Nhamangua

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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA

FACULDADE DE AGRICULTURA
CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL

Protocolo de Monografia

Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva


Nacional de Pomene

Autor: Herménio Benedito Nhamangua

Tutor: Eng. Severino José Macôo

Co-tutor: dr. Arão Raimundo Finiasse (Msc)

Lionde, Julho de 2019


INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA

Protocolo de investigação sobre Caracterização Silvicultural e Mapeamento da


Vegetação na Reserva Nacional de Pomene, apresentado ao curso de engenharia
florestal na Divisão de agricultura do Instituto Superior Politécnico de Gaza, como
requisito para o início de actividades de investigação no âmbito de trabalho de
culminação do curso em forma de monografia em Engenharia Florestal.

Tutor: Eng. Severino José Macôo

Co-tutor: Dr. Arão Raimundo Finiasse (Mcs)

Lionde, Julho de 2019


INDICE

INDICE..............................................................................................................................3

INDICE DE TABELAS.....................................................................................................I

INDICE DE FIGURAS....................................................................................................II

LISTA DE ABREVIATURAS........................................................................................III

RESUMO........................................................................................................................IV

ANTECEDENTES DA INVESTIGAÇÃO......................................................................V

1. INTRODUÇÃO.............................................................................................................1

1.1. Problema de estudo e justificativa......................................................................2

1.2. Objectivos.......................................................................................................3

1.2.1. Geral............................................................................................................3

1.2.2. Específicos...................................................................................................3

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA...................................................................................4

2.1.1. Abundância..................................................................................................5

2.1.2. Dominância..................................................................................................5

2.1.3. Frequência...................................................................................................5

2.1.4. Índice de valor de importância (IVI)...........................................................6

2.1.5. Diversidade de espécies..................................................................................6

2.2. Mapeamento da vegetação..................................................................................7

3. METODOLOGIA..........................................................................................................9

3.1. Localização e descrição da área de estudo......................................................9

3.2. Clima.............................................................................................................10

3.3. Topografia e Solos........................................................................................10

3.4. Hidrologia.....................................................................................................10

3.5. Habitats e Vegetação da RNP...........................................................................10


3.5.1. Miombo (denso e aberto)...........................................................................11

3.5.2. Pradaria arbustiva......................................................................................11

3.5.3. Vegetação das dunas..................................................................................11

3.5.4. Vegetação ribeirinha..................................................................................12

3.5.5. Pradaria......................................................................................................12

3.5.6. Mangal.......................................................................................................12

3.6. Materiais...........................................................................................................12

3.7. Métodos............................................................................................................13

3.7.1. Amostragem..............................................................................................13

3.7.2. Colecta dos dados floristicos da componente arbórea...............................14

3.7.3. Colecta de dados do uso dos recursos florestais...............................................14

3.8. Análise de dados...............................................................................................15

3.8.1. Parâmetros fitossociológicos............................................................................15

3.8.1.1. Frequência..............................................................................................15

3.8.1.2. Abundancia............................................................................................16

3.8.1.4. Índice de Valor de Cobertura (IVC)......................................................17

3.8.1.5. Índice de Valor de Importância (IVI)....................................................18

3.8.1.6. Grau de Homogeneidade.......................................................................18

3.8.2. Índice de Diversidade................................................................................18

3.8.4. Posição Sociológica...................................................................................19

3.8.5. Diagrama de Whittaker ou de dominância................................................20

3.9. Mapeamento da vegetação da RNP...............................................................20

3.9.1. Aquisição da imagem.....................................................................................21

3.9.2. Pré-processamento das imagens.....................................................................21

3.9.3. Classificação da imagem................................................................................22

3.9.4. Avaliação da classificação e validação dos resultados..................................22

4. RESULTADOS ESPERADOS................................................................................24
5. CONDIÇÕES DE IMPLEMENTAÇÃO E FACTORES DE RISCO.....................25

6. CRONOGRAMA DE ATIVIDADES.....................................................................26

7. PLANO ORÇAMENTAL........................................................................................27

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................28

ANEXOS............................................................................................................................i
INDICE DE TABELAS

Tabela 1: Cobertura florestal por província em Moçambicana........................................4


Tabela 2: Avaliação do índice de Kappa........................................................................23

Tabela 3: Calendário das


actividades..............................................................................26

Tabela 4: Custos orçamentais.........................................................................................27


Tabela 5: Ficha de campo..................................................................................................i

I
INDICE DE FIGURAS

Figura 1: Mapa da area de estudo (Reserva Nacional de Pomene)..................................9

Figura 2: Forma das unidades amostrais........................................................................14

Figura 3: Esquema-resumo da metodologia a ser


usada.................................................14

II
LISTA DE ABREVIATURAS

IIAM - Instituto de Investigação Agrária de Moçambique;

IVC - Índice de Valor de Cobertura;

IVI - Índice de Valor de Importância;

DNFB - Direcção Nacional de Florestas e Fauna Bravia;

FAO - Fundo das nações unidas para agricultura e alimentação;

DAP - Diâmetro a altura do peito;

GPS - Sistema de Posicionamento Global;

Cm – Centímetros;

DAP - Diâmetro altura do peito;

MITADER - Ministério de Terra Ambiente Desenvolvimento Rural;

ISPG - Instituto Superior Politécnico de Gaza;

RNP – Reserva Nacional de Pomene;

% - Percentagem.

III
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE GAZA

Declaração

Declaro por minha honra que este Protocolo de Trabalho de Culminação do Curso é
resultado da minha investigação pessoal e das orientações dos meus tutores, o seu
conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão devidamente mencionadas no
texto, nas notas e na bibliografia final. Declaro ainda que este trabalho não foi
apresentado em nenhuma outra instituição para propósito semelhante ou obtenção de
qualquer grau académico.

Lionde, _____de Julho de 2019

________________________________________

(Herménio Benedito Nhamangua)


RESUMO

O presente trabalho será realizado na Reserva Nacional de Pomene (RNP), distrito de


Massinga, província de Inhambane, com o objectivo de caracterizar silviculturalmente,
mapear a vegetação. O estudo será baseado numa amostragem aleatória simples, usando
clusters em três habitats. Cada cluster será de 400x200m, e dentro do cluster serão
estabelecidas 4 parcelas de 100x20m e 4 sub-parcelas de 5x5m, onde serão medidos
diametros a altura do peito (DAP) de todos indivíduos arbóreos com diâmetro ≥ 10cm,
no total serão estabelecidas 48 parcelas. Para o mapeamento serão usadas imagens de
satélite do sensor Sentinele_2A, onde serão baixadas imagens satélites de 2018, em cada
cluster estabelecido, serão marcadas coordenadas, após a obtenção de imagens, fazer-se
a correcção das mesmas de modo a garantir melhor identificação dos gradientes. Para
responder os objectivos do estudo será determinada a estrutura horizontal e vertical. A
diversidade florística será avaliada com base no Índice de diversidade de Simpson1-D.
Espera se com este trabalho, identificar e classificar as espécies em grupos ecológicos,
seleccionando aquelas que apresentam características silviculturalmente similares,
identificar a espécie que apresenta maior nível de cobertura florestal na região, conhecer
a posição sociológica que cada espécie apresenta na floresta, sendo assim, de forma
espacial ilustrar.

Palavras-chaves: Vegetação, caracterização silvicultural e mapeamento.

IV
ANTECEDENTES DA INVESTIGAÇÃO

Moçambique é um dos poucos países da África Austral que ainda detém uma
considerável área de florestas nativas e outras formações lenhosas, compostas
principalmente por Miombo, Mecrusse e Mopane (Magalhães, 2017), nesse caso a
fitossociologia é um instrumento bastante importante, pois fornece informações
referentes à abundância de espécies que por sua vez, serão utilizadas para definir
estratégias de conservação (Kamilla et al, 2011).

Estudos fitossociológicos de uma floresta representam o passo inicial para o seu


conhecimento, pois, quando associados à sua dinâmica, pode-se construir uma base
teórica para subsidiar a preservação e o uso de recursos da flora, a conservação de
ecossistemas similares e a recuperação de áreas ou fragmentos florestais degradados,
contribuindo substancialmente para seu maneio (Arruda e Daniel, 2007).

O estabelecimento das áreas protegidas no país verificou-se durante a década de 60 e


princípio da década de 70. No período pôs independência foram criados os parques
nacionais do Limpopo e das Quirimbas, a reserva nacional de Chimanimani e a reserva
parcial Marinha da ponta de Ouro e a coutada de Nicage que incluíram a transformação
da categoria de uma coutada e a reconversão de outras áreas. o país tenta, assim,
responder aos apelos internacionais. O sistema de áreas protegidas ou de conversão de
áreas protegidas de Moçambique, tem uma cobertura que abarca todas as regiões e
biomas que asseguram a sua integridade como uma porção representativa da herança
natural do país (Micoa, 2011).

