Gestão Da Informação Intraorganizacional Estudo
Gestão Da Informação Intraorganizacional Estudo
Gestão Da Informação Intraorganizacional Estudo
PORTO ALEGRE
2010
ELISIO CAROLINO SOUSA SANTOS JUNIOR
PORTO ALEGRE
2010
AGRADECIMENTOS
Agradeço a meus pais, Hélvia e Elisio, e ao meu irmão Fábio pelo apoio oferecido
durante toda minha vida, e principalmente por sempre estarem presentes comigo, mesmo que
à distância, me apoiando e incentivando durante este período de tantas mudanças.
À minha orientadora, professora Drª Mirian Oliveira, pela extrema paciência, atenção,
dedicação e, sobretudo, pela compreensão diante de minhas inúmeras solicitações.
Aos professores, Dr. Peter Bent Hansen e Drª Grace Vieira Becker, pelas importantes
contribuições dadas na apresentação do projeto e também pela atenção dispensada em
diversas ocasiões durante o curso.
E agradeço especialmente à Adriana, por me apoiar em todo este tempo em que
estamos juntos, por me acompanhar em diversos finais de semana dedicados à preparação
desta dissertação, e, principalmente, por ter me dado o maior presente que podemos ter: nossa
linda filha Marina.
RESUMO
Facing the increasingly competitive business environment, many companies have been
enlarging its investments on information and the correlate technologies in order to improve
the management system. The management information is composed by people, software,
systems, and procedures which allow organization leaders to define, get, distribute and use
the information. The objective of the present paper was the analysis of the
intraorganizational information in a wood panels manufacturing company, which
headquarter and factories are located in different places. The used method was a single case
study, conducted inside a multinational corporation from Chile, which the Brazilian
subsidiary operates in 3 different sites, with the headquarter in Parana state, one factory also
in Parana state, and other in Rio Grande do Sul state. This research was based on evidences
sought trough semi-structured individuals interviews, plus direct observation and documents
evaluation. For the deeply understanding process of the fifteen interviews done in the
current study, it was used the technique of content analysis, which is a method of objectively
and systematically analysis of the communications by creating categories to classify
qualitative information. The results led to realize that the flow and frequency of
interorganizational information exchange are strongly concentrated, in this case, from the
factory to the headquarters, and relatively low, from headquarters to plants and between
plants. Where the management is shared between both plants the flow and frequency of
interorganizational information exchange are high. The main contribution of this research to
academic achievement was the analysis of intraorganizational information management in
geographically dispersed companies. Even for wood panels segment as for the examined
company as well the current research has contributed with an overview of intraorganizational
information management within the productive segment studied.
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 11
1.1 JUSTIFICATIVA PARA ESCOLHA DO TEMA ............................................................ 12
1.2 DELIMITAÇÃO DO TEMA E QUESTÃO DE PESQUISA ........................................... 14
1.3 OBJETIVOS ...................................................................................................................... 16
1.4 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ................................................................................ 16
2 GESTÃO DA INFORMAÇÃO ......................................................................................... 18
2.1 DADOS E INFORMAÇÃO .............................................................................................. 18
2.2 PROCESSO DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO ............................................................. 21
2.2.1 Determinação das Exigências da Informação ............................................................ 23
2.2.2 Obtenção da Informação ............................................................................................. 24
2.2.3 Distribuição da Informação ......................................................................................... 26
2.2.4 Utilização da Informação ............................................................................................. 26
2.3 GESTÃO DA INFORMAÇÃO INTRAORGANIZACIONAL ....................................... 26
2.4 INFORMAÇÕES ESTRATÉGICAS, TÁTICAS E OPERACIONAIS ........................... 28
2.5 TECNOLOGIAS PARA A GESTÃO DA INFORMAÇÃO ............................................ 29
2.5.1 Sistemas de Gestão da Informação ............................................................................. 29
2.5.2 Sistemas Integrados de Gestão – ERP ........................................................................ 33
2.5.3 Sistemas de Informações Gerenciais ........................................................................... 35
2.5.4 Sistemas de Apoio à Decisão ........................................................................................ 37
2.6 BALIZADORES DA FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA PARA A PESQUISA ............. 40
3 MÉTODO DE PESQUISA ............................................................................................... 45
3.1 TIPO DE PESQUISA ....................................................................................................... 45
3.2 DESENHO DA PESQUISA ............................................................................................. 46
3.2.1 Etapa 1 – Revisão da Literatura ................................................................................. 47
3.2.2 Etapa 2 – Definições Gerais da Pesquisa ................................................................... 48
3.2.3 Etapa 3 – Protocolo do Estudo de Caso ..................................................................... 48
3.2.4 Etapa 4 – Coleta e Análise dos Dados ........................................................................ 49
3.3 PROCEDIMENTOS PARA A ANÁLISE DOS DADOS ................................................ 51
4 CARACTERIZAÇÃO DO SETOR INDUSTRIAL ........................................................ 53
4.1 O SEGMENTO DE PAINÉIS DE MADEIRA NO BRASIL ........................................... 53
4.2 CARACTERIZAÇÃO DOS PAINÉIS DE MADEIRA (MDF E MDP) .......................... 57
5 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ............................................................................ 61
5.1 DIVISÕES DE NEGÓCIO ................................................................................................ 62
5.1.1 Divisão Painéis .............................................................................................................. 62
5.1.2 Divisão Madeira Sólida ................................................................................................ 63
5.1.3 Divisão Florestal ........................................................................................................... 64
5.2 MERCADOS DE ATUAÇÃO .......................................................................................... 64
5.3 A CONSTRUÇÃO DA NOVA FÁBRICA ...................................................................... 66
5.4 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL............................................................................... 67
6 ANÁLISE DOS RESULTADOS ....................................................................................... 69
6.1 DETERMINAÇÃO DAS EXIGÊNCIAS DE INFORMAÇÃO ....................................... 69
6.1.1 Elemento: Determinação das necessidades de informação para a realização das
atividades organizacionais .................................................................................................... 70
6.1.2 Elemento: Determinação das necessidades de informação para integração da sede e
fábricas ................................................................................................................................... 72
6.1.3 Elemento: Determinação das necessidades de informação para integração entre
fábricas ................................................................................................................................... 73
6.1.4 Elemento: Identificação dos responsáveis pela definição de informações entre sede
e fábricas................................................................................................................................. 75
6.1.5 Elemento: Identificação dos responsáveis pela definição de informações entre
fábricas ................................................................................................................................... 75
6.2 OBTENÇÃO DA INFORMAÇÃO ................................................................................... 78
6.2.1 Elemento: Onde encontrar as informações necessárias ............................................ 78
6.2.2 Elemento: Quando a informação é obtida .................................................................. 80
6.2.3 Elemento: Como a informação é obtida ..................................................................... 80
6.2.4 Elemento: Quem fornece a informação ...................................................................... 82
6.2.5 Elemento: Como a informação está organizada ........................................................ 82
6.2.6 Elemento: Como a informação está apresentada ...................................................... 83
6.3 DISTRIBUIÇÃO DA INFORMAÇÃO ............................................................................ 87
6.3.1 Elemento: Quais são os meios de distribuição da informação ................................. 87
6.3.2 Elemento: Como as informações chegam aos usuários finais .................................. 90
6.3.3 Elemento: Quando as informações chegam aos usuários finais ............................... 92
6.4 UTILIZAÇÃO DA INFORMAÇÃO ................................................................................ 95
6.4.1 Elemento: A informação corresponde às necessidades da organização .................. 95
6.4.2 Elemento: A informação está atualizada .................................................................... 96
6.4.3 Elemento: A informação é confiável e precisa ........................................................... 96
6.5 BALIZADORES DA ANÁLISE DE RESULTADOS ..................................................... 99
7 CONCLUSÕES E CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA ................................................... 102
7.1 CONCLUSÕES DA PESQUISA .................................................................................... 102
7.2 CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA .............................................................................. 107
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 109
APÊNDICE A – PROTOCOLO DE ESTUDO DE CASO .............................................. 115
APÊNDICE B – ROTEIRO DE PESQUISA .................................................................... 118
11
1 INTRODUÇÃO
ambiente, e que possam dispor destas informações antes dos competidores, porque o uso
racional do tempo cada vez mais se torna uma vantagem competitiva.
Cunha e Zwicker (2009) afirmam que o uso de sistemas de gestão da informação pode
influenciar o relacionamento entre as empresas e suas performances, à medida que substituem
ou eliminam esforços humanos ineficientes, auxiliam o processo de tomada de decisão e
reduzem a variabilidade das decisões e das informações entre as empresas.
Surge, então, um grande desafio para as organizações, que é o de encontrar novas
formas otimizadas e organizadas de obtenção das informações no ambiente empresarial e
gerencial. Neste sentido, ressalta-se a importância e valorização dos sistemas de informação,
organizados de forma coerente e útil para apoiar a tomada de decisão e otimização de tarefas
(CORNACHIONE, 2001).
Diante deste cenário, portanto, a capacidade das organizações de sobreviver e gerar
riqueza passa a ser menos dependente de recursos materiais e torna-se mais dependente da
qualidade das informações geradas e obtidas, da rapidez das tomadas de decisão, do acúmulo
de conhecimento especializado e da sua competência organizacional (BOFF, 2000).
Dentro deste contexto, o presente estudo aborda a gestão da informação
intraorganizacional entre a sede e as fábricas brasileiras de uma empresa multinacional do
setor de fabricação de painéis de madeira. Na seção 1.1 do presente capítulo será abordada a
importância da gestão da informação nas organizações. A seguir, na seção 1.2, será
apresentada a delimitação do tema e a questão de pesquisa. Em seguida serão apresentados o
objetivo geral e os objetivos específicos do presente trabalho (seção 1.3). Por fim, será
abordada a estrutura da dissertação (seção 1.4).
