Maria Isabella Santos Lemos Dantas
Maria Isabella Santos Lemos Dantas
Maria Isabella Santos Lemos Dantas
DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA
São Cristóvão-SE
2022
Maria Isabella Lemos Dantas
São Cristóvão-SE
2022
Dedico esta monografia a Deus por me
proporcionar a dádiva da vida e energia para lutar e
vencer todas as batalhas diárias.
À minha mãe pelo apoio de sempre e pela educação
exemplar que fez eu me tornar quem sou hoje, e
agradeço a mim mesma por todo o esforço,
dedicação e por ser essa mulher independente que
busca atingir seus principais objetivos com
exatidão.
AGRADECIMENTOS
1.INTRODUÇÃO........................................................................................................... 12
2. PROBLEMA ............................................................................................................... 22
3.JUSTIFICATIVA......................................................................................................... 22
4.OBJETIVOS................................................................................................................. 23
4.1GERAL....................................................................................................................23
4.2ESPECÍFICOS.........................................................................................................24
5.METODOLOGIA..........................................................................................................24
6.RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................................28
REFERÊNCIAS.....................................................................................................41
APÊNDICE I .........................................................................................................44
APÊNDICE II ........................................................................................................45
APÊNDICE II ........................................................................................................47
12
1 INTRODUÇÃO
Estar conectado com as informações que são disponibilizadas nos meios de
comunicação é uma tarefa que exige um conhecimento prévio de como o seu uso pode
influenciar ou não em diversas modalidades. Na rede educacional, por exemplo, o uso das
Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs) ganha um espaço de destaque
visto que o seu uso acaba fomentando todo um apanhado de inovações capazes de tornar o
ensino-aprendizagem mais pautado no protagonismo e na possível melhoria das aulas
curriculares (SANTOS, 2020).
Essa aproximação da educação com os recursos digitais foi elucidado e mais ressaltado
ainda com o cenário pandêmico acometido pelo Sars-CoV-2 (coronavírus 2 da síndrome
respiratória aguda grave), em que a esfera mundial acabou sendo surpreendida com a tomada
de ações voltadas para o isolamento social, devido ao surgimento do coronavírus mais
comumente conhecido e intitulado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como COVID-
19 (coronavírus disease 19), na qual segundo Brito et.al (2020) trata-se de uma doença
infectocontagiosa que afeta o funcionamento integral dos órgãos respiratórios levando de forma
rápida em alguns casos, a morte.
Diante dessa problemática que foi vivenciada bem como do que já era rotina, foi
possível formular alguns questionamentos importantes para a formação de docentes: é possível
atrelar essa nova forma de ensino com as TDICs de forma coesa? Os professores possuem
entendimento, acessibilidade e/ou facilidade no manuseio das ferramentas digitais? Dentro das
TDICs existem opções metodológicas que favoreçam aulas práticas, visto que essa
possibilidade se torna difícil de resolver com a necessidade de recursos?
De antemão, essa facilidade de manuseio e/ou acesso a plataformas digitais pode
garantir ao corpo docente uma possibilidade em estar contribuindo aos alunos uma maior
autonomia e entendimento do conteúdo em questão, além de servirem para os professores, como
um mecanismo facilitador na formulação de aulas mais interativas. O método tradicional de
aulas, portanto, precisa ser lapidado e dar espaço também a técnicas inovadoras que venham a
contribuir no desenvolvimento dos alunos seja no âmbito emocional, seja no âmbito prático. O
uso da expressão “mão na massa” necessita de fato ser colocada em prática, visto que essa
junção da prática com a teoria é um dos precursores para um aprendizado mais aperfeiçoado e
direcionável.
A educação tem como prerrogativa a junção dos interlocutores por meio do diálogo e
13
não somente a disponibilização do saber de forma solta e incoerente. Portanto, fica evidenciado
a relação direta entre professor e aluno na tomada de decisões sobre quais ferramentas poderiam
contribuir para o acesso à informação de forma a auxiliar com o seu devido conhecimento.
