Material - Dir Constitucional I

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TEORIA GERAL DO DIREITO CONSTITUCIONAL

Professor: Jair Barcellos

1. CONSTITUIÇÃO, CONCEITO, FUNDAMENTOS, HERMENÊUTICA, MUTAÇÃO E MÉTODOS


1.1. INTRODUÇÃO
Origem e conteúdo do direito constitucional (Introdução ao estudo do direito, constitucionalismo) –
Primeiramente é importante obter o conceito genérico e simplificado de Estado, que figura como a
organização de um povo sobre um território determinado, dotada de soberania.
Todo Estado, em regra, tem uma Constituição, em um sentido amplo. Nessa acepção ampla, ou sociológica,
a Constituição é simplesmente a forma de organização do Estado. Independe da existência de um texto
escrito, ou mesmo de normas, escritas ou não, referentes a essa organização; usualmente é empregada,
para descrevê-lo, a expressão “Constituição material do Estado”.
Constitucionalismo – movimento político, jurídico e ideológico que concedeu a ideia de estruturação
racional do Estado e de limitação do exercício de seu poder
Origem do constitucionalismo – identifica-se com Constituição dos Estados Unidos, de 1787, e a
Constituição da França de 1791. São escritas e rígidas. Inspiradas nos ideais de RACIONALIDADE DO
ILUMINISMO, e, sobretudo, na valorização da liberdade formal e do individualismo, que são marcas do
Liberalismo.
Característica essencial do movimento constitucionalista – limitação, pelo Direito, da ingerência do Estado
(Governo) na esfera privada.
O Direito Constitucional é um ramo do direito público, fundamental à organização, ao funcionamento e à
configuração política do Estado.

1.2. CONCEITOS
Inicialmente é importante entender que há diversas acepções sobre a definição e conceito de Constituição.
Contudo, há algumas mais conhecidas, sendo imperioso conhecer os três sentidos mais usados:
Sentido sociológico. Tem como principal representante Ferdinand Lassale. Este conceito no diz que a
Constituição não seria uma norma, mas sim um fato social. A Constituição é o resultado das forças sociais
que existem no País – ou seja, seria a soma dos fatores reais de poder. Neste sentido, a Constituição
escrita seria apenas uma folha de papel, nunca podendo conflitar com os fatores reais de poder.
Sentido político. Desenvolvida por Carl Schmitt, a Constituição seria uma decisão política fundamental. A
Constituição surge a partir de um ato constituinte, não importando o conteúdo de suas normas.
Nessa concepção foi estabelecida a diferença entre Constituição e Leis Constitucionais. A Constituição
disporia somente sobre as matérias de grande relevância jurídica (organização do Estado, direitos
fundamentais, dentre outros); as demais normas integrantes do texto seriam apenas leis constitucionais.
Por exemplo, o art. 242, §2º, da CRFB/88:
Art.242. § 2º - O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na órbita federal.
Sentido jurídico. A Constituição é vista puramente como norma jurídica, sem pretensão a fundamentação
sociológica, política ou filosófica. Tem como principal pensador Hans Kelsen. A validade da Constituição
independe de sua aceitação pelos valores sociais vigentes em uma comunidade. Se é Constituição, é o topo
do ordenamento jurídico, e todas as outras normas devem a ela obediência. O fundamento de validade da
Constituição está exatamente relação de hierarquia existente entre a Constituição e as normas
infraconstitucionais.

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Sentido material e formal. Estes sentidos derivam da concepção política de Constituição (Carl Schmitt).
Constituição em sentido material seria representada pelas normas essenciais à estruturação do Estado, à
regulação do exercício do poder e ao reconhecimento de direitos fundamentais aos indivíduos.
Já a Constituição em sentido formal diz respeito à existência de um documento único, podendo haver
normas de qualquer conteúdo, inclusive, é claro, as acima citadas. Todas as normas presentes na
Constituição possuem hierarquia constitucional, não importando o tema que tratem.
Sentido culturalista. Aqui .se entende a Constituição como produto de um fato cultural, produzido pela
sociedade e que nela pode influir. Recebe a influência dos seguintes fatores:
a) Reais: natureza humana, geografia, usos, costumes, tradições, economia).
b) Espirituais: sentimentos; ideias morais, políticas e religiosas.
c) Racionais: técnicas e conceitos jurídicos.
d) Voluntaristas: vontade daquela comunidade em determinar a forma de convivência política e social.
Constituição aberta. Esta ideia fundamenta-se no sentido de que a Constituição possa permanecer dentro
de seu tempo e, assim, evitar risco de desmoronamento de sua força normativa.

1.3. CLASSIFICAÇÃO
QUANTO À ORIGEM: outorgadas, promulgadas ou cesaristas.
a) Outorgadas. São aquelas impostas, que nasceram sem participação popular. Resultam de um ato
unilateral de uma pessoa ou de um grupo detentor do poder.
b) Promulgadas. Populares ou democráticas. São aquelas produzidas com a participação popular,
normalmente através de representantes do povo pela chamada “Assembleia Constituinte”.
c) Cesaristas. São outorgadas, mas dependem de ratificação popular por meio de referendo. Ou seja, cabe
ao povo apenas referendar a vontade do agente revolucionário, detentor do poder.
QUANTO À FORMA: escritas ou não-escritas.
a) Escritas. Conjunto de normas codificado e sistematizado em um único documento.
b) Não-escritas. Costumeiras ou consuetudinárias. Aqui as normas constitucionais não são solenemente
elaboradas, nem estão codificadas num único documento. Fazem parte das normas constitucionais leis
esparsas, conversões e a jurisprudência. É o caso da Constituição Inglesa.
QUANTO AO MODO DE ELABORAÇÃO: dogmáticas ou históricas.
a) Dogmáticas. Sempre escritas, são elaboradas em um dado momento por um órgão constituinte,
segundo os dogmas ou ideias fundamentais existentes em determinada sociedade.
b) Históricas. Estas resultam de uma lenta formação histórica, da evolução das tradições, representando
uma síntese do que foi vivido por determinada sociedade. É o caso da Constituição Inglesa.
QUANTO AO CONTEÚDO: material ou formal.
a) Material. Aqui se leva em consideração para a identificação de uma norma constitucional o seu
conteúdo. Logo, são normas materialmente constitucionais aquelas que tratam da organização do poder,
que distribuem competências, que tratam dos direitos da pessoa humana. Aquelas essenciais para a
regulação básica da vida em sociedade.