A gestão da informação tem sido apontada por executivos como uma ferramenta de
gestão prioritária para as empresas (EVGENIOU; CARTWRIGHT, 2005). Cavalcanti (1995)
e Freitas (1997) enfatizam em seus estudos a afirmação de que não há gestão sem informação,
pois a informação é um pré-requisito para a tomada de decisão. Davenport (2001) reforça esta
idéia, e acrescenta que as organizações devem usar a informação e o conhecimento como o
seu recurso mais importante, pois a correta tomada de decisão é vital para a competitividade e
sobrevivência empresarial.
13
1.3 OBJETIVOS
2 GESTÃO DA INFORMAÇÃO
utilidade. De acordo com Stair (1998), regras e informações podem ser estabelecidas para
organizar os dados em informação útil e valiosa, e vários tipos de informações podem ser
criadas dependendo das relações definidas entre os dados existentes. Caso seja adicionado um
dado novo ou diferente significa que as relações podem ser redefinidas, e novas informações
podem ser criadas (STAIR, 1998).
Durante a transformação dos dados em informação aparece um terceiro elemento, o
conhecimento, cuja presença é identificável em dois momentos nesse processo. No primeiro
momento, o conhecimento, segundo Stair (1998), é o corpo ou as regras, diretrizes e
procedimentos usados para selecionar, organizar e manipular os dados, para torná-los mais
úteis para uma tarefa específica. No segundo momento, o conhecimento é um produto do
processo de transformação de dados em informação. De acordo com Davenport (2001), o
conhecimento é a informação mais valiosa, isto é, alguém deu à informação um contexto, um
significado, uma interpretação.
A tomada de decisão, ação individual ou coletiva, também necessita de dados e
informações para subsidiá-la. Dados e informações direcionados ao processo decisório,
portanto, devem ser foco da gestão da informação (VALENTIM et al., 2008). O Quadro 1 a
seguir destaca as principais diferenças entre dados, informação e conhecimento.
Simples observação sobre o estado Dados dotados de relevância e Informação valiosa da mente
do mundo. propósito. humana.
McGee e Prusak (1994), Chiavegatto (1999), Davenport (2001) e Beal (2004) definem
a gestão da informação como um conjunto estruturado de atividades que incluem o modo
como as organizações, definem, obtêm, distribuem e usam a informação. A Figura 1 a seguir
mostra como alguns autores distribuíram as etapas do processo de gestão da
informação.
Chiavegatto, 1999
Davenport, 2001
De acordo com Huber e Daft (1997), uma organização adquire informação para se
manter atualizada sobre o que acontece no ambiente onde ela atua. As informações externas
fornecem uma visão dos eventos que estão ocorrendo, e as informações internas mostram
como a empresa está desenvolvendo suas atividades, além de indicar de que modo está
ocorrendo a sua interação com o ambiente externo.
A integração das duas fontes permite à organização verificar sua situação perante o
mercado. É possível afirmar, portanto, que a obtenção de informação é um procedimento que
faz parte do ciclo de aprendizagem e de aquisição de conhecimento, desde que a organização
utilize efetivamente a informação através da sua capacidade de interpretação (HUBER;
DAFT, 1997).
Neste sentido, Huber e Daft (1997) dividem os sistemas de obtenção da informação
em prospecção (forma abrangente de mapear o ambiente externo), busca focada (a aquisição
de informação é realizada num segmento específico do ambiente interno ou externo à
organização, relativa a um determinado problema ou oportunidade) e monitoramento de
desempenho (utilizado para controlar a eficácia da prospecção e da busca focada em relação
aos objetivos pré-estabelecidos).
25
Finalmente, Freitas et al. (1997, p. 78) consideram que um SGI é ―utilizado para
fornecer informações, incluindo seu processamento, para qualquer uso que se possa fazer
dela‖. Em geral, os sistemas de informação são construídos com diferentes propósitos,
dependendo das necessidades das organizações e, particularmente, das necessidades
específicas dos indivíduos que irão utilizá-las.
Os sistemas de gestão da informação, para que possam apresentar resultados
favoráveis dentro das organizações, devem observar os seguintes aspectos (CHINELATO,
1998): a empresa deve ser analisada de maneira integrada; o sistema deve possuir dados e
informações suficientes e precisas para suportar o processo decisório, análise gerencial,
controle e operação das atividades; e a rapidez da informação e o processamento eletrônico de
dados devem ter papel de destaque.
De acordo com O’Brien (2001), este modelo de sistema de gestão da informação
destaca a relação entre os componentes e atividades dos sistemas de informação. Ele fornece
uma estrutura referencial que enfatiza quatro conceitos principais, os quais podem ser
aplicados a todos os tipos de sistemas de informação, a saber: pessoas, dados e redes,
hardware e software.
Segundo Maia (1999), os sistemas de gestão da informação são formados pela
combinação estruturada de vários elementos, como a informação (dados formatados, textos
livres, imagens e sons), os recursos humanos (pessoas que coletam, armazenam, recuperam,
processam, disseminam e utilizam as informações), as tecnologias de informação (o hardware
e o software usados no suporte aos sistemas de informação) e as práticas de trabalho (métodos
utilizados pelas pessoas no desempenho de suas atividades), organizadas de tal modo a
permitir o melhor atendimento dos objetivos da organização.
Já para Laudon e Laudon (2000), um SGI pode ser definido como um conjunto de
componentes inter-relacionados trabalhando juntos para coletar, recuperar, processar,
armazenar e distribuir informações, com a finalidade de facilitar o planejamento, o controle, a
coordenação, análise e o processo decisório em empresas e outras organizações. A seguir
apresentam-se as características de cada um dos componentes (organizações, pessoas, e
tecnologia) de um sistema de gestão da informação de acordo com a definição destes autores:
interfaces possibilite alto grau de suporte a diferentes classes de usuários; que a customização
seja coordenada no sentido de padronização de conceitos e nivelamento de conhecimentos
críticos e relevantes para o negócio; que as estratégias de navegação permitam ao usuário
encontrar a informação desejada com menor esforço possível; que o modelo seja o mais
abrangente e completo possível; e que haja preocupação com a incorporação e tratamento de
informações externas e informais.
Este capítulo iniciou com a discussão sobre gestão da informação, trazendo conceitos
introdutórios sobre dados, informação e conhecimento. A seguir, destacou-se a visão de
McGee e Prusak (1994), Davenport (2001), Drucker (1998), entre outros, sobre as principais
características e distinções entre dados e informação. O detalhamento do processo de gestão
da informação foi baseado no modelo de Davenport (2001) e comparado com outros autores,
de modo a explicitar suas principais diferenças e similaridades. Este processo consiste
basicamente na determinação das exigências da informação, obtenção, distribuição e
utilização da informação.
Na seção seguinte foram destacados os principais conceitos sobre a gestão da
informação intraorganizacional, bem como as principais vantagens de seu uso. Em seguida
foram apresentados os principais conceitos e diferenças sobre informações estratégicas, táticas
e operacionais. As informações estratégicas suportam a alta administração para a tomada de
41
decisões estratégicas de longo prazo. As informações táticas têm como objetivo suportar a
função gerencial na execução da estratégia, sendo esta representada por planos de ações. Por
fim, foram abordadas as informações operacionais, que normalmente são compostas por um
grande volume de dados e informações acerca de operações de entrada e saída de atividades
empresariais (MCGEE; PRUSAK, 1997).
Posteriormente, foram apresentadas as principais tecnologias utilizadas na gestão da
informação. Inicialmente foi destacada a definição de sistemas de informação e sua estrutura,
de acordo com a visão de O’Brien (2001), Bernardes (1998), Freitas et al. (1997), Valentim et
al. (2008), dentre outros. Segundo Freitas et al. (1997), um sistema é utilizado para fornecer
informações para qualquer uso que se possa fazer delas, sendo construído com diferentes
propósitos, dependendo das necessidades das organizações.
Com base no estudo das principais características dos sistemas de informação, em
seguida foram apresentadas as principais definições sobre os sistemas integrados de gestão ou
ERP (Enterprise Resource Planning). Os sistemas ERP são definidos como sistemas de
informação integrada cujo objetivo principal é consolidar toda a base de dados da
organização, sendo considerado como a principal ferramenta de suporte à gestão da empresa.
O ERP possui algumas características que o diferenciam de sistemas desenvolvidos
internamente nas corporações, pois incorporam modelos de processos de negócios, são
constituídos de forma padronizada e integrada (procurando atender requisitos genéricos de
negócios), utilizam um banco de dados corporativo e requerem ajustes específicos para que
possam ser utilizados por determinada empresa (ZWICKER; SOUZA, 2003).
Após esta abordagem foram apresentadas as definições sobre sistemas de informações
gerenciais. A idéia central de um EIS (Executive Information Systems) é filtrar as informações
de fato relevantes entre o grande volume de dados armazenados, para a redução do tempo de
execução de tarefas de executivos (LAUDON; LAUDON, 2000). Em sua forma mais
tradicional, estas são as principais características do EIS: ser de fácil utilização, fornecer uma
visão global e precisa da organização e ter capacidade de drill-down para visualização da
informação em níveis detalhados (POZZEBON; FREITAS, 1997).
