Curando A Alma Com A Água Da Vida - Bete Xavier

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 120

Sumário

Prefácio
Introdução
A alma enferma
Enfermidade na alma
Depressão
Conflitos existenciais
Complexos: superioridade e inferioridade
Orgulho versus rejeição
Perseguir e ser perseguido
Avareza e a bênção chamada Próximo
Futilidades
Amargura
Perdoar e perdoar-se
A alma saudável
Conclusão
Informações Complementares (i.c)
Referências bibliográficas
A autora
“E TODO O VOSSO ESPÍRITO, E ALMA, E CORPO, SEJAM
PLENAMENTE CONSERVADOS IRREPREENSÍVEIS.”

( I TESSALONICENSES 5.23)
Prefácio

Em tempos em que a humanidade caminha para um distanciamento dos


valores que norteiam a vida, buscando a supervalorização do ego, a
liberdade em expor seus anseios mais bizarros, contrariando assim a moral,
a ética e os bons costumes, deparo-me com o livro da minha amiga
psicanalista clínica Dra. Elisabete da Silva Xavier de Souza, cujo título
Curando a alma com a Água da Vida já nos dá um vislumbre da tamanha
importância de dessedentarmos nessas águas, sem exceção! Não há quem
não necessite de cura em alguma área do seu ser. Este livro, bem oportuno e
de um conteúdo riquíssimo, guia-nos a uma dimensão de crescimento
espiritual pela exposição da Palavra de forma simples e objetiva, moldando-
nos ao caráter de Cristo, “o Varão perfeito”, o padrão!
Posso falar com propriedade sobre a proposta da autora quanto ao livro e
seu alcance em gerar transformação de vidas, pois a mesma ministrou um
seminário para a ala feminina de nossa igreja no ano de 2014 sobre este
exato conteúdo, impactando e mudando muitas vidas!
Que o Senhor continue abençoando-lhe muitíssimo, inspirando-a sempre
pelo Espírito Santo a levar esse bálsamo aos enfermos de alma.
Pr. Adevanir Magne
Presidente do ministério Batista Nova Aliança de Nova Odessa. Bacharel
em Teologia pela FACETEN (Faculdade de Ciências, Educação e Teologia do
Norte do Brasil) e pelo Instituto BETEL de Ensino Superior. Especialização em
Escatologia pelo IBICAMP (Instituto Bíblico de Campinas-SP).

Numa fase de minha vida em que eu vivia contínuos estados depressivos,


fui convidada a participar de uma série de palestras que seriam ministradas
pela psicanalista, pastora e mulher de Deus Elisabete Xavier. Eu sentia que
havia perdido a minha identidade, a minha essência. O assunto que mais me
marcou foi a alma enferma. A partir daquele estudo vi o quanto minha alma
estava necessitando de um equilíbrio. Entendi que acima de tudo era Deus e
depois eu mesma. Aprendi muito ao longo daquele estudo, mas, desejando
saciar-me, decidi pedir a ela que me deixasse ser sua discípula para que, com
ela, com suas palavras simples e de fácil entendimento, com sua sabedoria,
me ensinasse tudo o que eu precisava ainda aprender. Só tenho que
agradecer a Deus por ter preparado e equipado uma mulher coo Elisabete
Xavier para nos ensinar.
Ana Paula Discola, membro e diaconisa da Comunidade Família da Fé em
Nova Odessa.

Sou amante da escola dominical desde tenra idade e venho há anos


batalhando para que esse departamento não caia no esquecimento nas
igrejas evangélicas. No segundo semestre de 2014 eu estava como
superintendente da EBD na Assembleia de Deus Madureira, em Nova
Odessa, SP. Nessa ocasião o assunto da revista era “Enfermidades da alma”.
Como já sabia da formação em psicanálise da irmã Bete (como a
chamamos carinhosamente) pedi para ela nos ministrar aquelas aulas, e o
resultado é que experimentamos momentos de um grande aprendizado.
Sei que com o passar do tempo o Senhor tem capacitado ainda mais essa
grande serva d’Ele, por isso podemos apresentar essa obra que, com certeza,
será de muito enriquecimento para o leitor.
Parabéns, querida irmã, e boa leitura a todos.
Derli Figueiredo, bacharel em Teologia pela Faculdade Be-tesda (FTB), ex-
professor de Teologia pela mesma na cidade de Campinas – SP, presbítero na
Assembleia de Deus Madureira, em Nova Odessa, SP.

Que a graça e a paz do Senhor Jesus estejam sobre todos.


Existem pessoas que passam pelas nossas vidas, e só passam! Existem
pessoas que se movem, existem pessoas “inamovíveis” e existem pessoas que
nos movem. Bete é isso, inspiradora.
Amo pesquisar, estudar. Um dia nos encontramos, e no calor da conversa
o assunto predominante foi sobre comportamento humano, funcionamento
da mente humana etc. Bete me inspirou a estudar sobre o assunto. O labor
pastoral é cuidar de gente, nisso concluí que me dedicar no cuidado das
emoções seria algo incrível.
Faço uso das palavras de Newton: “Se eu vi mais longe, foi por estar nos
ombros de gigantes”. Se quiser ir mais rápido, vá sozinho. Se quiser ir mais
longe, vá acompanhado.
Otoniel Gomes, casado com Fernanda, pai de Karoline e Otniel. pastor da
AD Brás Capivari. Bacharel em Teologia. Pós-graduado em Psicologia
Pastoral. Conferencista.

Temos desfrutado a amizade da evangelista Dra. Bete Xavier e sou grato


pela oportunidade de, como seu pastor e líder espiritual, apresentar a
presente escritora e recomendar este livro aos mais diversos públicos,
especialmente àquele que norteia sua alma à luz da Bíblia.
Com clareza é possível verificar o quão especial é esta obra. Temos aqui
uma psicanalista e professora que conhece a Bíblia, que se dedica ao Senhor
Jesus e ao Seu Reino e que se alegra na cruz de Cristo, doando-se com
compaixão por almas aflitas e em dificuldades. Isso com a grande sabedoria
que possui, como resultado do trabalho evangelístico e muita experiência
em atendimentos ao longo da sua carreira profissional e ministerial.
Numa época em que as pessoas estão, por conta da corre-ria da vida,
muito sobrecarregadas e embaraçadas, meu anseio é que Deus use este livro
para aperfeiçoamento da sua Igreja e cura das doenças da alma.
Pr. Paulo S. R. Cardoso. Assembleia de Deus, ministério de Madureira,
Santa Bárbara D’Oeste, SP.
Com orgulho faço público que vivemos juntos desde 26/12/1992 e, sem
hesitação, afirmo que também experimentamos os momentos comuns a
todo e qualquer casamento. Mas Bete tem uma fé maturada na Palavra de
Deus, que fez dela – e faz – uma pessoa maravilhosa que trabalha em função
de ver todos os que estão perto bem, abrindo mão muitas vezes da sua razão
para viver a paz. Em casa, mulher sábia, sempre soube administrar isso com
muito amor; mãezona, amiga, esposa, companheira nos momentos difíceis
(quantos passamos juntos!), tanto profissional quanto espiritual, na fase da
adolescência do filho e tantos outros...
Mas em todos esses momentos sempre foi edificadora, mulher sábia. Eu a
encontrei! Na “capital do romance” – Paris/França – comemoramos as
Bodas de Prata (dezembro de 2017). Tudo simplesmente memorável! É fato
divisor de águas em todos os aspectos.
A Deus toda a gratidão, glória e louvor!
Pastor Luiz Xavier de Souza. Teólogo pela Faculdade Betesda,
Campinas/SP. Estudante de Engenharia Civil.
introdução

E por que só agora, depois de seis anos, estou lançando esse livro?
Desde sempre fui professora de EBD. Claro que de acordo com a minha
faixa etária.
Aos 8 meses de minha gravidez, em 1995, ministrei a primeira aula para a
classe de senhoras e nunca mais deixei de fazer isso. É imensurável o prazer
em manusear a Bíblia. Amo! Beijo-a!
Tive a oportunidade de ministrar temas surpreendentes do Velho
Testamento que me demandaram dedicação e estudo para passar adiante.
Foi de muito ganho para mim! Entendi muitos pontos obscuros e a beleza
da história da fé que professo.
Navego mais pela leitura do Novo Testamento., pois me identifico mais.
Sou muito prática. Aprecio a linguagem parabólica e analógica. E qual o
recurso linguístico de Jesus? Parábolas! E como era compreendido!
Em 2014, no segundo trimestre, a EBD BETEL trouxe um tema
transversal: Enfermidades da Alma, comentada pelo pastor Israel Maia. O
superintendente não titubeou: “Bete! Este trimestre é todinho seu. Não
vamos separar as classes de adultos. Essa é a sua praia!”. E eu: “Obrigada,
Derli; bora preparar e exercitar”. Havia concluído o curso de Psicanálise em
julho de 2013.
Foi gratificante para mim. Bênção para todos! E aí reconheço o início
desse ministério: meus mentores, instrumentos de meu Senhor.
Meses à frente, conversando sobre o sucesso e a receptividade do tema
entre os estudantes com a Lindalva, líder do ministério de oração na Igreja,
comentou com o pastor. Não foi difícil a ele, então, abrir para mim a
oportunidade de ministrar as lições, o estudo, pois já me conhecia: eu não
me lembrava que havia sido professora secular de sua filha! Mas ele
lembrava-se de minha idoneidade, disseme.
Dia 14 de setembro de 2014, numa quarta-feira, lá estava eu, diante de
aproximadamente 25 mulheres ministrando o primeiro tema: a alma. Disse
que ministraria quatro temas no total sobre cura da alma. Ao final da
ministração do quarto tema, Nerita, professora de Teologia, comovida pela
ação do Espírito falou: “Eu soube que esse curso tem treze lições! Por que
parar? Vim para ouvir todas!”. Encorajei-me e, por decisão da liderança,
então continuamos.
Foram onze reuniões de muita unção, muita comunhão, muita visitação
do Espírito Santo, muita sensibilidade, muita cura. Momentos ímpares, ao
mesmo tempo em que eram momentos esperados. Abrimo-nos para que
Deus operasse livre e profundamente em nosso coração. A unção continuou
descendo por muito tempo. Pastor Adevanir e outros ministros de louvor
participaram de algumas reuniões conosco. Foi muita glória, muita
transformação. “Irmã, a igreja não é mais a mesma!” foram as palavras do
pastor na época.
Ao final do curso, como diziam, eu apostilei meu material, preparei uma
folha para colher o autógrafo delas e prometi que faria daquilo um livro, este
livro! Ao olhar para aquela apostila, lembro-me de inúmeras oportunidades
de compreender versículos até então não muito significativos; sentia a
presença, o domínio do Espírito Santo nos meus olhos e minhas mãos para
localizar os versículos durante a preparação das aulas. Muita glória!
Pastor Adevanir, Lindalva e Nerita tiveram participação especial aqui
nesse fato histórico do meu ministério. Um escancarou a porta, uma
divulgou e a outra me encorajou. E eu me entusiasmei! E concluímos nossos
onze encontros.
E por que só depois de seis anos estou lançando esse livro?
Primeiro, porque esse é o tempo do Senhor! Muita coisa cresceu e
amadureceu. Muita coisa ganhou novo significado e importância! Outras
coisas se esclareceram. Muitas experiências adquiri no decorrer dos dias!
Meu Senhor traçou novos percursos e novas oportunidades! Uma muito
importante, entre outras, foi a consagração ao ministério de evangelista,
apresentada à CONAMAD pelo pastor Eliseu Virginio da Silva. Como o
respeito e o admiro, bem como a sua esposa, pastora Tania Sanches Silva,
dedico minha eterna gratidão.
Segundo, os trabalhos na clínica desenvolvidos desde 2014 me
solidificaram conceitos teóricos e me proporcionaram falar com
propriedade. Pude assimilar a mensagem de dois livros que li, reafirmando o
objetivo comum entre minha habilitação secular e meu ministério espiritual.
E como as experiências de lá me enriquecem as ministrações e vice-versa!
Foram muitas provações e superações. Muitas vitórias, o que pressupõe
muitas lutas. O que mais entendi durante o processo é: tudo o que me
acontece é o melhor de Deus para mim! “Se vós que sois maus sabeis dar o
melhor pra vossos filhos, muito mais vosso Pai Celeste”.
Seu amor por mim e por você é incondicional. Nossa alegria, nossa vitória
O louva!
A sua dor, os seus conflitos, são para cura! E não para a morte!!!! Papai
Celeste te ama!
Boa leitura!
A alma
enferma

...E TODO O VOSSO ESPÍRITO, E ALMA, E CORPO, SEJAM


PLENAMENTE CONSERVADOS IRREPREENSÍVEIS... (I Tessalonicenses
5.23)
Então o corpo volta ao pó, e o espírito volta a Deus, que o deu.
(Eclesiastes 12.7; Salmo 146.4)
E a alma?
A alma é o que temos para cuidar!
Alma é um termo equivalente ao hebraico néphish e ao grego psykhé e
significa “ser”, “vida” ou “criatura”. Etimologicamente deriva do termo latino
animu (ou anima), que significa “o que anima”. Seria a fonte da vida de cada
organismo, sendo eterna e separada do corpo.
Alma não é o mesmo que espírito.
“Porque a Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante que espada
alguma de dois gumes, e penetra até a divisão da alma e do espírito, e das
juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do
coração” (Hebreus 4.12).
Do grego anemos, que significa “ar”, “sopro” / Alma – knoow.
Compreendemos, assim, a tricotomia do HOMEM: o físico (a matéria,
que nos coloca em contato com mundo físico), o espírito (o sopro de vida) e
a alma (energia responsável pela movimentação do corpo).
Físico ALMA Espírito
São inseparáveis, interdependentes. Inexiste aí superioridade ou
inferioridade!
Facilitando: pense em alguém com paralisia cerebral, num estado
vegetativo. O que está faltando ali? A alma!
Divisão da alma, que por sua vez também é tricotômica:
• Mente: capacidade de raciocínio, pensamento, memória, intuição,
inteligência, decisão, consciência...
A mente detém 80% do poder da alma (i.c).
Há quem a defina como “a sede dos sentimentos”.
Seu órgão é o cérebro.
• Vontade: capacidade de escolher, exercer o livre-arbítrio...
Veja que ela não decide!
• Emoções: forma de expressar os sentimentos (que foram já admitidos
pela mente).
Seu órgão principal é o coração e, secundariamente, o semblante.
• Quando se distancia do Seu Criador, pois é eterna.
O distanciamento pode decorrer de iniquidade (caminho oposto à
santidade). “Porquanto, a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois
não é sujeita à lei de Deus...” (Romanos 8.7) Enfraquece, sentindo-se
desnutrida.
• Quando perde a conexão por meio do pecado.
O pecado da omissão (a negligência) leva ao afastamento, tanto quanto ao
pecado da desobediência. Omissão/omitir significa, aqui, deixar de cumprir.
O pecado da ação deliberada caracteriza-se desobediência. Ou seja,
oposição.

SINAIS E SINTOMAS
• Falta de apetite espiritual
É um sintoma, pois é subjetivo. O sujeito ignora a voz do Espírito Santo,
considerando não ser pecado o que está desejando, mas toda a iniquidade
(malignidade) é pecado (I João 5:17).
• Somatização: doenças físicas advindas do desequilíbrio psíquico.
A matéria corporal (soma, no grego) começa a manifestar o desequilíbrio
da alma e do espírito. “Pois no íntimo da minha alma tenho prazer na Lei de
Deus; contudo, vejo outra lei agindo nos membros do meu corpo,
guerreando contra a lei da minha razão, tornando-me prisioneiro da lei do
pecado que atua em todos os meus membros” (Romanos 7:22,23).
“Enquanto mantive meus pecados inconfessos, meus ossos se definhavam
e minha alma se agitava em angústia” (Salmo 32:3).
• Atitudes contrárias aos domínios do Espírito.
É um sinal; é patente; é objetivo.
É a deliberação consciente da alma.

DIAGNÓSTICO
• Alma quebrantada: se entristece, sente o vazio (i.c.); preocupa-se com a
cura.
“Porque a tristeza, segundo Deus, opera arrependimento para a salvação,
da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera para a morte”
(II Coríntios 7:10).
E Deus não despreza um coração quebrantado! (Salmo 51.17).
• Alma resistente: vive sob provações.
Alguém me interpelou numa aula de EBD: “Por que sou sempre provada
com o desemprego do meu marido?”. Respondi: “Porque ainda não
aprendeu um conteúdo que Deus quer que você aprenda!”. Não é assim que
acontece na educação escolar?
• Alma cauterizada: em suma, não se importa com a preparação para a
vida eterna.
Diferente da alma resistente, ela percebe, sim, que há algo errado, porém
não se preocupa, tampouco questiona os toques de alerta.

A CONVERSÃO NA ALMA
• Compreensão da necessidade da transformação explícita pela Palavra de
Deus.
É a faculdade de decisão da mente. É apresentar o corpo em sacrifício
vivo, santo e agradável a Deus, que é o culto racional. É agir de forma que
Deus possa aplaudir a decisão tomada mediante uma tentação. Ele receberá
como louvor tal decisão! (Romanos 12.1).
• Preferência e desejo pela vontade de Deus
Transformado pela Palavra, passa a reconhecer que a vontade d’Ele é
perfeita, agradável (Romanos 12.2). Vontade essa que, na maioria das vezes,
contraria a nossa. Mas deve prevalecer!
• Refinar as expressões, tendo primeiro transformado os sentimentos.
As emoções expressam os sentimentos guardados no mais profundo da
alma, do coração.
Entre os provérbios de Salomão (4.23) lemos: “Sobre tudo o que se deve
guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida.”
Toda e qualquer atitude que tomamos parte do coração, que por sua vez
acatou a deliberação do cérebro. Se a reação foi impensada num
determinado momento, ela resultou de um sentimento que passou pelo filtro
do cérebro e alojou no coração.
Facilitando: de repente aquela pessoa de quem você sente um pequeno
grau de inveja vem lhe compartilhar uma nova conquista. E aí? Os lábios
tremem... a gagueira aparece... as mãos ficam bobas e derrubam as coisas...
O cérebro consentiu ao coração a recepção e alojamento da inveja!
Isso vira raiz de amargura! Vamos retomar mais à frente.
Enfermidade
na alma

SINTOMAS E SINAIS: Os sintomas são invisíveis, muitas vezes


dissimulados. Os sinais são visíveis. Os mais comuns, dentre tantos mais
sutis, estão:
• Tristeza: que opera para a morte (II Coríntios 7.10).
• Desânimo: resultante das perplexidades, adversidades (II Coríntios
4.8,9).
• Angústia: consequente da falta de comunhão e paz com Deus (Romanos
5.1-5)
• Inquietude: excessivamente em atividade, escondendo-se atrás das
ocupações.
• Instabilidade: hoje está firme, fervoroso, abraçando, amando. . Amanhã?
• Sensação de vazio: tema especial; retomaremos em depressão.
• Impessoalidade: não se deixa perceber; não encara; não admite, se
afasta.
• Espiritualismo: espiritualiza, mascarando a verdade do coração.

INTENSIDADE DE SINTOMA:
• Leve: passageiro.
Trata-se de provação para aprovação.
“Feliz é o homem que persevera na provação, porque depois de aprovado
receberá a coroa da vida que Deus prometeu aos que o amam” (Tiago 1:12).
As provações seguirão sucessivamente até que aprenda o conteúdo, o
propósito de Deus.
• Profundo: crônico, duradouro.
Trata-se de reprovação divina. Deus está exigindo confissão.
“Enquanto mantive meus pecados inconfessos, meus ossos se definhavam
e minha alma se agitava em angústia” (Salmo 32.3).

E AÍ, O QUE ACONTECE?


O sujeito adoece; a medicina não diagnostica. Porém, mediante a queixa
do paciente, o profissional elabora um receituário. Às vezes, o simples fato
de sair do consultório com a prescrição alivia o mal-estar. Contudo, a causa
da doença permanece, pois não há remédio humano que cure o sofrimento
na alma.
No contexto espiritual, sim, assegura-se que há cura para as enfermidades
da alma, que sofre e adoece por sujeição do pecado original.
A boa notícia é: Cristo – somente Ele – liberta o homem da escravidão do
pecado, garantindo a cura profunda e a absolvição da morte eterna
(Romanos 3.23; 6.23).