Para flexibilizar essa possibilidade da interação do aluno com o conhecimento e
aproveitando o ensejo que a saída do período remoto possibilitou sobre a reformulação de aulas
práticas juntamente com a inserção marcante das TDICs, o uso de simuladores virtuais vem
sendo uma alternativa bastante inovadora e de fácil acesso. Simuladores são softwares que
consistem na junção da teoria com a prática de forma virtual, dinâmica e interativa em que
fenômenos biológicos são trabalhados em formato de laboratório virtual, o que facilita
posteriormente as dificuldades de acesso de espaços escolares a laboratórios físicos
(SANTANA; MERKLEIN; SAMPAIO, 2021).
Diante de toda essa perspectiva, o campo da Ciência e da Biologia são áreas que
necessitam de ilustrações práticas de como os seus fenômenos estão interagindo com todo o
ambiente. Ainda segundo Santana; Merklein e Sampaio (2021) a similaridade entre o objeto de
estudo e o estudante é importante para trabalhar os fenômenos científicos. Essa concepção é
importante para que o uso das TDICs em concomitância com o uso dos simuladores estejam
em conjunto para uma maior uniformização de possibilidades de fácil acesso e que configure
um avanço positivo para o quadro educacional.
Os simuladores, portanto, acabam descortinando em sua essencialidade a chance de
ilustrar fenômenos considerados muito teóricos, no tocante que o aluno se torna precursor de
seu próprio entendimento sobre o assunto em questão (HECKLER; SARAIVA; OLIVEIRA
FILHO,2007). É ainda comum que durante a vivência escolar, os estudantes indaguem a
importância de determinado assunto para sua realidade, qual a necessidade e contribuição
aquele conteúdo agregaria em sua formação? Para tal, as ilustrações entram nessa intenção de
aliar o que se encontra em livros para a sua realidade local.
Entretanto, a dificuldade que se tem por parte das escolas é voltado para falta constante
de laboratórios ou pela dificuldade em ter equipamentos plausíveis de serem utilizados. Tendo
em vista a importância em discutir sobre o uso dos simuladores, o presente trabalho objetivou-
se em analisar o uso dos simuladores virtuais como um recurso complementar para a melhor
compreensão e aplicação das temáticas de Biologia em sala de aula pelos professores.
Para fundamentar o entendimento, o trabalho ainda divide-se em seções que tratam: na
primeira seção sobre o uso das TDICs e a autonomia do aluno; na segunda seção sobre aulas
práticas e sua relação com a aprendizagem; e, a terceira seção é voltada para o uso dos
simuladores e a gamificação no ensino de Biologia.
14
A autonomia, enquanto amadurecimento do ser para si, é processo, é vir a ser. Não ocorre
em data marcada. É neste sentido que uma pedagogia da autonomia tem de estar centrada
em experiências estimuladoras da decisão e da responsabilidade, vale dizer, em
experiências respeitosas da liberdade (FREIRE,2001, p.55)
em constante evolução. No entanto, existem ferramentas que vem a auxiliar esse percurso e
visualizando a rede educacional é permitido observar a possibilidade que as TDICs acabam
ofertando pelo seu eixo tecnológico. A inovação, o interesse e a curiosidade em estar mais
próximo de possibilidades que a tecnologia fornece e atrelado a isso ainda conseguir relacionar
com o conteúdo estudado é o que direciona o uso das TDICs.(OLIVEIRA; COELHO;VIEIRA,
2017).
Ter o aproveitamento que o uso das ferramentas tecnológicas proporciona aliada ao
engajamento que resplandece por meio de sua execução, acaba, portanto, despertando a
confiança e a autoestima necessária para continuação da vontade de aprender incessantemente
(BERBEL, 2011). Para tal, ainda é possível que:
Com isso, as aulas podem ser reestruturadas de forma que a utilização de equipamentos
como tablets, celulares, computadores entre outros acabem intensificando o aprendizado e, por
conseguinte, alie o conhecimento do educando com a vivência escolar pertinente ao assunto
trabalhado.
