Apostila de Solos - Complementar
Apostila de Solos - Complementar
Apostila de Solos - Complementar
SOLOS
Prof. Caetano Thiene de Carvalho
Definição de Solo:
Segundo o Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS – EMBRAPA, 1999) o solo é um
corpo natural, constituído por partes sólidas, líquidas e gasosas, tridimensional, dinâmico, formado
por materiais minerais e orgânicos, que ocupam a maior parte do manto superficial das extensões
continentais do nosso planeta, contém matéria viva e pode ser vegetado na natureza onde ocorrem
e, eventualmente, terem sido modificados por interferências antrópicas (atividades humanas).
Quando examinados a partir da superfície consistem de seções aproximadamente paralelas,
organizadas em camadas e, ou, horizontes que se distinguem do material de origem inicial, como
resultado de adições, perdas, translocações e transformações de energia e matéria, que ocorrem ao
longo do tempo e sob a influência dos fatores clima, organismos e relevo.
O corpo tridimensional que representa o solo é chamado de pedon. A face do pedon que vai
da superfície ao contato com o material de origem, é o perfil de solo.
Os fatores de formação dos solos são: Material de Origem, Organismos, Clima, Relevo e
Tempo.
Solo = função (Material de Origem, Organismos, Clima, Relevo, Tempo). O Material de
Origem do solo é, principalmente, a rocha.
Logo o solo resulta da ação simultânea e integrada do clima e organismos que atuam sobre
material de origem (geralmente rocha), que ocupa determinada paisagem ou relevo durante certo
período de tempo. Esses elementos (rocha, clima, organismo, relevo e tempo) são chamados de
fatores de formação do solo (Figuras 1 e 2). Esses fatores são parte do meio ambiente e atuam de
forma conjunta.
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Figura 1: Fatores de formação do solo
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2. FORMAÇÃO DO SOLO
A pedogênese ou formação do solo é estudada pela Pedologia, cujas noções básicas e
conceitos fundamentais foram definidos em 1877, pelo cientista russo Dokuchaev.
Em 1898, Dokuchaev consolidou a concepção de que as propriedades do solo são resultado
dos fatores de formação do solo que atuaram e ainda atuam, a saber: material de origem, clima,
organismos, topografia (relevo) e tempo. Assim, temos que clima e organismos, controlados pelo
relevo, atuando sobre determinado material de origem, ao longo do tempo, geram uma situação de
desequilíbrio que resulta em intemperismo e formação dos solos (pedogênese).
Dentre os fatores de formação do solo, o material de origem e o tempo são considerados
fatores passivos, clima e organismos são fatores ativos, e o relevo é fator controlador. Fator passivo
de formação do solo é aquele que não adiciona e não exporta material, nem gera energia que possa
acelerar os processos de intemperismo e pedogênese. Aos fatores ativos, se atribui o provimento de
energia e compostos químicos que promovem os processos de formação do solo. A formação do solo
é um processo lento. Sob condições climáticas ideais, um material de origem de menor resistência
pode levar até anos para desenvolver um centímetro de solo. Sob condições climáticas não
adequadas e com material de origem resistente, podem-se levar centenas ou milhares de anos para
formar esta mesma quantidade de solo.
2.1 INTEMPERISMO:
O intemperismo consiste da transformação das rochas em materiais mais estáveis em
condições físico-químicas diferentes daquelas em que elas se originaram. O intemperismo pode ser
causado por processos de natureza física (desgaste e/ou desintegração) e/ou química
(decomposição), que as rochas sofrem ao aflorar na superfície da Terra. Os processos intempéricos
são então classificados em intemperismo físico e intemperismo químico. Quando a ação de
organismos vivos ou da matéria orgânica proveniente da sua decomposição participa do processo, o
intemperismo é chamado de físico-biológico ou químico-biológico.
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seu efeito mais intenso na medida em que ela se acidifica devido à dissolução de CO2 da atmosfera e
à presença de ácidos orgânicos. A água da chuva dissolve o CO2 da atmosfera, onde uma parte desse
CO2 se combina com a água formando ácido carbônico, que é facilmente dissociado:
H2O + CO2 → H2CO3 → H+ + HCO3-; HCO3- → H+ + CO32-
O intemperismo químico compreende a decomposição química dos minerais primários das
rochas, e a síntese (neoformação) de minerais secundários. A decomposição dos minerais primários
das rochas resulta da ação separada ou simultânea de várias reações químicas: oxidação, hidratação,
dissolução, hidrólise e acidólise.
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Quadro 01. Exemplos dos principais tipos de rochas
Tipos de Rochas:
3.2 Tempos
A rigor, o início da formação de um solo ocorre quando uma rocha sã começa a ser alterada,
ou um evento de sedimentação se encerra, e a partir daí começam a ocorrer os processos de
formação do solo. Mas como existe a erosão atuando em sentido contrário à pedogênese, é difícil
precisar o início exato da formação do solo.
O uso do termo tempo/idade em pedologia normalmente está relacionado à maturidade, ao
grau de desenvolvimento de um solo, e não ao tempo cronológico.
Assim, quando se diz que um solo é jovem, isto significa que a pedogênese foi pouco intensa
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(condições de relevo plano, clima frio ou seco), ou que a taxa de erosão foi maior que a taxa de
pedogênese (relevo acidentado), formando um solo pouco espesso, podendo apresentar minerais
ainda passíveis de intemperização. Ao contrário, a referência a um solo velho, indica tratar-se de um
solo espesso, quimicamente pobre, com minerais profundamente intemperizados e acúmulo de
óxidos.
3.4. Organismos
Compreendem os vegetais, animais, bactérias, fungos, liquens, os quais têm influencias
dinâmicas nos processos de formação do solo. Estes organismos exercem ações físicas e químicas
sobre o material de origem e continuam a atuar no perfil do solo. Estas ações podem ser classificadas
como conservadoras e transformadoras. Ações conservadoras são, por exemplo, a interceptação da
chuva pela parte aérea dos vegetais, o sombreamento da superfície (diminuindo a amplitude
térmica), assim como a retenção de solo pelas raízes das plantas. Entre as ações transformadoras se
destacam a ação dos organismos no intemperismo físico e químico das rochas, a mobilização de
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sólidos (minerais e orgânicos) por animais, e a reciclagem de nutrientes e incorporação de matéria
orgânica pelos vegetais.
Adição
Compreende qualquer contribuição externa ao perfil do solo. Entre estas, consideram-se a
adição de matéria orgânica (restos orgânicos de animais e vegetais), poeiras e cinzas trazidas pelo
vento, materiais depositados tanto por enchentes como por movimentos de massa nas encostas,
gases que entram por difusão nos poros do solo (CO2, O2, N2), adubos, corretivos, agrotóxicos,
adição de solutos pela chuva, etc.
Remoção ou perda
Compreendem as perdas de gases, líquidos ou sólidos, sofridas por uma determinada porção
de solo, podendo ser em superfície ou em profundidade. As primeiras compreendem a exportação de
nutrientes pelas colheitas, perdas de compostos voláteis por queimadas, perdas por erosão hídrica ou
eólica, etc. As perdas em profundidade compreendem lixiviação de solutos pelo lençol freático,
perdas laterais de soluções com íons reduzidos (Fe, Mn), etc.
Translocação
É caracterizada pelo movimento de materiais de um ponto para o outro dentro do perfil do
solo. São processos de translocação, entre outros o movimento de argilas e/ou solutos de um
horizonte para o outro no perfil, o preenchimento de espaços deixados por raízes decompostas,
cupins, minhocas, formigas, etc., o movimento de materiais promovido pela atividade agrícola, e o
preenchimento de vazios provocados pela contração de solos ricos em argilas expansivas, como a
montmorilonita).
Transformação
São processos que consistem na transformação física, química ou biológica dos constituintes
do solo, envolvendo síntese e decomposição. Transformações físicas incluem quebras de minerais e
rochas, umedecimento e secagem do solo com quebra de agregados, compressão provocada pelo
crescimento de raízes, etc.
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Transformações químicas consistem dos processos de intemperismo químico (que será
comentado na formação do perfio do solo), assim como a neoformação de minerais da fração argila
do solo.
Latossolização
É o processo específico de formação dos latossolos, no qual sobressaem os processos gerais
de remoção e transformação. Nesse processo, os fatores ativos de formação do solo (clima e
organismos) apresentam uma ação intensa por um longo tempo, em uma condição de relevo que
propicia a remoção de sais solúveis e a transformação acentuada de minerais, em busca de uma
condição de equilíbrio, resultando no acúmulo de minerais mais estáveis como argilominerais.
1:1 (caulinita) e óxidos de Fe e Al.
Podzolização
Este processo específico é caracterizado pela translocação de argila e de compostos organo-
minerais dentro do perfil. Mesmo que a translocação seja um processo de destaque, os processos de
adição, perda e transformação também ocorrem. Dois grandes grupos de solos apresentam a
podzolização: os Argissolos (antigos podzólicos), os Espodossolos (antigos Podzóis), Salinização (ou
halomorfismo).
É o processo específico de formação de solos que apresentam acumulação de sais no perfil.
É comum nesses solos o processo de adição de sais pelo lençol freático ou pela erosão das
elevações circundantes. Esses solos estão associados a planícies ou depressões onde a drenagem é
deficiente e a precipitação pluviométrica é menor do que a evapotranspiração. Os solos formados por
esse processo têm suas características diferenciadas conforme a assembleia de cátions
(principalmente Ca+2, Mg+2, Na+, H+) que satura as cargas de suas argilas e são reconhecidos pelos
atributos:
Caráter sódico: saturação das cargas por Na > 15%.
