognitiva e comportamental. Para isso existem profissionais que
dispõe de ferramentas adequadas para auxiliar cada caso em sua particularidade, uma vez
que, mesmo que o comportamento seja o mesmo os motivos que o desencadeiam nem
sempre são os mesmos. O nosso papel, como igreja e como cristãos está voltado a
PREVENÇÃO, para casos de risco e SUPORTE SOCIAL E SUPORTE ESPIRITUAL,
para casos que já estão em prática do comportamento.
Como já citado acima, nossas ações refletem consequências em todos os planos,
nós podemos auxiliar no tratamento da alma através do suporte social e podemos tocar
onde o tratamento com profissionais não pode chegar, a parte espiritual.
Em caso de Prevenção, está em nossas mãos munir de conhecimento e estratégias
(emocionais e espirituais) adolescentes e jovens que estão perto de nós para que não
cheguem ao ponto de lançar mão de comportamentos autodestrutivos. A prevenção pode
ocorrer de várias formas: Palestras educativas, Palavras voltadas o tema, conversas francas,
discipulados, aconselhamento, abrir espaço para que eles se expressem, estar atentos a
comportamentos indicativos e fatores de risco.
Como Suporte Social nosso papel está em:
Acolher;
Encaminhar para o processo terapêutico;
Acompanhar, dando força e incentivo em momentos de conquistas, também
ajudar na não desistência do processo terapêutico em momentos de possíveis
recaídas;
Não potencializar a vitimização;
Prevenir situações de possíveis recaídas.
Como Suporte Espiritual nosso papel está em:
Amar;
Orar, clamar e interceder;
Tratar o comportamento autolesivo (e outros comportamentos
desencadeadores da autolesão) no que está ligado ao espiritual (como
pecado);
Orientar a respeito das consequências espirituais resultantes desse
comportamento;
Evangelizar (casos de não cristãos);
Relembrar e orientar a consagração (casos de cristãos);
Consolidar para que as bases da fé sejam bem firmadas;
Ensinar as armas em oração e palavra para que se possa lidar com os
momentos de fraqueza diante do comportamento;
Acompanhar observando sinais que possam indicar qualquer indicio de
possível recaída;
Discipular para que a fé se desenvolva e a pessoa se torne um cristão
autentico e ativo.
Ficar chocado ou muito emocionado- Para auxiliar com esse tipo de caso é
necessário saber se você tem condições de aguentar lidar com ele. Quando
passamos a acompanhar uma pessoa que se autolesiona temos que saber que
possivelmente vamos ter que ver cortes, sangue, queimaduras, hematomas,
etc. É necessário “ter estomago” para isso. Expressar uma reação forte de
espanto frente a um braço lesionado pode fazer com que a pessoa se feche
não se abra novamente com medo de ser julgado. Não é para virar uma pedra
de gelo, mas temos que controlar nossas emoções e expressões para não
perder uma porta aberta com aquela pessoa. Precisamos também saber até que
ponto devemos nos envolver, temos que manter os olhos abertos e estar
atentos a casos de manipulação, por conta da atenção doada. Algumas pessoas
podem utilizar da sua disponibilidade e usar os cortes como chantagem para
receber mais atenção. É necessário amar, porém é sempre bom lembrar que
essa pessoa está em um momento de fragilidade emocional e o alvo é leva-la
a um comportamento social e emocional saudável e não somente mudar uma
saída não saudável para outra.
Fazer o problema parecer trivial (Dizer simplesmente que tudo vai ficar
bem): Não pergunte a respeito da situação da pessoa se realmente não quer
ajuda-la, ou ouvi-la. Ao fazer o problema parecer trivial pode-se piorar o
caso. Se você não consegue lidar com esse tipo de comportamento auxilie
encaminhando a pessoas que o possam fazer e assuma o papel de orar e
interceder.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
SELF INJURY OUTREACH & SUPPORT. SiOS general information guide. University
of Guelph and University McGill. Disponível em: <>. Acesso em: 21 set. 2016.
YAMADA, C. M. L. C. A automutilação como dependência. Artigo. Portal da Educação,
2014. Disponível em: <https://www.portaleducacao.com.br/psicologia/artigos/57574/a-
automutilacao-como-dependencia#!2>. Acesso em: 11 set. 2015.