Trabalho Sobre Juridicionalismo

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INTRODUÇÃO

Com o presente trabalho pretendemos abordar a respeito do


“Jurisdicionalismo”. As razões que estão na base da realização do trabalho
prendem-se, fundamentalmente, com a relevância e pertinência do assunto
acima referenciado no curso de Direito, na Cadeira de Direito Eclesiástico,
pelos estudantes do Instituto Superior Politécnico Católico de Benguela-
ISPOCA (Luongo).

A abordagem em causa impõe a conceitualização de Jurisdicionalismo.


É assim que na perspectiva de vários estudiosos, conceitua-se
Jurisdicionalismo ou Jurisdição como a função do Estado que tem por escopo a
actuação da vontade concreta da lei por meio da substituição, pela actividade
de órgãos públicos, da actividade de particulares ou de outros órgãos públicos.

Para Fabrício Castagna Lunardi, jurisdição é "a função do Estado de


actuar a vontade concreta do direito, substituindo a vontade das partes e
promovendo a justa composição da lide". Portanto, em outras palavras
podemos conceituar jurisdição como sendo, uma função exercida pelo Estado
por meio do Poder Judiciário actuando para resolver os conflitos sociais,
visando garantir a Paz e a justiça social.

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ETMOLOGIA DA PALAVRA JURISDICIONALISMO

Essa palavra esta relacionada a jurisdição que vem do latim juris, direito
e dicer que é o poder que detêm o Estado para aplicar o direito ao caso
concreto, com objectivo de solucionar os conflitos de interesses e com isso,
resguardar a ordem jurídica e a autoridade da lei. Sendo que o
jurisdicionalismo é uma teoria que destaca o papel central do poder judiciária
na interpretação e aplicação da lei, muitas vezes enfatizando a independência
judicial e a supremacia do poder judicial na resolução de conflitos legais.

O jurisdicionalismo é de origem latino Iurisdicto: ius+dicer que significa


enunciar o Direito, designa a actividade do magistrado, isto é, anunciação da
norma jurídica a aplicar que evoluiu sistematicamente a significar faculdade,
função etc. O jurisdicionalismo iluminado permitiu distinguir os delitos dos
pecados, determinando a cada esfera da justiça seus devidos casos. Outrora, o
político estava oculto, porque o seu lugar estava ocupado e neutralizado pela
mediação. A saída da religião, entendida como a saída de estruturação
religiosa do mundo, é classificada por moral gouchet, para as comunidades
políticas.

CONCEITO

Trata-se do poder e prerrogativa de um órgão de aplicar o direito. Pode ser


definido como o ramo do direito público que trata do complexo das normas
reguladoras do exercício de uma determinada jurisdição. É a entrega da
prestação jurisdicional que satisfaça a tutela jurídica. É a função do Estado que
tem por objectivo a actuação concreta da lei.

OBJECTO DE ESTUDO DE JURISDIÇÃO

Aplicar a lei ao caso concreto buscando dar solução ao conflito os


tribunais são independentes e imparciais, estado apenas sujeitos a constituição
da República e a Lei. Eles também têm competência para as causas que sejam
atribuídas a outra ordem jurisdicional.

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CONTEXTO HISTÓRICO

Surge na idade média devido o contexto histórico e social desse


período ,essa era foi um período repleto de intrigas e transformações no campo
jurídico o jurisdicionalismo na idade média estava intrinsecamente ligado à
estrutura feudal e à influência da igreja Católica na organização jurídica e na
Administração da Justiça, durante esse período, a jurisdição era
frequentemente descentralizada com senhores feudais exercendo autoridade
sobre as suas próprias terras e aplicando suas próprias leis. Essa autoridade
jurisdicional na idade média contribuiu para o desenvolvimento do direito em
toda Europa.

A sociedade passou por profundas transformações incluindo a


descentralização do poder político, a alusão do sistema feudal. Essas
mudanças tiveram um impacto significativo na Administração e aplicação da
Justiça.

Nos meados do século XV- fase do renascimento:

a) Como é bem sabido a Idade Média é conhecida como a época do


Cristianismo onde através do Édito de Milão de 313 de Constantino se
criou uma nova situação espiritual para a cultura ocidental, uma época
conhecida como “idade da fé”. Nesta época o poder político estava
oculto pois era neutralizado pela religião pois, era a religião que
assegurava sociedade coesa.

Com a saída da religião (passagem das comunidades religiosas para as


comunidades políticas, transformação que teve como marco o aparecimento do
destaque que aos poucos promovia desassociação entre o político e o
religioso, a que o Estado ganha consistência institucional e estrutura de
dominação.

b) Interessa a partir de agora que com a configuração jurídico-


constitucional da liberdade religiosa, com esta fase do renascimento no
jurisdicionalismo, implementou-se o descobrimento de tarefas de cunho
universal planetário.

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c) Produz-se (cerca de um século depois) o grande terramoto da história
europeia-a reforma protestante e também a contra reforma.

A reforma protestante começou por meio de um questionamento do


Monge Alemão Martinho Lutero na questão referente as indulgências, ou seja
Lutero não desejava criar um movimento religioso que se separa-se da igreja
Católica masque a reformasse, uma vez que ele tinha discordâncias de
carácter teológico apesar de ser um Monge, e portanto membro do Clero o
mesmo tinha inúmeras críticas a igreja Católica.

O grande questionamento que movia Lutero era a questão de


indulgência, isto é, a igreja pedia doações em dinheiro em troca de perdão
pelos pecados, quando a igreja tinha objectivo importante, ela realizava uma
venda especial de indulgência e incentivava as pessoas a darem contribuição
em troca desse perdão da garantia da salvação.

d) A nível do pensamento filosófico político. O contexto histórico do


pensamento fisiológico-político é vasto e abrangem diferentes períodos
e correntes de pensamento. Desde antiguidade com o pensadores como
Platão e Aristóteles, até a idade moderna com figura como Maquiavel,
Hobbes, Locke, Rousseau e outros. Surgiu na Grécia antiga, onde o
pensamento filosófico político reflectiu as condições sociais, políticas e
económicas de cada período.

