PRocedimentos Gerais para SPT
PRocedimentos Gerais para SPT
PRocedimentos Gerais para SPT
DEPARTAMENTO DE GEOTECNIA
São Carlos – SP
2011
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 13
5 MÉTODO ..................................................................................................................... 73
6.2.1 Estruturação das Planilhas do Banco de Dados das Sondagens ................. 104
6.3 Interpolações....................................................................................................... 108
LISTA DE FIGURAS
Figura 4.2 Quadro resumo da situação estratigráfica das unidades geológicas da área de
estudo. Fonte: Coutinho (1967) e de Martins (2006). ........................................................... 59
Figura 4.3 Mapa com as principais unidades geológicas presentes na área de estudo. Fonte:
Coutinho (1967) e Martins (2006). ....................................................................................... 60
Figura 4.4 Falésias mortas. Timbó (fotos: A. S. T. de MELO, 1998 apud MELO; ALVES;
GUIMARÃES, 2001). ........................................................................................................... 62
Figura 4.5 Perfil praial de trecho da praia de Manaíra em janeiro de 2005 (a) e em junho de
2005 (b) (as rochas aflorando são na verdade de obras anteriores de contenção do processo
erosivo – na foto (a) elas se encontram soterradas pelos sedimentos). Furrier (2007). ....... 63
Figura 4.7 Mapa com as principais bacias hidrográficas presentes na área de estudo. ....... 69
Figura 4.8 Pluviosidade média mensal de João Pessoa, no período de 1912 a 1985
(SUDENE, 1990 apud FURRIER, 2007). ............................................................................. 72
Figura 5.1 Ilustração do arquivo txt com os parâmetros de entrada do módulo Topo to raster.
............................................................................................................................................ 78
Figura 5.3 Esquema representando a diferença de nível entre a cota da boca do furo de
sondagem nos casos com realização de cortes no terreno anteriores a execução do ensaio.
............................................................................................................................................ 86
Figura 6.2 Segmento das folhas topográficas de João Pessoa – PB. .................................. 94
Figura 6.4 Ilustração do Mapa Hipsométrico obtido a partir do MDT no formato grid . ........ 96
Figura 6.5 Comparação entre as curvas de nível originais e as interpoladas a partir do MDT
grid com 4 m de espaçamento. ............................................................................................ 97
Figura 6.7 Croqui com locação dos furos de sondagem SP1 e SP2 (Concresolo, 2007). .. 100
Figura 6.10 Distribuição das sondagens inseridas no banco de dados e especificação das
utilizadas nas modelagens. ................................................................................................ 103
Figura 6.11 Tabela de atributos do arquivo shape de pontos referentes aos furos de
sondagem. ......................................................................................................................... 105
Figura 6.12 Tabela em formato dBase contendo os atributos das sondagens que variam
com a profundidade. .......................................................................................................... 106
Figura 6.13 Comando join, que gerencia a ligação entre tabelas. ...................................... 107
Figura 6.15 Disposição dos furos em que foi alcançado o NA. .......................................... 109
Figura 6.16 Exemplo de perfil de sondagem com NA referente a aqüífero suspenso. ....... 112
Figura 6.17 Localização dos poços utilizados como dados adicionais. .............................. 113
Figura 6.18 Superfície freática para o período seco do ano por meio do Topo to Raster. .. 115
Figura 6.19 Variograma omnidirecional para a variável cota do NA. .................................. 117
Figura 6.20 Validação cruzada com a krigagem ordinária para a variável N.A.. ................. 117
Figura 6.21 Superfície freática para o período seco do ano por meio de krigagem ordinária.
.......................................................................................................................................... 118
8
Figura 6.22 Subtração: MDT menos a superfície freática (diferença em metros). ............. 121
Figura 6.23 Superfície freática para o período chuvoso do ano por meio do Topo to Raster.
.......................................................................................................................................... 123
Figura 6.24 Superfície freática para o período seco do ano por meio do Topo to Raster. .. 124
Figura 6.26 NSPT nos diferentes níveis de profundidade no setor 1. ................................... 127
Figura 6.27 Variograma omnidirecional para o NSPT médio entre as profundidades de 1 e 5m.
.......................................................................................................................................... 129
Figura 6.32 Interpolação dos valores do valor médio do NSPT entre 1 e 5 m de profundidade
no setor 1(Topo to Raster). ................................................................................................ 133
Figura 6.35 Quadro com amostras obtidas nos ensaios com NSPT ≤ 2 a 6 metros de
profundidade no Setor 1..................................................................................................... 138
Figura 6.40 Quadro com amostras obtidas nos ensaios com NSPT ≤ 2 a 14 metros de
profundidade no Setor 1. ................................................................................................... 145
Figura 6.43 Variograma omnidirecional para o NSPT médio 12 m no Setor 2. ..................... 148
Figura 6.44 Interpolação dos valores do valor médio do NSPT entre 1 e 5 m de profundidade
no setor 2 (Krigagem Ordinária). ........................................................................................ 150
Figura 6.45 Interpolação dos valores do valor médio do NSPT entre 1 e 5 m de profundidade
no setor 2 (Topo to Raster). ............................................................................................... 151
Figura 6.52 Interpolação dos valores do valor médio do NSPT entre 1 e 5 m de profundidade
no setor 1(Topo to Raster). ................................................................................................ 160
Figura 6.56 Profundidade do impenetrável à percussão (NSPT > 50) para o Setor 1. ....... 167
Figura 6.57 Profundidade do impenetrável à percussão (NSPT > 50) para o Setor 2. ......... 168
Figura 6.58 Profundidade do impenetrável à percussão (NSPT > 50) para o Setor 3. .......... 169
Figura 6.59 Sondagens utilizadas na validação das estimativas do Setor 1. ...................... 171
Figura 6.60 Sondagens utilizadas na validação das estimativas do Setor2. ....................... 172
Figura 6.61 Sondagens utilizadas na validação das estimativas do Setor 3. ...................... 173
Figura 6.65 Setor 1: Mapa com áreas propícias ao apoio de estacas de compactação
(profundidade – 6 metros). ................................................................................................. 183
Figura 6.66 Mapa de uso para fundações – 14 metros (Setor 1). ....................................... 185
Figura 6.67 Mapa de uso para fundações – 12 metros (Setor 2)........................................ 186
Figura 6.68 Mapa de uso para fundações – 12 metros (Setor 3)........................................ 187
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LISTA DE TABELAS
Tabela 5.2 Códigos das folhas que compõem a Carta Plani-altimétrica de João Pessoa – B.
....................................................................................................................................... 76
Tabela 5.4 Intervalos obtidos para as classes de valores de NSPT, de acordo com a
consistência/ compacidade dos solos ............................................................................. 89
Tabela 6.2 Parâmetros básicos do modelo variográfico ajustado para a superfície freática
..................................................................................................................................... 116
Tabela 6.9 Comparação entre estimativas e valores reais no Setor 1 para o valor do NSPT
médio entre 1 e 5 metros (RMS = 1,53) ........................................................................ 174
Tabela 6.10 Comparação entre estimativas e valores reais no Setor 1 para o valor do NSPT a
6 metros (RMS = 3,2) ................................................................................................... 174
Tabela 6.11 Comparação entre estimativas e valores reais no Setor 1 para o valor do NSPT a
10 metros (RMS = 4,8) ................................................................................................. 175
Tabela 6.12 Comparação entre estimativas e valores reais no Setor 1 para o valor do NSPT a
14 metros (RMS = 5,4) ................................................................................................. 175
Tabela 6.13 Comparação entre estimativas e valores reais no Setor 2 para o valor do NSPT
médio entre 1 e 5 metros (RMS = 3,1) .......................................................................... 176
12
Tabela 6.14 Comparação entre estimativas e valores reais no Setor 2 para o valor do NSPT a
12 metros (RMS = 4,2).................................................................................................. 176
Tabela 6.15 Comparação entre estimativas e valores reais no Setor 3 para o valor do NSPT
médio entre 1 e 5 metros (RMS = 5,3) .......................................................................... 177
13
1 INTRODUÇÃO
Além da presente introdução (Capítulo 1), esta tese está estruturada nos capítulos
descritos a seguir.