Ademais, é importante destacar o quanto a disponibilidade de recursos nos ambientes
escolares pode interferir nessa efetivação do uso das TDICs, uma vez que, há ainda defasagem
econômica e sociocultural em diversas escolas, marcada principalmente pela falta de políticas
públicas que facilitem a concretização da aquisição de equipamentos capazes de auxiliarem esse
viés educacional. Entretanto, novos desafios surgem rotineiramente e superá-los torna-se um
campo de análise fundamental para a diminuição da evasão escolar juntamente com a
diminuição da evasão da autonomia.
Dentre todos esses desafios na sala de aula no que cerne as TDICs, há ainda o desafio
que condiz com diversos fatores e que, portanto, reluz no aprendizado tanto do docente quanto
do alunado. São desafios diários de como manter o entusiasmo e a motivação para o
desenvolvimento de aulas mais dinâmicas, como as aulas práticas. Ainda segundo
Lima;Siqueira;Costa, 2013:
16
Com isso, a prática possui justamente o papel de possibilitar ser um recurso extra em
que o aluno possa compreender fenômenos antes vistos somente na teoria para fenômenos que
o cercam e essa possibilidade torna-se mais “fácil” de ser realizada com o advento e uso de
jogos interativos que buscam tornar o ensino mais dinâmico, prazeroso, instigante e parte
fundamental no desenvolvimento de uma aprendizagem significativa (DA LUZ; DE LIMA;
AMORIM,2018). Entretanto, há limitações como: a falta de laboratórios, salas de informática
para o uso e execução de jogos, espaços verdes, entre outros. São recursos importantes para os
professores, que acabam por ventura, dificultando o planejamento estratégico do cronograma
anual.
Essa defasagem se faz presente em diversas redes de ensino espalhadas pelo Brasil
17
(FIGUEIREDO; SALLES,2017), e além disso, a falta de participação mais ativa por parte de
entidades governamentais para subsidiar recursos plausíveis na concretização dessa
metodologia são fatores pontuais a serem discutidos, uma vez que, o ensinar depende de
variadas vertentes.
Ainda nesse sentido, é importante evidenciar as dificuldades encontradas e comentadas
por professores das redes de ensino, como: falta de tempo, ausência de espaços interativos e/ou
laboratórios, quantidade de turmas excessivas para o desenvolvimento integral de uma aula
mais ilustrativa e prática e, por conseguinte, falta de motivação em lecionar com recursos
escassos (KNÜPPE, 2006)
As dificuldades que são presentes nas esferas educativas também estão correlacionadas
com ideias para desenvolver uma aula mais dinâmica que utilize as temáticas atuais e estejam
interligadas para que um ensino de qualidade seja estabelecido, uma vez que, as ferramentas
modificam-se e é preciso que os educadores fiquem cientes e participativos de qualquer
mudança que venha a influenciar no desenvolvimento de sua aula. Essa independência e
autonomia deve-se ao fato do quanto as partes envolvidas estão diretamente mergulhadas na
relação direta com a tecnologia.
Hodiernamente, é possível observar o quanto a influência desses recursos acaba por
ventura, a moldar o ensinar. Os livros didáticos, por exemplo, segundo Frison,2009:
[…] representam à principal, senão a única fonte de trabalho como material impresso na
sala de aula, em muitas escolas da rede pública de ensino, tornando-se um recurso básico
para o aluno e para o professor, no processo ensino-aprendizagem. (FRISON, 2009, p.4)
parte dos órgãos governamentais, como o uso da internet nas escolas e mais precisamente o uso
de simuladores virtuais. (ANDREIS; SCHEID, 2010).