Com base nestas definições foram analisados os sistemas de apoio à decisão, onde se
destacam os conceitos apresentados por Freitas et al. (1997). Por fim, foi ressaltada a
importância do executivo no processo decisório, uma vez que os sistemas de informações
gerenciais em questão não pretendem substituir seu papel na tomada de decisão. Seu
propósito é de servir como um parâmetro real, formado a partir de dados concretos. Desta
forma, os sistemas de apoio à decisão poderão guiar o processo decisório reduzindo a
42
Sede Fábrica
Paraná Paraná
Gestão da Informação
Intraorganizacional
DETERMINAÇÃO
OBTENÇÃO
DISTRIBUIÇÃO
UTILIZAÇÃO
Fábrica
Rio Grande do Sul
Níveis
Dimensões da
Organizacionais
Gestão da Elementos Autores
de Necessidade
Informação
de Informação
Níveis
Dimensões da
Organizacionais
Gestão da Elementos Autores
de Necessidade
Informação
de Informação
3 MÉTODO DE PESQUISA
quais poderão ser abordados em pesquisas futuras. A pesquisa foi de corte transversal, uma
vez que a coleta de dados ocorreu em um só momento, sendo os resultados obtidos referentes
a um período específico no tempo (GIL, 1995).
A aplicação de um estudo de caso único foi justificável porque esta estratégia de
investigação estuda profunda e exaustivamente um ou poucos objetivos, de maneira a permitir
conhecimento amplo e detalhado do mesmo (GIL, 1995).
A pesquisa foi dividida em quatro etapas principais, e cada uma destas etapas foi
subdividida em atividades distintas. A primeira etapa foi conceitual, onde o tema foi definido
e suportado pela revisão da literatura correspondente. A segunda etapa consistiu nas
definições gerais da pesquisa, como o tema da pesquisa, questão de pesquisa, objetivos gerais
e específicos, definição do contexto da pesquisa e seleção da unidade de análise.
Na terceira etapa foi feita a criação, estruturação do protocolo de estudo de caso, com
posterior validação e ajustes do instrumento de pesquisa e coleta de dados, que, neste estudo,
foi definido como um roteiro semi-estruturado de entrevista. Finalmente, na quarta etapa foi
realizada a aplicação do instrumento de pesquisa, coleta e análise dos dados. A Figura 4 a
seguir demonstra as etapas de pesquisa e suas atividades correspondentes.
47
Definição da Protocolo de
Questão de Estudo de Caso Coleta de Dados
Pesquisa
Definição do Ajuste do
Contexto Roteiro Conclusões
Seleção da Gestão da
Unidade de Informação
Análise entre Sede e
Fábricas
Após a coleta, foi feita a análise destes dados com o objetivo de encontrar
concordâncias e dissonâncias, a fim de analisar o modelo de gestão da informação na
empresa. Além das entrevistas semi-estruturadas, a pesquisa utilizou, como fontes de dados,
documentos e observação direta na sede e nas fábricas.
A observação direta consiste na verificação in loco de tudo o que acontece no
ambiente em que se desenvolve o processo em estudo. A observação direta torna-se uma
técnica científica na medida em que serve a um objetivo formulado de pesquisa; é
sistematicamente planejada; é sistematicamente registrada e ligada a proporções mais gerais,
em vez de ser apresentada como conjunto de curiosidades interessantes; e é submetida a
verificações e controles de validade e precisão (GIL, 1995).
Durante a realização da pesquisa foram observados, em seus próprios locais de
trabalho, os empregados envolvidos na definição, obtenção e distribuição das informações e
como executaram as tarefas relacionadas com a utilização das informações. A observação
direta, realizada na sede e em ambas as fábricas, assim como a pesquisa
51
Pré-análise: esta primeira fase é composta de três objetivos distintos, que são a
escolha dos documentos que serão analisados, a formulação das hipóteses e dos
objetivos de pesquisa e a elaboração de indicadores que darão o fundamento à
interpretação final (BARDIN, 1977);
52
que a maior parte das empresas possui suas próprias florestas. Dessa forma, podem-se
considerar como barreiras de entrada a disponibilidade de bases florestais e a capacidade de
absorção da produção pelo mercado.
A indústria de painéis procura se localizar de forma estratégica nas proximidades dos
pólos moveleiros ou em locais cuja logística favoreça o escoamento da produção para o
abastecimento de seus clientes. Existem sete polos principais de produção de móveis, além de
outros emergentes, espalhados por diferentes estados, como Minas Gerais (Uberaba e
Uberlândia), Ceará (Fortaleza), Pernambuco (Recife) e Pará (Paragominas). Os polos são
formados por micro, pequenas e médias empresas, preponderantemente de origem familiar e
de padrão tecnológico desigual. A atualização de máquinas e equipamentos vem sendo
buscada e a produção está voltada para o mercado interno, embora haja esforço para aumentar
as exportações. O Quadro 4 a seguir a seguir mostra os principais polos moveleiros no Brasil.
Bento Gonçalves Rio Grande do Sul Móveis retilíneos e torneados Interno e Externo
São Bento do Sul Santa Catarina Móveis residenciais e de escritório Interno e Externo
O mercado de móveis está passando por uma mudança estrutural, marcada por dois
fortes movimentos: as fábricas de móveis comercializando seus produtos diretamente no
varejo e o surgimento de uma nova geração de marceneiros. O movimento estratégico que as
empresas da indústria moveleira de maior porte vêm colocando em prática, há alguns anos, é
o de lançar lojas para vendas de projetos residenciais e mobiliários de marca própria,
buscando canais alternativos aos varejistas e lojas multimarcas, que são muito utilizados pelos
fabricantes menores, aliados a serviços de montagem e prestação de assistência técnica
(BNDES, 2007). Além disso, a nova geração de marceneiros, diferentemente da geração
passada que era acostumada às técnicas com base em madeira maciça e compensados, já está
57
presta-se a usos não admissíveis para o MDP, como a confecção de portas usinadas, pés
torneados de mesas e caixas de som. Também é usado na construção civil, como piso fino,
rodapé, divisórias, batentes e peças torneadas em geral.
61
5 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA
Além disso, todos os painéis da Empresa Alfa possuem a certificação européia E-1 de
baixa emissão de formaldeído. A norma européia E-1 tem como objetivo atestar a baixa
emissão de formaldeído detectada após o término da fabricação dos painéis. O formaldeído
pode ser encontrado em uma grande variedade de elementos da natureza, como por exemplo,
na madeira. Essa substância, em grande quantidade e em contato com o corpo humano, pode
causar irritações nos olhos, nariz, garganta e mucosas. Quando o formaldeído é encontrado
em quantidade inferior a oito miligramas, em cem gramas de uma amostra seca, passa a ser
denominado E-1. Todos os painéis de madeira que são classificados como E-1 possuem uma
emissão de formaldeído dentro destes padrões.
Para a distribuição de seus produtos na América Latina, a Empresa Alfa conta com
uma rede de distribuição com marca própria, formada por pontos de venda franqueados. As
lojas da sua rede de distribuição são estabelecimentos comerciais especializados no
atendimento da demanda dos profissionais voltados à marcenaria, constituindo-se em uma
rede de distribuição que opera com uma mesma marca e formato. Atualmente a empresa conta
com uma rede de 336 pontos de vendas, distribuídos em 10 países da região. Os principais
clientes da Empresa Alfa no Brasil são as empresas fabricantes de móveis concentrados nos
polos moveleiros dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.
A sede da Empresa Alfa no Brasil e as fábricas localizadas no Paraná e no Rio Grande
do Sul pertencem à Divisão Painéis, assim como todos os empregados entrevistados no
presente trabalho.
O papel da Divisão Madeira Sólida é agregar valor aos produtos florestais, gerando
resíduos que são os principais insumos do negócio de painéis. Isso garante o abastecimento
das plantas fabris e gera sinergias por meio da operação e da administração conjunta de
complexos industriais. A empresa, através da Divisão madeira Sólida, comercializa produtos
de madeira serrada oriunda de plantações de pinus e eucalipto e produtos com valor agregado
de alta qualidade, sendo um ator de relevância em molduras de MDF, molduras finger joint
(molduras de madeira maciça feitas com emendas sob medida) e portas de madeira sólida.
Para a produção de madeira serrada, a empresa conta com uma capacidade de fabricação de
685 mil m³ anuais em dois complexos no Chile e Venezuela. Além disso, conta com plantas
64
de remanufatura nas quais se agrega valor à madeira serrada e aos painéis aglomerados,
painéis de MDF e MDP da Divisão Painéis.
O maior mercado para a Empresa Alfa é a América Latina, que representava 87,9%
das vendas totais da empresa, enquanto os Estados Unidos representavam 12,1% em
dezembro de 2008. Neste mesmo período, o Brasil representava 20,1% das vendas. Apesar de
enfrentar uma forte concorrência, a Empresa Alfa alcançou uma posição importante no país
como fornecedora de painéis MDF para a indústria moveleira da Região Sul.
A Empresa Alfa - Estados Unidos, que representava 12,1% das vendas globais em
dezembro de 2008, comercializa principalmente molduras MDF, molduras finger joint e
portas de madeira maciça. A maioria dos produtos da empresa é vendida por distribuidores e
atende principalmente a indústria da construção residencial.
A Venezuela representava, em dezembro de 2008, 21,8% das vendas da Empresa Alfa
e comercializa seus produtos principalmente por meio da sua rede de distribuidores
franqueados. O Chile representava 14,5% das vendas e é seu terceiro mercado mais
importante. A comercialização de painéis no Chile é feita principalmente por meio da rede de
65
distribuidores que atendem a indústria moveleira daquele país, entre os quais está a sua rede
de distribuidores franqueados.
A Empresa Alfa - Argentina é um dos mais importantes fabricantes de painéis de MDF
e de painéis aglomerados. O país representava 10,2% das vendas globais da companhia em
dezembro de 2008. O México representava 10,1% das vendas da Empresa Alfa. O país,
grande importador de produtos florestais, era, naquele período, o principal mercado de
madeira serrada. Outros produtos importantes para a Empresa Alfa no país são os painéis de
MDF e os painéis aglomerados.