SENTIMENTO DE CULPA
O sentimento de culpa é o sofrimento obtido após reavaliação de um
comportamento passado tido como reprovável por si mesmo. A base deste
sentimento, do ponto de vista psicanalítico, é a frustração causada pela
distância entre o que não fomos e a imagem criada pelo superego daquilo
que acha-mos que deveríamos ter sido.
Trocando em miúdos, essa culpa é uma dívida que se tem consigo mesmo.
O sujeito é credor e devedor ao mesmo tempo.
Tomemos por base o texto do apóstolo Tiago: “Sujeitai-vos, pois, a Deus,
resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e Ele se chegará a
vós. Alimpai as mãos, pecadores; e, vós de duplo ânimo, purificai os vossos
corações. Senti as vossas misérias, e lamentai e chorai; converta-se o vosso
riso em pranto, e o vosso gozo em tristeza” (Tiago 4:7-9, grifo da autora).
• Há quem quer pagar: sujeita-se a Deus e resiste ao diabo!
Reconhecendo Cristo em Sua totalidade em sua vida, confortavelmente
terá um advogado invencível! “Filhinhos...não pequeis... E se alguém pecar,
temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo” (I João 2.1,2).
• Há quem quer protelar, pagar juro: pessoa indecisa, duvidosa, de duplo
ânimo!
Prejudicar por abuso de poder, por deslealdade, por ciúme, são atitudes
daquele que, por sofrer de complexo de superioridade, aprende a conviver
com a sua culpa e a negar a si o direito de desfrutar a plenitude da vida.
Vamos retomar à frente.
Como suporte do complexo citado está o orgulho: “Não vou me
rebaixar...”, “Prefiro não assumir que eu sinto inveja dela...”, “Prefiro
continuar com dificuldades para desempenhar essa tarefa do que pedir
ajuda. Sempre disseram e admiraram a minha capacidade!”. E esse sujeito
opta por prosseguir vivendo essa frustração que tem de si próprio!
Infelizmente, reconhecemos que por questão de vergonha, insegurança,
desconfiança e, até mesmo por medida de prudência, muitos preferem não
se expor; não confessar. E os fantasmas continuam atormentando!
• Há quem não se preocupe, ou não quer pagar: não lamenta, nem chora.
Ignora.
“Mereço ser punido mesmo...”, “Mereço viver essa miséria...”, “Sabia que o
pior seria pra mim...”.
Expressões como essas denunciam sentimento de culpa. Pessoas que
sofrem com isso tornam-se amargas, indesejáveis, agressivas, intolerantes,
dissimuladas, autopunitivas.
Outras, por complexo de inferioridade, podem manifestar tais
comportamentos! Mais adiante, retomaremos.
Psicanaliticamente: o sujeito não protegeu o seu ID (o seu íntimo, sua
identidade), permitindo assim que o SUPEREGO (a pressão externa) se
fortalecesse. Conclusão: “Não prestei nem pra me defender”.
E daí o sentimento de culpa! É a queixa do EGO.
A CULPA propriamente dita.
Essa é a culpa reconhecida, identificada, inegável, declarada e tudo o mais.
É o sentimento que levou Adão a se esconder de Deus entre as folhas
(grande esconderijo!). Era tudo o que ele tinha à disposição!
Vejamos: hoje a humanidade, em seu corpo dissimulado, pensa estar se
escondendo de Deus. Assim como as folhas, o corpo (a matéria) também
não impede a visita interpelativa de Deus.
RELAÇÃO COM A CULPA
• Consciência de que pecou contra Deus: sente-se atormentado.
Quer pagar sua dívida. Faz todo investimento em função disso.
Investimento? Sim! Quer sacrifício maior do que abrir mão de seus
próprios conceitos visíveis para crer, mergulhar pela fé nas promessas que
Deus faz para aquele que O busca de todo o coração (não de duplo ânimo!)?
• Cinismo: acostuma-se com o pecar e torna-se indiferente; sente um
vazio...
Protelando. Abismo chamando outro abismo maior. Pecadinho, pecado,
pecadão, como dizem. Andam à margem do caminho do pecado, são
tolerantes ao pecado.
E assim vai brincando com o pecado até não se sentir mais digno da
salvação pela graça, ou seja, através do sacrifício de Cristo. Vai “tentar”
reavê-la na Grande Tribulação, através de seu próprio sacrifício.
Já disse a alguém e agora digo a você: brincar com o pecado é brincar com
o Diabo. O pecado é o brinquedo predileto dele!
• Fracasso: sente-se fracassado por ferir sua justiça própria, o seu tabu.
Não – ou parcialmente – se perdoa. Essa é a relação mais doentia. A
diferença entre essa e o cinismo está em como tomar posse da salvação
eterna.
Tem me causado certa reflexão todo o contexto, porém em especial os
versículos 6 e 7 de II Coríntios 12. “Porque, se quiser gloriar-me, não serei
néscio, porque direi a verdade; mas deixo isso, para que ninguém cuide de
mim mais do que em mim vê ou de mim ouve. E, para que não exaltasse
pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber,
um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de não me exaltar”
(grifos da autora). Entendo e parafraseio-os: o meu presente fala mais que o
meu terrível passado, que não consigo esquecer... E quando estou
profundamente envolvido com o espiritual, um mensageiro de Satanás me
traz à lembrança, até das cenas! Que tormento!
Lembrança é produto da memória. Assim como os pensamentos, ela não
tem cerca! Eles e elas vêm! São amigos – ou inimigos – poderosos e silentes.
Conforte-se! Ore objetivamente sobre o espinho e veja-o sob nova luz: “...
pois me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de
Cristo”!

O QUE FAZER
• No caso da culpa por omissão, isto é, quando deixar de fazer o bem, ou
não ter feito o melhor.
Considerando que nesse caso comumente o tormento é intrapessoal
(consigo mesmo), desenvolver, então, a benignidade, a lealdade, a gentileza,
a preferência ao outro.... Não perder a oportunidade de substituir as atitudes
reprovadas!
• No caso da transgressão: quando se faz o mal, o pior.
Pressupõe-se aqui que alguém ficou em desvantagem; foi agredido de
alguma forma (verbal, física, psicológica...). Houve uma exteriorização, uma
expressão objetiva.
O melhor a fazer é confessar, verbalizar sem rodeios, com a maior clareza
possível. Isso representa retirar o entulho da memória.
E mais: tendo feito isso, orar e rejeitar acusação do tentador. “Portanto,
confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para
serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz” (Tiago 5.16).
ATITUDES EM RELAÇÃO À CULPA
• Há quem se arrependa e confesse.
Indubitavelmente, percorrerá o caminho da paz e esquecimento e
finalmente a desfrutará.
Clinicamente, mediante a associação livre e o insight, infere-se e trabalha-
se conjuntamente a elaboração.
Biblicamente, conforta-nos: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel
e justo para nos perdoar os pecados e nos livrar de todas as injustiças” (I
João 1.9). “O que encobre suas transgressões nunca prosperará, mas o que as
confessa e deixa alcançará misericórdia” (Provérbios 28.13).
• Há quem se arrependa, MAS não confesse.
A confissão autêntica segue após o reconhecimento e arrependimento de
uma culpa, de um pecado (lembrando aqui que pecado, na natureza latina
da palavra, significa errar o alvo).
Com base no anteposto, o sujeito que não confessa mantém-se duvidoso
quanto ao arrependimento, com pouco fortalecimento e sem nenhuma
determinação.
• Há quem não se arrependa.
Deliberadamente caminha para a autodestruição após ter vivido um
contínuo tormento.
Tais pessoas recusam buscar ajuda clínica. Os que fazem, optam pela
dissimulação (hipocrisia, fingimento). A culpa dele decorre do erro do outro
com ele; o principal culpado é o outro, pensam.
Para fundamentar essa conclusão: “Mas o que endurece o coração cairá na
desgraça” (Provérbios 28.14).

BENEFÍCIOS
• Crescimento espiritual.
Viver com qualidade! Prazer em viver! Gratidão pelo que se tem ou
recebe! Viver a fé!
“Não tenho tudo o que quero; mas amo tudo o que tenho”(dito popular).
• Crescimento e dignidade da alma.
Prazer em ser útil a si e aos outros!
Otimismo à flor da pele!
Recentemente eu li assim: Deus te deu um tempo para fazer a diferença.
Não desperdice sua vida!
• Ferramentalização para a vida.
Buscar a semelhança de Deus, sendo misericordioso, compreensivo,
generoso. . Servir antes de ser servido!

RESOLUÇÃO
• Ocupar-se reparando onde errou.
Interessante ressaltar: declare objetivamente o erro para si próprio, se for
o caso.
Se tratar de um erro contra os preceitos de Deus, verbalize em oração,
ainda que secreta, para que o acusador saiba que a guerra contra ele está
deflagrada.
• Fortalecer-se na leitura e prática da Palavra de Deus.
“Tomando, sobretudo, o escudo da fé, com o qual pode-reis apagar todos
os dardos inflamados do maligno. Tomai também o capacete da salvação, e a
espada do Espírito, que é a palavra de Deus; orando em todo o tempo com
oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e
súplica por todos os santos” (Efésios 6.16-18).
Escudo e capacete são armas de proteção. Creia que Deus te protege; mas
evite brincar com o perigo, pois esse é o brinquedo predileto do diabo,
lembra?

SUJEITAI-VOS A DEUS!
RESISTI AO DIABO.
ELE FUGIRÁ DE VÓS!
Depressão

O MAL DO SÉCULO: DA NEUROSE ATÉ A PSICOSE


É a síndrome mais conhecida, mais citada entre as pessoas comuns,
quando, na verdade, seria mais adequado dizer momentos depressivos. São
momentos circunstanciais, passageiros. Esses seriam aqueles momentos
vividos pelo rei Davi, por Elias. Escolhi esses, que são os mais citados entre
crentes.
Mas vamos lá: depressão é uma doença que consta no DSM(Manual de
Diagnóstico e Estatístico das Perturbações Mentais), sob o CID-10 – F32
(episódios depressivos). Muitos dados que sejam interessantes podem ser
obtidos via Google (atualizados). Para questão de discurso aqui, vamos
ressaltar alguns.
1. A Organização Mundial de Saúde (OMS) informa que as mulheres
compõem a maior porcentagem entre tais pacientes.
2. Os indivíduos com temperamento melancólico são os mais
predispostos (i.c.).
A doença primeva, o pecado (Gênesis 3), contaminou e comprometeu
todas as dimensões da vida humana. Os desdobramentos podem ser
identificados na impotência pra iniciativas, covardia, mentira, timidez,
fracasso, vergonha. . Aliás, segundo Freud e Erikson, o medo e a vergonha
são a consequência negativa da resolução do conflito na primeira fase
psicossexual/psicossocial, quando a criança é erroneamente orientada
quanto ao controle dos esfíncteres.
O medo é saudável, enquanto visa à preservação da vida em toda a sua
qualidade. Passa a ser patológico (fobia) quando é irracional, ou seja, sem
razão, sem sentido. Esse medo está relacionado a algum momento
conflituoso que o sujeito tenha vivido. (Terapia!!!)

DIVISÃO BÁSICA
• NEURÓTICA: a realidade é mantida intacta.
É decorrente de uma circunstância: luto, desemprego, relacionamento
rompido, perda, vicissitudes da vida. Como já dito, deve ser encarado como
um momento depressivo, real, MAS passageiro.
Ei! A alegria resultante da comunhão com o Espírito é o antídoto para se
atravessar essas adversidades da vida (Gálatas 5.22). Basta a cada dia o seu
mal (Mateus 6.34). Dias melhores virão!
• PSICÓTICA: a realidade está distorcida.
Em breves palavras, pode-se entender como seja a falta de tratamento a
tempo da neurose.
Se, ao perceber os pequenos sinais ou sintomas, o conflito (a dor) for
encarado de frente, como realidade, o bloqueio pode impedir que a neurose
chegue à psicose, ou seja, que se torne crônica.
Em muitos casos, é impossível bloquear, pois se trata de estresses pós-
traumáticos: sequência de situações estressantes, ou situações para as quais
não se apontam soluções.
Alucinações, falsas percepções, delírio, sentimento de perseguição. . são
os sinais da psicose.
Porém, fazemos questão de salientar aqui que o fanatismo, inclusive o
religioso (religiosidade), tem sido causa patente de tantas atitudes
desequilibradas e fatais. Somamos aí a obsessão, a avareza, o orgulho, a
luxúria (sensualidade) e outros.
No caso de religiosidade, por me ser muito familiar, junto com muitos
outros estudantes da Palavra reprovamos certas manifestações e atitudes em
nosso meio que têm causado frustrações, causando o abandono da fé e até
mesmo depressão.
NATUREZA
• Endógena (de dentro): fatores
- Hereditários: filhos gerados por pais excessivamente tímidos tendem a
absorver e reproduzir essa autodepreciação e apresentar inabilidades sociais,
simulando comportamento depressivo. Conheço muitos. Porém, dentre os
filhos, um ou dois escapam dessa sina e se erguem.
- Bioquímicos: o indivíduo já nasce com algum desequilíbrio nas
glândulas produtoras dos hormônios. Aqui está a raiz da depressão
melancólica; a causa está diretamente ligada a fatores endógenos, genéticos,
biológicos.
• Exógena (de fora): fatores - Ambientais: filhos educados por família
excessivamente coerciva.
Há pais, avós, bisavós que fazem questão de passar para os descendentes
os seus valores, as suas verdades, como se o mundo não tivesse evoluído em
todos os contextos. E coagem sob chantagem, ameaças, agressões verbais, e
só sobrepõe essa situação quem for realmente determinado. Duvido que
você já não tenha visto isso!
– Culturais: aqui vamos um pouco mais profundo que o dito acima; é o
caso de alguém que descende de uma família nobre, que se rebela ou aceita
permanecer sob a pressão psicológica de não ser um cidadão comum. O
mesmo acontece com filhos de intelectuais, burgueses, religiosos, que optam
por conviver com a angústia (conflito existencial), a não quebrar a tradição
ou expectativa dos ascendentes, nem tão pouco os frustrar.
– Circunstanciais: as adversidades da vida, problemas no trabalho,
dificuldade nos relacionamentos, perdas, fracassos, enfim, situações
estressantes. É engraçado, mas paixão recolhida ou amor proibido é pano de
fundo de muitas queixas! Muitas pessoas sofrem de autoacusação e se
deprimem: praticam ou praticaram algo que elas mesmas condenam; essas
causas são largamente perceptíveis em pacientes religiosos.
É oportuno informar sobre a depressão catatônica, que pode ser
diagnosticada em pessoas que passam a apresentar alterações na
psicomotricidade; tornam-se muito agitadas, elétricas; parece que não se
cansam de estar no estado de vigília (acordado) trabalhando. Convivo com
paciente desta natureza, dependente de medicamento controlado para
deitar, para dormir.
A LOGOTERAPIA, somando a essas naturezas, nos apresenta uma nova
visão: a depressão de natureza NOOGÊNICA (i.c.) Essa patologia se instala
por falta de sentido à vida. A ausência de perspectiva, de sonhos, de valores,
de prazer pela vida. Permeia naturalmente entre a geração dessas duas
últimas décadas! Tanto faz morrer como matar. Aventurar-se ao
desconhecido é uma possibilidade de “se tornar um novo pop”!
Um vácuo existencial avoluma-se a cada decepção. Enquanto esse fato (a
decepção) é recebido por um jogador renomado como combustível para
treinar e buscar a quebra de recorde, para um indivíduo aventureiro isso
pode acentuar ou aumentar o vazio. A baixa autoestima ganha intensidade e
espaço.
A relação com a culpa também é observável. Tanto a culpa objetiva
(declarada) como a subjetiva (complexo de culpa) propõem um caminho
para a depressão e até a possível autodestruição.

A DEPRESSÃO DE DAVI
Conhecendo o texto, registrado em II Samuel 11.1-17:
“Tendo decorrido um ano, no tempo em que os reis saem à guerra, Davi
enviou Joabe e com ele os seus servos e todo o Israel; e eles destruíram os
amonitas, e sitiaram a Rabá. Porém Davi ficou em Jerusalém. Ora, aconteceu
que, numa tarde, Davi se levantou do seu leito e se pôs a passear no terraço
da casa real; e do terraço viu uma mulher que estava se lavando; e era esta
mulher mui formosa à vista. Tendo Davi enviado a indagar a respeito
daquela mulher, disseram-lhe: Porventura não é Bate-Seba, filha de Eliã,
mulher de Urias, o heteu?
Então Davi mandou mensageiros para trazê-la; e ela veio a ele, e ele se
deitou com ela (pois já estava purificada da sua imundícia); depois ela voltou
para sua casa. A mulher concebeu; e mandou dizer a Davi: Estou grávida.
Então Davi mandou dizer a Joabe. Envia-me Urias, o heteu. E Joabe o
enviou a Davi. Vindo, pois, Urias a Davi, este lhe perguntou como passava
Joabe, e como estava o povo, e como ia a guerra. Depois disse Davi a Urias:
Desce a tua casa, e lava os teus pés. E, saindo Urias da casa real, logo foi
mandado após ele um presente do rei.
Mas Urias dormiu à porta da casa real, com todos os servos do seu
senhor, e não desceu à sua casa. E o contaram a Davi, dizendo: Urias não
desceu à sua casa. Então perguntou Davi a Urias: Não vens tu duma peleja?
Por que não desceste à tua casa?
Respondeu Urias a Davi: a arca, e Israel, e Judá estão em tendas; e Joabe,
meu senhor, e os servos de meu senhor estão acampados ao relento; e
entrarei eu na minha casa para comer e beber, e me deitar com minha
mulher? Como vives tu, e como vives a tua alma, não farei tal coisa.
[...] Pela manhã Davi escreveu uma carta a Joabe, e mandou-lha por mão
de Urias. Escreveu na carta: Ponde Urias na frente onde for mais renhida a
peleja, e retirai-vos dele, para que seja ferido e morto. Enquanto Joabe
sitiava a cidade, pôs Urias no lugar onde sabia que havia homens valentes.
Quando os homens da cidade saíram e pelejaram contra Joabe, caíram
alguns do povo, isto é, dos servos de Davi; morreu também Urias, o heteu.”
• Desejo ilícito: neurose (v. 2-5)
A silhueta do corpo da mulher “perturbou” o coração de Davi; mexeu
com sua neurose.
Todos têm; todos somos neuróticos, porém em níveis e áreas distintas. É
sadia, pois a partir dela é que preferimos, desejamos... Passa a ser patológica
quando é irracional. Costumo explicar a neurose com esse clássico fato: “Por
que bolo de fubá tem que ser assado em forma redonda de furo?”. Talvez a
vovó fizesse assim porque era o único tipo de bolo que ela fazia, e aquela era
a única assadeira! Questione o porquê ser assim ou assado!
• Plano sórdido: psicose (v. 6-14)
Davi desconectou-se da realidade! Arquitetou o plano A, o plano B, o
plano C.
Não mediu consequências; não se importou, ou nem se lembrou, do
decoro de sua posição real. Para resolver um problema, ele arrumou grandes
novos problemas! Ao solicitar a vinda de Urias, pôde ter causado algum
desacerto a Joabe. Sua atitude inidônea em mandá-lo dormir em sua casa
causou-lhe “repreensão” por parte do próprio servo. E, por último, o plano
que o qualificou como um homicida doloso.
• Culpa múltipla e inconfessa (II Samuel 12.1-9)
O sucesso obtido com deslealdade ou injustiça é uma pulga atrás da
orelha. O sujeito vive desconfiado, desajustado. Tem negociado a sua paz.
Deus, em Sua soberania, completou o que iniciou por meio da lealdade de
Urias. Enviou outro servo ao rei que, tomado de autoridade e excelsa
subserviência, declarou-lhe os seus pecados. Também declarou o que lhe
haveria de suceder.
E a depressão começou!

CONFISSÃO
• A Deus, tendo Jesus como Mediador.
A confissão do rei Davi foi com arrependimento e, ainda assim, não foi
abolido da visitação da justiça de Deus. O verso 27 registra que “esta coisa
que Davi fez pareceu mal aos olhos do Senhor”. Isso me permite refletir que
não lhe faltou, da parte do Senhor, um toque de alerta quanto a seus planos
maquiavélicos.
Ao reconhecimento dos seus pecados contra o Senhor, o profeta Natã lhe
confortou, dizendo: Também o Senhor lhe perdoou; não morrerás (II
Samuel 12.13). Muitos desejam a morte no intento de escapar da cobrança
pelos seus pecados.
O apóstolo João, em sua primeira carta, capítulo dois e verso um,
assevera: “Filhinhos, não pequeis; e, se alguém pecar, temos um Advogado
para com o Pai”.
Glória a Deus por tão magnífico Mediador!
• Uns aos outros.
Ter a cobertura de um líder espiritual é orientação bíblica. Eles velam por
nossa alma, como quem há de prestar conta delas (Hebreus 13.17). Que
confortável poder contar com esses ouvidos e coração abertos para nos
acolher!
“Confessai, portanto, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos
outros para serdes curados. A súplica de uma pessoa justa é muito poderosa
e eficaz” (Tiago 5.16).
Que sejamos dignos da confiança de nossos irmãos!
• A um profissional, um psicoterapeuta.
O profissional não tem a magia nem o poder de cura. A recuperação se dá
pela escuta dele, sem julgamento, sem preconceito, com empatia a um ser
em sofrimento. As palavras do paciente são a principal ferramenta de
trabalho do analista. Somam-se a isso os sinais (rubor da face, sudorese,
lacrimejamento, gagueira etc.) e os sintomas. É aconselhável que o paciente
se empenhe em fazer uma boa escolha do profissional com quem prevê uma
boa aliança terapêutica e se entregue ao tratamento, sem economizar
informações ou veracidade nas expressões. O melhor trabalho de ambas as
partes propiciará a cura, ou, ao menos, os insights.

BENEFÍCIOS DA CONFISSÃO
• Paz; esquecimento; justificação.
Os primeiros momentos após a confissão trazem a mesma sensação de
quando se toma um medicamento paliativo: a dor ou o desconforto passa,
porém a raiz do mal pode ainda estar ali. Parece que só voltando a se pôr de
joelhos, em oração, experimenta-se novamente aquele conforto. Por quê?
Por causa do Acusador. Para vencê-lo, é eficaz orar citando a Palavra: “Se
confessarmos os nossos pecados Ele é fiel e justo para nos perdoar e nos
livrar de toda a injustiça” (I João 1.9); “Porei as minhas leis em seus
corações, e as escreverei em seus entendimentos... E jamais me lembrarei de
seus pecados e de suas iniquidades” (Hebreus 10.16,17).
A perseverança em oração, a busca da santificação através da observação e
prática da Palavra proporcionam o esquecimento e garantem a certeza do
perdão.
• Remédio, alívio para a alma.
Muitas pessoas vivem uma vida toda sem nunca precisarem consultar um
médico. Porém, todas as pessoas por algum momento já precisaram tomar
algum analgésico, ou intermitente, ou simplesmente um chá caseiro por
conta de algum desconforto. Isso porque nosso corpo físico é uma máquina
exposta a intempéries e, portanto, sujeita a desajuste.
Com a nossa alma isso acontece. São as aflições a que Jesus se referiu em
João 16.33. E, por vezes, nos sentimos cansados, desfalecidos e até
desanimados.
Mas Ele mesmo, mais uma vez, nos conforta: “Vinde a mim, todos vós
que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei... E encontrareis descanso
para as vossas almas” (Mateus 11. 28,29).
DAVI, conhecido como HOMEM SEGUNDO O CORAÇÃO DE DEUS,
em seu salmo (número 51) nos deixa todo legado dessa história!
E cante comigo, assim como encerramos naquela oportunidade (pesquise
no Google, se quiser, Salmo 51 cantado)

Conforme a tua infinita graça


Oh Pai, perdoa a minha transgressão...
Faz-me sentir mais uma vez a graça
E dá-me a tua paz no coração!
Mais uma vez eu sinto o meu pecado
Que, contra ti, oh pai, oh pai de amor...
Minh ’alma pede a tua alegria.
Renova em mim o teu amor, oh meu Senhor.

Toca-me muito esse outro louvor:

Cria, em mim, oh Deus, um coração puro e outra vez


Renova em mim o espírito inabalável
Canta Danielle Cristina - Inabalável.
Conflito existencial

A autoestima é o conteúdo essencial, o objeto de estudo nesse fato. Esse é


um tema recorrente na atualidade social.
A falta de sentido da vida é uma das causas mais agudas dos conflitos
existenciais e a crise de identidade é a causa subjacente, ou seja, é o que
sustenta, que está por trás disso.
Cada ser humano, cada pessoa é singular, é única! Não existe outra igual.
Sua história de vida é peculiar, é própria, é intransferível! É uma combinação
única no universo, com direitos e deveres, identificado num grupo através
de sua aparência, personalidade, preferências, habilidades, enfim, de acordo
como interage ali.