A presença dessas ferramentas inovadoras como o uso dos simuladores, é importante
para condicionar e orientar um melhor planejamento para aulas que foquem no ambiente mais
interativo e dinâmico. Os jogos, brincadeiras e performances acabam atraindo e fixando a
atenção do aluno na aula, bem como de qualquer indivíduo em qualquer idade, já que a
gamificação que é o processo que designa esse tipo de metodologia possui a essência de atrair
a atenção e proporcionar a possibilidade de resolução de questões associadas as temáticas tanto
da Ciência quanto de áreas correlatas tornando assim o ensino mais justo. Segundo
LOPES;OLIVEIRA (2013):
2 PROBLEMA
A busca pela atenção, continuação e entendimento do aluno nas aulas de Biologia segue
sendo um desafio em diversas vertentes, principalmente na busca de ferramentas inovadoras
pelos professores.
O universo digital, por exemplo, vem sendo uma das possibilidades a serem utilizadas,
entretanto, ainda possui recursos pouco explorados e/ou divulgados, o que acaba limitando
alguns assuntos. Portanto, ainda é possível que aulas de Biologia sigam preferencialmente
métodos tradicionais e com resultados satisfatórios? Atrelado a isso, o uso das tecnologias
digitais seria afinal uma contribuição significativa na aprendizagem dos alunos?
A inserção de adaptações de ensino em tornar-se uma oportunidade de continuação do
saber limita relativamente à experiência da junção teoria e prática de assuntos de Biologia o que
desperta nos professores a busca e adaptação de métodos disponíveis no mercado de fácil acesso
e baixo custo que possam estar ilustrando um laboratório virtual com seus respectivos
experimentos e/ou demonstrações de aulas práticas. Em virtude disso, o uso dos simuladores
virtuais poderia ser uma alternativa de orientação e desenvolvimento nos professores na tomada
de decisões e orientações de como os fatores bióticos e abióticos estão interligados? Os
educadores possuem conhecimento quanto a utilização dos simuladores virtuais como um
recurso metodológico para auxiliar no processo de ensino e aprendizagem das temáticas
relacionadas a Biologia?
3 JUSTIFICATIVA
Nessa perspectiva, a junção da informatização com a sala de aula, por exemplo, permitiu
a inserção de inovações metodológicas na busca por alternativas que busquem a permanência,
afinidade, o interesse e a continuidade dos estudantes na sala de aula. O setor educacional, por
sua vez, passa por constantes adaptações para melhor possibilitar essa continuação do processo
23
Os recursos metodológicos que podem ser utilizados por meio de tecnologias digitais são
recursos bem explorados hodiernamente, entretanto, ainda faz-se necessário explorar campos
subjacentes como o uso dos simuladores virtuais, ferramentas essenciais na aplicabilidade de
temáticas de diversas áreas de ensino. A possibilidade de fornecer um laboratório virtual por
exemplo, com a visão de reações e simulações de ambientes e/ou situações que no ensino
tradicional limitado não é de fácil acesso acaba tornando os simuladores uma ferramenta extra e
passível de ser complementar em escolas que não possuem laboratório de Biologia. O seu uso
pode, por exemplo, desenvolver nos alunos: capacidade crítica, proatividade, responsabilidade,
independência e não menos importante a liderança. Os simuladores funcionam como precursores
da eficiência cognitiva e prática do alunado.
Além disso, essa defasagem de laboratórios de Biologia nas escolas pelo Brasil ainda é
uma prerrogativa a ser deliberada e explorada, visto que a unificação teórica-prática torna-se peça
fundamental na compreensão de um conteúdo de forma heterogênea abordando diversas vertentes
que o aluno possa ter de dificuldade. Para tal, essa realidade decorre de diversos fatores: falta de
recursos, de aperfeiçoamentos dos profissionais, necessidade de ambientes propícios para uma
troca mútua com os alunos e principalmente a necessidade de conhecimento sobre as ferramentas
existentes e possíveis de serem aplicadas em sala de aula.
4 OBJETIVOS
4.1 GERAL
4.2 ESPECÍFICOS
5 METODOLOGIA
Essa sociabilização permite a curto e longo prazo que a pesquisa possua a característica
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1ª Etapa: Tendo como recolhimento efetivo dos formulários, o próximo passo consistiu
na seleção de professores conforme critérios pré-estabelecidos, para que de forma virtual pudesse
ser realizada a entrevista semiestruturada.
posteriormente, foi possível entrar em contato com os professores através do campo “contato”
deixado ao final do formulário.