Segundo inventário feito por Guedes (2004), nas reservas florestais de Maronga,
Morimbane e Zomba, constatou que maioria das espécies em estudo apresentam valores
baixos de abundância e frequência, em que na Reserva de Maronga, por exemplo, cerca
de 82 % do valor da densidade provém de somente 30 % do total de espécies
encontradas e a distribuição de frequência das espécies mostra, que nenhuma espécie
aparece em todas parcelas avaliadas, e a maioria delas (cerca de 85 %) aparece em
menos de 45 % do total de parcelas usadas no levantamento.

Guedes (2004) afirmou que a elevada taxa de mortalidade da regeneração pode estar
associada a queda de folhas do dossel, que por conseguinte dificultam o processo de
germinação de sementes e estabelecimento das plântulas, a competição interespecífica
(com o estrato herbáceo e graminoso) e também com a ocorrência de queimadas, Tendo

V
em conta essa tendência, a necessidade de uma intervenção fitossossiologica,
especialmente no sentido de minimizar os risco das queimadas descontroladas e
controlar a abertura da copa das árvores, com vista, a promover a regeneração natural, o
que poderá, por conseguinte, contribuir para melhor conservação da flora e fauna da
RNP.

VI
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

1. INTRODUÇÃO

Em Moçambique, de acordo com a lei nr10/99 de Florestas e fauna Bravia (Ministério de


Terra Ambiente Desenvolvimento Rural-MITADER, 2015), as zonas de protecção são
classificadas em três categorias, nomeadamente: Parques Nacionais, Reservas Nacionais e
áreas do Uso e Valor Histórico-cultural. Estas áreas são administradas com objectivos que vão
desde a preservação dos recursos no sentindo estrito até a extracção controlada dos recursos
existentes em tais áreas.

Para garantir melhor maneio e conservação dos recursos, é necessário que haja áreas isoladas,
restritas e protegidas. Segundo a Lei n o 10/99 no artigo 1 n o 32 Reserva Nacional é o espaço
territorial que se destina à preservação de certas espécies de flora e fauna raras, endémicas,
ameaçadas ou em vias de extinção, ou que denunciem declínio, e os ecossistemas frágeis.
Havendo necessidade para manter melhor controlo e uso dos recursos florestais, Moçambique
aplica o sistema de áreas de conservação (Nhachungue et al, 2011). Conforme o autor
supracitado, actualmente, existem seis (6) parques nacionais nomeadamente: Parque nacional
de Gorongonza, PN das Querimbas, Arquipelago de Bazaruto, PN de Banhine, PN do Zinave
e PN do Limpopo, e sete (7) reservas, nomeadamente: Maputo, Reserva parcial marinha ponta
de ouro, Pomene, Marromeu, Chimanimani, Gile e Niassa.
Portanto, para garantir o sucesso dos objectivos de conservação (Guedes, 2004), aponta
aspectos como a conservação da biodiversidade, a manutenção dos processos ecológicos, o
uso sustentável dos recursos naturais e distribuição equitativa dos benefícios resultantes desse
com algumas, dentre outras acções consideradas vitais para o alcance de um desenvolvimento
sustentável.

A Reserva Nacional de Pomene (RNP) criado pelo Diploma Legislativo 24/96 de 4 de Julho
de 1964, é a mais pequena área de conservação do país, localiza-se no distrito de Massinga na
província de Inhambane. São desenvolvidas várias actividades dentro da RNP com vista a
garantir a conservação da sua biodiversidade e inclusão participativa das comunidades locais,
o turismo destacou-se como uma das actividades que garante a sustentabilidade da própria
reserva (Macandza et al., 2015).

Sendo assim, o estudo de caracterização fitossociológica de uma floresta é auxiliada pela


avaliação de diversos parâmetros numéricos que expressam a estrutura horizontal da mesma.
Além de informações exclusivamente qualitativas, como a composição florística da
comunidade, os parâmetros quantitativos assumem uma posição importante no estudo de um
ecossistema florestal (Guedes, 2004).

1
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

A Fitossociologia é uma área de conhecimentos com inúmeras interfaces no contexto


científico, neste caso, focando se na área de Engenharia florestal especialmente com as áreas
de maneio, silvicultura e recuperação de áreas degradadas. Por via desses aspectos, objectiva
se caracterizar a silvicultura e mapear a vegetação da Reserva Nacional de Pomene.

1.1. Problema de estudo e justificativa

Moçambique possui cerca de 70% da sua área coberta de florestas e outras formações
lenhosas, dos quais as áreas de conservação estão inclusas, onde 51% são florestas definidas
sendo densas sempre verdes, florestas densas decíduas, florestas abertas, florestas abertas
decíduas e florestas abertas em áreas regularmente inundadas. Os remanescentes 19% são
ocupados de outras formações lenhosas tais como matagais, áreas arbustivas, arbustos em
áreas húmidas, mosaicos de florestas com agricultura itinerante, cobrindo no seu total de 54,8
milhões de hectares (Marzoli, 2007), contudo, apesar deste enorme potencial, o conhecimento
da composição florística, estrutura e crescimento destes ecossistemas é ainda muito limitado,
o que dificulta a elaboração de planos de maneio que visam ao uso sustentável dos recursos
(Bila & Mabjaia, 2012).

As florestas tropicais são caracterizadas por uma diversidade de variações florísticas e


estruturais das comunidades (arbóreas, arbustivas e herbáceas) e para compreender a sua
distribuição, os estudos fitossociológicos são procedimentos adequados que têm contribuído
para caracterizar as comunidades vegetais (Giehl; Budke, 2011), constituindo-se, dessa forma,
em agentes de elevada relevância na compreensão da estrutura dos remanescentes,
fundamentando acções de maneio (Costa Júnior et al., 2008).

A pouca informação sobre a flora da RNP constitui grande desafio para o maneio dos habitats
locais, afectando a resiliência da actividade biológica, assim criando fragilidades no
ecossistema, a sua degradação.

Neste contexto, a caracterização sivicultural e mapeamento irá fornecer indicações sobre a


composição e estrutura da vegetação de cada habitat, designadamente, sobre, as espécies
presentes e o padrão de distribuição espacial das mesmas no terreno, a diversidade de
espécies, o estado de conservação do ecossistema, o comportamento e desenvolvimento futuro
da vegetação, entre outras, que, portanto, são consideradas vitais no auxílio à tomada de
decisão nas actividades de maneio, turismo e a inclusão participativa da comunidade no uso
dos recursos que a reserva apresenta.

2
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

1.2. Objectivos
1.2.1. Geral

 Caracterizar silviculturalmente e mapear a vegetação da Reserva Nacional de Pomene.

1.2.2. Específicos

 Avaliar a estrutura e composição florística da vegetação;


 Mapear os diferentes tipos de vegetação na RNP;
 Indentificar os principais usos dos recursos florestais da RNP pelas comunidades.

3
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Recursos florestais em Moçambique

Com cerca de 800 milhões de m 3 de volume comercial total, Moçambique é um dos poucos
países da África Austral que ainda detém uma considerável área de florestas nativas e outras
formações lenhosas nativas, sendo compostas principalmente por Miombo, Mecrusse e
Mopane (Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural –MITADER 2018).

Cerca de 51% do volume comercial total localiza-se nas áreas florestais não produtivas (áreas
de conservação e áreas de protecção), os restantes 49% localizados nas florestas produtivas,
uma considerável proporção correspondia árvores que não alcançaram o diâmetro mínimo de
corte (DMC).

Tabela 1. Cobertura florestal por província em Moçambicana

Província Total de florestas (ha) Florestas Produtivas (ha) CAA


(m3/ano)
Maputo 425 287 245 696 1 972
Gaza 3 096 817 2 005 474 30 535
Inhambane 2 941 618 2 669 278 98 657
Sofala 2 202 470 861 167 270 425
Manica 1 781 968 936 981 152 211
Zambézia 4 577 842 2 602 919 948526
Tete 3 827 883 2 175 199 120 739
Nampula 1 191 218 837 027 118764
Cabo Delgado 3 758 284 2 028 254 202 844
Niassa 7 890 485 2 854 681 173 520
Total 31 693 872 17 216 677 1 902 599

Fonte: MITADER (2018), adaptado pelo autor.

A província da Zambézia lidera em termos de volume total e volume comercial por unidade
de área, com 138 e 57 m 3/ha, respectivamente, o que seja a provincia que lidera em termos de
CAA, com 948 526 m3/ano. As províncias de Sofala e Niassa ocupam o segundo e o terceiro
lugar, respectivamente. Sendo para quase todas as províncias, 65 a 90% do volume comercial
por unidade de área concentra-se nos indivíduos com DAP <40 cm. As províncias de Sofala,
Zambézia e Cabo Delgado, constituem as excepções. A floresta de miombo é que apresenta
maior volume de corte anual admissivel, com 80% do total ((1 902 599 m3/ano) admissivel
para o corte (MITADER, 2018).