QUESTÕES INTERNAS
• Existo?
Sim! Existe por decisão de Deus! Vejamos a declamação do salmista:
“Tu criaste o íntimo do meu ser e me teceste no ventre de minha mãe. Eu
te louvo porque me fizeste de modo especial e admirável. Tuas obras são
maravilhosas! Disso tenho plena certeza. Meus ossos não estavam
escondidos de ti quando em secreto fui formado e entretecido como nas
profundezas da terra. Os teus olhos viram o meu embrião; todos os dias
determinados para mim foram escritos no teu livro, antes de qualquer deles
existir” (Salmo 139.13-16; grifos da autora)
Você é especial, insubstituível!
Deus pré-escreveu sua história, seu limite de dias aqui na Terra. Só você
pode permitir a alteração disso!
• Por que existo?
Fomos feitos para representar Deus na Terra; feitos à Sua imagem e
semelhança (Gênesis 1. 26, 27), com autoridade para dominar todas as
demais criaturas. Enquanto aquelas são fruto de Sua palavra – haja! –, nós
somos obra de Suas mãos!
O dom da vida está em você! Tudo o que Ele deseja é que cuide muito
bem da sua vida. Ele deu o início e só Ele tem o direito de colocar o fim.
• Para que existo?
Existimos para Seu louvor e Sua glória. Tudo de bom que há em nós é
Deus em nós! Louvar a Deus seja a nossa maneira de ser, de viver, de estar
entre as criaturas!
Ele é eterno. Eu, você, somos passageiros, seculares. Que nossa ocupação
ao viver seja deixar as melhores marcas, um legado desejável.
• Para quem existo?
Existo em função do outro, ou seja, para o outro. O outro – o meu
próximo – é quem, na verdade, diz aos outros quem eu sou! Conhece os
últimos seis mandamentos? O próximo representa o nosso limite! É a
alteridade: existe o outro, e isso prova que existe o eu! Somos seres
relacionais.
Jesus explicou certa vez aos Seus discípulos: “Em verdade vos digo que
quando o fizestes (fizestes o bem) a um desses pequeninos irmãos, a mim o
fizestes” (Mateus 25. 45).
A seguir, vejamos esses indivíduos em seus relacionamentos.

RELACIONAMENTO INTRAPESSOAL
Aqui está a pessoa se relacionando consigo própria.
Tais pessoas costumam falar sozinhas (solilóquio). Não aceitam opiniões
ou palpites. Preferem errar a pedir orientação ou ajuda. São metódicas,
neuróticas, sempre insatisfeitas. Detestam, ao mesmo tempo em que amam,
espelho. Comportam-se manifestando autorejeição.
• “Por que sou essa pessoa tão... (chata, feia, burra, insuportável etc.)”
Observações desse tipo são conclusões que o sujeito tira de si próprio. As
pessoas do grupo, que até então nada observaram, nem questionaram,
passam a fazê-lo. E normalmente se afastam, pois naturalmente essas
pessoas são amargas.
• “Por que preciso me relacionar?”
“Se eu pudesse não dependeria de ninguém pra nada!”
Estabelecer relacionamento pressupõe dividir, servir, ser conhecida da
outra pessoa...
E esse último – ser conhecido –, é tudo o que não quer.
• “Eu deveria morrer, ou não existir.”
A pulsão de vida está muito distante, quase irreconhecida.
Como uma esponja, num estágio médio de uso (não novíssima, nem
muito velha), tal pessoa absorve tudo o que é negativo ao seu redor, e
valoriza aquilo. Faz de tudo para não esquecer um descaso, uma
depreciação, uma oportunidade em que não foi preferida.
• “Isso é o que eu mereço...”
Sempre age por último. Numa mesa de coquetel, num enfileiramento,
numa oportunidade de manifestação, numa oportunidade de escolha ou
qualquer oportunidade franqueada, esse tipo de pessoa sempre age por
último: “Se sobrar... Se chegar a minha vez...”
Ora, não digo que seja o primeiro! Mas que não faça questão de ser o
último! Pessoa sábia e inteligente procura estar no meio!

RELACIONAMENTO INTERPESSOAL
A pessoa se relacionando com os outros. Seu comportamento, ora
explosivo e inadequado, ora implosivo e inexplicável, camuflando a
necessidade de aceitação e necessidade de pertencer. Há de se considerar a:

História de vida
Infelizmente, há pessoas que desde a vida intrauterina sofrem com a
questão da aceitação. O pouco, absorvido na condição ainda fetal, pode
tornar-se superável com facilidade se a realidade de depois do nascimento
for satisfatória. Quer dizer, aquela situação foi um ciclo fechado.
O meio social exerce influência significativa sobre o ser. A violação à
imaturidade da criança, fazendo-a ciente de um fato lá sepultado, ou de fatos
em que foi negligenciada na sua idade de amnésia infantil, pode trazer
prejuízos psicológicos trágicos, comprometendo toda a sua vida. Tal pessoa
pode entender que seja essa a via de regra para sua vida: “Sou eleita à
negligência social”.

Vivência atual
Fatores internos e externos pesam na realidade atual que envolve a vida de
uma pessoa.
Os fatores hodiernos podem estar ligados à autodepreciação, como citado
acima. Isso vai subtraindo do sujeito a capacidade de refletir, de se impor, de
tomar atitudes. Ao contrário, tal pessoa se torna protagonista de uma vida
de insucessos, fracassando sempre. E um ciclo vicioso se instala.
A consciência de sua própria história de vida é o mais crônico. Isso
demanda muitas sessões de análise para que se obtenha algum sucesso, quer
dizer, uma elaboração do paciente que possa enfraquecer possíveis recaídas.
Em sua necessidade de aceitação, o prazer consiste em ver o outro infeliz,
ainda que este seja seu objeto de amor. Prefere a desavença, o mau humor, o
conflito, o tumulto, e busca por isto.
E o que a Palavra nos diz sobre isso?
- Cristo nos promoveu de criatura a filho de Deus e nos fez coerdeiros.
“Mas a todos quantos o receberam (a Jesus) deu-lhes o poder de serem
filhos de Deus” “Se somos filhos, então, também herdeiros; herdeiros de
Deus e coerdeiros com Cristo. .”(João 1.12; Romanos 8.17.)
- Jesus nos abraçou e não abre mão de nós:
“Todo aquele que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira
nenhuma o lançarei fora” (João 6 37).
- E nós devemos nos aceitar e crer que Seu amor perfeito é eterno, é
imparcial, é incondicional (Ele nos ama, apesar de...)! O salmista disse em
sua convicção: “Se o meu pai e minha mãe me abandonarem, então o
Senhor me acolherá” (Salmo 27.10). O apóstolo diz: “Porquanto Deus
enviou o Seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que
todo o mundo fosse salvo por Ele” (João 3.17).
Deus nos vê individualmente: “Não se vendem cinco passarinhos por dois
asses? E nenhum deles está esquecido diante de Deus. Mas até os fios da
vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois valeis vós mais do que
muitos passarinhos” (Lucas 12.6-7).
MUDANÇA já, urgente! O DIA DO HOMEM É O HOJE!

TRABALHANDO A AUTOESTIMA
- Investir nos próprios valores.
Reconhecer os valores pessoais é a mais eficiente forma de se
autoproteger. É se impor contra conceitos e considerações alheios, sem
primeiro submetê-los a uma análise.
Fazer sempre melhor do que sempre fez. Isto é progredir!
Elogiar, incentivar, interagir. Isto é marcar presença na vida de alguém!
- Superar-se a cada dia.
Registrar os progressos. Isto é quebrar seu próprio recorde!
- Projetar-se.
Estabelecer metas atingíveis: curto, médio, longo prazo.
Lançar-se a novas atividades, também atingíveis. Descobrir-se!

INVESTINDO NO RELACIONAMENTO
INTERPESSOAL
• Empatia (colocar-se no lugar do outro; empatar).
- Lealdade: fazer para o outro o que gostaria de receber. Lealdade é um
pacto que se faz consigo próprio de ser o melhor possível para si e para o
próximo. É íntimo; é mais que fidelidade.
- Respeito aos valores do outro.
Existe o outro (alteridade)! E o outro tem o seu jeito de ser!
Numa via de mão dupla, sou o outro para aquele que está vindo.
Embora haja muita igualdade de visão, há muitos pontos de vista
diferentes!
E quem está errado? Quem está mais certo?
• Altruísmo (essencialmente o contrário de egoísmo)
“Dediquem-se uns aos outros com amor fraternal; prefiram dar honra aos
outros mais do que a si próprios” (Romanos 12.10).
Sugestão: troque essas informações no seu grupo (familiar, trabalho...)
Será que o clima vai mudar?
• Benignidade (antônimo de malignidade)
“... Sê tu uma benção!” (Gênesis 12)
Ser a compreensão em pessoa; a simpatia em pessoa; a alegria, o amor, a
paciência, a bondade em pessoa!
Contagiar positivamente o ambiente.

SER LEMBRADO,
MARCANDO PRESENÇA
NA SUA AUSÊNCIA!
Complexos de
superioridade e
inferioridade

Interessante! E ao mesmo tempo ridículo! Lembro-me perfeitamente da


manifestação conclusiva da Nerita naquela oportunidade!
É importante, inicialmente, compartilhar a compreensão do vocábulo
complexo. Complexo é um conjunto de coisas, circunstâncias ou atos ligados
ou relacionados entre si.
Complexo é uma característica daquilo que não é simples, daquilo que se
mostra complicado, que não possui clareza, que é confuso, de difícil
entendimento.

COMPLEXO DE SUPERIORIDADE
Nenhuma pessoa quer ser reconhecida como proprietária e/ou agente de
inveja, ciúme, cobiça, corrupção, rancor, narcisismo, manipulação,
legalismo, obsessão e outros mais. Porém, não é difícil nem trabalhoso
encontrar indivíduos que alimentam tais sentimentos indesejáveis.
Esses sentimentos negativos, como qualquer outro elemento reprimido
inconscientemente, hora ou outra vem à tona por meio de um
comportamento inadequado. Dependendo da profundidade ou relevância
da dor experimentada naquele passado, um sentimento principal vem
acompanhado de outros, evidenciando o complexo.
Numa oportunidade de liderança, o sentimento experimentado em uma
situação traumática – em psicanálise, o elemento reprimido – tende a
“brotar”. O seu íntimo diz: “Chegou a minha vez!”; “Agora estou por cima”.
Nesse momento, o sujeito se sente empoderado e feliz, e agora então com
oportunidade para desforrar daquilo que lhe vem perseguindo há tempos. E
se mascara com a superioridade.

ATITUDES DO COMPLEXO DE SUPERIORIDADE


No relacionamento onde ocupa a posição de liderança, as bases de suas
expressões são:
• Agressão verbal.
Palavras humilhantes, grosseiras, chulas, desrespeitosas, desumanas.
• Autoritarismo.
Expressão impositiva, opressiva, resguardando a posição de autoridade.
• Autoafirmação.
Defesa de sua identidade: “Eu sou o diretor aqui!”
• Ansiedade desmedida.
Teme que alguém perceba sua insegurança, seu ponto fraco.
Às vezes, a experiência, a inteligência ou até mesmo o comportamento de
alguém ali pode lhe representar uma ameaça. Uma perseguição grupal ou
pessoal pode decorrer a partir daí. Retomaremos esse conteúdo.
• Crise existencial contínua.
Sempre mal-humorado. Dessa forma, impõe distância.
• Precipitação.
Entende que decidir com prontidão significa domínio de conhecimento.
• Quórum e solidão ao mesmo tempo.
Está cercado por pessoas, mediante coação; mas sentindo-se
desamparado.
No intento de corroborar o entendimento, transcrevo abaixo partes de um
artigo:
A pessoa portadora de um Complexo de Superioridade está tentando
compensar sensações de inferioridade que lhe são inerentes.
Este termo foi criado pelo psicólogo Alfred Adler, idealizador da
Psicologia Individual.
O sujeito que desenvolve este sentimento vê nos outros, julgados por ele,
como seus subordinados, traços de inferioridade que na verdade pertencem
a ele, ou seja, trata-se de um jogo de projeções. Assim, ele tende a
marginalizá-los, da mesma forma como também se sente excluído.
Embora aparente superioridade, ela teme ser socialmente desprezada,
sente-se insegura, tem uma baixa autoestima. É nesse momento que o
homem cria as famosas máscaras, tão presentes na rotina da nossa
sociedade.
Diante do olhar social, estas pessoas são, em alguns casos, caridosas,
voluntárias em trabalhos beneméritos, preocupadas com o bem do próximo
e da comunidade, mas simultaneamente ocultam no seu âmago o
sentimento de serem melhores e mais nobres que as outras.
É incrível, é ridículo, mas isso acontece também no âmbito do
relacionamento familiar. O pai dominador de hoje é o filho oprimido de
outrora. Seu relacionamento com a esposa está longe de companheirismo;
está mais para um despotismo.
Facilitando: o portador do complexo de superioridade sofre amargamente
de um complexo de inferioridade.

COMPLEXO DE INFERIORIDADE
Diferente das pessoas mascaradas referidas acima, a maioria das
complexadas de inferioridade têm o prazer de serem identificadas como a
coitada. Apesar de ser largamente compreendido num sentido não
pejorativo, o termo coitado deriva-se do antigo verbo coitar (com origem no
latim), que significa produzir coita ou ocasionar sofrimento a algo ou a
alguém.
Muitos dentre os indivíduos que vivem em condições de carência veem aí
uma oportunidade de serem beneficiados. Preferem alcançar benefícios
mendigando, trapaceando, em vez de buscar libertação da situação
desfavorável. São pessoas interesseiras, pérfidas. Não suspeitam que estejam
negociando a sua dignidade. Segundo muitos pregadores, o cego Bartimeu
(Marcos 10.46-52; i.c.) não abria mão de sua capa, pois por ela advinha suas
esmolas. Alguém diz assim: “Prefiro continuar fazendo meus bicos e
tomando meus remédios pra coluna, a fazer cirurgia e perder meu
benefício”. Que mediocridade (a meu ver)!
Outros, porém, são vítimas dessa triste sorte. E é sobre esses que quero
falar.
Rejeição, desprezo, solidão, timidez, autocomiseração, sentimento de
culpa e indignidade são os sentimentos que mais nutrem.

COMPORTAMENTOS NO COMPLEXO DE
INFERIORIDADE
• Afastar.
Até aceita ser visto, mas se incomoda; teme ser encarado.
• Falar pouco.
Não manifesta sua concepção sobre qualquer assunto. Prefere acolher o
que já está circulando.
• Sentir-se o incômodo.
Sempre sentindo que está ocupando o espaço de alguém.
• Aceitar a vitimização.
Sempre passivo, mesmo a qualquer direito de escolher.
• Evita posições ou momentos de destaque.
Não é o primeiro, nem o último.
Pessoas de personalidade histriônica muitas vezes escondem o complexo
de inferioridade.
Alguém já me disse que prefere “chegar chegando!”. Essa é a forma que
consegue sublimar a timidez.
“Pacientes com transtorno de personalidade histriônica são facilmente
influenciados por outros e pelas tendências momentâneas. Eles tendem a
confiar muito nos outros, especialmente em figuras de autoridade ou,
pensam, podem ser capazes de resolver todos os seus problemas.”
Normalmente, enquanto escrevo, tenho alguém em mente que preenche o
quadro e que me facilita os argumentos. De verdade, obrigada por você
existir! Mas desejo muito que você se liberte!
SÍNDROMES que a Palavra de Deus pode erradicar
Em medicina, síndrome é um conjunto de sinais e sintomas observáveis
em vários processos patológicos e sem causa específica. Aqui estão as
queixas ou sintomas comuns da/do:
• Rejeição:
“Nada para mim dá certo. Tudo conspira contra mim”.
Um salmista disse: “Invoquei o Senhor na angústia; o Senhor me ouviu, e
me tirou para um lugar largo. O Senhor está comigo; não temerei o que me
pode fazer o homem. O Senhor está comigo entre aqueles que me ajudam;
por isso verei cumprido o meu desejo sobre os que me odeiam” (Salmo 118.
5-7).
Ele fez, Ele faz, por Sua benignidade!
• Desprezo:
“Eu fui o último da... Meu nome foi o último da lista.”
Primeiro: quem está pecando contra Deus é quem está agindo com
desprezo ou desdém.
Segundo: a mão – a via – de percurso de Deus surpreende os homens! “Os
primeiros serão os últimos!” (Mateus 19:30)
• Timidez:
“Deixei pra lá. O que fazer?” Comumente essas comunicações são
gesticuladas; nem chegam a ser verbalizadas.
A timidez, ora compreendida como vergonha, ora como medo, é a
resolução negativa da fase anal do indivíduo (segunda fase
psicossexual/Freud; psicossocial/Erikson). Vergonha está relacionada com o
fracasso ou a culpa, enquanto o medo está vinculado à pressão externa.
O apóstolo diz: “Pois não recebestes o espírito de escravidão para outra
vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção, pelo qual
clamamos: Aba, Pai!” (Romanos 8.15). Se nos apropriarmos da posição de
filhos de Deus não seremos mais servos desse sentimento de depreciação. O
Pai Celestial tem uma nova resolução, uma nova história para os filhos que
O recebem com carinho: Aba, Pai!
• Solidão:
“Mesmo entre tantas pessoas, me sinto sempre só”.
“Perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o
invocam em verdade” (Salmo 145.18). Sua presença é o bastante!
• Amargura:
“Uma sensação de estar sempre entalada... não sei. Um nó na garganta...”
teremos um capítulo específico para esse tema.
Porém, só para a questão de clareza, amargura é antônimo de doçura.
“...que nenhuma raiz de amargura brotando, vos perturbe” (Hebreus 12.15).
• Depressão:
“Desejo ficar só, não ser perturbado. Ou: vontade de sair andando e nem
olhar para trás. Ou: prefiro ficar no trabalho para ocupar minha mente. Ou:
desisto de viver...” Enfim, maneiras diferentes de fugir do conflito. Lembra
que já falamos?
• Autoestigmatização: (síndrome de Gabriela)
“Não vou passar disso mesmo... Eu nasci assim, eu cresci assim... vou
morrer assim.”
Antes de tudo, é imprescindível que o indivíduo queira mudar de vida,
sair da circunstância atual.
Veja que razoável a abordagem de Jesus ao cego: “Que queres que eu te
faça?” Ao que o cego respondeu: “Mestre, eu quero ver!”. “Vá, disse Jesus, a
tua fé te curou”.
Ter certeza do que quer, ou não quer, para sua vida.
Decisão! Objetividade, nada de rodeios!

ATITUDES URGENTES
Entendemos que o problema focal – o ponto focal – é o mesmo. A
diferença está somente na manifestação dele. Enquanto uns mascaram os
conflitos interiores, outros os demonstram. O positivo desses últimos é que,
por reconhecê-los, podem se safar de uma neurose, enquanto os primeiros
estão fadados a uma psicose, se não interromper esse ciclo.
• Investir na autoimagem
- Sou escolhida por Deus.
Sou a vida, a fecundação daquele óvulo concorrido por trilhões de
espermatozoides.
- Ele me fez como quis que eu fosse.
“Fui meticulosamente ’tecida’ (toda a genética foi determinada) desde o
momento em que fui concebida no útero de minha mãe” (Salmo 139.15).
- Ele me ama como sou!
Ele que escolheu a minha cor de pele, o meu tipo de cabelo, a minha
estatura final... E certamente Ele fez a melhor escolha!
“Qual de vós, por mais ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado à
sua estatura?” (Mateus 6.27).
Aceite-se como você é!!!
• Compreender a razão e o benefício das provações
- Polir a espiritualidade.
“Alcançando o fim da vossa fé, a salvação das vossas almas” (1 Pedro 1.9).
Enquanto estivermos neste corpo mortal sofreremos tentações por causa
dos olhos, nossa língua, nossos ouvidos, nossos sentidos! (verso 6).
A nossa fé, a esperança de uma herança guardada nos céus seja a nossa
razão de viver.
- Imitar a Cristo.
Lembra-se que o Deus Trino nos criou à Sua imagem e semelhança?
Então, temos a mente de Cristo! (I Coríntios 2.16)
“Mudamos e podemos imitá-lo, porque é o Espírito Santo que nos
transforma!” (Gálatas 5.22).
DECISÃO! VOCÊ CONSEGUE TUDO O QUE QUER!
Organizar-se. Gastar menos do que ganha. Esperar o tempo. Ter um
propósito e trabalhar em cima dele.
Depois de mais de 20 anos... Eu tenho a minha casa; paga! O carro!
Hoje, abriram os meus olhos. Tenho uma propriedade que consegui
comprar em três pessoas... É outra coisa que eu aprendi: a gente tem que
confiar nas pessoas; para conseguir as coisas a gente tem que confiar nas
pessoas!
Esse foi o depoimento da C. Aranha, uma amiga, lembrando das minhas
falas com ela. Gratificante ouvir! E encerro.
FÉ. FOCO. FORÇA!
Orgulho versus rejeição

Estamos diante de dois extremos na área sentimental.


Como sempre, o desequilíbrio em qualquer âmbito é concebi-do como
irracional, ameaçador, insensato, patológico.
Expressões como “Estou orgulhosa de você!” e “Foi todo orgulhoso
receber o prêmio!” comprovam que há conotação otimista para a palavra
orgulho.
Porém, orgulho também é extensivamente compreendido como altivez,
arrogância... Na redação bíblica equivale aos termos jactância, vanglória,
presunção.
E é nesse que vamos nos pautar.

EMOÇÕES PRIMÁRIAS
O reconhecido teórico da afetividade, Henry Wallon, cita as três emoções
primárias e podemos situá-la no texto a seguir:
“E ambos estavam nus, o homem e sua mulher; e não se envergonhavam.
[...] Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus;
pelo que coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. E, ouvindo a
voz do Senhor Deus, que passeava no jardim à tardinha, esconderam-se o
homem e a mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim.
Mas chamou o Senhor Deus ao homem, e perguntou-lhe: Onde estás?
Respondeu-lhe o homem: Ouvi a tua voz no jardim e tive medo, porque
estava nu, e escondi-me. Deus perguntou-lhe mais: Quem te mostrou que
estavas nu? Comeste da árvore que te ordenei que não comesses? Ao que
respondeu o homem: A mulher que me deste por companheira deu-me da
árvore, e eu comi.” (Gênesis 2.25; 3.7-12)
• ALEGRIA
Antes do pecado do primeiro homem, seria só esse o sentimento a ser
desfrutado.
Capacidade natural e suficiente para executar o que desejasse. Não ter
inimigos; pelo contrário, domínio sobre todas as coisas. Desconhecimento
de contrariedade, perdas, mudanças, cansaço... Só contentamento!
A alegria estava no ar! Alegria para a visão, para a audição, para o olfato,
para o tato, para o paladar! Satisfação plena! Beleza, saúde, paz!
Mas... Aquela monotonia da vida foi quebrada pelo pecado.
• MEDO
Vergonha, insegurança e fuga foram os sentimentos que possuíram o
casal imediatamente ao ingerir o fruto (vs 7 a 11).
Medo é um estado afetivo psicológico suscitado pela consciência ou
percepção do perigo. É saudável, enquanto funciona visando à preservação
da vida. Quando passa a acuar, limitar a iniciativa natural, paralisar o
sujeito, o medo já está se tornando maléfico. Se chegar a ser irracional já é
tratado como fobia.
O medo é a base latente da timidez, covardia, mentira, dúvida, reclusão,
desânimo, comodismo e demais.