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b) Formal. São normas constitucionais todas aquelas que integram uma constituição escrita, elaborada
através de um processo especial, independentemente de seu conteúdo. Ou seja, aqui se leva em
consideração o processo de elaboração. Se foram elaboradas através de um processo diferenciado e
solene, é Constituição.
QUANTO À ESTABILIDADE OU ALTERABILIDADE: imutáveis, rígidas, flexíveis ou semirrígidas.
a) Imutáveis. Aquelas que não admitem modificação de seu texto. Esta espécie está em desuso.
b) Rígidas. Quando exige um processo legislativo especial para a modificação de seu texto, mais difícil do
que o processo legislativo das demais leis do ordenamento jurídico. Veja:
CRFB/88 - Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma
delas, pela maioria relativa de seus membros.
§ 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se
aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos
Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal
Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos
previstos nesta Constituição.
Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um só turno de discussão e votação,
e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora o aprovar, ou arquivado, se o rejeitar.
Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta.

c) Flexíveis. São aquelas que permitem sua modificação pelo mesmo processo legislativo de elaboração e
alteração das demais leis do ordenamento.
d) Semirrígidas. Aquelas que exigem um processo legislativo mais difícil para alteração de parte de seus
dispositivos e permite a mudança de outros dispositivos por um procedimento mais simples, semelhante
àquele adotado para as demais leis.
QUANTO À CORRESPONDÊNCIA COM A REALIDADE (OU CRITÉRIO ONTOLÓGICO): normativas, nominais
ou semânticas. Conceito elaborado por Karl Loewenstein.
a) Normativas. São aquelas que estão em plena consonância com a realidade social, e assim regulam a vida
política do Estado. Todos obedecem ao conteúdo da Constituição.
b) Nominais (nominalistas ou nominativas). São aquelas que, embora elaboradas para regular a vida
política do Estado, não conseguiram efetivamente cumprir este papel, por estarem em descompasso com a
realidade social.
c) Semânticas. São as que desde a sua elaboração não visam a regular a vida política do Estado, mas apenas
conferir legitimidade ao poder de que se encontra nele investido.
QUANTO À EXTENSÃO: analíticas ou sintéticas.
a) Analíticas, longas, extensas ou prolixas. Aquelas que possuem conteúdo extenso, que versam sobre
matérias outras que não a organização básica do Estado. Contêm normas materialmente constitucionais e
formalmente constitucionais.

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b) Sintéticas, concisas, breves ou sumárias. Aquelas que possuem conteúdo abreviado, versando apenas
sobre a organização básica do Estado e os Direitos Fundamentais. É o Caso da Constituição dos EUA.
QUANTO À FINALIDADE: constituição-garantia, constituição-balanço ou constituição-dirigente.
a) Constituição-garantia. Aquela de texto reduzido (sintética), tendo como preocupação principal a
limitação do poder estatal. Por isso se fala em “garantia”, pois o texto constitucional busca fixar as
garantias individuais frente ao Estado.
b) Constituição-balanço. Aquela destinada a registar um dado estágio das relações de poder no Estado. Foi
elaborada para espelhar certo momento político, findo o qual é elaborado um novo texto para o período
seguinte. Ocorreu na antiga URSS, em 1924, 1936 e 1977, cada momento desses fazendo um balanço de
cada estágio do Socialismo.
c) Constituição-dirigente. Aquela de texto extenso (analítica) define fins, programas, planos e diretrizes
para a atuação futura dos órgãos estatais. Estabelece um programa para dirigir a evolução política do
Estado.
QUANTO À DOGMÁTICA: ortodoxa ou eclética.
a) Ortodoxa. Aquela formada por uma só ideologia, por exemplo, as Constituições da China Marxista.
b) Eclética. Aquela formada por ideologias conciliatórias. É o caso da Constituição Brasileira.

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1.4. ELEMENTOS DA CONSTITUIÇÃO

ELEMENTOS CONEXÃO/TIPIFICAÇÃO

Elementos orgânicos: relativos à organização, ao Títulos III (Organização do Estado) e IV


funcionamento e à estrutura do poder e do Estado. (Organização dos poderes e do sistema de
governo) da CRFB/88

Elementos limitativos: referem-se aos direitos e garantias Limitações constitucionais ao poder de


fundamentais, que visam à limitação do poder do Estado, tributar, identificados pelos princípios e
mas que não se relacionam aos direitos sociais. pelas imunidades aplicadas à tributação.

Elementos socioideológicos: correlatos ao Estado de bem- Título VIII (Ordem Social)


estar social, que revelam caráter intervencionista e social
das Constituições modernas.

Elementos de estabilização constitucional: destinados a Cláusulas Pétras, estabelecidas no art. 60,


assegurar a solução de conflitos constitucionais, defesa da §4º da CRFB/88.
Constituição, do Estado e das instituições democráticas.
Eles objetivam alcançar a paz social.

Elementos formais de aplicabilidade: estatuem normas de ADCT


aplicação da Constituição.