5.2.1 Questionário
- TCLE
- Dados sociodemográficos: gênero, número de anos lecionando, nível de formação
acadêmica, município e estado que leciona, rede de ensino e quais séries ministra. É
importante mencionar que todas as perguntas foram objetivas.
- Percepção sobre o uso dos simuladores virtuais: esse tópico possuía questões mais
direcionadas a prática do docente em sala de aula com relação ao uso das TDICs e
os simuladores virtuais.
5.2.2 Entrevista
A entrevista possui como prerrogativa a possibilidade de uma adesão maior por parte dos
entrevistados, pois há a metodologia de assemelhar-se como uma breve conversa em que as
experiências são compartilhadas. Visando essa questão, a entrevista ainda se subdivide em:
Aproveitando-se dessa escolha, foi preparado um roteiro para realização das entrevistas,
como forma de segurança e direcionamento nos processos, contendo sete perguntas abertas
(Apêndice III). A escolha das perguntas deu-se diante do objetivo central da pesquisa que busca
avaliar as dificuldades dos professores com as TDICs, as metodologias que mais utilizam em
aulas práticas, por exemplo e o entendimento e limitações com o uso dos simuladores.
O próximo passo, foi o momento de contatar os professores que aceitaram participar das
entrevistas marcando, portanto, o melhor dia e horário que não comprometesse as atividades de
todos envolvidos. A participação foi de forma voluntária e foi enviado por e-mail e aplicativo de
mensagens WhatsApp, o link de acesso a entrevista.
As entrevistas foram realizadas de forma remota, utilizando-se do Google Meet e todo o
acompanhamento para um registro confiável foi feito com auxílio de gravador de áudio em
equipamento próprio para que o processo de transcrição ocorresse sem maiores prejuízos. Em
concomitância, a transcrição se deu posteriormente a cada entrevista facilitando a análise e
28
6 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Delimitação estratégica
Nesse primeiro eixo, destaca-se as respostas contidas no Google Forms voltadas para a
delimitação, análise e descrição de perfil dos professores entrevistados (Tabela 1). Foi possível
ter a receptividade inicial de nove professores espalhados pelo Brasil e o compromisso de cinco
que aceitaram o desafio de fazer parte da pesquisa, ofertando um pouco de seu tempo para
compartilhar as experiências. Entretanto, ao entrar em contato, somente quatro confirmaram a
participação (B,D,E e H). As participações duraram entre 15 a 25 minutos, cada.
C Feminino 3-6 Doutorado Particular 6º, 7º, 8º, 9º, 1º E.M, 2º E.M,
3º E.M
D Feminino 3-6 Mestrado Pública 6º, 7º, 8º, 9º, 1º E.M, 2º E.M,
3º E.M
E Masculino 0-2 Graduação Particular 6º, 7º, 8º, 9º, 1º E.M, 2º E.M,
3º E.M
F Feminino >20 Graduação Pública 9º, 1ºE.M
Com relação as porcentagens que compõe todo o quadro de respostas, foi possível
delimitar que 77,8% foram docentes do gênero feminino (A,B,C,D,F,G e H) representado pela
cor azul no gráfico e 22,2% completa-se sendo do quadro masculino (F e I) representado pela cor
vermelha. (Figura 3).
Já voltado a carreira como professores, observa-se ainda que 33% (A, B e F) correspondeu
a professores que possuíam mais de 20 anos de experiência bem como, próximo ao mesmo
patamar 34% (E, H e I) corresponde a novos profissionais no mercado de trabalho com a variação
de 0-2 anos de licenciados, seguidos de 11% com 7-10 anos de experiência, 22% com 3-6 anos e
30
No tocante ao lecionar, é possível trilhar e analisar que há ainda empate voltado ao nível
de especialização acadêmica em que 33,3% possuem o mestrado como seu maior nível de
formação (B, D e H) e 33,3% (E, F e I), a graduação. Deixando, portanto, 33,3% subdivididos
nas demais áreas de doutorado e especialização. (Figura 5)
Para finalizar o filtro de quais professores iriam ser escolhidos para participar do processo
de entrevistas, caso optassem em aceitar, foi verificado que a maior parte lecionava no Ensino
Médio, tendo apenas o professor I enquadrado no Ensino Fundamental.