4
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

2.2. Fitossociologia
A fitossociologia é um processo relacionado a métodos de reconhecimento e definição de
comunidades de plantas, do ponto de vista florístico, ecológico, corológico. Informações
sobre fitossociologia podem subsidiar acções na recuperação de áreas degradadas, produção
de sementes e mudas, identificação de espécies ameaçadas, tomadas de decisão sobre acções
de manejo para fins de conservação, dentre muitos outros (Felfili; Venturoli, 2000; Brito et
al., 2007).

2.2.1. Parâmetros fitossociologicos da vegetação

Denominam-se parâmetros fitossociológicos os índices ou indicadores utilizados para


caracterizar a estrutura de uma comunidade vegetal, a partir dos dados colectados em campo.
A estrutura refere-se à disposição, organização e arranjo dos indivíduos dentro da comunidade
vegetal tanto em altura (estrutura vertical) quanto em densidade (estrutura horizontal). Os
principais parâmetros utilizados estão descritos nos pontos a seguir.

2.2.2. Abundância

A abundância mede a participação das espécies de uma comunidade numa determinada área
geográfica, e pode ser expressa em termos absolutos ou relativos. A abundância absoluta é
expressa em termos de número de árvores por hectare, e a abundância relativa responde a
participação de cada espécie em relação ao número total de árvores, e expressa-se em
percentagem considerando o número total de árvores igual a 100%.

2.2.3. Dominância

Dominância é a soma da projecção horizontal de copa de todos indivíduos pertencentes a uma


determinada espécie. Ela é comummente derivada da área basal específica por unidade de
área. A dominância pode ser expressa em termos absolutos ou relativos. A dominância
absoluta resulta do somatório da área basal dos indivíduos pertencentes a uma determinada
espécie, enquanto, a relativa corresponde a participação em percentagem de cada espécie em
relação a soma total das dominâncias absolutas das espécies da área em questão.

2.2.4. Frequência

A frequência expressa a presença ou ausência da espécie nas parcelas de amostragem, e pode


ser determinada em termos absolutos ou relativos. A frequência absoluta expressa-se em
termos de percentagem das parcelas de amostragem na qual uma espécie ocorreu sendo o
número total de parcelas igual a 100%. A frequência relativa expressa-se como resultado da
soma de todas as frequências absolutas das parcelas que se considera iguala 100%.

5
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

2.2.5. Índice de valor de importância (IVI)

A abundância, dominância e frequência são parâmetros que demonstram aspectos importantes


da população, todavia, fornecem apenas indicações parciais sobre a estrutura horizontal das
espécies de um determinado sítio. Uma visão geral da estrutura horizontal das espécies
obtém-se através do IVI, que, se obtém somando para cada espécie os valores de abundância,
dominância, frequência em termos relativos. Com base neste índice é possível comparar
“pesos ecológicos” das espécies de um determinado sitio. Assim, valores similares de IVI das
principais espécies podem indicar uma semelhança de comunidades quanto a composição e
estrutura horizontal (Hosakawa, 1986).

2.2.6. Diversidade de espécies

A diversidade de espécie envolve o conhecimento da riqueza e da abundância das espécies no


local. Riqueza é o número de espécies de plantas presentes em uma área. A diversidade é
relativa ao número de espécies e suas abundâncias em uma comunidade ou habitat. Com a
finalidade de fazer distinção entre a diversidade encontrada dentro de uma comunidade e a
diversidade de uma paisagem ou região na qual observa-se uma mistura de habitats (Brower,
et al., 1997), Whittaker sugeriu os seguintes conceitos de diversidade (Magurran, 1988):

Diversidade Alfa é relativa ao número de espécies e suas abundâncias em uma área


determinada ou uma comunidade.

Diversidade Beta é a diversidade entre habitats. Também é chamada de diversidade de


habitats porque evidencia diferenças na composição das espécies entre as diferentes áreas.
Diversidade gama é a diversidade de paisagem que reflecte primariamente processos
evolucionários do que processos ecológicos. Representa o número de espécies e suas
abundâncias em uma determinada região, considerando todas as comunidades presentes.

2.2.7. Índice de Diversidade de Shannon-Wiener (Diversidade alfa)


O índice de diversidade de Shannon (H’) assume que os indivíduos são amostrados de forma
aleatória de uma população infinitamente grande, assumindo também que todas as espécies
estão representadas na amostra. É um índice baseado na abundância proporcional das espécies
na comunidade.

2.2.8. Equabilidade J de Pielou

Equabilidade ou índice de Pielou (J) representa a distribuição do número de indivíduos em


relação às espécies. Varia de 0 a 1,0, sendo que o valor 1,0 representa a situação em que todas

6
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

as espécies possuem a mesma abundância, ou seja, a mesma quantidade de indivíduos (Felfili;


Venturoli, 2000).

2.2.9. Índice de Jaccard – Sj (Diversidade Beta)

O índice de Jaccard é qualitativo, portanto, não considera o número de indivíduos presentes


na amostra e sim a presença e a ausência deles (Filfilli, 2000).

2.3. Mapeamento da vegetação

O mapeamento é definido como uma das principais etapas do inventário, pois, em dias
actuais, onde há crescente exploração e monitoramento dos recursos madeireiros da floresta,
têm aumentado a demanda por mapeamentos da cobertura vegetal, em escalas regionais ou
até mesmo globais (Zanini, et al., 2011).

A importância do mapeamento é então explicada pelas simples e insubstituíveis funções deste


dentro do inventário, uma vez que, através dos mapas obtemos estimativas das dimensões da
área, além de facilitar o planeamento das actividades do inventário, como por exemplo, o
planeamento de amostragem, auxilio na localização dos recursos em estudo, e ainda
possibilitar a estratificação da área e no maneio dos recursos existentes no local (Camara et
al., 1996).

Para uso em inventários florestais, podemos citar como as principais técnicas de mapeamento
de área, a aerofotogrametria, ortofoto e sensoriamento remoto via satélite, importantes
ferramentas que revelam as principais características da área a ser estudada através de
imagens.

A utilização de softwares como, QGis, Google Earth Pro e até mesmo plataformas
disponibilizadas por órgãos ambientais como o IEF e a CETESB, muitas vezes gratuitos,
facilitam a obtenção e a manipulação de imagens e informações, de maneira a se obter um
mapeamento preciso da área de estudo, contendo as informações mais relevantes para o
levantamento desejado (Ponzoni e Shimabukuro, 2010).

2.3.1. Especificações técnicas de Sentinel-2A

O Sentinel-2 é fruto da Agência Espacial Europeia (European Space Agency- ESA) tem 13
bandas espectrais que se estendem do visível (VIS), infravermelho próximo (NIR) até
infravermelho de onda curta (SWIR), com pixéis de 10, 20 e 30 metros de resolução espacial
(SATELLITE IMAGING CORPORATION, 2017). A figura abaixo fornece alguns detalhes
dos recursos que o sensor pode oferecer em suas passagens pelo globo terrestre:

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Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

Figura 2. Resolução espacial versus comprimento de onda do satélite Sentinel 2.

No Sentinel-2, somente a faixa do Visível (VIS) e Infravermelho Próximo (NIR) possibilita


vinte e quatro combinações de bandas que podem realçar ou ocultar um determinado alvo na
paisagem. Para o pixel de 10m do, podemos visualizar a vegetação, alterações antrópicas e
outros elementos naturais e artificiais, tudo isso sem extrapolar o tamanho real da imagem.

8
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

3. METODOLOGIA

3.1. Localização e descrição da área de estudo

O estudo foi realizado na Reserva Nacional de Pomene-RNP, localizada no Distrito de


Massinga. Distrito situado na zona central da província de Inhambane, tendo como limites, a
Sul os Distritos de Funhalouro e Morrumbene, a oeste o Distrito de Funhalouro, a Norte e
Nordeste o Distrito de Vilankulo, e a Este o oceano Índico, segundo ilustra a figura 1.

Com uma superfície total de 200 Km 2, a RNP é a mais pequena área de conservação do país,
sendo a última área de conservação a ser criada pelo Governo Colonial Português em
Moçambique, a escassos anos da independência nacional, a Reserva manteve-se desde 1972 à
2008 sem infra-estruturas nem efectiva de gestão.

Fonte: Autor

Figura 1: Mapa da área de estudo (Reserva Nacional de Pomene).