• CÓLERA
Achar um culpado foi o que fizeram: Adão culpando a mulher e esta
culpando a serpente (que não teve a quem culpar, senão...).
Veja que incrível: até naquele momento a mulher era carne da minha
carne, era o EU! Na hora de prestar contas a mulher passou a ser outra
pessoa, o OUTRO! Começou a existir um oponente, um inimigo.
A cólera faz insurgir um inimigo. Cuidado, querido casal!!!
Assim, quando se busca atribuir a culpa a alguém, quando se sente inveja
de outra pessoa que ostenta aquilo que deveria ser meu ou para mim,
quando está se sobrepondo ou dominando, quando se consegue destruir ou
pôr a perder um inimigo, há elementos da cólera.
Se há inimigo, há cólera.

ORGULHO
Pejorativamente, orgulho é um sentimento egoísta; é ex-cesso de amor-
próprio. É a autoestima desequilibrada, a alta autoestima patológica. É
querer sentir-se bem em detrimento ao mal para o próximo. Não há mal
algum em querer estar bem por si só.
O relacionamento com o próximo mede a intensidade do nosso
relacionamento com Deus.
Alguém perguntou a Jesus: “Bom mestre, que farei para herdar a vida
eterna?”. Ao que Jesus respondeu: “Por que você me chama de bom?
Ninguém é bom a não ser um, que é Deus. Você conhece os mandamentos
‘não matarás, não adulterarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não
enganarás ninguém, honra teu pai e tua mãe”.
Qualquer mal (maldade) intencionado contra o próximo fere a Deus.
• Posição de superioridade em relação ao próximo.
Preferir dar honra a outras pessoas, mais do que a si próprio (Romanos
12.10); ser acessível na comunicação, no contato (I Coríntios 9.19-22) são
alguns dos ensinamentos do apóstolo que é nosso exemplo de fé.
Jesus, o Filho, andava, falava, comia, vivia entre a multi-dão, sem acepção
de pessoa.
• Sentimento diabólico que precede a queda.
Assim como a humildade precede a honra (Provérbios 18.12), a
arrogância precede a destruição.
A intenção de ser igual a Deus levou o anjo de luz – Lúcifer – a ser
lançado à Terra (i.c.).
• Pedra no ministério terreno de Jesus.
Os fariseus – nome dado a um grupo de judeus devotos ao Torá –
sentiam-se ofendidos com a popularidade e a mensagem de salvação a todos
os povos. Achavam que a salvação pertencia somente aos judeus e Jesus,
então, era um blasfema-dor, um insurgente.
Continuamente buscavam oportunidades para invalidar ou enfraquecer a
popularidade e o ministério de Jesus.
Sim, Jesus veio prioritariamente para os judeus. Mas a lição é clara:
“Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei...
Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e
humilde de coração”(Mateus 11. 28-29).
É admissível que a palavra “todos”incluía judeus e gentios.

SENTIMENTO DE REJEIÇÃO
É o sentimento de insuficiência nos mais variados aspectos: físico,
intelectual, social. . Tal sentimento gera autoinsegurança e a baixa
autoestima (fraqueza na estima de si próprio). É patológico, é falta de
equilíbrio também.
O indivíduo que sofre sentimento de rejeição intenta contra si próprio.
Fecha-se, blinda-se para o mundo social.
• Autoestigmatização.
Não se lança à novidade. Sente-se satisfeito no que é rotineiro. Não
valoriza sucesso, nem fracasso. Tanto faz como tanto fez.
A vida é sem cor, sem sabor, sem porquê, sem para quê... Apenas vive;
quer dizer, sobrevive.
Viver é objetivar, desejar, comemorar (sentir, devidamente, os
momentos), traçar metas, esperar, alcançar... É escrever sua própria história!
• Limita suas potencialidades.
Aprendem a bater um martelo, ou ser operador torneiro, ou ser
cozinheiro, e permanecem nisso! A neurose é tanta que evitam até conhecer
as novas ferramentas muito mais eficazes; preferem o exercício brutal a
conhecer a mecanicidade dos dispositivos. Certamente, a produtividade é
inferior, compara-do ao outro da mesma seção. Numa necessidade de
redução do quadro de funcionários, adivinha... Muitos até se envaidecem de
se aposentarem no primeiro emprego!
Tenho refletido na desenvoltura e habilitação que adquirem os
profissionais que se arriscam.
Cresci sob a visão e discurso negativo contra os trabalhadores autônomos.
Inclusive quando comecei a namorar me perguntaram se não tinha medo de
me casar com alguém que não era registrado. Ui! Hoje, não só meu esposo:
meu filho também é empreendedor. Trabalham muito; a responsabilidade de
um líder é dobrada. Mas o sucesso é o combustível. E está aqui!
Fica aqui também o alerta quanto à preparação para o mercado. É
conveniente insistir nos estudos acadêmicos? É isso o que você realmente
quer e acredita, ou é a crença dos seus pais e da tua família? Essa é a queixa
atual do paciente G.M.
• Não se serve de seus direitos.
Não me refiro aqui àquelas pessoas que se prendem à picuinha, que
procuram obter benefícios distorcendo palavras e se interessam em
conhecer primeiro os seus direitos do que as suas obrigações. Lembre-se que
essas últimas (as obrigações) é que impõem o limite entre o próximo e nós!
Conhece aquela história do rapaz que viajou muitos dias de navio,
passando fome e privações, sem saber que o pagamento de sua passagem já
incluía a alimentação? É esse o sentido da minha pauta!
Nem sempre existe o outro lhe subtraindo os direitos. O próprio é que na
verdade é negligente, omisso consigo mesmo.
Cuidado! Há pessoas que se debruçam cuidando da saúde e do bem-estar
do próximo, muitas vezes objetivando serem reconhecidas socialmente,
buscando beneméritos, e não cuidam de si próprio. Isso pode ser um
elemento do complexo de superioridade. Reveja!
• Sente-se ameaçado na presença do próximo.
É natural a gente não se sentir plenamente à vontade ao ter que
desempenhar algum serviço na presença de alguém; inicialmente bate uma
pequena insegurança, um certo tremor, um leve esquecimento. Porém, não
duradouro.
A neurose está instalada quando o sujeito paralisa diante simplesmente da
cogitação de ter que passar por uma avaliação. Ora, se não obtiver sucesso,
vamos entender que o fracasso faz parte da vida! Pode ser que esse fracasso
seja o degrau de número dois para depois, com mais domínio e segurança,
chegar ao terceiro degrau!
Não foi dessa vez! Não sou o primeiro, nem o último! Vamos para cima,
vamos encarar! O sucesso, após a experimentação de um fracasso, é
comemorado com muito maior prazer!
RISCOS MALÉFICOS em ambos
• Queda ou incredulidade.
Fracasso é antônimo de sucesso; aqui, nesse caso, descrença é o antônimo
de credulidade.
Tanto o portador do orgulho quanto aquele que sofre de rejeição corre o
risco de cair.
O orgulhoso comumente opta por viver sua derrota longe dos olhos
daqueles a quem tanto humilhou. Sai do convívio, sepulta sonhos... quanta
desolação!
O paciente da rejeição, na maioria das vezes, opta pela lama; não estava
muito longe dela: drogas, reclusão, marginalização. . Raramente preferem se
reerguer.
E você, e eu? Como estamos agindo em prol desses “próximos”?
Alguém me disse, e diz sempre: “Ainda bem que você nunca desistiu de
mim!”.
• Estagnação
Uma sequência de insucessos pode levar à paralisação.
O orgulhoso tende a mentir. “Preferi viver mais a vida”, diz. Verdade é que
não consegue mais sustentar aquele intuito, aquele posto, aquele status.
O rejeitado se fecha em si mesmo, em seu mundo. E assis-te à vida passar.
• Perda do foco.
A vulnerabilidade é o perigo que os rodeia. Abrem a guarda, tornam-se
disponíveis a qualquer sugestão ou proposta, sem qualquer critério.
“Importa-me é ser feliz agora. Estou perdido mesmo!”Dignidade,
inviabilidade, exposição e comprometimento da família já não contam mais.
Vale tudo.

ATITUDES INCISIVAS
Em sua mensagem, João, o precursor de Jesus, enfatizava o
arrependimento. Aquele povo era instigado a retornar a Deus.
Reconhecimento, arrependimento, confissão do pecado são as etapas vitais
para que o perdão seja efetivamente obtido e desfrutado. Nenhuma delas
deve ser ignorada. São como os ingredientes indispensáveis para que
determinado alimento seja saboroso. Veja: qual delas pode ser
menosprezada? Não seria por causa de ignorar uma ou outra que muitas
pessoas não se sentem perdoadas de algum pecado? Será que todos que
eram batizados por João haviam vivenciado as três etapas?
• Reconhecer a fraqueza, o pecado.
“Se eu pudesse voltar no tempo não faria isso; jamais!”. Esta expressão
indica o reconhecimento de algo desprezível que em algum tempo foi
cultivado. Era aceitável, pertinente, plausível. Mas agora não é mais!
• Arrepender.
“Como apagaria aquele dia da minha história, da minha vida, se pudesse!”
Apagar representa retirar a visibilidade de algo, sabendo que a marca fica.
Arrependimento (i.c.) quer dizer conversão, segundo Mark W. Baker,
significa “mudar de ideia”. Nesse contexto o autor trata da parábola do filho
pródigo.
Conversão é dar meia-volta e seguir na direção oposta à primeira.
• Confessar.
É o ato de manifestar, expor algo encoberto. É retirar de dentro. É
desalojar o flagelo.
É o momento da concretização das etapas anteriores; é a expressão da
renúncia.
A verbalização na confissão é essencial, pois é nesse momento que nos
declaramos contra o acusador de nossa alma. Ele só sabe o que pensamos
quando verbalizamos. É certo que deve haver um relevante cuidado quanto
em quem confiar, quanto a quem julgar digno de confidência.
• Crer no perdão de Deus.
“Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os
pecados e nos purificar de toda injustiça” (I João 1.9). Resta ainda alguma
dúvida?

Somente,

ENCHEI-VOS DO ESPÍRITO.
(Efésios 5.18)
Perseguir
ou sentir-se
perseguido

Atualmente, o termo perseguir tem ganhado uma conotação agradável e


elegante. Você já deve ter ouvido: “Vou perseguir o meu sonho”. Então, a
mensagem entendida é: vou focar, não vou desistir, vou lutar, me esforçar.
Porém, uma advertência fica aqui: esse perseguir pode gerar ambição e até
mesmo a concupiscência. Equilíbrio é necessário, sempre.
O outro sentido da palavra perseguir é pejorativo, traz uma conotação
desagradável. É o caso daquelas pessoas que importunam ou causam
incômodo a alguém por sua atitude de encalço.

PERSEGUIDOR
É aquele que persegue. O perseguidor é perseguido pelas suas próprias
concupiscências, suas próprias amarguras. Ele sofre primeiro que o
perseguido.
Para elucidar, reflitamos sobre quem sofre de inveja: ao encontrar alguém
que estimule essa sua amargura, sente-se incomodado, desafortunado e
inicia um processo de perseguição. Quer dizer, é perseguido pela inveja, esse
terrível inimigo, real, sutil, e, então, passa a perseguir.
Inveja mereceria um tópico exclusivo. Representa a capa-mor que envolve
capas menores. É a primeira a ser declarada, porém acoberta as capas mais
subjetivas, mais próprias, mais pessoais. Retomaremos em amargura.
Lembremos do apóstolo conhecido – e por ele próprio declarado – como
perseguidor (I Coríntios 15.9). A amargura que lhe perseguia e, ao mesmo
tempo, o fortalecia a perseguir os cristãos era a ira, a oposição, o desejo de
extinção do cristianismo. Saulo era considerado o mais capacitado entre os
fariseus para essa batalha, e, portanto, haveria em seu íntimo um orgulho
subjacente a proteger.
O perseguidor não é menos que um opressor. Provoca repressão,
infortúnio.

O PERSEGUIDO
É aquele que sofre a perseguição.
O perseguido, irresponsavelmente (quer dizer, sem intenção), incomoda o
perseguidor.
Uma palavra de conforto para quem se sente perseguido: você é apenas
um figurante! O sofredor, na verdade, é aquele que está lhe perseguindo.
No sermão da montanha Jesus diz: “Bem-aventurados os que são
perseguidos por causa da justiça, porque deles é o rei-no dos céus” (Mateus
5.1-12).
Sem dúvida, o brilho de Cristo em nós é causa de incômodo a alguém.
Pensemos: ninguém se põe a invejar ou cobiçar algo negativo ou aquém
daquilo que já possui. O apóstolo nos diz que tudo o que é bom vem do alto
(Tiago 1.17). Por meio de Cristo estamos ligados no Pai, refletindo Deus.
Podemos entender que, muitas vezes por conta de honrar o nome de
nosso Mestre, o melhor a fazer é suportar até que Ele mesmo, mediante a
aprovação de nossa fé, coloque o limite final.
Há pouco tempo sofri perseguição; confesso que me desestruturou, me
senti abalada, e reconhecia estar bloqueada em determinado aspecto.
Comentei com alguém de minha confiança sobre o que se passava comigo.
Aguardei em oração e atenta à oportunidade da ação. Meses à frente, numa
reunião onde meus perseguidores estavam presentes, fui surpreendida com
o momento de me expor, sem agravar a situação e, sim, obter a solução. Saí
dali curada do bloqueio e livre da perseguição. Só não tenho certeza se meus
perseguidores se sentem libertos de seus perseguidores assim como eu.
Lembra? Perseguem porque são perseguidos por seus próprios sentimentos
reprováveis.
Reafirmo: você é apenas um figurante! O sofredor, na verdade, é aquele
que está lhe perseguindo.

INIMIGOS
Nas duas posições, perseguidor ou perseguido, os inimigos são os
mesmos. Vejamos:
• O próprio EU.
A malignidade, inerente ao homem desde o pecado, subtraiu de nós o
primeiro estado, o estado de dependência total de Deus. Na busca natural de
autoproteção, o indivíduo cria suas concepções sobre o que o rodeia. Ao se
sentir ameaçado, quer dizer, quando percebe que está na iminência de ser
contrariado, inconscientemente se arma contra um hipotético inimigo. A
guerra é proposta pelo Eu, e não pelo Outro.
Facilitando: um invejoso se sente ameaçado na presença de alguém que
simplesmente está feliz por estar usando aquele traje, ou ocupando aquela
posição. Atormentado e perseguido pela sua inveja, começa então a
perseguir o outro.
“Seja excelente para o bem, e inocente para o mal!” (Romanos 16.19).
• O Maligno.
“Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra
os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste
século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais”.
(Efésios 6.12)
Esse texto consolida a argumentação do tópico acima. A perseguição
declarada originou-se no coração disponível ao maligno. A semente lançada
por ele germina, brota, nasce e precisa, claro, de espaço para crescer. E é aí
então que afeta o outro – o figurante.
• O próximo.
Ser perseguido por alguém do qual menos se espera é ardente, é doído, é
prova de fogo. Na outra situação, isto é, de alguém de quem se suspeita,
talvez não significasse muita coisa; até seria possível que o perseguido
ignorasse.
Mas aqui estamos tratando da provação da nossa fé e o próximo é o
elemento precioso para isso. Retomaremos à frente.
“E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimular-mos ao amor e às
boas obras” (Hebreus 10.24). Haja longanimidade!!!!!!

A SERVIÇO DO MALIGNO
Tendo compreendido que o perseguidor é o primeiro perseguido,
entende-se então que ele:
• Veicula o pecado.
Enquanto não reprovar, rejeitar, se enojar, odiar, ou seja, despojar-se do
velho homem, o diabo – inimigo eterno de Deus – tem legalidade para fazer
desse sujeito o seu instrumento. As coisas velhas e as relíquias de lá devem
ser lançadas fora. Não sou admiradora nem fã dos “ex” que usam sua
popularidade mundana para atraírem público às suas apresentações nos
templos. Ora, é sabido de todos que Jesus transforma, levanta o pobre do pó,
e do monturo levanta o necessitado para fazê-lo assentar com os príncipes
do seu povo (Salmo 113.7-8). Parece-me que “o Egito” – a escravidão –
ainda tem lugar especial no coração desses tais, bem como dos
organizadores desses eventos. E, infelizmente, a glória para Jesus é ofuscada
pela popularidade deles. Oh Terra, que mata os profetas! (Lucas 13.34).
Revestir-se do novo homem é imprescindível. Viver uma nova dimensão,
dimensão onde não há espaço para o pecado (sem o domínio do pecado) e,
conseguintemente, tampouco para a doença espiritual.
• Promove o distanciamento de Deus.
Muitos têm abandonado a fé por não resistirem a uma perseguição. E,
infelizmente, o desafio tem acontecido dentre os membros da mesma
comunidade. Não entendo até que ponto é viável ou correto mudar de grupo
em vez de se reavaliar, avaliar seus conceitos de fé cristã. Muitos
fundamentam tal atitude nas palavras de Jesus em Mateus 10. 23: “quando
vos perseguirem numa cidade, fujam pra outra”; esse é um versículo isolado.
O contexto naquele ensinamento é que amemos o inimigo.
E cômico! Todos se separam, não se comungam e desejam estar
futuramente no mesmo lugar! Será que chegarão?
Decidi facilitar e promover a aproximação de Deus a todos que estiverem
ao meu alcance. São vivas aos meus ouvidos as palavras do meu Mestre: vós
sois a luz do mundo e o sal da Terra.

ATORMENTADO PELO MALIGNO


Ei, figurante! Jesus disse que é grande o galardão nos céus para aqueles
que vencerem mediante a mensagem das bem-aventuranças (Mateus 5. 1-
12).
O inimigo de Deus se ocupa em envolver e sujeitar o indivíduo,
objetivando possuir a sua alma. Usa artimanhas adversas, ora de forma
declarada, ora de maneira sutil.
• Sentimento de vítima:
Cuidado com o ganho secundário! Muitos passam a se sentir felizes com
os cuidados e atenção que obtêm dos amigos que acompanham e
compartilham sua desdita.
É mensagem bíblica: “A alegria do Senhor é a vossa força!” (Neemias
8.10). De mão dupla podemos entender e nos regozijar: se o Senhor estiver
feliz conosco, seremos fortes. Se estivermos fortes, o Senhor se alegrará de
nós!
Lembrando: o conflito maior está no perseguidor.
• Atrai a desgraça:
Assim como um corpo adoentado, com imunidade baixa, que está
vulnerável a outras enfermidades, o mesmo acontece com a alma adoecida.
Os sentidos, principalmente a visão, a audição e o sexto sentido (a
intuição), ficam afinados para captar de onde se levantará o próximo mal.
• Oscila quanto à fé:
Como entendemos no início, o destino de nossa alma está em nossas
mãos.
“Quem agora está em Cristo, nova criatura é” (II Coríntios 5.17). Cristo é
a ponte que leva o homem a Deus.
Reafirmo: fé, foco, força! “E não nos cansemos de fazer o bem (o melhor),
pois no tempo próprio colheremos, se não desanimarmos” (Gálatas 6.9).
Permanecer, não desistir, não mudar de ideal é fundamental na caminhada
cristã.
Fazer o melhor é investir em si próprio.

COMO TEMPLO DO ESPÍRITO SANTO


Em meio à sociedade convivemos com perseguidores e perseguidos. E aí,
como agir frente àquele que nos procura?
Afinal somos:
• Sal da Terra.
O sal é um estímulo ao paladar. Sua atuação não é vista e, sim, percebida.
Ao estabelecer um contato com um discípulo de Jesus, o não-discípulo
deve experimentar um paladar diferenciado, paladar esse que desperte uma
curiosidade. A curiosidade foi a causa de Nicodemos ir até a Jesus (João 3.1-
5).
• Luz do mundo.
A luz é um estímulo à visão. Só existe entre as trevas (dúvidas ou falta de
direção).
Luz é a claridade, o efeito do circuito elétrico propagado pela lâmpada.
A Bíblia fechada é lâmpada. Ao abrir, o circuito se fecha entre o autor e o
leitor e o efeito é produzido. Diz o salmista: “Lâmpada para os meus pés é a
tua palavra, e luz para os meus caminhos” (Salmo 119.105).
A conduta, o porte, o caráter de um discípulo de Cristo deve ser tal que
atraia as pessoas que sofrem, que precisam de luz.
• Semeadores para o Reino de Deus.
“E todas as coisas são de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por
Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação” (II Coríntios 5.18).
Jesus é o elo que nos une ao Pai e nos deu a incumbência de sermos elos
entre os homens, continuando esse ministério iniciado por Ele.

BENEFÍCIOS DE SER PERSEGUIDO


Considerando que o bem que está dentro de nós (nossa forma de ser, de
agir) ou o bem que nos envolve (posição, condições, situações) são a causa
das perseguições, seja isso também razão de conforto e alegria no Senhor! É
sinal de que estão me notando, estou sendo lembrada! É aquela expressão
consoladora: não se atira pedras em árvore que não tem fruto!
• Reconhecer e resguardar seus valores.
Palavras do apóstolo, não minhas: “Tudo de bom que recebemos e tudo o
que é perfeito vem do céu, vem de Deus, o qual é Criador das luzes do céu.
Ele não muda, nem varia de posição, o que causaria a escuridão”. (Tiago
1.17, NTLH). Ouvi de um ministrante da Palavra: “O que de bom há em
mim é de Deus; o que é mau é de mim, um ser humano.”
Se o que incomoda é a minha gentileza, a minha alegria, a minha
compreensão, a minha paz, a minha moderação, a minha lealdade, a minha
fé... vou investir, vou me empenhar nisso! É o fruto do Espírito em mim!
• Valorizar as asas e a comunhão do Altíssimo.
Não tenho dúvidas de que Deus se responsabiliza pelo que está além de
meus limites de atuação. Devo cuidadosamente me preocupar em fazer a
minha parte, qual seja: amar a Ele sobre todas as coisas e não promover o
mal ao meu próximo, conforme os dez mandamentos (Êxodo 20).
Meu próximo é uma bênção! Ele me permite crescer e chegar à estatura
de varão perfeito. Ele me estimula à prática das boas obras!
O próximo é o meu limite! Limita meu egoísmo, minha justiça própria,
meus direitos...
• Esperar com anseio a nova pátria.
Como vimos e compreendemos, a perseguição para os cristãos atuais é
uma guerra sutil que só acabará quando esse corpo mortal se revestir da
imortalidade, ou seja, não na Terra.
As obras da carne guerreiam contra o fruto do Espírito (Romanos
7.23,24). O apóstolo ainda nos admoesta a não extinguimos o Espírito Santo
(I Tessalonicenses 5.19). É Ele que opera para o nosso aperfeiçoamento!
Vivamos o reino de Deus – o domínio de Deus – aqui na Terra, para
herdar o reino dos céus.
DELES É O REINO DOS CÉUS!
Avareza
e a bênção
chamada
próximo

Egoísmo versus altruísmo


No conhecimento popular o termo tange à riqueza, dinheiro, bens,
patrimônios; valores monetários, mensuráveis, palpáveis. Pode-se entender
que nisto consiste a dinâmica de vida de um avarento e, conseguintemente,
eis aí o seu deus, a quem venera, a quem cultua.
Avareza é um termo que me reporta toda espécie de atitude ridícula,
quero dizer, abominável, indigna. Portanto, com repugnância me aproprio
desse termo avareza para me referir aos comportamentos reprováveis para
um cristão que conhece a segunda parte do mandamento de nosso Mestre:
“e ao próximo como a si mesmo”.
A ambição descomunal, a sede do poder ou de posição, a presunção e a
honraria desmedida pressupõem o prazer ignóbil de alguém em detrimento
da desvantagem de outro alguém. Psicologicamente correspondem aos
mesmos impulsos motivadores ao valor às riquezas materiais e mundanas.
A advertência de nosso Mestre é: “com a mesma medida com que medis
vos medirão a vós” (Lucas 6.38). O Senhor de todos justamente retribui
conforme à medida que se semeia. “Tudo o que semear, isso também
ceifará” (Gálatas 6.7).
AVAREZA
Na parábola do jovem rico (Mateus 19.16-30), nosso Mestre deixa claro
que somos integralmente responsáveis pela garantia de nossa vida eterna. A
natureza dos relacionamentos que estabelecemos com o próximo representa
o nosso investimento no reino do céu. Tal reino está reservado aos pobres de
espírito (Mateus 5.3). Segundo Prof. Karla Damasceno, reservado a “aquele
que se inclina ao vento do Espírito”.
Li em algum lugar: as coisas existem para serem usadas, e as pessoas, para
serem amadas.
Devemos nos servir de nossas riquezas, mas jamais servi-la. Facilitando:
há quem mal desfrute a vida para não diminuir suas posses. Vivem para o
trabalho. Muitos cônjuges mulheres frustradas...
Li essa e ri: foi dito a um camponês que toda a extensão de terra que ele
pisasse naquele dia passaria a ser de sua propriedade. Então correu por toda
parte o máximo que pôde. Ao final da tarde, caiu morto! Tremenda
ambição!
Pertinente: não estamos falando em prodigalidade, ou seja, esbanjamento.
Equilíbrio sempre!