Vinculados a este objetivo geral foram definidas metas específicas para permitir a
análise e a previsão de comportamento geológico – geotécnico dos terrenos utilizando este
banco de dados em SIG. Tais metas específica abrangeram:
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
O processo de perfuração é iniciado com uso do trado concha, seguindo com o uso
do trado helicoidal quando não for mais possível prosseguir com o primeiro. A etapa de
perfuração a trado segue executada até acima do nível freático. Ao lençol ser atingido ou de
condições de impenetrabilidade ao trado, o avanço é realizado mediante a utilização do
trépano de lavagem com circulação de água, atendendo aos critérios apresentados na NBR
6484. A partir desta fase, torna - se obrigatório do uso dos tubos de revestimentos e o
emprego de lamas de estabilização em situações mais particulares de instabilidade das
paredes do furo.
O limite de sondagem é especificado pela NBR 6484 de acordo com vários critérios
de contagem do NSPT em função de determinadas penetrações obtidas. A ABGE (1999)
indica como material impenetrável o correspondente à penetração inferior a 5 cm após 10
golpes consecutivos ou nos casos em que o número de golpes for superior a 50. Entretanto,
Fonteles (2003) adverte que o limite de impenetrabilidade é condicionado pelo tipo de
solução de elemento estrutural de fundação a ser utilizado, dentre outras restrições.
posições do nível d’água, o número de golpes NSPT necessários à cravação dos últimos 30
cm do amostrador, profundidade do limite de sondagem e demais informações úteis que
forem observadas (Quaresma et al., 1998). A Figura 3.2 exibe um perfil esquematizado em
um boletim de sondagem.
Fonteles (2003) pontua que o baixo custo de operação em relação a outros ensaios
de campo são contrastados pela gama de fatores envolvidos na execução propriamente dita
da sondagem que, por conseqüência, acabam influenciando os valores do NSPT. Os fatores
são basicamente de duas ordens: material, representado pelos equipamentos e; humana, ou
seja, as ações empreendidas pelos operadores do equipamento. Em comparação entre os
processos executivos e equipamentos de sondagens com SPT segundo as normas da
ABNT e da ASTM, Baillot & Ribeiro Júnior (1999) observam que as falhas humanas
inerentes ao processo de liberação manual, tais como a imprecisão da altura de soltura,
podem constituir fatores influentes nos valores do NSPT, em detrimento dos valores
analisados obtidos com o mecanismo automático de alçamento e liberação do martelo.
Nível d'Água
Prof. (m)
Resistência à Penetração
Gráfico
(golpes/15 cm)
Classificação do Solo N SPT
Perfil
(golpes/ últimos 30 cm)
1 2 3 10 20 30 40
8 7 8 15/30
Areia fina, com aterro; cor marrom
( medianamente compacta )
1,0 5 6 6 12/30
1,40
2,0 3 3 2 5/30
Areia fina; cor marrom ( pouco compacta )
(-)1,80 m
3,0 2 2 3 5/30
3,50
8,0 6 11 11 22/30
Areia grossa, pouco siltosa, com pedregulho;
cor marrom ( compacto )
9,0 6 12 13 25/30
9,80
10,0 Areia fina, siltosa, pouco argilosa; cor marrom claro 4 5 6 11/30
10,60
( medianamente compacta )
11,0 4 5 6 11/30
12,0 3 4 5 9/30
13,0 4 4 5 9/30
Areia média, pouco siltosa; cor variegada
( pouco compacta a medianamente compacta )
14,0 3 3 5 8/30
15,0 4 4 5 9/30
16,0 3 4 4 8/30
16,50
17,0 3 3 4 7/30
19,0 3 3 5 8/30
20,0 continua
Nível d´Água = (-)1,80 m (22/02/2008) R.N.(0,00) = cota do meio fio da R. Severino M. Spineli (indicado em planta)
Revestimento: Øext = 76 mm
SONDADOR: ESCALA: DATA: ENGRESPONSÁVEL: PÁGINA:
GEFERSON 05/03/2008
Segundo Schnaid (2000), os dados de NSPT geralmente são tratados sob duas
classes de métodos: os indiretos e diretos. Os métodos indiretos utilizam os dados na
previsão de parâmetros constitutivos, representativos do comportamento do solo obtidos por
correlação com resultados de ensaios de campo e/ou laboratório. Nos métodos diretos, os
dados são aplicados em formulações empíricas e/ou semi-empíricas com o intuito de prever
um valor de tensão admissível ou o recalque de um elemento de fundação.
24
Teixeira & Godoy (1996) propõem a seguinte correlação para a estimativa do módulo
de deformabilidade quando não se dispõem de dados de ensaios de laboratórios nem de
prova de carga sobre placa:
E = α K NSPT (Equação 1)
cujos valores, em função do tipo de solo, são apresentados nas Tabelas 3.3 e 3.4,
respectivamente.
Solo α
Areia 3
Silte 5
Argila 7
Solo K (MPa)
Areia com pedregulhos 1,1
Areia 0,9
Areia siltosa 0,7
Areia argilosa 0,55
Silte arenoso 0,45
Silte 0,35
Argila arenosa 0,3
Silte argiloso 0,25
Argila siltosa 0,2
E = NSPT (Equação 2)
NSPT
a (Equação 3)
50
r H N q 0,4 B N (Equação 4)
Onde: B = lado da sapata; NSPT= índice de resistência à penetração (5 < NSPT < 25)
(B em metros e a em kPa).
N
a +q (Equação 6)
50
27
Para fundações profundas, Cintra e Aoki (2010) listam valores limites de NSPT para
paradas (cotas de apoio) de diversos tipos de estacas (Tabela 3.5).
Bastos (2005) define o termo Structure Query Language (SQL) como uma linguagem
padrão para exploração e comunicação dos dados, utilizada nos sistemas de gerenciamento
de banco de dados relacionais. A SQL é usada como linguagem de definição de dados
(DDL) e linguagem de manipulação de dados (DML). Significa uma linguagem estruturada
para formulação de consultas ao banco de dados.
- ORACLE - um dos mais conhecidos, sendo potente e eficiente, com extensão para
orientação a objeto, apresentando uma linguagem proprietária de extensão ao SQL bem
completa (PL/SQL), admite o uso de banco de dados distribuídos (em rede), pode ser
executado em vários sistemas operacionais, inclusive, o Windows;
- INTERBASE - SGBD não muito popular, porém bastante eficiente para aplicações
de pequeno e médio porte, tratando-se de um programa que está disponível livremente para
cópia (política de expansão do software); sua concepção de SQL também é boa, o que
facilita a programação da base de dados e possibilitando sua utilização para aplicações com
multiusuários;
31
- Relação - pode ser pensada, como uma tabela de valores, ou um arquivo plano
(bidimensional);
- Tupla - corresponde a uma linha de uma tabela, quando se pensa numa relação
como uma tabela de valores, assim, observa-se numa tupla um conjunto de valores de
dados que estão relacionados entre si;
- Atributo - corresponde a uma coluna de uma tabela, que apresenta sempre dados
da mesma natureza na referida coluna;
- Valores - dados do mundo real (que podem ser representados por números,
caracteres, dados alfanuméricos, etc.);
- Chave primária - identificador único de uma tabela, sendo uma coluna ou uma
combinação de colunas, que tem a propriedade de que nenhum par de linhas e colunas
tenha valores iguais ao desta coluna;
- cada célula de uma relação pode ser vazia ou conter um único valor, ser atômica,
monovalorada;
- não podem existir duas linhas iguais; cada coluna deve ter um nome; duas colunas
distintas devem ter nomes diferentes;
Date (2004) define ainda uma propriedade do modelo relacional, segundo a qual
qualquer operação (seleção, inserir, apagar, etc.) entre relações (tabelas) sempre resulta em
outra relação.
