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GEOMETRIA ANALÍTICA

AULA 1

Prof. Ricardo Alexandre Deckmann Zanardini


CONVERSA INICIAL

Olá! Seja bem-vindo(a) a esta aula!


Nessa disciplina serão abordados temas de grande importância para a
resolução de problemas do cotidiano e para um bom aproveitamento em outras
disciplinas do curso. Além dos aspectos teóricos, teremos situações e problemas
práticos relacionados não só aos aspectos acadêmicos e profissionais, mas
muitas vezes relacionados também às nossas vidas.
Desde já nos colocamos à disposição para auxiliá-lo no que for
necessário. A cada aula, novos assuntos serão abordados e as aulas estão
organizadas de modo a facilitar os estudos. Para isso, é importante seguir as
orientações de leituras, assistir aos vídeos, participar do fórum da disciplina,
resolver os exercícios propostos e realizar as avaliações.
Sempre que possível, crie grupos de estudos. Está cientificamente
comprovado que quando há interação e ajuda mútua entre os estudantes, o
aprendizado de todos é muito maior. A leitura também tem um importante papel
na aprendizagem. Busque sempre complementar os estudos recorrendo às
referências indicadas no plano de ensino. O nosso principal objetivo é a
aprendizagem. Saiba que faremos sempre o melhor e que o nosso sucesso
depende da participação de todos.
Nesta aula abordaremos a origem e a importância da geometria analítica.
Aprenderemos a representar pontos e vetores em sistemas de eixos
coordenados. Aprenderemos a calcular módulo e inclinação de vetores e
teremos diversos exemplos e exercícios para fixarmos os temas abordados.
Bons estudos e conte sempre conosco!

TEMA 1 – A GEOMETRIA ANALÍTICA

A geometria analítica é uma área da Matemática que utiliza a álgebra na


resolução de problemas de geometria, ou seja, está baseada em uma forma de
resolver esses problemas utilizando fórmulas específicas e cálculos
matemáticos, na maioria das vezes elementares.
Há séculos, problemas de geometria eram resolvidos com o uso de
instrumentos, tais como régua e compasso. Com o passar do tempo, os
problemas geométricos passaram a ser resolvidos com o uso da álgebra.
Essa relação entre geometria e álgebra teve início no século XVII, com
René Descartes, que formalizou os princípios matemáticos necessários para que
fosse possível analisar as propriedades de ponto, reta e circunferência. Outro
importante matemático que colaborou com o surgimento da geometria analítica
foi Pierre de Fermat, que desenvolveu um sistema de coordenadas permitindo a
localização de pontos em um plano.
Esses sistemas de coordenadas permitem que nos dias de hoje
possamos, por exemplo, localizar objetos em um plano ou em um sistema
tridimensional, utilizar um dispositivo eletrônico para escrever e-mails, jogar, ver
fotos, assistir a vídeos em duas ou em três dimensões entre muitas outras
aplicações. Por meio da geometria analítica também foi possível ampliar todo
esse estudo para contextos que não possuem uma representação geométrica.
Podemos, por exemplo, estudar situações que com quatro, cinco, seis, ou “n”
dimensões bem como suas aplicações práticas tais como a computação,
robótica etc., mas que não há representação geométrica nesses casos.
Com todo esse potencial, a geometria analítica deu suporte ao
desenvolvimento do cálculo diferencial e integral como é conhecido nos dias de
hoje, ocorrido a partir do século XVII, e que promoveu diversos avanços
científicos e tecnológicos.
A partir do sistema de coordenadas cartesianas, desenvolvido por Fermat,
mas denominado em homenagem a Descartes, surgiram também as primeiras
abordagens envolvendo vetores que são o tema desta aula. Falaremos sobre
vetores mais detalhadamente a seguir, mas, antecipando algumas explicações,
os vetores são amplamente utilizados na física e em outras áreas do
conhecimento.
Em diversas situações do cotidiano nos deparamos com problemas que
envolvem vetores. Muitos filmes utilizam a computação gráfica como recurso
para a criação de cenas.
Muitos softwares possuem ferramentas que facilitam o trabalho de criar
animações, mas em alguns casos é preciso programar o movimento desejado.
Mas como esse movimento é feito computacionalmente?
No caso de movimentos bidimensionais, o computador precisa da
expressão matemática associada ao movimento e, ao variar o valor de x, é
possível obter os respectivos valores de y. A cada par ordenado (x, y), o
personagem ou objeto tem a respectiva posição na tela do computador. Por