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Caráter solódico: saturação das cargas por Na > 6% e < 15%.
Caráter salino: condutividade elétrica > 4 ds/m2 e < 7 ds/m2.
Caráter sálico: condutividade elétrica > 7 ds/m2.
Hidromorfismo
Neste processo específico de formação de solos, alguns horizontes do solo estão sujeitos à
submersão contínua ou durante a maior parte do tempo. Os processos gerais de formação do solo
que mais se destacam são a transformação de minerais passíveis de redução, e a adição de matéria
orgânica, que se acumula devido à menor taxa de decomposição. Estes solos são frequentemente
escurecidos pela pigmentação da matéria orgânica que se acumula, uma vez que os organismos
anaeróbicos são menos eficientes na mineralização da matéria orgânica, do que os aeróbicos. Os
solos onde o hidromorfismo é marcante são denominados Organossolos, Gleissolos e Planossolos
Hidromórficos.
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Figura 5: Horizontes dos solos
Horizonte O: camada orgânica superficial. Distingue-se pela coloração escura e pelo conteúdo
em matéria orgânica.
Horizonte A: camada mineral superficial próxima à camada O. É o horizonte onde ocorre
grande atividade biológica o que lhe confere coloração escurecida pela presença de matéria orgânica.
Horizonte E: são os horizontes que apresentam o máximo de lixiviação. O horizonte E é
geralmente mais claro que o horizonte A e está colocado imediatamente a seguir ao horizonte A.
Horizonte B: camada mineral situada mais abaixo do horizonte A. Apresenta menor
quantidade de matéria orgânica, e acúmulo de compostos de ferro e argilominerais;
Horizonte C: camada mineral de material inconsolidado, ou seja, pouco afetado por processos
pedogenético.
Horizonte R: Rocha matriz ou rocha inalterada.
6.1 Constituição
O solo é constituído por minerais e poros (ocupados por ar e água), além de matéria orgânica
e organismos. A natureza e a proporção de cada uma destas partes podem variar bastante. Desse
modo, nos solos heteromórficos**, por exemplo, os poros são ocupados por água durante longos
períodos, em detrimento da fase gasosa, conforme comentado anteriormente. Devido à deficiência
de oxigênio (falta de arejamento), que restringe a atividade decompositora dos micro-organismos, há,
em condições naturais, maior acúmulo de matéria orgânica. As chamadas areias quartzosas, por
outro lado, possuem muito pouca argila e predomínio de partículas do tamanho de areia (0,05 a 2
mm de diâmetro), constituídas quase exclusivamente de quartzo. Assim, além de tenderem a ser
pobres em matéria orgânica, via de regra apresentam baixa atividade de organismos. Um solo
mineral, próximo à superfície, com condições físicas ótimas para o crescimento das plantas,
apresenta, aproximadamente, a seguinte composição volumétrica: 50% de espaço poroso, ocupado
por partes iguais de água, 45-48% de sólidos minerais e 2 a 3 e, por vezes, 5% de matéria orgânica.
Têm-se, em média, então, 50% constituídos pela fase sólida, 25% pela fase líquida e 25% pela
fase gasosa (Figura 7).
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Fração argila
Na fração argila ocorrem muitos fenômenos. Um deles é o de troca iônica – um dos
fenômenos mais importante para a humanidade, depois da fotossíntese. Existem duas cargas na
natureza: positiva e negativa
Matéria orgânica
O segundo componente da fase sólida do solo é a matéria orgânica, constituída por restos
vegetais (folhas, galhos, frutos e raízes) e animais (esqueletos e fezes) em diversos graus de
decomposição.
Embora seja encontrada geralmente em pequenas quantidades (normalmente menos que 5%
do volume do horizonte A dos solos), a matéria orgânica tem grande influência nas propriedades
físicas e químicas do solo e no desenvolvimento das plantas. Já os horizontes subsuperficiais (B e C)
apresentam menores teores de matéria orgânica.
A matéria orgânica (húmus) apresenta as seguintes funções: são praticamente as únicas
reservas de nitrogênio e enxofre para as plantas; responsáveis pela maioria das cargas negativas, pois
possui, em geral, mais de dez vezes a quantidade das cargas negativas dos minerais da fração argila
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de solos tropicais; diminui a toxidez de elementos tóxicos as plantas, como o alumínio. As plantas
absorvem os nutrientes do solo e os incorporam nos tecidos vegetais.
Com a decomposição biológica destes resíduos, processo também chamado de mineralização,
os nutrientes retornam ao solo, podendo ser novamente absorvidos pelas plantas. Este processo de
reaproveitamento é chamado de ciclagem de nutrientes.
Os solos da floresta Amazônica são, em grande parte, quimicamente muito pobres, contudo,
suportam uma floresta bastante exuberante. Os resíduos vegetais que caem sobre a superfície do
solo são rapidamente decompostos pelos organismos, sendo o processo de mineralização favorecido
pelas chuvas constantes e temperaturas elevadas da região. Considerando o grande volume de raízes
das árvores, os nutrientes liberados são quase que integralmente reabsorvidos, e as mesmas
continuam a se desenvolver graças à ciclagem de nutrientes. Com a decomposição biológica dos
restos de plantas e animais, é formado o húmus ou fração húmica do solo. Esta fração interfere em
várias propriedades do solo, tais como: promove adsorção de cátions (apresenta elevada CTC),
auxilia na estabilização da estrutura do solo, aumenta a retenção de água, influencia diretamente a
cor, conferindo coloração escura no horizonte A, e reduz a plasticidade e pegajosidade do solo.
Grande parte da CTC dos solos desenvolvidos sob clima tropical advém das cargas negativas presentes
na fração húmica. A quantidade de matéria orgânica (resíduo vegetal mais fração húmica) no solo
varia com o clima, tipo de vegetação de cobertura, textura, teor de umidade e tipo de uso do solo.
6.2 Cor
Características facilmente distinguíveis; os solos tropicais bem drenados tendem a ter
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tonalidades vermelhas e amarelas (cores bem vivas). Os solos hidromórficos tendem a ser
acinzentados, sendo que, mais próximo à superfície, os maiores teores de matéria orgânica,
imprimem-lhes uma coloração escura.
6.3 Textura
Proporção relativa das partículas que constituem o solo, por tamanho, isto é, argila, silte e
areia. Cascalhos quando em proporção significativa (maior ou igual a 8%), são considerados como
elemento qualitativo da textura; matacões e calhaus constituem a pedregosidade.
6.4 Estrutura
Agregação das partículas em unidades maiores; pode ser: granular, laminar, em blocos,
prismática e colunar.
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Figura 12: Tipos de estrutura do solo Figura 13: Poros visíveis do solo
6.5 Cerosidade
Filmes ou películas de argilas que, trazidas dos horizontes superiores (horizonte A e/ou E) pela
água, se depositam nas unidades estruturais do horizonte B, ou resultam de segregação ou
rearranjamento de material coloidal inorgânico, nas faces das unidades estruturais. Sua presença
indica solos que sofreram o processo de podzolização, à exceção dos podzóis (Espodossolos). Refere-
se, portanto, a solos não inteperizados (velhos e lixiavidos) quanto aos latossolos.
6.6 Porosidade
Espaço no solo ocupado por água ar e água. Divide-se em macroporos e microporos (menores
do que 08 ou do que 60 micrometros de diâmetro). Essa propriedade está intimamente relacionada
com a estrutura e com a textura do solo.
6.7 Consistência
Comportamento mecânico do pedomaterial sob condições variáveis de umidade. Está
relacionada com a composição mineralógica do solo. Solo macio (quando seco), friável (quando
úmido) e ligeiramente pegajoso (quando molhado), se argiloso indica, em geral alto teor de óxido de
ferro (Fe) e de alumínio (Al), boas condições físicas e pobreza em bases. Solos duros, firmes e muito
pegajosos podem indicar menos óxidos de Fe e Al, materiais mais ricos em bases e condições físicas-
permeabilidade, traficabilidade e manejo-piores.
6.8 Cimentação
União das partículas do solo por agente cimentante. Pode formar camadas impermeáveis às
raízes e à água.
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6.9 Pedoclima
Regime hídrico e térmico do solo. O pedoclima não pode ser previsto com base só no clima
atmosférico (ou vigente na atmosfera). De fato existem solos hidromórficos (com excesso de água)
em plena área desértica. As formas de vegetação original (fases) têm sido usadas no Brasil, com bons
resultados, para uma caracterização pedoclimática geral.
6.10 Pedoforma
O solo é um corpo tridimensional, portanto carece de sentido solo sem topografia
(pedoforma). Ao lado da cor, a pedoforma é outro elemento muito importante no reconhecimento e
identificação dos solos.
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Quadro 1. Ordens de solo do Brasil, conceito e região de ocorrência.
Classes Elemento
Sgnificado do elemento formativo Características
(ordem) formative
Neossolo Neo Do latim neo, que significa novo. Solo em início de formação
Solos com grande capacidade de
Vertissolo Verti Do latim vertere que significa inveter. contração e expansão. Grande número
de fendas, quando seco.
Solo com horizonte B em estagio inicial
Cambissolo Cambi Do latim cambiare, que significa mudança.
de formação
Solos com horizonte A escuro e rico em
Chernossolo Cherno Do russo, significa core preta.
nutrientes (Ca, Mg, K)
Elevada quantidade de nutrientes (Ca,
Luvissolo Luvi Do latim luvi, significa saturado. Mg, K) e com acúmulo de argila no
horizonte B
Solos com acúmulo de argila no
Argissolo Argi Derivado de argila
horizonte B.