- and - usados para unir duas ou mais condições, o resultado da operação será
verdadeiro (true) se as condições forem verdadeiras;
A aquisição dos dados geográficos depende da obtenção dos dados que, por sua
vez, podem ser por meio de mapas e/ou levantamento de campo. Como métodos de
aquisição de dados podem-se mencionar a digitalização em mesas ou com base em
materiais obtidos por scanner e GPS. O armazenamento desses dados envolve a maneira
como os quais serão modelados, os tipos de objetos gráficos utilizados, os tipos de
relacionamentos entre os objetos espaciais (gráficos), a topologia dos objetos e os modelos
de representação dos dados. Como objetos gráficos encontram-se os pontos, as linhas e os
polígonos, e, ainda, a representação das entidades em superfícies contínuas, como é o caso
dos modelos digitais de terreno e imagens (BASTOS, 2005).
Rocha (2000) define o SIG como um sistema com capacidade para aquisição,
armazenamento, tratamento, integração, processamento, recuperação, transformação,
manipulação, modelagem, atualização, análise e exibição de informações digitais
georreferenciadas, topologicamente estruturadas, associadas ou não a um banco de dados
alfanuméricos.
O autor acrescenta que nos dados gráficos ou cartográficos existem duas formas a
serem consideradas para a representação dos dados espaciais: o formato vetorial (vetor) e
o matricial (raster). A estrutura do formato vetorial é composta por primitivas gráficas
conhecidas como ponto, linha e polígono, que são representadas por coordenadas x e y em
um sistema cartesiano (Tabela 3.6). No formato matricial os dados são representados em
uma matriz de células composta por n linhas e m colunas. Cada célula da matriz é
denominada de pixel (picture element). Cada pixel tem como peculiaridade um terceiro valor
z que indica o valor do nível de cinza que pode variar de 0 – 255 tons (0 preto e 255
branco).
36
Tabela 3.6 Características das primitivas gráficas. (Yuaça – 1997, adaptado por Borges,
2004)
Com essa ferramenta, Borges (2004) realiza o mapeamento das áreas de conflito
com a legislação ambiental e de riscos decorrentes da instalação de postos de combustíveis
na cidade. Por meio de um sistema de informações geográficas, Silva (2002) faz a análise
espacial de riscos ambientais na bacia do Rio Cuiá, localizada em João Pessoa, que, de
acordo com o autor, vem sofrendo com uma ocupação urbana desordenada, a qual exerce
grande influência sobre os processos ambientais que ocorrem na área.
38
COLETA DE DADOS
INSERÇÃO DE GEORREFEREN-
TEXTOS CIAMENTO
EDIÇÃO E
TOPOLOGIA
LIGAÇÃO ATRIBUTOS
E DADOS ESPACIAIS
* - ID: IDENTIFICADOR
BANCO DE DADOS
DO SIG
Figura 3.3 Projeto genérico de um banco de dados em ambiente de SIG (Teixeira &
Christofoletti, 1997).
Para aquisição dos dados, os autores consideram como área-alvo uma via de
circulação, estradas parciais e suas construções periféricas da SNU. Foram usados
equipamentos de aquisição de imagemde vídeo, um modelo de GPS para localização dos
pontos, um programa para processamento de imagens e um SIG. Os dados que
alimentaram o banco eram extraídos de mapas de vias e topográficos, fotos aéreas
digitalizadas, imagens de vídeo, e aquisição de dados locacionais com o DGPS.
Augusto Filho (2005a), em relatório técnico que trata de banco de dados geológico –
geotécnico a partir de sondagens em Belo Horizonte, trata das etapas de desenvolvimento
de tal recurso, desde a determinação e relações internas dos elementos incluídos até a
modelagem em ambiente de SIG dos mesmos. Tais etapas e procedimentos são descritos a
sequir.
Cabe observar que esta planilha principal também gera os pontos (objetos
geográficos) representativos da posição dos furos de sondagem na base cartográfica
utilizada. Outros atributos de interesse (numérico, texto, data ou imagem), tais como
descrições mais detalhadas do local da sondagem, obra associada, firma executora, data da
execução, etc. poderão ser incorporados a esta planilha geral.
Figura 3.4 Exemplo de planilha geral para cadastramento dos furos de sondagem (Augusto
Filho, 2005a).
44
3.3.1 Determinísticos
Tem ainda como vantagens tratar-se de um método exato e sem viés. Muito utilizado
para visualizações 3D, pois tem uma estrutura de dados compacta, que facilita o
processamento mais rápido das modelagens tridimensionais. Apresentam a vantagem de
não exigir grades regulares nos processos de interpolação.
3.3.1.3 Spline
Essas condições produzem superfícies com mais acurácia mesmo utilizando poucos
dados de entrada. A condição de drenagem global também elimina a necessidade de edição
para remover pontos irreais de fundos de vales ou outros aspectos com profundidades não
suavizadas (sinks).
3.3.2 Geoestatística
Krige (1951), em trabalho com dados de concentração de ouro, conclui que somente
a informação dada pela variância seria insuficiente para explicar o fenômeno em estudo.
Para tal, seria necessário levar em consideração a distância entre as observações. A partir
daí surge o conceito da geoestatística, que leva em consideração a localização geográfica e
a dependência espacial.
A teoria das variáveis regionalizadas pressupõe que a variação de uma variável pode
ser expressa pela soma de três componentes (BURROUGH, 1987): uma componente
estrutural, associada a um valor médio constante ou a uma tendência constante; uma
componente aleatória, espacialmente correlacionada; um ruído aleatório ou erro residual.
3.3.2.2 Variograma
Considere - se uma variável regionalizada, onde X = Z(x) e Y = Z(x + h). Neste caso,
referem-se ao mesmo atributo (por exemplo, o teor de zinco no solo) medido em duas
posições diferentes, em que x denota uma posição em duas dimensões, com componentes
(xi , yi), e h um vetor distância (módulo e direção) que separa os pontos.
Efeito Pepita (C0): por definição, (0)=0, Entretanto, na prática, à medida que h
tende para 0 (zero), (h) se aproxima de um valor positivo chamado Efeito Pepita (C0). O
valor de C0 revela a descontinuidade do semivariograma para distâncias menores do que a
menor distância entre as amostras. Parte desta descontinuidade pode ser também devida a
erros de medição (Isaaks e Srivastava, 1989), mas é impossível quantificar se a maior
51
3.3.2.3 Krigagem
Folle et al. (2001) apresentaram a krigagem ordinária como uma ferramenta eficiente
para geração de mapas de resistência de solo NSPT, realizadas em três níveis distintos,
definidos de acordo com a variação média do índice de penetração com a profundidade. Em
continuação, Folle (2002) explorou a krigagem ordinária para a estimativa dos valores de
NSPT e aplicou o processo de simulação sequencial Gaussiana, a fim de avaliar a precisão
das estimativas realizadas pelo método de krigagem ordinária, quantificando as incertezas
associadas.
56
A partir do Banco de Dados da Carta Geotécnica do Recife, que conta com cerca de
1500 sondagens SPT da cidade, Genevois e Oliveira (2005) aplicam a geoestatística para o
estudo da variável espessura de camadas de argila orgânica do município, que apresenta
subsolo com grandes bolsões de solo mole. Como produto, os autores geram mapas de
distribuição de camadas de argila orgânica.
Para mais trabalhos sobre geoestatística e NSPT pode-se citar Folle et al. (2006b) e
Schuster et al. (2007, 2008), que também utilizaram dados de ensaios de cone (CPT).
57
4 CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA
IDADES
UNIDADES GEOLÓGICAS
ERA PERÍODO
Sedimentos inconsolidados de origem aluvio-coluvionar.
CENOZÓCIA
Figura 4.2 Quadro resumo da situação estratigráfica das unidades geológicas da área de
estudo. Fonte: Coutinho (1967) e de Martins (2006).
Os depósitos marinhos compõem uma estreita faixa costeira, com maior expressão
no extremo nordeste da área estudada. São constituídas de areias bem classificadas, de
granulação fina a média e contendo restos de animais marinhos (conchas). Constituem as
praias e restingas atuais. Nos estuários das principais drenagens, estes sedimentos
recebem contribuição de material mais fino (silte e argila) e matéria orgânica, podendo
ocorrer áreas de mangues.