9
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

3.2. Clima

O clima na região da RNP é tropical seco e húmido com precipitação média anual entre os
650 e 750 mm e temperatura média anual de 22,9°C (Macandza, 2015). Esta região apresenta
duas estações distintas (Micoa, 2013).

 Estação quente e chuvosa – De Novembro a Abril. Neste período ocorre cerca de


74% da precipitação anual e Janeiro é o mês mais quente do ano (cerca de 28,6°C de
média).
 Estação fresca e seca – De Maio a Outubro. Médias mensais de precipitação entre 30
mm (Agosto) e 56 mm (Junho), sendo Julho o mês mais frio do ano (cerca de 19,0°C
de média).

3.3. Topografia e Solos

A RNP é constituída por áreas baixas (maioritariamente entre os 0 e 25 m de altura). No geral,


a topografia da reserva é caracterizada por apresentar maiores altitudes ao longo das dunas
costeiras (máximo 125 m), que vai decrescendo em direcção a Oeste, à medida que nos
aproximamos da baixa do Rio Muducha.

A maior parte da RNP é composta por solos arenosos dunares ou pouco adequados para a
agricultura porque têm baixo teor de matéria orgânica e baixa capacidade de retenção de água.
Ao longo da baixa do Rio Muducha (até à Baía de Pomene) os solos são arenosos
hidromórficos e ao longo das dunas o solo é típico de dunas costeiras amareladas (INIA,
1995).

3.4. Hidrologia

Dois pequenos rios ocorrem junto à RNP, o Rio Muducha, que constitui o limite Oeste da
reserva e o Rio das Pedras situado próximo ao limite Sudeste. O Rio Muducha desagua na
baía de Pomene que constitui um estuário de grande importância em termos de biodiversidade
e que possui extensas manchas de mangal. O Rio das Pedras percorre os seus últimos cerca de
4 km paralelo à costa, por detrás da duna primária, e desagua no oceano Indico junto ao limite
Sudeste da RNP. E composta por algumas lagoas dependentes de chuvas localizadas nas
baixas das dunas.

3.5. Habitats e Vegetação da RNP

De acordo com o mapa de uso e cobertura de terra produzido pela MITADER (figura 2), a
RNP é abrangida principalmente por brenhas costeiras e florestas de dunas recentes (unidade
14b). No entanto, fazendo o mapeamento a uma escala menor (escala de 1:100000),

10
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

Macandza et al., (2015), no recente estudo das condições ecológicas e socioeconómicas da


RNP, identificaram seis tipos principais de vegetação. As características destes tipos de
vegetação são apresentadas nos pontos a seguir.

Figura 2. Uso e cobertura de terra da Reserva Nacional de Pomene


Fonte: MITADER (2016)

3.5.1. Miombo (denso e aberto)

Este é o tipo de vegetação predominante na RNP com uma extensão actual de cerca de 1.937
hectares (cerca de 38% da reserva). O miombo não é muito alto (arbustos e árvores com altura
máxima de 8 m) e com diâmetro máximo à altura do peito de 20 cm. Ocorrem extensas áreas
em regeneração (floresta secundária) em áreas que foram desbravadas para agricultura de
subsistência, (Macandza 2015).

3.5.2. Pradaria arbustiva

É o segundo tipo de vegetação predominante com uma extensão actual de cerca de 1.493 ha
(29,5% da RNP), nesta, não existem fontes de água/bebedores.

3.5.3. Vegetação das dunas

Tem uma extensão de cerca de 856 ha (17% da RNP) praticamente natural, salvo em áreas
pequenas onde se encontra o farol, casas de férias e acampamentos de pescadores. Este tipo de

11
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

vegetação pode ser subdividido em três componentes distribuídas da seguinte forma da linha
da costa para o interior (direcção Este-Oeste):

a) Vegetação pioneira: Nas bermas da praia;


b) Brenha costeira: Na duna frontal, é muito densa e a vegetação arbórea e arbustiva;
c) Floresta de miombo: Cobre a duna posterior (na transição para a pradaria arbustiva).
Neste tipo de vegetação o estrato herbáceo é praticamente inexistente (ocorre apenas
nas clareiras), ocorrem espécies exóticas como as casuarinas e não existem fontes de
água.

3.5.4. Vegetação ribeirinha

Ocorre ao longo dos cursos de água (Rio Muducha e lagoas) e é composta por gramíneas altas
dominadas por caniço (Phragmites mauritianus) e (Coix lacryma), seguido por várias
espécies do género Cyperus. Para além destas espécies da família Poaceae, também ocorre a
espécie Oldenlandia corymbosa pertencente à família Rubiaceae.

3.5.5. Pradaria

Localiza-se nas margens dos cursos de água. Para além do caniço e Cyperus spp., são
encontradas várias espécies de gramíneas tais como Dichantium sp. e Imperata cilíndrica.
Nas margens do rio ocorrem árvores de grande porte (cerca de 20 m). O graminal se mantém
verde durante maior parte do ano.

3.5.6. Mangal

Ocorre em cerca de 157 ha (3% da RNP) ao longo do rio Muducha e na Baía de Pomene.
Aqui ocorrem várias espécies de mangal, e as mesmas têm 4-8m de altura e diâmetro de cerca
de 10cm.

3.6. Materiais

Para o trabalho serão usados seguintes materiais:

 GPS – Para a marcação das coordenadas e localização dos pontos das parcelas;

 Suta – para a medição do diâmetro a altura do peito das árvores (DAP);

 Fita métrica – para a medição das parcelas;

 Software Envi 5.3 – para o tratamento da imagem


 ArcGIS 10.2 – para a produção do mapa final
 Imagem do Sensor Sentinel-2

 Cordas – para auxílio na demarcação das parcelas;

12
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

 Hipsómetro – para medição das alturas;


 Prensa - Para recolha de amostras de espécies não identificadas no campo;

 Máquina fotográfica;

 Kit para primeiros socorros;

3.7. Métodos

3.7.1. Amostragem

Segundo MITADER (2016), a RNP é composta por 4 tipos de vegetação nomeadamente:


Miombo (denso e aberto), pradaria e mangal, sendo as pradarias habitats que apresentam
pouca densidade, diversidade e distribuição de espécies arbóreas, as gramíneas, face a esse
fato, não foi incluído esse habitat na colecta de dados para a determinação dos parâmetros
fitossociologicos.

Foram estabelecidos 4 clusters por habitat (miombo denso, miombo aberto e mangal)
totalizando 12, usando amostragem sistemática com início aleatória. Cada cluster no miombo
denso e aberto teve tamanho de 400x400m, e dentro de cada cluster estabeleceu-se 4 parcelas
de 100x20m o correspondente a 0.2ha de área amostrada por parcela. Na vegetação de mangal
estabeleceu-se clusters de 100x100m, assim como nos outros dois habitats foram
estabelecidas 4 parcelas por cluster de 20x10m.

Dentro de uma das parcelas em cada cluster foram estabelecidas duas sub-parcelas sendo uma
de 10x10m onde dentro desta foi estabelecida uma outra de 5x5m, isso para os dois habitats
de miombo, por tanto, para o mangal as sub-parcelas foram de 5x5m e 1x1m. Nas sub-
parcelas de 10x10 e 5x5m obteve-se dados referentes à regeneração estabelecida, nas de
5x5m e 1x1m os da regeneração não estabelecida. Onde foi considerada regeneração
estabelecida todos indivíduos com DAP ≥ 5cm, até < 10 cm e regeneração não estabelecida
aos indivíduos com DAP < 5cm segundo ilustra a figura 2.

13
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

Figura 2: Forma das unidades amostrais

3.7.2. Colecta dos dados floristicos da componente arbórea

Nas parcelas de 100x20m, foram identificados e medidos todos indivíduos da classe arbórea
vivos com diâmetro a altura de peito (DAP) com suta para todos indivíduos com diâmetro
≥10cm, e para os mesmos indivíduos mediu-se as alturas comerciais e totais usando metodo
de estimativas. Para os indivíduos cuja identificação não foi feita no campo, foram colhidas
amostras (folhas) para auxiliar a sua posterior identificação.

3.7.3. Colecta dos dados da regeneração

Nas sub-parcelas de 10x10m e 5x5m, foram colectados dados referentes ao DAP e altura de
todos indivíduos com diâmetro ≥5cm e <10cm, bem como a identificação dos mesmos pelo
nome local e/ou científico. Por fim foram contabilizados e identificados todos os indivíduos
com diâmetro <5cm, dentro das sub-parcelas de 5x5m e 1x1m.

3.7.3. Colecta de dados do uso dos recursos florestais

Foi feita entrevista junto as comunidades residentes dentro da RNP, com o objectivo de saber
como é feito o uso e a gestão dos recursos, para o efeito foi usada a ficha de questionário
ilustrada no (anexo 2).