Solos com os agregados do horizonte B
Nitossolo Nito Derivado de nítidus, nítido
exibindo superfícies brilhantes.
Do latim later, que significa tijolo, pelo fato de
Solos muito intemperizados velhos e
Latossolo Lato que na Índia esses solos eram utilizados para
profundos
fabricação de tijolos.
Solos muito arenosos com acúmulo de
Espodossolo Espodo Do russo,spodo, cinza. matéria orgânica e compostos de
alumínio e/ou ferro no horizonte B.
Solos com excesso de água e com
Planossolo Plano Plano, solo de relevo plano.
horizonte B adensado.
Presença de plintita (material rico em
Plintossolo Plinto Derivado de plintita.
ferro)
Geissolo Glei Do russo, significa cor cinzenta. Solos com cores acinzentadas
Organossolo Organo Derivado de orgânico Altos teores de matéria orgânica
1. Latossolos
a) Conceito: São solos profundos, bastante intemperizados (velhos e alterados em relação à
rocha) e geralmente de baixa fertilidade. Ocupam normalmente topos de paisagens, em relevo
normalmente quase plano. De maneira geral, são muito porosos, permeáveis e com boa drenagem.
Podem ser originados a partir de diversos tipos de rochas (material de origem).
b) Ocorrência: São solos que ocupam mais da metade do Brasil, encontrados em todos os
estados do País.
c) Significado agrícola: Suas características, tais como: boa profundidade, relevo quase plano,
ausência de pedras, soltos, boa drenagem e permeabilidade fazem com que sejam dos mais utilizados
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na produção rural. Embora geralmente de baixa fertilidade, as práticas de adubação e calagem
podem torná-los muito produtivos.
d) Significado ambiental e urbano: De modo geral relevo quase plano, grande profundidade e
alta permeabilidade são atributos que levam a considerar os Latossolos como de alta estabilidade e
com baixo risco de erosão, tendo grande capacidade para suportar estradas, construções, além de ser
local adequado para instalação de aterros sanitários.
2. Espodossolos
b) Conceito: São solos muito arenosos com acúmulo no horizonte B de matéria orgânica e/ou
ferro, provenientes dos horizontes superficiais do solo. Em alguns casos, este horizonte B pode ser
duro e pouco permeável à água. Ocorrem em relevo plano.
b) Ocorrência: Principalmente no noroeste da Amazônia e parte do litoral brasileiro.
c) Significado agrícola: Considerando a grande quantidade de areia, esses solos apresentam
baixa fertilidade, baixa capacidade de retenção de nutrientes e com excesso de água em épocas
chuvosas, condições estas que os fazem de utilização agrícola esporádica. Em condições de manejo
adequado, principalmente adição de materiais orgânicos, podem ser instaladas culturas, como coco,
abacaxi e caju.
d) Significado ambiental:
Por serem arenosos, são extremamente frágeis e devem ser considerados como área de
preservação. Graças à grande capacidade de infiltração e baixo poder de retenção de poluentes, o
lençol freático pode ser facilmente contaminado por fertilizantes, agrotóxicos, e poluentes urbanos
ou industriais. Embora possam suportar vegetação florestal, estas são nutridas principalmente pela
ciclagem eficiente dos nutrientes.
3. Neossolos
a) Conceito
São solos rasos em estádio inicial de evolução, apresentando mais comumente apenas
horizonte A sobre o horizonte C ou a rocha de origem.
b) Ocorrência: Em todo o Brasil, ocupando preferencialmente relevos muito inclinados.
c) Significado agrícola: Como principais obstáculos ao uso, podem ser citados o relevo
declivoso, pouca espessura e presença de pedras. Podem ser de baixa ou alta fertilidade. Quando
férteis, são muito utilizados. No caso de baixa fertilidade e relevos inclinados, os solos devem ser
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reservados para preservação da flora e fauna.
d) Significado ambiental e urbano: Considerando as características já relatadas, constituem
áreas extremamente frágeis. No caso dos Neossolos arenosos, a pequena capacidade de retenção de
nutrientes e água é fator que limita sua capacidade de atuar como filtro de materiais poluentes.
Devem ser evitados para ocupação urbana.
4. Cambissolos
a) Conceito: São solos geralmente pouco espessos (rasos) e apresentam horizonte B ainda em
um estádio inicial de formação. A fertilidade é bastante variável podendo ser alta ou baixa,
dependendo da rocha que lhes deu origem e do clima.
b) Ocorrência: Em todo o Brasil, ocorrendo principalmente em relevos mais declivosos.
c) Significado agrícola: São mais profundos comparativamente aos Neossolos. Quando férteis,
são intensamente usados apesar do relevo e da eventual presença de pedras.Naqueles de baixa
fertilidade, porém situados em relevo plano, a utilização de corretivos e fertilizantes torna-os
produtivos.
d) Significado ambiental e urbano: Usualmente os solos rasos em relevos inclinados tornam-
se muito susceptíveis à erosão e aumentam o assoreamento dos rios. Essa situação é agravada
quando, juntamente com o solo, são levados fertilizantes e outros produtos químicos, o que vai
contaminar os corpos de água. Em situação de relevo declivoso e reduzida espessura, a opção mais
recomendável seria destiná-los à preservação da fauna e flora ou pastagem. Ocupações urbanas neste
tipo de solo apresentam problemas sanitários e de deslizamento, em decorrência do relevo e/ou
reduzida profundidade do solo.
5. Argissolos
a) Conceito: Apresentam acúmulo de argila no horizonte B e reduzida capacidade de reter
elementos nutrientes e de plantas no horizonte A.
b) Ocorrência: Encontram-se praticamente em todos os estados brasileiros ocupando relevos
moderadamente declivosos.
c) Significado agrícola: Dependendo da rocha de origem, podem ser férteis ou pobres.
d) Significado ambiental: São solos bastante susceptíveis à erosão, principalmente em relevos
mais declivosos.
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6. Nitossolos
a) Conceito: São solos caracterizados pela presença de um horizonte B cujos agregados
apresentam em sua superfície brilho característico (reluzente). Esse brilho pode ser causado pela
presença de argila vinda dos horizontes superficiais do solo em suspensão na água. Pertencem a essa
ordem os solos anteriormente denominados Terra Roxa Estruturada.
b) Ocorrência: Em todo o Brasil, com concentração principalmente nos estados do sul do
Brasil.
c) Significado agrícola: No Paraná, são, em sua maioria, de alta fertilidade. Em outras regiões
podem ser muito pobres, porém, quando devidamente corrigidos e fertilizados, são muito
produtivos.
d) Significado ambiental: Quando em relevos ondulados e mal manejados, a erosão é
inevitável.
7. Gleissolos
a) Conceito: São solos que apresentam um horizonte de sub superfície (B ou C) de cor
acinzentada (horizonte glei).
b) Ocorrência; Em todo o Brasil, em regiões planas ou abaciadas (várzeas e banhados), nas
quais há saturação por água.
c) Significado agrícola: Uma vez drenados (retirada do excesso de água por meio de valetas ou
canais), podem ser utilizados com agricultura. Geralmente, são de baixa fertilidade o que implica a
obrigatoriedade de emprego de calagem e adubação.
d) Significado ambiental e urbano: Dada a proximidade da superfície, o lençol freático pode
ser facilmente contaminado por produtos químicos e fertilizantes utilizados na agricultura. A
ocupação urbana destes solos é desaconselhada, pois são áreas com excesso de água e sujeitas à
inundação.
8. Organossolos
a) Conceito: São solos que apresentam elevados conteúdos de material orgânico. A grande
quantidade de matéria orgânica é favorecida pelo acúmulo de restos vegetais em ambientes
saturados por água (banhados). Em razão da falta de oxigênio, a decomposição é lenta, e se acumula
matéria orgânica. Os altos teores de matéria orgânica fazem com que apresentem cores muito
escuras
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b) Ocorrência: Em todo o Brasil, em situação que permite saturação por água, tais como
várzeas e banhados.
c) Significado agrícola: Como são solos de banhados, deve ser feitas valetas para a saída do
excesso de água (drenagem). Geralmente, são de baixa fertilidade e exigem grande quantidade de
calcário.
d) Significado ambiental: Quando drenados, ficam mais arejados e a matéria orgânica é
decomposta pelos microrganismos. São, portanto, solos destinados ao desaparecimento, quando
drenados e cultivados. Esse solo tem grande importância no meio ambiente por abrigarem fauna e
flora específicas e funcionarem como verdadeiras esponjas na retenção de água proveniente das
chuvas e das partes altas do relevo. A proximidade a cursos de água e o lençol freático elevado
tornam essas áreas facilmente contamináveis por agrotóxicos, fertilizantes e outros produtos
químicos, assim como por qualquer tipo de lixo, doméstico ou industrial. Devem ser preservados, não
sendo recomendável qualquer tipo de utilização, seja para atividades agrícolas, seja para local de
moradia.