Figura 4.3 Mapa com as principais unidades geológicas presentes na área de estudo. Fonte:
Coutinho (1967) e Martins (2006).
61
Os limites desse domínio com a planície marinha são assinalados por uma linha de
falésias (vivas) esculpidas, na atualidade, por processos marinhos, ou por uma linha de
falésias mortas (inativas – Figura 4.4), nas quais os processos marinhos influentes na sua
forma cessaram.
62
Figura 4.4 Falésias mortas. Timbó (fotos: A. S. T. de MELO, 1998 apud MELO; ALVES;
GUIMARÃES, 2001).
As praias do litoral de João Pessoa sofrem forte variação sazonal quanto ao seu
perfil, apresentando acumulação nos períodos de verão (Figura 4.5(a)) e erosão nos
períodos de inverno (Figura 4.5 (b).
63
(a) (b)
Figura 4.5 Perfil praial de trecho da praia de Manaíra em janeiro de 2005 (a) e em junho de
2005 (b) (as rochas aflorando são na verdade de obras anteriores de contenção do processo
erosivo – na foto (a) elas se encontram soterradas pelos sedimentos). Furrier (2007).
O autor divide o relato em função de duas áreas: a primeira sendo a parte alta de
João Pessoa, em relação ao nível do mar, com predominância do Grupo Barreiras. Nessa
região, na grande maioria dos casos, o perfil geotécnico apresenta a existência de solos
coesivos (siltes argilosos) e inexistência de lençol freático, pelo menos até profundidades
mais resistentes que oferecem boa capacidade de suporte. Dessa forma, a solução
escolhida para as fundações são estacas escavadas (perfuratriz sobre caminhão)
geralmente a 12 metros de profundidade na região do grupo barreiras ao norte do Rio
Jaguaribe ou tubulões a céu aberto. No trecho que corresponde ao sul do rio, na região da
Cidade Universitária (Bairros do Castelo Branco, Bancários, etc) o autor menciona a
ocorrência de fundações diretas (superficiais) com profundidade variando entre 1 e 1,5
metros.
A outra área é a região litorânea, com perfil geotécnico constituído por solos
granulares (areias, areias siltosas) e presença de lençol freático. Por razões óbvias, as
estacas escavadas e os tubulões a céu aberto se tornam inadequados para essa área. Às
vezes há ocorrência de uma camada intermediária compressível que ora se apresenta como
silte arenoso, ora silte argiloso, ou argila siltosa mole, variando de 7,0 m a 12,0 m de
profundidade.
Soares (2005) lista as soluções de fundações mais usuais nesta área (planície) em
ordem de maior ocorrência:
João Pessoa está situada na bacia do Baixo Paraíba e seus principais cursos d’água
são os rios Paraíba e Gramame. O primeiro rio citado é margeado por exuberantes
manguezais formando um grande estuário na sua desembocadura no oceano Atlântico,
enquanto que o vale do rio Gramame, possui na sua foz, extensas barras arenosas
68
Figura 4.7 Mapa com as principais bacias hidrográficas presentes na área de estudo.
70
Melo e Alves (2001), em capítulo (a partir do qual foi baseado este item) sobre águas
subterrâneas na região de João Pessoa, especificam dois sistemas que ocorrem na área:
O aqüífero Beberibe é um dos mais importantes da região nordeste, pois além de ser
relativamente profundo (>100m), está, na sua porção mais oriental, confinado pelos
calcáreos das formações Gramame, sendo, portanto, de difícil contaminação.
(FURRIER,2007).
40 a 70 metros, mas podem existir setores em que essas espessuras podem ultrapassar os
80 metros.
Essas reservas de água subterrânea são restritas aos níveis mais arenosos e
conglomeráticos, encerrados entre níveis mais finos e argilosos. A circulação subterrânea se
realiza com substancial perda de carga por três razões: drenagem permanente do aqüífero
para os cursos d’água que dissecam a área; drenagem para o nível confinado sub-
superficial (Formação de Beberibe, se a diferença do potencial hidrodinâmico o permitir);
escoamento para o oceano.
A alimentação desse aqüífero é feita, exclusivamente, pela infiltração das águas das
chuvas anuais, cujas taxas são estimadas em 15%, variando para mais ou para menos, em
função do seu condicionamento morfológico. A circulação ocorre diretamente ou
indiretamente para o mar, condicionada pela rede hidrográfica, configuração
geomorfológica, constituição geológica e relações tectono-estruturais (LUMMERTZ, 1977).
Figura 4.8 Pluviosidade média mensal de João Pessoa, no período de 1912 a 1985
(SUDENE, 1990 apud FURRIER, 2007).
5 MÉTODO
A pesquisa foi estruturada segundo as etapas e atividades apresentadas na Tabela 5.1.
5.1 PLANEJAMENTO
A carta apresenta Projeção UTM - Meridiano Central 33o; Datum Horizontal : SAD 69
Chuá (MG); Datum Vertical: Marégrafo de Imbituba (SC). Tais especificações correspondem
à Zona UTM 25S (Fuso 25).
Tabela 5.2 Códigos das folhas topográficas em escala 1:10.000 de João Pessoa – PB.
Código Folha
H12 SB – 25 – Y – C – III – I – NE – C
I11 SB – 25 – Y – C – III – I – N0 – F
I12 SB – 25 – Y – C – III – I – NE – E
J11 SB – 25 – Y – C – III – I – SO – B
J12 SB – 25 – Y – C – III – I – SE – A
J13 SB – 25 – Y – C – III – I – SE – B
K10 SB – 25 – Y – C – III – I – SO – C
K11 SB – 25 – Y – C – III – I – SO – D
K12 SB – 25 – Y – C – III – I – SE – C
K13 SB – 25 – Y – C – III – I – SE – D
L11 SB – 25 – Y – C – III – I – SO – F
L12 SB – 25 – Y – C – III – I – SE – E
L13 SB – 25 – Y – C – III – I – SE – F
Como dados auxiliares, foram utilizados arquivos em formato shape fornecidos pelas
Secretarias de Meio Ambiente e de Planejamento do município, com as curvas de nível, os
lotes e ruas da cidade. O arquivo que continha as curvas de nível representou um impasse
ao andamento do projeto, visto que as curvas, apesar de especificadas com o mesmo
sistema de projeção da base georreferenciada, apresentavam-se de maneira discordante e
muitas vezes com erros de ajuste inaceitáveis (mais de 10 metros de distância), além de
haver trechos não digitalizados ou com especificação de elevação não compatível às da
Carta Plani-altimétrica.
Para realização dessas etapas foram utilizados comandos do software ArcGis 9.1
referentes à inserção ou exclusão de vértices constituintes das feições de classe das linhas,
mudança de posição de tais vértices, além da digitalização manual (comando sketch).
Também foi necessária a quebra de elementos vetoriais compostos por linhas (split tool)
para o aumento de curvas que não se encaixavam adequadamente ao traçado original da
carta.
Com o Topo to Raster, o MDT no formato grid foi produzido a partir do módulo
Spatial Analyst utilizando-se a rotina topo to raster by file. Para definição do espaçamento de
malha máximo, considerou – se o critério do erro cartográfico admissível, que corresponde a
0,5 mm da escala e trabalho adotada. Na escala de 1:10.000, este erro corresponde a 5
metros. Para dados de entrada, a rotina requer as curvas de nível, pontos cotados e linhas
de drenagem; e para controlar o modelo de interpolação, são definidos parâmetros
especificados através de um arquivo no formato texto (Figura 5.1).
78
Figura 5.1 Ilustração do arquivo txt com os parâmetros de entrada do módulo Topo to raster.