3
exemplo, se o objetivo é fazer com que um determinado objeto se desloque
sobre uma reta, é preciso a equação dessa reta.
De uma forma mais abrangente, podemos identificar muitas relações
entre elementos da geometria analítica e situações reais relacionadas ao nosso
cotidiano.
Circunferências e elipses, por exemplo, são amplamente utilizadas nos
logos de empresas e, mais uma vez, a representação gráfica dessas figuras,
feita por meio de softwares, utiliza as respectivas equações.
Mas as aplicações da geometria analítica vão muito além do ambiente
virtual. Diversas construções utilizam figuras geométricas conhecidas para
otimizar suas funções. O formato de um hiperboloide observado em torres de
usinas nucleares, por exemplo, permite um melhor resfriamento do calor que
passa por elas.

Créditos: Distelapparath/Pixabay.

Na construção da Igreja da Pampulha, em Minas Gerais, é possível


observar o uso de uma parábola como referência para a sua construção.

Créditos: Wjgomes/Pixabay.
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Esferas são utilizadas em objetos que servem como peças de decoração,
mas que também seguem princípios físicos.

Créditos: Blue Andy/Shutterstock.

Para a produção de determinados modelos de pendentes, a base do


projeto pode ser feita por meio de paraboloides.

Créditos: Imagens XBQS42/Pixabay.

Nos esportes temos a presença direta da geometria, desde as marcações


no campo e as construções de arenas e ginásios até os artigos esportivos e os
movimentos dos atletas.

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Créditos: Jarmoluk/Pixabay.

Um nadador, por exemplo, para ter um melhor desempenho, precisa de


precisão nos movimentos e posicionar os membros de acordo com determinados
ângulos.

Créditos: Fotoemotions/Pixabay.

O eletromagnetismo estuda as relações entre eletricidade e magnetismo


e também utiliza fortemente elementos da geometria analítica.

Créditos: Clker-Free-Vector-Images/Pixabay.
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Estas são algumas das relações da geometria analítica com as nossas
vidas. É claro que existem muitas outras aplicações importantes e veremos
algumas delas no decorrer dos nossos estudos.
Para começarmos, vamos estudar elementos associados ao plano
cartesiano.

TEMA 2 – O PLANO CARTESIANO

Um sistema cartesiano ortogonal é muito utilizado para a localização de


pontos em um plano e é composto de duas retas perpendiculares entre si. Uma
reta é geralmente denominada de eixo x e a outra de eixo y. Em cada uma delas
temos uma escala de tal maneira que ambas possuem a mesma origem.

Cada ponto do plano pode ser representado por dois valores. Um indica
a distância do ponto ao eixo y e o outro a distância do ponto ao eixo x.

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Podemos dizer que o ponto P é um par ordenado composto por dois

números reais x e y em que x é a abscissa e y é a ordenada do ponto.

Exemplo: Represente graficamente o ponto A (4, 2).

Resolução: A representação do ponto é feita de uma forma simples.


Inicialmente, a partir da origem do sistema de eixos coordenados, vamos
considerar quatro unidades para a direita. Em seguida, para cima, duas
unidades. Assim, teremos a seguinte representação.

Exemplo: Faça a representação gráfica do ponto B (-3, -5).

Resolução: Considerando 3 unidades no sentido do eixo x, da direita para

a esquerda e em seguida, 5 unidades no sentido do eixo y, de cima para baixo,

temos a seguinte representação do ponto B.