9. Planossolos
a) Conceito: São solos que apresentam horizontes superficiais de textura mais arenosa sobre
um horizonte B de constituição bem argilosa e adensada.
b) Ocorrência: Como o nome sugere, os solos situam-se em relevo plano - baixadas,
depressões ou várzeas - com restrição à saída de água, principalmente no Rio Grande do Sul,
pantanal, e semiárido do Nordeste.
c) Significado agrícola
As principais limitações são o excesso de água e o impedimento à penetração de raízes pelo
horizonte B adensado. São usualmente utilizados para pastagens ou arroz no Rio Grande do Sul e
pantanal. Alguns destes solos têm elevados teores de sódio, que pode prejudicar as culturas.
d) Significado ambiental: A ocorrência em locais favoráveis ao acúmulo de água potencializa a
possibilidade de contaminação do lençol freático.
10. Plintossolos
Conceito: São solos que apresentam segregação de ferro no horizonte B ou C,constituindo
manchas de cores variadas.
b) Ocorrência: Preferencialmente encontrados em regiões de relevo plano, em que há
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dificuldade de escoamento de água, como várzeas, depressões, etc. Grandes áreas desta classe de
solo são encontradas na Amazônia e Centro-Oeste do Brasil.
c) Significado agrícola: As principais condições que limitam o uso agrícola são o excesso de
água e a baixa fertilidade. A retirada da água (drenagem) pode levar a um endurecimento da parte
inferior do solo, criando dificuldade para a penetração de raízes e da água das chuvas.
d) Significado ambiental: A retirada do excesso de água pode levar ao endurecimento da
parte inferior do solo, o que altera sua condição natural em prejuízo da flora e fauna típicas dessas
áreas.
11. Vertissolos
a) Conceito: São solos cuja principal característica é a formação de fendas quando secos, por
conterem muitas argilas com grande capacidade de expansão (quando molhadas) e contração
(quando secas).
b) Ocorrência: Ocupam preferencialmente relevos planos, concentrados principalmente em
algumas áreas semiáridas do nordeste do Brasil, sudeste do Rio Grande do Sul, recôncavo baiano e
algumas áreas do Pantanal.
c) Significado agrícola: Embora sejam geralmente de alta fertilidade, o fato de serem muito
pegajosos, quando úmidos, e muito duros, quando secos, são fatores que dificultam o uso de
máquinas agrícolas, daí o fato de serem ocupados por pastagens. O processo de contração e
expansão pode constituir impedimento à implantação de árvores em decorrência do possível
rompimento do sistema radicular.
d) Significado ambiental e urbano
A água das chuvas tem dificuldade de penetrar nesses solos e escorre pela superfície,
causando erosão. Pelo fato de ocorrerem geralmente em depressões e próximos a corpos de água,
esses solos constituem áreas ambientalmente fragilizadas. Além disto, a expansão e a contração das
argilas do solo prejudicam a construção de casas, estradas e outras obras civis.
12. Chernossolos
a) Conceito: São solos muito férteis e que apresentam um horizonte A escuro, rico em matéria
orgânica e nutrientes de plantas (cálcio, magnésio, potássio).
b) Ocorrência: Encontrados em regiões com rochas ricas em cálcio, magnésio e potássio e
condições climáticas que favorecem a presença de vegetação exuberante para a formação de um
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horizonte superficial rico em matéria orgânica.
c) Significado agrícola: O relevo declivoso e a presença de pedras são sérios impedimentos à
utilização de máquinas. A alta fertilidade faz com que sejam intensamente utilizados na agricultura,
porém são relativamente raros no Brasil.
d) Significado ambiental: Os relevos muito inclinados ocupados por esses solos denunciam
áreas ambientalmente frágeis com grandes riscos de erosão e assoreamento de rios.
14. Luvissolos
a) Conceito: São solos ricos em nutrientes (cálcio, magnésio, potássio) e acumulação de argila
no horizonte B.
b) Ocorrência: Ocorrem no Brasil em condições de climas mais secos. Quando situados em
clima úmido, originam-se de rochas que são boas fornecedoras de nutrientes.
c) Significado agrícola: Em regiões de clima semiárido (nordeste do Brasil), esses solos podem
apresentar grande quantidade de sódio, fazendo com que o solo fique muito duro dificultando a
penetração de raízes, além de interferir no crescimento das plantas por dificultar a absorção de
cálcio, magnésio e nitrogênio pela planta.
d) Significado ambiental: De maneira geral, as áreas ocupadas pelo Luvissolos são
ambientalmente muito frágeis principalmente por causa do relevo declivoso ou dar reduzida
cobertura vegetal (caatinga), que os tornam muito susceptíveis à erosão.
8. CONSERVAÇÃO DE SOLO
A ciência da conservação do solo e da água preconiza um conjunto de medidas, objetivando a
manutenção ou recuperação das condições físicas, químicas e biológicas do solo, estabelecendo
critérios para o uso e manejo das terras, de forma a não comprometer sua capacidade produtiva.
Estas medidas visam proteger o solo, prevenindo-os dos efeitos danosos da erosão aumentando a
disponibilidade de água, de nutrientes e da atividade biológica do solo, criando condições adequadas
ao desenvolvimento das plantas. A conservação do solo e da água melhora o rendimento das culturas
e garante um ambiente mais saudável e produtivo, para a atual e as futuras gerações. Dentre os
princípios fundamentais, destaca-se um maior aproveitamento das águas das chuvas. Evitando-se
perdas excessivas por escoamento superficial, podem-se criar condições para que a água pluvial se
infiltre no solo. Isto, além de garantir o suprimento de água para as culturas, criações e comunidades,
27
previne a erosão, evita inundações e assoreamento dos rios, assim como abastece os lençóis freáticos
que alimentam os cursos de água.
EROSÃO
A erosão é o processo de desprendimento e arraste das partículas do solo, causando perda
progressiva do solo, reduzindo a produtividade das culturas e exigindo cada vez mais o uso de adubos
e corretivos.
A erosão é tão antiga quanto a Terra. Trata-se de um processo que ocorre naturalmente,
sendo de grande importância para a formação da paisagem e para o rejuvenescimento dos solos. O
grande problema é quando a erosão é acelerada em níveis danosos ao ambiente, e isso ocorreu
quando da ocupação humana da superfície do planeta, sendo agravado ainda mais quando este
passou a praticar a agropecuária e, principalmente, a agricultura, e à medida que as áreas de cultivo e
a pressão pelo uso do solo aumentaram. Este processo foi se tornando cada vez mais pernicioso, a
ponto de o homem sentir a necessidade de seu controle.
A erosão apresenta intensidades diferentes, pois o homem pode modificá-la
consideravelmente. Existe a erosão natural ou geológica (intemperismo) , fenômeno geológico
normal, que faz parte da própria evolução da terra, é inevitável. Efetua-se em ritmo lento. O
desaparecimento de uma parte das matérias que constituem o solo é compensado, pela
decomposição da rocha-mãe pela deposição de materiais transportados. Assim os solos encontram-
se geralmente em equilíbrio.
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Paralelamente a esse fenômeno, existe a erosão acelerada, fenômeno artificial, consequência
dos maus cuidados dispensados aos solos pelo homem; nesse processo acelerado, as perdas já não
são mais compensadas pelas transformações locais do substrato geológico ou pelas contribuições
aluviais. Essa forma brutal da evolução dos solos é a consequência direta da modificação profunda,
ou mesmo da utilização desordenada dos habitats originais, as quais tiveram o início com a retirada
da vegetação original e o consequente rompimento do equilíbrio solo-vegetação. Desse modo, os
solos já não mais estão protegidos por uma cobertura vegetal suficiente. A erosão acelerada, que
constitui o impacto mais sério do homem sobre o seu meio, é aquela que, até hoje, teve
consequências mais danosas ao ambiente. A humanidade, em constante crescimento, acentuou sua
pressão sobre as terras emersas, transformando, progressivamente, os habitats naturais, levado pelo
estímulo do lucro e, de certa necessidade devido ao aumento de suas populações e da destruição das
zonas anteriormente ocupadas, mas já estéreis, constituiu também poderosas motivações para a
degradação de grande quantidade de terras. Desse modo o homem invadiu terras marginais, de fraca
aptidão agrícola, e cuja produtividade e equilíbrio requerem medidas difíceis, dispendiosas e nem
sempre eficazes.
No Brasil, estima-se que a "abertura" de áreas de baixa aptidão agrícola ou seu manejo
inadequado, já resultou na degradação de cerca de 16 milhões de hectares, que já foram produtivos,
mas que estão hoje bastante depauperados.
29
O impacto da gota da chuva na superfície do solo destrói seus agregados, isto é, as partículas
que fazem com que o solo tenha boas características físicas, principalmente sua estrutura (a estrutura
refere-se aos pequenos torrões naturais do solo e não aqueles torrões que ficam depois da aração e
gradagem).
Ela pode ser observada, por exemplo, na camada superficial do solo sob a forma de pequenos
grumos, bolinhas arredondadas de terra, próximas das raízes. Existem também as estruturas que
formam o solo em seu interior, mas só podem ser observados por técnicas especiais.
Um solo bem estruturado vai permitir uma boa quantidade de poros, o que é bom para a
infiltração da água da chuva e da irrigação, facilitando o crescimento das raízes das plantas e maior
absorção dos nutrientes (fertilizantes minerais e orgânicos).
Além dos benefícios sobre as características físicas, as práticas conservacionistas também
melhoram e conservam as características químicas e biológicas dos solos, como:
Melhoram a fertilidade do solo com a correção do pH pela calagem e aplicação de
fertilizantes minerais e/ou orgânicos baseados nas análises de laboratório.
Favorecem a atividade biológica, como a ação das minhocas, fungos, bactérias e outros
animais benéficos para a formação e decomposição da matéria orgânica do solo.