Também foi analisado o MDT gerado pela Triangulação de Delaney (TIN). Para
direcionar a escolha e validação do algoritmo de interpolação que melhor definisse o MDT,
entre os métodos Topo to Raster (malha de 4 e 5 m) e TIN, foram extraídos deles os valores
de cota interpolados (estimados) nos locais dos pontos cotados originais, previamente
obtidos da Base Topográfica Digital. Para a extração destas cotas, recorreu-se ao comando
Extract values to points do módulo Spatial Analyst Tools. Em seguida, os valores extraídos
foram utilizados em conjunto aos originais no cálculo do Root Mean Square Error – RMS ou
erro médio quadrático, calculado pela equação:
√∑ (Equação 7)
79
Foi elaborado também o Mapa de Bacias Hidrográficas, por meio do módulo Arc
Hydro e dos arquivos de drenagem. As bacias hidrográficas obtidas automaticamente
forama agrupadas de forma a definir as principais áreas de captação e fluxo d’água
superficial que posteriormente subsidiaram as interpolações e análises das profundidades
do lençol freático na área estudada.
O mapa geológico de João Pessoa foi cedido ainda não finalizado pela SEMAM-
Secretaria de Municipal de Meio Ambiente. Foi então ajustado ao publicado por Coutinho
(1967) e citado por Martins (2006).
80
• Obra associada;
Para tanto, foi concebida uma rotina de estágios que envolvem a geração e relação
de camadas e tabelas que atendessem às necessidades do projeto por meio das
ferramentas do ArcGIS 9.1.
No decorrer do processo, são geradas linhas nas tabelas que representam cada
ponto inserido e, por conseguinte, cada furo de sondagem e suas respectivas informações
relevantes a pesquisa.
Optou-se então pelo formato dBase file (.dbf), pois o mesmo possibilita a realização
de edições em programas auxiliares como Excel assim como o retorno para a plataforma
83
Id
1 1,5 12/4/2006 1 2 7
1 3 4
2 2 30/9/2003
2 1 9
3 1,3 31/3/2000
2 2 10
Uma vez que a referência principal para a localização eram os lotes (terrenos, que,
por sua vez, encontram-se dispostos em função de ruas, praças, e outros elementos da
malha urbana), foi utilizado o auxílio adicional de imagens de satélite em alta resolução,
juntamente aos outros planos de informação, para a verificação e localização dos furos
dispostos nos croquis impressos, referenciados de acordo com os tipos de obras. Diante das
áreas disponíveis e porcentagem de cobertura de nuvens, optou - se pelas imagens em
formato Quickbird com 0,6 m de resolução espacial colorida (3 bandas).
Em função disso, para cada um dos 705, existem cerca de um ou dois furos a mais,
a distâncias próximas, pertencentes às campanhas correspondentes. Assim, 1176 foram
deixados em separado por se incluírem no grupo dos furos extras, ainda não inseridos, mas
com localização confirmada (cada furo inserido foi indexado aos extras com mesma
localização - lote). Esses furos extras foram reservados, então, para etapa posterior as
análises, como forma de verificar os modelos obtidos. Suas informações e valores foram
comparados aos estimados a partir dos modelos. Dessa forma, foi possível realizar uma
etapa de validação dos resultados obtidos. A Tabela 5.3 resume um quantitativo do número
de sondagens utilizado.
85
N. de sondagens Situação
705 Inseridas no banco de dados
1881 Total
Numa situação ideal, a boca dos furos seria considerada como coincidente com o
nível de superfície, ou o valor de cota do MDT. Entretanto, devido à realização de
escavações e aterros para diversos fins (assim alterando-se a disposição de cotas originais
do terreno) antes de alguns ensaios de sondagem, considerou- se a hipótese dos perfis
apresentarem bocas dos furos em níveis discrepantes do que seria o nível de superfície.
A altura relativa em que se inicia o ensaio é obtida a partir do desnível entre a boca
do furo e um RN adotado – na maioria das vezes sendo o meio fio da rua em que o lote se
encontra, e admitido aqui como exatamente o valor de cota do MDT, ou seja, supondo- se
que não há diferença de níveis entre o RN e o terreno.
Como etapa de testes e avaliação da relevância dos efeitos dessa diferença, esse
aspecto foi então levado em conta para a entrada dos dados nas tabelas, visto que
influenciam diretamente os valores de profundidade atingida. Caso o furo se inicie com
desnível negativo em relação ao MDT, a profundidade real das camadas atingidas em
86
relação à superfície seria mascarada pela profundidade de ensaio alcançada (ex.: um valor
de profundidade de ensaio a 4 m seria na verdade 5 m se no início do ensaio a boca do furo
se encontrava a 1 m abaixo do RN (superfície)). A Figura 5.3 exibe um esquema ilustrativo
da situação.
Figura 5.3 Esquema representando a diferença de nível entre a cota da boca do furo de
sondagem nos casos com realização de cortes no terreno anteriores a execução do ensaio.
5.4 INTERPOLAÇÕES
fornecidos pela empresa HIDROTEC, localizados nos trechos em que as sondagens não
persistiram até profundidades que alcançassem o nível d’água.
Tais análises incluíram a subtração da superfície freática obtida do MDT, como forma
de se avaliar a adequabilidade do modelo e também de se obter um modelo que
representasse a profundidade do nível d’água, fator limitante na escolha de tipos de
fundações.
Para as interpolações dos valores de NSPT os testes iniciais foram realizados para
diferentes profundidades que abrangiam toda a área que continha os furos de sondagem.
Entretanto, a diferença de comportamento geotécnico das diferentes unidades geológicas
não se mostrava bem caracterizada ao se avaliar a área como um todo. Além disso, foram
observadas incompatibilidades nos processos de modelagem (tais como definição do passo
do variograma, que é influenciado pela distribuição/regularidade das sondagens em planta)
ao se avaliar a variabilidade do índice de resistência englobando todos os furos.
Também havia muitas porções de sondagens nas extremidades da área total que se
encontravam isoladas em relação às demais, e, em alguns casos, separadas por redes de
drenagem. As estimativas realizadas nos espaços entre essas porções, especialmente nos
vales de drenagem, não sugeriram valores reais.
setores foram determinados de acordo com as áreas que apresentavam maior densidade de
sondagens.
Após análises dos perfis neste setor se observou a ocorrência de uma camada com
faixa de valores com índices de resistência menores (solo mole/fofo), situada entre 9 e 11
metros de profundidade. Optou-se então por realizar testes de interpolação do NSPT também
na profundidade de 10 metros, de forma a refinar a caracterização geotécnica da área de
estudo.
Para as áreas do grupo barreiras (Setores 2 e 3), optou-se por interpolar os valores
do índice a uma profundidade de 12 m devido à predominância de execução de estacas
escavadas à este nível.
89
Diante da quantidade de furos e variedade de descrição das texturas dos solos, nos
casos em que os intervalos da norma para areias e argilas não se equivalem totalmente,
buscaram-se valores intermediários e obtiveram-se as seguintes classes:
Tabela 5.4 Intervalos obtidos para as classes de valores de NSPT, de acordo com a
consistência/ compacidade dos solos
5.4.3 Impenetrável
5.4.4 Validação
A etapa de validação das estimativas obtidas foi realizada com a seleção de 21 furos
de sondagens não utilizados nas interpolações, distribuídos pelos três setores. Buscaram -
se pontos situados tanto em trechos com mais amostras interpoladas como não, assim
como nas extremidades dos setores.
A carta para fundações diretas ou superficiais foi obtida com a divisão do mapa de
NSPT médio obtido para a camada entre 1 e 5 metros, e o resultado exposto em forma de
tensão admissível, em MPa.
Para fundações profundas, foi utilizada a tabela proposta por Cintra e Aoki (2010),
que relaciona intervalos do NSPT com cotas de apoio a tipos de estaca.
Ao longo da pesquisa, foram feitas etapas de campo na cidade de João Pessoa, PB,
com visitas a empresa fornecedora dos dados. Além da Concresolo (empresa
disponibilizadora das sondagens), também foi visitada a Copesolo – Estacas e Fundações
Ltda, empresa do município que desenvolve e executa projeots geotécnicos incluindo as
principais obras de fundações Realizaram -se reuniões com checagem dos dados e
sugestões de abordagem segundo um contexto de prática geotécnica local (ex: camadas de
91
solo mais importantes, como trechos de argila mole e o alcance do calcário como
impenetrável ao amostrador em certos pontos).