VISLUMBRES DA AVAREZA
• Egoísmo.
O sujeito egoísta coloca seus interesses, desejos e necessidades em
primeiro lugar.
A simpatia ou empatia é mínima, o que dificulta os vínculos de confiança
e o prazer no trabalho em equipe. Prefere se cansar e fazer sozinho a se
mostrar carente de companhia. Uma cabeça pensa; duas juntas pensam
melhor. Não dividir o prazer da eficiência do resultado é muito importante a
este tal.
O sujeito egoísta subtrai dele a oportunidade de conviver, de crescer e
desenvolver.
• Desrespeito.
O fator fundamental do respeito é a consideração. Quem respeita
considera o modo de ser, de pensar, de se conduzir, de preferir, enfim, atenta
às diferenças do outro; não subestima, nem tampouco as desdenha.
Um comportamento reprovável aliado ao desrespeito é o julgamento.
Partindo de seus próprios conceitos e suas concepções – que admite ser o
certo –, o sujeito faz presunção ou dedução sobre o outro. O certo, a verdade
é relativa, quer dizer, depende de como cada um foi ensinado. E a
consideração, onde fica?
Quem julga tem se colocado na posição de juiz, na condição de decidir o
que é certo ou errado. Em uma audiência o réu se apresenta com um
advogado, garantindo-lhe o direito de defesa. Isso pressupõe que o mesmo
deseja não ser penalizado sem primeiro ser submetido a uma análise, a uma
reconsideração. Só depois o juiz entra em atividade. Na Bíblia: “Quem fala
contra o seu irmão ou julga o seu irmão fala contra a Lei e a julga. Quando
você julga a Lei, não a está cumprindo, mas está se colocando como juiz...,
mas quem é você para julgar o seu próximo?” (Tiago 4.11,12)
A prática de julgamento deve ser repugnada por quem reconhece que
necessita de reconsideração a qualquer tempo. Eu sou uma delas!
• Intolerância.
A longanimidade é a virtude que aniquila a intolerância.
O grau de avareza subjacente não permite ao avarento se aproximar
daquele que lhe colocará no desafio de tolerar. Tolerar significa literalmente
suportar, ter paciência.
Quantas vezes, em quantas oportunidades no Seu ministério terreno,
nosso Mestre ensina isso na prática! E essencialmente aos Seus discípulos.
As palavras de Jesus: “Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes
conhecido, Filipe?” (ver João 14.7-11). Isso permite entender que Filipe e os
demais já não teriam mais razões para dúvidas. Mas ainda assim o Mestre
continua a tratá-los com tolerância! Ele os queria junto a si no Reino dos
céus!
• Atitude de desprezo.
É comum ver certas pessoas serem tratadas com apatia, ou seja, com
indiferença. Por outro lado, muitos queixam se sentirem ignorados ou
evitados em determinado lugar ou determinado momento. Tais pessoas
estão sofrendo a reação de quem se sente ameaçado.
Reafirmando o que já dissemos anteriormente, o ameaçador teme ser
ofuscado e então opta por ignorar, desdenhar, bloquear a presença e o
possível destaque de outros.
• Atitude de opressão.
Por se sentir ameaçado, como já referimos acima, a reação de um
avarento à sua posição é expor, vexar o outro. Essa atitude pueril pode lhe
causar efeitos traiçoeiros, mas o infeliz nem se dá conta disso. Só depois...
Nas piadinhas, nos apelidos, nos “suspenses”...
Há poucos dias visitei uma avó que se acha a matriarca respeitada e
poderosa sobre os filhos, nora, netos. Contou de um dia que, de repente, ela
percebeu que na sala onde estavam os olhares se cruzaram, houve risos...
Pediu explicação, mas não recebeu resposta. Imaginem! Só depois de alguns
dias veio saber e entender: naquele dia o neto mais velho, que havia feito
tatuagens, “desrespeitando às ordens dela”, chegou e vinha entrando. Do
portão, a viu e ouviu. Assustou e se retirou pé ante pé; voltou para a rua.
É desagradável sentir-se perdido, concorda?
• Injustiça.
O avarento só participa de algo comunitário se ele entender logo de início
que poderá ser beneficiado. Pouco ou nada interessa se o outro também terá
algum benefício, ou tão somente seja prejudicado. Empatia zero!
Numa divisão de trabalho, de horário, de elementos físicos etc., não se
mostra satisfeito com o tratamento igualitário. Ele sempre tem que se sentir
avantajado sobre alguém.
• Falta de equidade.
Equidade é trazer todos próximos à linha da média. Achei interessante
isso que ouvi de minha professora de História da Educação, na Faculdade.
Facilitando: quem ganha X recebe 10% de reajuste. Quem ganha Y recebe
5%. Quem ganha W não receberá reajuste, apenas um bônus. Todos serão
recompensados e se aproximarão da média. Se a porcentagem for a mesma,
as classes permanecerão discrepantes.
Um avarento é resistente a aceitar isso.
Querido leitor, você está lembrando que nos apropriamos do conceito de
avareza para o campo psicológico e espiritual, sim?
LIBERALIDADE, inverso da avareza
É dar o que não tem obrigação de dar e sem esperanças de receber algo
em troca.
É coração fora do peito!
É altruísmo!
A satisfação deve estar no prazer em fazer, em ser útil, em servir.
Deus dá oportunidade a todos, e conforme a sua capacidade! “E a um deu
cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua
capacidade” (Mateus 25.15). A continuidade da parábola propõe a nós a
seguinte reflexão: como estamos usando as oportunidades para investir no
reino dos céus?
Nossa missão na Terra é povoar o céu! É esse o trabalho que nos será
cobrado! Para isso é que fomos comissionados: “Ide, fazei discípulos em
todas as nações” (Mateus 28.19,20).
Essa comissão, como sempre ouvimos, pode ser cumprida de diversas
formas: evangelizando no campo missionário; contribuindo ou sustentando
os missionários; intercedendo e mais.
O que dizer da eficácia do testemunho? Você também já deve ter ouvido:
“Para ser crente igual a fulano, prefiro ficar como estou”. Esse fulano não
seria aquele que enterrou o talento, perdendo até a própria oportunidade de
salvação? (Veja a parábola acima).
O modo de viver e a conduta do cristão devem causar impacto, provocar
instigação ao mundo por conta da visão e do contato que têm conosco;
afinal, somos o sal e a luz!
Nicodemos, um dos mestres dentre os fariseus, movido pela curiosidade,
procurou contatar Jesus e saber sobre Seu principal ensinamento – o novo
nascimento. E foi evangeliza-do pelo Mestre!

VISLUMBRES DA LIBERALIDADE
• Tolerância.
É a virtude subentendida através da manifestação de compreensão,
aceitação, paciência. .
O apóstolo assevera: “E consideremo-nos uns aos outros para incentivar-
nos ao amor e às boas obras” (Hebreus 10.24). Se tenho um próximo a
prestar beatitudes, obviamente sou um próximo a carecer de alguém as
beatitudes. É constrangedor e, ao mesmo tempo, libertador o ensino
argumentado em todo o capítulo. Porém, os versículos 15 e 21 desarmam
declaradamente a quem deseja agradar a Cristo: “Mas, se por causa da
comida se contrista teu irmão, já não andas conforme o amor, não destruas
por causa da tua comida aquele por quem Cristo morreu. [...]Bom é não
comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas em que teu irmão
tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça”. Lembro das expressões faciais
e até verbais quando ministrava a glória de deixar de fazer algo “nada a ver”
em função de não escandalizar o próximo. Pois é assim: o que o fraco não
faz, o forte tem que fazer!
Mansidão é virtude paralela da tolerância; a presença de uma atrai a
outra. Mansidão é humildade para com Deus e gentileza para com os
homens.
• Mutualidade.
Que maravilhoso sentir prazer no sucesso do outro! Ou poder contar com
um amigo-irmão que se levanta a nos servir na hora da angústia!
(Provérbios 17.17). Isso é a síndrome do amor!
Frase linda e conhecida dentre a comunidade: “A tua vitória é minha
vitória”. “A tua dor é a minha dor”. Ouvimos, pois não somos surdos, mas...
Fica o alerta: é melhor não falar, se calar, do que ser medido pelo Senhor (I
João 3.18-20). Ele esquadrinha e conhece a verdade do coração!
Muitos sofreriam menos se encontrassem dentre a comunidade alguém
em quem pudessem confiar e confidenciar seus queixumes, seus conflitos!
Sabemos de casos de outros que sofrem a decepção de ver externado seu
problema, por confiar no irmão que não mereceu tal confiança.
Lamentável... Ficou com aquele e mais este problema! Estamos em dívida
com o apóstolo Tiago: “Confessai os vossos pecados uns aos outros e orai
uns pelos outros para serdes curados” (Tiago 5.16).
• Investimento no reino dos céus.
Se vivermos com os pés na Terra e a cabeça no céu seremos sábios,
produtivos e tal qual o servo bom e fiel (Mateus 25. 21,23).
Todos têm oportunidades de sobra para investir no reino dos céus.
Qualquer que servir, que for útil ao próximo está assegurando a sua morada
eterna. No verso 40 do capítulo supracitado, Jesus responde a Seus
interlocutores: “Em verdade vos digo que quando fizestes a um destes meus
pequeninos irmãos, a mim o fizestes”.
O relacionamento horizontal – entre os homens – reflete o
relacionamento vertical, o relacionamento com Deus. Essa é a mensagem
explicitada nas epístolas de São João, o apóstolo do amor: “Se alguém diz: Eu
amo a Deus, e odeia a seu irmão, é mentiroso. Pois quem não ama a seu
irmão, ao qual viu, não pode amar a Deus, a quem não viu” (1 Jo. 4.20).
Ouvi de um ministrante a diferença entre reino de Deus e reino dos céus.
Vou compartilhar, pois me esclareceu. O rei-no de Deus diz respeito ao
senhorio do Pai entre nós, aqui na Terra (venha a nós o teu reino, o teu
reinar, o teu governo, a tua administração). O reino dos céus é o lugar
original. O ministrante ainda enfatizou que só se chegará ao reino dos céus
após ter aceitado o reino de Deus. “Porque o Reino de Deus não é comida,
nem bebida, mas justiça, e paz e alegria no Espírito Santo” (Romanos 14.17).

ENTESOURANDO NO CÉU
“...onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não
minam nem roubam” (Mateus 6.20). Lá, só valores e proprietários
espirituais!
• Crescimento espiritual.
O maior bem já adquirido nesta vida aqui na Terra é a certeza de ter
conseguido garantir a morada no Céu e ouvir do Rei: “Vinde, benditos, de
meu Pai, possui por herança o reino que tenho vos preparado desde a
fundação do mundo. [...] Em verdade vos digo que quando o fizestes a um
destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mateus 25.34,40). O
destaque em negrito refere-se às mais vitais e básicas necessidades de que
um ser humano é carente.
O melhor investimento no céu consiste em fazer o melhor pelo próximo,
pois ele é um figurante do Rei. O mundo secular é o cenário, e cada um de
nós é ator, ao mesmo tempo em que somos figurantes.
Se não puder fazer o melhor, no mínimo não fazer o pior.
• Visão do Reino.
Céu é lugar desejado por todos. É compreendido como paraíso, refúgio...
As mães educam os filhos dizendo: “Papai do Céu não gosta”. A criança já
cresce sabendo que existe um lugar onde há alguém que só aprova o bem, ou
o que é bom.
Somente tendo o amor de Deus derramado em nosso coração podemos
facilitar a nossa própria entrada e a do próximo no Reino do Céu.
• Cidadania do céu.
“Porque não temos aqui cidade permanente, mas busca-mos a futura.
Portanto, ofereçamos sacrifício de louvor, isto é, o fruto dos lábios que
confessam o seu nome. E não vos esqueçais da beneficência e comunicação,
porque com tais sacrifícios Deus se agrada” (Hebreus 13.14-16).
O que adianta ao homem ganhar o mundo e perder a sua alma (Mateus
16.21-28)?
Se investirmos na cidadania celeste, seremos os melhores cidadãos
terrestres!
Futilidades

CONTRAMÃO DA MATURIDADE CRISTÃ


Qualquer coisa que não seja útil é fútil. A mesma coisa que é útil no
momento do lazer poderá ser fútil no horário do trabalho. Facilitando: os
óculos de sol são úteis na bagagem de praia, mas fúteis na bolsa de trabalho
(se o sujeito trabalha em ambiente interno). O foco, ou o momento, ou a
disponibilidade é que determina que aquilo que sempre foi útil passe a ser
fútil ou vice-versa (por ex.: a luz de uma vela não é a preferida, porém é
bem-vinda quando não há energia elétrica). Fortalecendo: a prioridade é o
fator que pesa e decide o que é útil e fútil.
Objetos que são úteis tornam-se fúteis dependendo da fase da vida, da
circunstância, do grupo com que se relaciona, das relações afetivas (família,
principalmente).
Aquele objeto indispensável, valioso naquele momento, agora é
dispensável, desprezível e, até mesmo, risível (motivo de riso). Você, ou na
sua casa, também tem aquelas fotos que foram retiradas do álbum e
escondidas para que ninguém veja aquelas aberrações, sim? Isso, que hoje é
tomado como aberração ou risível (motivo de riso), quer dizer, fútil, noutro
tempo foi almejado, foi símbolo de satisfação, foi útil.
E por que isso acontece e continuará acontecendo? Porque crescemos!
Amadurecemos! Isso é o sentido da vida! Ou melhor, isso é a VIDA!
A moda, os recursos, as condições (econômicas sociais psicológicas) e as
disponibilidades são fatores comuns que favorecem ou induzem à mudança.
O tempo é um fator que merece reflexão exclusiva. É o fator do
amadurecimento. Durante a vida amadurecemos dia a dia, pois todo
processo finaliza com o amadurecimento. E que processo é esse? Simples: à
medida que revejo minhas concepções e valores, percebo que é necessário
questionar e, muitas vezes, decidir abandonar o velho para apropriar-me do
novo. Isso é amadurecimento! Um neurótico nunca questiona o porquê das
coisas, só reproduz, com a maior fidelidade possível sem qualquer
curiosidade ou questionamento. Oh! Senhor, aperfeiçoa a saúde deste leitor!
Que ele seja um hábil questionador!
O rei Salomão, depois de experimentar todos os prazeres da vida e exercer
todos os poderes da Terra, e até mesmo tornar-se a suma celebridade do
mundo na época, passa a rever sua própria vida, a dos outros seres, a
dinâmica do mundo físico e humano e afirma que nada é novo (Eclesiastes
1.9,10), e conclui que tudo é vaidade e aflição de espírito (verso 14).
As solicitudes da vida nos impulsionam a uma busca desenfreada por
satisfazer o nosso espírito, a nossa alma. É vão, é inútil, é tolice nutrir essa
crença e essa esperança, pois já sabe-mos que não conseguiremos. A todo
tempo temos que rever no que temos depositado nossa esperança; de que
forma temos canalizado nossa energia anímica. O rei em questão assevera:
tudo é vaidade! É nesse aspecto que comento as futilidades da vida.
Três desafios tenho proposto para mim nesta vida: preparar-me para o
retorno à pátria original (o reino do céu), ser útil ao meu Senhor (que está
figurado no meu próximo) e deixar o melhor legado possível para quem me
viu ou conviveu comigo (afinal, sou luz e sal, Mateus 5. 13,14). O que não
me favorece o fortalecimento nessa corrida considero futilidade; é fútil.
“Como purificará o mancebo o seu caminho? Observando-o conforme a
tua palavra” (Salmo 119.9). Esse negrito é um pronome oblíquo: refere-se à
palavra caminho. Assim, no intuito de obter um caminho purificado, é
primordial conhecer a Palavra, que é luz para os nossos caminhos, e refletir
a cada atitude tomada: agi conforme a Palavra me orienta?

CONFORMIDADE COM O MUNDO


“O mundo passa... Não ameis o mundo...” São recomendações do apóstolo
João, o apóstolo do amor (I João 2.15-17). Esse amado não quer que
soframos! Havemos de concordar que é muito difícil conjugar razão (mente)
e emoção (coração) se elas não pertencerem ao mesmo time, ao mesmo
campo.
Quem anda conforme o mundo:
• Orienta-se pelos ditames do mundo.
O discurso desse sujeito é: todo mundo tem... todo mundo faz... todo
mundo fala assim, pensa assim...
Mas não é todo mundo que vai ouvir “Vinde, benditos de meu pai, possuí
por herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a fundação do
mundo”! (Mateus 25.24).
• Valoriza o mundo e seus encantos.
Esse é aquele que quer ter tudo o que o mundo tem; valoriza, prioriza e
até mesmo louva a vida dos homens do mundo. Lembrando que há muitos
dentre eles que obtêm sucesso de maneira corrupta!
Gratidão? Nunca, nem por educação. Da boca desse tal só sai
murmuração.
Outrossim: será que conhece a doutrina da renúncia, ministrada pelo
Mestre (Lucas 9. 23-25)?
Certas atividades profissionais atrapalham a carreira cristã. Por serem
promissoras, às vezes são pouco analisadas. Se o desempenho dessa
atividade induz à mentira, à persuasão, à ira, à competição (diferente de
meta), inspira cuidado. “A ninguém trateis mal nem defraudeis, e contentai-
vos com o vosso soldo (pequena moeda francesa)” (Lucas 3.14).
• Serve o mundo, veicula o pecado.
Servir ao mundo é ser útil ao mundo; estar a serviço do mundo. Quem
busca a amizade do/com o mundo constitui-se inimigo de Deus (Tiago 4.4).
Decidir não servir ao mundo é atentar ao rogo do apóstolo que nos
escancarou a porta da salvação pela graça, mediante a fé. Ele nos compele a
apresentar o corpo como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus.
Difícil? Complicado? Pois afirmo que será mais fácil e simples mortificar-se
continuamente as obras da carne. Facilitando: antes de ser oferecido em
sacrifício o animal era abatido; assim, na mesma frequência que as obras da
carne vão sendo mortificadas, o fruto do Espírito em todos os seus aspectos
vai se destacando! E experimenta-se a boa, agradável e perfeita vontade de
Deus (Romanos 12.1,2).
• Sofre de males psicossomáticos.
Psico (mente) + soma (corpo, no grego) = psicossomático. A fonte, a raiz,
a causa de muitos males que se sofre no corpo está instalada na mente, que é
a parte racional da alma. O salmista diz: “Os meus olhos estão consumidos
pela mágoa, e enfraquecem por causa de todos os meus inimigos” (Salmo
6.7).
Freud diz: “Se a boca cala, o corpo fala”. Os sentimentos reprimidos,
sufocados, dissimulados são a causa de muitos infortúnios que
presenciamos. Pessoas amarguradas, revoltadas, azedas, aflitas, culpadas,
incapazes de perdoar são a grande maioria que compõem o nosso círculo
social.
Grande parte de pacientes que sofrem com baixa imunidade, diabetes,
hipertensão, alergias, calcificações, úlceras gástricas e outros males tão
comuns são vitimados pela mente.
O conflito entre a carne e o Espírito gera dores psicológicas. Não que o
Espírito seja o culpado! Ele, representando a pessoa de Cristo, diz: Eis que
estou à porta e bato; [...] se abrir, entrarei e cearei com ele e ele comigo
(Apocalipse 3.20). O conflito é intensificado pela consciência de estar sendo
resistente aos apelos do Espírito. “Miserável homem que sou! Quem me
livrará do corpo desta morte?”. Essa é a conclusão do apóstolo (Romanos
7.1-25). Que conflito!
• Perde a visão de vida eterna e o anelo por ela.
A maior felicidade a ser desfrutada nessa vida é a paz – que defino como
ausência de incômodo. Argumento também que é a paz que nos responde
quanto à certeza de nossa salvação eterna. Alguém me perguntou: “Como
posso ter certeza, como sei que se morrer irei para o céu?”. “Você sente paz
quando pensa nessa surpresa?”, retruquei. O apóstolo ensina: “Justificados
pela fé, tenhamos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo, por quem
obtivemos também acesso pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e
gloriemo-nos na esperança da glória de Deus”(Romanos 5.1,2). Ele nos
intima a pensar nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra
(Colossenses 3.2).
E nessa mesma ótica defendo que deve ser tratado como futilidade tudo
aquilo que não promove a paz interior e, consequentemente, alimenta o
conflito entre a carne e o Espírito. Desejos, atitudes, preferências devem
continuamente ser refletidas à luz da Palavra. E, sendo reprovadas, deixando
dúvidas ou não proporcionando a paz, devem ser levadas ao pé da cruz.
Fechando: “Se é só para esta vida que esperamos em Cristo, somos de
todos os homens os mais dignos de lástima” (I Coríntios 15.19).
Esclarecendo, o que queremos através de Cristo está muito além: a vida
eterna! Que as paixões dessa vida não se constituam o nosso foco!!!
• Trabalha contra o reino de Deus.
Serve de tropeço àqueles que poderiam vir à fonte. O evangelista escreve:
“Ai do mundo por causa dos tropeços! Pois é inevitável que venham; mas ai
do homem por quem o tropeço vier!” (Mateus 18.7).
Temos responsabilidades com o ministério da reconciliação que Cristo
nos delegou (II Coríntios 5.17-20). Dentro da comunidade, somos
estimulados à prática das boas obras, quando entendemos que ali não é
lugar de pessoas perfeitas e, sim, daquelas que estão buscando a perfeição,
perseguindo a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor (Hebreus
12.14).
Essa mesma imperfeição que toleramos dentro da igreja constitui-se
tropeços para quem ainda não veio à fonte. Aqueles entendem e esperam
que os que já estão membros de uma comunidade devessem ser mais
perfeitos, quer dizer, pelo menos fazer mais diferença no mundo.
Fica aí mais uma cutucada quanto à prática de observação do caminho à
luz da Palavra.
• Expõe ao risco a sua salvação.
O corpo, por meio dos cinco sentidos (visão, audição, paladar, olfato e
tato), nos coloca em contato com o mundo físico. Qualquer deles, não sendo
cuidadosamente administrados, servirá para a condenação da alma.
O olho é o órgão da visão e por ele quantas concupiscências (desejo
ardente) vêm ao coração! A seguir, os membros (braços e pernas, que são
para a ação e locomoção) entram em função a serviço das concupiscências.
Deseja-se ardentemente, e então cede-se à tentação: vai, age, consuma.
Na continuação do texto supracitado, Mateus 18.8-9, é explícito. A
responsabilidade pela salvação é pessoal.