A Colômbia é um mercado que está atraindo atenção especial com relação a suas
perspectivas de crescimento. Em dezembro de 2008, representava 2,8% das vendas
consolidadas da empresa, distribuídas em sua maioria por meio das lojas de sua rede de
distribuidores franqueados presentes naquele mercado. Em dezembro de 2008, o Peru e o
Equador respondiam, respectivamente, por 2,7% e 1,5% das vendas consolidadas, distribuídas
majoritariamente por meio da sua rede de distribuidores franqueados.
A Tabela 1 mostra um resumo sobre as vendas consolidadas da Empresa Alfa
realizadas por país, estabelecendo um comparativo entre os resultados de 2008 e 2007. No
ano de 2007 o Brasil representou o principal mercado comprador dos produtos da empresa,
confirmando a boa demanda existente na região e corroborando a decisão de realizar mais um
investimento, que foi a construção da fábrica de MDP no estado do Rio Grande do Sul.
modais logísticos favoráveis, com fácil acesso a rodovias e ramais ferroviários. Estes fatores
são cruciais para o atingimento dos resultados esperados e a obtenção de uma maior
participação no mercado brasileiro de painéis de madeira, sendo este o principal objetivo
estratégico da nova planta.
A operação brasileira da Empresa Alfa conta com uma planta de fabricação de painéis
de MDF e painéis melamínicos no estado do Paraná e uma planta de fabricação de painéis de
MDP e painéis melamínicos, localizada no estado do Rio Grande do Sul. As duas plantas
possuem operações independentes, seguindo as determinações estratégicas oriundas da sede
da organização no Brasil, localizada no estado do Paraná. Com relação aos principais
processos do negócio, a Empresa Alfa considera que as atividades de aquisição de matéria-
prima, produção, comercial e logística são os processos críticos da operação da empresa.
A diretoria da Empresa Alfa é composta por oito membros, com nível de atuação
nacional e tem como local de trabalho a sede da empresa no estado do Paraná. O nível
hierárquico seguinte é o gerencial, sendo que a maior parte dos gerentes das áreas de Suporte,
representada por todas as funções de apoio à operação industrial, tais como Finanças, Vendas
e Marketing, tem como local de trabalho também a sede da empresa. Entretanto, alguns
gerentes hierarquicamente subordinados às suas respectivas diretorias das áreas de Suporte
têm como local de trabalho as fábricas do Paraná e do Rio Grande do Sul, tendo uma relação
funcional com os gerentes de produção responsáveis pelas duas plantas industriais.
As gerências que possuem como responsabilidade atividades diretamente relacionadas
à fabricação dos produtos, como Produção, Manutenção e Engenharia, localizam-se
exclusivamente nas duas plantas industriais e estão subordinadas aos gerentes de produção
das fábricas. Ocorre, todavia, que na Empresa Alfa algumas gerências são responsáveis pelas
suas respectivas atividades nas duas plantas, tais como a área de Logística e Florestal. Ainda
que cada fábrica tenha a sua própria equipe responsável pela condução das rotinas
operacionais, todas as áreas que possuem gerência compartilhada têm como local original de
trabalho dos seus respectivos responsáveis a fábrica do Paraná, e eventualmente realizam
trabalhos de rotina e melhorias na planta do Rio Grande do Sul. A Figura 5 a seguir apresenta
o detalhamento simplificado da estrutura organizacional da Empresa Alfa no Brasil.
68
Diretoria
Geral
Legenda
Neste capítulo, será apresentada a análise dos resultados da pesquisa. Cada dimensão
da gestão da informação (determinação das exigências de informação, obtenção, distribuição e
utilização da informação) foi analisada individualmente, evidenciando todos os seus
elementos de acordo com o modelo conceitual de gestão da informação intraorganizacional
apresentado nas seções 2.2 e 2.6, sob a perspectiva dos entrevistados.
Níveis
Dimensões da
Organizacionais
Gestão da Elementos Autores
de Necessidade
Informação
de Informação
Este elemento foi analisado com base em três perguntas constantes no roteiro de
pesquisa. As respostas à primeira pergunta “Você recebe as informações que necessita para
executar suas atividades diárias? Quem determina estas informações? De que forma?”
demonstram que os 15 entrevistados recebem de maneira satisfatória as informações
necessárias para o cumprimento das atividades diárias. Estas informações são determinadas
basicamente pelas lideranças da empresa (Supervisores, Coordenadores, Gerentes e
Diretores), de acordo com as necessidades específicas de cada área, tanto nas fábricas quanto
na sede. Como exemplo, ao responder à referida pergunta, o entrevistado C, empregado da
área de Suporte da Sede no Paraná, afirmou que ―sim, recebo as informações (...) do Gerente
em forma de e-mails e rede‖.
A determinação das exigências da informação, segundo Davenport (2001), significa
identificar como as pessoas de todos os níveis organizacionais percebem seus ambientes de
informação em diferentes perspectivas (política, cultural, estratégica, dentre outras). Neste
sentido, a pesquisa realizada mostra que na Empresa Alfa esta atividade é concentrada na alta
direção. Deste modo, as necessidades de informações são determinadas através de
documentos denominados Instruções de Trabalho (IT), validadas pela equipe gerencial,
relatórios e planilhas eletrônicas baseados no sistema ERP utilizado pela empresa (SAP R/3),
e-mails e reuniões.
A observação realizada na sede da empresa no Paraná reforça esta percepção.
Semanalmente ocorre uma reunião da alta direção da empresa, cujo conteúdo principal é
realizar a análise dos resultados alcançados versus resultados previstos. Nesta reunião
semanal, assim como a reunião do planejamento estratégico anual, são definidas as
informações necessárias que darão suporte às decisões estratégicas da organização. Além
destes dois fóruns, reuniões de comitês específicos formados entre diretorias, como por
exemplo, o comitê de Crédito, que é compartilhado entre a diretoria Financeira e a diretoria
Comercial, são também fontes que podem ampliar as exigências de informações.
Como exemplo de determinação de exigência de informação oriunda deste fórum, foi
analisado na fábrica do Rio Grande do Sul um documento denominado Painel de Indicadores
MDP, que consiste em uma relação de aproximadamente 60 indicadores atualizados e
71
área Operacional da fábrica do Rio Grande do Sul, afirma que os responsáveis são ―a área de
Recursos Humanos (através do) e-mail que o RH envia com informações gerais (...) e os
informativos onde o Marketing é responsável‖. Os 5 entrevistados restantes afirmaram que,
além das informações gerais, no caso das informações específicas de cada área de Suporte e
Operacional, a definição, controle e divulgação das informações são feitas pelo gerente
responsável.
Existe, portanto, uma diferenciação entre os responsáveis pela definição, coordenação
e controle das informações que circulam na empresa, baseada na abrangência da informação a
ser divulgada. Todos os comunicados gerais, que possuem impacto comum a todo o
contingente de trabalhadores, estão sob responsabilidade da área de Recursos Humanos, em
conjunto com a área de Comunicação Interna. Existe, inclusive, um documento corporativo
denominado Manual de Comunicação Interna, que compila todos os padrões de comunicação
organizacional, assim como regras de uso do logotipo da empresa, padrões de
correspondência interna e externa, dentre outros aspectos. Estas informações gerais são
reforçadas e divulgadas novamente em conjunto com as informações específicas de cada área,
sendo que esta tarefa, entretanto, é de responsabilidade de cada gerente.
O segundo elemento desta dimensão foi analisado com base em duas perguntas. A
grande quantidade de respostas negativas (11 entrevistados) à primeira pergunta ―Você
trabalha ou necessita de informações oriundas da sede? Se sim, qual é o nível
organizacional de necessidade de informação (estratégica/tática/operacional), quem as
fornece, de que forma e em que periodicidade?” demonstra duas situações distintas. A
primeira situação é que o fluxo de geração e distribuição de informações da sede para as
fábricas é baixo e concentra-se em informações estratégicas e táticas. Como exemplos destas
informações, foram citados os programas de diretrizes e metas anuais para a operação das
fábricas, informações corporativas sobre metas a atingir, resultados alcançados e novos
programas institucionais e informações estratégicas direcionadas aos gerentes das áreas de
Suporte e Operação Industrial.
73
e mercados de atuação, as duas fábricas possuem operações próprias e independentes entre si,
observando em conjunto apenas as diretrizes oriundas da sede no Paraná.
A baixa necessidade de troca e utilização das informações entre fábricas, entretanto,
não se aplica às áreas que possuem operações compartilhadas em função da estrutura
organizacional da empresa. Como exemplos de áreas das duas fábricas que possuem grande
interação e intercâmbio de informações estão a área de Planejamento e Controle da Produção
(PCP) e Logística, citadas por 4 entrevistados, tendo em vista que ambas seguem um único
planejamento de vendas. O Planejamento Anual de Vendas é um documento formal
determinado anualmente em conjunto pela diretoria Comercial e diretoria Financeira, e é
mensurado através de dois principais indicadores estratégicos: volumes de vendas mensais e
preço líquido de vendas por tipo de produto, sendo estes: MDF e MDP cru (painéis sem
nenhum tipo de revestimento) e MDF e MDP melaminizado.
A área de Planejamento e Controle de Produção, centralizada na fábrica do Paraná e
responsável hierarquicamente pelos empregados do PCP localizados na fábrica do Rio Grande
do Sul, é responsável por determinar o mix de produção de MDF e MDP cru e MDF e MDP
melaminizado das duas fábricas da Empresa Alfa. Os volumes de produção do período, assim
como a decisão de produzir um determinado produto em uma das fábricas, são estabelecidos
pelo Planejamento Anual de Vendas e pelo volume de pedidos de vendas em carteira. A
operação industrial da Empresa Alfa permite que tanto o MDF e o MDP, respeitando
limitações de fornecimento de papéis melamínicos e especificações relacionadas ao processo
fabril, sejam melaminizados tanto na fábrica do Paraná quanto na fábrica do Rio Grande do
Sul. Esta flexibilidade de produção torna-se um diferencial competitivo ao permitir a
concentração da produção de um determinado produto em somente uma das fábricas,
tornando possível um ganho de produtividade, por exemplo, ao reduzir o tempo de câmbio de
produtos e redução de estoques de insumos.