6 RESULTADOS E ANÁLISES
Pelo Topo to Raster, os RMS obtidos foram de 0,67 (malha de 4 m) e 0,61 (malha de
5 m). A partir do TIN, foi obtido o RMS de 1,3.
93
Figura 6.4 Ilustração do Mapa Hipsométrico obtido a partir do MDT no formato grid .
97
Figura 6.5 Comparação entre as curvas de nível originais e as interpoladas a partir do MDT
grid com 4 m de espaçamento.
98
Optou-se então pelo MDT obtido com topo to raster e malha de 4 m considerado
aceitável para a validação da interpolação e estimativa. Foi então gerado o mapa de
declividade do município, exibida na Figura 6.6, com intervalos em (%) de [0 – 6]; [6,1 – 12];
[12,1 – 20]; [20,1 – 30]; [> 30].
As Figura 6.7 a 6.9 ilustram os perfis e locações de furos relativos a uma campanha
de sondagens realizada pela empresa disponibilizadora dos boletins. Por sua vez, a Figura
6.10 apresenta um esquema com a distribuição das sondagens que foram inseridas no
banco de dados, e identificadas as utilizadas nas interpolações e modelagens espaciais.
RN ( cota 0,00 )
9,00
AB - 01
1,00
SP - 01
7,00
RESIDÊNCIA
30,00
8,00
RUA FRANCISCA BENTO DE FARIAS
SP - 02
10,00
14,00
RESIDENCIAL
Figura 6.7 Croqui com locação dos furos de sondagem SP1 e SP2 (Concresolo, 2007).
101
PERFIL
(golpes p/15cm)
PENETRAÇÃO DOS
DESCRIÇÃO DO SOLO
ÚLTIMOS 30 cm.
1º 2º 3º
10 20 30 40
Areia fina, fofa, variegada 2/15 1/15 3/15 4/30
0,70
1,0
N.A. 4/15 3/15 4/15 7/30
30/07/2007
2,0 Areia fina, pouco compacta a mediamente
compacta, cinza claro 4/15 4/15 4/15 8/30
3,0
4/15 5/15 5/15 10/30
3,80
4,0
Areia fina, siltosa, mediamente compacta, 6/15 10/15 7/15 17/30
marrom
5,0
3/15 2/15 3/15 5/30
Areia grossa, pouco compacta a mediamente
6,0 compacta, variegada
3/15 7/15 8/15 15/30
6,70
7,0
12/15 10/15 12/15 22/30
9,0
5/15 5/15 5/15 10/30
9,50
10,0
3/15 3/15 3/15 6/30
11,0
Silte argiloso, mole a médio, cinza escuro 2/15 2/15 1/15 3/30
12,0
1/15 1/15 2/15 3/30
13,0
7/15 10/15 14/15 24/30
14,0
15/15 15/15 21/15 36/30
15,0
17/15 16/15 23/15 39/30
Areia fina, compacta, cinza
16,0
17/15 20/15 20/15 40/30
17,0
15/15 15/15 24/15 39/30
18,0
16/15 17/15 20/15 37/30
18,45
Limite de Sondagem
19,0
20,0
OBSERVAÇÕES: R.N.= 0,00 = partiu do meio fio da Av. Marechal Hermes da Fonseca, conforme
De 0,00m à 2,00m, furo revestido; indicado em planta.
De 2,00m à 18,45m, furo executado com circulação de
NÍVEL DA ÁGUA: COTA DA BOCA DO FURO:
água.
1,50 m ( - ) 0,16 m
PERFIL
(golpes p/15cm)
PENETRAÇÃO DOS
DESCRIÇÃO DO SOLO
ÚLTIMOS 30 cm.
1º 2º 3º
10 20 30 40
Aterro arenoso, com metralha, variegado 3/15 3/15 2/15 5/30
0,54
Areia fina, pouco compacta, cinza claro
1,0
N.A. 2/15 3/15 3/15 6/30
1,15
31/07/2007
2,0
mediamente compacta, marrom escuro 3/15 5/15 4/15 9/30
3,0
4/15 5/15 5/15 10/30
5,0
5/15 7/15 8/15 15/30
5,50
6,0 Areia grossa, siltosa, compacta, marrom 7/15 10/15 14/15 24/30
6,80
7,0
10/15 13/15 17/15 30/30
9,0
6/15 4/15 4/15 8/30
10,0
2/15 3/15 2/15 5/30
11,0 Silte argiloso, muito mole a médio, cinza escuro 1/15 2/15 1/15 3/30
12,0 -
1/27 1/35 1/35
13,0
2/15 2/15 2/15 4/30
13,70
14,0
5/15 12/15 15/15 27/30
15,0
10/15 15/15 15/15 30/30
16,0
Areia fina, compacta a muito compacta, cinza 17/15 22/15 22/15 42/30
17,0 - -
30/10 30/10
18,0 - -
30/13 30/13
19,0 - -
19,15 30/15 30/15
Limite de Sondagem
20,0
OBSERVAÇÕES: R.N.= 0,00 = partiu do meio fio da Av. Marechal Hermes da Fonseca, conforme
De 0,00m à 2,00m, furo revestido; indicado em planta.
De 2,00m à 19,15m, furo executado com circulação de
NÍVEL DA ÁGUA: COTA DA BOCA DO FURO:
água.
1,50 m ( - ) 0,17 m
Figura 6.10 Distribuição das sondagens inseridas no banco de dados e especificação das
utilizadas nas modelagens.
104
A disposição dos furos corresponde a uma área que se inicia de forma abrangente
em toda a planície costeira do município, e pertence à unidade geológica caracterizada pela
presença de sedimentos marinhos – fluviais recentes. Constatou-se uma grande
concentração de furos na região correspondente aos bairros situados ao longo da planície,
com um decréscimo em direção aos locais da cidade mais afastados do litoral. A isso se
atribui a conjuntura da expansão urbana de João Pessoa, na qual a maior parte da demanda
para execução do ensaio é direcionada à implantação de edifícios residenciais, os quais são
construídos, em sua maioria, em terrenos próximos à praia.
Figura 6.11 Tabela de atributos do arquivo shape de pontos referentes aos furos de
sondagem.
Figura 6.12 Tabela em formato dBase contendo os atributos das sondagens que variam
com a profundidade.
107
6.3 INTERPOLAÇÕES
Com a separação dos furos trabalhados em função do NA (furos em que o lençol foi
alcançado e furos que não alcançaram o lençol), foi encontrada a disposição da Figura 6.15.
109
Dos 529 furos trabalhados, 299 apresentam informações referentes ao NA, sendo
158 delas realizadas durante o período considerado seco e 141 no período considerado
chuvoso.
Observa-se que o da estação mais seca apresenta menores valores de cota que o
da estação de chuvas. Para as interpolações da superfície freática na área de estudo, foram
utilizados só os furos realizados no período seco, por sua maior representatividade amostral,
tanto em número de dados como em termos de área, uma vez que abrangeram as partes
correspondentes as outras unidades geológicas.
A Figura 6.17 exibe a localização dos poços utilizados juntamente aos dados da
sondagem para o modelo da superfície freática.
Nível d'Água
Penetração
Prof. (m)
Gráfico
Resistência à Penetração
Perfil
(golpes/15 cm)
Classificação do Solo N SPT (golpes/ últimos 30 cm)
1 2 3 10 20 30 40
3 4 4
Areia fina, pouco siltosa; cor cinza escuro
1,0 ( pouco compacta a medianamente compacta ) 3 5 5
4,0 30/10 - -
4,10 Limite de Sondagem
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
10,0
11,0
12,0
13,0
14,0
15,0
16,0
17,0
18,0
19,0
20,0
Nível d´Água = (-) 0,60 m (24/08/2007) R.N. (0,00) = cota do meio fio da R. Paulino dos S. Coelho. (indicado em planta).
A Figura 6.18 exibe o modelo de nível freático obtido para a área de estudo pelo
método Topo to Raster, com os furos obtidos no período seco e também dos poços.