3.8. Análise de dados

3.8.1. Parâmetros fitossociológicos

Para a componente arborea, foram analisados os seguintes parâmetros fitossociologicos:

14
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

 Parâmetros da estrutura: a frequência absoluta (Fa) e relativa (Fr), densidade absoluta e


(Da) e relativa (Dr), dominância absoluta (DoA) e relativa (DoR), índice de valor de
importância (IVI).
 Parâmetros de composição: a diversidade florística foi avaliada pelo cálculo do Índice de
diversidade de Shannon-Weaver (H’) e a similaridade (índice de Jaccard).

Para a análise da estrutura fitossociológica da regeneração natural foram utilizados os


seguintes parâmetros: densidades, frequências e dominâncias (absoluta e relativa) e valor de
importância isso para a regeneração estabelecida, no caso da não estabelecida não foi
determinada a dominância pois esses indivíduos não foram medidos o seu DAP. Também foi
calculada a diversidade, pelo Índice de Shannon e a distribuição dos diâmetros por tamanho
de indivíduos para os dois tipos de regeneração.

3.8.1.1. Frequência

A frequência expressa a presença ou ausência da espécie nas parcelas de amostragem, a


mesma será determinada em termos absolutos ou relativos. Frequência absoluta (FA) indica a
proporção de ocorrência de uma espécie em uma determinada área, a mesma foi determinada
através da relação entre o número de parcelas com ocorrência da espécie i pelo total das
parcelas amostradas, como observado na fórmula 1.

pi
Fa= ×100 Formula (1)
TP

Onde:

Fa= frequência absoluta

Pi = número de parcelas (unidades amostrais) com ocorrência da espécie i.

TP = número total de parcelas (unidades amostrais) na amostra.

A frequência relativa será dada pela razão da frequência absoluta da espécie i, pelo somatório
das frequências absolutas de todas as espécies.

Fai
Fr= ×100 (Formula 2)
∑ Fa
Onde:

Fr= frequência relativa da espécie considerada

Fai= frequência absoluta da espécie considerada

ΣFa= somatório da frequência absoluta de todas as espécies.


15
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

3.8.1.2. Abundancia

A abundância mede a participação das espécies de uma comunidade numa determinada área
geográfica, a mesma será expressa em termos absolutos ou relativos. Abundância absoluta vai
expressar em termos de números totais de indivíduos pertencentes a uma dada espécie por
hectare. No entanto a abundancia absoluta será obtida através divisão do número de
indivíduos de espécie i pela área total amostral (formula 3).

Aabs= ¿
Áreaamostral
(Formula 3)

Onde:

Aabs= abundancia absoluta;

n= número de indivíduos de uma espécie i.

A abundancia relativa será determinada através da razão da abundancia absoluta da espécie i


pelo número total de indivíduos observados, amesma expressa a percentagem de cada espécie
em relação ao número total de indivíduos considerando o número de indivíduo total igual a
100%.

Abr= ¿ ×100 (Formula 4)


N

Onde:

Dr= abundancia relativa da espécie i;

ni = número de indivíduos de uma determinada espécie.

N = número total de indivíduos amostrados.

3.8.1.3. Dominância

A dominância será estimada através do somatório das áreas basais de uma determinada
espécie (gi) dividida pela área amostral, a mesma será calculada em termos absolutas ou
relativos. Absoluta é dada pelo somatório das áreas basais de todos os indivíduos (formula 5).

gi
DoA= ×100 (Formula 5)
Areaamostral

Onde: gi= área basal de uma determinada espécie (m2)

DoA= Dominância absoluta

16
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

π × DAP ²
gi¿ (Formula 6)
4

Onde:

DAP= Diâmetro a altura do peito (m)

A Dominância Relativa (DoR) representara a percentagem da área basal de uma determinada


espécie (gi) em relação a área basal de todas as espécies amostradas (G), o somatório das
áreas basais individuais), ambas calculadas por unidade de área (ha).

DoR= ( Gg/ha
/ha )
×100 (Formula 7)

Onde:

gi= área basal de uma determinada espécie (m2)

G = somatório da área basal de todas as espécies (m2).

3.8.1.4. Índice de Valor de Cobertura (IVC)

Este valor associa a estrutura horizontal da floresta, indicando nos qual a participação das
espécies na floresta no que diz respeito a cobertura, ou seja, permite identificar quais as
espécies têm maior cobertura na floresta. Ele é obtido através da adição dos parâmetros
relativos da abudancia e dominância.

IVC= Abr+ DoR (Formula 8)

Onde:

Abr = abudancia relativa

DoR = Dominância relativa

3.8.1.5. Índice de Valor de Importância (IVI)

É o índice que caracteriza a importância de cada espécie na comunidade (sob a perspectiva


horizontal), reunindo os critérios de análise dos três parâmetros (Dr, Fr, DoR), ou seja, é dado
através da soma da abundância, da frequência e da dominância relativas de cada espécie da
associação vegetal Segundo a formula 9.

IVI =Fr + Abr + DoR (Formula 9)

Onde:

Abr = Abundancia relativa

17
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

Fr = Frequência relativa

Dor = Dominância relativa

3.8.1.6. Grau de Homogeneidade

O grau de homogeneidade é um índice fitossociológico criado para exprimir a homogeneidade


de uma associação vegetal ou florestal, onde quanto mais próximo de 1 (um) for o valor
obtido, mais homogénea será a floresta.

H=(( x− y)× n)/ N (Formula 10)

Onde:

H = Grau de homogeneidade

X = Número de espécies com 80 a 100% de frequência relativa

Y = Número de espécies com 0 a 20% de frequência relativa

n = Número total de espécie

N = Número de classes de frequência, nesse caso 5.

3.8.2. Índice de Diversidade

Para a determinação da diversidade, será usado índice de Shannon, o mesmo será determinado
por habitat tendo como parâmetro base os indivíduos de cada espécie.

()
s
ni ni
H =−∑
i
ln
i=l N N
(Formula 11)

Onde:

H’= índice de diversidade específica de Shannon-Wiener; s = número de táxons; n i = número


de indivíduos do táxon i e N = número total de indivíduos
E= coeficiente de equitabilidade do índice de Shannon-Wiener;
ln = logarítimo neperiano.
3.8.3. Coeficientes de similaridades entre habitats

A similaridade entre os habitats será calculada por meio do coeficiente de similaridade de


Jaccard, que considera a variação entre o número de espécies comuns e o total das espécies
encontradas nas duas comunidades que se está comparando, onde se todas a espécies são
comuns a "A" e "B" temos coeficientes de similaridades igual a 1 e quando não existem
espécies comuns no "A" e "B", temos coeficientes de similaridades igual a 0, (formula 12).

18
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

a
CJ = (Formula 12)
a+b+ c

Onde:

Cj= Coeficientes de similaridades

a = número de espécies comuns às 2 comunidades.

b= número de espécies exclusivas à comunidade A.

c = número de espécies exclusivas à comunidade B.

3.8.4. Posição Sociológica

A determinação da distribuição das árvores nos diversos estratos da floresta será feita através
da frequência relativa das alturas, o procedimento consistira primeiramente em determinar-se
a percentagem da frequência das alturas de todas as árvores encontradas na floresta. Através
das percentagens acumuladas serão definidos os três estratos (inferior, médio e superior),
através do critério de que cada estrato deve abranger 1/3 das alturas encontradas, sendo:

 O limite entre o estrato baixo e médio corresponde a 33,33% da frequência


acumulada;
 A altura que corresponder a 66,66% da frequência acumulada, é o limite entre o
estrato médio e o superior.

Determinado os estratos, seguira o cálculo do valor fitossociológico dos estratos que será dada
pela relação entre o numero de arvores que fazem parte do estrato e o numero total de arvores
(Formula 13). Depôs usando a fórmula 13 será determinada a posição sociológica absoluta e
relativa.
0
n AE i
VF= (Formula 13)
T AE1 +n

Onde:

VF= valor fitossociológico;

n0AEi= número de árvores em um determinado estrato.

TAEi+n= total de árvores em todos os estratos

A posição sociológica absoluta por espécie (PSabs) será obtida através dos somatórios das
multiplicações dos valores fitossociológicos de cada estrato para uma determinada espécie
pelo número de indivíduos de cada estrato para uma determinada espécie.

19
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

PSa bi=( VF 1 × n1 ) + ( VF 2 × n2 ) + ( VF3 ×n 3 ) (Formula 14)

Onde:

Psabi= posição sociológica absoluta de uma determinada espécie

VFn = valor fitossociológico de cada estrato para uma determinada espécie

n = número de indivíduos de cada estrato para uma determinada espécie

A posição sociológica relativa também será calculada usando os mesmos passos que os outros
parâmetros relativos destacados nos pontos anteriores. A percentagem da posição sociológica
da espécie, em relação a soma total da posição sociológica absoluta.