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Será que temos exemplos de localização de coordenadas em situações
do nosso dia a dia? A resposta é sim. Se prensarmos em um computador, cada
ponto localizado na tela corresponde a um par ordenado do tipo (x, y), algo muito
parecido com as coordenadas cartesianas que conhecemos. A única diferença
é que os valores positivos de y são contados de cima para baixo, e não de baixo
para cima como estamos acostumados.

(0,0)

Créditos: Teeraphoto/Shutterstock.

Também é possível representar, de maneira análoga, pontos em um


sistema tridimensional:

Exemplo: Represente graficamente o ponto A (3, 2, 1).

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Resolução: Precisamos considerar 3 unidades em relação ao eixo x, 2 em

relação ao eixo y e 1 em relação ao eixo z:

A partir de dois pontos em um espaço bidimensional R2, podemos obter a


distância entre eles por meio da fórmula

d ( A, B ) = ( x B − x A ) 2 + ( y B − y A ) 2

que corresponde a uma aplicação do Teorema de Pitágoras.

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Observe que

( d ( A, B ) ) 2 = ( x B − x A ) 2 + ( y B − y A ) 2 .

Exemplo: Em uma parede, uma tomada com interruptor está localizada na


posição A de coordenadas (2, 1) e uma luminária está na posição B de

coordenadas (3, 2).

Sabendo que as unidades estão em metros, qual é a distância entre a


tomada e a luminária?

Resolução:

d ( A, B ) = ( x B − x A ) 2 + ( y B − y A ) 2

d ( A, B ) = (3 − 2) 2 + (2 − 1) 2

d ( A, B ) = (1) 2 + (1) 2

d ( A, B ) = 1 + 1

d ( A, B ) = 2

d ( A, B ) = 1,41 m

Para a distância entre pontos localizados no espaço tridimensional, ou


seja, no R3, a fórmula segue o mesmo princípio:

d ( A, B ) = ( x B − x A ) 2 + ( y B − y A ) 2 + ( z B − z A ) 2

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Exemplo: Unreal Engine é uma suíte de ferramentas para o
desenvolvimento de jogos. Um personagem foi inicialmente colocado em um
ponto A de coordenadas (-30, -40, 20).

Fonte: <https://www.unrealengine.com/en-US/>.

Fonte: <https://www.unrealengine.com/en-US/>.

Qual é a distância deste personagem a um objeto colocado no ponto B de

coordenadas (0, 20, 20) conforme a figura a seguir?

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Resolução:

A (-30, -40, 20)

B (0, 20, 20)

d= (xB − x A )2 + ( yB − y A )2 + (z B − z A )2

d= (0 − (−30) )2 + (20 − (−40) )2 + (20 − 20)2

d= (0 + 30)2 + (20 + 40)2 + (0)2

d= (30)2 + (60)2 + (0)2

d = 900 + 3600 + 0

d = 4500

d = 67,08

Exemplo: Dois objetos em um ambiente 3D estão posicionados nos


pontos A e B de coordenadas A (5, -17, 0) e B(3, 6, -2). Calcule a distância d(A,

B).
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Fonte: <https://www.unrealengine.com/en-US/>.

Resolução:

Dados A e B, temos:

d ( A, B ) = ( x B − x A ) 2 + ( y B − y A ) 2 + ( z B − z A ) 2

d ( A, B ) = (3 − 5) 2 + (6 − (−17)) 2 + (−2 − 0) 2

d ( A, B ) = (−2) 2 + (23) 2 + (−2) 2

d ( A, B ) = 4 + 529 + 4

d ( A, B ) = 537

d ( A, B ) = 23,17

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Um importante ponto é conhecido como baricentro. O baricentro é o
encontro das medianas de um triângulo, ou seja, o encontro das linhas que vão
do ponto médio de cada lado do triângulo até o vértice oposto.

Para obtermos as coordenadas do baricentro, basta calcularmos as


médias das coordenadas dos vértices do triângulo:

 x + x B + xC y A + y B + y C 
G= A , 
 3 3 

Exemplo: Considere o triângulo de vértices nos pontos A(-2, 1), B(5, 4) e

C( 6, -2). Calcule o baricentro desse triângulo.