Figura 6.18 Superfície freática para o período seco do ano por meio do Topo to Raster.
116
Tabela 6.2 Passo e alcance do modelo variográfico ajustado para a superfície freática
Tal valor não se mostra muito diferente dos obtidos em trabalhos similares para esta
variável, como os de Sturaro (1988), Fonteles (1997), Mendes (2001), Fontelles et al (2006),
que também analisaram o comportamento geoestatístico do nível piezométrico/N.A. de
sondagens e poços, encontrando o alcance entre 1.200 e 3.500 metros.
No trecho da reta em que há uma maior presença de amostras, pode-se dizer que o
ajuste foi razoável; entretanto observa-se um distanciamento entre as retas (pobreza de
correlação) ao mesmo tempo em que diminui-se o número de pontos.
Figura 6.20 Validação cruzada com a krigagem ordinária para a variável N.A..
118
Figura 6.21 Superfície freática para o período seco do ano por meio de krigagem ordinária.
119
Assim como a superfície interpolada pelo Topo to Raster, a obtida com a krigagem
também apresenta uma disposição espacial coerente às diferentes condições de relevo na
unidade geológica dos sedimentos recentes; com valores de cota tendendo a ser nulos a
negativos em alguns trechos próximos a linha de costa.
O modelo obtido com o Topo to Raster ilustra bem essa diferença. Nele, constata-se
a transição de cotas ao se aproximar das drenagens, sem negligenciar os valores originais,
que inclusive mantiveram-se na mesma faixa dos valores estimados).
Optou-se então por utilizar o método Topo to Raster para todas as análises
seguintes envolvendo a superfície freática, como a analisada a seguir.
120
Observa-se que os valores anômalos negativos indicando áreas com o nível d’água
acima da superfície do terreno estão associados a áreas de vales de drenagem. A diferença
atingiu até o valor negativo de -8, que indica, entretanto, trechos pontuais no mapa.
Foram geradas superfícies freáticas para o período seco e o chuvoso pelo modelo
Topo to Raster, para os valores pertencentes aos furos contidos apenas na zona costeira, e
então se seguiu a uma comparação entre as duas situações.
Figura 6.23 Superfície freática para o período chuvoso do ano por meio do Topo to Raster.
124
Figura 6.24 Superfície freática para o período seco do ano por meio do Topo to Raster.
125
A Figura 6.25 exibe os setores utilizados nas interpolações no NSPT. São eles:
No total, foram utilizadas 529 sondagens nas atividades de interpolação e estimativas dos
valores do NSPT.
126
6.3.5 SETOR 1
75 75
50 50
25 25
0 0
0 2 5 10 20 40 Mais 0 2 5 10 20 40 Mais
NSPT NSPT
75 75
50 50
25 25
0 0
0 2 5 10 20 40 Mais 2 5 10 20 40 Mais
NSPT NSPT
Tabela 6.3 Passo e alcance do modelo variográfico ajustado para as interpolações do Setor
1.
Figura 6.27 Variograma omnidirecional para o NSPT médio entre as profundidades de 1 e 5m.
As Figuras 6.31 a 6.32 exibem os mapas obtidos para o NSPT médio entre as
profundidades de 1 a 5 metros, pelos dois métodos. A Tabela 6.4 descreve as
características gerais encontradas nos perfis utilizados para essa camada (entre 1 e 5
metros de profundidade).
Figura 6.32 Interpolação dos valores do valor médio do NSPT entre 1 e 5 m de profundidade
no setor 1(Topo to Raster).
134
Como os valores médios para cada metro dessa camada ficaram entre 6 e 15
golpes, o resultado foi um mapa com ausência de classes com valores extremos (com
exceção da pequena área indicando mais de 20 golpes no modelo obtido pelo topo to
raster), como áreas em vermelho (menos de 2 golpes) e laranja (entre 2 e 5 golpes), e os
tons de azul (NSPT > 20 golpes). Diante disso, o mapa com as estimativas do índice médio no
bulbo de tensões apresenta a predominância de áreas amarelas (entre 5 e 10 golpes) e
verdes (entre 10 e 20 golpes), resultado que se encaixa perfeitamente no critério para
utilização da fórmula de tensão admissível.
Tal ponto pertence à sondagem com ID 96, e apresenta um perfil com esta argila
mole/muito mole a partir de 3 metros de profundidade que persiste até a profundidade de 13
metros, depois da qual se observa um aumento brusco de resistência à penetração (NSPT
com 40 golpes).
136
Figura 6.35 Quadro com amostras obtidas nos ensaios com NSPT ≤ 2 a 6 metros de
profundidade no Setor 1.
Para tentar evitar esse efeito, foram realizados inúmeros testes com a variação de
vizinhança, tanto na forma como no ângulo da elipse que abrange as amostras utilizadas
nas estimativas, assim como o uso de superfícies de tendência para cada caso. Essas
medidas ajudaram na obtenção de mais faixas representativas de cada classe de valores,
entretanto não o suficiente para evidenciá– las como foi conseguido ao utilizar o topo to
raster.
Ainda observa-se a presença de argila orgânica com turfa e marisco no mesmo furo
mencionado na profundidade de 6 metros, e ainda nas áreas em vermelho (NSPT < 2)
próximas a esta.
Figura 6.40 Quadro com amostras obtidas nos ensaios com NSPT ≤ 2 a 14 metros de
profundidade no Setor 1.
146
6.3.6 SETOR 2
100 100
75 75
Freqüência
Freqüência
50 50
25 25
0 0
0 2 5 10 20 40 Mais 0 2 5 10 20 40 Mais
NSPT NSPT
A Tabela 6.5 exibe os parâmetros básicos obtidos com o ajuste dos variogramas, e
as Figuras 6.42 e 6.43 mostram os gráficos obtidos. Nas duas situações (camada superficial
entre 1 e 5 metros e profundidade de 12 metros), optou-se por avaliar o ajuste do
variograma omnidirecional (direção 0˚ e abertura de 90˚).
Figura 6.44 Interpolação dos valores do valor médio do NSPT entre 1 e 5 m de profundidade
no setor 2 (Krigagem Ordinária).
151
Figura 6.45 Interpolação dos valores do valor médio do NSPT entre 1 e 5 m de profundidade
no setor 2 (Topo to Raster).
152
Apesar disso, observa-se uma grande amplitude de valores para cada metro (tal
como esperado devido à extensão do setor analisado), nos quais se encontram mínimos de
0 a 1 golpes até máximos com cerca de 60 golpes.
siltosa, silte arenoso e predominância de silte argiloso; todas com presença de arenito, ou
laterita, ou pedregulhos, ou associados.
6.3.7 SETOR 3
100 100
Freqüência
Freqüência
75 75
50 50
25 25
0 0
0 2 5 10 20 40 Mais 0 2 5 10 20 40 Mais
NSPT NSPT
O índice cresce com o alcance de níveis mais profundos, mostrando que realmente
os sedimentos do Barreiras apresentam um comportamento esperado em termos de
resistência (aumento com a profundidade) nessa área de estudo.
Assim como nos casos anteriores, foi ajustado o varigograma omnidirecional (direção
0˚ e abertura de 90˚), de modelo esférico. A Tabela 6.7 mostra os parâmetros básicos dos
variogramas ajustados.
Para a camada entre 1 e 5 metros, não foi possível obter uma direção bem definida
de anisotropia, apesar do modelo indicar de forma sutil a referida NE – SW, enquanto que a
12 metros sugeriu-se a direção oposta (NW – SE).
158
As Figuras 6.51 e 6.52 exibem os mapas obtidos para o NSPT médio entre as
profundidades de 1 a 5 metros, pelos dois métodos.
Figura 6.52 Interpolação dos valores do valor médio do NSPT entre 1 e 5 m de profundidade
no setor 1(Topo to Raster).