Ainda no questionário, foi proposto responder questões voltadas para trilhar o uso e a
aplicação dos simuladores (tabela 2). Foram elas:
Pergunta 2- A escola na qual você leciona, possui recursos eficientes para realização de
experimentos?
Pergunta 4- Você enquanto professor(a), já ouviu falar dos simuladores virtuais no ensino
de Biologia?
Pergunta 6- Você aceitaria o desafio de participar de uma breve entrevista agendada (via
Google Meet) para discutir sobre o uso dos simuladores virtuais e assim contribuir com a
pesquisa?
Feita a análise, o próximo passo consistiu no contato com os docentes que aceitaram
participar, para a marcação de melhor dia e horário para as entrevistas.
As dificuldades voltadas ao uso das TDICs envolve diversos fatores e é até um grande
desafio para um quadro de professores que já possuem vasta experiência na área, pois a saída da
zona de conforto, bem como a disponibilidade de tempo para aprimorar as técnicas utilizadas em
sala de aula acabam contribuindo negativamente para o avanço nas aulas mais interativas.
Conforme Almeida (2013) relata:
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Grande parte dos professores não apenas tem dificuldades de utilização das tecnologias
digitais de informação e comunicação (TDICs), como também não dispõe de tempo para
planejamento de uma aula mediada pelos recursos tecnológicos, devido ao excesso de
cargas horárias que ocupam na prática docente. (ALMEIDA, 2013, p. 6765)
“Sim, principalmente nas escolas públicas, né? Quando eu comecei a ensinar foi antes da
pandemia. Óbvio que com a pandemia teve aí um aumento da necessidade de se utilizar
tecnologias. Mas antes era pouco visto, né? Eu até utilizava na medida do possível, até
porque as escolas que eu trabalhei eram escolas rurais. Escola que nem conectava a internet.
Mas tem uma série de dificuldades tanto relacionado a formação inicial como também as
questões relacionadas aos materiais, né? Muita escola não tem esses materiais e nem
conexão com a internet, então acho que isso dificulta esse processo de se utilizar as
tecnologias.”
“Tem aluno que não tem celular, inclusive eu trabalhei com muitos alunos que não tinha
celular, porque não tinha condições em ter um e que geralmente na sua casa tinha o celular
só da mãe que ele mexia de vez em quando.”
Essa realidade ainda condiz com muitas, mesmo com o avanço e a aceitação da tecnologia,
visto que, ainda há muitas situações em que as metodologias levadas para sala de aula não
permitem serem exploradas, uma vez que, a realidade da turma não condiz com a interação
tecnológica, bem como os recursos escassos das redes de ensino, obrigando indiretamente que o
professor realize adaptações para que o conteúdo seja passado.
35
Ainda assim, o uso das TDICs quando possível, possibilita que as aulas práticas possuam
uma nova performance, principalmente quando a escola não disponibiliza de presença de
laboratórios. Voltado a isso, foram perguntados se na instituição que lecionam, se haviam
laboratórios ou salas interativas para o desenvolvimento das aulas práticas. A professora H relata
que:
“A escola que estou não tem laboratório, as que eu conheço aqui não tem. Então, os
professores eles levam é para sala de aula mesmo. Quem tem um microscópio é uma
professora. Eu entrei em contato aqui quando cheguei, eu vi que a aula dela era bem
diferenciada, ela disse que tinha comprado com recursos próprios e que esse que ela usava,
ela levava as reações, as coisas para sala de aula, os equipamentos, os utensílios. Era assim
que ela fazia, inclusive ela ficou bem famosa aqui. Então fora ela, os outros também que
eu vi, que eu presenciei foram nessas situações, eles levam imagens pra sala de aula,
montam ali na mesa e os alunos participam daquela aula prática.”