1.5. MUTAÇÃO CONSTITUCIONAL E DERROTABILIDADE


Mutação constitucional: alteração do significado da norma sem que tenha havido qualquer alteração do
seu texto. Ex: Art. 5º, XI, CF/88 – conceito de casa. Em 1988, o STF entendia que seria apenas o local da
residência. Hoje a Suprema Corte alterou sua interpretação, tornando-a mais ampla, para alcançar quarto
de hotel, barco, trailer, etc.
Derrotabilidade: em primeiro lugar, ressalte-se que os princípios, assim como as regras, possuem natureza
de norma jurídica. Ou seja, o princípio não é um mero conselho. Caso seja descumprido, pode o interessado
buscar o Poder Judiciário de maneira a obter a correspondente reparação. Por exemplo, a vedação ao
nepotismo (Súmula Vinculante n. 13/STF) não decorre de nenhuma lei, mas sim diretamente dos princípios
constitucionais da impessoalidade e da moralidade.
Entretanto, apesar de serem normas jurídicas, regras e princípios possuem aplicação prática distinta.
Vejamos:
a) Regras: são normas BINÁRIAS quanto aplicação lógica. Por exemplo, o art. 130, CLT:
“Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado
terá direito a férias, na seguinte proporção:
I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5 (cinco) vezes;”
Ou seja: para adquirir direito a 30 dias de férias, dois requisitos: trabalhar 12 meses + cinco faltas
no máximo. Se alguém completar os requisitos – ganha 30 dias de férias. Se não completar os
requisitos – não ganha 30 dias de férias. Conclusão: OU APLICA TUDO, OU NÃO APLICA NADA!!
Regras trabalham com lógica binária: ou zero, ou um – não há meio termo!

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E como se resolve um conflito entre regras? Através dos seguintes critérios:


- Hierárquico (ex: lei x CF/88 – vale a CF/88),
- Especialidade (vale a norma mais específica. Ex: aplica-se a multa do art. 475-J do CPC de 73 (10%
sobre o valor da condenação) no Processo do Trabalho? TST: não, pois a CLT possui regra específica
– citação para pagamento em 48 horas, sob consequência de penhora e avaliação de bens – art.
880, CLT.
- Cronológico (norma posterior prevalece sobre a anterior). Ex: Lei 12.010/2009, revogou
dispositivos da CLT que davam períodos distintos de licença maternidade para a mãe adotante, em
virtude da idade da criança.
Conclusão: só fica UMA REGRA. É o esquema do TUDO OU NADA!
b) Princípios: são normas que podem ser aplicadas seguindo a lógica do MAIS OU MENOS. Ora se
aplicam com mais intensidade, ora com menos intensidade. Ou seja, entre zero e um, por vezes o
princípio será aplicado com 0,6, outra com 0,1, e outra com 0,985... Veja: é uma questão de
INTENSIDADE. Por exemplo, vedação ao nepotismo (SV 13/STF). A Corte Superior entendeu que os
princípios da impessoalidade e da moralidade proíbem a nomeação de parentes até o 3º grau.
Poderia ser até o 2º grau, ou até o 4º grau, ou apenas até o 1º grau... Mas o STF entendeu que seria
até o 3º!!! Perceba – intensidade!!! Por isso os princípios são chamados de MANDAMENTOS DE
OTIMIZAÇÃO!
E como se resolve um conflito entre princípios? Através da PONDERAÇÃO. Os dois princípios
permanecem, mas um é aplicado com mais intensidade, e o outro com menos intensidade. Vejamos três
situações:
- Fotógrafo divulga, sem autorização, na capa de uma revista, foto de Dilma Rousseff num comício,
em campanha política. O que prevalece – direito à informação ou intimidade?
R:____________________
- Fotógrafo divulga, sem autorização, na capa de uma revista, foto de Dilma Rousseff de maiô numa
praia reservada. O que prevalece – direito à informação ou intimidade? R:____________________
- Fotógrafo divulga, sem autorização, na capa de uma revista, foto de Dilma Rousseff nua, tomando
banho. O que prevalece – direito à informação ou intimidade? R:____________________
Conclusão: em nenhum momento se pensa em excluir o direito à informação ou o direito à intimidade.
O que se faz é, no caso concreto, dar mais ou menos intensidade a cada um dos princípios envolvidos no
conflito.
Exposta a aplicação de regras (tudo ou nada) e princípios (mais ou menos), além das formas se resolução
de conflitos entre regras (só fica uma) e entre princípios (os dois permanecem – intensidade), chegou ao
momento de falar sobre DERROTABILIDADE. Ou seja: é possível não aplicar uma regra, em determinado
caso concreto, e mesmo assim continuar dizendo que ela é válida?
Pelo raciocínio acima, num primeiro momento, diríamos que não. Isso porque se a regra é válida, ela deve
ser aplicada a todos os casos. Mas será que é possível, mesmo num quadro desses, deixar de aplicar a regra
em casos concretos específicos?
Esse raciocínio é a chamada “derrotabilidade”. Como funciona? Veja um exemplo na jurisprudência:
BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADADA. LOAS. RENDA PER CAPITA. NECESSIDADE
DE SE CONTRAPÔR A REGRA LEGAL EM FACE DE TODAS AS CIRCUNSTÂNCIAS DO CASO.

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ANTINOMIA EM ABSTRATO VS. ANTINOMIA EM CONCRETO."DERROTABILIDADE"DO § 3º DO


ART. 20 DA LEI 8.742/93. 1. Embora o STF já tenha reconhecido a constitucionalidade em tese
do § 3º do art. 20 da Lei 8.742/93, o requisito da renda mensal per capita inferior a 1/4 (um quarto)
do salário mínimo, consideradas todas as circunstâncias do caso, pode apresentar antinomia
concreta em face de algum princípio constitucional ou regra implícita deste decorrente. 2. O
reconhecimento dessa antinomia concreta gera a "derrotabilidade" (defeasibility) da regra legal,
mas não viola a autoridade da decisão do STF proferida na ADIn 1.232/DF. 3. Quando se resolve
uma antinomia em abstrato, considera-se a norma desprezada, para todas as demais hipóteses em
que norma se aplicaria porque: (a) inválida (em caso de conflito hierárquico); ou (b) sem vigência
(conflito cronológico); ou (c) ineficaz (conflito da especialidade). Diferentemente, a resolução de uma
antinomia em concreto não implica qualquer juízo de invalidação da norma que se deixou de aplicar,
a qual segue válida, vigente e eficaz para se aplicar a outras situações. 4. Não bastasse, a decisão
de mérito da ADIn 1.232/DF tampouco dispõe de efeitos vinculantes, já que proferida antes da
edição da Lei 9.868/99. 5. Comprovados gastos com medicamentos necessários à
manutenção da pessoa que necessita do amparo constitucional, deve ser diminuída, em
iguais proporções, a base de cálculo da renda mensal per capita. 6. Recurso desprovido.
Conclusão: a derrotabilidade significa o afastamento de determinada regra VÁLIDA à luz das circunstâncias
do caso concreto, sem que esse afastamento torne a regra inválida!