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Resolução:

 x + x B + xC y A + y B + y C 
G= A , 
 3 3 

 − 2 + 5 + 6 1 + 4 + (−2) 
G= , 
 3 3 

 9 3
G= , 
 3 3

G = (3, 1)

Agora que já sabemos localizar pontos em sistemas de eixos


coordenados, vamos aprender mais sobre vetores.

TEMA 3 – VETORES

A origem da palavra “vetor” está em “levar”, “transportar”. Mais


precisamente, na Física e na geometria, o termo está associado ao fato de levar
um ponto a outro. Um vetor que tem origem no ponto A e final no ponto B é um

segmento orientado de reta e pode ser denotado por AB .


Um vetor consiste então em um segmento de reta que possui uma
intensidade ou comprimento, também chamado de módulo, uma direção e um
sentido.
Utilizamos vetores para representarmos grandezas que não podem ser
descritas apenas por um número. A força é um exemplo de uma grandeza
vetorial. Ao aplicarmos uma força sobre um objeto, podemos mover esse objeto
em uma determinada direção e sentido, utilizando uma certa intensidade. A
velocidade e o campo elétrico também são grandezas vetoriais.
Um vetor pode ser representado graficamente por meio de uma seta e
analiticamente por meio de componentes.

Exemplo: Represente graficamente o vetor v = (3, 1) .

Resolução: Para representarmos v = (3, 1) , basta considerarmos um
segmento com início na origem do sistema de eixos coordenados e final no ponto
de coordenadas (3, 1).

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v

Também podemos representar vetores em que o ponto inicial é um ponto


qualquer.

Exemplo: Represente graficamente o vetor v que tem origem no ponto
A(2, 1) e final no ponto B(5, 2).

Resolução: O primeiro passo é representarmos em um sistema de eixos


coordenados os pontos A e B.

Em seguida, basta desenharmos o vetor com início em A e final em B.


v

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Observe que as componentes do vetor v correspondem a (3, 1). Para

obtermos as componentes de um vetor que tem origem em A e final em B, basta

fazermos B – A, ou seja, fazermos as coordenadas do ponto final menos as

coordenadas do ponto inicial: (5, 2) - (2, 1) = (5 - 2, 2 - 1) = (3, 1).


Podemos dizer que se dois vetores possuem o mesmo módulo, a mesma
direção e o mesmo sentido, então são vetores equipolentes (iguais), mesmo que
estejam em localizações em diferentes.
A seguir, alguns casos particulares de vetores:

Vetores iguais: possuem mesmo módulo, direção e sentido.

Vetores paralelos: possuem a mesma direção.

Vetor nulo: vetor de módulo igual a 0; qualquer ponto do espaço.


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Vetores opostos: vetores de mesmo módulo e direção, mas de sentidos
contrários.

Vetor unitário: vetor de módulo igual a 1.

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Vetores ortogonais: vetores que formam um ângulo reto.

Vetores coplanares: vetores que estão no mesmo plano.

Falamos em módulo de um vetor, mas o que é o módulo e como podemos


calcular o módulo de um vetor? É o que veremos a seguir.

TEMA 4 – MÓDULO DE UM VETOR

O módulo é o comprimento do vetor e pode ser calculado pela fórmula


| v |= x 2 + y 2 .

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Para vetores tridimensionais, a fórmula é análoga:


| v |= x 2 + y 2 + z 2 .

Exemplo: Determine o módulo do vetor indicado na figura a seguir.

 
Resolução: O módulo | v | consiste no comprimento do vetor v . Para

calcularmos este comprimento, vamos utilizar a fórmula | v |= x 2 + y 2 .

Como x = 4 e y = 3, temos


| v |= 4 2 + 3 2


| v |= 16 + 9


| v |= 25


| v |= 5

 
Portanto, o módulo de v , representado por | v | , é igual a 5.

Para vetores tridimensionais, a fórmula é análoga:


| v |= x 2 + y 2 + z 2 .