A área de Logística segue a mesma estrutura organizacional da área de PCP, sendo
centralizada na fábrica do Paraná, responsável hierarquicamente pelos empregados
localizados na fábrica do Rio Grande do Sul e responsável pela operação logística de entrega
de produtos e controle de estoque de materiais prontos para venda. Em ambas as áreas o
intercâmbio de informações é alto e possui grande ênfase. Por fim, os 4 entrevistados
restantes, por trabalharem na sede, afirmaram não conhecer detalhes sobre a necessidade de
integração entre as fábricas, mas que necessitam das informações enviadas por ambas.
75
6.1.4 Elemento: Identificação dos responsáveis pela definição de informações entre sede
e fábricas
O quarto elemento desta dimensão foi analisado com base em uma pergunta:
“Existe(m) algum(ns) responsável(eis) pela definição, coordenação e controle das
informações que circulam entre a sede e as fábricas?”. As respostas dos entrevistados
indicam que, assim como foi descrito na seção 6.1.1 (pergunta 3), as áreas de Recursos
Humanos e Comunicação Interna são as responsáveis pelo controle e divulgação das
informações gerais que circulam entre a sede e as fábricas. Do mesmo modo, as informações
específicas de cada área de Suporte e Operacional, são definidas, controladas e divulgadas
pelo gerente responsável, em conjunto com as informações gerais.
São necessárias São necessárias São necessárias São necessárias São necessárias
informações informações táticas informações táticas informações táticas informações táticas
Determinação das Nível organizacional de estratégicas e táticas. e operacionais. e operacionais. e operacionais. e operacionais.
necessidades de necessidade de informação e Para o envio de Não Para o envio de Para o envio de Para o envio de Para o envio de
informações para a procedimentos para envio informações existem Aplicável. informações existem informações existem informações existem informações existem
realização das informações. procedimentos procedimentos procedimentos procedimentos procedimentos
das atividades formais e formais e formais e formais e formais e
organizacionais informais. informais. informais. informais. informais.
Quadro 6 – Resumo das respostas obtidas para a dimensão “Determinação das Exigências de Informação”
Fonte: elaborado pelo autor.
76
Sede - Paraná Fábrica Paraná Fábrica Rio Grande do Sul
Elemento Foco da Pergunta
Suporte Operacional Suporte Operacional Suporte Operacional
Em linhas gerais, a Não necessita Não necessita Não necessita Não necessita
Diretoria necessita receber informações receber informações receber informações receber informações
Necessidade de receber
receber informações da outra fábrica da outra fábrica da outra fábrica da outra fábrica
informações da outra fábrica.
táticas. Demais Não (exceto áreas (exceto áreas (exceto áreas (exceto áreas
Qual é o nível organizacional de
níveis hierárquicos Aplicável. compartilhadas). compartilhadas). compartilhadas). compartilhadas).
necessidade de informação
da sede recebem Excepcionalmente, Excepcionalmente, Excepcionalmente, Excepcionalmente,
(estratégica/tática/operacional).
informações táticas e informações táticas e informações táticas e informações táticas e informações táticas e
Determinação das
operacionais. operacionais. operacionais. operacionais. operacionais.
necessidades de
informação
para integração
Não necessita enviar Não necessita enviar Não necessita enviar Não necessita enviar
entre fábricas Necessidade de enviar informações para informações para informações para informações para
Basicamente são
informações para a outra fábrica outra fábrica outra fábrica outra fábrica
enviadas informações
outra fábrica. Não (exceto áreas (exceto áreas (exceto áreas (exceto áreas
estratégicas para as
Qual é o nível organizacional de Aplicável. compartilhadas). compartilhadas). compartilhadas). compartilhadas).
Lideranças das
necessidade de informação Excepcionalmente, Excepcionalmente, Excepcionalmente, Excepcionalmente,
fábricas.
(estratégica/tática/operacional). informações táticas e informações táticas e informações táticas e informações táticas e
operacionais. operacionais. operacionais. operacionais.
Quadro 6 (continuação) – Resumo das respostas obtidas para a dimensão “Determinação das Exigências de Informação”
Fonte: elaborado pelo autor.
77
78
Níveis
Dimensões da
Organizacionais
Gestão da Elementos Autores
de Necessidade
Informação
de Informação
Este elemento foi analisado com base em duas perguntas constantes no roteiro de
pesquisa. As respostas à primeira pergunta “Quais são as fontes de informações que a
empresa disponibiliza e que são utilizadas pelos colaboradores no desempenho de suas
atividades?” mostram que todos os 15 entrevistados, em maior ou menor grau de ênfase,
utilizam as mesmas fontes de informação disponibilizadas pela empresa. As fontes mais
citadas pelos entrevistados foram as seguintes:
O segundo elemento desta dimensão foi analisado com base em uma pergunta: “Em
quais momentos das suas atividades as informações são obtidas? Existe alguma
periodicidade definida (diária, semanal, mensal)?”. As respostas coletadas, assim como as
observações diretas, demonstram que as informações são obtidas na maior parte dos casos
diariamente, tendo destaque também as informações consolidadas mensais, divulgadas
geralmente através de reuniões das equipes com as respectivas gerências. De acordo com o
entrevistado N, da área Operacional da fábrica do Paraná, a atividade de obtenção de
informações é ―diária para as informações operacionais, semanal para as informações táticas e
mensal para as informações estratégicas.‖
De acordo com Davenport (2001), a busca pela informação é uma atividade contínua,
não podendo ser interrompida ou fragmentada no tempo. A obtenção da informação consiste
em atividades determinadas e específicas, cada uma com sua finalidade e modo operacional.
Tendo em vista as práticas demonstradas na Empresa Alfa, o modelo de obtenção da
informação adotado pela empresa é condizente com o proposto por Davenport (2001).
Este elemento foi analisado com base em três perguntas constantes no roteiro de
pesquisa. As respostas à primeira pergunta “Quais são as maneiras existentes de obter as
informações necessárias (sistemas, padrões, procedimentos, murais, etc.)?” indicam que os
15 entrevistados, quando vão obter as informações necessárias para sua atividade, consultam
as mesmas fontes de informação citadas na seção 6.2.1 (pergunta 1), entre elas o sistema SAP
R/3, instruções de trabalho, documentos na intranet e internet, murais e jornal interno.
Também foram novamente mencionadas como fonte de informações planilhas eletrônicas e
documentos diversos.
Sobre a segunda pergunta “Você recebeu algum treinamento sobre como obter estas
informações?” novamente a maior parte dos entrevistados afirma que não recebeu nenhum
tipo de treinamento formal sobre como obter as informações, situação semelhante à descrita
81
na seção 6.2.1 (pergunta 1). Da mesma maneira, os entrevistados que necessitavam obter
informações foram capacitados para tal durante a execução das atividades.
Por fim, as respostas à terceira pergunta “Você tem alguma sugestão para melhorar a
obtenção das informações necessárias para a execução das suas atividades?” indicam uma
necessidade de melhoria em termos de padronização dos formatos exigidos das informações e
uma melhoria no que tange ao cumprimento dos prazos de obtenção das mesmas. A seguir,
algumas sugestões elencadas pelos entrevistados, sendo que 4 entrevistados não apresentaram
sugestões:
O quarto elemento desta dimensão foi analisado com base em duas perguntas. As
respostas dos entrevistados à primeira pergunta “Existe(m) alguma(s) pessoa(s)
responsável(eis) pela coleta das informações necessárias para a execução das suas
atividades?” indicam que em cada área existe um empregado, geralmente determinado pela
gerência, dedicado a coletar as informações necessárias para as atividades diárias. Estas
informações são basicamente relacionadas a dados operacionais e informações destinadas ao
controle gerencial, coletadas diariamente e que servem de input para o sistema SAP R/3,
relatórios e planilhas eletrônicas diversas.
A pesquisa demonstrou que todos os entrevistados da área Operacional e de Suporte
de ambas as fábricas (11 pessoas) citaram a existência de um empregado dedicado à coleta de
informações, o que indica uma prática comum na Empresa Alfa em suas plantas fabris. No
caso da Sede, os entrevistados afirmaram que existem diversas pessoas responsáveis pelo
fornecimento das informações, independentemente das áreas de atuação.
Complementando a questão anterior, as respostas para a segunda pergunta ―Existe(m)
alguma(s) pessoa(s) responsável(eis) por fornecer as informações necessárias para a
execução das suas atividades?” afirmam que o mesmo empregado designado para centralizar
a coleta de informações das fábricas é o responsável pela sua divulgação, realizando um
trabalho em conjunto com as lideranças da empresa (Supervisores, Coordenadores, Gerentes e
Diretores), sendo estes últimos também responsáveis pelo fornecimento das informações. No
caso da Sede a situação é a mesma, ou seja, mesmo que não exista uma centralização na
coleta e fornecimento das informações, os empregados que possuem a responsabilidade de
coleta também divulgam as informações pertinentes.
O elemento ―Como a informação está organizada‖ também foi analisado com base em
duas perguntas. Com relação à pergunta 1, ―Como estas informações que são fornecidas estão
organizadas (repositórios eletrônicos, arquivos físicos, etc.)?”, foi constatado que, tanto para
a fábrica quanto para a sede, quase a totalidade das informações está armazenada em
83
Apresentações em PowerPoint.