1.6. MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL


Método jurídico (hermenêutico clássico). Adota a premissa de que a Constituição é uma lei. Logo,
interpretar a Constituição é interpretar uma lei. A Constituição é uma lei e, como tal, pode e deve ser
interpretada segundo as regras tradicionais da hermenêutica, articulando-se, para revelar-lhe o sentido, os
elementos filológico, lógico, histórico, teleológico e genético.
Método tópico-problemático (método da tópica). Confere primazia ao problema perante a norma, parte-
se do problema para a norma.
Método hermenêutico concretizador: pré-compreensão do sentido do texto constitucional através do
intérprete, conferindo primazia à norma perante o problema, formando um círculo hermenêutico.
Método científico-espiritual: Com feição sociológica, leva em conta a ordem de valores subjacente ao texto
constitucional, bem assim a integração do texto constitucional com a realidade da comunidade.
Método normativo-estruturante. O teor literal da norma deve ser analisado à luz da concretização em sua
realidade social. A concretização ocorrerá não apenas pela atividade do legislador, mas também pelo
Judiciário, pelo Governo, etc.
Método da comparação constitucional. Comparação entre diferentes ordenamentos constitucionais, a
partir do direito constitucional comparado.

1.7. PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL, PREÂMBULO E ESTRUTUTA DA CF


Princípio da unidade da Constituição. A Constituição deve ser sempre interpretada em sua globalidade
como um todo e, assim, as aparentes antinomias deverão ser afastadas.
Princípio do efeito integrador. Associado ao princípio da unidade, na resolução dos problemas jurídico-
constitucionais deve dar-se primazia aos critérios ou pontos de vista que favoreçam a integração política e
social e o reforço da unidade política.
Princípio da máxima efetividade (ou eficiência ou interpretação efetiva). A norma constitucional deve ter
a mais ampla efetividade social.

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Princípio da justeza ou da conformidade. O intérprete máximo da Constituição, no caso brasileiro o STF, ao


concretizar a norma constitucional, será responsável por estabelecer a força normativa da Constituição,
não podendo alterar a repartição de funções constitucionalmente estabelecidas pelo constituinte
originário, como é o caso da separação de poderes, no sentido de preservação do Estado de Direito.
Princípio da concordância prática ou da harmonização. Os bens jurídicos constitucionalizados deverão
coexistir de forma harmônica na hipótese de eventual conflito ou concorrência entre eles, buscando, assim,
evitar o sacrifício (total) de um princípio em relação a outro em choque. O fundamento da ideia de
concordância decorre da inexistência de hierarquia entre os princípios.
Princípio da força normativa da Constituição. Concebido por Konrad Hesse, deve-se dar primazia a
soluções interpretativas que, compreendendo a historicidade das estruturas constitucionais, possibilitam
que a Constituição permaneça sempre atual, garantindo, do mesmo pé, a sua eficácia e permanência.
Princípio da interpretação conforme a Constituição. Diante de normas plurissignificativas ou polissêmicas
(que possuem mais de uma interpretação), deve-se preferir o sentido que mais se aproxime da Constituição
e, portanto, não seja contrária ao texto constitucional. Esse princípio objetiva evitar a declaração de
inconstitucionalidade da norma e a sua consequente retirada do ordenamento jurídico.

TEORIA DOS PODERES IMPLÍCITOS:


A teoria dos poderes implícitos tem sua origem na Suprema Corte dos EUA, no ano de 1819, no precedente
Mc CulloCh vs. Maryland. De acordo com a teoria, a Constituição, ao conceder uma função a determinado
órgão ou instituição, também lhe confere, implicitamente, os meios necessários para a consecução desta
atividade.
Significa que ““... a outorga de competência expressa a determinado órgão estatal importa em deferimento
implícito, a esse mesmo órgão, dos meios necessários à integral realização dos fins que lhe foram
atribuídos” (MS 26.547-MC/DF, Rel. Min. Celso de Mello, j. 23.05.2007, DJ de 29.05.2007)”.
Neste sentido, por exemplo, a questão da possibilidade de investigação criminal pelo próprio Ministério
Público, independente da atividade da polícia judiciária (Civil ou Federal). Ou seja, o Ministério Público
poderia ofertar denúncia em virtude de provas colhidas diretamente, sem a necessidade de instauração de
inquérito policial. Ora, se o MP é o titular da ação penal (art. 129, I, CF/88), ele deve ter os meios para
coletar provas de maneira a subsidiar a denúncia (poder investigatório do MP, o qual não está expresso na
CF/88).

Princípio da proporcionalidade ou razoabilidade. Divide-se em três partes. Adequação: a medida é apta a


produzir o resultado pretendido? Necessidade: para se alcançar o resultado pretendido utilizou-se o meio
menos gravoso? Proporcionalidade em sentido estrito: é a ideia de máxima efetividade e mínima restrição.

PREÂMBULO:
Em breve explanação, pode ser facilmente compreendido o que é preâmbulo tomando por base o
entendimento do Ministro Celso de Mello, que após interessante estudo, conclui que “o preâmbulo ... não
se situa no âmbito do Direito, mas no domínio da política, refletindo posição ideológica do constituinte (...).
Não contém o preâmbulo, portanto, relevância jurídica. O preâmbulo não constitui norma central da
Constituição, de reprodução obrigatória na Constituição do Estado-membro. O que acontece é que o
preâmbulo contém, de regra, proclamação ou exortação no sentido dos princípios inscritos na Carta”.

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ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO:

ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 88

CONCEITO
→ A CF de 1988 está dividida em três partes: preâmbulo, parte dogmática (normas centrais) e ato das disposições transitórias (ADCT).