 
Exemplo: Dado o vetor v = (5, 6, 3) , calcule | v | .

Resolução: Para calcularmos o módulo, vamos utilizar a fórmula


| v |= x 2 + y 2 + z 2 .

Observe que x = 5, y = 6 e z = 3. Logo


21

| v |= 5 2 + 6 2 + 3 2


| v |= 25 + 36 + 9


| v |= 70


| v |= 8,37

Além do módulo, um temo muito importante para os nossos estudos é a


inclinação de um vetor.

TEMA 5 – INCLINAÇÃO DE UM VETOR

A inclinação de um vetor é a medida θ em relação à horizontal, no sentido


anti-horário.

Como temos um triângulo retângulo e as componentes x e y do vetor


correspondem aos catetos, temos a seguinte relação:

y
tg (θ ) =
x

y
e para determinarmos o valor de θ , utilizaremos o arco tangente de . O arco
x
tangente é obtido por meio de uma calculadora científica.

Exemplo: Determine a inclinação do vetor v .

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Resolução: Para determinarmos a inclinação do vetor v , podemos utilizar
a relação

y
tg (θ ) =
x

Como x = 4 e y = 3, temos

3
tg (θ ) =
4

tg (θ ) = 0,75

Precisamos, agora, determinar qual é o ângulo cuja tangente é igual a


0,75. Vamos utilizar a função inversa tg −1 , também conhecida como arco
tangente e representada por arc tg . O cálculo do arco tangente é feito facilmente
com o uso de uma calculadora científica. Sendo assim, o valor de θ é dado por

θ = arc tg 0,75

Nesse caso, o valor de θ é 36,8698976...°. Portanto, com duas casas decimais,

θ = 36,87°

Mas como utilizar uma calculadora científica para calcularmos o arco


tangente? Dependendo do modelo da calculadora, pode haver pequenas
diferenças, mas na maioria das calculadoras o procedimento é bem simples.

23
Créditos: Apisith/Shutterstock.

Utilizaremos as teclas e .

Dependendo do modelo da calculadora, primeiro iremos fazer a divisão


de y por x. Depois deveremos pressionar a tecla [SHIFT] e em seguida a tecla
[tan-1]. Em outros modelos, primeiro pressionamos a tecla [SHIFT], em seguida
a tecla [tan-1] e depois digitamos, entre parênteses, a divisão de y por x.
Veja como é simples:

1° Caso: [3] [ ÷ ] [4] [=] [SHIFT] [tan-1]

2° Caso: [SHIFT] [tan-1] [(] [3] [ ÷ ] [4] [)] [=]

Obs.: Dependendo do modelo da calculadora, vamos encontrar a tecla


[2ndf] no lugar da tecla [SHIFT].

Exemplo: Determine o módulo e a inclinação do vetor v .

Resolução: Neste exercício temos dois itens a serem calculados: o



módulo e a inclinação do vetor. Para calcularmos o módulo de v , vamos utilizar

a fórmula | v |= x 2 + y 2 .

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É importante ressaltar que x = 9 e y = 5. Vamos agora substituir os valores
na fórmula


| v |= x 2 + y 2 .


| v |= 9 2 + 5 2


| v |= 81 + 25


| v |= 106


| v |= 10,3


Para calcularmos a inclinação do vetor v , precisamos observar um
detalhe: como o ângulo que o vetor forma com a horizontal está entre 90° e 180°,
inicialmente vamos considerar o ângulo α indicado na figura a seguir.

Para que possamos calcular o valor de θ , precisaremos calcular o valor


de α . Como α + θ = 180° , temos que θ = 180° − α . Para calcularmos α , basta
utilizarmos a relação

y
tg (θ ) =
x

5
tg (α ) =
9

tg (α ) = 0,56

α = arc tg 0,56

Com o uso de uma calculadora científica, chegamos à conclusão que α


é igual a 29,25°.

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Vamos determinar agora o valor de θ . Como θ = 180° − α , e α = 29,25° ,
temos

θ = 180° − 29,25°

Logo

θ = 150,75°


ou seja, a inclinação do vetor v é igual a 150,75°.