DESPOJAR-SE DO VELHO HOMEM


Numa expressão bem coloquial: “Desmanche a casa o velho homem”.
Interessante explicar: o apóstolo Paulo evangelizou entre os gentios
(qualquer povo que em sua origem não era judeu). Porém, qualquer gentio
que aceitasse o Evangelho e a Cristo, deveria tornar-se um israelita
circuncidado no coração pela fé, e esquecer-se que era – em sua origem –
um gentio. Deveria agora pensar, agir, se comportar como um candidato ao
reino do céu, prioritariamente destinado aos judeus. Vide João 1.11: Veio
para o que era seu, e os seus não o receberam.
Todas as epístolas paulinas trazem os mais práticos ensinamentos para
todas as áreas da vida. Exploraremos aqui o texto do apóstolo: a santidade é
oposta ao costume dos gentios.
17. Portanto, eis o que digo e conjuro no Senhor: não persistais em viver
como pagãos, que andam à mercê de suas ideias frívolas. 18. Têm o
entendimento obscurecido. Sua ignorância e o endurecimento de seu
coração mantêm-nos afastados da vida de Deus. 19. Indolentes, entregaram-
se à dissolução, à prática de toda espécie de impureza. 20. Vós, porém, não
foi para isto que vos tornastes discípulos de Cristo, 21. se é que o ouvistes e
dele aprendestes, como convém à verdade em Jesus. 22. Renunciai à vida
passada, despojai-vos do homem velho, corrompido pelas concupiscências
enganadoras. 23. Renovai sem cessar o sentimento da vossa alma, 24. e
revesti-vos do homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira
justiça e santidade. 25. Por isso, renunciai à mentira. Fale cada um a seu
próximo a verdade, pois somos membros uns dos outros. 26. Mesmo em
cólera, não pequeis. Não se ponha o sol sobre o vosso ressentimento. 27.
Não deis lugar ao demônio. 28. Quem era ladrão não torne a roubar, antes
trabalhe seriamente por realizar o bem com as suas próprias mãos, para ter
com que socorrer os necessitados. 29. Nenhuma palavra má saia de vossa
boca, mas só a que for útil para a edificação, sempre que for possível, e
benfazeja aos que ouvem. 30. Não contristeis o Espírito Santo de Deus, com
o qual estais selados para o dia da Redenção. 31. Toda amargura, ira,
indignação, gritaria e calúnia sejam desterradas do meio de vós, bem como
toda malícia. 32. Antes, sejam uns com os outros bondosos e compassivos.
Perdoai-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo.
Efésios 4.17-32.
• Nova mentalidade.
Abandonar a vaidade da sua mente obscurecida no entendimento, sem ter
qualquer esperança ou motivo, para então, manter uma vida digna (verso
17). Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra, são as
orientações aos colossenses (cap. 3, v.2).
Os membros para ação (os braços) e locomoção (as pernas) cumprem as
ordens da mente, cujo órgão é o cérebro. As ações revelam o que somos,
como concebemos as coisas, as nossas concepções (Provérbios 23.7)
• Nova linguagem.
Abandonar o amor à mentira e ao engano. A sentença de condenação já
está lançada àquele que ama e comete a mentira. Ainda que aconteça a
fraqueza de mentir, que haja o temor e o arrependimento. Essa é a prova que
não existe amor a essa prática.
No sermão do monte o Mestre diz: “Do que há em abundância no
coração, disso fala a boca” (Lucas 6.45). Fisicamente, o coração é o órgão
principal do sistema circulatório; porém, espiritual e psicologicamente,
representa o lugar dos sentimentos, que se manifestam por meio das
emoções. E a boca está a serviço delas.
Palavras torpes, indecorosas, que sugiram malícia (maldade ou
malignidade), que não promovam edificação devem ser excluídas do
vocabulário de um novo homem.
• Novos comportamentos.
O sentimento que se experimenta mediante a qualquer contrariedade é a
ira (cólera, raiva ou similar). O verso 26 nos assegura que isso é natural;
porém o conselho é que evite pecar, ou seja, externar esse sentimento e ou
consentir que ele se acomode no coração. No tempo mais presente que está
em nossa mão – o hoje – deve livrar-se dele.
Se a prática de boas obras for colocada na posição de ata-que, quer dizer,
for abraçada como estilo de vida, avançaremos contra o mal. Facilitando:
abrace, e será abraçado; elogie, e será elogiado; fale só o que for agradável e
receberá agrados. Na regra áurea Jesus ensina: “Tudo o que quereis que os
homens vos façam, fazei-lhos também a eles (Mateus 7.12). Fazer (primeiro)
para receber!
Comportar-se de maneira a não dar legalidade ao diabo (versos 27-32),
sempre analisando o próprio caminho; se está caminhando à luz da Palavra.
• Novo foco.
“Eu sei aonde quero chegar”.
Foco é o fim; é o objetivo. O que acontece durante o percurso é meta
(metá, no grego: entre)
Numa subdivisão de um todo, a meta pode ser um objetivo. Facilitando:
um ano letivo no ciclo fundamental é subdividido em quatro bimestres; cada
bimestre tem seu objetivo específico, sendo cada um uma parte – a meta –
de um todo, portanto de um objetivo maior, geral.
Perseguir o foco demanda certeza e decisão de onde se pretende chegar;
determinação, priorizando sempre o que é essencial entre o que é
importante ou necessário; forças, se-lecionando onde canalizar as energias; e
visão limitada: mirar no alvo.
Do texto registrado em Colossenses 1. 9-12 destaco: Crescendo no
conhecimento de Deus (verso 10). Crescendo e desenvolvendo!

RECONHECER A PESSOA DO ESPÍRITO SANTO


O Espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade. Sua missão especial é
operar nos homens a fé.
Jesus Cristo, em suas últimas recomendações aos discípulos, confortou-os
dizendo que não os deixaria órfãos e que enviaria o Consolador, que estaria
com eles todos os dias. Entendemos, por isto, que o Espírito Santo é um
substituto da presença de Jesus.
• Identificá-lO como Deus, no plano da salvação.
Deus Pai enviou-nos o recurso para a salvação: seu único Filho.
Deus Filho abriu o caminho, o Único Caminho que leva ao Pai.
Deus Espírito Santo opera a fé, fortalece, intercede, aperfeiçoa para a
salvação.
• Respeitá-lO.
Assim como com o Pai e o Filho, a presença do Espírito Santo é
insubstituível na nossa vida. É pela fé que Ele opera em nós que cremos no
sacrifício de Cristo. Cristo, por sua vez, nos apresenta ao Pai.
Na via de retorno, o Pai atende a advocacia de Cristo a nosso favor. Cristo,
por meio do Espírito Santo, nos consola, perdoa, acalma, ensina.
• Reservar sempre o Seu lugar.
Tê-lO como insondável filtro espiritual para todo o curso da vida.
Na entrada: por Ele não passará aquilo que venha lhe causar incômodo.
Se somos o templo do Espírito e realmente O elegemos como o dono da
casa, Ele é quem determina a entrada dos visitantes.
Na saída: como “lamparinas” (Mateus 25. 4), precisamos manter o azeite
no nível, para que não sejamos surpreendidos quando mais precisarmos.
O azeite alimenta a luz, unge a cabeça, é alimento energético! Não se pode
perder, não pode vazar!
• Afinar-se a Ele.
Reconhecê-lO como a fonte da nossa vitória sobre as obras da carne.
De acordo com o texto de Gálatas 5.22-26, o Espírito frutifica em nós e
em nove aspectos podemos reconhecer seu fruto: o amor, o gozo, a paz, a
longanimidade, a bondade, a benignidade, a fidelidade, a mansidão, o
domínio próprio. Vale a pena entender, buscar conhecimento sobre cada
aspecto. Mas uma coisa é certa: se Ele tiver livre acesso em nossa vida,
frutificaremos e seremos agradáveis a todos que nos cercam; desejado e não
desprezado; preferido, e não preterido;
SENDO ÚTIL E JAMAIS FÚTIL!
Amargura

Em simples palavras: amargura é o antônimo de doçura. Assim como não


é difícil para o bebê manifestar a assimilação desses sabores quando inicia o
processo de alimentação pós-desmame, será fácil compreender esses
conceitos em relação à alma.
Bem como é sabido que a febre é o indicador de que há alguma
inflamação ou infecção instalada em qualquer parte do corpo,
psiquicamente é compreensível que o mau humor, a tristeza, o desespero, a
angústia, a dúvida, o desânimo, a preguiça, o desamor e o azedume
indiquem que suas raízes mortíferas se fortaleceram, oprimindo a raiz do
bom humor, da alegria, da esperança, da paz, da convicção, do amor, da
serenidade. É a amargura substituindo a doçura! Obviamente o leitor já
entendeu a mensagem e refletirá muitos outros sentimentos adversos. Para
elucidar: de repente passa perto de mim aquela pessoa mal-humorada,
destilando seu veneno; enquanto uns dizem “que pessoa mal-amada!”, eu
costumo dizer “que pessoa amarga!” .
“Sei que não estou bem” ... “Poderia ser melhor” ... “Vontade de sumir” ...
“Vida sem graça” ... “Nó na garganta”... “Me manipulam”... são as expressões
íntimas ou secretas, em solilóquio ou até mesmo verbalizadas, sem qualquer
temor ou constrangimento.
A amargura é a expressão mais evidente de que há uma enfermidade na
alma. O paciente se sente incomodado, perturbado, irritado, infeliz,
insatisfeito, vitimado por tudo. E destila essa amargura – esse veneno –
contaminando a muitos que estão do lado e tornando-se mais infeliz. Dessa
forma, consegue dividir aquilo que ele deveria ingerir sozinho. E o pior é
que ele facilmente encontra “pessoas solícitas” que não se recusam a
participar de seu prato. Palavras de Jesus: “O que sai do homem, isso é o que
contamina. Pois é do interior que procedem os maus pensamentos, as
prostituições, os furtos, os homicídios, os adultérios, a cobiça, as maldades,
o dolo, a libertinagem, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a insensatez; todas
essas más coisas procedem de dentro e contaminam o homem” (Marcos 7.
20-23). Antes de externar tais sentimentos por meio de qualquer prática, o
próprio já nutriu essas raízes e já se alimenta, e está farto delas, há tempo.
Sente-se desamparado, reprovado ou abandonado pelo Criador.
Derrotado, chega a pensar que seria melhor não ter nascido (Jó 3.11,12).
Lembrando: menosprezar o dom da vida pode representar fuga da
responsabilidade pessoal!
Mas... Por onde começar?

RECONHECENDO A PRESENÇA ATIVA DO ESPÍRITO


SANTO
Reafirmando, o doce Espírito Santo é a terceira pessoa da Trindade
Divina. Jesus, o Filho, ao regressar junto ao Pai, prometeu-nos um
Consolador que estaria conosco todos os dias, que ajudaria em nossas
fraquezas – em todos os aspectos! Garantiu que não nos deixaria órfãos –
desamparados. Isso me possibilita compreender que esse Consolador
substitui a presença de Jesus. Enquanto aqueles discípulos só desfrutavam da
presença de Jesus quando estavam com Ele no mesmo ambiente, nós, os
discípulos pela fé, por meio do Espírito Santo, desfrutamos de Sua presença
em todo lugar, em qualquer momento!
Ele age
• Como o grande filtro.
Entre tantas advertências que o apóstolo pela fé – Paulo – nos prescreve
quanto à Pessoa do Espírito Santo, lemos: “Não O entristeçais!” (Efésios
4.30). Se o nosso corpo é a Sua habitação, a tristeza dEle é manifesta através
de nosso corpo. Nosso semblante, nossos desajustes, nossos
desapontamentos denunciam o Seu sentimento.
A viva e digna presença do Espírito Santo filtra a entrada e acomodação
das obras da carne, manifestas em prostituição, impurezas, lascívia
(sensualidade), idolatria, feitiçaria, inimizades, contendas, ciúmes, iras,
facções, dissensões, partidos, invejas, bebedices, orgias e coisas semelhantes.
Filtra também a saída! O salmista pede “Cria em mim, oh Deus, um
coração puro, e renova em mim um espírito estável... Sustém-me com um
espírito voluntário” (Salmo 51.10-12). Não perder, não “deixar vazar” o
entendimento, o temor, o azeite que já adquiriu é perseguir a santificação,
sem a qual ninguém verá o Senhor (Hebreus 12.14,15).
É confortante entender que a tristeza, segundo Deus, opera
arrependimento para a salvação, o qual não traz pesar; mas a tristeza do
mundo opera para a morte (II Coríntios 7.10). Glória a Ele! Estando triste,
reflita: qual é a fonte dessa tristeza que está me possuindo?
• Como a fonte de vida.
A vida é manifesta em todas as nuances de alegria – a emoção primária
do ser humano, antes do pecado. Satisfação plena, desconhecimento de
qualquer preocupação, sem ideia de tempo ou temporalidade
(conseguintemente, sem ansiedade!), tudo à mão! Imagine: tudo exatamente
diferente do que vivenciamos nesse mundo de pecado, de malignidade.
Quem quiser vislumbrar essa doçura nesta Terra precisa beber da água
que Cristo dá, e nunca mais terá sede; pois dessa água brotará uma fonte de
água, que correrá para a vida eterna (João 4.14). Maravilhoso entender:
dessedentando na nascente que é Cristo, o ser humano transforma-se num
rio, cuja foz (o desemboque) é a vida eterna.
A fé para crer no plano de redenção projetado pelo Pai é gerada e nutrida
pelo Espírito Santo. Ignorá-lo ou subestimá-lo é loucura! Ele geme por nós e
nos apresenta a Cristo, o qual é nosso Advogado junto ao Pai.
Nossa carreira para a vida eterna é pela fé, a obra essencial do Espírito
Santo. Ele já brotou em nós. Agora quer frutificar! Amor, gozo, paz,
longanimidade, benignidade, bondade, mansidão, fidelidade e domínio
próprio são as evidências de Sua vida em nós! (Gálatas 5.22-25). Essas raízes
existem, são inerentes ao ser humano, feito à imagem e semelhança de Deus.
Basta se empenhar no enfraquecimento das raízes malignas, amargas, para
que o Espírito se aposse e apareça através de seus frutos.
• Como eficiente ajudador.
Para que viver a amargura da ansiedade, das desesperanças, das angústias,
da timidez, se foi enviado esse Ajudador para estar conosco todos os dias e
nos ensinar todas as coisas (João 14.26,27)?
Ele é o Mestre para nos orientar a lidar com todas as causas, desde as mais
íntimas, simples ou pequenas até as públicas, complexas, intransponíveis!
Popularmente se diz e se ouve: para quem crê no senhorio de Deus não
existe coincidência e, sim, providência! Pessoal-mente, considero nos
detalhes dos encaixes a administração de Deus em minha vida. Oh, glória!
Muitos testemunhos!
Antes da ascensão de Cristo ao Pai, o Espírito Santo descia em ocasiões
especiais dando sabedoria aos reis, estratégia para os juízes nas guerras,
fortalecendo os profetas... Hoje derramado em nosso coração faz muito
mais!
Esse Ajudador nos lembra, como continuamente lembrava aqueles que
aguardavam a promessa feita aos descendentes de Abraão; dá entendimento
e sabedoria, como deu a Daniel (Daniel 19.2); capacita, como capacitou a
Davi (I Samuel 17.34-37); orienta, como orientou a Josué (Josué 7)! Ele nos
assis-te e ensina todas as coisas! (João 14. 26; Lucas 12.12)!
“E não vos embriagueis com vinho... mas enchei-vos do Espírito! (Efésios
5.18)

RECONCILIANDO CONSIGO PRÓPRIO


Essa é a primeira das três etapas do perdão: reconhecimento da
necessidade de não manter aquelas convicções, mas mudar, fazer a
conversão. Arrependimento e confissão são, respectivamente, as etapas
subsequentes.
Só se arrepende efetivamente de algo depois que se reconhece
autenticamente que todas as ferramentas e as táticas até então aplicadas só
contribuem para o fracasso, para a derrota. Os verbos no tempo presente
indicam que se trata de uma prática diária, contínua. Enquanto houver
dúvida quanto a continuar ou abandonar determinada prática ou crença, o
arrependimento será parcial, e a confissão é uma falácia.
• Reconhecimento.
As falhas acontecem por ação ou omissão; quer dizer, age quando seria
melhor que não tivesse agido, ou deixa de agir quando deveria ter agido.
Quantas vezes isso nos ocorre durante o dia!
A negligência é uma atitude traiçoeira, muitas vezes camuflada atrás de
uma virtude. Foi por negligência – em nome da prudência – que o servo da
parábola dos talentos (Mateus 25.24) escondeu o único talento que lhe fora
confiado. Negligenciar significa não dar o seu melhor. Ninguém melhor do
que si mesmo reconhece que ou quando está sendo negligente consigo.
O sentimento de culpa atormenta e assenta no trono da consciência
quando se põe a cabeça no travesseiro na expectativa de um sono reparador.
Sonhos, pesadelos, insônia transformam a noite num campo de batalha.
Aliado ao sentimento de culpa vêm à lembrança os episódios de teimosia e
demandas vividos durante o dia anterior; as obstinações se acaloram e o
sono some. Que amargura...
Que a piedade possa proporcionar a bênção do sono tranquilo, como cita
o salmo três!
• Arrependimento.
A palavra grega para “arrependimento” na Bíblia é metanoia, que significa
“mudar de ideia”; são palavras de Mark W.Baker em um de seus livros
(página 63).
A conversão é a prova de um efetivo arrependimento. Converter, ou
conversão, traz a conotação de mudança integral: abandono, renúncia,
esquecimento, enojamento. São sentimentos que impulsionam o
arrependido a reiniciar um novo caminho.
As novas estratégias para alcançar o mesmo objetivo de antes evidenciam
o reconhecimento e a necessidade de uma mudança iminente. O
arrependimento do tempo investido em vão, ou melhor, sem sucesso, torna-
se combustível e energia para que se canalize o esforço e recupere no
máximo o que foi perdido.
Esse mesmo processo acontece no âmbito espiritual: a prova do
arrependimento é a conversão, e não o contrário. Sem arrependimento não
há conversão genuína. Pense: enquanto o motorista não admite que errou e
ou acredita que à frente pode haver uma nova opção, ele não faz uma
conversão imediata. Prefere manter a tentativa, aventurando no tempo, no
gasto, no psicológico.
• Confissão.
A confissão é a exteriorização do reconhecimento e do arrependimento.
Normalmente, pensa-se na confissão como sendo a revelação feita de forma
verbalizada e, sem dúvida, essa é a mais reconhecida, mais comum. Porém,
entendamos que ela pode ser representada por meio da conversão.
João Batista, a voz que clamava no deserto (deserto do silêncio: o povo
judeu vivia há aproximadamente três séculos sem ouvir algo sobre Jeová),
em sua enfática mensagem convocava o povo ao arrependimento. Como se
arrepender sem primeiro conhecer e reconhecer? Certamente sua
mensagem era completa: conhecimento, reconhecimento e arrependimento.
O batismo, imediato ao arrependimento, era a evidência da conversão.
Na esfera espiritual vivemos na defensiva contra a malignidade, essa força
que se opõe à santidade. Desde criança fui ensinada a iniciar a oração
pedindo perdão dos pecados. Há certa lógica, pois o profeta messiânico diz
que as nossas iniquidades fazem separação entre Deus e nós. Jesus, porém,
na oração do Pai Nosso, nos ensina iniciar adorando-O, louvando-O. Isso
nos permite entender o quanto a adoração e o louvor nos reaproximam
d’Ele. Dessa forma, o Seu altar é reerguido em nosso coração. Reiterando,
lembremo-nos que os quatro primeiros dos mandamentos (Êxodo 20 1-17)
nos impelem a refletir continuamente as coisas tão sutis que dificultam
sermos autênticos adoradores, as quais são as concupiscências da carne.
Somos fadados a errar contra Deus através de nossos cinco sentidos, que
estão a serviço de nossa carne. Lembrando: pecado é transgressão a uma lei
ou regra (por simples que seja), enquanto iniquidade é a devastadora
malignidade que insurge mediante a qualquer e corriqueira adversidade.
Porém, somos regenerados e vivificados pela ação do Espírito Santo,
mediante a busca pela santificação. “Libertos do pecado, e feitos servos de
Deus, tendes o vosso fruto para a santificação, e por fim a vida eterna”
(Romanos 6.22).
Confessar, verbalizar as fraquezas momentâneas é dar ciência ao inimigo
que a Deus pertence o altar de adoração da sua vida!
• Apossando-se do perdão.
A fé crescente na obra de redenção através de Cristo é a ferramenta que
deve representar nossa veste, nosso alimento, nossa higiene! Ninguém se
expõe nu em algum lugar, nem desfruta de boa saúde sem se alimentar ou
fazer a higiene básica. Assim nós, discípulos pela fé, tudo pela fé!
O mar da iniquidade – o mundo – açoita de tal forma a levar ao
descrédito o inefável perdão de Deus, fazendo acreditar que não o
recebemos. Daí então, o ser humano, inadvertida-mente, trabalha a favor de
sua própria perdição, desprezando a proposta de salvação eterna.
O nosso apóstolo pela fé nos ensina: “Concluímos, pois, que o homem é
justificado pela fé, sem obras da lei” (Romanos 3.28). “Portanto, agora
nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Romanos 8.1).
Certificado de estar em Cristo, o perdão é real, é efetivo! Duvidar disso é
abrir legalidade ao inimigo, àquele que está na disputa pela alma.
A cada momento que reconheço que desagrado ao meu Deus, prefiro
reerguer o Altar da adoração e louvor. E tenho vivido vida plena; sinto-O me
dirigindo, protegendo-me, preservando-me, vivo e real ao meu redor!
Desfruto paz, recusando:
• Rejeitar a acusação.
Alguém disse: “Quando confessamos o que somos, não seremos mais o
que fomos”.
Somos pecadores, conforme afirma o apóstolo: “... Mas eu sou carnal,
vendido sob o pecado” (Romanos 7.14). E outro coaduna: “Limpai as mãos,
pecadores; e, vós, de espírito vacilante, purificai os corações” (Tiago 4.8). E
mais: “Se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós
mesmos, e a verdade não está em nós” (l João 1.8). Mas a cada vez que
reconhecemos essa natureza querendo se erguer e
confessamos/verbalizamos, aniquilaremos essa raiz maligna, a raiz da
dúvida quanto ao perdão de Deus.
Porém, em crer que o sangue de Jesus nos purifica de toda a injustiça está
a nossa saúde espiritual. Em crer que o poder desse precioso sangue nos
redimiu do poder do pecado está a nossa fortaleza.
Resta-nos agora, portanto, manter cerrada a entrada da dúvida! O
apóstolo diz que quem duvida é semelhante à onda do mar, que é sublevada
e agitada pelo vento (Tiago 1.6). Duvidar é reflexivamente estar fortalecendo
ao acusador. Dúvida é campo de trabalho do inimigo!
Fechando: “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É
Deus quem os justifica! Quem os condenará? Cristo Jesus é quem morreu!”
(Romanos 8.33,34). “[...] Cheguemo-nos com verdadeiro coração, e inteira
certeza de fé!” (Hebreus 10.22).