As práticas conservacionistas podem ser chamadas de vegetativas, edáficas e mecânicas.
8.1.1 Práticas vegetativas
Adubação verde;
Rotação de culturas;
Plantio direto;
Sistemas agro florestais.
Dizem respeito às ações que envolvem o plantio e o manejo da vegetação. Recomenda-se o
florestamento ou reflorestamento para as terras que não forem adequadas para plantar culturas
anuais (muito inclinadas, por exemplo) e quando já estiverem desmatadas. Devem ser plantadas
árvores nativas ou com algum valor comercial (eucalipto, pinus, etc.), com o objetivo de formar uma
cobertura vegetal densa, sem deixar o solo exposto e ainda fornecer algum retorno econômico para o
agricultor. Outra solução é plantar pastagem que deve ser bem manejada ou, então, ela também
poderá sofrer erosão. Quando a área não estiver sendo cultivada pode-se plantar algumas espécies
conhecidas como leguminosas (da família do feijão, da vagem e da soja), que ajudam o solo a
30
recuperar sua fertilidade, ao mesmo tempo em que o mantém coberto. Como exemplo, tem-se o
feijão-de-porco, crotalária, mucuna, guandu, entre muitas outras.
Também pode ser utilizado o plantio em faixas que consiste em plantar faixas mais ou menos
largas com duas ou mais culturas diferentes, na mesma área e ao mesmo tempo, como por exemplo,
milho e feijão, arroz e feijão, milho e soja. Outra prática é não fazer a capina e sim apenas roçar o
mato. Mas se a capina tiver que ser feita, pode-se alternar as linhas ou entrelinhas de plantio,
deixando sempre uma cobertura no solo. Muito importante também é a cobertura morta. Ela
consiste em deixar os restos da cultura anterior após a colheita, na superfície do solo, em vez de
enterrá-los com o arado e a grade. A palhada como é conhecida a cobertura morta ajuda a proteger o
solo do impacto das gotas de chuva.
31
quantidade correta de adubo a ser aplicada, evitando o desperdício de dinheiro e a poluição do solo,
que ocorre quando o adubo é aplicado sem necessidade.
O preparo do solo para o plantio é outro fator muito importante para o controle da erosão.
Quando ele é feito no sentido morro abaixo, a erosão é muito maior pois desse jeito a água da chuva
ganha velocidade e arrastando sedimentos, adubos,sementes e mudas para áreas mais abaixo. A
maneira correta ou o sentido certo do trator preparar o solo, fazer o plantio e realizar os tratos
culturais é seguir as curvas de nível no terreno, ou seja, mais ou menos horizontalmente e não de
cima para baixo. Sempre que possível, utilizar o plantio direto na palha como preferencial, em vez do
sistema tradicional de aração e gradagem.
A alternância do plantio de culturas diferentes, uma após a outra, na mesma área, chamada
de rotação de culturas, faz com que o solo não esgote facilmente e ajuda na proteção contra a
erosão, pois cada planta requer quantidades diferentes de nutrientes uma das outras. As raízes dessas
plantas diferem em tamanho e volume, permitindo a exploração à diferentes profundidades. Ao
contrário, quando se costuma plantar a mesma cultura durante muito tempo na mesma área, prática
conhecida como monocultura, ocorre o esgotamento da reserva de nutrientes, além de causar um
desequilíbrio biológico, ocasionando o surgimento de pragas e doenças.
32
seguindo as curvas de nível e não morro abaixo, deixa na superfície do solo pequenos sulcos e
camalhões, feitos pelo arado e grade, que funcionam como pequenos obstáculos à enxurrada.
Importante enfocar que as práticas conservacionistas devem ser empregadas sempre em
conjunto e nunca separadamente, pois uma complementa a ação da outra.
SUBSOLAGEM
A subsolagem é uma prática que tem por objetivo romper as camadas compactadas do solo,
estejam elas na superfície ou localizadas mais profundamente. Esse espaço pode variar entre 20 cm e
50 cm. Tudo depende de como aquele solo já foi utilizado. Suas características são reflexos do que
nele foi plantado anteriormente, dos equipamentos utilizados para isso, além de condições de
umidade e quantidade de preparos feitos naquele terreno. A técnica da subsolagem é importante
principalmente quando se pensa em plantio direto. Ela funciona porque quebra a terra
completamente e aumenta a caixa de solo. Quando você usa o subsolador, ele se comporta de
maneira diferente do arado. O arado pega o que está mais profundo e inverte para a superfície. Na
subsolagem, a quantidade de terra movimentada é muito menor, mas sua ação é mais profunda.
ADUBAÇÃO VERDE
A Adubação Verde é uma prática agrícola milenar que aumenta a capacidade produtiva do
solo. É uma técnica que recupera os solos degradados pelo cultivo, melhora os solos naturalmente
pobres e conserva aqueles que já são produtivos.
Consiste no cultivo de plantas em rotação, sucessão ou consorciação com as culturas, que
melhoram significativamente a qualidade dos atributos químicos, físicos e biológicos do solo.
Essas plantas denominadas “Adubos Verdes” tem características recicladoras, recuperadoras,
protetoras, melhoradoras e condicionadoras de solo. Englobam diversas espécies vegetais, porém a
preferência pelas leguminosas está consagrada também por sua capacidade de fixar nitrogênio direto
da atmosfera, por simbiose.
ROTAÇÃO DE CULTURAS
As rotações de culturas consistem em alternar espécies vegetais, no correr do tempo, numa
mesma área agrícola. As espécies escolhidas devem ter propósitos comerciais e de manutenção ou
recuperação do meio-ambiente. Para a obtenção de máxima eficiência da capacidade produtiva do
solo, o planejamento de rotação deve considerar, além das espécies comerciais, aquelas destinadas à
cobertura do solo, que produzam grandes quantidades de biomassa, cultivadas quer em condição
solteira ou em consórcio com culturas comerciais. A rotação de culturas é um dos princípios básicos
para o sucesso do Sistema de Plantio Direto (SPD).
PLANTIO DIRETO
O plantio direto é uma técnica de cultivo conservacionista na qual se procura manter o solo
sempre coberto por plantas em desenvolvimento e por resíduos vegetais. Essa cobertura tem por
finalidade protegê-lo do impacto das gotas de chuva, do escorrimento superficial e das erosões
hídrica e eólica. Existem diversos sinônimos ou termos equivalentes para plantio direto: plantio direto
na palha, cultivo zero, sem preparo ("no-tillage"), cultivo reduzido, entre outros. Efetivamente,
poderia considerar-se o plantio direto como um cultivo mínimo, visto que o preparo do solo limita-se
ao sulco de semeadura, procedendo-se à semeadura, à adubação e, eventualmente, à aplicação de
herbicidas em uma única operação.
34
Figura 16: Plantio direto na cultura do tomateiro
CALAGEM
As grandes maiorias de nossos solos tropicais apresentam grande potencial agrícola, mas em
geral suas características químicas são inadequadas, tais como: elevada acidez, altos teores de Al
trocável e deficiência de nutrientes, especialmente de Ca, Mg e de P. A acidez condiciona o estado
geral do solo como base para o crescimento das plantas e quando em excesso ela pode ocasionar
alterações na química e fertilidade, restringindo o crescimento das plantas. Torna-se necessário
atenuar ou eliminar os efeitos negativos da acidez do solo por meio da calagem, através da aplicação
de calcário, indicada pela análise de solo. Essa tem os objetivos de corrigir a acidez do solo,
diminuindo ou anulando os efeitos tóxicos das altas concentrações de alumínio e Mn, além de
fornecer Ca e Mg para as plantas.
A calagem é, portanto, um dos pilares para a obtenção de maiores e melhores produções
agrícolas. Como efeitos benéficos da calagem podemos citar além da correção da acidez do solo, o
estímulo à atividade microbiana, a melhoria da fixação simbiótica de nitrogênio pelas plantas
leguminosas e, ainda, o aumento da disponibilidade da maioria dos nutrientes.
Importante:
Devido à baixa solubilidade dos calcários, vários fatores, além da
qualidade do produto, devem ser considerados para maximizar a
eficiência do produto. Confira abaixo:
Época de aplicação – a calagem pode ser feita em qualquer época do ano, contudo é
importante que a aplicação do calcário seja realizada com a maior antecedência possível ao plantio
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e/ou adubação. No caso de não ser possível aplicar o calcário com antecedência necessária, pode-se
utilizar produtos com maior PRNT.
Distribuição – o calcário deve ser espalhado o mais uniformemente possível, com adequada
regulagem da distribuidora, que permita aplicação correta da dose necessária.
Incorporação – o calcário deve ser incorporado à maior profundidade possível de modo a
permitir o melhor contato do corretivo com as partículas do solo.
No caso de culturas anuais, recomenda-se aplicar metade da dose antes da aração e a outra
metade após a aração, antes da gradagem.
LEMBRE-SE: A ADUBAÇÃO COMEÇA COM A ANÁLISE DE SOLO, CONTINUA COM A CALAGEM
E TERMINA COM A APLICAÇÃO DO ADUBO ADEQUADO.
SISTEMAS AGROFLORESTAIS
Sistemas agro florestais são formas de uso ou manejo da terra, nos quais se combinam
espécies arbóreas (frutíferas e/ou madeireiras) com cultivos agrícolas e/ou criação de animais, de
forma simultânea ou em sequencia temporal e que promovem benefícios econômicos e ecológicos.
Os sistemas agro florestais ou agro florestas apresentam como principais vantagens, frente a
agricultura convencional, a fácil recuperação da fertilidade dos solos, o fornecimento de adubos
verdes, o controle de ervas daninhas, entre outras coisas.