FORMAS DE MANIFESTAÇÃO

1. Independência Judicial: A defesa da autonomia e imparcialidades dos


juízes na interpretação e aplicação da lei;
2. Supremacia Judicial: A ideia de que as decisões do poder judiciário
prevalecem sobre as demais esfera do poder em caso de conflito;
3. Controle de constitucionalismo: A capacidade do judiciário de revisar a
constitucionalidade das leis e actos do poder público.
4. Activismo Judicial: Engajamento proactivo dos tribunais na defesa dos
direitos individuais e na promoção de mudanças sociais.

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TIPOS DE JURISDICIONALISMO

1. Jurisdicionalismo Liberal;
2. Jurisdicionalismo Garantista;
3. Jurisdicionalismo Democrático.
4. Jurisdicionalismo Institucional: Concentra-se na análise das instituições
judiciais e seu papel na estruturação e funcionamento do estado.

Jurisdicionalismo Liberal

Prioriza a protecção dos direitos individuais e a limitação do poder


estatal através do contrato judicial.

Jurisdicionalismo Garantistísco

Destaca a importância do judicionário na garantia dos direitos


fundamentais.

Jurisdicionalismo Democrático

Enfatiza a participação cidadão no sistema judiciário e presta promover a


democracia por meio da actuação judicial transparente e responsável.

CONSEQUÊNCIAS DOUTRINAIS NO JURISDICIONALISMO

 Fortalecimento do poder jurídico

O enfoque no papel central jurídico resulta em esforços para fortalecer sua


independência, autoridade e capacidade de proteger os direitos;

 Ênfase nos direitos fundamentais

Há uma tendência de priorizar a protecção dos direitos fundamentais como


uma das principais funções judiciários, muitas das vezes da interpretação
ampla e progressista das leis;

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 Conflitos com poderes exercícios e legislativo

O aumento da influência do judiciário pode gerar conflitos com outros


poderes do Estado, especialmente quando suas decisões são percebidas como
invadindo áreas de competência dos outros poderes;

 Desenvolvimento da jurisprudência

O jurisdicionalismo na importância do judiciário pode levar a um maior


desenvolvimento da jurisprudência com tribunais frequentemente chamados a
interpretar e aplicar leis em casos específicos. Muitas vezes estabelecendo
precedentes importantes;

 Maior Transparências e Acesso à Justiça

Um foco na importância do jurisdiciário pode promover esforços para


aumentar a transparência e o acesso a justiça. Garantindo que todos os
cidadãos tenham igualdade de oportunidade para buscar protecção legal e
resolver disputas.

JURISDICIONALISMO NO ESTADO ANGOLANO

O Estado angolano tem como princípio da separação de poderes em


que o art. 105º da CRA apresenta-os como órgãos de soberania
nomeadamente:

 Presidente da República;
 Assembleia Nacional e os
 Tribunais.

Sobre a função jurisdicional o art. 174º da CRA diz-nos que esta função
pertence somente aos tribunais que vão administrar a justiça em nome do povo
angolano. Este vão consequentemente dirimir os conflitos de interesse público
ou privando assegurar a despesa dos interesses e direitos legalmente
protegidos bem como reprime as violações da legalidade democrática.

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No conjunto dos órgãos que compõe o poder judicial, encontramos o
Ministério Público, a PGR, o Procurador Militar e as Instituições essenciais a
Advogados, como Instituição essencial e a Administração da Justiça.

IMPORTÂNCIA DA JURISDICIONALISMO

O jurisdicionalismo uma vez que o jurisdicionalismo esta ligado no papel


na autoridade do sistema judicial, a sua importância consiste precisamente na
Organização dos tribunais a sua importância consiste na ferramenta à
efectividade aos direitos sociais dentre eles os direitos humanos uma maior
organização uma administração da justiça local que consequentemente atingirá
os tribunais.

É importante salientar que posteriormente surge o jurisdicionalismo


iluminado, que procurou secularizar as categorias de ordenamento social.
Procurou distinguir os delitos dos pecados, delimitando a cada esfera de justiça
seus devidos casos. Nesta distinção, o delito surge como um comportamento
incompatível com as normas de ordenamento social emanadas do estado e
exige, portanto a exterioridade. E o pecado sendo a violação moral religiosa.

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CONCLUSÃO

Todo e qualquer pesquisa obedece algumas regras principais,


Introdução, Desenvolvimento e Conclusão e por esta razão, o estudo da
jurisdição é importantíssimo para os operadores do direito, pois, permite uma
melhor compreensão de como funciona a dinâmica processual e a actuação
estatal na resolução dos conflitos sociais. A Jurisdição é a manifestação do
Poder do Estado com o objectivo de pacificar as mais diversas lides, trazendo
paz e justiça social em uma sociedade multifacetada e plural.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 LUNARDI, Fabrício Castagna. Curso de Direito Processual Civil. São


Paulo: Saraiva, 2016.
 SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 30.
ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2008;
 NUNES, Elpídio Donizetti. Curso didático de Direito Processual Civil. 14.
ed. São Paulo: Atlas, 2010.
 SANTOS, Moacyr Amaral. Primeiras linhas de Direito Processual Civil.
14. ed. São Paulo: Saraiva, 1990.
 SAVINO FILHO, Cármine Antônio. Direito Processual Civil resumido. 6.
ed. Rio de Janeiro: América Jurídica, 2006.

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