RECONCILIANDO COM DEUS


Somos imagem e semelhança do Criador! Ele sempre nos desejou.
Desejou uma espécie com que pudesse se relacionar. Vide Gênesis 3.8.
Já que filho de gato é gatinho, filho de cachorro é cachorrinho, na ótica
espiritual posso entender que filho de Deus é deusinho! Isso causa impacto!
Atribuo isso (o impacto) à natureza pecaminosa e indigna que nos
confronta. E mais: a preferência por fugir da santificação (sem a qual
ninguém verá o Senhor!) induz ao impacto de se assumir um deusinho entre
os homens. Mas vejamos:
• Imagem.
Dentre outros entendimentos, vamos aqui pensar em imagem como
reflexo de algo. Reflexo é aquilo que não é o verdadeiro. Por exemplo, o que
vejo no espelho quando estou olhando nele é reflexo de meu corpo físico; é
minha imagem; não sou eu, com vida e com alma. Da mesma forma é a
sombra de alguma coisa.
A imagem é visível, porém abstrata. Ela retrata a aparência. Partindo
disso, podemos entender que no nosso corpo físico somos a imagem de
Deus. Ele tem mãos e braços (que nos sustentam), tem pés (andava no
Jardim)... Tal como Ele é, assim formou o ser humano com todos os
membros e órgãos necessários e com funções específicas. Sabemos que tais
expressões na Bíblia são metáforas (figura de linguagem), pois Deus é
espírito.
Refletindo: todos os detalhes físicos do nosso corpo são esquadrinhados
pelo Senhor. Aceitá-lo com amor significa reconhecê-lO como o perfeito
Criador. Orando e adorando isso será possível!
• Semelhança.
A semelhança é invisível e abstrata. É um conceito; é um substantivo
abstrato.
A semelhança que temos com Deus – e que foi completa-mente destruída
pelo pecado – diz respeito à Sua glória. “Todos pecaram e destituídos estão
da glória de Deus” (Romanos 3.23). No aspecto moral, o ser humano foi
esvaziado da glória divina; o pecado distancia o homem do seu Criador.
Envergonharam-se, esconderam-se, coisa que nunca sentiram antes;
desconheciam! (Gênesis 3.7,8). O distanciamento partiu deles, e não de
Deus. Naturalmente, o homem age de maneira a encobrir as suas culpas; e,
na maioria das vezes, com malignidade. É comum – infelizmente, para
muitos é até normal, “inteligente” – transferir a responsabilidade de seu
delito a qualquer outro (vide vs 12).
A corrupção, a iniquidade e a concupiscência da carne são inerentes à
raça humana, bem como o desejo, a busca por cumprir a lei de Deus
(Romanos 7.21,22). É o anseio da alma pelo resgate da moralidade subtraída
pelo pecado.
Por vezes assistimos pelos telejornais fatos que causam glória e
admiração: pessoa que encontrou carteira com dinheiro e devolveu intacta;
outra que prestou socorro a um indefeso; outra que cedeu a oportunidade
para alguém que era mais carente... Pergunto: esse não deveria ser o
comportamento comum? E por que não é? Lamentável, mas até cristãos
zombeteiam tais atitudes, pois tão familiarizados estão com a perda do
caráter divino através do pecado primevo.
A convivência com os iníquos ou com ímpios tende a “apagar” a luz que
deveria brilhar. Portanto, é decisivo: evite assentar com os escarnecedores
(Salmo 1.1) e encha-se do Espírito (Efésios 5.18). “Andai em Espírito, e não
cumprireis a concupiscência da carne” (Gálatas 5.16). Outra orientação do
apóstolo é que sejamos sábios para (praticar) o bem, mas simples (ingênuo,
inocente) para o mal (Romanos 16.19,20).
Daí, então, seria possível ser considerado um deusinho em meio a uma
geração tão incrédula?

RECONCILIANDO COM O PRÓXIMO


A reconciliação com o próximo evidencia o reconhecimento da
necessidade de mudança de orientação, mudança de caminho.
• Tratá-lo “como ao Senhor”.
O ensinamento do apóstolo nos desarma quanto a pensar, a agir, a ser
conivente com deslealdade, avantajar-se sobre ou subtrair o direito de
alguém, trapacear o outro. Quando diz “vossos senhores segundo a carne”
ele está se referindo à dimensão humana, aos nossos relacionamentos. “Vós,
servos, obedecei em tudo a vossos senhores segundo a carne, não servindo
somente à vista como para agradar aos homens (a máquina volta a funcionar
quando o chefe se aproxima!), mas em singeleza de coração, temendo ao
Senhor. E tudo quanto fizerdes, fazei-o de coração (dando o melhor de si!),
como ao Senhor, e não aos homens” (Colossenses 3.22–25). (Grifos da
autora).
• Fazer tudo para que o próximo goste de você.
Cresci ouvindo “Se for possível tenha paz com todos os homens”, mas não
é bem assim! Quando passei a meditar na Palavra com objetivo de percorrer
a santificação, encontrei o tal texto em sua totalidade: “Se for possível,
quanto depender de vós, tende paz com todos os homens” (Romanos
12.18). Este destaque faz toda a diferença. Nisso eu reflito: como seria
maravilhoso se todos se esforçassem em função de melhorar um
relacionamento desagradável! Eu passaria a ser preferida – ou pelo menos
agradável – àquela pessoa que me evita, assim como o inverso! Se é melhor
permanecer calada perto de determinada pessoa, ou não discutir
determinado assunto com ela para evitar divergência e desapontamento, ou
mesmo manter o baixo relacionamento (apenas cumprimentar) são atitudes
que favorecem a tolerância e até mesmo o fim da antipatia, que poderá
passar pela apatia e chegar à simpatia! Agradar é maravilhoso, é gratificante,
é vencer o teste do forte! É crescer junto; aniquilar inimigo! (Romanos
15.1,2).
Acreditar que vai virar o jogo é a chave áurea, a chave que não pode ser
“perdida”. Em visualizar a vitória, o sucesso na empreitada consiste na
estratégia para perseverar. O apóstolo do amor assevera: “No amor não há
medo; antes, o perfeito amor lança fora o medo; porque o medo envolve
castigo; e quem tem medo não está aperfeiçoado no amor. Nós amamos
porque Ele nos amou primeiro. Se alguém diz: ‘Eu amo a Deus’e odeia a seu
irmão é mentiroso. Pois quem não ama a seu irmão, ao qual viu, não pode
amar a Deus, a quem não viu”(João 4. 18-20).
Os ingredientes do “bolo do amor” seriam (para mim): paciência,
tolerância, longanimidade, misericórdia, compreensão, fé – o principal
ingrediente, de menor quantidade. Por pouco que seja, a presença da fé
alimenta a perseverança e a esperança de que é possível conquistar!

RECONCILIANDO COM A PALAVRA DE DEUS


O que a Bíblia Sagrada diz que eu sou?
Ao questionar as mensagens registradas na Bíblia inicia-se o conflito de
muitos. Há poucos dias presenciei um duelo verbal entre duas pessoas, no
qual a questionadora era alguém que fora criada aos pés do próprio genitor,
ministro do Evangelho, e em cuja casa participava semanalmente de cultos
fervorosos. E mais: segundo o testemunho pessoal havia sido curado de um
câncer! Por seus vários motivos (ambição por status, entre outras
concupiscências) começou a questionar e por fim descrer parcialmente das
Escrituras. O clímax do duelo se deu quando aquele dizia duvidar que Maria
era virgem quando engravidou de Jesus, colocando em xeque a pureza de
Maria, de José e, obviamente, a humanização de Jesus. Nesse momento
então, tomada de uma ousadia temível, a ouvinte se posicionou: “Não toque
na pessoa de Meu Jesus”. E desatou a falar. O desfecho foi lindo! Aquele
médico (ignorando o uso da máscara e do álcool em gel) caminhou em
direção da falante e chorando copiosamente a abraçou dizendo: “Deus te
trouxe aqui para me dar o chacoalhão que eu estava precisando. Agora se eu
encontrar na Bíblia que o mosquito engoliu um boi eu crerei, porque o que
eu estou sentindo aqui neste momento é indescritível.”
Pela fé somos salvos (Efésios 2. 8,9); de fé em fé somos transformados
(Romanos 1.17); e pela fé cremos que quando Ele se manifestar seremos
semelhantes a Ele (I João 3.2). Aquele será o momento final de nossas
imperfeições e o momento inicial de nossa perfeição! Glorificados, seremos
iguais a Ele!
A Palavra de Deus diz que:
• Já venci o mundo.
O mundo representa o território maligno. Involuntariamente respiramos
a malignidade. Enquanto estivermos neste tabernáculo (este corpo mortal, II
Coríntios 5.2) sofremos com muitas tentações, porém a mais temível é a
dúvida quanto à nossa vitória cabal.
Se nossos olhos estiverem na pátria celeste e somente nossos pés
estiverem nesse mundo, viveremos a dimensão que o apóstolo afirma: Sois
fortes, a palavra de Deus permanece em vós, e já vencestes o Maligno (I João
2.14). Lá está o meu tesouro, lá está o meu coração.
• Tenho o DNA de Deus.
Em simples palavras, DNA seria o código da vida. Somos o sopro de
Deus.
A vida e toda a energia que nos permite nos conectarmos com o mundo
físico e espiritual estão sob o controle meticuloso do Deus Criador. Ele
determinou para mim esta estatura, estas características físicas, e é com elas
que me relacionaria com o mundo sem qualquer conflito interior, se não me
importasse com os paradigmas propostos pela humanidade ou pela
sociedade.
A efetiva libertação acontece quando a pessoa passa a se ver e se sentir
como Deus a desejou, como o Criador quis que ela fosse! Quer dizer,
quando ela procura encontrar-se com o Criador, e não com quem vive
algum conflito, tanto quanto ela, a satisfação é plena!
Eu? Quem sou? Sou filha d’Ele! Vivo pelo que Ele soprou em mim! Viver
pacificamente comigo é viver para Seu agrado! E a beneficiada será eu
mesma, pois dessa forma dizimarei as raízes de conflitos interior.
• Sou um grão de sal na terra e uma centelha de luz no mundo.
Refletindo sobre as propriedades do sal – salgar, conservar, defumar – e a
utilidade da luz entendemos o quanto Deus contou conosco. Por menor que
seja, o ponto de luz é percebi-do, é destacado dentre a escuridão.
Conhecemos a luz do sol e a luz resultante de um circuito elétrico através de
uma lâmpada. Essa última está sujeita ao nosso controle; o clique no
interruptor está sob nossa decisão. E é dessa forma que muitos agem com os
próprios sentimentos, não permitindo que eles sejam iluminados; quando
reconhecidos como inconvenientes certamente serão relegados. Por outro
lado, a luz do sol está fora do nosso controle; a gente é que foge dela se não a
deseja. E essa luz é universal! Queira ou não, ela existe com equidade sobre
toda a Terra.
Somos membros; a função dos membros superiores (os braços) é a ação e
dos membros inferiores (as pernas) é a locomoção. Sou membro; Ele conta
comigo para agir ou ir conforme o Seu desejo, o Seu querer!
Sejamos sal, essa substância invisível, mas percebida e desejada, quando
ausente. Sejamos luz! Quando nos controlarem, sejamos sábios; porém
enquanto não se opuserem sejamos como a luz do sol.
• Sou embaixadora do ministério da reconciliação com Deus.
Como já disse em capítulo anterior: ser útil entre os homens é um dos
meus lemas da vida.
Sinto-me privilegiada quando penso que está em minhas mãos a
continuidade do ministério supremo de Cristo, o ministério da reconciliação
(II Coríntios 5.11). E ser embaixadora d’Ele é lisonjeador, pois a mensagem
que eu falo, a tese que defendo é singular, é incontestável! É atemporal, é
nova a cada dia, é profunda!
Ele conta comigo somente para falar; falo sem medo de ser vencida; falo
com convicção, certa de que a efetivação da obra é competência do Espírito
Santo.
• DEUS ME DESEJOU desde a fundação do mundo.
Sou a evidência de uma fecundação, obra exclusiva do Criador. Se Ele me
proporcionou o dom da vida, sou mais um ser à Sua imagem e semelhança.
Ele determinou para esse ser humano todas essas características. Para outro
alguém, Ele determinou outras peculiaridades.
Porém, o que todos os homens têm em comum é ser desejado por Deus
para viver eternamente com Ele. O Pai nunca se esqueceu de Sua imagem e
semelhança – a espécie humana. Dispensações, milênios e séculos se
passaram. Mas, cumprindo-se a plenitude dos tempos – isto é, a chegada do
novo tempo, do tempo de se cumprir as profecias messiânicas –, Ele enviou
o Seu único Filho ao mundo, sendo o último recurso, a última dádiva divina
para redenção e resgate do homem à condição de filhos coerdeiros (Gálatas
4.3-7).
E aqui estou eu! Adotada por Deus por meio de Cristo, eleita a usufruir
com Ele de todos os direitos! Perseguindo a santificação,

AGUARDANDO, tão somente, A GLORIFICAÇÃO!


Perdoar e perdoar-se

E agora, o que você vai fazer com isso?


Essa é a pergunta que faço ao paciente após a manifestação do insight. A
partir daí então iniciamos o processo de compreensão do fato-queixa e
caminhamos para a elaboração. Como terapeuta, sempre pontuo a
necessidade de atitude de autopreservação da saúde social, enfatizando e
objetivando o fortalecimento de seu ego.
As forças externas –superego –, representadas pelo círculo social de
convivência (família, comunidades) não podem se sobrepor à natureza
interna (id). O equilíbrio entre as forças (internas e externas) determina a
saúde social. É áureo: toda a decisão significativa deve ser explicada ao id.
Esclarecendo: “Decidi perdoar o meu amigo apesar de toda deslealdade dele
e a dor que me causou, porque sou capaz de encontrar outro (ou aprendi o
limite de confiança...)”. Enfim, o id merece receber uma justificação em
relação à nova atitude, afirmando, desse modo, o “consentimento” dele (id)
e, ao mesmo tempo, aniquilando a força do superego, representada na fala
que o induziu ou convenceu a perdoar. As instâncias são igualmente
importantes.
No fato descrito acima percebe-se subliminarmente a doutrina do perdão,
tão explorada por Jesus. Em amar o próximo como a ti mesmo assimilamos
toda essa compreensão. Ao perdoar a ofensa que recebemos, estamos
retomando a nossa plenitude de vida. Não sentimos mais a amargura sentida
quando o via. Quer dizer: eu me defendi! Eu me protegi! Eu me amei! Já que
ele vive (e não posso matá-lo nem enterrá-lo!) perdoo-o, matando assim a
raiz de amargura que insiste em manter-se viva dentro de mim.
No passado não se mexe; foi verdadeiro, real, deixou história. O futuro é
promissor; ele está a dois minutos adiante deste agora, o mesmo tempo que
distancia o presente do passado. Vejamos como é emergente a necessidade
de se tomar decisão. Importante também é compreender que a decisão é a
evidência do critério de seleção preestabelecido pela mente! Houve, e há
vezes em momentos de muitas dúvidas, que canalizo o paciente
perguntando: “Quer ganhar a causa e manter vivo e declarado o inimigo, ou
deixá-lo ir de sua vida?”.
Nesse mesmo raciocínio, vamos entender: em “Perdoa-nos, assim como
perdoamos a quem nos tem ofendido”, Jesus está ensinando que desfrutamos
o perdão de Deus na mesma medida que o liberamos para o próximo! Se
perdoamos parcialmente, entendemos que Deus também nos perdoa
parcialmente. E é assim? O profeta Miqueias, vislumbrando o amor e o
perdão de Deus ao seu povo, O louva dizendo: “Quem é Deus semelhante a
ti, que perdoas a iniquidade, e que te esqueces da transgressão do resto da
tua herança? [...] Tu lançarás todos os nossos pecados nas profundezas do
mar” (Miqueias 7.18,19).

MEDIDA DO PERDÃO
Não existe unidade de grandeza (assim como o metro, o litro etc.) para
medir sentimentos. Somente o Criador detém a exatidão dessa medida.
Jesus – a videira verdadeira – disse aos discípulos: “Perdoai, e sereis
perdoados; [...] com a mesma medida com que medis, vos medirão a vós”
(Lucas 6.37,38). O que recebemos dos homens é equivalente ao que damos.
Não nos enganemos: erramos com esse e recebemos a paga através daquele!
É relacional! Recebemos o mal (falta de misericórdia, julgamento) de
alguém porque certamente aquele que detém a medida, que ama tanto esse
como aquele (verso 35), está agindo. Em algum momento, com alguém, essa
semente fora lançada.
Daí, então, me pergunto no momento de infortúnio: Onde errei? Com
quem errei? E a resposta me vem: Lembrei, com fulano... E agora estou
colhendo aquela semente com beltrano. Ou, muitas vezes se chega à
conclusão: errei comigo mesma, quando lá atrás deveria ter agido assim ou
assado. É a dor da falta de autoperdão; é arrependimento (que traz tristeza)
ou remorso (vergonha e raiva).
Acompanho a história de vida de algumas pessoas; uma delas, desde a
vida intrauterina; outras delas, convivendo ou presenciando os dissabores e
fatos traumáticos. É inegável que tenham razões suficientes para
experimentarem distúrbios patológicos. São pessoas que vivem mergulhadas
em situações de conflito, alimentam conflito, vivem à base de conflito.
Conversa e atividades pacíficas são “artigos de luxo” para elas. Toda a
expressão do corpo (voz alta e atropelada, gesticulação exacerbada,
complexo de vitimização, ações precipitadas, franqueza agressiva no falar)
faz com o grupo as veja e façam se sentir inconvenientes ou indesejáveis. Na
ânsia por resolver um problema, elas criam outro. A vida corre no embalo
de uma sequência de tumultos. Reclamam, culpam, julgam.... Triste se ver.
Apesar de tudo, certo é que dizer que não merece o sofrimento é atribuir
ao Ser Supremo uma ação injusta. Ele não criou o sofrimento dentre as
obras da criação. Dele não emana maldade nem injustiça. O sofrimento é
providência dEle contra o pecado. Muitas vezes, por conta do sofrimento, o
homem se lembra do seu Criador. Talvez a sua generosidade em perdoar
aquele que errou contigo seja motivo de glória e louvor ao Criador, Aquele
que concede capacitação para isso. Reflita: perdoando você está se
libertando de uma poderosa armadilha que o diabo tramou para você.

PERDOANDO O PRÓXIMO
O salmista Davi canta: “Não repreenderá perpetuamente, nem para
sempre conservará a Sua ira. Não nos trata segundo os nossos pecados, nem
nos retribui segundo nossas iniquidades. Pois quanto o céu está elevado
acima da terra, assim é grande a sua benignidade para com os que o temem”
(Salmo 103. 9-11). Deus ira-se, mas perdoa e não repreende para sempre; os
que temem ao Senhor reconhecem a Sua benignidade.
Refletindo: como tenho me comportado em relação às fraquezas de meu
próximo? Qual a medida da minha benignidade?
A água assume a forma do recipiente onde ela for colocada. Ela não muda
a forma do recipiente e, sim, o contrário. Ou seja, o recipiente exerce poder
sobre a água. A água, aqui representando a “outra matéria” que atesta a
qualidade do recipiente, não seria providência do seu Senhor querendo
desenvolver a sua qualificação? Da mesma forma, meu leitor poderá ser
mais feliz se tornar-se um recipiente diferente, ou seja, procurar “receber”
sob outra ótica, acatar com outro olhar as falhas cometidas contra si. Pense e
cuide-se para ser o melhor recipiente.
Sou muito analógica, como disse na apresentação dessa obra.
Continuando o raciocínio de recipiente, te convido a preferir deixar de ser
uma vasilha da loja de R$1,99, ou cem centavos, e caminhar para a categoria
de produto de catálogo, por exemplo, a autêntica Tupperware! Um recipiente
de valor, recipiente mais resistente!
E ainda: recipiente tem medidas cúbicas (largura x comprimento x
altura)! Isso pressupõe limites! O Senhor nos propõe situações de acordo
com o nosso limite. Obviamente, se nos permitir isso ou aquilo, Ele espera
que sejamos valorosos e obtenhamos a determinada qualificação.
A segunda parte do mandamento de Jesus –... e (amar) o próximo como a
ti mesmo, –, nos permite entender: Se você se ama, perdoe o próximo! Dessa
forma se livrará de toda a sua malignidade, deixando-o ir da sua vida!