A integração da floresta com as culturas agrícolas e com a pecuária oferece uma alternativa
para enfrentar os problemas crônicos de degradação ambiental generalizada e ainda reduz o risco de
perda de produção. Outro ponto vantajoso dos sistemas agro florestais é que, na maioria das vezes,
as árvores podem servir como fonte de renda, uma vez que a madeira e, por vezes, os frutos das
mesmas podem ser explorados e vendidos. A combinação desses fatores encaixa as agro florestas no
modelo de agricultura sustentável.
PLANTIO EM NÍVEL
O plantio em nível, também chamada de plantio em contorno, é a medida mais básica de
conservação do solo. Como o nome indica, nessa prática, as linhas de plantio são feitas seguindo as
curvas de nível, ou seja, locais com a mesma altitude.
Seguindo-se as curvas de nível, cada linha de plantio atua como um obstáculo para reduzir a
velocidade da água da enxurrada, caso essa se forme sobre o terreno. Com isso, comparando-se com
36
locais em que não há plantio em nível, há mais tempo para a água poder sofrer o processo de
infiltração, deixando de escorrer na superfície e, desse modo, reduzindo o risco de erosão.
Figura17: Plantio seguindo as curvas de nível: uma medida básica para conservação do solo
e água
TERRACEAMENTO
O terraceamento é uma prática mecânica de conservação do solo destinada ao controle da
erosão hídrica, das mais difundidas e utilizadas pelos agricultores.
O terraceamento baseia-se no parcelamento das rampas, isto é, em dividir uma rampa
comprida (mais sujeita à erosão) em várias rampas menores (menos sujeitas à erosão), por meio da
construção de terraços.
Terraço é um conjunto formado pela combinação de um canal (valeta) e de um camalhão
(monte de terra ou dique) (Figura - 18), construído a intervalos dimensionados, no sentido transversal
ao declive, ou seja, construídos em nível ou com pequeno gradiente.
Figura 18: Visão esquemática do perfil de terraço mostrando a seção do canal ou corte
(dimensão C), do camalhão ou aterro (B) e do terraço (dimensão A).
37
Figura 19: Terraço
41
Na amostragem de solo para análise química, trabalha-se com AMOSTRAS SIMPLES E
AMOSTRAS COMPOSTAS.
Amostra simples é o volume de solo coletado em um ponto da gleba e a amostra composta é
a mistura homogênea das várias amostras simples coletadas da gleba. Depois de formada a amostra
composta, retira-se uma parte e envia para a análise no laboratório.
Para que a amostra composta seja representativa da área, devem ser coletadas de 20 a 30
amostras simples por área.
As amostras simples devem ser uniformemente distribuídas por toda a área, o que é obtido
realizando a coleta ao longo de um caminhamento em zig-zag pela área.
Figura 20: Divisão da área em glebas para amostragem do solo (para cada gleba deve ser coletada
amostra em separado).
É importante que as amostras simples coletadas em uma área tenham o mesmo volume de
solo. Isto se consegue padronizando a profundidade de coleta das amostras simples.
A amostragem de solo pode ser feita em qualquer época do ano; no entanto, esta deve ser
realizada com boa antecedência da época de plantio.
Observação: Não coletar amostras em locais (encima de formigueiros, cupinzeiros, de
acúmulo de fezes, deposição de adubos e corretivos), para não incorrer e erro.
10.2. Profundidade de amostragem
Para a maioria das culturas, as amostras são coletadas na camada de 0 a 20 cm. Quando se
trata de culturas perenes, recomenda-se coletar as amostras nas camadas de 0 a 20 cm, de 20 a 40
cm e de 40 a 60 cm de profundidade.
10.3 Instrumentos utilizados
Os equipamentos mais comuns para a coleta de amostras de solo são o trado holandês, que
tem bom desempenho em qualquer tipo de solo, o trado de rosca, mais adequados para solos
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arenosos e úmidos; o trado calador, ideal para amostragem em terra fofa e ligeiramente úmida; a pá
baia (pá de corte), equipamento mais disponível e simples para o agricultor e, que deve ser utilizado
junto com o enxadão em solos secos e compactados.
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Quando se aplica um corretivo de acidez no solo, na maioria das vezes calcário (carbonato de
cálcio e carbonato de magnésio), as reações resultantes são as seguintes:
a) Correção da acidez do solo, pela neutralização do H+ - Após a aplicação do calcário ao
solo,o ânion CO3²-(base forte) é o principal responsável pela hidrólise da água e formação do íon OH-,
que irá neutralizar a acidez\ ativa do H+ do solo.
CaCO3 + H2O Ca2+ + HCO3- + OH-
HCO3- + H2O CO2 + OH- + H2O
b) Correção da acidez do solo pela toxidez do Al e Mn por reações de precipitação desses
elementos, na forma de oxihidróxidos: Al(OH)3 e Mn(OH)2. O Al3+ é totalmente precipitado quando
o pH do solo atinge valores em torno de 5,5. Essa precipitação pode ocorrer, também, com alguns
micronutrientes metálicos, com Cu2+, Fe2+, Fe3+ e Zn2+, diminuindo a disponibilidade dos mesmos.
Al3+ + OH- Al(OH)2+
Al(OH)2+ + OH Al(OH)3
Mn2+ + OH Mn(OH)+
Mn(OH) + OH- Mn(OH)2
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45
Figura 22: Disponibilidade dos nutrientes em função do pH do solo
O pH do solo serve para avaliar as condições de um solo: ácido, neutro ou alcalino. A faixa
ideal de pH para o desenvolvimento das plantas é de 6,0 a 6,5. Os solos ácidos apresentam problemas
para a agricultura porque as plantas não desenvolvem bem nestas condições de acidez, e a
disponibilidade de nutrientes é muito pequena.
A disponibilidade dos nutrientes sofrem influência do pH do solo. O nitrogênio (N) é melhor
aproveitado pela planta em solo com pH acima de 5,5.
A disponibilidade máxima verifica-se na faixa de pH do solo entre 6 e 6,5 para depois diminuir.
Os solos ácidos se caracterizam pela presença de alumínio tóxico que é prejudicial para as plantas,
influenciando no desenvolvimento do sistema radicular. Entretanto, a partir do pH 5,5 não existe mais
alumínio tóxico devido à sua precipitação na forma de óxido de alumínio.
Al³ + 3H2O -------- Al (OH)³ + 3H+
Nos solos ácidos verifica-se a fixação do fósforo (P) pelo ferro (Fe) e pelo alumínio (Al)
formando compostos insolúveis não aproveitáveis para as plantas. Os solos brasileiros, em geral, são
muito ácidos. Num solo ácido, os teores de Ca, Mg e K são baixos.
11.2 Benefícios da calagem:
Eleva o pH;
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Fornece Ca e Mg como nutrientes;
Diminui ou elimina os efeitos tóxicos do Al, Mn e Fe;
Diminui a “fixação” de P;
Aumenta a disponibilidade do N, P, K, Ca, Mg, S e Mo no solo;
Aumenta e eficiência dos fertilizantes;
Aumenta a atividade microbiana e a liberação de nutrientes, tais como N, P, S e B, pela
decomposição da matéria orgânica;
Melhora as propriedades físicas do solo, proporcionando melhor aeração,
Circulação de água, favorecendo o desenvolvimento das raízes das plantas;
Aumenta a produtividade das culturas como resultado de um ou mais dos efeitos
anteriormente citados.
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Cada nutriente é estudado profundamente para entender melhor as transformações, a mobilidade e
a “disponibilidade” de cada um às plantas.
Em decorrência à necessidade de se avaliar a fertilidade do solo sob uma visão integral e
dinâmica, tem-se empregado os termos: a) Fertilidade natural: é a fertilidade decorrente do processo
de formação do solo (material de origem x ambiente). b) Fertilidade atual: é a fertilidade do solo
após ter sofrido a ação do homem. É a fertilidade que o solo apresenta após receber práticas de
manejo para satisfazer as necessidades das culturas; dá a ideia da fertilidade de um solo já
trabalhado. c) Fertilidade potencial: é aquela que pode ser manifestada sob determinadas condições.
Nestes casos, evidencia-se a existência de algum elemento ou característica que impede o solo
de mostrar sua capacidade real de ceder nutrientes. Ex: 1) solos ácidos, onde o Alumínio (Al) é alto e
Cálcio (Ca), Magnésio (Mg) e Fósforo (P) é baixa.
Alguns outros conceitos importantes em fertilidade são: Solo fértil: é aquele que contêm
todos os nutrientes em quantidades suficientes e balanceadas em formas assimiláveis; possui boas
características físicas e microbiológicas e é livre de elementos tóxicos. Solo produtivo: é um solo fértil
situado em regiões com condições favoráveis. Ex: clima, declividade, pedregosidade, alta
compactação.
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6CO2 + 6 H2O + luz 6O2+ + 6 (CH2O)
Dióxido água Oxigênio carboidrato de carbono
50
insuficiente para elevar o pH do solo de modo sensível, geralmente só até pH 5,7 ou um pouco
menos.