Como no Setor 1, a maioria dos valores médios para cada metro dessa camada
ficaram entre a faixa de 5 a 20 golpes, a qual é mais indicada para a utilização da fórmula
empírica para tensão admissível. As estimativas do índice médio no bulbo de tensões
apresenta a predominância de áreas amarelas (entre 5 e 10 golpes) e verdes (entre 10 e 20
golpes).
argila arenosa; areia argilosa e ainda silte argiloso pouco areno so, todos comlaterita e
pedregulho.
Neste caso, percebe-se que a krigagem ordinária não representou bem os valores do
índice nas extremidades do setor, que correspondiam à classe com NSPT variando entre 11 e
20. Apesar disso, as interpolações a essa profundidade nesse setor foram a que menos
demonstraram diferenças entre os dois métodos, talvez pela homogeneidade de valores
envolvidos e menor quantidade de sondagens utilizadas, uma vez que ao selecionar a
164
No Setor 2, pode-se fazer uma análise comparativa com o mapa gerado para os
valores de NSPT a profundidade de 12 metros. Neste último, os trechos que apresentam
valores mais elevados de golpes (> 40, cor azul escuro), apresentam poucas vezes alguma
correspondência com a superfície do impenetrável. Trata-se dos casos em que a
profundidade obtida para golpes maiores que 50 se encontra em torno de 12 metros.
Figura 6.56 Profundidade do impenetrável à percussão (NSPT > 50) para o Setor 1.
168
Figura 6.57 Profundidade do impenetrável à percussão (NSPT > 50) para o Setor 2.
169
Figura 6.58 Profundidade do impenetrável à percussão (NSPT > 50) para o Setor 3.
valores do NSPT neste setor para a profundidade de 12 metros. Neste, fica clara a
predominância de alta resistência a penetração, em que a parte centro-oeste do setor
apresenta grande coerência com a superfície do impenetrável (trechos com NSPT menores
que 40 encaixam-se com os que o impenetrável foi estimado para mais profundo que 12
metros). Não obstante, a parte leste do setor não promoveu semelhante correspondência.
Pode-se atribuir ao fato de que justamente neste trecho verifica-se a presença de mais furos
que não alcançaram NSPT > 50, situados entre as sondagens utilizadas na geração do
modelo.
As Figuras 6.59 a 6.61 mostram as sondagens que não participaram dos processos
de estimativa e que foram utilizadas na validação (comparação dos dados reais, obtidos em
campo, com os estimados) dos mapas obtidos. Os testes de validação foram realizados com
os mapas obtidos pelo Topo to Raster, uma vez que após as observações preliminares,
esse método se mostrou um pouco mais satisfatório.
Os pontos com piores resultados encontram-se justamente nos extremos dos setores
ou em seções com poucas amostras e quantidade de sondagens. Ainda assim, alguns dos
erros correspondem a estimativas que conseguiram encaixar-se nos intervalos estimados.
171
Tabela 6.9 Comparação entre estimativas e valores reais no Setor 1 para o valor do NSPT
médio entre 1 e 5 metros (RMS = 1,53)
Tabela 6.10 Comparação entre estimativas e valores reais no Setor 1 para o valor do NSPT a
6 metros (RMS = 3,2)
Tabela 6.11 Comparação entre estimativas e valores reais no Setor 1 para o valor do NSPT a
10 metros (RMS = 4,8)
2 1 1,2 0,2
3 5 4,7 0,3
4 26 18,5 7,5
5 19 16,0 3
6 13 20,1 7
7 2 2,4 0,4
8 26 31,4 5,4
Tabela 6.12 Comparação entre estimativas e valores reais no Setor 1 para o valor do NSPT a
14 metros (RMS = 5,4)
2 3 2,9 0,1
3 10 14,0 4
4 24 21,0 3
5 5 3,3 1,7
6 8 15,4 7,4
7 13 12,0 1
8 12 12,3 0,3
176
Tabela 6.13 Comparação entre estimativas e valores reais no Setor 2 para o valor do NSPT
médio entre 1 e 5 metros (RMS = 3,1)
10 4 7,0 3
11 2 10,0 8
12 4 5,0 1
13 6 7,0 1
14 4 4,0 0
15 5 6,2 1,2
16 7 7,8 8
Tabela 6.14 Comparação entre estimativas e valores reais no Setor 2 para o valor do NSPT a
12 metros (RMS = 4,2)
Tabela 6.15 Comparação entre estimativas e valores reais no Setor 3 para o valor do NSPT
médio entre 1 e 5 metros (RMS = 5,3)
18 10 22,0 12
19 14 15,2 1,2
20 16 17,1 1,1
21 6 5,5 0,5
Tabela 6.16 Comparação entre estimativas e valores reais no Setor 3 para o valor do NSPT a
12 metros
20 50 32,0 18
21 29 12,5 16,5
As Figuras 6.60 a 6.62 exibem os mapas com tensão admissível para os três
setores.O mapa obtido para o Setor 1 ( Figura 6.62) apresenta faixas de valores de MPa
coerentes aos esperados com a utilização da formulação empírica, uma vez que foi
originado a partir dos índices contidos no intervalo que é o mais indicado para a aplicação
da correlação (NSPT médio do bulbo de tensões entre 5 e 25).
178
A escolha por esta técnica é favorecida pela presença de solo mais resistente já a
cerca de 5 metros de profundidade, que permite o emprego da melhoria nesta cota de apoio,
associada às características predominantemente arenosas das camadas situadas acima. O
solo resultante (melhorado) recebe então um acréscimo de resistência que permite o
alcance de tensões admissíveis maiores que as anteriores ao processo de melhoria. Por
isso, mesmo as áreas que não apresentaram altos valores de tensão admissível indicam o
contexto adequado a esta solução devido as menores compacidades iniciais.
O Setor 3 resultou com um mapa coerente com o perfil de ocupação dessa área
dentro do município. Até recentemente, esta parte da cidade contava com a ocupação
predominantemente de construções residenciais ou obras de pequeno porte, como
pequenos prédios com poucos pavimentos. Para tais finalidades, a presença das faixas em
laranja e amarelo se adequam satisfatoriamente (tensão admissível entre 0,16 e 0,46 MPa).
parte não incluída da área isolada. Ou seja, sugere-se um aumento de resistência com a
profundidade, neste nível (pois a 6 metros abaixo do terreno, correspondem cotas
altimétricas diferentes e paralelas à topografia).
183
Figura 6.65 Setor 1: Mapa com áreas propícias ao apoio de estacas de compactação
(profundidade – 6 metros).
184
7 CONCLUSÕES
Para a obtenção do MDT, foram testados o modelo TIN e também a rotina Topo to
Raster. Esta última se demonstrou mais adequada, tanto pela análise do RMS mínimo,
como pelo fato de ser um método que leva em conta aspectos da morfologia e hidrologia,
produzindo uma superfície resultante mais fiel às características do terreno, com suavização
189
de fundos de vale e outras transições que resultam mais bruscas e até grosseiras quando
analisadas em outros métodos.
Para a obtenção dos resultados finais (mapas com aptidão aos tipos de fundação),
foram realizadas análises integradas desses mapas de resistência aos da superfície freática,
192
visto que a profundidade do nível dágua representa um fator limitante ao se tratar de alguns
tipos de fundações.
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APÊNDICE A
212
213
Total 415
Valor Mínimo -9,2
Valor Máximo 41,7
Média 6,9
Desvio 7,8
Total 220
Valor Mínimo 2,3
Valor Máximo 22
Média 10,2
Desvio 4,0
Total 275
Valor Mínimo 0
Valor Máximo 69
Média 18,0
Desvio 12,9
Total 276
Valor Mínimo 0
Valor Máximo 60
Média 7,9
Desvio 8,1
214
Total 269
Valor Mínimo 0
Valor Máximo 180
Média 15,1
Desvio 16,3
Total 151
Valor Mínimo 1,3
Valor Máximo 46,3
Média 9,7
Desvio 7,2
Total 137
Valor Mínimo 0
Valor Máximo 90
Média 31,7
Desvio 16,3
Total 66
Valor Mínimo 2,3
Valor Máximo 75,8
Média 14,3
Desvio 14
215
Total 34
Valor Mínimo 12
Valor Máximo 90
Média 47,3
Desvio 20,2