Portanto, é necessária uma breve análise no que cerne a métodos que proporcione ao aluno
a curiosidade em aprender, a disposição em participar ativamente da aula e ainda a possibilidade
e a concretização do desenvolvimento do seu senso crítico, investigativo e reflexivo (DE SOUZA,
DE GODOY DALCOLLE, 2007).
Por fim, no que tange ao tópico em questão, foi investigado ainda nas entrevistas quais
conteúdos eles possuíam mais dificuldade em encontrar ferramentas para as aulas práticas e a
professora H, relatou que:
iPhone, pois alguns simuladores têm aqui, outros não tem no Android. Então pensei “tenho
que ver qual tem nos dois, para ninguém ficar de fora”, e esse em específico eu não vi no
Android, só vi no iPhone, então não daria para usar. Então, eu procurei algum disponível
na internet, mas não achei também, aí tive que fazer esquema.”
“A parte de citologia ela é mais complicada, as aulas de botânica também. Então, o que eu
fazia: uso parte da escola, a parte do jardim para mostrar para eles a diferença, né? Mas a
citologia é mais complicada, eu não sei se torna mais complicado o fato de que eles estão
chegando do 9º ano, um pouco imaturos, pegam muitos termos diferentes e para explicar
os fenômenos, como diacinese, por exemplo, eles não conseguem compreender facilmente.
Aí é complicado essa parte de fazer realmente uma prática.”
peixes, a receptividade foi de alta relevância: “Nossa, eles gostaram. Ficaram maravilhados no
primeiro momento”. Ainda complementando, ela menciona:
“A experiência foi muito boa, eu acredito que ela é muito válida porque ele fixa melhor o
conteúdo, eu percebi isso. Ele vai lembrar daquela imagem, ele vai lembrar do processo
que você está fazendo ali e você passando o link para ele repetir em casa pode ajudar a
realizar uma atividade, por exemplo, pelo celular.”
É essa a proposta e a intenção dos simuladores virtuais, que eles possam despertar a
atenção e que possa proporcionar ao alunado a experiência de adentrar em um universo novo
repleto de novas experiências e que seja uma ferramenta de fácil acesso por ambas as partes,
aluno e professor, além de fortalecer as relações entre as partes envolvidas. O professor E ainda
evidencia em uma de suas falas que utilizou dois simuladores em suas aulas, um voltado para
fontes energéticas e outro voltado para temperatura e calor:
“Nas duas situações que eu usei, o pessoal gostou bastante, foi algo mais expositivo, porque
foi eu que fui operando, não deixa de ser expositivo, mas eles gostaram muito e
conseguiram compreender e acharam interessante. Porque na verdade, a turma que levei
era uma turma com baixa interação e já levei os simuladores como forma de testar se
haviam mudanças. Assim, houve interação melhor que nas aulas tradicionais? Houve. Eles
mostraram mais curiosidade com aquele simulador do que na aula comum.”
que eles ficam mexendo, o aluno vai vendo como é que acontece, né?”
“Olha, os simuladores hoje em dia já é mais fácil de se encontrar, porque tem mais do que
antes, né? Se você for comparar com o antes, hoje em dia é mais fácil. Mas eu ainda acho
que não é tão fácil assim de encontrar. A depender do conteúdo que você vai trabalhar eu
não acho que seja tão fácil assim.”
Em uma breve análise do que foi mencionado pelo professor E, é possível realizar alguns
questionamentos: até que ponto a tecnologia pode proporcionar acessibilidade a todos? Há
limitações que, por sua vez, tornam todos os processos demasiados demais para que a troca de
experiências no sentido educacional fique em desvantagem, como o uso dos simuladores? Eles
são de fato chaves primordiais na construção de uma aula mais pautada na versatilidade?
“Tinha um conteúdo que eu queria levar o simulador para ficar mais fácil para os alunos
visualizarem, que era um voltado para mostrar a estrutura do olho, só que não encontrei.