85
Sede - Paraná Fábrica Paraná Fábrica Rio Grande do Sul
Elemento Foco da Pergunta
Suporte Operacional Suporte Operacional Suporte Operacional
As informações estão As informações estão As informações estão As informações estão As informações estão
organizadas organizadas organizadas organizadas organizadas
principalmente em principalmente em principalmente em principalmente em principalmente em
Como as informações Não
repositórios repositórios repositórios repositórios repositórios
estão organizadas. Aplicável.
Como a eletrônicos, e, eletrônicos, e, eletrônicos, e, eletrônicos, e, eletrônicos, e,
informação em menor escala, em em menor escala, em em menor escala, em em menor escala, em em menor escala, em
está arquivos físicos. arquivos físicos. arquivos físicos. arquivos físicos. arquivos físicos.
organizada
Sim, a organização Sim, a organização Sim, a organização Sim, a organização Sim, a organização
A organização é das informações Não das informações das informações das informações das informações
satisfatória. é satisfatória para a maior Aplicável. é satisfatória para a maior é satisfatória para a maior é satisfatória para a maior é satisfatória para a maior
parte dos entrevistados. parte dos entrevistados. parte dos entrevistados. parte dos entrevistados. parte dos entrevistados.
86
87
Níveis
Dimensões da
Organizacionais
Gestão da Elementos Autores
de Necessidade
Informação
de Informação
Este elemento foi analisado com base em sete perguntas constantes no roteiro de
pesquisa. A análise das respostas à pergunta 1,“Existe algum critério ou regras para a
distribuição das informações? Caso positivo, você conhece estes critérios ou regras?” indica
que não existe uma definição formal sobre o critério ou regras para a distribuição das
informações, sendo esta a resposta de 9 entrevistados, apenas uma centralização desta
atividade nas áreas de Recursos Humanos e Comunicação Interna, de acordo com o que foi
descrito na seção 6.1.1 (pergunta 3). Os demais entrevistados apenas supõem que deve existir
um procedimento relacionado a este assunto, sem, no entanto, afirmarem conhecê-lo.
Nota-se, todavia, que na prática existe uma clara distinção entre as informações que
são distribuídas entre os empregados, baseada na hierarquia vigente da organização, de acordo
com as respostas de 8 entrevistados. Neste sentido, as informações disponíveis para a
88
liderança são mais completas e disponíveis em maior quantidade do que para os demais
empregados. Os entrevistados, porém, afirmam não conhecer de que maneira ou quais são os
critérios que norteiam esta segregação.
Como exemplo, o entrevistado F, da área de Suporte da fábrica do Rio Grande do Sul
afirmou ―acredito que existam critérios de distribuição de informações mais sigilosas de
acordo com a hierarquia, mas eu não as conheço‖. Já o entrevistado G, da área de Suporte da
sede do Paraná, comentou ―não posso dizer com certeza, pois não sei, mas acredito que tenha
uma divisão hierárquica para definir o nível de acesso que determinada pessoa, com
determinado cargo, possa visualizar‖.
Com relação às respostas dadas para a pergunta 2,“Quais são os meios disponíveis
para a distribuição das informações?”, os 15 entrevistados descrevem as mesmas
ferramentas indicadas na seção 6.2.1 (pergunta 1) como meios de distribuição das
informações, a saber: e-mails, instruções de trabalho, intranet e internet, murais de
comunicação interna, reuniões de trabalho e jornal interno.
Neste caso, a pesquisa demonstrou que os entrevistados das áreas de Suporte da sede e
de ambas as fábricas utilizam o e-mail, internet e intranet mais habitualmente do que os
entrevistados das áreas Operacionais. Estes, em contrapartida, utilizam as instruções de
trabalho e os murais de comunicação interna mais freqüentemente do que os entrevistados das
áreas de Suporte. Aparentemente isto ocorre basicamente pela observância de padrões
operacionais rígidos que orientam a atividade industrial da Empresa Alfa, notadamente nos
processos de produção e manutenção, além do fácil acesso dos empregados das áreas de
Suporte da sede e fábricas aos recursos de informática.
Embora seja utilizado com menor ênfase nas áreas Operacionais, o meio predominante
de disseminação das informações na Empresa Alfa é o e-mail. O uso constante desta
ferramenta, associado à utilização de planilhas eletrônicas para a gestão das informações
organizacionais, pode gerar situações em que um usuário esteja utilizando uma informação
desatualizada, tendo em vista a probabilidade de não ter recebido o arquivo correto ou que
não tenha sido incluído em uma lista de distribuição da mensagem que continha a informação
correta. A pesquisa indica ainda que a intranet é uma ferramenta pouco utilizada, tendo em
vista que a sua interface é de difícil navegação e pouco amigável para os usuários, além de
muitas seções estarem disponíveis apenas em espanhol, uma vez que a sede corporativa da
empresa localiza-se no Chile.
Já as respostas para a pergunta 3, “Quais sistemas e tecnologias a empresa utiliza
para a distribuição das informações (ERP, e-mail e outros)?” os entrevistados são unânimes
89
em citar o sistema SAP R/3 e o correio eletrônico (Lotus Notes) como principais ferramentas
utilizadas para a distribuição das informações, assim como também são utilizados sistemas
específicos para controle de processos e monitoramento de dados da operação industrial.
O sistema ERP utilizado pela empresa é o R/3 da SAP, sigla para o alemão
Systemanalyse und Programmentwicklung (sistemas, aplicativos e produtos para
processamento de dados). A SAP é uma empresa alemã fundada em 1972, e que atualmente é
líder do mercado mundial de softwares corporativos de gestão.
De acordo com Zwicker e Souza (2003), os sistemas ERP são sistemas integrados com
a finalidade de dar suporte à maioria das funções comuns a grande parte das empresas
(contabilidade, finanças, recursos humanos, manufatura, vendas, entre outras). Neste sentido,
o SAP R/3 é um sistema que oferece um conjunto de módulos com diversas aplicações de
negócio. Os módulos são integrados e contém a maior parte das funcionalidades necessárias
às grandes corporações, incluindo manufatura, finanças, vendas e recursos humanos. Cada
módulo é responsável por mais de 1.000 processos de negócio, cada um deles baseado em
práticas consagradas no mundo empresarial. O sistema também oferece o processamento de
informações em tempo real.
Por fim, a ferramenta Lotus Notes é um sistema cliente-servidor de trabalho
colaborativo e e-mail, concebido pela Lotus Software, do grupo IBM Software Group. É um
software de comunicação utilizado em diversos países, traduzido para vários idiomas e que
pode ser instalado em diversas plataformas e sistemas operacionais.
De acordo com Davenport (2001), o empenho da organização em determinar as
exigências de informação, seguidos de intensos trabalhos para obter essas informações, deve
culminar em um banco de dados bem estruturado que forneça condições de uso e uma
distribuição eficiente, contendo as informações relevantes à tomada de decisão e que atinja as
pessoas que trabalham com as informações. Neste sentido, fica evidenciado que a Empresa
Alfa possui práticas de distribuição de informações similares ao modelo proposto pelo autor.
As respostas dadas para a pergunta 4, “São utilizados os mesmos meios de distribuição
com todos os empregados?”, assim como a observação direta nas fábricas e na sede, levam à
conclusão de que as ferramentas e meios utilizados pela empresa para distribuir as
informações para todos os empregados são os mesmos, sem distinção hierárquica. Nas áreas
Operacionais de ambas as fábricas, entretanto, observa-se a utilização mais freqüente de
murais e a realização de reuniões informativas antes do início da cada turno de trabalho, tendo
em vista que muitos empregados destas áreas não possuem acesso ao correio eletrônico e ao
sistema ERP. Já nas áreas de Suporte das fábricas e da sede, o e-mail é a principal ferramenta
90
O segundo elemento desta dimensão foi analisado com base em três perguntas. No
caso da primeira pergunta, ―Você possui todas as informações necessárias para a execução
de suas atividades? Caso negativo, qual (quais) a(s) principal(is) causa(s) deste(s)
problema(s)?”, as respostas coletadas demonstram que apesar da análise da pergunta 1, seção
6.1.1, indicar que quase a totalidade dos entrevistados recebe de maneira satisfatória as
informações necessárias para o cumprimento das atividades diárias, ainda existe uma
91
oportunidade de melhoria no que diz respeito do recebimento da informação pelo usuário final
da mesma. Neste sentido, os entrevistados descrevem as prováveis causas dos problemas
encontrados na recepção das informações:
Dando continuidade na análise deste elemento, nas respostas para a segunda pergunta,
“Se você não possui todas as informações necessárias para a execução de suas atividades, de
que maneira você as obtém?”, os entrevistados demonstraram adotar mecanismos distintos,
como buscas na internet, geração de novos relatórios via ERP, consultorias, esclarecimentos
com colegas e com o seu superior imediato. Deste modo, não foi evidenciada uma maneira
padronizada de suprir uma eventual falta de informação para a realização das atividades
diárias.
Por fim, as respostas da terceira pergunta, “Você tem alguma sugestão para melhorar
a distribuição das informações?”, indicam novamente uma oportunidade de melhoria em
termos de padronização dos formatos exigidos das informações e uma evolução no que tange
ao cumprimento dos prazos de obtenção das mesmas, assim como foi identificado na pergunta
3 da seção 6.2.3. A seguir, algumas sugestões elencadas pelos entrevistados:
O terceiro e último elemento desta dimensão foi analisado com base em duas
perguntas. Com relação à pergunta 1, ―Existe algum controle em relação ao recebimento das
informações pertinentes pelos empregados?” os 15 entrevistados elencam os mecanismos
conhecidos de monitoramento de informações, sendo estes realizados pela área de Tecnologia
da Informação, que são: controle de spam, bloqueio páginas da internet não relacionadas às
atividades da empresa (firewall) e verificação de tempo de utilização de recursos de
informática.