PSabi
PSr¿
∑ PSabs
(Formula 15)

Onde:
Psabi= posição sociológica absoluta de uma determinada espécie

∑ PSabs = Posição sociológica absoluta total.


3.8.5. Diagrama de Whittaker ou de dominância

A medida de Whittaker tem o objectivo de avaliar o quanto a composição de espécies muda


ao longo de um gradiente ou transepto (unidade amostral). Será obtida pela fórmula:

βw= ( αS )−1 (Formula 16)

Onde: βw = medida de Whitaker; S = número total de espécies; α = número médio de espécies


por unidade amostral.

3.9. Mapeamento da vegetação da RNP

O mapeamento da vegetação será feito no Envi 5.3, seguindo as seguintes etapas:

1. Aquisição da imagem sensor Sentinel-2 da RNP.

2. Pré-processamento das imagens

 Correcção geométrica
 Correcção radiométrica

3. Classificação da imagem

 Classificação não supervisionada

20
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

 Classificação supervisionada

4. Avaliação da classificação e validação dos resultados

3.9.1. Aquisição da imagem

A primeira etapa do mapeamento será a aquisição das imagens do satélite Sentinel-2A da área
de estudo do ano 2019, as mesmas serão adquiridas site da Global Visualization Viewer-
USGS (http://earthexplorer.usgs.gov/). Para o efeito será usada uma grade de imagens do
sensor codificada fornecida no site, para a localização da imagem do sensor que cobre a área
de estudo.

3.9.2.Delimitação da região de interesse

Como a área da RNP será uma parte da imagem do sensor a ser adquirida, irá se fazer o
redimensionamento da mesma com propósito de obter uma imagem final que represente a
área de interesse, para o efeito será efectuada a intercessão da imagem baixada e o vector da
RNP (disponível no site Biofund) no software 5.3.

3.9.2. Pré-processamento das imagens

O pré-processamento ira consistir basicamente na correcção atmosférica e geométrica das


imagens, com o objectivo de corrigir as feições que posam ser encontradas na imagem a ser
adquirida, o processo será feito como auxílio do software Envi 5.3.

3.9.2.1. Correcção geométrica

A correcção geométrica será realizada pela técnica polinomial, a partir de pontos de controlo
a serem obtidos no campo (coordenadas) com GPS durante a colecta de dados, e correcção
atmosférica será feita pela técnica do mínimo histograma, onde vai se subtrair de cada pixel
de cada banda espectral de toda a imagem, o menor valor medido nestas áreas.

3.9.2.2. Correcção radiométrica

Essa etapa ira consistir na rectificação de erros ligados a calibração inadequada do sensor,
defeitos no registo e a interacção com a atmosfera, essas correcções serão feitas como dito
anteriormente a partir do software Envi 5.3.

3.9.3. Classificação da imagem

A imagem será submetida numa primeira fase a uma classificação não supervisionada através
classificador ISODATA, que consistira no agrupamento das classes segundo as suas
tonalidades. Após a classificação não supervisionada, será feita a segunda classificação nesse
caso a supervisada, que antes será antecedida pela inda ao campo (Reserva Nacional de

21
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

Pomene) como objectivo de verificar a distribuição das classes criadas na classificação não
supervisionada, por tanto na classificação supervisionada será usado o algoritmo Maxver ou
seja, máxima verossimilhança visto que esse algoritmo utiliza métodos probabilísticos para a
classificação de imagem.

Na primeira fase da classificação (não Supervisionada) as classes de vegetação ou cobertura,


serão definidas de acordo com o mapa de uso e cobertura de terra produzido em 2016 pela
MITADER que consta no plano de maneio da RNP, a alteração ou não das classes ira
depender do que será constatado na ida ao campo na segunda classificação.

No geral a classificação vai consistir em associar os pixéis da imagem com tonalidades iguais
às classes indivíduas que representem os objectos no mundo real, nesse caso a vegetação
existente na RNP.

3.9.4. Avaliação da classificação e validação dos resultados

A validação dos resultados far-se-á com uma nova ida ao campo, em que vai consistir na
confirmação das classes de cobertura de terra produzidas na classificação supervisionada
(verdades do campo) usando coordenadas pré-estabelecidas, bem como identificar
costumeiras da região.

Logo a seguir será determinado o Índice de Kappa, que segundo CONGALTON (1991) é um
coeficiente baseado na diferença entre a concordância observada (diagonal principal da matriz
de confusão com a concordância entre a classificação e os dados de referência) e a chance de
concordância entre os dados de referência de uma classificação aleatória (produto entre os
totais marginais da matriz). A equação que fornece o valor de Kappa é apresentada a seguir:

N∗∑ di−∑(∑ l ( i )∗∑ c ( i ))


k=
N 2−∑ (∑ l ( i )∗∑ c ( i ) )
(Formula 17)

Onde: N= é número de pixéis de verificação

M= é número de classes

A avaliação do índice de Kappa será feita segundo Landis e Koch (1977) e Moreira (2001),
conforme descrito na tabela a seguir.

Tabela 2: Avaliação do índice de Kappa.

Índice Kappa Avaliação da classificação


<0 Muito Mau
0<k≤0.2 Mau

22
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

0.2<k≤0.4 Razoável
0.4<k≤0.6 Bom
0.6<k≤0.8 Muito Bom
0.8<k≤1 Excelente

4. RESULTADOS E DISCUSSOES

Parâmetros fitossociológicos

Miombo Denso

Fequencias

A espécie que apresentou maior frequência de indivíduos por unidade amostral foi de
Brachystegia spiciformis com cerca de 25.4 % de indivíduos e as especies aqui apresentaram
menor frequencia de indivíduos foram Tilhazua, Abarema jupunba e Dialium schlechteri com
1,59 %

Densidade

A Julbernardia globiflora foi a espécie que apresentou maior densidade de indivíduos com
43.56% apesar de ter apresentado menor número de indivíduos em relação a Brachystegia
spiciformis, e a especie que apresentou menor densidade de individuos foi de Abarema
jupunba, com 0.11%.

Dominância

A Julbernardia globiflora foi a especie que apresentou maior dominância, com 29,49%,
sendo a Abarema jupunba a especie com menor densidade, com 0,33%.

Índice de valor de importância (IVI)

A Julbernardia globiflora foi a especie que apresentou maior índice de valor de importancia,
com 91,61%,e a especie de Abarema jupunba apresentou menor índice de valor de
importancia com 2.03%.

Nome da Especie fa fr Da Dr Doa Dor IVC IVI


Brachystegia spiciformis 100 25,40 117,19 41,67 6,63 24,55 66,21 91,61
Tilhazua 6,25 1,59 35,00 0,78 0,57 2,12 2,90 4,48

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Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

Balanites maughamii 50,00 12,70 18,75 3,33 1,17 4,33 7,66 20,36
Cleistanthus schlechteri 25,00 6,35 6,25 0,56 0,25 0,91 1,47 7,82
Abarema jupunba 6,25 1,59 5,00 0,11 0,09 0,33 0,44 2,03
Afzelia quanzensis 37,50 9,52 15,00 2,00 0,53 1,94 3,94 13,47
Julbernardia globiflora 68,75 17,46 178,18 43,56 7,96 29,49 73,04 90,50
Strychonos spinose 18,75 4,76 8,33 0,56 0,42 1,57 2,13 6,89
Sclerocarya birrea 18,75 4,76 10,00 0,67 0,90 3,34 4,00 8,77
Strychnos madagascariensis 25,00 6,35 37,50 3,33 2,74 10,14 13,48 19,83
Acacia nigrescensis 18,75 4,76 16,67 1,11 0,96 3,56 4,67 9,43
Albizia versicolor 12,50 3,17 45,00 2,00 3,49 12,92 14,92 18,09
Dialium schlechteri 6,25 1,59 15,00 0,33 1,30 4,81 5,15 6,73
Total 393,75 100 507,87 100 27 100 200 300

Regeneracao de Miombo denso

Frequência

A espécie que apresentou maior frequência de indivíduos por unidade amostral foi de
Jubernardia globiflora com cerca de 57,14% de indivíduos e a especie que apresentou menor
frequencia de indivíduos foi Brachystegia spiciformis com 10,71%

Densidade

A Julbernardia globiflora foi a espécie que apresentou maior densidade de indivíduos com
86,67%, e a espécie que apresentaram menor densidade de indivíduos foram a Abarema
jupunba e Tilhazua com 3,81%.

Dominancia

A Julbernardia globiflora foi a espécie que apresentou maior dominância, com 59,78%,
sendo Strychnos spinosa a espécie com menor densidade, com 9,82%.