PREÂMBULO → O preâmbulo seria a parte preliminar que anuncia o que está por vir na CF, não possuindo força normativa,
conforme entendimento do STF que já se pronunciou acerca disso ao adotar a tese da irrelevância jurídica do
preâmbulo. Portanto, importante referir que não é uma norma de observância obrigatória pelos Estados, DF e
Municípios, ou seja, esses entes não precisam, pelo Princípio da Simetria da Constituição, repeti-lo em suas
constituições ou leis orgânicas.

PARTE → Sobre a parte dogmática, tem-se que é a maior parte da Lei Maior. Trata-se dos 250 artigos distribuídos nos 9
DOGMÁTICA títulos da CF. Essa parte carrega todas as normas essenciais (direitos fundamentais, estrutura do Estado
federal, competências de cada ente, etc.), mas também possui inúmeras regras apenas de cunho formal
(relacionadas à organização básica do Estado).

ADCT → A CF de 1988 ainda contém em sua estrutura uma importante parte responsável por assegurar a harmonia
entre o antigo e o novo regime constitucional. Trata-se dos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias -
ADCT, os quais se exaurem tão logo cumprem o seu papel transitório. É importante salientar, contudo, que
podem ser objeto de controle de constitucionalidade e possuem a mesma hierarquia das normas centrais.

ESTRUTURA ABERTA DA CRFB/88


→ PREÂMBULO

→ TÍTULO I → DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS → CAPÍTULO I → DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
→ CAPÍTULO II → DOS DIREITOS SOCIAIS
DOS DIREITOS E GARANTIAS → CAPÍTULO III → DA NACIONALIDADE
→ TÍTULO II → FUNDAMENTAIS → CAPÍTULO IV → DOS DIREITOS POLÍTICOS
→ CAPÍTULO V → DOS PARTIDOS POLÍTICOS

→ CAPÍTULO I → DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA


→ CAPÍTULO II → DA UNIÃO
→ TÍTULO III → DA ORGANIZAÇÃO DO ESTADO → CAPÍTULO III → DOS ESTADOS FEDERADOS
→ CAPÍTULO IV → DOS MUNICÍPIOS → SEÇÃO I → DO DISTRITO FEDERAL
→ CAPÍTULO V → DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS → SEÇÃO II → DOS TERRITÓRIOS
→ CAPÍTULO VI → DA INTERVENÇÃO
→ CAPÍTULO VII → DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA → SEÇÃO I → DISPOSIÇÕES GERAIS
→ SEÇÃO II → DOS SERVIDORES PÚBLICOS
→ SEÇÃO III → DOS MILITARES DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS
→ SEÇÃO IV → DAS REGIÕES

→ SEÇÃO I → DO CONGRESSO NACIONAL


→ SEÇÃO II → DAS ATRIBUIÇÕES DO CONGRESSO NACIONAL
→ TÍTULO IV → DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES → CAPÍTULO I → DO PODER LEGISLATIVO → SEÇÃO III → DA CÂMARA DOS DEPUTADOS
→ SEÇÃO IV → DO SENADO FEDERAL
→ SEÇÃO V → DOS DEPUTADOS E DOS SENADORES → SUBSEÇÃO I → DISPOSIÇÃO GERAL
→ SEÇÃO VI → DAS REUNIÕES → SUBSEÇÃO II → DA EMENDA À CONSTITUIÇÃO
→ SEÇÃO VII → DAS COMISSÕES → SUBSEÇÃO III → DAS LEIS
→ SEÇÃO VIII → DO PROCESSO LEGISLATIVO
→ SEÇÃO IX → DA FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINAN. E ORÇAMENTÁRIA

→ CAPÍTULO II → DO PODER EXECUTIVO → SEÇÃO I → DO PRESIDENTE E DO VICE-PRESIDENTE DA REPÚBLICA


→ SEÇÃO II → DAS ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
→ SEÇÃO III → DA RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA
→ SEÇÃO IV → DOS MINISTROS DE ESTADO
CONSTITUIÇÃO FEDERAL - CRFB/88

→ SEÇÃO V → DO CONSELHO DA REPÚB. E DO CONS. DE DEFESA NAC. → SUBSEÇÃO I → DO CONSELHO DA REPÚBLICA


→ SUBSEÇÃO II → DO CONSELHO DE DEFESA NACIONAL

→ CAPÍTULO III → DO PODER JUDICIÁRIO → SEÇÃO I → DISPOSIÇÕES GERAIS


→ SEÇÃO II → DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
→ SEÇÃO III → DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA
→ SEÇÃO IV → DOS TRIBUNAIS REGIONAIS FEDERAIS E DOS JUÍZES FEDERAIS
→ SEÇÃO V → DO TST, DOS TRTs E DOS JUÍZES DO TRABALHO
→ SEÇÃO VI → DOS TRIBUNAIS E JUÍZES ELEITORAIS
→ SEÇÃO VII → DOS TRIBUNAIS E JUÍZES MILITARES
→ SEÇÃO VIII → DOS TRIBUNAIS E JUÍZES DOS ESTADOS

→ CAPÍTULO IV → DAS FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA → SEÇÃO I → DO MINISTÉRIO PÚBLICO


→ SEÇÃO II → DA ADVOCACIA PÚBLICA
→ SEÇÃO III → DA ADVOCACIA
→ SEÇÃO IV → DA DEFENSORIA PÚBLICA

DA DEFESA DO ESTADO E DAS → CAPÍTULO I → DO ESTADO DE DEFESA E DO ESTADO DE SÍTIO → SEÇÃO I → DO ESTADO DE DEFESA
→ TÍTULO V → INSTITUIÇÕES DEMOCRÁTICAS → SEÇÃO II → DO ESTADO DE SÍTIO
→ SEÇÃO III → DISPOSIÇÕES GERAIS
→ CAPÍTULO II → DAS FORÇAS ARMADAS
→ CAPÍTULO III → DA SEGURANÇA PÚBLICA

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→ TÍTULO VI → DA TRIBUTAÇÃO E DO ORÇAMENTO → CAPÍTULO I → DO SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL → SEÇÃO I → DOS PRINCÍPIOS GERAIS
→ SEÇÃO II → DAS LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR
→ SEÇÃO III → DOS IMPOSTOS DA UNIÃO
→ SEÇÃO IV → DOS IMPOSTOS DOS ESTADOS E DO DF
→ SEÇÃO V → DOS IMPOSTOS DOS MUNICÍPIOS
→ SEÇÃO VI → DA REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS

→ CAPÍTULO II → DAS FINANÇAS PÚBLICAS → SEÇÃO I → NORMAS GERAIS


→ SEÇÃO II → DOS ORÇAMENTOS

→ TÍTULO VII → DA ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA → CAPÍTULO I → DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA
→ CAPÍTULO II → DA POLÍTICA URBANA
→ CAPÍTULO III → DA POLÍT. AGRÍC. E FUNDIÁRIA E DA REF. AGRÁRIA
→ CAPÍTULO IV → DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
→ SEÇÃO I → DISPOSIÇÕES GERAIS
→ TÍTULO VIII → DA ORDEM SOCIAL → CAPÍTULO I → DISPOSIÇÃO GERAL → SEÇÃO II → DA SAÚDE
→ CAPÍTULO II → DA SEGURIDADE SOCIAL → SEÇÃO III → DA PREVIDÊNCIA SOCIAL
→ SEÇÃO IV → DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

→ CAPÍTULO III → DA EDUCAÇÃO, DA CULTURA E DO DESPORTO → SEÇÃO I → DA EDUCAÇÃO


→ SEÇÃO II → DA CULTURA
→ SEÇÃO III → DO DESPORTO
→ CAPÍTULO IV → DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO
→ CAPÍTULO V → DA COMUNICAÇÃO SOCIAL
→ CAPÍTULO VI → DO MEIO AMBIENTE
→ CAPÍTULO VII → Da Fam., da Crian., do Adol., do Jov. e do Idoso
→ CAPÍTULO VIII → DOS ÍNDIOS
DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS
→ TÍTULO IX → GERAIS

→ ADCT

1.8. PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS E CONCEITOS


Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: SO-CI-DI-VA-PLU
I - a soberania;
II - a cidadania;
III - a dignidade da pessoa humana;
IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V - o pluralismo político.

Soberania: poder político supremo e independente. Supremo: não está limitado a nenhum outro na ordem
interna. Independente: na sociedade internacional, não tem que acatar regras que não sejam
voluntariamente aceitas.
Valores sociais do trabalho: alcança apenas o trabalhador subordinado? Não, também o autônomo!
Pluralismo político: busca garantir a ampla e livre participação popular nos destinos políticos do país. Três
consequências:
1) Liberdade de convicção filosófica.
2) Liberdade de convicção política.
3) Possibilidade de organização e participação em partidos políticos.

Parágrafo único. Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou
diretamente, nos termos desta Constituição.

Todo o poder emana do povo – consagração do PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO!


IMPORTANTES CONCEITOS:

REPÚBLICA: É a forma de governo eleita pelo legislador constitucional, com a finalidade de organizar
politicamente o Estado.

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Possui características como: (i) representatividade; (ii) eletividade; (iii) periodicidade; (iv) responsabilidade;
e (v) soberania popular.

FEDERAÇÃO: É a forma de Estado eleita pelo legislador constituinte, em que os Estados e o DF são
autônomos, mas se reúnem em forma de uma única pessoa de direito público a que se subordinam,
objetivando a organização estrutural da sociedade. É formada a partir da Constituição, que confere
autonomia aos entes federados e é indissolúvel.
Possui características como: (i) autonomia financeira, administrativa e política; (ii) repartição de
competência para legislar e arrecadar impostos; (iii) rigidez constitucional, sendo necessário quórum
qualificado para ser alterada; (iv) ser o STF o órgão máximo do Poder Judiciário, incumbindo de resguardar
a aplicação das normas insertas na CRFB/88; (v) Intervenção federal como mecanismo de proteção dessa
forma de Estado; e (vi) unidade de nacionalidade, pois a CRFB/88 de ve ser observada por todos os
cidadãos.
ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO: Regime de governo eleito pelo legislador constituinte de 1988. Trata-
se da evolução do Estado de Direito, que emergiu com o Liberalismo, e do Estado Social, possuindo
características de ambos, mas constituindo um regime de governo novo.

Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: CO-GA-ER-PRO


I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação.

Rol do art. 3º - taxativo ou exemplificativo? EXEMPLIFICATIVO!

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X - concessão de asilo político.
Asilo político: consiste no acolhimento de estrangeiro pelo Brasil em virtude de perseguição por ele sofrida
em seu próprio Estado ou por terceiro. Causas:

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1) Dissidência política.
2) Livre manifestação do pensamento.
3) Crimes relacionados com a segurança do Estado, que não configurem delitos no Direito Penal
comum.
Concessão por ato do Presidente da República, passível de controle de legalidade pelo STF. Configura ato de
soberania estatal da República Federativa do Brasil.
Concessão do asilo implica a impossibilidade de posterior extradição? NÃO!
Desde que o fato ensejador da extradição não configure crime político ou de opinião (art. 5º, LII, CF/88).
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural
dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações.

1.9. PODER CONSTITUINTE


CONCEITO
É o poder exercido pelo legislador constituinte seja para estabelecer uma nova Constituição, seja para
alterá-la. Fundamenta-se na distinção entre poder constituinte e poder constituído. O primeiro é aquele
que cria a Constituição. O segundo é o resultado dessa criação, ou seja, são os poderes estabelecidos pela
Constituição.
TITULARIDADE E EXERCÍCIO
Atualmente, há consenso de que a titularidade do poder constituinte pertence ao povo. Entretanto, apesar
dessa titularidade, nem sempre o seu exercício tem se dado de forma democrática – ou seja, através do
povo. Por vezes, encontramos ditadores ou grupos que alcançam o poder e não refletem as vontades do