Finalizando a análise deste elemento, nas respostas obtidas para a pergunta 2, “As
informações são disponibilizadas em tempo hábil para a execução de suas atividades?” 13
entrevistados afirmam que as informações são disponibilizadas a tempo para a execução das
tarefas; ainda assim existe uma oportunidade de melhoria no que diz respeito ao cumprimento
de prazos, em consonância com o que foi demonstrado na pergunta 3 da seção 6.2.3.
O Quadro 10 a seguir demonstra uma síntese das respostas obtidas para a dimensão
―Distribuição da Informação‖ detalhada por cada elemento, diferenciada entre a sede e as
duas fábricas, e entre os entrevistados da área de Suporte e Operacional.
Sede - Paraná Fábrica Paraná Fábrica Rio Grande do Sul
Elemento Foco da Pergunta
Suporte Operacional Suporte Operacional Suporte Operacional
A maior parte dos A maior parte dos A maior parte dos A maior parte dos A maior parte dos
Critérios e regras entrevistados afirma não entrevistados afirma não entrevistados afirma não entrevistados afirma não entrevistados afirma não
para distribuição. conhecer nenhum Não conhecer nenhum conhecer nenhum conhecer nenhum conhecer nenhum
Conhecimento dos critério ou regra formal Aplicável. critério ou regra formal critério ou regra formal critério ou regra formal critério ou regra formal
critérios ou regras. para a distribuição das para a distribuição das para a distribuição das para a distribuição das para a distribuição das
informações. informações. informações. informações. informações.
As informações são As informações são As informações são As informações são As informações são
Meios disponíveis distribuídas através de Não distribuídas através de distribuídas através de distribuídas através de distribuídas através de
para distribuição. E-mail, Intranet e Aplicável. E-mail, Intranet e Instruções de E-mail, Intranet e Instruções de
Internet. Internet. Trabalho e Murais. Internet. Trabalho e Murais.
São compartilhadas São compartilhadas São compartilhadas São compartilhadas São compartilhadas
Compartilhamento Não
informações de RH e informações de RH e informações de RH e informações de RH e informações de RH e
das informações. Aplicável.
corporativas. corporativas. corporativas. corporativas. corporativas.
A distribuição de A distribuição de A distribuição de A distribuição de A distribuição de
informações não é informações não é informações não é informações não é informações não é
Igualdade na distribuição igualitária. Existem Não igualitária. Existem igualitária. Existem igualitária. Existem igualitária. Existem
das informações. informações Aplicável. informações informações informações informações
restritas de acordo restritas de acordo restritas de acordo restritas de acordo restritas de acordo
com a hierarquia. com a hierarquia. com a hierarquia. com a hierarquia. com a hierarquia.
A maior parte dos A maior parte dos A maior parte dos A maior parte dos A maior parte dos
Compartilhamento das entrevistados afirma entrevistados afirma entrevistados afirma entrevistados afirma entrevistados afirma
Não
informações pelo gestor que o seu gestor que o seu gestor que o seu gestor que o seu gestor que o seu gestor
Aplicável.
imediato. imediato compartilha imediato compartilha imediato compartilha imediato compartilha imediato compartilha
as informações. as informações. as informações. as informações. as informações.
Quadro 10 – Resumo das respostas obtidas para a dimensão “Distribuição da Informação”
Fonte: elaborado pelo autor.
93
Sede - Paraná Fábrica Paraná Fábrica Rio Grande do Sul
Elemento Foco da Pergunta
Suporte Operacional Suporte Operacional Suporte Operacional
Através de um melhor Através de um melhor Através de um melhor Através de um melhor Através de um melhor
cumprimento dos cumprimento dos cumprimento dos cumprimento dos cumprimento dos
Sugestões de melhorias na Não
prazos estabelecidos prazos estabelecidos prazos estabelecidos prazos estabelecidos prazos estabelecidos
distribuição das informações. Aplicável.
para geração de para geração de para geração de para geração de para geração de
informações. informações. informações. informações. informações.
Existe um controle de Existe um controle de Existe um controle de Existe um controle de Existe um controle de
recebimento de recebimento de recebimento de recebimento de recebimento de
informações informações informações informações informações
Controle de recebimento (controle de spam, Não (controle de spam, (controle de spam, (controle de spam, (controle de spam,
de informações. firewall e Aplicável. firewall e firewall e firewall e firewall e
Quando as monitoramento digital monitoramento digital monitoramento digital monitoramento digital monitoramento digital
informações do uso de recursos de do uso de recursos de do uso de recursos de do uso de recursos de do uso de recursos de
informática). informática). informática). informática). informática).
chegam aos
usuários finais
A disponibilidade da A disponibilidade da A disponibilidade da A disponibilidade da A disponibilidade da
informação é informação é informação é informação é informação é
Não
Disponibilidade da informação. satisfatória para a satisfatória para a satisfatória para a satisfatória para a satisfatória para a
Aplicável.
maior parte dos maior parte dos maior parte dos maior parte dos maior parte dos
entrevistados. entrevistados. entrevistados. entrevistados. entrevistados.
Quadro 10 (continuação) – Resumo das respostas obtidas para a dimensão “Distribuição da Informação”
Fonte: elaborado pelo autor.
94
95
Níveis
Dimensões da
Organizacionais
Gestão da Elementos Autores
de Necessidade
Informação
de Informação
Paraná, afirma que, com relação à validação das informações, as mesmas são validadas ―(...)
com certeza. Além das checagens de consistências dos números, ainda são realizadas algumas
vistorias no chão de fábrica‖.
Existem processos Existem processos Existem processos Existem processos Existem processos
Existência de processos específicos de específicos de específicos de específicos de específicos de
A informação está Não
de atualização de atualização das atualização das atualização das atualização das atualização das
Aplicável.
atualizada informações informações informações informações informações informações
de cada área. de cada área. de cada área. de cada área. de cada área.
A responsabilidade A responsabilidade A responsabilidade A responsabilidade A responsabilidade
Existência de pela atualização das pela atualização das pela atualização das pela atualização das pela atualização das
responsáveis pela informações é Não informações é informações é informações é informações é
atualização das pulverizada entre Aplicável. concentrada em um concentrada em um concentrada em um concentrada em um
informações vários empregados empregado de empregado de empregado de empregado de
de cada área. cada área. cada área. cada área. cada área.
Todos os entrevistados Todos os entrevistados Todos os entrevistados Todos os entrevistados Todos os entrevistados
As informações são afirmaram que as afirmaram que as afirmaram que as afirmaram que as afirmaram que as
A informação é Não
confiáveis, corretas e informações são informações são informações são informações são informações são
confiável e precisa Aplicável.
comprensíveis confiáveis e confiáveis e confiáveis e confiáveis e confiáveis e
compreensíveis. compreensíveis. compreensíveis. compreensíveis. compreensíveis.
98
99
aos gerentes das áreas de Suporte e Operação Industrial. A principal ferramenta de tecnologia
de informação utilizada é o e-mail.
Já o fluxo de geração e distribuição de informações das fábricas para a sede é alto e
concentrado em informações táticas e operacionais, onde as principais ferramentas de TI
empregadas são o sistema ERP (SAP R/3) e o e-mail. Por fim, o fluxo de informações entre
fábricas é baixo, resumindo-se a também a informações táticas e operacionais, excetuando-se
as áreas que possuem operações compartilhadas em função da estrutura organizacional da
empresa. Também neste caso as principais ferramentas de tecnologia de informação são o
SAP R/3 e o e-mail. A Figura 5 a seguir exemplifica o fluxo de informações entre sede e
fábricas, assim como os principais níveis organizacionais de necessidade de informações
(estratégicas/táticas/operacionais) envolvidas.
Sede Fábrica
• Alto Fluxo de • Baixo Fluxo de
Informações Paraná Paraná Informações
• Ênfase em informações • Ênfase em informações
táticas e operacionais táticas e operacionais
• Principais Tecnologias: • Principais Tecnologias:
ERP e E-mail ERP e E-mail
Gestão da Informação
Intraorganizacional
DETERMINAÇÃO
OBTENÇÃO
DISTRIBUIÇÃO
UTILIZAÇÃO
Fábrica
Rio Grande do Sul
gerenciais baseado no SAP R/3 poderia mitigar estes riscos e facilitar a gestão diária da
Empresa Alfa.
Foi constatado que, tanto para a fábrica quanto para a sede, quase a totalidade das
informações está armazenada em repositórios eletrônicos, organizadas em pastas específicas
de cada área, disponíveis na rede interna e em portais disponíveis na intranet, além de
repositórios físicos para arquivamento de padrões de operação e manuais técnicos de
equipamentos disponíveis nas áreas de Manutenção, Operação Industrial e Engenharia de
ambas as fábricas. Por fim, a pesquisa demonstra que as informações são obtidas na maior
parte dos casos diariamente, tendo destaque também as informações consolidadas mensais,
divulgadas geralmente através de reuniões das equipes com as gerências.
Com relação à dimensão ―Distribuição da Informação‖, o meio predominante de
disseminação das mesmas é o e-mail. Nas áreas operacionais, entretanto, observa-se a
utilização mais freqüente de murais, instruções de trabalho e a realização de reuniões
informativas antes do início da cada turno de trabalho, tendo em vista que muitos empregados
das áreas técnicas e operacionais não possuem acesso ao correio eletrônico. Isto ocorre pela
observância de padrões rígidos de qualidade que orientam a atividade industrial da Empresa
Alfa, notadamente nos processos de produção e manutenção, além do acesso facilitado dos
empregados das áreas de Suporte da sede e fábricas aos recursos de informática disponíveis.
