Gestão Democrática Das Escolas
Gestão Democrática Das Escolas
Gestão Democrática Das Escolas
perto os matizes teóricos da democracia e das suas distintas teorias, bem como as
Não deixa de ser deveras interessante verificar como a sua complexidade foi
inicialmente reduzida ao diploma legal “mais curto e genérico da história da produção
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legislativa sobre governo e gestão das escolas” (Lima, 2009, p.228). Com efeito, é o
Decreto-Lei 221/74, publicado um mês após a Revolução de 25 de abril de 1974, que
está na génese da gestão democrática das escolas, inscrevendo logo no seu Artigo 1.º
um dos princípios básicos da Democracia: a eleição democrática dos seus órgãos de
gestão, de forma a que representem toda a comunidade escolar.
Na verdade, o que parecia simples ao início e de fácil aplicação, revelou-se algo
complexo, acabando por nunca se conseguir aplicar na sua plenitude. Isto porque, como
refere Lima (2014), o que é realmente importante na gestão democrática é “a
democratização dos poderes educativos através do exercício da tomada de decisões nas
escolas” (p.1074). Desta forma, a gestão democrática não pode reduzir-se à simples
eleição democrática dos seus órgãos de gestão, ela deve assegurar através de um
pensamento e realização coletiva, que os diferentes intervenientes possam efetivamente
participar na tomada de decisões.
Como afirma Gracindo (2007, 2009), “a gestão democrática se constitui, ao
mesmo tempo, em objetivo e percurso da educação escolar” (p.144). Ela “requer a
descentralização do poder, muitas vezes concentrado nas mãos do gestor. A verdadeira
participação só é possível num clima democrático, tornando-se condição para a gestão
democrática, uma não é possível sem a outra” (p.137).