Exemplo: Determine as componentes do vetor v sabendo que seu módulo
é igual a 17 e sua inclinação é igual a 60°.

Resolução: Quando conhecemos o módulo do vetor e a sua inclinação,


podemos utilizar as relações a seguir para encontrarmos as componentes x e y

do vetor v .

y
sen (θ ) = 
|v |

x
cos(θ ) = 
|v |


Sabemos que θ = 60° e que | v |= 17 . Inicialmente, vamos calcular o valor

de y

y
sen (θ ) = 
|v |


O primeiro passo é substituirmos os valores de θ e de | v | por 60° e 17,

respectivamente

y
sen (60°) =
17

Como sen (60°) = 0,8660254 , podemos escrever

y
0,8660254 =
17

y
= 0,8660254
17
26
y = 17 . 0,8660254

y = 14,722432

y = 14,72

O cálculo de x pode ser feito de forma análoga ao cálculo de y. Para isso,


vamos utilizar a relação

x
cos(θ ) = 
|v |


Substituindo θ por 60° e | v | por 17, temos

x
cos(60°) =
17

Sabendo que cos(60°) = 0,5 , temos

x
0,5 =
17

x
= 0,5
17

x = 17 . 0,5

x = 8,5


Sendo assim, as componentes do vetor v são x = 8,5 e y = 14,72 . A

representação de v é dada por

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Exemplo: Determine a inclinação de uma viga que deverá estar apoiada
em uma estrutura que tem 20 metros de comprimento e 10 metros de altura
conforme a figura abaixo.

Resolução:

y
tg (θ ) =
x

1
tg (θ ) =
2

1
θ = arctg 
2

θ = 26,57°

Exemplo: Para que um cadeirante possa ter acesso a planos elevados por
meio de rampas, existem normas que levam em conta o esforço necessário para
o deslocamento sobre rampas. É bastante comum a relação de 8,33%, que
corresponde à proporção 1:12, ou seja, para cada centímetro de altura, são
necessários 12 centímetros de comprimento. Caso uma rampa tenha a finalidade
de fornecer acesso a um plano com elevação de 60 cm, a base da rampa precisa
ter 720 cm (7,2 m). Sabemos que essa rampa tem uma relação de 8,33%. Mas
qual é a respectiva inclinação em graus?

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Resolução: Para essa rampa, temos x = 720 e y = 60. Sendo assim,

y
tg (θ ) =
x

60
tg (θ ) =
720

tg (θ ) = 0,083333333

θ = arc tg 0,083333333

θ = 4,76°

Podemos concluir que a inclinação da rampa que tem uma relação de


8,33% entre altura e comprimento da base corresponde a 4,76°.

FINALIZANDO

Chegamos ao final da nossa aula. Agora sabemos o que é geometria


analítica e qual a sua importância em diversas áreas do conhecimento. Sabemos
como devemos proceder para representarmos pontos e vetores em um sistema
de eixos coordenados. Também aprendemos a calcular o módulo e a inclinação
de vetores.
Esperamos que você tenha aprendido da melhor forma possível os temas
desta aula. Se necessário, retome os conteúdos abordados e refaça os
exercícios propostos. Para que possamos avançar nos nossos estudos, é
importante que os assuntos vistos até aqui estejam bem definidos e que as
possíveis dúvidas sejam esclarecidas.

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REFERÊNCIAS

BORIN JUNIOR, A. M. S. (org). Geometria analítica. São Paulo: Pearson


Education do Brasil, 2014.

FERNANDES, L. F. D. Geometria Analítica. Curitiba: InterSaberes, 2016.

SANTOS, F. J. dos; FERREIRA, S. F. Geometria analítica. Porto Alegre:


Artmed, 2009.

THOMAS, G. B.; HASS, J.; WEIR, M. D. Cálculo. 12. ed. São Paulo: Pearson,
2008. 2 v.

WINTERLE, P. Vetores e Geometria Analítica. 2. ed. São Paulo: Pearson,


2014.

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