A necessidade de calagem (NC) calculada indica a quantidade de calcário com o PRNT = 100%
a ser incorporado em 1 ha, na camada de 20 cm de profundidade. Dessa forma, temos que:
QC (t/ha) = NC x 100/ PRNT
Observe que essa quantidade de calcário a ser aplicada foi calculada para uma área de 10.000
m² (1 ha) e à profundidade de incorporação de 20 cm. Quando houver variação desses valores a
quantidade a ser aplicada também será diferente. Por isso o cálculo fica da seguinte maneira:
QC = NC x SC/100 x P/20 x 100/ PRNT, em que:
QC = Quantidade de calcário a ser aplicada em 1 hectare;
NC = Necessidade de calagem;
SC = Superfície do terreno a ser coberta;
P= profundidade de incorporação do calcário
PRNT = Poder relativo de neutralização total (relacionado com o poder neutralizante e a
reatividade do calcário).
Exemplo:
Determinar a necessidade de calagem, para a cultura do milho em um solo com os seguintes
resultados contidos na análise de solo. Profundidade de incorporação do calcário = 20 cm, PRNT do
calcário = 90%, Superfície a ser coberta( SC ) = 100%
CONCEITOS IMPORTANTES:
Os coloides (argila ou húmus) apresentam, em geral, um balanço de cargas negativas (-),
desenvolvido durante o processo de formação. Isto significa que eles podem atrair e reter íons com
cargas positivas (+), da mesma forma que polos diferentes de um imã são atraídos, ao passo que
repelem outros íons de carga negativa, como polos iguais de um imã se repelem. Em certos casos, os
51
coloides podem, também, desenvolver cargas positivas (+).
Um elemento que apresenta uma carga elétrica é chamado de “íon”. Potássio, sódio,
hidrogênio, cálcio e magnésio apresentam cargas positivas e são chamados “cátions”. Eles podem ser
escritos na forma iônica (Tabela 21). Deve-se notar que alguns cátions possuem mais de uma carga
positiva.
Quadro 2: Símbolo químico e forma iônica dos principais cátions
52
Os resultados da análise de solo são apresentados conforme tabela abaixo. Vamos ver o
significado de cada nutriente e unidades em que são expressos:
Amostras
Determinações Unidade 439 440 441
pH 5,06 5,66
P mg/dm³ 9,9 10,9
K mg/dm³ 21 57
Ca cmol/dm³ 0,95 2,06
Mg cmol/dm³ 0,14 0,28
Al cmol/dm³ 0,55 0,05
H + Al cmol/dm³ 4,34 2,11
M. O dag/kg 1,87 1,75
P- rem. mg/l 26,3 21,9
S.B cmol/dm³ 1,14 2,49
t (C.T.C efetiva) cmol/dm³ 1,69 2,54
T(C.T.C a pH 7) cmol/dm³ 5,48 4,6
V(saturação de bases) % 20,8 54,1
m (saturação de Al) % 32,5 2,0
T = CTC a pH 7,0 (cmolc/dm3 ou mmolc/dm3): esta CTC, também conhecida como capacidade
de troca de cátions potencial do solo, é definida como a quantidade de cátions adsorvida a pH 7,0.
Muito útil nos levantamentos de solo, para avaliar a fertilidade do solo. A diferença básica entre a CTC
efetiva e a CTC a pH 7,0 é que esta última inclui hidrogênio (H+) que se encontrava em ligação
covalente (muito forte) com o oxigênio nos radicais orgânicos e sesquióxidos de ferro e alumínio, tão
54
comuns nos solos brasileiros.
T = CTC = S + (H+ + Al3+) = Ca2+ + Mg2+ + K+ + (Na+) + H+ + Al3+, com os componentes expressos
em (cmolc/dm3 ou mmolc/dm3).
V% = Percentagem de saturação por bases da CTC a pH 7,0: este parâmetro reflete quantos
por cento dos pontos de troca de cátions potencial do complexo coloidal do solo estão ocupados por
bases, ou seja, quantos por cento das cargas negativas, passíveis de troca a pH 7,0, estão ocupados
por Ca, Mg, K e, às vezes, Na, em comparação com aqueles ocupados por H e Al. É um parâmetro
utilizado para separar solos considerados férteis (V% >50) de solos de menor fertilidade (V%<50). É
indispensável para o cálculo da calagem pelo método da elevação da saturação por bases, em uso em
vários estados.
Importante: Grande parte da CTC a pH 7,0 é ocupada por H+, que precisa ser neutralizado pela
ação da calagem, se se deseja liberar cargas negativas que se encontram não dissociadas. Isto
somente irá ocorrer com a elevação do pH acima do valor 5,6, onde o Al ou acidez trocável já deixa de
atuar. Muitas culturas mostram efeitos benéficos da incorporação de calcário em doses mais
elevadas, que irão neutralizar parte deste H+, ou parte desta acidez não trocável. Esta é a base do
método da recomendação de calcário pelo critério de elevação de saturação por bases da CTC a pH
7,0, uma vez que elevar a saturação por bases corresponde a elevar o pH, diminuir a saturação por Al
e gerar mais pontos de troca catiônica dependentes de pH.
55
P – rem – teor de fósforo que é determinado na análise de solo que indica a qualidade da
fração argila que é encontrada nos solos, isto é, aos teores de óxidos de ferro e de alumínio. Solos
mais arenosos tem maior valor de P- rem, enquanto solos mais argilosos os valores e P-rem são mais
baixos. É um dado fundamental para recomendação de adubação e calagem.
Tabela 1. Classes de interpretação para a acidez ativa do solo (pH)
Classificação química
Ac. muito Acidez Acidez Acidez Neutra Alcalinidade Alcalinidade
elevada elevada média Fraca fraca elevada
>4,5 4,5 - 5,0 5,1 - 6,0 6,1 - 6,9 7,0 7,1 - 7,8 >7,8
Classificação agronômica
Muito baixo Baixo Bom Alto Muito alto
< 4,5 4,5 - 5,4 5,5 - 6,0 6,1 - 7,0 > 7,0
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Tabela 2. Classes de interpretação da disponibilidade para o fósforo, de acordo com o teor de argila
do solo ou do valor de fósforo remanescente (P-rem) e para o potássio.
Classificação
Característica Muito baixo Baixo Médio Bom Muito bom
---------------------------------(mg/dm3)1------------------------------------------
Argila (%) Fósforo disponível (P)2
60 - 100 £ 2,7 2,8 - 5,4 5,5 - 8,03 8,1 - 12,0 > 12,0
35 - 60 £ 4,0 4,1 - 8,0 8,1 - 12,0 12,1 - 18,0 > 18,0
15 - 35 £ 6,6 6,7 - 12,0 12,1 - 20,0 20,1 - 30,0 > 30,0
0 - 15 £ 10,0 10,1 - 20,0 20,1 - 30,0 30,1 - 45,0 > 45,0
P-rem4 (mg/L)
0-4 £ 3,0 3,1 - 4,3 4,4 - 6,03 6,1 - 9,0 > 9,0
4 - 10 £ 4,0 4,1 - 6,0 6,1 - 8,3 8,4 - 12,5 > 12,5
10 - 19 £ 6,0 6,1 - 8,3 8,4 - 11,4 11,5 - 17,5 > 17,5
19 - 30 £ 8,0 8,1 - 11,4 11,5 - 15,8 15,9 - 24,0 > 24,0
30 - 44 £ 11,0 11,1 - 15,8 15,9 - 21,8 21,9 - 33,0 > 33,0
44 - 60 £ 15,0 15,1 - 21,8 21,9 - 30,0 30,1 - 45,0 > 45,0
Potássio disponível (K)2
£ 15 16 - 40 41 - 70 71 - 120 > 120
Fonte: ALVAREZ V. et al. (1999).
1 mg/dm 3 = ppm (m/v). 2 Método Mehlich-1.3. Nesta classe apresentam-se os níveis críticos
de acordo com o teor de argila ou com o valor do fósforo remanescente . O limite superior desta
classe indica o nível crítico. P-rem = Fósforo remanescente.
13.3 - Cálculo da adubação (recomendação)
Vamos considerar o resultado da amostra 439 do quadro 1 e fazer o cálculo dos fertilizantes
para a cultura do morango, no espaçamento de 0,3 x 0,3 m (morango para mesa).
1º - classificar a disponibilidade de fósforo de acordo com o teor de argila ou P-rem e potássio;
2º - associar a disponibilidade de fósforo e potássio com a exigência da cultura.
3º - fazer a conversão de N P2O5 e K2O para as fontes de adubos minerais e/ou orgânicos.
4º - Somar as quantidades dos adubos a aplicar e com base no espaçamento, determinar a
quantidade a ser aplicada por m² ou por metro linear, conforme o sistema de plantio.
5º- Pelo resultado da análise de solo, (quadro 1) amostra 439, temos os valores de fósforo
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disponível 9,9 mg/dm³ e P-rem 26,3 mg/L.
1a) Observe que o valor de P-rem (26,3 mg/L ) encontra-se entre os valores de 19 e 30 mg/L
na primeira coluna (da esquerda para a direita);
1b) Seguindo o valor de P-rem, observamos que o valor de fósforo disponível de 9,9 mg/dm³
encontra-se entre 8,1 e 11,4, na terceira coluna da esquerda para a direita.
1c) subindo a coluna observamos que a classe de disponibilidade de fósforo apresentada na
amostra é baixa.
1d) para o K, temos que o valor apresentado na amostra de solo é de 21 mg/dm³ de solo
(quadro 1, amostra 439), está entre 15,1 e 40 mg/dm³ de solo, portanto classe de disponibilidade
baixa.
2º- Relacionar a disponibilidade de fósforo e potássio com a exigência da cultura
Tabela 3. Adubação mineral NPK para a cultura do morango.