As vezes deve ter, eu que não soube procurar direito, porque tem que ter os termos certos,
tem que ter meio que a ‘manha’ de saber como é que acha esses simuladores, né? É porque
também existem os simuladores que a maioria é em língua estrangeira e acho que isso
dificulta um pouquinho. Essa é uma dificuldade em aplicar com os alunos também. A gente
precisa ficar traduzindo, às vezes a gente precisa dizer o que significa cada coisa. Quem
não tem assim, o domínio da língua estrangeira como eu, tem que ficar traduzindo. Então,
eu acho que também é uma dificuldade de usar os simuladores. Seria interessante que
tivessem simuladores brasileiros, né? Para facilitar o processo.”
“Já pesquisei algumas vezes, e eu tive algumas dificuldades em encontrar, mas o meu
tempo é muito corrido. A escola que estou tem 13 horas de planejamento e eu sou honrada
com 40 horas aulas e um terço da minha carga horária para planejamento, ou seja, tenho
vinte e sete horas em sala e treze horas para planejamento. Já na particular, eu não tenho
isso. Então, as vezes eu acabo trazendo muita coisa pra casa.”
Essas são realidades que acabam dificultando todos os processos: indisponibilidade dos
simuladores brasileiros e falta de tempo. Mas é preciso observar que o desenvolvimento desses
jogos interativos, como os simuladores, necessita-se fortemente de subsídios com alta
participação para que tudo venha a funcionar. É como Savi; Ulbricht,2008 menciona em seu
trabalho que avaliava os benefícios e desafios dos jogos:
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Analisando o que foi explanado pelos professores durante as entrevistas, foi possível
trilhar e compreender sobre as limitações e os benefícios que as tecnologias associadas aos
40
simuladores possibilitam. Foi perceptível que a interação dos alunos em sala quando utilizados
os simuladores, foi de alto engajamento. Entretanto, ainda foi possível observar mediante
posicionamento dos professores que os recursos limitados dentro da temática gamificação
dificultam indiretamente o uso em sala de aula, já que a ausência da internet, a falta de
simuladores nacionais, falta de tempo, de recursos e o limitado conhecimento por parte dos
docentes, torna o processo mais lento.
REFERÊNCIAS
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Moreira, A. (2004). O papel da supervisão numa pedagogia para a autonomia. Atas do 2º encontro
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OLIVEIRA, Breynner Ricardo; COELHO, Jianne Ines Fialho; VIEIRA, Márcia Freitas. Limites e
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SAVI, Rafael; ULBRICHT, Vania Ribas. Jogos digitais educacionais: benefícios e desafios.
Renote, v. 6, n. 1, 2008.
1) Gênero:
( ) Feminino
( ) Masculino
( ) 6º ano
( ) 7º ano
( ) 8º ano
( ) 9º ano
( ) 1º ano E.M
( ) 2 ano E.M
( ) 3º ano E.M
( ) Sim
46
( ) Não
10) Você enquanto professor(a), já ouviu falar dos simuladores virtuais no ensino
de Biologia?
( ) Sim
( ) Não
( ) Sei superficialmente, mas nunca aprofundei o conhecimento.
12) Você aceitaria o desafio de participar de uma breve entrevista agendada (via
google meet) para discutir sobre o uso dos simuladores virtuais e assim
contribuir com a pesquisa?
( ) Sim, adoraria!
( ) Não
13) Deixe aqui o seu contato de e-mail e telefone para agendarmos um melhor
horário e dia para realização da entrevista virtual.
47
1) Você enquanto professor(a), desde o início da carreira em sala de aula, já sentiu dificuldade
com uso das tecnologias digitais? Em qual aspecto?
2) A escola que você atua, possibilita a utilização de laboratórios ou até mesmo salas interativas
para que você possa desenvolver atividades práticas?
3) Com relação aos simuladores, já teve alguma experiência enriquecedora que possa
compartilhar?
5) Quais conteúdos que você sente maior dificuldade em encontrar ferramentas para as aulas
práticas?