PERDOANDO A SI MESMO
O salmista Davi afirma: “Quanto está longe o oriente do ocidente, assim
tem Ele afastado de nós as nossas transgressões” (Salmos 103.12). Não temos
acesso! São polos inversos; são os extremos!
Todo o mundo está representado no nosso corpo; reflita, analise e
pesquise, se quiser. Deus não propõe que cuidemos do que está fora dele; só
conta que cuidemos do que está dentro dele, isto é, administrar a alma com
esmero, temor e responsabilidade sobre a eternidade dela.
E é incrível como, por fuga da responsabilidade pela eternidade da
própria alma, o indivíduo busca justificar ou transferir a Deus suas
inabilidades ou insucessos. Se temos certeza que Ele tem afastado de nós as
nossas transgressões, se temos convicção de que como Pai Ele nos dá ou
permite o melhor, se cremos que os Seus pensamentos e Seus caminhos são
mais altos do que a terra (Isaías 55.9), por que não deleitar sob Sua
misericórdia sempiterna, deixar ser possuído por ela e se perdoar? Tudo o
que Ele espera de nós é que confessemos (reconhecer, arrepender e
confessar)! Quem confessa e deixa alcança misericórdia (Provérbios 28.13)!
Deus é generoso em perdoar (Isaías 55. 7). A mesquinhez humana é que o
julga; vamos entender?
A patologia do perfeccionismo, o padrão cultural/religioso/social é
suficiente para nos ajudar a esclarecer o fato de negação de perdão a si
próprio. O perfeccionista negocia sua saúde – não delega, não descansa, por
fim adoece – mas prefere sacrificar-se, porque não se perdoa se lá adiante o
projeto não sair como o esperado por conta de ter confiado no outro. Isso
acontece consigo próprio. Conheço alguém que martela e esmiúça tudo o
que está quase pronto só porque o último prego entrou torto, ou coisa do
tipo; outra joga o pudim no ralo só porque não teve ótimo sucesso ao
desenformar.
O padrão cultural ou religioso engessa o indivíduo de tal forma que esse
sinta ter cometido transgressão digna de punição. Nesse sentimento de
fracasso, o próprio indivíduo se pune. Pior acontece com aquele que sempre
se achou forte; ou sempre julgou quem fracassou.
A história do apóstolo Paulo – de perseguidor a perseguido – corrobora
muitíssimo quanto ao autoperdão. Deus contou com ele para que fosse o que
foi entre os gentios. E isso só aconteceu porque ele humildemente perdoou-
se a partir do perdão que alcançou de Deus. O próprio diz: “...por isso
alcancei misericórdia, para que em mim, o principal (dos pecadores), Cristo
Jesus mostrasse toda sua longanimidade, a fim de que eu servisse de
exemplo aos que haviam de crer nele para a vida eterna” (I Timóteo 1.16)
A frustração é a causa da autopunição. O fracasso acontecido representa
uma vergonha de si próprio; o acusador dele é ele mesmo. Perambula-se
entre os pensamentos de justiça própria. “Eu não poderia ter dado motivo...”
“Não acredito que vacilei desse jeito” ... A Bíblia diz que o único justo já está
novamente junto ao Pai, e deixou em Seu lugar o Espírito Santo que nos
ajuda em nossas fraquezas (João 16.10).
O ensinamento do rei Salomão pode concluir bem esse conteúdo: “Não
sejas demasiadamente justo, nem demasiadamente sábio. Por que te
destruirias a ti mesmo? [...] Pois não há homem justo sobre a terra, que faça
o bem, e nunca peque”(Eclesiastes 7.16,20).
PERDOE-SE!
AME-SE!
A alma saudável

Acabei de orar por você nesse momento, antes de iniciar a redação deste
último capítulo.
Eu também já estou sentindo saudades de te deixar! Durante algum
tempo, ainda que não nos conheçamos pessoal-mente, ou que tenhamos ou
não a oportunidade de nos abraçar, te tomei como sendo o meu próximo; és
o “figurante” do meu Senhor. Confesso que essa compreensão sobre o
próximo mudou em muito as minhas reflexões a partir deste trabalho.
Orei pedindo a Deus que te esclareça, assim como fez comigo. Sinto que
navego em águas tranquilas; sinto paz profunda; nada me falta! O salmista
(Salmo 23.1) não fala de sobra e, sim, de suprimento; entendo que em tudo
seremos supridos: nada nos faltará!

A VACINA
“Enchei-vos do Espírito Santo” (Efésios 5.18).
A função da vacina é prevenir que determinada doença se instale.
Estando já cheio do Espírito não haverá espaço para o mal, para a
malignidade, própria do homem natural.
Em toda a Palavra encontramos o zelo meticuloso do nosso Senhor em
nos instruir. “Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para
ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o
homem seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra” (II
Timóteo 3.16). E qual a obra que acaba de chegar em suas mãos? Este livro,
dentre outras? Que tal refletir com os outros esses conceitos? Se houver
concordância de entendimento ocorrerá crescimento; mas se houver
divergência, a oportunidade de crescimento é ainda maior. Por quê? Porque
a dúvida instigará ao aprofundamento na busca de conhecimento. E a
mesma Palavra nos exorta: “Crescei na graça e no conhecimento” (II Pedro
3.18).
O Espírito Santo, desde os primeiros registros, assistiu (deu assistência) a
todos os escritores da Bíblia Sagrada (aproximadamente 40); épocas
diferentes, estando esses em diferentes lugares e vivendo tempos, culturas,
experiências diferentes, todos estavam cobertos da supervisão do Espírito
Santo, o qual responsabilizou-se pela unidade de pensamento, entendimento
e sentimento daqueles. E faz com que essa Palavra seja contemporânea,
atual.
Eduquei meu filho e exponho nas ministrações que essa mesma – e única
– Palavra é o tribunal que há de julgar todos os homens, independentemente
de sua época, de sua raça, de seu temperamento (esse é o mais sério, pois
buscam justificar suas atitudes resistentes em sua natureza temperamental).
A Palavra de Deus é soberana; é suficiente para iluminar o caminho do
homem. Examinar, meditar nela, estudá-la é o mais prudente a se fazer. O
próprio Espírito Santo se incumbe de esclarecer um texto apontando outro
texto. É oportuno também sugerir aqui: busque pelo prazer de manusear a
Palavra; reserve a leitura digital para os momentos de transporte, no
trabalho, enfim. Dessa forma, o crente construirá um filtro quanto a ouvir
interpretações e expressões de profetas que falam segundo o seu próprio
coração e não conforme o coração de Deus. “Não é a minha palavra como
fogo, diz o Senhor, e como um martelo que esmiúça a pedra? Portanto, eis
que sou contra os profetas, diz o Senhor, que furtam as minhas palavras,
cada um a seu próximo. Eis que sou contra os profetas, diz o Senhor, que
usam de sua própria linguagem, e dizem: Ele disse” (Jeremias 23.25-32).
Profeta, em sua etimologia latina, quer dizer “aquele que fala adiante”; não
seria somente aquele que prediz, que age como vidente. Quem prega e expõe
sermões também é qualificado como profeta. Convém ser criterioso,
observando se há congruência com a Palavra! Deus não se responsabiliza
pelo que Ele não disse!
O apóstolo pela fé, tal como nós, orienta “...ponde tudo à prova. Retende o
que é bom” (I Tessalonicenses 5.18-21).

A DIETA
“Andai pelo Espírito” (Gálatas 5.16).
A dieta é importante tanto quanto a administração do remédio. Pode ser
compreendida como a cobertura da ação daquele. O uso de determinado
medicamento tolhe do paciente o direito de comer certos alimentos, praticar
esportes e mesmo de desrespeitar o horário de refeição. Havendo
assimilação quanto ao benefício dela (dieta), as dificuldades tendem a
desaparecer. Espiritualmente falando: regenerados pelo novo nascimento,
agora precisamos crescer e amadurecer. As dificuldades serão suplantadas
pela esperança (I Pedro 1.3,4).
Os nossos cinco sentidos nos colocam em contato com o mundo físico.
Quando da morte física, perderemos todos esses sentimentos. Às vezes
questiono o fato de crentes se sentirem atraídos por andarem em ruas de
jaspe, de ouro; ou estarem na posição de julgarem o mundo juntamente com
Cristo; ou ainda pensar na vergonha que alguém pode sentir estando ao lado
de alguém cuja coroa brilhe muito mais que a sua. Pergunto: esses atrativos
ou sentimentos não pertencem à dimensão humana? Estando já glorificado,
teremos os mesmos sentimentos que experimentamos na dimensão física,
carnal?
Se aguardamos ardentemente e lutamos arduamente pela vida eterna, é
necessário viver a dimensão espiritual aqui na Terra; dessa forma não
cumpriremos as concupiscências da carne.
Ninguém consegue pensar ou imaginar algo a partir do nada; tudo o que
desejamos ou refletimos tem um ponto de partida; nem mesmo o cientista
cria algo a partir do nada; aliás, há um filósofo que diz: na natureza nada se
cria, tudo se transforma. “As coisas que olhos não viram, nem ouvidos
ouviram, nem penetraram o coração do homem, são as que Deus preparou
para os que o amam” (I Coríntios 2.9). Nem penetraram; é tudo novo!
A vida plena do Espírito Santo em nós é exteriorizada mediante a sua
frutificação. Nossas atitudes manifestam o amor, a paz, a longanimidade, a
benignidade, a bondade, a fidelidade (fé), a mansidão, o domínio próprio, as
características do fruto do Espírito. O amor é expresso por meio do respeito,
da tolerância, da obediência... A paz é manifesta no olhar e na fala tranquila,
na ausência do medo ou desconfiança. . A longanimidade é revelada através
da paciência e esperança... A benignidade é presente nas oportunidades que
se tem de servir, de ser útil, de ser bênção... A bondade põe fora a ruindade,
a avareza... A fidelidade mantém viva a esperança – a fé – que é fruto da
perseverança... A mansidão é a capacidade de aplacar, agir com serenidade. .
O domínio próprio é reconhecido quando desafiados pelo livre arbítrio:
“Posso, mas não me convém”.
Somos morada do Espírito (I Coríntios 6.19,20)! O mundo humano pode
reconhecer a Cristo através de Sua vida, Sua habitação em nós! ANDEMOS
PELO ESPÍRITO!

PLENITUDE – A VIDA ETERNA


É impropriedade para mim ou para qualquer pessoa falar
categoricamente sobre a vida eterna, uma vez que todos ainda a
aguardamos. Ninguém há que pode falar experimentalmente dela.
Mas podemos vislumbrá-la a partir do conforto que nos envolve quando
pensamos que essas aflições momentâneas, passageiras, têm um peso de
glória (II Coríntios 4.17). Por mais que dure ou persista a provação, ela não é
eterna; subsiste enquanto existir o corpo físico. O apóstolo Pedro nos
conclama a ver as provações como ferramentas para polir a fé. Suas palavras
confortadoras: “... pelo poder sois guardados, mediante a fé, para a salvação
que está preparada para se revelar no último tempo; na qual exultais, ainda
que agora, por um pouco de tempo, sendo necessário, estejais contristados
por várias provações, para que a prova da vossa fé, mais preciosa do que o
ouro que perece, embora provado pelo fogo, redunde para louvor, glória e
honra na revelação de Jesus Cristo [...] alcançando o fim da vossa fé, a
salvação das vossas almas” (I Pedro 1.5-9).
Quem morre na esperança da vida eterna é vitorioso!
O que é possível afirmar é que não terá limites. Será eterna, infinita,
ininterrupta sensação de prazer, de satisfação, de bem-estar; isso é vida! Não
haverá lembrança! Novos céus e nova terra estão reservados para os
vencedores (Isaías 65.17; Apocalipse 21.1). Se a lembrança pudesse adentrar
os céus, os demais sentimentos poderiam também! O céu seria plenamente
diferente? Prefiro vislumbrar que tudo será novo, inimaginável! Viverei lá o
que nunca conheci aqui: o primeiro estado antes do pecado:
Só alegria!
Só alegria!
Só alegria!
Conclusão

O pecado primevo subtraiu da alma a garantia do seu direito de


eternidade com Deus. O profeta Isaías afirma: “Mas as vossas iniquidades
fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o
Seu rosto de vós, para que não vos ouça. Porque as vossas mãos estão
contaminadas de sangue, e os vossos dedos de iniquidade; os vossos lábios
falam falsidade, a vossa língua pronuncia perversidade” (Is. 59.2-3).
Reiterando: iniquidade se refere à malignidade inerente à humanidade a
partir do pecado de Adão; todos ficaram destituídos da glória de Deus.
Portanto, em prepará-la para adentrar à sua eternidade consiste todo o viver
aqui na terra.
O apóstolo João aponta a iniciativa de Deus Pai em busca da restauração
do homem: “Porque Deus amou tanto o mundo, que entregou o seu Filho
único, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo.
3.16).
Na plenitude dos tempos – no perfeito tempo de Deus – Jesus veio. E
estando já exercendo o Seu ministério, em Jerusalém, no último dia da Festa
dos Tabernáculos, o dia mais solene, Ele pôs-se em pé e disse: “Quem tem
sede venha a mim e beba. Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu
interior fluirão rios de água viva” (Jo. 7.37). Jesus – a fonte da Água Viva –
assegura dessedentar de uma vez por todas a sede da salvação eterna,
mediante o processo de santificação.
A Palavra de Deus nos revela o plano de redenção reservado para o
homem através da Trindade. Deus Pai planejou; Deus Filho executou; e
Deus Espírito Santo opera no homem a fé e a perseverança para alcançar a
promessa (Hebreus 10.35-36).
Que seja tomada como futilidade toda e qualquer coisa que não é
proveitosa, ou que seja desprezível; pelo contrário, está mais para servir de
obstáculo, desvirtuando o foco, extraviando o olhar em Jesus, autor e
consumador de nossa fé. Que o Espírito Santo vivifique as raízes benignas
para que o caminho da santificação seja alargado em nossa mente, e assim se
encontre face a face com o Senhor (Hebreus 12.2, 14).
Recentemente um paciente comentou que, após suportar por muito
tempo as dores que lhe consomem, decidiu então tomar um analgésico;
acomodou-se bem e procurou relaxar para experimentar o efeito. Relatou o
prazer que sentia ao perceber as dores abandonando o seu corpo, dando
lugar ao alívio. Entendo que assim mesmo é a ação da Palavra àquele de
decide não permanecer apenas como ouvinte, mas tornar-se praticante dela,
como diz o apóstolo Tiago (1.22-25): “Sejam praticantes da palavra, e não
apenas ouvintes, enganando vocês mesmos. Aquele que ouve a palavra, mas
não a põe em prática, é semelhante a um homem que olha a sua face num
espelho e depois de olhar para si mesmo, sai logo e esquece a sua aparência.
Mas o homem que observa atentamente a lei perfeita, que traz a liberdade, e
persevera na prática dessa lei, não esquecendo o que ouviu, mas praticando-
o, será feliz na-quilo que fizer”.
O interlocutor – você! – é o principal elemento dessa mensagem escrita.
Sugiro, como atitude inicial de praticante, que você registre em poucas
palavras o que foi experimentando durante esssa leitura:
_____________________________
______________________________
______________________________
______________________________
______________________________
______________________________
______________________________
______________________________
______________________________
Essa é a mais efetiva conclusão. É por ela que alcançarei o propósito que
me impulsionou à elaboração desse livro, profetizado sob uma unção
especial naquele seminário que cito na apresentação. O seu contato, o seu
depoimento será recebido por mim como aprovação do trabalho prestado
ao meu Senhor. Sugiro que não peque por omissão!!!
Te aguardo!
Informações
Complementares (i.c.)

Arrependimento
A palavra grega para “arrependimento” na Bíblia é metanoia, que significa
“mudar de ideia”. É estar percorrendo um caminho em uma direção e
decidir inverter o rumo e seguir por um caminho totalmente oposto. [...] É a
mesma coisa que os terapeutas procuram fazer quando os pacientes os
procuram.
O arrependimento desempenha o mesmo papel na psicoterapia. [...] Para
crescer tanto espiritual quanto psicologicamente temos de modificar a nossa
maneira de pensar e de agir.
[...] As pessoas sábias estão sempre preparadas para mudar de ideia e de
atitude; as tolas, jamais.
Mark W. Baker, página 63.
Bartimeu
Essa capa significava que ele tinha uma autorização do governo romano
para pedir esmola, pois era mendigo. Para Bartimeu a capa era o atestado
claro da sua cegueira, pois simbolizava tudo que não era adequado, e que,
portanto, precisava ser deixado de lado. Ao encontrar Jesus, sua vida teria
uma nova história.
revistarenascer.com
Depressão noogênica. Trechos transcritos do material didático do curso
de Logoterapia.
Diferente das neuroses psicogênicas, relacionadas aos complexos e
conflitos no sentido tradicional, a neurose noogênica estaria mais ligada aos
conflitos de natureza moral e à sensação de falta de sentido, ou seja, está
voltada aos problemas de ordem existencial (FRANKL, 1990).
[...]
A neurose do nosso tempo seria o vácuo existencial, estado marcado por
uma sensação de falta de sentido, de futilidade e absurdo diante da vida. Os
principais sintomas do vácuo existencial constituiriam a chamada “tríade da
neurose de massa”, ou seja, a depressão, a agressão e a toxicodependência
(FRANKL, 1990). www.portaleducacao.com.br
Livros que conjugam os objetivos da cura da alma: a fé e a terapia.
• Freud versus Deus; como a Psiquiatria perdeu a alma e o Cristianismo
perdeu a cabeça.
A necessidade do diálogo, página 236, argumenta bem o fundamento de
todo o conteúdo do livro.
• Cartas entre Freud & Pfister (Pastor); um diálogo entre a psicanálise e a
fé cristã.
Lúcifer, o anjo de luz e a sua queda
“Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste
lançado por terra tu que prostravas as nações! E tu dizias no teu coração: Eu
subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono; e no monte
da congregação me assentarei, nas extremidades do norte; subirei acima das
alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo”. Bíblia; Isaías 14. 12-14.
Melancólico, característica do (página 27):
• Qualidades: habilidoso, minucioso, sensível, perfeccionista, esteta,
idealista, leal, dedicado.
• Defeitos: egoísta, mal-humorado, pessimista, teórico, confuso,
antissocial, crítico, vingativo, inflexível.
• Profissionais: artistas, músicos, inventores, filósofos, mestres.
Moisés é o personagem representante desse temperamento, escolhido pelo
escritor Tim LaHaye.
Danilo Polanco prefere referir a área forte (positiva) e área fraca
(negativa). Esse autor não pondera as características como qualidade ou
defeito.
Mente, a líder da alma. Trechos do artigo os sete graus de atividade da
alma humana no De quantitate animae de Santo Agostinho.
Terceiro grau
[...]
A mente (mens) é a parte mais elevada de nossa alma e a razão (ratio) é a
faculdade discursiva feita para julgar do sentido interior e, através dele, de
todos os sensíveis.
[...]
A nossa mente, o homem interior é a nossa melhor parte, pois aí estão
incluídas a memória e a imaginação, assim como o juízo racional e a
especulação intelectual.
Conclusão
[...]
Para evoluir na virtude, a qual é a ordem do amor, a saber, cabe ao ser
humano amar os seres de acordo com a sua dignidade ontológica. Este é o
caminho da realização humana, porém, esta só é possível, se, além do
esforço humano, for tornada eficaz pela graça divina. Portanto, cabe ao
homem buscar elevar-se, subir essa escada da retidão, que lhe proporcionará
a recompensa da contemplação da verdade. Esta constitui o vislumbre de
experimentar a graça de Deus, a experiência mística, que, embora fugaz,
deve ser considerada a mais plena realização da vida do espírito, durante
nossa vida terrestre.
[...]
Agostinho analisa a alma humana e conclui que, “[...] entre as coisas que
Deus criou, nada está mais próximo a ele do que a alma”. Por isso, é natural à
alma que somente encontre descanso, quando repousa no sobrenatural do
qual está próxima.
www.scielo.com
Paráclito ou Paracleto (em grego: παράκλητος - paráklētos; em latim:
paracletus) significa “aquele que consola ou conforta; aquele que encoraja e
reanima; aquele que revive; aquele que intercede em nosso favor como um
defensor numa corte”. [1] No cristianismo, o termo é utilizado para se referir
ao Espírito Santo e o termo tem sido objeto de longo debate entre os
teólogos, com diversas teorias sobre o assunto.[2]
Google: PT.wikipedia.org
Vazio na alma: “Existe no homem um vazio do tamanho de Deus”
Google: frasesfamosas.com.br - Fiódor Mikhailovich Dostoiévshi
Referências
Bibliográficas

ALLEN, Charles L. – A Psiquiatria de Deus. 5ª edição. Ed. Betânia, 1981.


ALMEIDA, João Ferreira de. Bíblia Sagrada. Edição corrigida, revista e
atualizada.
BAKER, Mark W. Jesus, o maior psicólogo que já existiu. Ed. Sextante, 2009.
BLAZER, Dan. Freud versus Deus. Ed. Ultimato, 2002.
FÁBIO, Caio. No divã de Deus. Ed. Fonte Editorial Ltda, 2008.
FREUD, Ernst L. e Heirich Meng; Cartas entre Freud & Pfister. Ed.Ultimato
Ltda, 2009.
LAHAYE, Tim. Temperamentos Transformados 2ª edição revisada.Ed.
Mundo Cristão, 2008.
LEAL, Roberto. A cura da autoimagem. Série Cura da Alma MAIA, Israel.
Enfermidades da Alma. 1ª edição. Ed. Betel, 2014.
POLANCO, Danilo. Os cinco temperamentos. 2ª Edição. Geográfica
Editora, 2020.
WWW.GOOGLE.COM; Wikipedia
WWW.PortalEducação.com.br; curso de Logoterapia
ZIGLAR, Zig. Automotivação, alta performance. Ed. Mundo Cristão, 2008.
A autora

Psicanalista clínica Pós-graduada em Psicopedagogia e Aconselhamento e


Psicologia Pastoral. Evangelista pela CONAMAD. Casada com Pr. Luiz
Xavier de Souza, mãe de iago Felipe da Silva Xavier.
Atualmente, aos sessenta anos de vida, contabilizo muito sucesso. Nascida
em berço cristão, sempre desejei ter minha própria experiência com Deus. E
Ele gloriosamente atentou para isso! Não hesitei que na minha infância e
adolescência fosse orientada por meus pais; porém, quando comecei a
assumir o controle da minha vida, tratei de fundamentar o que ouvia desde
criança.
Confesso: louvo a Deus pelos meus pais, e agradeço a Ele pelo esposo,
também cristão com origem católica, o que possibilitou conviver de perto
com a alegria da revelação da salvação.
Faltam-me palavras para exprimir o grande prazer da maternidade de um
único filho. Cresceu me ouvindo dizer que o educava para ser feliz. Em sua
adolescência começou a fazer suas próprias escolhas. Atravessamos
juntíssimos momentos de dissabores. Costumo dizer que foi o meu TCC
espiritual; aquela situação me proporcionou entender o amor de Deus como
Pai da humanidade. Ouço continuamente dele: “Você foi a melhor mãe! Vou
educar meu filho da forma que fui educado: para ser feliz, apesar de...”

Contatos:
Instagram: @betesilvaxavier
Facebook: Elisabete Xavier
WhatsApp: 19 9882-4648
E-mail: betesilvaxavier@gmail.com

Você também pode gostar