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povo. Acaba ocorrendo o chamado exercício autocrático do poder, através do processo de outorga da
Constituição.
Já o exercício democrático ocorre, normalmente, através da assembleia nacional constituinte, resultando
em uma Constituição promulgada. Ressalte-se que se admite também o exercício do Poder Constituinte
pelo agente revolucionário, resultando numa constituição outorgada.
A Assembleia Nacional Constituinte titulariza o Poder Constituinte?
NÃO! Ela é apenas uma forma de exercício deste Poder, o qual é titularizado pelo POVO.
Povo e população são conceitos sinônimos?
NÃO.
POVO = NATO/NATURALIZADO POPULAÇÃO = NATO/NATURALIZADO/ESTRANGEIRO/APÁTRIDAS
ESPÉCIES
PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO.
É aquele que inaugura uma nova ordem jurídica, seja através de uma Constituição ou mesmo por Atos
Institucionais. É um poder essencialmente político. Tanto haverá poder Constituinte no surgimento de uma
primeira Constituição, quanto na elaboração de qualquer Constituição posterior.
É possível classificar o PCO em histórico/fundacional ou revolucionário. No primeiro caso, ocorre quando se
estrutura, pela primeira vez, o Estado. Já o segundo decorre da ruptura com a antiga ordem constitucional
e instaura uma nova.
O Poder Constituinte Originário possui as seguintes características:
a) é inicial, pois sua obra – a Constituição – é a base da ordem jurídica. Não se funda em outros, e
os poderes derivam dele.
b) é ilimitado e autônomo, pois não está de modo algum limitado pelo direito anterior, não tendo
que respeitar os limites postos pelo direito positivo antecessor.
c) é incondicionado, pois não está sujeito a qualquer forma prefixada para manifestar sua vontade;
não tem ela que seguir qualquer procedimento determinado para realizar sua obra de constitucionalização.
d) é permanente, pois não desaparece com a elaboração da Constituição, estando latente, podendo
se manifestar a qualquer tempo.
PODER CONSTITUINTE DERIVADO.
É aquele previsto no texto da Constituição, sendo essencialmente jurídico. Ele conhece de limitações
constitucionais expressas, sendo assim subordinado aos limites do texto da Constituição e condicionado ao
procedimento de alteração estabelecido pelo Texto Maior. Temos duas espécies:
a) Reformador. É aquele que tem o poder de modificar a Constituição, desde que respeitadas as regras e
limitações impostas pelo poder constituinte originário. Está previsto no corpo permanente da CF/88. No
Brasil, é atribuído ao Congresso Nacional, que pode alterar o texto da Constituição, desde que respeitados
os procedimentos e limitações especiais assim estabelecidos.
A doutrina classifica as limitações impostas ao poder reformador em quatro categorias:
1 – temporais: quando a Constituição estabelece um período em que seu texto não pode ser
modificado;

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2 – circunstanciais: quando a Constituição veda a sua modificação durante certas circunstâncias


excepcionais;
CRFB/88 - Art.60. § 1º - A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
3 – materiais: quando a Constituição enumera certas matérias que não poderão ser abolidas do seu
texto;
CRFB/88 Art.60. § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.
4 – processuais ou formais: quando a Constituição estabelece certas exigências no processo legislativo
de alteração da Constituição, tornando-o distinto e mais trabalhoso em relação às demais leis do
ordenamento.
CRFB/88 - Art.60.
§ 2º - A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos,
considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
§ 3º - A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
§ 5º - A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode
ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
b) Revisor. Instituiu um procedimento simplificado de alteração do texto constitucional, nos termos do art.
3º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
ADCT - Art. 3º. A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação
da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão
unicameral.
c) Decorrente. É o poder atribuído pela Constituição Federal aos Estados-Membros para se auto
organizarem, através da elaboração de suas próprias Constituições, desde que observadas as regras e
limitações impostas pela Constituição Federal.
ADCT - Art. 34. O sistema tributário nacional entrará em vigor a partir do primeiro dia do quinto
mês seguinte ao da promulgação da Constituição, mantido, até então, o da Constituição de 1967,
com a redação dada pela Emenda nº 1, de 1969, e pelas posteriores.

1.10. EFICÁCIA, APLICAÇÃO DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS E ORGANIZAÇÃO DO ESTADO


Para melhor compreender o que é eficácia da norma, é importante entender e diferenciar o que é eficácia,
validade e vigência, traçando suas respectivas características:
VALIDADE: É a relação de pertencimento de uma norma jurídica ao sistema jurídico. Se a norma é
considerada válida é porque ela existe dentro do sistema. A norma somente perderá a validade quando for

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retirada do sistema, seja por meio da revogação, seja por meio da declaração de inconstitucionalidade pelo
Supremo Tribunal Federal (STF).
VIGÊNCIA: É a propriedade que as normas jurídicas possuem para gerar efeitos quando ocorrer os eventos
por elas descritos. É a força da norma disciplinar e reger os comportamentos no mundo social, cumprindo,
assim, seus objetivos. Há normas que existem, são válidas no sistema jurídico, mas não são vigentes. Ainda
que ocorram os fatos que elas preveem, elas não produzirão efeitos. Chama-se esse evento de vacatio
legis.
ATENÇÃO: vigência não é a mesma coisa que aplicação das normas jurídicas. Em caráter
de exceção, há casos em que a norma não está vigente, porém tem aplicação no mundo
jurídico relativo a fotos pretéritos aa sua revogação normativa.
EFICÁCIA: Primeiro é importante compreender que o conceito/definição de eficácia para o mundo do
Direito não possui acepção única. Nesse sentido, comporta principalmente compreender algumas visões.
CLASSIFICAÇÃO DE PAULO DE BARROS CARVALHO
A) EFICÁCIA TÉCNICA: é a condição que a norma possui de descrever acontecimentos do mundo real ou
social, que irradiem efeitos jurídicos, removidos os obstáculos que impediam a programação desses efeitos.
Um exemplo é o direito trabalhista das domésticas, que somente puderam ser por elas exigidos a partir da
regulamentação da Emenda Constitucional 72/13.

B) EFICÁCIA JURÍDICA: é o próprio mecanismo da incidência, em que efetivado o que está previsto na
norma, são projetados os seus efeitos prescritos. Um exemplo é o art. 121 do CP, que afirma ser crime
matar alguém. Afere-se a eficácia jurídica dessa norma a partir do momento em que em sujeito mata
alguém.