Índice de valor de importância (IVI)

A Julbernardia globiflora foi a espécie que apresentou maior índice de valor de importância,
com 203,59%, e a espécie de Tilhazua apresentou menor índice de valor de importância com
29,28%.

Especie fa fr Da Dr Doa Dor IVC IVI


Tilhazua 25 14,29 200 3,81 0,83 11,19 15,00 29,28

24
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

Jubernardia globiflora 100 57,14 1137,5 86,67 4,44 59,78 146,4 203,5
5 9
Strychnos spinosa 31,25 17,86 160 3,81 0,73 9,82 13,63 31,48
Brachystegia spiciformis 18,75 10,71 400 5,71 1,43 19,22 24,93 35,65
Total 175 100 1897,5 100 7,42 100 200 300

Miombo Aberto

Frequência

A espécie que apresentou maior frequência dos indivíduos nas Unidades amostrais foi de
Brachystegia spiciformis com uma frequência de 26.67 %, sendo que a menor frequencia se
observou nas espécies Balanites maughamii, Afzelia quanzensis, Vangueria infausta e
Mbhimbhi todas com uma baixa frequência de 1,67%.

Densidade

A especie de Brachystegia spiciformis, foi que apresentou maior densidade de indivíduos em


relação a outras espécies da floresta aberta, sendo que menor densidade foi observada nas
espécies de Balanites maughamii e Vangueria infausta com 0,13% de sua densidade.

Dominancia

A espécie de Brachystegia spiciformis, apresentou maior dominância na floresta aberta, com


cerca 40,88 % e a que apesentou menor dominância foi de Balanites maughamii com o.53 %.

Índice de Valor de Importância

Neste tipo de formação, a espécie que apresentou maior valor de importância foi de
Brachystegia spiciformis sendo que apresentou cerca de 119.52% e a especie que apresentou
menor índice de valor de importância foi de Balanites maughamii com 2.32%.

Nome da Espécie fa fr Da Dr Doa Dor IVC IVI


Julbernardia globiflora 81,25 21,67 115,00 38,09 2,64 29,41 67,50 89,16
Brachystegia spiciformis 100 26,67 127,50 51,97 3,67 40,88 92,85 119,52
Balanites maughamii 6,25 1,67 5,00 0,13 0,05 0,53 0,66 2,32
Mbhimbhi 6,25 1,67 10,00 0,25 0,09 0,97 1,22 2,89
Strychonos madagascariensis 43,75 11,67 16,43 2,93 0,31 3,40 6,33 17,99
Abarema jupunba 18,75 5,00 10,00 0,76 0,19 2,11 2,87 7,87

25
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

Sclerocarya birrea 6,25 1,67 10,00 0,25 0,31 3,43 3,68 5,35
Tilhazua 31,25 8,33 11,00 1,40 0,33 3,63 5,03 13,36
Strychonos spinosa 12,5 3,33 7,50 0,38 0,10 1,15 1,54 4,87
Albizia versicolor 37,5 10,00 14,17 2,17 0,24 2,66 4,83 14,83
Albizia adianthifolia 18,75 5,00 13,33 1,02 0,34 3,76 4,78 9,78
Afzelia quanzensis 6,25 1,67 20,00 0,51 0,57 6,32 6,83 8,50
Vangueria infausta 6,25 1,67 5,00 0,13 0,16 1,77 1,89 3,56
Total 375 100 364,93 100 8,99 100 200 300
Regeneracao de Miombo aberto

Na regeneração estabelecida foi possível observar que houve redução de número de espécies
como pode se observar na análise fitossociologia.

Frequência

Na análise de frequência foi possível observar que a espécie de Brachystegia spiciformis


continuou sendo a espécie que apresentou maior frequência de indivíduos com cerca de 29% e
a que apresentou menor frequência foi de Tilhazua com 5.45 % de frequência.

Densidade

Maior densidade de individuos foi observada na especie de Brachystegia spiciformis com


cerca de 38.55 % e a que apresentou baixa densidade foi de Tilhazua 2.79 %.

Dominancia

Maior dominância foi observada na especie de Brachystegia spiciformis com 25.93 % e


menor dominância foi observada na especie de Sclerocarya birrea com 8,85 %.

Índice de Valor de Importância

A espécie que apresentou maior valor de importância foi de Brachystegia spiciformis 93.57%
e a espécie que apresentou menor valor importância 17.70%.

Especie fa fr Da Dr Doa Dor IVC IVI


Brachystegia spiciformis 100 29,09 431,25 38,55 1,71 25,93 64,47 93,57
Jubernardia globiflora 68,75 20,00 381,82 23,46 1,60 24,22 47,68 67,68
Strychonos spinosa 62,5 18,18 300,00 16,76 1,14 17,36 34,12 52,30
Mbhimbhi 68,75 20,00 236,36 14,53 0,94 14,20 28,72 48,72
Sclerocarya birrea 25 7,27 175,00 3,91 0,58 8,85 12,76 20,03
Tilhazua 18,75 5,45 166,67 2,79 0,62 9,45 12,24 17,70

26
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

Total 343,75 100 1691,1 100 6,59 100 200 300


0

Estudo feito por Tomo (2012) no miombo de Gondola obteve resulttados diferentes, onde
observou maior abudancia e frequencia de especie de Diplorhynchus condylocarpon com 16.6
e 4.8 % respectivamente.

Floresta de Mangal

A Floresta de mangal, foi o tipo florestal que apresentou menor número de espécies em
relação a outros tipos florestais, isso pode ser influenciado pelas condições do terreno, como
inundação das aguas salubricas que condicionam o crescimento de mangal.

Frequência

Na floresta de mangal, a espécie Avicennia marina, foi que apresentou maior frequência de
indivíduos por unidade de área com32.61 % e a Soneratia alba apresentou menor frequencia
de individuos.

Densidade

A especie que apresentou maior de densidade de individuos foi Avicennia marina com 39.22
%, e menor densidade de individuos foi observada na especie de Soneratia alba que
apresentou 3.49%.

Dominância

A Avicennia marina, apresentou maior dominância na floresta de mangal, tendo apresentado


uma dominância de 24.86 % e menor dominância foi observada na especie de Soneratia alba
com 16.67 %.

Indice de Valor de Importancia

A especie de Avicennia marina foi que apresentou maior valor de importancia em relação a
outras especies com cerca de 96.68 % e a que apresentoumenor valor de importancia foi de
Soneratia alba com 24.51 %.

Nome da Espécie fa fr Da Dr Doa Dor IVC IVI


Avicennia marina 93,75 32,61 63,67 39,22 0,76 24,86 64,08 96,68
Ceriops tagal 75 26,09 47,92 23,61 0,56 18,55 42,16 68,25

27
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

Rhizoplora mucronata 81,25 28,26 50,00 26,69 0,59 19,51 46,20 74,46
Bruguiera gymnorroriza 25 8,70 42,50 6,98 0,62 20,41 27,40 36,09
Soneratia alba 12,5 4,35 42,50 3,49 0,51 16,67 20,17 24,51
Total 287,5 100 246,58 100 3,043 100 200 300

Regeneracao da floresta de mangal

Foi possivel observar que nesta floresta o numero de especies das arvores adultas, é o mesmo
com especies estabelecidas.

Frequencias

Diferentemente das arvores adultas, a especie de Rhizoplora mucronata foi que apresentou
maior frequencia de individuos das arvores em regeneracao com 32.16% e menor frequencia
de individuos foi observada na especie de Soneratia alba com 3.23%.

Densidade

A especie de Rhizoplora mucronata apresentou maior densidade de individuos na floresta de


mangal com cerca de 36.8 % e a especie de Soneratia alba apresentou uma densidade menor
de 4%.

Dominancia

A especie de Avicennia marina apresentou maior dominância de individuos, apesar de ter


apresentado menor numero de individuos em relação a outras especies, isso pode ser
influenciado pelo facto de a especie apresentar maior seccao transversal em relação a outras
especies. E a especie menor dominante foi de Ceriops tagal com 13.25 %.

Indice de Valor de Importancia

A especie que apresentou maior indice de valor de importancia foi de Rhizoplora mucronata
com 91.34 % e a que apresentou menor indice de valor de importancia foi Soneratia alba com
28.39 %.

Nome da Espécie Fa fr Da Dr Doa Dor IVC IVI


Avicennia marina 56,25 29,03 411,11 29,6 1,85 22,36 51,96 81,00
Ceriops tagal 50 25,81 287,5 18,4 1,10 13,25 31,65 57,46

28
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

Rhizoplora mucronata 62,5 32,26 460 36,8 1,84 22,28 59,08 91,34
Bruguiera 18,75 9,68 466,67 11,2 1,73 20,94 32,14 41,82
gymnorroriza
Soneratia alba 6,25 3,23 500 4 1,75 21,16 25,16 28,39
Total 193,7 100 2125,28 100 8,28 100 200 300
5

De acordo com Sitoe (2001), a vegetação típica das zonas costeiras lamacentas e na foz dos
rios. Espécies dominantes sao: Rhizophora mucronata, Bruguiera gymnorrhiza, Avicennia
marina, espécies essas encotradas com maior predominância no presente estudo.