O uso constante do e-mail, associado à utilização de planilhas eletrônicas para a gestão
das informações organizacionais, pode gerar situações em que um usuário esteja utilizando
uma informação desatualizada ou equivocada, tendo em vista a probabilidade de não ter
recebido o arquivo atualizado ou que simplesmente não tenha sido incluído em uma lista de
distribuição da mensagem que continha a informação correta. Durante a realização da
pesquisa foram observadas duas ocorrências relacionadas a este problema. A primeira
ocorrência foi referente à definição das metas anuais de custos e volumes de produção para o
exercício seguinte e a segunda ocorrência foi relacionada com a divulgação de informações
específicas da área de Recursos Humanos. Novamente, a adoção de um sistema de
informações gerenciais baseado no SAP R/3 poderia mitigar estes riscos e facilitar a gestão da
empresa.
Uma alternativa para reduzir a ocorrência de erros causados pela utilização de versões
desatualizadas de arquivos é a adoção de portais específicos de informações, disponibilizados
na intranet da Empresa Alfa. Neste sentido, a pesquisa indica que a intranet é uma ferramenta
ainda pouco utilizada, tendo em vista que a sua interface é de difícil navegação, pouco
amigável para os usuários e muitas seções estão disponíveis apenas em espanhol, tendo em
106
vista que a sede corporativa da empresa localiza-se no Chile. Para que este veículo de
informações seja plenamente utilizado, é necessária a realização de melhorias em seu layout e
navegabilidade, além de um programa de incentivo ao seu uso.
Ainda com relação à distribuição das informações, a pesquisa indica que as
informações corporativas e as referentes aos aspectos de Recursos Humanos (objetivos
empresariais, segurança do trabalho, remuneração, políticas corporativas, dentre outros) são
as mais freqüentemente compartilhadas, sem distinção entre a sede e fábricas, nem entre as
áreas Operacionais e de Suporte. Na prática, entretanto, existe uma distinção entre as
informações que são distribuídas entre os empregados, baseada na hierarquia vigente da
organização. Neste sentido, as informações disponíveis para a liderança são mais completas e
disponíveis em maior quantidade do que para os demais empregados.
Quanto ao uso das informações, foi constatado que quase a totalidade dos
entrevistados percebe que as informações que estão disponíveis os atendem de maneira
satisfatória para a execução das suas atividades, sendo que as mesmas possuem um alto grau
de confiabilidade e precisão. Este grau de confiabilidade e precisão é fruto da existência de
uma validação das informações não antes apenas do uso, mas principalmente no momento da
sua obtenção, no que diz respeito à validação das fontes utilizadas para consegui-las, além de
antes da sua distribuição. Esta conferência é efetuada inicialmente pelos responsáveis pela
geração da informação e, posteriormente, validadas pelos gestores antes da distribuição e do
uso.
Após o mapeamento do processo de gestão da informação intraorganizacional entre
sede e fábricas e entre as fábricas, foram identificados os principais níveis organizacionais das
necessidades de informação (estratégicas, táticas e operacionais) trocadas entre a sede e as
unidades industriais. De acordo com os resultados da pesquisa, foi observado que as
informações trocadas entre sede e as fábricas se resumem a informações estratégicas (da sede
para as fábricas) e informações táticas e operacionais (das fábricas para a sede), sendo que
nesta última hipótese a ênfase é mais alta do que no primeiro caso. Novamente, a pesquisa
comprovou que existe um baixo fluxo de troca e utilização das informações entre fábricas, e,
quando ela ocorre, é concentrada em informações táticas e operacionais. Este fato é causado
pela diferenciação de produtos fabricados no Paraná (MDF) e no Rio Grande do Sul (MDP).
Apesar das similaridades no abastecimento industrial e mecanismos de produção, as duas
fábricas possuem operações próprias e independentes entre si, observando em conjunto
apenas as diretrizes oriundas da sede.
107
Esta pesquisa contribui para o conhecimento acadêmico, ao propor uma mais uma
abordagem na pesquisa sobre a gestão da informação intraorganizacional. A gestão da
informação já havia sido pesquisada por outros autores (McGEE; PRUSAK, 1994;
DAVENPORT, 1994; CHIAVEGATTO, 1999; DAVENPORT, 2001; BEAL, 2004; COSTA,
2005). No entanto, estas pesquisas foram feitas, em sua maior parte, em nível
interorganizacional, ou seja, focando apenas nos processos externos à empresa. No presente
estudo, a gestão da informação foi pesquisada dentro dos limites da empresa, ou seja, seu foco
foi a informação intraorganizacional em uma empresa dispersa geograficamente.
Em termos gerenciais a pesquisa contribuiu para a empresa investigada, que teve
retorno dos resultados obtidos no presente estudo e que poderá pôr em prática as sugestões
apresentadas pelos empregados entrevistados, possibilitando uma melhoria em seu processo
de gestão da informação interorganizacional.
Embora o presente estudo não tenha o objetivo de abordar os aspectos relacionados às
políticas de gestão de Recursos Humanos da Empresa Alfa, as conclusões do estudo sugerem
uma oportunidade de melhoria no que tange ao incremento da capacitação técnica e
comportamental concentrados na liderança intermediária (Supervisores, Coordenadores e
Gerentes), uma vez que o processo de gestão da informação da empresa pesquisada sofre
interferências relacionadas aos aspectos da cultura organizacional e ao perfil comportamental
das lideranças da empresa, o que poderia ser objeto de futuras pesquisas. Além destes
108
REFERÊNCIAS
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the enterprise system. 2.ed. Greenwich: Manning,1998.
CHINELATO, João Filho. O&M Integrado à Informática. São Paulo: LTC, 1998.
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the Environment. ASIS, 1998.
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______. Ecologia da informação: por que só a tecnologia não basta para o sucesso na era
da informação. São Paulo: Futura, 2001.
DRUCKER, P. F. The coming of the organization. Harvard Business Review 66, Jan. – Fev.
de 1998, p45-53.
FREITAS, H. et al. Informação e Decisão: sistemas de apoio e seu impacto. Porto Alegre:
Ortiz, 1997.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4.ed. São Paulo: Atlas, 1995.
KATZ, D.; KAHN, R. L. Psicologia Social das Organizações. São Paulo: Atlas, 1976.
113
LIMA, M. A.; MAÇADA, A. G.; RIOS, L. R. Avaliação dos benefícios dos sistemas de
gestão empresarial. CATI 2005 – FGV/ EAESP.
YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2.ed. Porto Alegre: Bookman,
2001.
ZWICKER, R.; SOUZA, C.. Um modelo de ciclo de vida de sistemas ERP: aspectos
relacionados à sua seleção, implementação e utilização. In: VI SEMEAD - Seminários em
Administração, Anais. FEA/USP, 2003.
115
b) Fontes de informação:
Entrevistas estruturadas;
Documentos de interesse a pesquisa: sites, organograma, sistemas utilizados,
planilhas, documentos que evidenciem a gestão da informação, artigos de jornais,
dentre outros.
Observação direta.
Notícias;
Documentos em geral relacionados à pesquisa e que sejam de acesso permitido.
e) Observação direta:
Durante a realização da pesquisa devem ser observados quem são os empregados
envolvidos na definição, obtenção e distribuição das informações, como executam as tarefas
relacionadas com o compartilhamento de informações, assim como tudo o que possa
evidenciar ou contradizer o que foi declarado nas entrevistas, e mesmo revelar o que foi
omitido. Tais observações devem ser anotadas para que possibilitem a análise dos dados e
posteriores conclusões.
Níveis
Dimensões da
Organizacionais
Gestão da Elementos Perguntas Autores
Informação de Necessidade
de Informação
1A) Você recebe as informações que necessita para executar suas atividades
diárias? Quem determina estas informações? De que forma?
118
Níveis
Dimensões da
Organizacionais
Gestão da Elementos Perguntas Autores
Informação de Necessidade
de Informação
6A) Quais são as fontes de informações que a empresa disponibiliza e que são
utilizadas pelos colaboradores no desempenho de suas atividades?
6B) Você recebeu algum treinamento sobre como utilizar estas fontes?
7A) Em quais momentos das suas atividades as informações devem ser obtidas?
Existe alguma periodicidade definida (diária, semanal, mensal)?
11A) Como estas informações que são fornecidas estão apresentadas (relatórios,
planilhas, textos, apresentações, etc.)?
119
Níveis
Dimensões da
Organizacionais
Gestão da Elementos Perguntas Autores
Informação de Necessidade
de Informação
12A) Existe algum critério ou regras para a distribuição das informações? Caso
positivo, você conhece estes critérios ou regras?
12. Quais são os meios de distribuição da 12F) São distribuídas as mesmas informações a todos os empregados?
informação; McGee e Prusak (1994);
12G) O seu gestor (Gerente/Coordenador/Supervisor) compartilha com você as Davenport (1994);
Estratégica
Distribuição da 13. Como as informações chegam aos informações gerais da empresa? Caso positivo, de que maneira? Chiavegatto (1999);
Tática
Informação usuários finais; Davenport (2001);
Operacional
13A) Você possui todas as informações necessárias para a execução de suas Beal (2004);
14. Quando as informações chegam aos atividades? Caso negativo, qual (quais) a(s) principal(is) causa(s) deste(s) Costa (2005).
usuários finais. problema(s)?
13C) Você tem alguma sugestão para melhorar a distribuição das informações?
120
Níveis
Dimensões da
Organizacionais
Gestão da Elementos Perguntas Autores
Informação de Necessidade
de Informação
15A) As informações disponíveis são suficientes para a execução das suas atividades?
Caso negativo, qual(ais) é(são) a(s) causa(s) deste(s) problema(s)?
121