C) EFICÁCIA SOCIAL: também chamada de efetividade, corresponde aos padrões de observância de


determinada norma historicamente dada pela comunidade. Nesse caso, será considerada eficaz a norma
que foi concretamente seguida por seus destinatários, satisfazendo os anseios do legislador naquela
situação tipificada. Um exemplo é o art. 7º, IV da Constituição, que prevê como direito de todos os
trabalhadores, salário mínimo capaz de atender a um extenso rol de necessidades. É sabido que o salário
mínimo vigente não é capaz de prover todas as necessidades básicas. Assim, o referido art. possui um
entendimento e classificação de socialmente ineficaz.

CLASSIFICAÇÃO DE JOSÉ AFONSO DA SILVA


A) NORMAS DE EFICÁCIA PLENA: aquelas que já estão aptas a produzir seus efeitos integrais desde a
entrada em vigor da CF/88, não dependendo de regulamentação por lei. (Ex.: Art. 18, §1º, XIII, CRFB/88)
Possuem aplicabilidade:
- imediata: estão aptas a produzir efeitos imediatamente, com a simples entrada em vigor da CF/88.
- direta: incidem diretamente, sem depender de nenhuma norma regulamentadora para produzir efeitos.
- integral: desde logo já produzem todos os efeitos que estão aptos.

B) NORMAS DE EFICÁCIA CONTIDA: também estão aptas a produzir seus efeitos integrais desde a entrada
em vigor da CF/88; mas podem sofrer restrição posteriormente. (Ex.: Art. 5º, XIII, CRFB/88) Aplicabilidade:
- imediata: estão aptas a produzir efeitos imediatamente, com a simples entrada em vigor da CF/88.
- direta: incidem diretamente, sem depender de nenhuma norma regulamentadora para produzir efeitos.
- não-integral: como podem sofrer restrição, acabam por não possuir aplicação integral.

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C) NORMAS DE EFICÁCIA LIMITADA: só produzem plenos efeitos depois de regulamentação do texto


constitucional. (Ex.: Art. 6º, CRFB/88) Aplicabilidade:
- mediata: eficácia diferida para o futuro, pois dependerá de norma jurídica para produzir plenos efeitos.
- indireta: não incidem diretamente, pois o exercício do direito previsto na CF/88 dependerá de norma
jurídica posterior.
- reduzida: sem a regulamentação, a norma constitucional produz eficácia restrita. Quais seriam os efeitos
já produzidos pela norma quando da promulgação da CF, em 1988? 1) Não-recepção da legislação pretérita
em sentido contrário. 2) proibição de edição de legislação futura em sentido contrário. 3) Servem de
parâmetro para a interpretação constitucional.
c.1) de princípio institutivo/organizativo: são as regras para a futura criação e estruturação de
órgãos/entidades, mediante lei. (Ex.: Art. 125, §3º, CRFB/88)
c.2) de princípio programático: são aquelas que estabelecem princípios e diretrizes a serem cumpridos
futuramente pelo Poder Público. (Ex.: Art. 3º, CRFB/88)
CLASSIFICAÇÃO DE MARIA HELENA DINIZ
A) NORMAS SUPEREFICAZES OU COM EFICÁCIA ABSOLUTA: são normas que não podem ser emendadas.
Ex: art. 60, §4º, CF/88:
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais.

B) NORMAS DE EFICÁCIA PLENA: correspondem às normas de eficácia plena de José Afonso da Silva.

C) NORMAS DE EFICÁCIA RELATIVA RESTRINGÍVEL: correspondem às normas de eficácia contida de José


Afonso da Silva.

D) NORMAS DE EFICÁCIA RELATIVA COMPLEMENTÁVEL OU DEPENDENTE DE COMPLEMENTAÇÃO


LEGISLATIVA: correspondem às normas de eficácia limitada de José Afonso da Silva.

1.11. NACIONALIDADE
DEFINIÇÃO CONSTITUCIONAL DE BRASILEIRO
ATENÇÃO: EC 131/2023 - Altera o art. 12 da Constituição Federal para suprimir a perda da
nacionalidade brasileira em razão da mera aquisição de outra nacionalidade, incluir a exceção
para situações de apátrida e acrescentar a possibilidade de a pessoa requerer a perda da própria
nacionalidade.
Art. 12. São brasileiros:
Art. 12, I - NATOS:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não
estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a
serviço da República Federativa do Brasil;

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c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em
repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (EC nº 54, de 2007)

Art. 12, II - NATURALIZADOS:


a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de
língua portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República Federativa do Brasil há mais de
quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. (EC nº
3, de 1994)

RECIPROCIDADE
§ 1º - Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de
brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.
(EC nº 3, de 1994)

DISTINÇÃO ENTRE (NATO E NATURALIZADO)


§ 2º - A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos
previstos nesta Constituição.
§ 3º - São privativos de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice-Presidente da República;
II - de Presidente da Câmara dos Deputados;
III - de Presidente do Senado Federal;
IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;
V - da carreira diplomática;
VI - de oficial das Forças Armadas.
VII - de Ministro de Estado da Defesa (EC nº 23, de 1999)

PERDA DA NACIONALIDADE
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse
nacional;
II - adquirir outra nacionalidade, salvo no casos: (EC nº 3, de 1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (EC nº 3, de 1994)
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado
estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; (EC nº
3, de 1994)
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de fraude relacionada ao
processo de naturalização ou de atentado contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; (Redação
dada pela Emenda Constitucional nº 131, de 2023)

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II - fizer pedido expresso de perda da nacionalidade brasileira perante autoridade brasileira


competente, ressalvadas situações que acarretem apátrida. (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 131, de 2023)
a) revogada; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 131, de 2023)
b) revogada. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 131, de 2023)
§ 5º - A renúncia da nacionalidade, nos termos do inciso II do § 4º deste artigo, não impede o
interessado de readquirir sua nacionalidade brasileira originária, nos termos da lei. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 131, de 2023)

1.12. DOS SÍMBOLOS E DO IDIOMA


Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República Federativa do Brasil.
§ 1º - São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
§ 2º - Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.

“Sem a música a vida seria um erro.”


Nietzsche

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