Índice de Diversidade

Foi possivel observar que a floresta de mangal apresentou maior diversidade de individuos e o
miombo aberto foi que apresentou menor diversidade.

Diversidade
1.32 1.36
1.4 1.13
1.2
1.0
Shannon

0.8
0.6
0.4
0.2
0.0
Densa Aberta Mangal
Estrato

Indice de diversidade de regeneracao

As especies de regeneracao estabelecidas mostraram maior diversidade no miombo aberto


sendo que o miombo denso é que apresentou menor diversidade.

29
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

Diversidade de regeneracao
1.51
1.41
1.6
1.4
1.2
Shannon

1.0
0.8 0.54
0.6
0.4
0.2
0.0
Densa Aberta Mangal
Estrato

Coeficientes de similaridades entre habitats

Estratos a b c CJ
D x Ab 7 6 6 0,368421
DxM 0 13 5 0
M X Ab 0 13 5 0

Conclusoes

Recomendacoes

30
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 ALMEIDA, T. (organizadores). Introdução ao processamento de imagens de


sensoriamento remoto. Brasília, DF: UnB, 2012. p. 191-208.
 Becerra, A. T., & Bravo, X., L., 2008, Los espacios naturales protegidos. Concepto,
evolución y situación actual en España, M+a. Revista Electrónica de Medioambiente,
Vol.5, pp. 1-25.
 BILA, J. M; MABJAIA, N. Crescimento e fitossociologia de uma floresta com
Colophospermum mopane, em Mabalane, Província de Gaza, Moçambique.
 Braun-Blanquet J. 1979, Fitosociologia: bases para el estudio de las comunidades
vegetales. 3. ed. Aum. Blume, Madrid.
 BROWER, R. E FERNADES, A. (1999). Plano de Maneio comunitários dos recursos
Florestais para Ndixe, Marracuene. Grupo de Gestão de Recursos Naturais e
Biodiversidade. UEM.
 Caiafa, AN; L.V.R Karina; CP. Cândido e I.R. Costa. 2003. Variações Temporais de
Similaridade em Áreas de Cerrado no Município de Itirapina, Estado de 1 São Paulo.
Br
 CAMARA, G; SOUZA, R. C. M.; FREITAS, U. M.; GARRIDO, J. SPRING:
Integrating remote sensing and GIS by object-oriented data modelling Computers &
Graphics, 20: (3) 395-403, May-Jun. 1996.
 DINAGECA. 1999. Mapa Topográfico do Distrito de Sussundenga.asil. 25p.

31
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

 Durigan, G. 2003, Métodos para análise de vegetação arbórea. In: CullenJunior L,


Rudran R, Valladares-Pádua C, organizadores. Métodos de Estudos em Biologia da
Conservação e Manejo da Vida Silvestre. Curitiba: UFPR; Fundação Boticário de
Proteção à Natureza.
 EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Núcleo de
Geomática.MENESES, P. R.; SANO, E. E. Classificação pixel e pixel de imagens. In:
MENESES, P. R. E
 Freitas, WK., Magalhães, LM.S., 2012, Métodos e Parâmetros para Estudo da
Vegetação com Ênfase no Estrato Arbóreo, Secretaria de Ciência e Tecnologia do
Estado do Rio de Janeiro – SECT.
 Gomes e Sousa, A. 1968. Reservas Florestais de Mocambique. Instituto
0
deInvestigação Agronómica de Moçambique. Comunicação N. 10. Apartado 431.
Lourenço Marques- Moçambique. 33p.
 Hosokawa, R.T. (1986). Manejo e Economia de Florestas. Roma, FAO. 125 p.
 IBGE. Manual técnico da vegetação brasileira. n.1. Rio de Janeiro, 1992. 91p. (Série
Manuais Técnicos em Geociências).
 KUX, H., BLASCHKE, T., Sensoriamento Remoto e Sig avançados: novos sistemas
sensores: métodos inovadores/ versão brasileira atualizada. 2 ed.Oficina de textos. São
Paulo –SP, 2007, 303p.
 Lamprecht, H. (1990). Silvicultura nos Trópicos. GTZ. RFA. 343 p.
 Ministério da Administração Estatal - MAE (2014). Perfil do distrito de Massinga,
província de Inhambane. Série perfis distritais. Maputo

 Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural- MITADER. (2016). Plano


De Maneio Da Reserva Nacional De Pomene. Vol. I, Maputo

 Ors, J., 1999, El turismo y la conservación de los espacios naturales, en Viñals, Mª. J.
y Bernabé, A., (eds.), Turismo en espacios naturales y rurales, Universidad Politécnica
de Valencia, Valencia, Espanha
 PONZONI, F. J.; SHIMABUKURO, Y. E. Sensoriamento remoto no estudo da
vegetação.Mapa de Solos do Brasil. Rio de Janeiro, 2011.Escala: 1:5.000.000.
 QUEIROZ, J. E. R. Princípios físicos e comportamento espectral de alvos de
sensoriamento remoto in: CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SENSORIAMENTO
REMOTO E SIG. ABEAS, Brasília, DF. Programa de SuporteTécnico à Gestão de
Recursos Hídricos. Módulo 4. cap. 1, 1996. p. 15-18.

32
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

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Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

ANEXOS

Anexo I: Estrutura da Ficha de Recolha de Dados

Nome de chefe da equipe______________data_______local___________Ficha


n0_____

Distrito de__________coordenadas: ___________e_____________ alt___________

Tabela 5: Ficha de campo

Nº Nome local Nome científico DAP Hc Ht

Observações: DAP- diâmetro altura do peito (>= 10cm); Hc- altura comercial; H T-
altura total; alt- Altitude.

Legenda: DAP- Diâmetro altura do peito (> = 10cm), Hc- Altura comercial e Ht- Altura
totalOnde: 1- Nome, 2- nome/número da parcela, 3- número correspondente a ficha em
uso, 4- nome do distrito, 4;5 e 6- coordenadas da área em estudo (este, oeste, altitude),
8- número da parcela estabelecida.

i
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

Anexo II

A. Identificação
1. Local: ............................., Regulado: ................................
2. Data: ....../.........../...............
3. Nome: ....................................................; Sexo: ..................
4. Posição na família:
( ) Chefe
( ) Esposa
( ) Filho/a
( ) Outros
B. Avaliação dos recursos florestais existentes na RNP
5. Quais são os recursos florestais que exploram desta área de conservação?
( ) Lenha
( ) Estacas
( ) Frutos comestíveis
( ) Madeira
( ) Animais, caso afirmativo quais: (.........................................................)
( ) Plantas medicinais
( ) Mel
( ) Há outros produtos para além dos indicados? Caso afirmativo quais?
.................................................................................................................................
.......................................................................................................................
6. Que espécie utiliza para produção de:
Lenha: ...............................................
Estacas: .............................................
Madeira: ...........................................
Outros produtos: .................................................................................................
7. Existem áreas onde o acesso é livre?
( ) Sim
( ) Não
Caso afirmativo, onde: ..................................................................
8. Quais destas regras conheces?

ii
Caracterização Silvicultural e Mapeamento da Vegetação na Reserva Nacional de Pomene

( ) A exploração de recursos florestais dentro da área de conservação é feita para


consumo local, e não para venda.
( ) é proibido o abate de arvores para aquisição de lenha.
( ) A exploração e consumo dos recursos florestais é feita pela população
residente.
9. Para além destas regras conheces outras?
( ) Sim
( ) Não
Se sim, quais são?
.................................................................................................................................
.................................................................................................................................
10. Há controle da abertura de machambas e exploração dos recursos florestais?
( ) Sim
( ) Não
Caso sim, quem faz? ( ) Comunidade, ( ) Fiscais, Ambos ( ).
Caso não, porque?
.................................................................................................................................
11. Tem havido queimadas descontroladas?
( ) Sim
( ) Não
Caso sim, quais são os motivos:
.................................................................................................................................
12. Tem ideia de quantas vezes ocorrem queimadas ao redor ou dentro da RNP por
ano?
( ) Sim
( ) Não
Caso afirmativo, quantas:...............................................................................
13. Você acha que continuando explorar as arvores como se esta explorando,haverá
arvores suficientes para o futuro?
( ) Sim
( ) Não
( ) Não sabe
14. Observações:...........................................................................................................
................................................................................................................................

iii

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