(pág. 198, 5ª aproximação, Recomendação para o uso de Corretivos e Fertilizantes em Minas
Gerais).
Disponibilidade de P ou Dose Total
K P2O5 K2O
Baixa 400 350 220
Média 300 250 220
Boa 200 150 220
Muito boa 100 80 220
A disponibilidade de fósforo é baixa, como determinamos no primeiro passo. Logo,
consultando a tabela 3 a quantidade a ser aplicada é de 400 kg/ha de P2O5, 350 kg/ha de K2O e 220
kg de N.
Importante:
A análise textural, ou seja, o teor de areia, argila e silte devem ser sempre solicitados juntos
com a análise química, uma vez que conhecendo o teor de argila e o P- rem, temos dois dados
fundamentais para a recomendação da adubação: a % de argila e a qualidade da fração argila, que
influenciam a disponibilidade dos nutrientes no solo e consequentemente a absorção pela planta.
Neste caso podemos fazer muitas inferências a respeito da CTC e recomendar corretamente a
calagem e a adubação.
3º. Fazer a conversão de P2O5, K2O e N para os fertilizantes minerais ou orgânicos.
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Tabela 1. Porcentagem média de nitrogênio (N), fósforo (P2O5) e potássio (K2O) na composição dos
principais fertilizantes químicos utilizados na produção de pimenta.
Fertilizantes químicos N (%) P2O5 (%) K2O (%)
Ureia 44 - -
Sulfato de amônio 20 - -
Superfosfato simples - 18 -
Superfosfato triplo - 41 -
Cloreto de potássio - - 58
Sulfato de potássio - - 48
Formulação NPK 4-14-8 4 14 8
Formulação NPK 4-30-16 4 30 1
Fonte: Ribeiro et al., 1999.
O sulfato de amônio tem 20% de N (tabela 1), ou seja, em cada 100 kg de sulfato de amônio
tem-se 20 kg de N, logo, por uma regra de três simples sabemos a quantidade a ser aplicada de
sulfato de amônio.
100 kg de sulfato de amônio 20 kg de N
X 220 kg de N
X = 1.100 kg de sulfato de amônio por hectare
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GLOSSÁRIO
Adesão – força ou atração entre partículas sólidas e partículas líquidas.
Adsorção – retenção de íons por partículas sólidas por ligações fracas e reversíveis
Agregados do solo – agrupamento de partículas de areia, silte e argila formando um torrão ou
agregado. O conjunto de agregados forma a estrutura do solo.
Ânions – íons que apresentam cargas negativas.
Argilomineral – minerais silicatados que ocorrem na fração argila
Argilomineral 1:1 – minerais silicatados com estrutura em forma de lâminas, sendo uma
lâmina tetradeal unida a uma lâmina octaedral.
Argilomineral 2:1 – minerais silicatados com estrutura em forma de lâminas, sendo duas
lâminas tetradeais e uma lâmina octadreal.
Carta de cores ou Carta de Munsell – carta com escala de cores para serem comparadas com a
cor do solo.
Capacidade de troca de cátions (CTC) – quantidade de cátions que o solo pode adsorver por
unidade de peso ou volume. É expressa em Cmoc/kg.
Características morfológicas do solo – características do solo que podem ser identificadas a
olho nu ou por iluminação. Exemplo: cor, textura, estrutura, etc.
Cátions – íons que apresentam carga positiva.
Classes de solos – grupo de solos que apresentam características semelhantes sendo
diferentes de outro grupo (classe) de solos. Pode ser referenciada em diferentes níveis categóricos.
Classificação natural ou taxonômica - classificação baseada nas propriedades naturais do solo.
Coesão – força ou atração presente na interface líquido- líquido.
Coloide - (do grego, semelhante a cola). Matéria orgânica e inorgânica, com tamanho de
partícula muito pequeno e concomitantemente com uma grande área de exposição por unidade de
massa.
Compactação do solo – diminuição do espaço poroso do solo e consequente aumento da
densidade do solo.
Densidade de partículas – é a relação entre a massa e o volume das partículas do solo, sem
levar em conta o volume dos poros.
Densidade do solo – é a relação entre a massa seca do solo e o seu volume (partículas + poros)
Descrição morfológica do solo: descrição das características morfológicas da cada horizonte de
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um perfil de solo.
Edafologia: (do grego “EDAPHOS”, que também significa solo ou terra) é o estudo do solo, do
ponto de vista dos vegetais superiores. Considera as diversas propriedades do solo na medida em que
se relacionam com a produção vegetal.
Espaço aéreo – é a proporção percentual da porosidade ocupada pelo ar. É variável de acordo
com a umidade do solo.
Estrutura do solo: arranja mento das partículas areia, silte e argila em agregado e que
apresentam diferentes formas, tamanho e forças que os mantém unidos.
Eutrofização: aumento acentuado de nutrientes em rios e lagos que pode resultar na morte de
peixes e outros animais e vegetais aquáticos.
Evaporação – passagem da água na fase líquida para a forma de vapor liberada para a
atmosfera que ocorre na superfície do solo.
Expansividade: propriedade de alguns argilominerais 2:1 que se expandem ou se contraem
com a entrada ou saída de água entre suas camadas.
Floculação de argilas: processo físico-químico de aproximação e estabilização das argilas que é
indispensável para a formação de agregados estáveis.
Fração terra fina seca ao ar (TFSA): corresponde a massa de solo seco ao ar, destorroado e que
passou em peneira de malha 2 mm.
Friável: condição fofa do solo úmido que (esboroa-se) com leve pressão entre o polegar e o
indicador.
Granito: rocha ígnea intrusiva ácida constituída de quartzo, mica e feldspato e minerais
acessórios. Está associada a feições destacadas na paisagem como serras ou áreas de maior
declividade. É uma rocha muito resistente ao intemperismo químico e como consequência apresenta,
normalmente, solos pouco desenvolvidos.
Hematita: óxido de ferro (Fe203) que com pequena quantidade colore o solo de vermelho.
Horizonte: camadas diferenciadas de cor, textura, estrutura originada no processo de
intemperização e pedogênese do material de origem (geralmente rocha).
Horizontes de transição: horizonte situado entre dois horizontes principais e que apresenta
características comuns aos dois. Ex: horizonte AB ou BA.
Intemperismo: mudanças físicas e químicas que ocorrem nas rochas causadas pelos agentes
atmosféricos.
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Íons: átomos com carga elétrica
Limo: o mesmo que silte.
Poder tampão dos solos: a capacidade ou poder tampão do solo diz respeito à resistência do
solo em ter o valor de seu PH alterado, quando tratado com ácido ou base.
Lixiviação: circulação de elementos químicos pela movimentação descendente de água no
solo. Quando há saída do perfil também é denominada percolação.
Matéria orgânica: material de origem animal ou vegetal em diferentes estágios de
decomposição, bem como produtos orgânicos resultantes da sua transformação.
Matiz: componente da cor do solo que consta no lado superior direito da tabela de Munsell e
que considera a contribuição do vermelho (red) e do amarelo (Yellow). Varia de 10R a 10Y. No matiz
10 R a cor vermelha contribui com 100% e a amarela com 0%, no matiz 5YR a cor vermelha contribui
com 50% e a amarela com 50%, no matiz 7,5 YR a cor vermelha contribui com 37,5% e a amarela com
62,5%%%%, no matiz 10Y a cor vermelha contribui com 0% e a amarela com 100%. No exemplo 5YR
5/3, o matiz corresponde a 5YR.
Mica: mineral de argila do tipo 2:1, apresentam no seu “esqueleto” duas camadas de
tetraedro de silício e uma camada de octaedro de alumínio.
Mineral: material inorgânico com composição química e estrutura cristalina definida. São
exemplos: quartzo, feldspato.
Partículas minerais: partículas de constituição essencialmente mineral.
Partículas orgânicas: partículas de constituição essencialmente orgânica.
Pedogênese: denominação do conjunto de conjunto de processos que dão origem aos solos.
Pedologia: (do grego “PEDON” que significa solo ou terra), considera o solo simplesmente
como corpo natural. Estuda, examina e classifica os solos como são encontrados no seu ambiente
natural.
Permeabilidade: capacidade de um meio em permitira a passagem de um fluido.
Poros do solo: espaços entre as partículas sólidas e entre os agregados do solo e que são
ocupados pelo ar e pela água do solo.
Porosidade: volume de poros do solo ou das rochas ocupados pelo ar e pela água e não por
partículas sólidas. Inclui macroporos e microporos que após a drenagem natural da água da chuva ou
da irrigação são ocupados, respectivamente, pelo ar e pela água.
Quartzo: é o mineral mais abundante na Terra. Nos solos geralmente concentra-se na fração
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areia.
Salinização: processo de formação do solo caracterizado pela alta concentração de sais,
característicos de regiões secas.
Silicatos: minerais primários ou secundários cuja unidade estrutural é o tetraedro de SiO4.
Sistema brasileiro de classificação de solos (SiBCS): sistema muticategóricos e hierárquico que
organiza os solos em classes que apresentam características semelhantes.
Solução do solo: corresponde a fase líquida do solo e íons nela dissolvidos.
Taxa de infiltração: volume de água que passa por uma unidade de área, perpendicular ao
movimento, em uma unidade de tempo.
Textura: proporções de argila, silte e areia.
Terraço fluvial: planície que margeia os rios e riachos.
Trado: equipamento utilizado para coleta de amostras de solo.
Transpiração: passagem da água da fase líquida para a forma de vapor liberada para a
atmosfera pelas plantas.
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